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Introdução à Engenharia Civil


Gestão da Educação a Distância
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reservados ao Unis – MG.
É proibida a duplicação ou reprodução
deste volume (ou parte do mesmo),
sob qualquer meio, sem autorização
expressa da instituição.

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Introdução à Engenharia Civil
Autoria

Prof. Me.

Armando Belato Pereira

Engenheiro Civil e Mestre em Geotecnia. Foi bolsista do Núcleo de Geotecnia


Aplicada (NGA/UFOP), entidade pela qual trabalhou em projeto de execução de
túnel (Túnel Bala) para transposição de córrego na cidade de Mariana - MG.
Também estagiou na Dinâmica Engenharia, onde prestou serviços ligados a projetos
e execução de obras. Participou do Programa Jovens Talentos em estágio de férias
na Construtora Norberto Odebrecht na obra da Ferrovia Transnordestina. Atuou
como Chefe do Departamento de Controle do Plano Diretor e Coordenador de
Projetos de Expansão Urbana na Prefeitura Municipal de Mariana – MG.
Atualmente é professor titular do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário
do Sul de Minas – UNIS, onde leciona as disciplinas: Introdução à Engenharia Civil,
Desenho Técnico I, Elementos de Geologia e Mineralogia, Mecânica dos Solos,
Engenharia de Transportes I e II e Fundações e é coordenador do curso de
Engenharia Civil - modalidade ensino a distância (EaD) - na mesma instituição. Atua
também como engenheiro projetista, desenvolvendo projetos arquitetônicos,
estruturais, de instalações elétricas e hidrossanitárias e de prevenção e combate a
incêndio e pânico.

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Introdução à Engenharia Civil
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0338226167604541

PEREIRA, Armando Belato. Guia de Estudo – Introdução à Engenharia


de Produção. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2017.
81 p.
1. Introdução à Engenharia Civil 2. Áreas de atuação do Engenheiro
Civil 3. Responsabilidades e atribuições do Engenheiro Civil.

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Introdução à Engenharia Civil
É no contexto de desenvolvimento de uma região ou país que o Engenheiro
Civil encontra-se como protagonista, criando a infraestrutura necessária para a
implantação de empreendimentos dos mais diversos vultos e finalidades.
Podemos afirmar que a Engenharia Civil tem um amplo campo de atuação.
O profissional desta área pode projetar, fiscalizar ou executar trabalhos
relacionados a pontes, túneis, barragens, rodovias, ferrovias, portos, canais,
drenagem, irrigação, aeroportos, sistemas de transporte, abastecimento de água e
saneamento, edificações, etc.
Em seu trabalho, o engenheiro civil projeta e executa as etapas de obras
civis. E para projetar tais obras, ele estuda um grande conjunto de áreas que são
apresentadas em forma de disciplinas e compõem a grade curricular do curso de
Engenharia Civil.
O Engenheiro Civil aplica o conhecimento adquirido na universidade
dimensionando e especificando estruturas, instalações elétricas, hidrossanitárias, bem
como discriminando os materiais empregados em determinada obra, ou fazendo
cálculos estruturais, avaliando a resistência dos materiais empregados em uma
edificação, traçando cronogramas físicos e financeiros, fiscalizando obras, etc. Enfim,
no seu dia a dia, seja no escritório ou no canteiro de obras, é ele quem chefia
equipes, supervisiona prazos, custos e o cumprimento das normas de segurança.
A nossa disciplina de Introdução à Engenharia Civil tem por objetivo
principal introduzir vocês, alunos, no mundo dos projetos, dos cálculos estruturais,
do dimensionamento de estruturas, das instalações elétricas e hidrossanitárias, da
execução das obras... Enfim, o mundo que, daqui alguns anos, os senhores estarão
aptos a desbravar também.
Sem maiores delongas, comecemos! Vamos conhecer o fantástico mundo
da Engenharia Civil...

Forte abraço,
Prof. Armando Belato Pereira

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Introdução à Engenharia Civil
Ementa

Campo de atuação do engenheiro civil. Áreas de conhecimento para a


engenharia civil. A Engenharia Civil e o meio ambiente. Agentes que
interferem no processo de produção das edificações e das cidades.
Processo de produção de edificações e das cidades e suas interfaces
com o meio ambiente. Atribuições legais do engenheiro.

Orientações

Ver Plano de Estudos da disciplina, disponível no Ambiente Virtual.

Palavras-chave
Introdução à Engenharia Civil. Áreas de atuação do Engenheiro Civil.
Responsabilidades e atribuições do Engenheiro Civil.

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Introdução à Engenharia Civil
EMENTA____________________________________________________________________ 6
ORIENTAÇÕES ______________________________________________________________ 6
PALAVRAS-CHAVE ___________________________________________________________ 6

UNIDADE I – UMA BREVE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA CIVIL ____________________ 10


1.1 PRINCÍPIOS HISTÓRICOS DA ENGENHARIA CIVIL ____________________________________ 12
1.1.1 BREVE SÍNTESE HISTÓRICA ___________________________________________________ 12
1.1.2 IMPORTANTES OBRAS DA ANTIGUIDADE ________________________________________ 15
1.1.3 IMPORTANTES OBRAS DA MODERNIDADE _______________________________________ 17
1.2 O QUE É ENGENHARIA? _____________________________________________________ 19
1.2.1 CONCEITO DE ENGENHARIA ________________________________________________ 19
1.2.2 CONCEITO DE ENGENHEIRO ________________________________________________ 20
1.3 O PERFIL DO ENGENHEIRO CIVIL _______________________________________________ 20
1.4 ENTENDENDO A MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL__________________ 21
1.4.1 O “CICLO BÁSICO” DAS ENGENHARIAS _________________________________________ 21
UNIDADE II – ÁREAS DE ATUAÇÃO DA ENGENHARIA CIVIL________________________ 25
2.1 ENGENHARIA DE ESTRUTURAS _________________________________________________ 27
2.1.1 A ENGENHARIA DE ESTRUTURAS – CONCEITOS ___________________________________ 27
2.1.2 O QUE É UM EDIFÍCIO? _____________________________________________________ 28
2.2 ENGENHARIA DE TRANSPORTES _______________________________________________ 29
2.2.1 FUNÇÕES ECONÔMICAS DO TRANSPORTE _______________________________________ 30
2.2.2 A ENGENHARIA DE TRANSPORTES E DEMAIS ÁREAS DA ENGENHARIA CIVIL _______________ 31
2.3 GEOTECNIA (ENGENHARIA GEOTÉCNICA) ________________________________________ 32
2.3.1 ÁREAS DE ESTUDO ________________________________________________________ 32
2.3.2 POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO ________________________________________________ 33
2.4 HIDRÁULICA E SANEAMENTO _________________________________________________ 34
2.4.1 HIDRÁULICA E POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO _____________________________________ 34
2.4.2 SANEAMENTO E POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO ____________________________________ 36
2.5 CONSTRUÇÃO CIVIL________________________________________________________ 37
2.5.1 GERENCIAMENTO DE OBRAS _________________________________________________ 37
2.5.2 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ________________________________________________ 38
UNIDADE III – LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL _______________________________ 40
3.1 CONFEA ________________________________________________________________ 41
3.2 CREA __________________________________________________________________ 43

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Introdução à Engenharia Civil
3.3 ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART) ________________________________ 44
3.4 O CÓDIGO DE ÉTICA NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO _________________________________ 48
UNIDADE IV – RESPONSABILIDADES, HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DO ENGENHEIRO
CIVIL ______________________________________________________________________ 50
4.1 ÉTICA, OBRIGAÇÃO, DEVER E RESPONSABILIDADE ___________________________________ 51
4.2 SINISTRO DO EDIFÍCIO REAL CLASS – BREVE ESTUDO DE CASO __________________________ 53
4.3. HABILIDADES E COMPETÊNCIAS QUE O ENGENHEIRO CIVIL DEVE POSSUIR _________________ 56
UNIDADE V – PROJETOS DE EDIFICAÇÕES ______________________________________ 58
5.1 O ESTUDO DE CASO________________________________________________________ 59
5.2 PROJETO ARQUITETÔNICO ___________________________________________________ 60
5.3 PROJETO ESTRUTURAL ______________________________________________________ 62
5.4 PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS _____________________________________ 65
5.5 PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ___________________________________________ 66
5.6 NOÇÕES BÁSICAS DE LEVANTAMENTO QUANTITATIVO DE MATERIAIS – ESTUDO DE CASO ______ 68

ESTUDO DE CASO __________________________________________________________ 69


REFRÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ___________________________________________________ 80

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Introdução à Engenharia Civil
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Introdução à Engenharia Civil
Unidade I – Uma breve

I introdução à Engenharia
Civil

Objetivos da Unidade

 Apresentar o contexto histórico e a evolução da Engenharia Civil


e distingui-la dos demais cursos de Engenharia.
 Apresentar o conceito de Engenharia e o perfil profissional
exigido pelo mercado de trabalho.
 Apresentar a matriz curricular do curso de Engenharia Civil e os
núcleos que a compõem.

