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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS


VILA LEOPOLDINA
RECICLAGEM ARQUITETÔNICA EM UM ANTIGO BAIRRO INDUSTRIAL DA CIDADE DE SÃO PAULO - BRASIL

MESTRE AUTORA: THALITA TEIXEIRA AMBROGI


Arquitetura avançada
Paisaje TUTOR: ALBERTO GARCÍA-BURGOS VIJANDE
Urbanismo ARQUITETURA E HABITAT SUSTENTÁVEL
Projeto
CURSO: 2018 - 2019
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“Não deixe ninguém se enganar, a simplicidade só se consegue com muito trabalho.”


Clarice Lispector
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Em primeiro lugar, quero agradecer aos meus pais que, a milhares de quilómetros de distância, sempre me apoiam e incentivam.
Meu exemplo e meu porto seguro, sem vocês nada seria possível.

Para as pessoas especiais da minha vida. À Alejandra Delgado pelas muitas horas de conversa na minha varanda, debatendo os
possíveis temas, vantagens e desvantagens. Ao Cristian Guevara pela paciência, companhia e pelas pizzas nas noites de trabalho.
A Angel Díaz pelo “apoio técnico” na fase final deste trabalho, pelo carinho e respeito. Ao Tomás Frías pelas inúmeras correções
ortográficas ao longo deste ano – um brasileiro na Espanha e um espanhol no Brasil.

Por último, mas não menos importante, ao meu tutor Alberto Burgos, pelas orientações claras, pelas palestras sugestivas e por toda
atenção recebida.
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

RESUMO

O presente trabalho analisa especificamente a reciclagem de galpões industriais em um bairro do

extremo oeste da cidade de São Paulo (Brasil), que, como muitas cidades contemporâneas, preserva

um grande número de armazéns e antigos edifícios industriais em desuso, resultado da desindustrialização da

a cidade. A Vila Leopoldina, tradicional bairro industrial, vive atualmente um período de mudança de uso. O

a atividade industrial vem abandonando a região, o que cria uma espécie de vazio urbano que permanece

disponível ao interesse de outras atividades econômicas. A parte baixa do bairro, próxima à confluência do

los ríos Pinheiros y Tietê, además del CEAGESP (Empresa de Almacenes Generales de São Paulo), todavía

mantém uma paisagem industrial, o património edificado de armazéns e edifícios industriais desperta

interesse do sector terciário. O principal atrativo da região é sua eficiente rede de transportes. O bairro

Está localizada na Marginal Pinheiros, via urbana de caráter regional que faz ligação com as principais rodovias.

estado, além de ser atendida por linhas de trem (CPTM). Essas características fazem da região um

ponto de especial interesse para empresas do setor audiovisual. Há uma concentração crescente

de estúdios, produtoras e agências de propaganda que vêm consolidando o processo de formação do

centro audiovisual do estado de São Paulo. Os antigos armazéns industriais proporcionam amplos espaços,

Robusto e flexível para intervenções arquitetônicas.

Esse fenômeno começou na década de 2000 e vem se consolidando desde então. O novo público

fez surgir novos restaurantes e bares, alguns dos quais também reciclaram

armazéns antigos ou pequenos armazéns existentes, construindo espaços sugestivos e tornando-nos

refletir sobre a importância da reciclagem da arquitetura em galpões industriais e seus mais diversos Palavras-chave: Reciclagem de arquitetura;

posibilidades. navio Industrial; armazéns; paisagem industrial;

reuso; a infraestrutura.
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

RESUMO

Este trabalho analisa especificamente a reciclagem de edifícios industriais em um bairro do extremo oeste

da cidade de São Paulo (Brasil), que, como muitas outras cidades contemporâneas, mantém uma grande

quantidade de armazéns abandonados e antigos edifícios industriais, fruto da desindustrialização da cidade. O

A Vila Leopoldina, tradicional distrito industrial, vive atualmente um período de mudança de uso. Atividade industrial

sai da região, criando uma espécie de vazio urbano que fica à disposição do interesse alheio

atividades económicas. A parte baixa do bairro, próxima à confluência dos rios Pinheiros e Tietê, além da

A CEAGESP (Empresa de Almacenes Generales de São Paulo), ainda mantém uma paisagem industrial, o patrimônio

construída de armazéns e edifícios industriais desperta o interesse do setor terciário. A principal atração do

região é dada pela sua rede de transporte eficaz. O bairro está localizado na Marginal Pinheiros, rua urbana de

de caráter regional e que se conecta com as duas principais rodovias estaduais, além de ser atendida por linhas do

trem (CPTM). Essas características fazem da região um ponto de especial interesse para empresas do setor

audiovisual Há uma concentração crescente de estúdios, produtoras e agências de publicidade que vendem

consolidando o processo de formação do pólo audiovisual do estado de São Paulo. Os antigos edifícios industriais

proporcionam espaços amplos, robustos e flexíveis para intervenções arquitetônicas.

Esse fenômeno começou na década de 2000 e vem se consolidando desde então. O novo público fez

que surgiram novos restaurantes e bares, alguns dos quais também reciclaram armazéns antigos ou pequenos

armazéns existentes, construindo espaços sugestivos e fazendo-nos refletir sobre a importância da reciclagem

da arquitetura em edifícios industriais e suas mais diversas possibilidades.


Palavras-chave: Reciclagem de arquitetura;

indústria industrial; armazéns; paisagem industrial;

reuso; a infraestrutura
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

ABSTRATO

Este artigo analisa especificamente a reciclagem de edifícios industriais em um bairro de extrema

esquerda da cidade de São Paulo (Brasil). Como muitas cidades contemporâneas, possui uma grande quantidade de armazéns e

antigos edifícios industriais não utilizados, resultados da desindustrialização da cidade. Vila Leopoldina, tradicional

bairro industrial, vive atualmente um período de mudança de uso. A atividade industrial tem

vem saindo da região, criando uma espécie de vazio urbano que fica disponível para outras atividades econômicas. O

área próxima à confluência dos rios Pinheiros e Tietê, além do CEAGESP (Armazéns Gerais

Empresa de São Paulo), ainda mantém uma paisagem industrial, o legado construído de armazéns e instalações industriais

edificações desperta os interesses do setor terciário. A principal atração da região é o seu eficiente sistema de transporte.

O bairro está localizado na Marginal Pinheiros, estrada regional que liga as principais rodovias estaduais, ao lado

sendo atendida pela linha de trem (CPTM). Estas características fazem da região um ponto de especial interesse para

empresas audiovisuais. Há uma concentração crescente de estúdios, produtoras de cinema e agências de publicidade

que estão consolidando e concentrando o mercado audiovisual do estado de São Paulo. A velha indústria

os edifícios proporcionam espaços amplos, robustos e flexíveis para intervenções arquitetônicas.

Esse fenômeno começou na década de 2000 e vem se fortalecendo desde então. O novo público fez

surgem restaurantes e bares nas redondezas e alguns deles também reciclaram antigos armazéns ou

pequenos edifícios industriais, criando espaços interessantes que nos fazem refletir sobre a importância da reciclagem

arquitetura em edifícios industriais e suas diversas possibilidades.

