O documento aborda a criação de práticas de controle efetivo para bens
patrimoniais e adoção de medidas de contenção de despesas com a compra desnecessárias de bens que muitas vezes não se adequam as necessidades de desempenho a que as mesmas são expostas durante sua vida útil. Os bens devem ser adquiridos com a intenção de serem bem utilizados e que possuam características de durabilidade em sua utilização prolongada. Os bens devem ser tratados como públicos e não pessoais, essa diferença causa muita variação, visto que alguns servidores municipais têm como entendimento que o bem é de sua propriedade e que o mesmo não pode deixar de ser de seu domínio e transferido. Os bens devem manter suas características de uso bem como sua limpeza e higienização garantindo assim sua vida útil. Quando danificados ou por eventual motivo sofrerem avarias devem ser levados ao setor responsável para realização de manutenção, dada a impossibilidade da reforma, devem ser declarados inservíveis ao uso pelos setores da administração e listados para leilão posterior. Todos os processos de movimentação de bens devem ser motivados e documentados para posterior arquivamento tanto em meio digital como físico dada sua relevância. Todo bem público deve ser qualificado com a importância que lhe é devida garantindo à administração pública a continuidade dos serviços prestados a população e economia para os cofres públicos com o remanejamento dos recursos no desenvolvimento de novos projetos para o bem da população.
Local específico para destinação de Bens
Todo bem público merece atenção especial de conservação e utilização, de
modo especial, a organização dos bens em local adequado deve ser considerada viabilizando sua disponibilidade. Quando extinguida sua vida útil ou mesmo desnecessidade imediata de utilização, os bens devem ser alocados de modo a garantir a continuidade de suas características aparentes, protegidos das intempéries, eventuais ocorrências de roubos e furtos ou mesmo de gerar acidentes. Tudo isso só é possível com a destinação desses bens em local adequado de acesso controlado e separado dos demais itens que não possuem semelhanças em suas características e particularidades. O local deve dispor de espaço suficiente para separação dos bens inservíveis destinados a leilão bem como para bens devolvidos em situação de estoque para eventuais necessidades, vale lembrar a importância de espaço para movimentações internas de separação e triagem bem como a facilidade de acesso para veículos de transporte. Outro ponto a se considerar é a necessidade de local específico para realização de manutenções corretivas de bens, em especial mobiliário, com o objetivo de redução de perdas com compras desnecessárias de bens para reposição. Todas essas medidas contribuem para uma melhor organização dos bens públicos facilitando os trabalhos de listagem para leilões e doações, bem como redução de perdas no valor recuperável garantindo uma melhor avaliação.
Política de Conscientização dos Cuidados com os Bens Públicos
Por definição, Bem Público é aquele destinado a utilização pela população ou
para viabilizar o atendimento de suas necessidades. Os bens destinados a utilização pelos servidores para desenvolvimento de suas atividades tanto de atendimento direto como indiretamente devem ser tratados com a observação das diretrizes de conservação e controle por parte de todos e supervisionados pelo setor de patrimônio. A conscientização da necessidade de tratamento diferenciado garante redução de perdas e valorização do servidor por meio de disposição de recursos necessários ao bom desempenho de suas atividades. Como sugestão, há a necessidade de criação de uma política de conscientização efetiva dos servidores tornando-os multiplicadores da boa prática. A realização de treinamentos e palestras educativas tanto para servidores como para a população poderiam gerar grandes resultados. Só por meio da educação ocorrem melhorias concretas.
Realização de Inventário de Bens Patrimoniais
Uma das diretrizes do controle patrimonial passa pela identificação dos
responsáveis pela guarda e local de destinação dos bens dentro da organização municipal. O inventário geral é considerado um dos mais importantes passos para uma efetiva organização dos bens públicos, processo este que passa pela avaliação das discordâncias de locação e responsabilização dos bens e realização dos devidos acertos. Quando não identificada à localização dos bens as medidas administrativas devem ser tomadas com o propósito de sanar as dúvidas e aplicação de eventuais penalidades. O inventário deve ser encarado como único meio necessário para comprovação dos trâmites realizados pelo setor e reavaliação da comunicação com os demais setores, vale lembrar que todos os procedimentos de transferência de bens só podem ser realizados mediante comunicação das partes interessadas com devida motivação e coerência com a legalidade. A não realização do inventário por qualquer motivo leva a uma situação de descontrole, falta de comprovação de veracidade na geração de relatórios e retrocesso das práticas do setor levando a uma situação de caos. A colaboração por parte de todos é fator primordial para o bom trabalho do inventário, lembrando que a boa prática sempre gera benefícios.
Normatização dos procedimentos patrimoniais
As operações de controle patrimonial devem obedecer a normas e leis
específicas onde precisam ser previstas operações que englobem os atos constantes da rotina do setor visando controle dos ativos permanentes contabilizáveis. De forma paliativa, o setor se baseia em normas de órgãos externos, muitas vezes adaptadas às necessidades reais por não possuir legislação municipal específica que trata de tais assuntos. Para reverter esta situação, foi desenvolvido documento inicial fundamentado nos preceitos oriundos da PORTARIA STN Nº 700, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2014 (SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL) que aprova os Procedimentos Contábeis Patrimoniais que compõem o Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público – MCASP. O setor depende ainda de legislação própria que norteie quanto aos procedimentos e percentuais que serão aplicados dada reavaliação ou depreciação dos bens patrimoniais de modo a atender a legislação federal. Atualmente, o setor se orienta por meio da PORTARIA Nº 448, DE 13 DE SETEMBRO DE 2002 (SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL) no que compete a classificação dos bens permanentes e da PORTARIA Nº 3086/PR/2014 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS) no que compete à determinação de vida útil e valor residual determinantes para efetivação de depreciação ou ainda em reavaliação de bens.