Plano de Estudos

 Ciclo 01
 Atividade Fórum
 Título: Introdução à Engenharia Civil

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade I

Para iniciarmos efetivamente o curso de Engenharia Civil é de extrema


importância que conheçamos um pouco da história e da evolução desta fascinante
vertente profissional. Desta forma, passaremos a compreender como a evolução da
ciência, dos modelos matemáticos e das ferramentas computacionais influenciaram
diretamente o desenvolvimento da Engenharia Civil, proporcionando a criação de
edifícios extremamente altos, pontes com vãos cada vez maiores, obras em locais
de grande complexidade, etc.
Você sabia que a Engenharia Civil é considerada uma Engenharia Social? Este
é um outro aspecto da Engenharia que abordaremos! Fazendo uma breve
retrospectiva, observamos que, até o século XIX, a expectativa de vida era de
aproximadamente 30 anos, após a descoberta da penicilina, em 1928, houve um
salto para 35 anos. Porém, o maior impacto que observamos na expectativa de vida
se deu com os avanços da Engenharia, mais especificamente com o
desenvolvimento do saneamento básico, que fez com que a expectativa de vida
média do ser humano saltasse para mais de 60 anos!

É importante que você, aluno, evidencie a grande


importância que a Engenharia tem para a
humanidade, diretamente no âmbito social.

Nesta primeira unidade vamos abordar também alguns aspectos conceituais


da Engenharia, definindo-a, apresentando o perfil do Engenheiro Civil esperado pelo
mercado de trabalho e quais suas funções e, em um último momento,
contemplaremos um pouco sobre a matriz curricular do curso de Engenharia Civil,
definindo o chamado “ciclo básico” das Engenharias e relacionaremos as disciplinas
básicas e específicas no contexto prático profissional.

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade I

1.1 Princípios históricos da Engenharia Civil


Neste primeiro tópico do nosso guia de estudos abordaremos um pouco
sobre o histórico da Engenharia e algumas importantes obras da antiguidade e da
modernidade.

1.1.1 Breve síntese histórica


A Engenharia Civil sagra-se como uma das profissões mais antigas da
humanidade, você sabia disso? Desde o momento em que o homem deixou de ser
nômade e passou a fixar morada em determinado local, os princípios da Engenharia
Civil, de maneira muito rudimentar ainda, passaram a ser aplicados, seja na
construção de moradas, no processo de represamento de água para irrigação de
lavouras, etc.
Conforme Bazzo e Pereira (2006), o primeiro emprego do termo
engenheiro é proveniente da palavra latina ingenium, que significa engenho ou
habilidade.
Na Roma antiga utilizava-se o termo “Ingenium Civitas” para designar
“Engenheiro das Cidades” ou “Engenheiro da Civilização”, uma vez que o objetivo
destes era projetar e executar pontes, aquedutos, estradas; enfim, promover toda a
infraestrutura para o desenvolvimento das polis (cidades) romanas.
Um exemplo de uma grande obra desenvolvida pelos “Ingenium Civitas” é
a “Cloaca Massima” ou “Grande Esgoto” em Roma, tida como uma das mais antigas
obras de saneamento básico da história. Construída no final do Século VI a.C., era
uma grande rede subterrânea que recebia águas pluviais e esgotos, funcionando até
os dias de hoje.

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade I

Figuras 01 e 02: Boca e interior da Cloaca Massima em Roma

Fonte: http://www.thehistoryblog.com/

Durante a Idade Média, a engenharia civil passou a ser chamada somente de


Engenharia, incorporando tanto a parte civil como a militar. Nesta fase, foram
construídas grandes catedrais e castelos, estradas e cidades e os profissionais
começaram a se organizar em sociedades de construtores.
Observa-se, portanto, que a engenharia civil era naquela época, e continua
sendo nos dias atuais, uma profissão muito ampla e de grande importância para a
sociedade civil, implicando muita responsabilidade para quem a exercia.

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade I

Citando Bazzo e Pereira (2006) novamente, o primeiro título de engenheiro


foi usado pelo inglês John Smeaton (1724-1792), que teria se autointitulado
engenheiro civil. Inicialmente, essa designação serviu em muitos países para definir
toda a engenharia que não se ocupava de serviços públicos ou do Estado; em
outros países compreendia toda a engenharia com exceção da militar. E, em 1747,
foi criada na França aquela que é considerada a primeira escola de engenharia do
mundo, a Ecole des Ponte et Chaussées.
No Brasil, as primeiras escolas de Engenharia foram: a Academia Real Militar,
criada em 1810, que inicialmente tinha caráter essencialmente militar e,
posteriormente, em 1823, passou a aceitar alunos civis, que não eram vinculados ao
exército; a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, fundada em 1874 e a Escola de
Minas de Ouro Preto, fundada em 1876.

Apresentada essa breve síntese histórica da


Engenharia, você conseguiria argumentar sobre
como a Engenharia Civil pode ser considerada uma
Engenharia Social?

O livro “Introdução à Engenharia” (Bazzo e Pereira,


2006) dedica o capítulo 3 a contar brevemente os
princípios históricos da Engenharia. Que tal
acompanhar essa referência bibliográfica também?

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade I

1.1.2 Importantes obras da antiguidade


Neste item abordaremos um pouco sobre duas importantes obras da
antiguidade: as pirâmides de Gizé e a muralha da China.

Pirâmides de Gizé
As pirâmides de Gizé (Figura 03) estão localizadas no Egito, na região
próxima ao rio Nilo. A maior dessas pirâmides possui 160 m de altura e teve sua
construção finalizada em 2550 a.C. Para colocá-las de pé, estimam-se que trinta mil
egípcios trabalharam no processo de corte, transporte e assentamento dos blocos
de rocha que as compõem.
Figura 03: Pirâmides de Gizé.

Fonte: iStock

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade I

Muralha da China
A Muralha da China ou a Grande Muralha (Figura 04) é uma fantástica obra
da engenharia militar da China Imperial, que teve seu início de construção em 220
a.C. e seu término no século XV. Possui extensão de 21.196 km e altura média de
7 metros. É interessante ressaltar que a sua grande extensão e o grande período de
execução implicaram em várias técnicas construtivas e na utilização de vários
materiais diferentes empregados para compor sua estrutura.

Figura 04: Muralha da China.

Fonte: iStock

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade I

1.1.3 Importantes obras da modernidade


Neste item abordaremos um pouco sobre duas importantes obras da
modernidade: o edifício Burj Khalifa e Eurotúnel.

Burj Khalifa
O Burj Khalifa (Figura 05) é considerado o maior arranha-céu do mundo,
localizado em Dubai, nos Emirados Árabes, com 828 metros de altura e 160
andares habitáveis. O período de construção deste edifício foi de 2004 a 2010 e
sua estrutura é composta de concreto armado e perfis de aço.

Figura 05: Edifício Burj Khalifa.

Fonte: iStock

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade I

Eurotúnel
O Eurotúnel (Figura 06) é um túnel ferroviário que liga o Reino Unido e a
França e possui 50,5 quilômetros de extensão. Possui 37,9 km em seu trecho
submerso (considerado o túnel com trecho submerso mais longo da história) e o
seu nível mais baixo atinge 75 metros de profundidade. O período de construção
desse túnel foi de 1988 a 1994.

Figura 06: Eurotúnel.

Fonte: iStock

Apresentamos algumas obras importantes da


antiguidade e da modernidade. Além delas, quais
você acrescentaria? Faça uma breve pesquisa e
apresente pequenos estudos de casos de obras dos
períodos citados que você julga de grande
importância.

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade I

1.2 O que é Engenharia?


Neste tópico conceituaremos Engenharia sob perspectivas diferentes e o
conceito moderno de Engenheiro.

1.2.1 Conceito de Engenharia


Para definir formalmente o termo Engenharia, recorremos ao dicionário
(Aurélio, 2010), que a descreve como: “Aplicação de conhecimentos científicos e
empíricos, e certas habilitações específicas, à criação de estruturas, dispositivos e
processos para converter recursos naturais em formas adequadas ao atendimento
das necessidades humanas”.
Para a Comissão Consultiva de Engenharia do Mercosul Montevidéu
(novembro/1999), Engenharia “é o conjunto de conhecimentos científicos e
tecnológicos de base físico-matemática, que com a técnica e a arte analisa, cria e
desenvolve sistemas e produtos, processos e obras físicas, mediante o emprego da
energia e de materiais, para proporcionar à humanidade com eficiência e sobre
bases econômicas, bens e serviços que lhe deem bem estar com segurança e
crescente qualidade de vida, preservando o meio ambiente”.
Podemos então dizer, de uma maneira bastante generalista, que a
Engenharia é o conjunto de mecanismos e técnicas que permitem ao Engenheiro
desenvolver projetos, executar empreendimentos, consultorias, etc., nas mais
diversas áreas de atuação profissional.

Possivelmente, antes de ingressar no curso de


Engenharia Civil, você tinha determinado algum
conceito do que seria Engenharia. A partir dos
conceitos preestabelecidos e das novas definições
apresentadas na disciplina de Introdução à
Engenharia Civil, como você conceituaria
Engenharia?