Palavras-chave: Reciclagem de arquitetura; construção


industrial; armazéns; paisagem industrial; reuso; a infraestrutura
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ÍNDICE
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

INTRODUÇÃO 01

01 RECICLAGEM NA ARQUITETURA 05

ECONOMÍA 08

ASPECTO SOCIAL 10

MEIO AMBIENTE 11

02 A RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS 13

A DESINDUSTRIALIZAÇÃO DAS CIDADES 14

EXEMPLOS INTERNACIONAIS 16

UM EXEMPLO BRASILEIRO 29

03 VILA LEOPOLDINA – BREVE HISTÓRIA Y CONTEXTUALIZACIÓN 32

A ORIGEM E SEU CICLO DE VIDA 33

CONTEXTO ATUAL 39

04 VILA LEOPOLDINA – RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS 46

ESCUELA - ESCOLA DE BEACON 48

RESTAURANTE – COMER GASTRONOMIA 64

ASSOCIAÇÃO CULTURAL VIDEOBRASIL 73

NEOGAMA BBH 82

ESTÚDIO PIER 88 90

PRODUTORA PARANOID 98

CONCLUSÕES 108

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 113


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INTRODUÇÃO
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

A Vila Leopoldina é um bairro de origem industrial no extremo oeste da cidade de São Paulo que,

Em um período de pouco mais de um século, foi convertido de um bairro remoto de solo pantanoso às margens

dos principais rios da cidade num bairro dinâmico de profundas e contínuas transformações. Ele

período de atividade quase exclusivamente industrial começou na década de 1920 e tem sido

desenvolveu-se até meados dos anos 80, período não muito longo mas que deixou vestígios

importante na paisagem urbana. O processo de desindustrialização ganhou força a partir da década de 90,

Contudo, o bairro continua a ter características tipicamente industriais devido à permanência de

grandes armazéns, principalmente aqueles vinculados à empresa de armazéns da cidade (Cegaesp).

Nos últimos 30 anos o bairro vem passando pelas transformações mais importantes de sua história.

e que vão alterando progressivamente a sua tipologia. Por um lado, na porção leste, há a pressão do

especulação imobiliária com torres residenciais de alto padrão e grandes empreendimentos privados;

Por outro lado, na porção oeste, há a iminente substituição da Ceagesp que mudará radicalmente o

estrutura do bairro.

Em meio a esse turbilhão de transformações urbanas, destaca-se a reciclagem de galpões

industrial. Este é um processo recente, como indicam os projetos analisados; todos os trabalhos são

últimos 15 anos, sendo o mais antigo 2005. Conceitos relacionados com poupança económica e Ilustración 1 – Imagen aérea de Vila Leopoldina en la
década de 1970. (Fuente: Ceagesp Oficial. “Memorias
Sustentabilidade na arquitetura ganha importância nos debates sobre planejamento urbano em São Paulo e reciclagem Ceagesp”http://ceagespoficial.blogspot.com/2018/12/me
de galpões industriais na Vila Leopoldina ganha força. Somado a isso, o interesse das empresas audiovisuais morias-ceagesp-old-as-it-was-avenue.html)
Ilustração 2 – Imagem aérea da Vila Leopoldina de 2016.
na região converteu dezenas de armazéns industriais em espaços de produção e trabalho, o que (Fuente: Época. “Porque precisamos de mais um bairro hípster en SP”
https://epoca.globo.com/vida/experiencias-digitais/noticia/2016/06/
tiveram seu crescimento impulsionado pela aprovação da Lei Federal nº 12.485 de 2011, que exige que o
por-que-precisamos-de-mais-um-bairro-hipster-em-sao-paulo.html
50% dos programas exibidos no horário nobre são produções nacionais. Com tudo,

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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

Não são apenas as empresas de publicidade ou ligadas ao mundo da produção audiovisual que reciclam

armazéns industriais no bairro. Durante o processo de pesquisa no início deste trabalho foi constatado

a existência de outros usos como escolas, restaurantes e espaços culturais, entre outros.

Para a coleta de dados dessas edificações baseou-se em fontes bibliográficas e na web, que foi concluída

com entrevistas com os autores. Foram analisados levantamentos topográficos, plantas, cortes, fotos.

fotos antigas, fotos de obras, fotos recentes e material submetido para concurso de arquitetura, tudo fornecido

pelos autores dos projetos, além de publicações em sites de arquitetura.

O objetivo deste trabalho é o estudo da reciclagem de galpões industriais na Vila Leopoldina. PARA

Através da análise morfológica dos projetos selecionados, pretende-se identificar as estratégias

técnicas de design e arquitetura aplicadas a exemplos construídos e totalmente operacionais.

A metodologia aplicada para a análise morfológica da reciclagem na Vila Leopoldina baseia-se em

o princípio denominado Shearing Layers of Change, ou seja, as Camadas de Tempo, proposto por F. Duffy1 e

posteriormente complementado por S. Brand2 . As quatro camadas originais são: Estrutura, Instalações,

Distribuição e Mobiliário, às quais foram acrescentadas as camadas Lugar e Pele por S. Brand. Cada um

As camadas têm seu período médio de tempo, progressivamente desde a menos estável, o Mobiliário, até a
Ilustração 3 – Camadas de tempo (Fonte: Denzer,
mais estável ao longo do tempo, o Lugar. Esta abordagem nos permite analisar um projeto a partir de suas camadas, Anthony. “Solar Houses & Preservation: Shearing
Layers” em Solar House History e outras reflexões
que por sua vez refletem a proporcionalidade da energia acumulada, dos investimentos e das alterações num edifício ao longo do tempo. sobre arquitetura, 10 de maio de 2015. http://
solarhousehistory.com/blog/2015/ 5 /9/assim
ao longo do tempo.
lar-casas-adoráveis)

1 Frank Duffy, “Medindo o Desempenho do Edifício” em Instalações, vol. 8 (maio de 1990), 17-20.
2 Steward Brand, “Site, Structure, Skin, Services, Space plan, Suff” en Como os edifícios aprendem: o que acontece depois de construídos (Nueva
Iorque: Penguin Books, 1995).
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

O desmembramento dos navios em camadas permite uma análise profunda e indicativa do

projetos com o objetivo de identificar não só os aspectos construtivos, mas também suas qualidades,

fortalezas e debilidades.

O processo de pesquisa partiu do estudo de premissas relacionadas à sustentabilidade em

arquitetura, como os aspectos sociais, a economia e o meio ambiente, sempre dentro do

contexto da desindustrialização das cidades. Ainda assim, a teoria aplicada neste trabalho está focada

especificamente na reciclagem de galpões industriais e, através da análise de exemplos internacionais de

intervenções deste tipo, pretende promover o debate sobre conceitos arquitectónicos com

valor. História, recuperação da memória, identidade industrial, gestão das temporalidades

as diferenças e a adaptabilidade dos armazéns industriais são conceitos recorrentes nesta análise. Dentro de

Neste contexto, seria possível estabelecer uma relação entre os projetos internacionais analisados e o

projetos na Vila Leopoldina?

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01 RECICLAGEM NA ARQUITETURA
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

Reciclar ou reciclar, segundo a Real Academia Espanhola, é a “ação e efeito da reciclagem” e,

Por sua vez, o verbo reciclar é definido como “submeter um material usado a um processo para que possa ser devolvido”.

usar". Podemos, portanto, presumir que quando falamos de reciclagem arquitetónica, estamos a referir-nos a

reutilizar uma arquitetura pré-existente submetendo-a a um processo que lhe permita um novo ciclo de vida. Em

arquitetura, e suas mais diversas áreas e escalas, o conceito de reciclagem ganha cada vez mais

força entre profissionais e estudiosos da área. Móveis, mobiliário urbano, edifícios, conjuntos de

os edifícios e até os espaços urbanos clamam por renovação, reutilização, reinvenção de si mesmos.

