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especialista neste ou naquele ramo da Ciência, mas tinha cultura científica, espírito
científico. A propósito deste assunto, o escritor e jornalista espírita Deolindo Amorim,
num de seus artigos dedicados ao Codificador, assim se expressa: Allan Kardec
revela-se, em tudo por tudo, um homem de espírito científico pela sua própria
natureza... Todas as condições indispensáveis ao espírito científico nele estão, sem
tirar nem pôr, como diz o jargão habitual: em primeiro lugar, a serenidade com que
encarou os fatos mediúnicos, com equilíbrio imperturbável, sem negar nem afirmar
aprioristicamente; em segundo lugar, o domínio próprio a fim de não se entusiasmar
com os primeiros resultados; em terceiro lugar, o cuidado na seleção das
comunicações; em quarto lugar, a prudência nas declarações, sempre com a
preocupação de evitar divulgação precipitada de fatos ainda não de todo examinados
e comprovados; em quinto lugar, finalmente, a humildade, que é também uma
condição do espírito científico, interessado na procura da verdade, antes e acima de
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tudo . E foi esse espírito científico que o secundou, todo o tempo, no cumprimento
da sua missão de Codificador da Doutrina Espírita.
1. O Espiritismo e a Ciência
A respeito do caminho das induções – percorrido pela Doutrina Espírita –, Herculano Pires,
em seu livro O Espírito e o Tempo, infere que é a partir da observação dos fatos positivos que o
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Espiritismo chega às realidades extrafísicas . Em A Gênese, diz-nos o Codificador: Não foram os
fatos que vieram a posteriori confirmar a teoria: a teoria é que veio subseqüentemente explicar e
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resumir os fatos . Fica, assim, a estrutura lógica do Espiritismo caracterizada como de natureza
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indutiva .
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No entanto, o processo dedutivo está igualmente consagrado na Doutrina
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Espírita , já que o método científico exige que se combinem indução e dedução. São
palavras de Kardec: nunca elaborei teorias preconcebidas; observava
cuidadosamente, comparava, deduzia conseqüências; dos efeitos procurava remontar
às causas, por dedução e pelo encadeamento lógico dos fatos, não admitindo por
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válida uma explicação, senão quando resolvia todas as dificuldades da questão . As
idéias do homem estão na razão do que ele sabe; como todas as descobertas
importantes, a da constituição dos mundos [por exemplo] deveria imprimir-lhes outro
curso; sob a influência desses conhecimentos novos, as crenças se modificaram; o
Céu foi deslocado e a região estelar, sendo ilimitada, não mais lhe pode servir. Onde
está ele, pois? E ante esta questão emudecem todas as religiões. O Espiritismo vem
resolvê-la demonstrando o verdadeiro destino do homem. Tomando-se por base a
natureza deste último e os atributos divinos, chega-se a uma conclusão; isto quer
dizer que partindo do conhecido atinge-se o desconhecido por uma dedução lógica,
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sem falar das observações diretas que o Espiritismo faculta .