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade I

1.2.2 Conceito de Engenheiro


Os autores Holtzapple e Reece (2006) conceituam, de maneira muito
oportuna, o Engenheiro: “Engenheiros são indivíduos que combinam
conhecimentos da ciência, da matemática e da economia para solucionar
problemas técnicos com os quais a sociedade se depara. É o conhecimento prático
que distingue os engenheiros dos cientistas, que também são mestres da ciência e
da matemática“.

1.3 O perfil do Engenheiro Civil


Podemos dizer que o mercado de trabalho atual espera basicamente alguns
requisitos principais para compor o perfil profissional do Engenheiro Civil:

 Conhecimento técnico: conhecimento oriundo


do meio técnico, da universidade, onde se
aprende os conceitos ligados à Engenharia Civil.
 Bom senso/Senso crítico: capacidade de avaliar,
de maneira crítica, projetos, soluções de
engenharia, etc.
 Capacidade de se expressar: capacidade de
apresentar propostas ao cliente, desenvolver
relatórios técnicos, laudos, etc.

Bazzo e Pereira (2006) ainda apresentam as seguintes competências e


habilitações que os futuros Engenheiros deverão possuir:

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade I

Quadro 1.1: Competências e habilitações dos engenheiros.

(Bazzo e Pereira, 2006)

1.4 Entendendo a matriz curricular do curso de Engenharia Civil


Podemos dizer, em linhas gerais, que o conteúdo de um curso de
Engenharia Civil se divide em núcleo básico, específico, profissionalizante e
complementar.
Temos como exemplo de conteúdos básicos as disciplinas de Física I, II e III,
Química Geral, Matemática, etc.
Conforme Bazzo e Pereira (2006), o núcleo de disciplinas específicas é
representado por extensões e aprofundamentos do núcleo de conteúdos
profissionalizantes, além de outros temas destinados a caracterizar cada modalidade.
Com relação às atividades complementares, temos, compondo este núcleo,
os cursos de extensão, cursos aplicados, desenvolvimento de projetos de pesquisa,
etc.

1.4.1 O “ciclo básico” das Engenharias


O ciclo básico das Engenharias corresponde ao conjunto de disciplinas que
compõem os primeiros semestres dos cursos de Engenharia. Tais disciplinas (Físicas,
Cálculos, Química, etc.) têm como objetivo iniciar a formação em ciências básicas

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade I

do futuro Engenheiro, otimizando sua capacidade de raciocínio e transformando-o


não apenas em um repetidor de técnicas, mas em um profissional que as entende
completamente e está apto a modificá-las a seu favor, além de poder criar novas
tecnologias.

Você sabia que o material mais utilizado na construção civil, o concreto


(Figura 07), é o produto de uma reação química entre o cimento, areia, brita e
água?
Figura 07: Execução de concretagem.

Fonte: iStock

Você sabia que o processo de locação de uma obra (Figura 08) se baseia no
princípio de coordenadas de um ponto, trabalhado na Matemática e na Geometria
Analítica?

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade I

Figura 08: Processo de locação de uma obra.

Fonte: O autor.

Você sabia que o princípio do dimensionamento das estruturas de edifícios


(Figura 09), lajes, vigas, pilares, etc., se baseia no princípio da ação e reação
proposto por Newton e estudado na Física?

Figura 09: Execução dos pilares de um edifício.

Fonte: iStock

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade I

Apresentamos algumas aplicações das disciplinas do


ciclo básico do curso na prática profissional da
Engenharia Civil. Você conseguiria identificar alguma
aplicação, ainda não citada anteriormente?

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Introdução à Engenharia Civil
II Unidade II – Áreas de
atuação da Engenharia Civil

Objetivos da Unidade

 Apresentar as grandes áreas de conhecimento da Engenharia


Civil.
 Apresentar ao aluno a vasta gama de possibilidades de atuação
do Engenheiro Civil.

Plano de Estudos

 Ciclo 02
 Atividade Exercício
 Título: Áreas de Atuação do Engenheiro Civil

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade II

O curso de Engenharia Civil é um curso bastante amplo e pode ser dividido


em Engenharia de Estruturas, Engenharia de Transportes, Geotecnia (Engenharia
Geotécnica), Hidráulica e Saneamento (Recursos Hídricos) e Construção Civil.
Nesta unidade do nosso guia de estudos tentaremos falar um pouco sobre cada
uma dessas grandes áreas.
Popularmente, o Engenheiro Civil é conhecido por trabalhar com projetos
de Engenharia Civil e com a gerência de obras da Construção civil. Porém, ele é
responsável por diversas outras funções na sociedade e, através de conhecimentos
nessas cinco grandes áreas, o Engenheiro Civil pode atuar:

 No planejamento do transporte urbano de uma


cidade;
 No planejamento e projeto de aeroportos;
 No dimensionamento de vias e pavimentos;
 Na execução e projeto de taludes, barragens e
aterros;
 No dimensionamento e planejamento de um
sistema de esgotamento sanitário;
 No dimensionamento estrutural de edifícios,
pontes, etc.;
 No projeto e construção de barragens
hidrelétricas;
 Na confecção de projetos de instalações
elétricas e hidrossanitárias de empreendimentos
de pequeno porte;
 Na gestão de obras de prédios, pontes, viadutos,
túneis, etc.

Dentre muitas outras áreas, possuindo uma participação muito ampla, já que
os conhecimentos da Engenharia Civil englobam diversos campos de atuação
diferentes. Você sabia que o Engenheiro Civil possui tantas possibilidades de
atuação assim?

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade II

2.1 Engenharia de Estruturas


A Engenharia de Estruturas não é um ramo apenas da Engenharia Civil, mas
também da Engenharia Mecânica, Naval, Aeronáutica, ou qualquer outra engenharia
que utilize o cálculo estrutural, seja de estruturas estáticas ou dinâmicas. Neste
tópico apresentaremos alguns conceitos acerca dessa área de atuação, tipos de
empreendimentos estruturais e o conceito de um edifício sob o aspecto da
Engenharia de Estruturas.

2.1.1 A Engenharia de Estruturas – conceitos


É o ramo da Engenharia que estuda as estruturas e seu comportamento,
com o interesse de projetar estruturas econômicas, seguras e ambientalmente
corretas a diversos empreendimentos.
Uma estrutura (Figura 01) seria um sistema de diversos elementos
conectados para suportar uma ação ou um conjunto de ações, sem entrar no
chamado colapso.

Figura 01: Maquete eletrônica dos elementos estruturais de um edifício em


concreto armado.

Fonte: O autor.

27
Introdução à Engenharia Civil
Unidade II

O colapso de uma estrutura ocorre quando ela não é capaz de suportar as


cargas e ações a ela impostas. Por isso, torna-se impossível a manutenção das
funções ou ações realizadas pelo que ela suporta. Em geral, a estrutura tem o
objetivo de dar suporte a algo que tenha outras funções.
Portanto, focada no projeto de estruturas, a engenharia estrutural busca a
concepção (dimensionamento) de elementos seguros e econômicos para fornecer
rigidez e resistência aos elementos estruturais.

2.1.2 O que é um edifício?


Os prédios ou edifícios fazem parte do nosso cotidiano, mas você saberia
conceituá-los sob o ponto de vista da Engenharia Civil?
Podemos dizer que um edifício (Figura 02) é basicamente um subsistema
estrutural dividido em duas grandes áreas: infraestrutura e superestrutura.
A infraestrutura é representada pela fundação do edifício, bem como seus
elementos acessórios, ou seja, sapatas, estacas, blocos de coroamento, vigas de
equilíbrio, tubulões, etc.
A superestrutura é representada pelos demais elementos estruturais, ou
seja, vigas, pilares, lajes, etc.

Figura 02: Definição de infraestrutura e superestrutura de um edifício.

Fonte: O autor.

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade II

Baseado no conceito de edifício apresentado


anteriormente, você seria capaz de observar um
edifício e identificar os elementos estruturais que o
compõem?

2.2 Engenharia de Transportes


O desenvolvimento econômico de um país está altamente ligado à
infraestrutura de transportes, podendo ser considerada uma das bases para o
desenvolvimento.
A Engenharia de Transportes é um dos grandes ramos de atuação da
Engenharia Civil, compreendendo o estudo da técnica das estradas rodoviárias
(Figura 03) e ferroviárias, hidrovias, portos e pistas de aeroportos, engenharia de
tráfego, sistemas de comunicação, modelos de planejamento em transportes,
estudos de viabilidade, etc.

Figura 03: Rodovia

Fonte: iStock

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade II

Neste tópico apresentaremos alguns conceitos acerca dessa área de


atuação: funções econômicas dos transportes e relação da Engenharia de
Transportes com as demais áreas da Engenharia Civil.