Tendo como diretriz o conceito de reciclagem como proporcionar algo com um novo ciclo, é importante

Estabelecer a diferença entre reciclagem e reforma na arquitetura. Reciclar não é uma simples

renovação ou reutilização de um espaço, sem sentido ou de má qualidade; É uma intervenção

estudado e meticuloso, capaz de destacar o que não foi visto, da capacidade de agregar valor ao que

existente, por mais precária ou sem valor aparente que seja a sua situação atual. Para isso é necessário entender

o contexto da intervenção, o seu lugar, a sua história e a sua morfologia, para que seja possível perceber porquê

completar, ou o mais preciso possível, as linguagens arquitetônicas do objeto de estudo, seu valor no meio ambiente

em que está inserido, seus pontos fracos e fortes. É o projeto que nasce do estudo do que existe,

onde o que existe é primeiro avaliado e depois projetado nele.

Não se trata de intervenções em edifícios históricos protegidos ou de reconhecido valor patrimonial,

É completamente o contrário, é trabalhar com o “lixo”, com o desperdício das cidades, de espaços que já não existem.

servem o seu uso original, edifícios muitas vezes abandonados e em estado de deterioração, estes que podem ser

tão facilmente extintos que ninguém os reivindicaria.

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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

“Cada cidade tem sua história, seus pontos de referência. Não me refiro apenas àqueles

construções que são classificadas como importantes marcos do patrimônio histórico do

nação. Refiro-me, principalmente, aos locais que pertencem à memória da cidade

e que são pontos fundamentais da sua identidade, do sentimento de pertencimento a uma

cidade. Seja uma fábrica, uma antiga parada de bonde ou uma daquelas lojas de conveniência.

comestíveis que tinham tudo exibido ingenuamente. Mas, como não podem mais

recuperar esses espaços ou as atividades antigas, temos que encontrar novos usos,

novas atividades que dão vida à cidade. Não há nada que um bairro goste mais,
3
mesmo para toda uma população, do que a reutilização de um desses espaços.”

Muitas vezes a identidade e a memória dos espaços não são facilmente reconhecíveis à primeira vista.

À primeira vista, você deve estudá-los cuidadosamente e depois destacá-los. Condição que geralmente dificulta

a intervenção de profissionais adeptos dos conceitos de sustentabilidade na arquitetura. O

A questão que muitas vezes vem à mente é por que reciclá-los quando poderíamos simplesmente

eliminá-los?Ou melhor, não seria mais fácil e desejável substituí-los por uma nova obra? Para tentar

Para responder a tais questões poderíamos dividir o conceito de reciclagem arquitetônica em três temas.

relacionados à sustentabilidade: a economia, o aspecto social e o meio ambiente.

3 Jaime Lerner, Acupuntura Urbana, traduzido por José Luis Sánchez e Meritxell Almarza (Barcelona: Instituto de Arquitetura Avançada

Catalunha, 2005), 33.

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ECONOMÍA

Quando pensamos em economia no contexto da sustentabilidade na arquitetura e

construção, referimo-nos, entre outras coisas, à escassez de recursos materiais e à poupança de meios
financeiro.

“A reciclagem é comum quando se fala em escassez. O uso racional de

recursos implica a necessidade de seu uso recorrente. Portanto os conceitos de reciclagem e

reutilização estão intimamente ligados ao conceito mais amplo de Sustentabilidade. Sem

No entanto, o uso indiscriminado e não científico destes conceitos tem


4
tornam-se lugares-comuns de pouco significado concreto e prático”.

Embora haja muita controvérsia sobre a poupança efectiva na reciclagem de edifícios e se é realmente

mais barato reabilitar do que construir uma nova, não se pode negar que a utilização racional dos recursos deve

seja protagonista de uma boa reciclagem. Há casos comprovados de projetos mais caros que o

substituição, ainda não é uma constante absoluta e depende muito da forma como os arquitectos

eles enfrentam o problema. O casal de arquitetos franceses Anne Lacaton e Jean Philippe Vassal vem

trabalhando no conceito de economia e redução de custos.

“A poupança de custos pode hoje ser a forma de criar edifícios excepcionais. Seu interesse

reside no facto de nos fazer questionar sobre a adequação daquilo que nos é pedido. [...]

Ter um orçamento baixo é uma boa desculpa para procurar e propor soluções

4Manuel Lillo Navarro. “Sem recursos. O paradigma da escassez como princípio criativo no projecto arquitectónico” (tese de doutoramento,
Universidade Politécnica de Valência, 2015), 241.
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que não seria pensado se agissemos mais livremente, mas nunca para justificar uma
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resultado ruim por falta de dinheiro.”

A chave do sucesso pode ser a ideia de revitalizar com o mínimo necessário, abrindo o

supérfluo, propor espaços inteligentes e flexíveis ao programa e ao tempo, tendo sempre em mente o

adaptação e mudança ao longo do tempo. Precisamente como aponta Anatxu Zabalbeascoa no seu texto

sobre o “ícone da lixeira”:

«Trata-se de reconverter, de reabilitar com o que é justo. O objetivo é conseguir espaços

flexível, radicalmente transformável. E o segredo: apostar no indefinido e no sustentável,

dois dos critérios que marcam os nossos dias. Assim, o ícone da lixeira não é lixo,

mas começa com pouco mais que um desperdício. Sua matéria-prima são edifícios obsoletos,

pedreiras abandonadas, matadouros abandonados ou qualquer propriedade periférica de


6
presença tão forte quanto, às vezes, irritante.”

Por fim, é importante destacar que você pode e deve aproveitar ao máximo o que existe e

muitas vezes não há necessidade real de grandes rupturas, é possível, por exemplo, compartimentar o

construir e trabalhar apenas com algumas de suas partes. Os envelopes podem se destacar neste

contexto, é possível tratar ou substituir paredes e coberturas, adaptando-se à proposta e revitalizando todo o

definir. Eva Chacón nos conta sobre “trocar de pele”.

5 Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal, Attitud (Barcelona: Gustavo Gili, SL, 2017), 13.
6 Anatxu Zabalbeascoa, “Ícone de Lixo” em Glossário de Reciclagem Urbana, ed. por Elisa Valero (Valência: General de Ediciones de
Arquitetura, 2014), 51.
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“Acção e efeito de modificar total ou parcialmente a envolvente da arquitectura através de

um novo, resultado da melhoria e espessamento interior e/ ou exterior do anterior,


7
“readaptando-o às atuais condições de contorno.”

ASPECTO SOCIAL

O aspecto social é muito amplo e complexo, poderíamos discuti-lo nas mais diversas áreas, mas

Para este trabalho é conveniente defini-la em dois aspectos: memória e identidade. Cada lugar tem sua memória,

nada surgiu do nada e a história está sempre misturada com fatores e momentos sociais, urbanos

histórico. A identidade de um objeto pode ser mais difícil de medir, dependendo de muitos fatores e de muitas

Às vezes é subjetivo e varia de pessoa para pessoa. Sempre levando em conta a sustentabilidade como

conceito norteador, memória e identidade vêm no sentido de dar continuidade ao que existe, de colocá-lo

em destaque.