2.2.1 Funções econômicas do transporte


Um bem, um recurso, uma matéria-prima, só tem utilidade se estiver no
local e no tempo em que a necessidade existe. Por isso, o transporte está
intimamente ligado à utilização de recursos naturais, já que ele é responsável por
movimentar o recurso (bem, matéria-prima) para o local onde este é necessário
num tempo eficiente.
O transporte é um fator profundamente ligado ao desenvolvimento de uma
nação, já que define o acesso e efetiva a utilização de recursos naturais. As matérias-
primas raramente são consumidas no lugar onde elas são extraídas. Temos como
exemplo, o minério de ferro extraído em Minas Gerais (Figura 04), que é utilizado
na produção de aço na Usiminas em Minas Gerais, na CSN em Volta Redonda, em
Vitória e na Cosipa em Cubatão. O minério de ferro extraído em Carajás é
exportado para o Japão. A soja brasileira produzida no centro-oeste é praticamente
toda exportada para o mundo todo.

Figura 04: Empreendimento minerário em Minas Gerais.

Fonte: iStock

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade II

Assim, o transporte possui funções econômicas muito importantes, visto


que colabora com a utilidade dos bens, representando grande importância no
desenvolvimento econômico de um país.

2.2.2 A Engenharia de Transportes e demais áreas da Engenharia Civil


O estudante de engenharia pode encontrar no estudo de transportes uma
introdução ao domínio da engenharia e à aplicação de praticamente todas as áreas
de atuação do Engenheiro Civil. O projeto de sub-bases e bases estáveis para
rodovias e ferrovias conduz à Geotecnia. A drenagem das estradas aplica os
princípios da Hidrologia, da Mecânica dos Fluidos e da Hidráulica. Os revestimentos
dos pavimentos envolvem o aluno com o campo da Ciência dos Materiais e
Materiais de Construção - aço, concreto, asfalto e rochas - e o seu comportamento
sob carga e diferentes condições de temperatura e umidade. Um estudo da estrada
e das suas estruturas apresenta os problemas de projeto e execução de pontes,
túneis e estruturas em geral.
Desta forma, o desenvolvimento de sistemas de transportes engloba todas
as áreas de engenharia e diversas outras áreas, representando a gama de atuação
em que o Engenheiro Civil mais tem impacto na sociedade e nas formas em que ela
interage.

Como você acha que o sistema de transporte afeta


o país? Qual a relação entre o desenvolvimento de
algumas regiões e o sistema de transporte atual?

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade II

2.3 Geotecnia (Engenharia Geotécnica)


Conforme nos apresenta Das (2013), “a Engenharia Geotécnica é a
subdisciplina da Engenharia Civil que estuda os materiais naturais encontrados
próximos à superfície da terra. Ela engloba desde a aplicação dos princípios da
Mecânica dos Solos e das Rochas até o desenvolvimento de fundações, estruturas
de contenção e estruturas de terra.” Das, 2013.

2.3.1 Áreas de estudo


De uma maneira simplificada, a Geotecnia pode ser descrita conforme a
Figura 05 a seguir:

Figura 05: A Geotecnia e suas áreas de estudo.

Mecânica dos
Solos

Geotecnia

Mecânica das Geologia de


Rochas Engenharia

Fonte: o autor.

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade II

A Mecânica dos solos estuda as propriedades (físicas e mecânicas), a


utilização e o comportamento dos solos como materiais de construção, de
contenção e/ou de fundação de obras civis.

A Mecânica das Rochas estuda as propriedades e o comportamento das


rochas e dos maciços rochosos.
A Geologia de Engenharia estuda a caracterização geológica e os impactos
da gênese, formação e evolução geológica dos materiais presentes na crosta
terrestre para fins de projeto e execução de empreendimentos de caráter
geotécnico.

2.3.2 Possibilidades de atuação


Podemos dizer que um engenheiro geotécnico pode atuar basicamente
com os seguintes tipos de obras: obras de terra (aterros, escavações, etc.) (Figura
06), fundações (Figura 07), estabilização e reforço de solos, barragens, usinas, etc.

Figura 06: Execução de obras de aterro e de escavação.

Fonte: O autor.

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade II

Figura 07: Execução das fundações de uma ponte.

Fonte: O autor.

Assistam ao documentário do Mega Construções


sobre a usina de Itaipu no link:
https://www.youtube.com/watch?v=Pn-pawcszXE

2.4 Hidráulica e Saneamento


A Hidráulica e o Saneamento são ramos da engenharia intimamente ligados.
São áreas relacionadas aos recursos hídricos e em geral se completam.

2.4.1 Hidráulica e possibilidades de atuação


A engenharia hidráulica ou hídrica é o ramo da engenharia civil que se ocupa
do fluxo e do transporte de fluidos, especialmente de águas e esgotos. A sua
atividade se relaciona intimamente com a engenharia sanitária e com a engenharia
do ambiente.

34
Introdução à Engenharia Civil
Unidade II

Este ramo da engenharia civil é responsável pela realização de projetos


como os de redes de esgotamento sanitário, de redes de abastecimento de água,
de sistemas de irrigação, de sistemas de drenagem, de obras portuárias, de
barragens e de hidrovias. A engenharia hidráulica aplica os princípios da mecânica
dos fluidos aos problemas ligados à recolha, armazenamento, controle, transporte,
regulação, medição e uso das águas. Um aspecto desses sistemas é o uso da
gravidade como meio de provocar o movimento dos fluidos. A engenharia
hidráulica também se especializa no estudo das correntes de água, do transporte de
sedimentos através dos cursos de água e da interação da água com os seus limites
aluviais.
Com o estudo da hidráulica é possível o dimensionamento de dutos, canais
(Figura 08), instalações hidráulicas prediais, redes de drenagem, etc. É o estudo do
comportamento de fluidos e através dele são possíveis diversas aplicações, inclusive
no saneamento.

Figura 08: Canal do Panamá, exemplo de obra da Engenharia Hídrica.

Fonte: iStock

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade II

2.4.2 Saneamento e possibilidades de atuação


A Engenharia sanitária é o ramo da Engenharia que se dedica à exploração e
ao uso da água, dos projetos e das obras de saneamento básico e de saneamento
geral, tais como: sistemas de abastecimento de água, de esgotos sanitários, de
limpeza urbana e inclusive os sistemas de tratamento.
O engenheiro sanitarista deve ter entendimento das áreas relacionadas ao
meio ambiente, Hidráulica, Hidrologia e recursos hídricos, pois planeja e orienta o
uso da água de bacias hidrográficas, elaborando Planos Diretores de Abastecimento
de Água, de Esgotamento Sanitário e de Bacias Hidrográficas. Ele também elabora
projetos de redes de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, irrigação e
drenagem, além de projetar canais de escoamento. Este profissional também é
responsável por gerenciar e dimensionar a operação de Estações de Tratamento de
Águas (ETA) e de Estações de Tratamento de Esgotos (ETE) (Figura 09), tratando
águas poluídas ou contaminadas.

Figura 09: Estação de tratamento de esgoto.

Fonte: iStock

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade II

É um ramo da Engenharia Civil intimamente ligado às questões ambientais e


ecológicas. Trata-se de uma das áreas da Engenharia Civil em que os produtos finais
de seus projetos são obter sustentabilidade ambiental e o bem estar social. Assim,
neste ramo, podemos perceber facilmente como o engenheiro civil pode ser
considerado um engenheiro social.

Como o Engenheiro Civil, ao atuar na área de


saneamento, pode modificar socialmente uma
região?

2.5 Construção Civil


As outras áreas da Engenharia Civil se concentram no dimensionamento e
no projeto de estruturas, barragens, estradas, redes de abastecimento ou
esgotamento sanitário, etc. Mas é a Construção Civil que representa a etapa de
execução desses projetos, de forma que é a área que mais tem contato com as
outras áreas, exigindo uma visão geral de todos os ramos da Engenharia Civil.
A construção civil pode ser dividida em dois tópicos:
- O gerenciamento de obras que engloba técnicas de planejamento,
execução e controle de obras, em atenção à racionalização da construção.
- O estudo de materiais de construção, em atenção às suas propriedades,
utilização e desempenho dos materiais empregados na construção civil.

2.5.1 Gerenciamento de obras


O gerenciamento de obras abrange as formas de se construir, planejar uma
obra e utilizar os materiais de construção disponíveis de forma mais eficiente
possível. Da mesma forma que o desenvolvimento de novos materiais de
construção pode revolucionar a construção civil, a criação de novas formas de
gerenciamento também pode.

37
Introdução à Engenharia Civil
Unidade II

Por exemplo, a racionalização da construção civil torna possível a


transformação dos canteiros em verdadeiras linhas de montagem, aumentando a
produtividade, reduzindo custos e melhorando a qualidade. A utilização desses
sistemas permite o retorno antecipado do investimento, pois a execução do
cronograma da obra torna-se mais dinâmica. Além de melhorar a gestão,
aumentando a produtividade e a competitividade, os sistemas industrializados
reduzem os desperdícios e o volume de resíduos nas obras, com ganhos para o
meio ambiente. A racionalização dos sistemas construtivos traz maior
sustentabilidade à construção civil, além de tornar possível grandes projetos de
engenharia.
No gerenciamento de obras, é necessário ter conhecimento nas áreas da
Engenharia Civil que estão envolvidas no projeto, além de conhecimentos nas áreas
da administração. Um dos desafios da gestão dos recursos em uma obra é
conseguir criar um sistema racionalizado, que consiga maximizar a eficiência e
minimizar o tempo de construção da obra, de forma a conseguir suprir a falta de
mão de obra do mercado.
Um exemplo em que a aplicação de técnicas de gerenciamento de obras
mostrou uma eficiência revolucionária é em um prédio de 15 andares que foi
construído na China em 6 dias.