“Não é um exercício de estilo. Não é uma atitude. É recuperar sobretudo o conhecimento do

metade. A memória é o primeiro estágio do conhecimento. E a leitura, que dá conta do

história do território. Não podemos escrever novas linhas sem penetrar nas anteriores.

Os edifícios, assim como as palavras, são carregados de significado na frase da paisagem. […] O lugar

É uma fonte de riqueza. E deve ser o destino também. O fato embutido em uma atividade

capaz de catalisar forças e dar origem e continuidade a novas capacidades. Hoje ele viaja
8
conhecimento, não importa.”

7 Eva Chacón, “Movendo a pele” em Glossário de Reciclagem Urbana, ed. por Elisa Valero (Valência: General de Ediciones de Arquitectura,
2014), 57.
8 Ana Lozano, “Sustentabilidade” em Glossário de Reciclagem Urbana, ed. por Elisa Valero (Valência: General de Ediciones de Arquitectura,
2014), 85.
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A paisagem urbana faz parte da memória de cada um dos seus cidadãos. Os centros antigos

cheios de edifícios históricos valiosos, ruas estreitas cheias de memória, os antigos bairros operários

onde ainda se preservam pequenos exemplares da humilde habitação social geminada, os rios e suas

costeiras, os complexos industriais e os seus imponentes edifícios, entre muitos outros, são testemunhos

da cidade e a história de cada pessoa que ali viveu. A preservação de tal testemunho não é

relacionado à total conservação de suas características originais, mas sabendo ler esses quadros e

traços, respeite-os e sempre que possível consulte-os. Nem tudo precisa ser novo,

vidro ou com visual de alta tecnologia, como acontece em todas as grandes cidades, há muito o que conservar

por todas as partes.

“A cultura do descartável é extremamente jovem, apenas um século, desde que o

A industrialização em massa, as linhas de montagem e o acesso à energia barata permitiram


9
“desfrutar de grandes massas da população com uma infinidade de produtos.”

MEIO AMBIENTE
Sustentabilidade e meio ambiente são dois conceitos indiscutivelmente inseparáveis. O que nós

O importante aqui é refletir sobre quais são as possíveis consequências para o meio ambiente ao reciclar

um edifício existente. A famosa expressão “fazer mais com menos”, além de economia, significa ter a

melhor uso possível com o que existe.

9Manuel Lillo Navarro. “Sem recursos. O paradigma da escassez como princípio criativo no projecto arquitectónico” (tese de doutoramento,
Universidade Politécnica de Valência, 2015), 245
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“Aproveitar o que existe e utilizá-lo melhor, em vez de continuar a fazer novas propostas.”

que prometem um futuro melhor para a habitação em sintonia com o meio ambiente e

sustentabilidade. Reutilizar, usar novamente é, nesse sentido, o mais ingênuo dos

propostas alinhadas com a ideia de uma arquitetura sustentável que continua a dar sentido

construções atuais.” 10

Na reciclagem arquitetônica, o reaproveitamento de materiais, a economia de recursos e a

a busca pela eficiência energética costuma nortear as intervenções. Um projeto consciente, seja ele um

reciclando ou não, é preciso encontrar a melhor forma de interagir com o meio ambiente. Você pode se gabar

que a reutilização de materiais na reciclagem é consideravelmente mais eficiente do que em um

construção que começa do zero. Ainda é um tema complexo e este trabalho não tem como objetivo

análise científica ou precisa de questões ambientais, mas tem como objetivo

despertar a reflexão sobre a importância de reaproveitar o que existe. Conservação de massa

construído e a consequente energia acumulada pré-existente é um factor dominante neste debate.

Conforme defendido por diversos autores, a estrutura de suporte em edifícios residenciais consome

até 80% da energia consumida ao longo do ciclo de vida do edifício11 .

“Em quase todos os casos, a reabilitação de um edifício antigo é uma opção

ambientalmente amigável e geralmente inteligente do ponto de vista de

a economia. Por que construir do zero quando existem centenas de edifícios


12
abandonado, pronto para reabilitação?”

10 Xavier Mont, “Rehabitar” em Glossário de Reciclagem Urbana, ed. por Elisa Valero (Valência: General de Ediciones de Arquitectura, 2014), 80.
11 Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal, Habitação coletiva. Território de exceção. (Barcelona: Gustavo Gili, SL., 2007).
12 Emma O'Kelly e Corinna Dean, Reabilitações, rurais, urbanas, lofts, espaços industriais e casos radicais. (Barcelona: Blume, 2007), 6.
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02 A RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS


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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

A DESINDUSTRIALIZAÇÃO DAS CIDADES

“Para apresentar e expor os <<problemas urbanos>> impõe-se um ponto de partida: a

processo de industrialização. Sem dúvida, este processo é a força motriz do

transformações da sociedade durante um século e meio. Distinguir entre indutor e

induzido, poderíamos colocar o processo de industrialização como indutor, e listar

entre aqueles induzidos a problemas relacionados à cidade e ao desenvolvimento da realidade

vida urbana e, por fim, à crescente importância do lazer e das questões relativas ao
13
“a <<cultura>>.”

Como salienta Lefebvre, a indústria teve e continua a ter um papel importante na

estruturação das cidades e seus processos. Este trabalho tem como objetivo estudar intervenções em resíduos

advindos do processo de desindustrialização das cidades e como estas atuam no ambiente construído.

Quando um grande lote urbano é abandonado ou não é mais utilizado, o processo de

A sua reintegração nem sempre é clara ou fácil de gerir. O facto é que a indústria deixou a sua

vestígios nas cidades, consequências e heranças.

Desde meados do século XX, as cidades e metrópoles têm testemunhado a retirada industrial da

centros urbanos, muitas vezes procurando locais remotos, mais baratos e com melhores condições fiscais.

vantajoso. Tal fenómeno não é absoluto, mas pode-se dizer que é a actual tendência global. Em algumas

Metrópoles latino-americanas, esse processo ocorreu tardiamente, a desindustrialização ainda está por vir

13 Henry Lefebvre, O Direito à Cidade. (Madri: Artes Gráficas, Móstoles, 1968), 23.
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

ocorrendo e transformando os espaços urbanos, que passam a ter uma nova condição no processo de

reprodução da cidade. Os grandes lotes urbanos disponíveis nos antigos complexos

As zonas industriais costumam ter um preço mais atrativo que as zonas consolidadas, a localização costuma ser privilegiada,

central ou de fácil ligação e acesso, servido por sistema de transporte público e ruas.

“A cidade se transforma não apenas devido a <<processos globais>> relativamente

continuou (como o crescimento da produção material em todos os diferentes

épocas com suas consequências nas trocas ou no desenvolvimento da racionalidade), mas

dependendo de mudanças profundas no modo de produção, em <<campo-

cidade>> e nas relações de classe e propriedade. O apropriado aqui é partir do

conhecimentos mais gerais àqueles inscritos em processos e descontinuidades históricas,

à sua projeção e reflexão na cidade e, inversamente, passar do conhecimento

aspectos particulares e específicos relacionados com a realidade urbana num contexto global.” 14

A retirada de indústrias e grandes grupos de armazéns e edifícios industriais, que normalmente

estar concentrado em uma área, gera não só a oferta de grandes construções, mas também altera

a paisagem urbana, suas dinâmicas e atividades. A chegada de novas atividades de serviços, entretenimento,

comércio ou mesmo a implantação de habitação em grande escala, alteram profundamente a memória e

identidade de um sítio, além de transformar o cotidiano local.

Tal processo deixa para trás construções valiosas para reciclagem arquitetônica: os armazéns.

industrial. Grandes dimensões, grandes espaços internos, alturas generosas e estrutura portante

14 Henry Lefebvre, O Direito à Cidade. (Madri: Artes Gráficas, Móstoles, 1968), 23.
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

Imponentes são características comuns dos galpões e armazéns industriais. características únicas e

arquitetonicamente valioso que permite uma ampla gama de possibilidades. Não são poucos os exemplos

projetos de reprogramação de armazéns industriais, de residências a escritórios, de restaurantes a centros comerciais

exposição, entre muitas outras. Continuamos aqui com exemplos internacionais contemporâneos de reciclagem e

reprogramação de armazéns industriais.

EXEMPLOS INTERNACIONAIS

FRAC – FUNDO REGIONAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA

Lacaton & VassaL

Dunquerque, França – 2013

O FRAC (Fond Régional d'Art Contemporain) de Nord-Pas de Calais é um bom exemplo de reciclagem

de armazém industrial. O navio funcionava como depósito de navios e fazia parte do complexo do estaleiro

no porto de Dunquerque, norte da França. A obra foi concluída em 2013 e a sua implementação neste site

único e de valor simbólico tem funcionado como catalisador da requalificação da zona portuária.

“Hoje entendemos toda a importância da aventura da superposição, já que

seja em questões de arquitetura ou planejamento urbano. O bem-estar e também os sonhos de

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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

sociedade contemporânea parecem depender da forma como uma situação


15
o existente encontra o novo; “duas temporalidades, dois estados de espírito”.

O projeto preserva a nave antiga em sua totalidade e preserva intacto seu grande volume vazio, que

oferece potencial de uso excepcional e evocativo. Os arquitectos apostam na construção de um

segunda nave, “clone”, da mesma dimensão e anexa ao edifício existente. O novo é justaposto

delicadamente ao lado do velho, estabelecendo um diálogo entre eles, acrescentando espaços e dimensões ao

construção, transformando os dois em um. O uso por sua vez pode ser combinado e separado, conforme

precisar.

O novo edifício, com estrutura pré-fabricada e envoltórias luminosas e bioclimáticas, tem como

principal característica é a transparência de suas fachadas, o que permite a visão de seu interior e do

volumes opacos onde estão as reservas das obras de arte. A composição dos seus espaços interiores

Tendo em vista a flexibilidade e a mudança ao longo do tempo, as plataformas são gratuitas e com poucas restrições, o que

Eles se adaptam às necessidades do programa. O antigo edifício permanece completamente

disponíveis com intervenções mínimas. Casas FRAC montam coleções de arte pública

contemporâneos que são apresentados ao público através de exposições baseadas em empréstimos de galerias e

museus, além disso, o navio pode complementar os espaços FRAC através de exposições temporárias,

espaço para criação de obras de grande porte, ou pode funcionar de forma independente hospedando eventos

públicos ou privados, shows, etc. O projeto cria um espaço poderoso, com capacidade flexível e capaz Ilustrações 4 e 5 – Fachada principal e corte transversal.
(Fonte: Archdaily. “FRAC Dunkerque/Lacaton & Vassal”.
trabalhar em diversas escalas. https://www.archdaily.com.br/br/760697/frac-dunkerque-
lacaton-and-vassal)

15 Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal, Atitude. (Barcelona: Gustavo Gili, SL., 2017), 73.
17
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

A obra de Lacaton e Vassal costuma surpreender pela simplicidade e contundência de suas ideias e, pelo menos

Ao contrário do que se pode presumir, a superposição ou, neste caso, a justaposição, não estabelece uma

hierarquia entre os edifícios, eles não se desvanecem nem competem, pelo contrário, complementam-se. O

resposta centra-se na identidade industrial do armazém existente e apropria-se da sua morfologia, colocando

evidenciam as duas temporalidades distintas, que juntas fazem desta reciclagem um projeto repleto de

significado e valor no contexto urbano.

Ilustrações 6 e 7 – interior do armazém pré-existente e do armazém de


construção nova, respetivamente. (Fonte: Archdaily. “FRAC Dunkerque/
&
Lacaton Vassal”. https://www.archdaily.com.br/br/760697/frac-dunkerque-
lacaton-and-vassal)

Figura 8 – O projeto na paisagem urbana.

(Fonte: Lacaton & Vassal. “FRAC Nord-Pas de Calais,


Dunkerque”https://www.lacatonvassal.com/index.php?idp=61)

18
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

BOMBAS GENS
Ramón Esteve

Reabilitação: Eduardo de Miguel / Arquiteta do museu: Annabelle Selldorf

Valência, Espanha - 2017

Construída em 1930 pelo arquitecto valenciano Cayetano Borso de Carminati, a antiga fábrica de

bombas hidráulicas de Carlos Gens, na Avenida Burjassot em Valência, é um belo exemplo de

reciclagem de armazéns inseridos em contexto urbano. Além dos armazéns, o complexo dispõe de um abrigo

canhão antiaéreo construído em 1938 durante a Guerra Civil Espanhola - época em que a fábrica era utilizada para

a produção de armas - e uma adega do século XV. Fechado em 1991, o complexo ficava em

estado de deterioração, resultado de abandono e falta de manutenção, além de incêndio em parte do

conjunta em 2014. Poucos meses depois do incêndio, a Fundació Per Amor a l'Art comprou o edifício com o
intenção de reabilitá-lo.

O imóvel tem indubitável valor histórico-social e é um dos poucos exemplares de arquitetura

industrial da cidade, composto por um edifício com fachadas em estilo art déco e quatro armazéns. O projeto

de reabilitação propôs o Centro de Arte em todas as naves e grande parte do corpo da fachada

e a sede da fundação ocupa a antiga vila, além dos volumes do restaurante e do centro de dia,

destinado a crianças em risco de exclusão social. Inaugurado em 2017, é um espaço polivalente onde

A Fundação Per Amor a L'Art desenvolve atividades artísticas, sociais e de investigação.


Ilustrações 9 e 10 – Fotos dos armazéns industriais em
estado de degradação antes da reabilitação. (Fonte:
RE_E. “Bombas Gens, arte, pesquisa e serviço social”.
http://www.ramonesteve.com/en/pro/architecture-en/
culture-and-education/bombas-gens/)

19
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

“Nosso objetivo sempre foi unificar os critérios de intervenção em

todo o complexo, sejam edifícios originais ou recém-construídos; e ao mesmo tempo


16
fornecer a cada um deles a singularidade que cada uso específico precisa.”

Com o intuito de resgatar a memória fabril e o ambiente industrial, os principais

Os materiais utilizados foram aço galvanizado e tijolo cerâmico, além da releitura do

cerâmicas originais e tampas que imitam tampas de madeira clara. Ao entrar no centro

caminha na escala industrial original que foi restaurada e ocupa quase toda a entrada, dando acesso ao

pátio central onde se avistam as naves recuperadas de composição irregular. O percurso permite

Os diferentes espaços são descobertos de forma intuitiva e de fácil compreensão. No quintal

projetou um jardim do paisagista Gustavo Marina, com nova topografia e escultura

específico do site por Cristina Iglesias. A treliça de tijolos nas paredes do jardim trabalha a luz e gera uma

atmosfera íntima. Finalmente, um grande volume de tijolos é fixado a uma parede de concreto e abriga o

diferentes classes da fundação.