Assista a este pequeno vídeo mostrando a


construção de um prédio de 15 andares em 6 dias
na China:
http://www.youtube.com/watch?v=v9-ZA7V7O9I

2.5.2 Materiais de Construção


Os materiais de construção (Figura 10) são definidos como todo e qualquer
material utilizado na execução de um projeto de engenharia civil, desde a locação e
infraestrutura da obra até sua fase de acabamento.

38
Introdução à Engenharia Civil
Unidade II

Figura 10: Materiais de construção.

Fonte: iStock

Na construção civil existem materiais que são utilizados há muitos anos da


mesma forma, como o concreto e outros que estão em constante evolução. A
evolução das propriedades dos materiais e a descoberta de novos materiais de
construção não são processos recentes, iniciaram-se com os povos primitivos que
antes utilizavam materiais encontrados na natureza sem qualquer transformação e,
com a evolução do homem e de suas necessidades, passaram a transformá-los de
forma simplificada, como moldar a argila, cortar a madeira ou lapidar a pedra, de
acordo com a necessidade.
É através do desenvolvimento de novos materiais e novas formas mais
eficientes de se utilizar determinado material que a construção civil consegue
evoluir. Os avanços na metalurgia, por exemplo, trouxeram grande evolução não
apenas para construção civil, mas para todas as áreas da Engenharia. Tornou
possível a existência da sociedade como a conhecemos e isso é uma pequena
amostra da importância do estudo dos materiais.

39
Introdução à Engenharia Civil
III Unidade III – Legislação e
Ética Profissional

Objetivos da Unidade

 Apresentar ao aluno os conceitos fundamentais ligados à ética e


legislação profissional.
 Apresentar ao aluno o sistema CONFEA/CREA e o instrumento
de formalização de serviços prestados, a anotação de
responsabilidade técnica (ART).

Plano de Estudos

 Ciclo 03
 Atividade Exercício Individual
 Título: Legislação Profissional e Sistema CONFEA/CREA

40
Introdução à Engenharia Civil
Unidade III

Conforme Côrte (2016), apud Costa e Valente (2008), para que uma
determinada atividade seja regulamentada, é preciso que se exija, de quem a
exerce, qualificações técnicas, conhecimentos técnicos e científicos avançados e
especializados a fim de minimizar, ou evitar, a possibilidade de seu exercício
ocasionar ou provocar sérios danos sociais, com riscos à segurança, à integridade
física e à saúde. Regulamentar significa impor limites, restringir o livre exercício da
atividade profissional, já valorizada, reconhecida e assegurada constitucionalmente,
tendo como objetivo principal a proteção da sociedade e nunca a garantia de
direitos individuais.
Os conselhos de classe profissional são assembléias que reúnem
profissionais de cada profissão de maneira a zelar pelos interesses da classe, e
possuem como atribuições registrar, fiscalizar e disciplinar as profissões
regulamentadas.
Dessa forma, fica evidente a necessidade de reunirmos os profissionais da
Engenharia em um Conselho de Classe, defendendo os propósitos das Engenharias
e dos seus associados. A presente unidade tem como proposta apresentar a vocês
o Sistema CONFEA/CREA, o instrumento de formalização de serviços profissionais
prestados, a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e estabelecer alguns
comentários sobre a ética profissional.

3.1 Confea
O CONFEA, atualmente, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia,
conforme o próprio nome designa, é um conselho de fiscalização profissional
responsável pela regulamentação e julgamento final no Brasil das atividades
profissionais, que zela pelos interesses sociais e humanos de toda a sociedade,
tendo ainda como referência o respeito ao cidadão e à natureza.
Esse órgão de classe foi instituído no Brasil por decreto n° 23.569, de 11 de
dezembro de 1933, pelo então presidente da república Getúlio Vargas, e é
responsável pela coordenação dos Conselhos Regionais de Engenharia e
Agronomia (CREA’s).

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade III

Em sua concepção atual, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia é


regido pela Lei 5.194 de 1966, e representa também os geógrafos, geólogos,
meteorologistas, tecnólogos dessas modalidades, técnicos industriais e agrícolas e
suas especializações, num total de centenas de títulos profissionais (CONFEA,
2016).
Para termos uma ideia da amplitude do CONFEA, nele estão registrados
cerca de um milhão de profissionais que respondem por cerca de 70% do PIB
brasileiro, e movimentam um mercado de trabalho cada vez mais acirrado e
exigente nas especializações e conhecimentos da tecnologia, alimentada
intensamente pelas descobertas técnicas e científicas (CONFEA, 2016). Além disso,
o sistema conta com 27 Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia.

Que tal conhecer um pouco mais sobre o Conselho


Federal de Engenharia e Agronomia? Acesse:
http://www.confea.org.br/. No site do CONFEA é
possível, inclusive, realizar pesquisas a respeito de
profissionais, titulações, etc. conforme a Figura 01.

Figura 01: Consulta de profissional registrado no Sistema CONFEA/CREA.

Fonte: O autor

42
Introdução à Engenharia Civil
Unidade III

3.2 CREA
Os CREAs (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) são entidades
estaduais e constituem a manifestação regional do Conselho Federal de Engenharia
e Agronomia (CONFEA), sendo responsáveis pela fiscalização do exercício das
profissões das áreas tecnológicas em âmbito regional.
O CREA é responsável pela verificação, orientação e fiscalização do
exercício profissional, com a missão de defender a sociedade da prática ilegal das
atividades abrangidas pelo sistema CONFEA/CREA.

É muito importante que o profissional saiba a


legislação da sua área, e essas informações podem
ser acessadas facilmente através do site do CREA.

Que tal conhecer um pouco mais sobre o CREA da


sua região? Basta acessar a página do CONFEA:
(http://www.confea.org.br/). Logo no cabeçalho,
você poderá ser direcionado para o site do CREA
da regional desejada, selecionando somente o
estado, conforme a Figura 02.

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade III

Figura 02: Acesso às plataformas dos CREA’s.

Fonte: O autor

Você conhece o trabalho do CREA realizado em


sua região? Faça alguns comentários acerca do que
você acredita que poderia ser melhorado em
relação à atuação desse importantíssimo conselho.
Procure conversar com os profissionais atuantes na
área para apresentar seu parecer.

3.3 Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)


A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) é um documento que
abrange informações úteis para o profissional, para a sociedade, para o contratante
e, ainda, auxilia a verificação do efetivo exercício profissional e da execução das
atividades técnicas. Todo serviço prestado por algum profissional envolvido pelo
sistema CONFEA/CREA fica sujeito à ART, de acordo com a Lei nº 6.496/77.

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade III

Conforme CREA (2016), para o profissional, o


registro é importante porque garante os direitos
autorais; comprova a existência de um contrato,
principalmente em caso de contratação verbal;
garante o direito à remuneração, pois pode ser
usado como comprovante de prestação de serviço;
define o limite das responsabilidades, respondendo
o profissional apenas pelas atividades técnicas que
executou. Ainda sobre os benefícios da ART, vale
destacar que esse documento indica para a
sociedade os responsáveis técnicos pela execução
de obras ou prestação de quaisquer serviços
profissionais referentes à área tecnológica, assim
como as características do serviço contratado.

Ainda conforme CREA (2016), para o consumidor, a ART serve como um


instrumento de defesa, pois formaliza o compromisso do profissional com a
qualidade dos serviços prestados. Em casos de sinistros, identifica individualmente os
responsáveis, auxiliando na confrontação das responsabilidades junto ao Poder
Público. Isso explica porque em serviços que envolvem trabalho em equipe
(multidisciplinares ou da mesma modalidade) cada profissional deve registrar
individualmente a ART, como responsável, coautor ou corresponsável, em sua área
de atuação.
Quanto ao tipo de responsabilidade técnica, destacaremos duas:
– Obra/Serviço: responsabilidade relativa à execução de obras ou prestação
de serviços (desenvolvimento de projetos, consultorias, etc.);
– Cargo ou Função: responsabilidade técnica relativa ao vínculo com pessoa
jurídica para desempenho de cargo ou função técnica em uma empresa, por
exemplo.

Na Figura 03, a seguir, apresentamos uma ART completa e, posteriormente,


comentaremos sobre os campos de preenchimento.

45
Introdução à Engenharia Civil
Unidade III

Figura 03: Anotação de Responsabilidade Técnica.