Os navios são os grandes protagonistas do espaço e esta ilusão é reforçada pelo percurso

proposto. O interior dos armazéns, com as alturas e dimensões características de um espaço industrial,

Ao mesmo tempo que abrigam as exposições, nos remetem à memória do grupo. Neste reagendamento,

Há uma mistura de inovação, funcionalidade e respeito pela história.

16 RE_E. “Bombas Gens, arte, pesquisa e serviço social.” http://www.ramonesteve.com/en/pro/architecture-en/culture-and-


education/bombas-gens/
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

13

11

14

Ilustrações 11 e 12 – Entrada principal com chaminés


originais preservadas e interior de uma das naves. (Imagens
próprias).
Ilustrações 13, 14 e 15 – As fachadas dos galpões
reciclados, a fachada do edifício em estilo art déco e a
12 15
planta do conjunto, respectivamente. (Fonte: RE_E.
“Bombas Gens, arte, pesquisa e serviço social.” http://
www.ramonesteve.com/en/pro/architecture-en/culture-
and-education/bombas-gens/) 21
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

FÁBRICA VITÓRIA
Arquitetura WIN

Málaga, Espanha - 2017

A decisão da localização da cervejaria de Málaga foi fundamental neste projecto, um

época em que o projeto representou o retorno da tradicional cerveja local à sua origem. Localizado no cruzamento de

duas das mais importantes vias de circulação rodoviária da cidade, o projecto ganhou visibilidade e prestígio,

além de permitir atividades puramente industriais, como acesso e trânsito de caminhões.

Situado num antigo armazém industrial, o projecto tem um programa longo e complexo, já que não só

Abriga as atividades industriais de produção de cerveja, mas também escritórios comerciais e espaços de

acesso público. Uma funcionalidade complexa, em contraste com a aparente simplicidade do seu envelope, no

que coexistem com usos voltados para visitas guiadas, degustação, comércio, produção, embalagem,

Armazenamento e distribuição.

A estrutura original foi preservada para manter um espaço unitário onde o programa foi

meticulosamente implementada, fica evidente também que a grande intervenção nesta reciclagem foi a gestão

dos envelopes. Uma pele branca cobre o edifício respeitando os dentes de serra do telhado

original do navio, destacando a morfologia industrial do edifício. Os envelopes opacos,

segundo os autores, foram trabalhados para preservar a tradição industrial hermética, bem como o uso de

o vidro da fachada norte tem uma abordagem inovadora e acolhe a luz solar, característica
17 Ilustrações 16 e 17 – Foto aérea do conjunto e da fachada
tradicional da Andaluzia. O uso do vidro não se resume na fachada, mas nos espaços internos
norte, respectivamente. (Fonte: Gana Arquitectura. “Fábrica
de fabricação, embalagem e distribuição de cerveja Victoria/
Málaga.” http://ganaarquitectura.com/es/proyectos-2/planta-
17 Informação prestada pelos autores do projeto numa visita guiada à fábrica realizada no dia 15 de junho de 2018, em Málaga. de-fabricacion-envasado-y-distribucion-de-cerveza - victoria
España. -málaga/)
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

de atenção ao público e também nos escritórios, que permitem continuidade visual no espaço interno,

onde se misturam atividades comerciais, de trabalho e de lazer.

Pode-se presumir que a principal estratégia aqui é a apropriação morfológica. Ele

O projeto se apropria da morfologia industrial, preservando a estrutura existente e abrangendo o volume

num jogo de materiais opacos e translúcidos gerando uma estética moderna e de certa forma

contrastando com a estética rústica da indústria. Os espaços interiores foram completamente

reformulados para atender às necessidades da empresa e não o fazem, pelo menos não de forma óbvia,

preservação de uma memória ou identidade pré-existente.

Ilustrações 18 e 19 – Espaços de acesso público. Passarela na


área de fabricação de cerveja e espaço para eventos,
respectivamente. (Imagens próprias)

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INSTALAÇÕES DESPORTIVAS – EIRAS N10

COMOCO Arquitetos

Coimbra, Portugal – 2012

O atelier de arquitetura português COMOCO Arquitectos reprogramou dois armazéns industriais

moradias que foram abandonadas na periferia da cidade de Coimbra, Portugal. O edifício

rudimentar, modesto e composto basicamente por dois armazéns agrupados com coberturas metálicas

composto por arcos, anteriormente era utilizado para armazenamento de materiais industriais. O objetivo

O projecto consistia em converter o espaço interior dos armazéns num complexo desportivo que, para além da

campos de futebol, deveria abrigar área de recepção, vestiários e sala polivalente.

Reservado o espaço destinado à prática desportiva, os arquitectos inseriram-se no fundo do

o lote é uma estrutura modular leve de madeira, de altura única, que ocupa toda a largura do armazém.

Um sistema de pórticos constituído por colunas e vigas de madeira (Pinus Americano) cria a estrutura básica e,

Por sua vez, o sistema construtivo define a materialização lenhosa do volume. O teto e as paredes

São confeccionados em placas de MDF, assim como os móveis propostos, e são trabalhados em duas texturas:

visível e lacado a preto.18 A generosa altura livre e a cobertura existente do armazém permitiram

Os arquitetos exploram a cobertura da nova e compacta estrutura de forma permeável ou mesmo

ausente, uma vez que o espaço era originalmente abrigado. O novo telhado ficou livre para funcionar

plasticidade e expressividade do volume, trabalhando em conjunto com a trama da madeira e


raio. Ilustrações 20 e 21 – Exterior e interior do armazém de reciclados.
(Fuente: Comoco. “Recinto Desportivo N10-II Indoor” https://
comoco.eu/Recinto-Desportivo-N10-Indoor)
18 dez. “N10 Sports Facility by Comoco Architects” publicado em 13 de outubro de 2012 https://www.dezeen.com/2012/10/13/n10-
instalação esportiva por arquitetos-comoco/
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

“Aproveitamos a crueza do material do armazém e as superfícies rugosas para

introduzir um elemento mais suave no interior, um elemento feito com materiais leves
19
e superfícies lisas, principalmente através da utilização de painéis de MDF."

No exterior do edifício a única alteração é o furo de entrada através de uma das paredes,

rodeado por uma estrutura metálica. Foi mantido exatamente como estava, sem restauração, sem pinturas ou

intervenções de qualquer natureza. Quando visto de fora, o edifício permanece o mesmo, a crueza estética é mantida

original. Internamente a intervenção limitou-se à implementação do campo e à nova estrutura

de madeira. Foi preservado todo o volume dos navios, seus envoltórios, sua estrutura e toda a cobertura.

Eles foram mantidos sem hesitação.

Esta reciclagem caracteriza-se por uma intervenção mínima, é pontual, precisa e eficaz. O

A reprogramação dos navios foi realizada basicamente através da inserção de uma estrutura leve e

independente que atua aqui como um implante inserido dentro de uma massa construída e que

promove sua reprogramação de forma inteligente e elegante. Além disso, a estrutura permeável e

de dimensões reduzidas, atende às necessidades atuais e permite fácil adaptação em todo o

tempo.