Fonte: O autor

46
Introdução à Engenharia Civil
Unidade III

Analisando a Figura 03, observamos que o campo 1 da ART é referente aos


dados do responsável técnico pelo serviço prestado. Esse campo contempla desde
a titulação até o registro nacional no CONFEA. No campo 2 são apresentados os
dados do contrato/contratante, onde constam os dados básicos como nome
completo, CPF e residência. Já o campo 3 indica os dados da obra/serviço prestado,
ou seja, esse campo identifica o local onde será realizado o empreendimento que
irá ser projetado ou executado. O campo 4 indica o tipo de atividade técnica que
será desenvolvida; no modelo apresentado, trata-se de um levantamento
arquitetônico (“as built”) de uma edificação em alvenaria para fins comerciais. Nos
itens 5 e 6 são apresentadas observações e declarações referentes ao
empreendimento. No campo 7 indica-se a entidade de classe da qual o Engenheiro
Civil faz parte; nesse caso, trata-se da Associação Varginhense de Engenheiros e
Arquitetos. O item 8 contempla as assinaturas do contratado (Engenheiro Civil
responsável técnico) e o contratante (cliente), bem como o local e a data onde foi
celebrado o contrato. O campo 9 traz algumas outras informações relevantes,
como por exemplo, torna claro o fato de que a ART somente terá validade quando
quitada, que sua autenticidade pode ser verificada no site do CREA ou CONFEA e
que a guarda das vias assinadas é de responsabilidade do cliente e do responsável
técnico. Em um último momento, esse item ainda apresenta informações referentes
ao valor do empreendimento e áreas de atuação; no estudo apresentado, a ART
referiu-se ao “as built” e ao projeto de prevenção e combate a incêndio e pânico.

Você sabe o que é uma entidade de classe? Que tal


pesquisar se na sua cidade ou região há alguma
entidade ou associação de classe voltada à
Engenharia e descobrir qual a sua
representatividade?

47
Introdução à Engenharia Civil
Unidade III

3.4 O código de ética no exercício da profissão


O Código de Ética referente às profissões abrangidas pelo sistema
CONFEA/CREA é adotado pela resolução n° 1.002, de 26 de novembro de 2002;
e, conforme é apresentado nesse mesmo documento, “um ‘código de ética
profissional’ deve ser resultante de um pacto profissional, de um acordo crítico
coletivo em torno das condições de convivência e relacionamento que se
desenvolve entre as categorias integrantes de um mesmo sistema profissional,
visando uma conduta profissional cidadã”.
Portanto, fica evidente que uma conduta ética não tem como princípios
simplesmente questões de caráter técnico ligado às Engenharias, mas também há
uma grande preocupação social com foco na formação do Engenheiro como
cidadão, zelando pelo bem estar da sociedade, desenvolvendo práticas legais, com
eficiência, segurança nos procedimentos, etc.

Que tal conhecer um pouco mais sobre a resolução


n° 1.002 de 26 de novembro de 2002 (Código de
Ética Profissional da Engenharia, da Agronomia, da
Geologia, da Geografia e da Meteorologia)? Procure
analisar os direitos e deveres do profissional e
correlacioná-los com a prática desenvolvida em sua
região.

Termino esta unidade do guia de estudos falando de ética profissional. Ao


final do curso, quando tiverem trilhado todo o caminho e atingido o objetivo final
de se tornarem engenheiros civis, farão o seguinte juramento:
“Juro, diante de Deus e da sociedade que farei uso do meu trabalho, que
conduzirei meus esforços profissionais com a máxima responsabilidade e respeito
humano. Juro, no exercício das funções de Engenheiro Civil, só executar atos
ditados pela consciência do meu dever, honrar os ensinamentos que recebi,
cooperar sempre para o desenvolvimento da ciência, e fazer tudo quanto em mim
couber pela grandeza moral, social e material do Brasil”.

48
Introdução à Engenharia Civil
Unidade III

O juramento acima, apesar de breve, expressa de forma consciente como


um Engenheiro Civil deve se portar no exercício de suas funções e também no
decorrer de sua vida como cidadão.

49
Introdução à Engenharia Civil
IV
Unidade IV – Responsabilidades,
Habilidades e Competências do
Engenheiro Civil

Objetivos da Unidade

 Apresentar ao aluno os conceitos fundamentais ligados à


responsabilidade social do engenheiro civil.
 Apresentar as habilidades e competências exigidas pelas
Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Engenharia.

Plano de Estudos

 Ciclo 04
 Atividade Exercício Individual
 Título: Responsabilidades do Engenheiro Civil

50
Introdução à Engenharia Civil
Unidade IV

Podemos afirmar que todo trabalho desenvolvido pelo engenheiro civil


objetiva o bem estar da sociedade, ou seja, o homem torna-se o beneficiário do
trabalho dos profissionais ligados à área.
Para que um serviço de Engenharia seja prestado, é firmado um “pacto”
entre o contratado (engenheiro) e o contratante (cliente). Conforme vimos na
unidade anterior, tal “pacto” é firmado por meio de um documento conhecido
como ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) e isto é fundamental para a
compreensão tanto das relações éticas estabelecidas entre ambos, como das
obrigações e, por consequência, das responsabilidades de cada uma das partes.
Neste contexto nos surge uma série de questionamentos que serão
desenvolvidos ao longo da presente unidade:
- Qual seria o conceito de ética para a Engenharia Civil?
- Quais são nossas responsabilidades e obrigações como prestadores de
serviços técnicos?

4.1 Ética, obrigação, dever e responsabilidade


Conforme Pusch (2010), a Ética é, antes de tudo, o resultado de um pacto
coletivo, no qual as pessoas, declarada ou tacitamente, estabelecem
consensualmente os valores comuns e as normas de conduta a serem observadas
pelo indivíduo. A obrigação contratual é também resultado de um pacto entre
partes, para o alcance de um objeto de interesse comum.
As relações interpessoais são fontes geradoras de obrigações e, para tanto,
podemos caracterizar obrigação como definido por Pusch (2010) como sendo a
relação pela qual alguém deve dar, fazer ou se abster de fazer algo para outrem. Já
o dever se enquadraria como uma ação voluntária de pagamento da prestação de
uma obrigação.
Conforme propõe Shebalj (2008), a responsabilidade é a qualidade de
responsável, que responde por atos próprios ou de outrem, que deve satisfazer os
seus compromissos ou de outrem.
No âmbito profissional da Engenharia surge ainda uma nova designação de
responsabilidade, a chamada responsabilidade técnica que é a responsabilidade

51
Introdução à Engenharia Civil
Unidade IV

decorrente da não prestação de dever de arte, ofício ou profissão técnica que


cause lesão a direito ou dano a terceiro (PUSCH, 2010).

Que tal acompanhar a leitura do guia de estudos


juntamente com o “Caderno do CREA n°1 – Ética e
Responsabilidade Profissional” do arquiteto Jaime
Pusch?

Pusch (2010) propõe um problema idealizado prático do cotidiano da


Engenharia Civil que nos ajuda a concretizar os conceitos explorados neste tópico:
“Um mestre de obras imprudentemente descalça uma laje ainda não curada.
Ela vem a ruir, atingindo um passante. O mestre é responsável direto pelos danos
materiais causados ao proprietário do edifício, pelos danos pessoais causados ao
transeunte e criminalmente também responde pelas lesões corporais nele causadas.
Por agir com imprudência, não tem dolo, uma vez que não desejou o resultado.
Responderá também o profissional, engenheiro ou arquiteto, que, por negligência,
omitiu-se na orientação ao mestre, impedindo-o de tomar procedimento
tecnicamente não recomendado. O profissional tem a chamada culpa in eligendo,
por haver encarregado o serviço a um mestre de obras incapaz de tomar
procedimentos técnicos adequados e in vigilando por não os ter supervisionado.”.
Portanto, observamos que a responsabilidade técnica assumida por um
serviço de Engenharia é grandiosa e, caso ocorra um sinistro, conforme evidenciado
na situação problema apresentada acima, tais questões são respondidas
judicialmente. Observe que houve um ato ilícito, ou seja, por negligência do
engenheiro civil responsável pela execução do empreendimento, o mestre de obras
assumiu uma competência que não lhe era cabida e por imperícia o responsável
técnico não estava acompanhando a ação executada.
Para evidenciarmos o exposto acima, apresentaremos um estudo de caso
real a seguir.

52
Introdução à Engenharia Civil
Unidade IV

4.2 Sinistro do edifício Real Class – breve estudo de caso


O edifício Real Class (Figura 01) era um prédio residencial com 34
pavimentos (aproximadamente 104 metros de altura) que estava sendo executado
em Belém no Estado do Pará e que entrou em colapso no dia 29 de janeiro de
2011. Três pessoas morreram com o desabamento do edifício.

Figura 01: Edifício Real Class em execução e após o sinistro.