Ilustrações 22 e 23 – Perspectiva isométrica da estrutura


modular de madeira e seção transversal.
(Fuente: Comoco. “Recinto Desportivo N10-II Indoor”
https://comoco.eu/Recinto-Desportivo-N10-Indoor)

19 Nelson Mota. “N10 Sports Facility by Comoco Architects”, entrevistado por Amy Frearson, publicado em 13 de outubro de 2012
https://www.dezeen.com/2012/10/13/n10-sports-facility-by-comoco-architects/
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HANGAR 19

Andreia Oliva

Reggio Emília, Itália - 2016

O Hangar 19 está localizado na cidade de Reggio Emilia (norte da Itália) e tem uma história

importante; É necessário levar isso em consideração antes de estudar a reciclagem proposta. Em 1991, o "Escritório

Righi", empresa que inicialmente produzia contêineres de carga e depois entrou no setor

ferroviária, escolheu a área suburbana de Santa Croce para seu assentamento industrial; entre outros motivos

proximidade da estação ferroviária central Ferrovie dello Stato. Durante a Primeira Guerra Mundial o

o edifício foi utilizado para a produção de armas e materiais de guerra; já em meados dos anos trinta

transformado em um grande departamento de produção de aviões de guerra, culminando no bombardeio de

toda a região “Reggiane” em 1944.

Como se pode observar na imagem ao lado, o estado do navio encontrava-se abandonado e deteriorado;

Apenas os envelopes e a estrutura sobreviveram, todo o resto se perdeu com o tempo.

Além disso, a história do local e a memória do edifício foram inegavelmente poderosas e a intervenção foi

mostra-se fortemente sensível a essas características. Da mesma forma que um edifício em ruínas revela a sua

composição e estrutura originais, a memória dos sons e cheiros das máquinas e do trabalho permanece

sendo a parte essencial da arquitetura dos locais industriais.

O que resistiu é preservado na sua totalidade, sem mascará-lo ou agir sobre ele. Toda a estrutura e Ilustrações 24 e 25 – Armazém industrial antes e depois da
reciclagem. (Fonte: Studio Cittaarchitettura. “A. Prêmio 16-
a morfologia original foi mantida, de forma que o amplo espaço interno manteve sua composição
17/2017” http://cittaarchitettura.it/competitions/a-prize-16-
e abriga uma estrutura totalmente nova de linguagem contemporânea e evocativa. Subdivisões modulares 17/)

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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

permitir a independência estrutural e térmica das novas instalações onde foram utilizadas

materiais naturais como a madeira e vários envelopes de vidro que permitem a entrada de luz e uma

curioso jogo de luzes e transparências. A deterioração da estrutura e das paredes internas foi colocada em

evidência simplesmente pelo fato de não terem sido restauradas, gerando um provocativo contraste

entre o novo e o antigo, essa linguagem que se destaca em todos os ambientes de circulação dentro

a nave. Na fachada principal um grande mural artístico, que antecede a intervenção, ao mesmo tempo

destaca a entrada do prédio, refere-se a todos os trabalhadores que já passaram pelo prédio

ao longo do tempo, a força de trabalho em todas as diferentes épocas até a atual.

Hangar 19 representa um marco importante que mescla arquitetura moderna e inovadora

Com a memória única da cidade, porém, tenta identificar possíveis transformações futuras. Esse

A reciclagem é um resgate astuto da memória que dá ao edifício um novo ciclo, respeitando a sua

identidade numa realidade contemporânea.

Ilustrações 26 e 27 – Interior do armazém reciclado, com detalhes dos volumes de madeira e da estrutura metálica e paredes originais.
(Fonte: Studio Cittaarchitettura. “A. Prêmio 16-17/2017” http://cittaarchitettura.it/competitions/a-prize-16-17/)

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Ilustração 28 – Diagrama ilustrativo da composição do projeto: conservação, reabilitação e inovação. (Fonte: Studio Cittaarchitettura. “A. Prêmio 16-17/2017” http://
cittaarchitettura.it/competitions/a-prize-16-17/)

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UM EXEMPLO BRASILEIRO - SESC POMPEIA

Lina Bo Bardi

São Paulo, Brasil – 1982

Lina Bo Bardi é uma das figuras mais importantes da arquitetura latino-americana. italiano

Nascida em Roma em 1914, mudou-se para o Brasil em 1947, ano em que seu marido Pietro Maria Bardi foi convidado

fundar e dirigir o Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1966, retomou o projeto do Museu de Arte

Moderno de São Paulo (MASP) na Avenida Paulista (uma das mais importantes da cidade), que após sua

inaugurado em 1968, tornou-se um dos marcos mais emblemáticos da arquitetura paulista.

Lina, arquiteta, designer e educadora, desenvolveu projetos que visavam uma renovação do

Arquitetura brasileira. Em 1982 inaugurou uma de suas obras mais famosas, o SESC Pompéia. O SESC (Serviço

Social do Comércio), criada em 1946, é uma instituição privada brasileira mantida por empresários

do comércio de bens, serviços e turismo. Atua nas áreas de educação, saúde, lazer, cultura e assistência

em todo o âmbito nacional, orientado prioritariamente para o bem-estar social dos seus colaboradores e familiares;

Ainda hoje está aberto à comunidade em geral.

O SESC Pompéia está localizado no terreno de uma antiga fábrica de baterias em um bairro

tradicionalmente industrial na parte oeste da cidade. A decisão de preservar os armazéns pré-existentes de


Ilustrações 29 e 30 – Navios antes da reciclagem e maquete do Sesc

fábrica e reciclá-los para atender às necessidades da instituição nos ensina a visão inovadora e Pompeia. (Fonte: Vitrúvio. “Fábrica de tambores Numa velha.
Sesc-Pompéia comemora 25 anos” http://
ciente de Lina. Os navios estavam abandonados, em estado de deterioração e sem qualquer proteção www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/08.
093/1897)
património, poderia perfeitamente ser demolido e substituído por novas obras. No entanto, o

reaproveitamento da infraestrutura existente, além de atender ao programa proposto, agrega valor

inestimável para todo o projeto, resgatando a identidade do local e respeitando a memória do

29
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

fábrica que, por sua vez, também preserva a história do bairro e de seus moradores. A obra começou em 1977

Com o levantamento do existente, foi instalado um verdadeiro escritório no interior dos armazéns onde

projeto, croqui, ideias e desenhos técnicos foram executados no local. Essa imersão permitiu uma profunda

conhecimento das estruturas existentes, foram estudados todos os cantos do terreno onde detalhes e

Os problemas da obra foram sendo resolvidos à medida que apareciam.

A estrutura de concreto armado dos armazéns passou por um processo de recuperação e o

as paredes passaram por um processo de remoção de elementos agregados ao longo dos anos, com a clara

intenção de recuperar a composição original do complexo. Os espaços eram adequados para abrigar os

atividades de fundação; Hoje funcionam nos armazéns oficinas, laboratórios fotográficos e musicais,

restaurante, espaços expositivos, entre outros. A integração do complexo com o espaço público foi

criado através do espaço vazio entre as naves que, por sua vez, forma uma verdadeira rua interna e que

configura o prolongamento da rua Clélia, onde está localizado o empreendimento. Este espaço entre os navios, além

de circulação, organiza os fluxos internos e proporciona o prolongamento da via pública, convidando

usuários e qualquer pessoa que ali passe para entrar, funcionando como um espaço intermediário entre o público

e o privado.