Fonte: HTTP://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html

53
Introdução à Engenharia Civil
Unidade IV

Mediante o ocorrido, o CREA - PA solicitou um laudo para que se


pudessem descobrir as causas do sinistro e os responsáveis pelo mesmo. O laudo
apresentado em 11 de março de 2011 relatou o seguinte:

“- O concreto e o aço empregados na estrutura apresentavam resistências


compatíveis com as recomendadas pelas normas brasileiras;

- As fundações foram corretamente projetadas considerando-se as cargas


informadas no projeto estrutural;

- Considerando as recomendações normativas para dimensionamento de estruturas


de concreto, para carregamentos verticais e para o vento, observou-se que o
projeto estrutural não atendia tais recomendações, sendo a situação mais crítica
referente à atuação do vento;

- Para a situação de colapso, caso de construção, observou-se que as fundações


apresentavam resistência significativamente superior, descartando-se a hipótese de
que o colapso tenha se iniciado por esgotamento de sua capacidade resistente;

- Ainda para o caso de construção, verificou-se que diversos pilares no nível do


pavimento térreo não apresentavam resistência compatível com os esforços
atuantes, com alguns apresentando ruptura brusca, sem avisos (fissuras);

- Sendo assim, esta equipe concluiu que o colapso ocorreu por problemas de
concepção estrutural e que o colapso do edifício ocorreu quando a estrutura foi
submetida a uma combinação elevada de carregamentos verticais e horizontais."

A Figura 02, a seguir, apresenta um resumo do laudo apontado pelo CREA – PA.

54
Introdução à Engenharia Civil
Unidade IV

Figura 02 – Resumo do laudo apontado pelo CREA – PA.

Fonte: http://noticias.orm.com.br/

Desta forma evidenciou-se que houve falhas na concepção estrutural do


edifício e no cálculo estrutural, ou seja, negligência técnica por parte do projetista da
superestrutura, especialmente no tocante ao efeito da ação do vento no prédio,
levando o mesmo à ruína quando fora submetido a elevados carregamentos. O
engenheiro civil responsável pelo projeto estrutural teve o seu registro no
CONFEA cancelado e, por decisão judicial, pena de três anos e 20 dias de
detenção que será revertida em prestação de serviços à comunidade.

55
Introdução à Engenharia Civil
Unidade IV

Assista à entrevista com o Prof. Manoel Diniz Peres,


um dos peritos que desenvolveu o laudo referente
ao desabamento do edifício Real Class, basta acessar
o seguinte link:
https://www.youtube.com/watch?v=50DCdkAOVJY

4.3. Habilidades e competências que o Engenheiro Civil deve possuir


Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN’s) do Curso de
Graduação em Engenharia (RESOLUÇÃO CNE/CES 11, DE 11 DE MARÇO DE
2002), em seu artigo 4°, a formação do engenheiro tem por objetivo dotar o
profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes
competências e habilidades gerais:
I - aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e
instrumentais à engenharia;
II - projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados;
III - conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos;
IV - planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de
engenharia;
V - identificar, formular e resolver problemas de engenharia;
VI - desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas;
VI - supervisionar a operação e a manutenção de sistemas;
VII - avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas;
VIII - comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica;
IX - atuar em equipes multidisciplinares;
X - compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais;
XI - avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e
ambiental;
XII - avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia;
XIII - assumir a postura de permanente busca de atualização profissional.

56
Introdução à Engenharia Civil
Unidade IV

Observa-se claramente a preocupação por parte das DCN’s de formar o


futuro engenheiro com preparo não somente para quesitos técnicos mas, também
com condições de desenvolver trabalhos em equipes multidisciplinares, de
comunicar-se de maneira eficiente e com preocupação social e ambiental,
pautando-se sempre nas questões éticas e de responsabilidade profissional.

Que tal procurar saber um pouco mais sobre as


Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Graduação em Engenharia (RESOLUÇÃO
CNE/CES 11, DE 11 DE MARÇO DE 2002)?

57
Introdução à Engenharia Civil
V Unidade V – Projetos de
Edificações

Objetivos da Unidade

 Apresentar ao aluno os principais projetos necessários para o


desenvolvimento de edificações;
 Apresentar noções básicas sobre o levantamento quantitativo de
materiais de uma residência popular.

Plano de Estudos

 Ciclo 05
 Atividade Exercício Individual
 Título: Levantamento Quantitativo de Materiais

58
Introdução à Engenharia Civil
Unidade V

Podemos dizer que projeto corresponde à representação gráfica do


empreendimento que deverá ser executado em campo (obra).
O Engenheiro Civil está habilitado a desenvolver/coordenar uma série de
projetos em todas as áreas de atuação (Geotecnia, Transportes, Hidráulica etc.),
porém, no âmbito de edificações residenciais e comerciais, podemos destacar
basicamente: projeto arquitetônico, projeto estrutural, projeto de instalações
hidráulicas, projeto de instalações sanitárias e projeto de instalações elétricas (baixa
tensão).
Para discutirmos sobre todos estes projetos citados anteriormente e
entendermos a finalidade de cada um, vamos nos apoiar em um estudo de caso
que será apresentado a seguir.

5.1 O estudo de caso


O estudo de caso que será abordado trata-se de uma edificação comercial
(academia) com dois pavimentos, área construída de aproximadamente 368,94 m²,
estrutura em concreto armado e alvenaria em bloco de argamassa e bloco
cerâmico.
A Figura 01, a seguir, apresenta a uma imagem da maquete eletrônica da
edificação.

Figura 01: Maquete eletrônica do estudo de caso.

Fonte: O autor.

59
Introdução à Engenharia Civil
Unidade V

5.2 Projeto arquitetônico


O projeto arquitetônico ou também chamado de projeto de arquitetura
representa a concepção do empreendimento a ser executado. A partir deste
projeto que os demais serão desenvolvidos. Basicamente, o projeto arquitetônico
contempla os seguintes desenhos: planta baixa (Figura 02), corte (Figura 03), planta
de situação, planta de locação, planta de cobertura, fachadas (Figura 04, carimbo
(legenda), quadro de esquadrias e quadro de áreas.

Figura 02: Planta baixa do térreo e do primeiro pavimento.

Fonte: O autor.

60
Introdução à Engenharia Civil
Unidade V

Figura 03: Corte longitudinal.

Fonte: O autor.

Figura 04: Fachada frontal.

Fonte: O autor.

61
Introdução à Engenharia Civil
Unidade V

5.3 Projeto estrutural


O projeto estrutural apresenta os resultados do cálculo estrutural, ou seja, o
detalhamento dos elementos estruturais (fundação, pilares, vigas, lajes etc.). A Figura
05 apresenta uma maquete do projeto estrutural.

Figura 05: Maquete do projeto estrutural.

Fonte: O autor.

Basicamente, o projeto estrutural contempla os seguintes desenhos: planta


de fundação e detalhamento dos elementos de fundação (Figura 6), detalhamento
de pilares (Figura 7), vigas (Figura 8), lajes, escadas e quadro resumo de materiais.

62
Introdução à Engenharia Civil
Unidade V

Figura 06: Planta de fundação e detalhamento dos elementos de fundação.

Fonte: o autor.

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Introdução à Engenharia Civil
Unidade V

Figura 07: Detalhamento de pilares e resumo de aço.

Fonte: O autor.

Figura 08: Detalhamento de vigas.

Fonte: O autor.

64
Introdução à Engenharia Civil
Unidade V

5.4 Projeto de instalações hidrossanitárias


O projeto de instalações hidrossanitárias representa o detalhamento do
conjunto de tubulações, de canalizações, aparelhos, conexões, peças especiais e
acessórios destinados ao suprimento de água ou ao afastamento de águas servidas
ou pluviais dos prédios, desde a ligação à rede pública de água até o retorno ao
coletor público de esgotos ou o sistema individual de tratamento e também o
encaminhamento das águas pluviais à rede pluvial da rua (PRO BUILD
ENGENHARIA LTDA., 2016).
Basicamente, o projeto hidrossanitário contempla os seguintes desenhos:
planta baixa indicando as tubulações (Figura 9), quadro de legendas e símbolos,
detalhes isométricos (Figura 10) etc.

Figura 09: Planta baixa com indicação das tubulações.

Fonte: o autor.

65
Introdução à Engenharia Civil
Unidade V

Figura 10: Detalhe isométrico.

Fonte: o autor.

5.5 Projeto de instalações elétricas


O projeto de instalações elétricas representa o planejamento da instalação
com todos os seus detalhes. Basicamente, contempla os seguintes desenhos: planta
baixa com a indicação dos circuitos (Figura 11), diagrama trifilar e quadro de cargas
(Figura 12).

66
Introdução à Engenharia Civil
Unidade V

Figura 11: Planta baixa com indicação dos circuitos.

Fonte: o autor.

Figura 12: Quadro de cargas.

Fonte: o autor.

67
Introdução à Engenharia Civil
Unidade V

5.6 Noções básicas de levantamento quantitativo de materiais – estudo de caso


O levantamento quantitativo consiste basicamente em mensurar a
quantidade dos materiais que serão utilizados para a execução de determinado
empreendimento. É importante observar que, para que isso seja realizado,
precisamos de todos os projetos da edificação em mãos.
Este item será explorado no nosso estudo de caso, logo a seguir.

68
Introdução à Engenharia Civil
Estudo de Caso

Para explorarmos os conceitos especialmente explorados na unidade V


(Projeto de edificações) apresentaremos um estudo de caso de uma edificação
popular a qual faremos o levantamento quantitativo de alvenaria, revestimentos,
telhas e laje.
A edificação que será nosso estudo de caso possui área total construída de
44,60 m² e alvenaria em blocos de argamassa. A seguir apresentamos os desenhos
necessários.

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Introdução à Engenharia Civil
Estudo de Caso

Figura 01: Planta baixa.

Fonte: o autor.

70
Introdução à Engenharia Civil
Estudo de Caso

Figura 02: Quadro de esquadrias.

Fonte: o autor.

Figura 03: Corte BB.

Fonte: o autor.

71
Introdução à Engenharia Civil
Estudo de Caso

Para ficar claro os conceitos que serão expostos


neste tópico é importante que você nos acompanhe
seguindo o folheto “Mãos à obra” da Associação
Brasileira de Cimento Portland, disponível em:
http://www.lafarge.com.br/M_OBRA_sem_logo.pdf

Consumo: 13 blocos/m²
Indicar a quantidade de blocos tradicionais e de canaleta (para fazer a cinta de
amarração).

1 – Roteiro para o levantamento quantitativo de alvenaria


a) Cálculo da metragem linear de parede: observando a planta baixa
encontraremos uma metragem linear de paredes de aproximadamente 36,85
metros.
b) Sabemos que o bloco de argamassa tem 39 cm de comprimento,
portanto, dividindo a metragem linear total de parede por 39 cm, teremos a
quantidade de blocos do tipo canaleta para a realização da cinta de amarração
(aumente o valor obtido em 5% devido a quebras e perdas de blocos). Portanto:

36,85
. 1,05  100 blo cos canaleta
0,39

Serão necessários aproximadamente 100 blocos do tipo canaleta para a


execução da cinta de amarração.

c) Cálculo da área das paredes, considerando o pé-direito reduzido de 19


cm (altura da última fiada de blocos – cinta de amarração). Podemos observar pelo
corte BB que o pé direito da edificação é de 2,90 m, portanto:
36,85 . 2,90  0,19  99,86 m²

72
Introdução à Engenharia Civil
Estudo de Caso

d) Calcular a área das esquadrias (portas, janelas etc.). Através da planta


baixa conseguimos saber quais as esquadrias e quantas são. O quadro de esquadrias
nos indica as dimensões das mesmas. Então:
1 Janela 1: - 0,90m²

3 Janelas 2: - 4,50m²
1 Porta 1: - 1,26m²
3 Portas 2: - 4,41m²
Total de portas e janelas: - 11,07m²

e) Subtrair a área de paredes encontrada no item “c” da área de esquadrias


encontradas no item “d”, obtendo dessa forma a área real de parede.

99,86  11,07  88,79 m²

f) Multiplicando-se a área obtida no item “e” por 13 blocos/m² (dado


fornecido no folheto “Mãos à Obra”) encontraremos a quantidade de blocos
necessária para levantar as paredes da nossa edificação (aumente o valor obtido em
5% devido a quebras e perdas de blocos).

88,79 . 13,0 . 1,05  1212 blo cos


Serão necessários aproximadamente 1212 blocos para a execução das
paredes.

g) Observe que acima da laje de cobertura temos uma parede de 2,26 m


que tem como função dar queda ao telhado para evitar o acúmulo de água no
mesmo (chamado de oitão). Devido a isso são formadas outras duas paredes ao
lado no formato de triângulo e uma parede retangular ao fundo. Basta calcular as
áreas destas, multiplicar por 13 blocos/m² e acrescer 5% o número de blocos e
somar com a quantidade obtida no item “f”.

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Introdução à Engenharia Civil
Estudo de Caso

 2,26 . 6,45  
 . 2   7,45 . 2,26 . 13,0 . 1,05  429 blo cos
 2  

Serão necessários aproximadamente 429 blocos para a execução dos


oitões.

2 – Roteiro para o levantamento quantitativo de revestimentos

Revestimento externo:

a) Calcular a metragem linear de parede que tem face voltada para o lado de fora e
multiplicar pela altura do pé-direito;

b) Subtrair a área encontrada das áreas das esquadrias (nas paredes externas);

c) Obtida a área, basta multiplicar pela espessura para encontrarmos o volume de


revestimento;

74
Introdução à Engenharia Civil
Estudo de Caso

d) Obtida a área, basta dividir pelo rendimento respectivo e obteremos o número


de sacos de cimento para cada aplicação e somá-los.

Seguindo o roteiro acima teremos que:

- Metragem Total de Paredes Externas: 6,45 + 7,45 + 3,00 + 1,00 + 3,45 +


6,45 = 27,80 m

Multiplicando pelo pé-direito: 27,80 x 2,80 = 77,84m²

Diminuindo 2 Portas P2 e as 4 Janelas: 77,84m² - 8,34m² = 69,50m²

Somando à área dos oitões (acima da laje) = 69,50 + 31,41 = 100,91m²

- Área para o cálculo do revestimento externo: 100,91m²

- Chapisco: 1 saco de cimento para cada 30m², então: 100,90 : 30 = 3,63 sacos de
cimento.

- Emboço: 1 saco de cimento para cada 17m², então: 100,90 : 17 = 5,93 sacos de
cimento.

- Reboco: 1 saco de cimento para cada 35m², então: 100,90 : 35 = 2,88 sacos de
cimento.

Considerando revestimento de 2,0 cm de espessura teremos um volume de


argamassa para o revestimento externo de:
100,91 . 0,02 . 1,05  2,12 m³
O total de sacos de cimento será de:
3,63  5,93  2,88 . 1,05  13 sa cos

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Introdução à Engenharia Civil
Estudo de Caso

Revestimento interno:

a) Calcular a área útil das lajes;

b) Obtida a área, basta multiplicar pela espessura para encontrarmos o volume de


revestimento;

c) Obtida a área, basta dividir pelo rendimento respectivo e obteremos o número


de sacos de cimento para cada aplicação e somá-los.

Seguindo o roteiro acima teremos que:

- Metragem das paredes internas, por cômodos:


WC Suíte: 3,00 + 3,00 + 2,00 + 2,00 = 10,0 m

Suíte: 3,00 + 3,00 + 3,50 + 3,50 = 13 m

Cozinha: 3,00 + 4,00 + 1,50 + 3,45 = 11,95 m

Sala: 3,15 + 3,50 + 2,70 + 1,00 = 10,35 m

- Metragem total das paredes internas = 45,30 m

- Multiplicando pelo pé direito: 45,30 x 2,80 = 126,84 m²

- Subtraindo as 4 portas e 4 janelas: 126,84m² - 11,07m² = 115,77m²

- Área das lajes:


WC Suíte = 6,00m²

Suíte = 10,50m²

Sala = 9,45m²

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Introdução à Engenharia Civil
Estudo de Caso

Cozinha = 12,40m²
Área total de laje a revestir = 38,35m²

- Chapisco: 1 saco de cimento para cada 30m², então: 154,12 : 30 = 5,14 sacos de
cimento.

- Emboço: 1 saco de cimento para cada 17m², então: 154,12 : 17 = 9,07 sacos de
cimento.

- Reboco: 1 saco de cimento para cada 35m², então: 154,12 : 35 = 4,40 sacos de
cimento.

Considerando revestimento de 1,5 cm de espessura teremos um volume de


argamassa para o revestimento interno de:
154,12 . 0,015 . 1,05  2,43 m³
O total de sacos de cimento será de:
5,14  9,07  4,40 . 1,05  20 sa cos

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Introdução à Engenharia Civil
Estudo de Caso

3 – Roteiro para o levantamento quantitativo de telhas

a) Calcular a área de projeção da cobertura;

b) Multiplicando a área de projeção pelo consumo de telhas obtemos a quantidade


de telhas (acrescer em 5%).

Seguindo o roteiro acima, temos que:

Calcular o quantitativo de telhas.


A área total do telhado será, considerando um beiral de 50,0 cm no
entorno da edificação:

8,15 . 8,15  4,70 . 1,50  73,47 m²


Considerando telhado cerâmico com consumo de 18 telhas/m² de projeção
de telhado, temos:
73,47 . 18,0 . 1,05  1389 telhas

4 – Roteiro para o levantamento quantitativo de lajes

a) Calcular a área de projeção da laje;

b) Multiplicando a área de projeção pela espessura de capeamento obteremos o


volume de concreto necessário.

A área construída da edificação corresponde à área total de laje, ou seja,


44,60 m². Considerando laje treliçada com capeamento de 4,0 cm, temos que:

44,60 . 0,04 . 1,05  1,87 m³


O volume de concreto aplicado no capeamento será de 1,87 m³.

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Introdução à Engenharia Civil
Estudo de Caso

5 – Quadro resumo de quantitativos

Item Insumo Quantidade Unidade


Blocos tradicionais 1212 un
Alvenaria
Blocos tipo canaleta 100 un
Argamassa 4,55 m³
Revestimento
Cimento 33 un
Telhas Telhas 1389 un
Laje treliçada 44,60 m²
Laje
Concreto 1,87 m³

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Introdução à Engenharia Civil
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Introdução à Engenharia Civil

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