Além dos armazéns reciclados, o projeto construiu três novos volumes prismáticos de

concreto que emergem ao lado da antiga fábrica de tambores, no canto restante do terreno. É

interessante como até os novos edifícios fazem referência à geografia local, uma vez por baixo

das passarelas passa o riacho Água Negra, que fica escondido pela sobreposição de um deck de madeira ,

que nos lembra o que não se vê, tornando-o evidente.


Figuras 31 e 32 – Espaço interior e exterior dos armazéns
Em pleno funcionamento há 36 anos, o SESC Pompéia é um excelente exemplo de reciclagem de reciclados. (Fonte: Diana Sánchez Mustieles.
“Centro Cultural SESC de Pompéia de Lina Bo Bardi” en Patrimonio
de armazéns industriais, mostrando-nos o elevado potencial destes espaços e a elevada capacidade de adaptação Industrial Arquitectónico: notícias, opiniones y pensamentos sobre
patrimônio industrial, 19 de junio de 2011.
ao longo do tempo.
http://patrindustrialquitectonico.blogspot.com/2011/06
/centro-cultural-sesc-de-pompeia-de-lina.html) 30
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RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS

Ilustração 33 – Elaboração própria

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03 VILA LEOPOLDINA – BREVE HISTÓRICO E CONTEXTUALIZAÇÃO


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VILA LEOPOLDINA

A ORIGEM E SEU CICLO DE VIDA

No final do século XIX, o bairro hoje conhecido como Vila Leopoldina fazia parte de um sítio denominado

Emboaçaba que, embora distante da área urbanizada da cidade, era uma área rural de solo pantanoso no

margens dos rios Tietê e Pinheiros. O acesso à região era feito por vias ferroviárias e aquaviárias, sendo os trens

e os navios a vapor são o principal meio de transporte da região. Em 1894, período de consolidação do

regime republicano no Brasil, um quarto da área total de Emboaçaba foi parcelado, dando origem ao bairro,

na época, propriedade da empresa austríaca Richter & Company. Momento em que o primeiro

foram formalizados registros de parcelamento, porém, os primeiros registros de urbanização são do

Década de 1920, com o loteamento de uma área de cerca de 490 mil metros quadrados. O primeiro registro oficial
1
da Vila Leopoldina consta no Plano da Cidade de S. Paulo de 1924.

Ilustração 34 – Capa do capítulo 03 - Imagem de satélite.


(Fonte: Software de Mapeamento e Gerenciamento GPS
Terra Incógnita)

Ilustração 35 – Detalhe da divisão da empresa Richter &


Company (Fonte: Ligia Rocha Rodrigues.
Territórios invisíveis da Vila Leopoldina: permanência,
ruptura e resistência na cidade. Tesina de máster. São
Paulo: Universidade de São Paulo, 2013. http://
www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16136/td
e-27012014-154842/pt-br.php)

1 Wanderley dos Santos. Lapa História dos bairros de São Paulo. (São Paulo: Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria
Municipal de Cultura da Prefeitura do Município de São Paulo, 1980), 66.
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VILA LEOPOLDINA

Ilustración 36 – Planta da Cidade de S. Paulo de 1924 (Fuente: Prefeitura de São Paulo. “Censo 1920”. http://smul.prefeitura.sp.gov.br/
historico_demografico/1920.php)

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VILA LEOPOLDINA

A história da Vila Leopoldina está diretamente relacionada ao desenvolvimento do bairro vizinho

chamada Lapa, que recebeu um forte investimento em infraestrutura urbana no início do século XX. A região

Foi escolhido para sede da principal empresa de trens e bondes da cidade, São Paulo .

Ferrovia, principalmente pela proximidade com o Rio Tietê, cujas águas foram essenciais para a

fornecendo as caldeiras que alimentavam as máquinas a vapor nas oficinas da empresa. São Paulo

Railway e, posteriormente, São Paulo Trainway, Light and Power Co., empresas de energia e transporte,

foram importantes para o desenvolvimento urbano da cidade e foram responsáveis pela instalação de linhas de energia.

trens e energia elétrica nos bairros da Lapa e Vila Leopoldina. A localização estratégica e terreno barato

atraiu indústrias, além da abundante força de trabalho, em sua maioria imigrantes, que foi o

mão de obra necessária para o crescimento do bairro. Grandes indústrias foram então estabelecidas, como
2
Cia. Fiat Lux, Metalúrgica Martins Ferreira e Fábrica de Tecidos Lapa.

Distante do centro da cidade, cerca de 9,3 km, o bairro apresenta baixa densidade até metade da população.

século 20. Na década de 1930, com as obras de retificação dos rios Tietê e Pinheiros, cujas obras começaram

em 1938 e concluídos apenas na década de 1960, as hidrovias e avenidas, ligadas ao

as principais estradas regionais tornam-se muito atractivas para as empresas que se instalam na região;

além da extensa malha ferroviária presente, que se tornou estratégica para a chegada de novas indústrias.

A Metalúrgica Atlas, instalada em 1944 inicialmente como oficina de usinagem de equipamentos de grande porte

para a Cia. O Alumínio Brasileiro (CBA) , do Grupo Votorantim, é um exemplo de grande e importante

indústria do bairro. 3

2
Wanderley dos Santos. Lapa História dos bairros de São Paulo. (São Paulo: Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria
Municipal de Cultura da Prefeitura do Município de São Paulo, 1980), 66.
3 O mesmo 21

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VILA LEOPOLDINA

Ilustração 37 – Sobreposição do mapa topográfico de 1930 com imagem de satélite de 2015 para análise das transformações de
las orillas de los ríos Tiete y Pinheiros a lo largo del tiempo. (Fuente: Dutenkefer, E. “Mapa topográfico do Sara Brasil (1930)
sobreposto às imagens atuais de satélite do Google Earth”. GEOUSP – Espaço e Tempo, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 156 - 159,
2015. http:// www.revistas.usp.br/ geousp/ article/ view/ 97395)

As décadas de 50 e 60 trouxeram mais desenvolvimento para a região com a instalação do Mercado Municipal de

Lapa e a Central de Abastecimento do Estado Sociedad Anónima, o famoso CEASA, um importante armazém

comercial da região, fornecendo insumos agrícolas para a população diretamente dos produtores

do interior a preços competitivos. Em 1969, o CEASA passou a integrar a Companhia de Armazéns Gerais do

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VILA LEOPOLDINA

Estado de São Paulo (CAGESP) e passa a ser CEAGESP - Empresa de Entre Postos e Armazéns

Generais do Estado de São Paulo. A intensificação das atividades, associada ao aumento dos fluxos

a migração interna entre as décadas de 1960 e 1970, atraiu trabalhadores informais para a região,

trabalhos não qualificados e de baixo custo, que ocupam territórios irregularmente no ambiente da CEAGESP. O

Empresa, que centralizou o abastecimento de boa parte do país, consolidou rapidamente suas ações

nas áreas de comercialização hortícola e armazenamento de grãos. No final dos anos 70,

empresa iniciou o processo de descentralização, com a inauguração da primeira unidade de marketing

en São José do Rio Preto (ciudad del interior del Estado de São Paulo).

Depois veio a implantação do Parque Villa-Lobos, em 1989, que não está exatamente dentro dos limites

do bairro, fica no bairro vizinho mais ao sul (Jaguaré), mas teve e continua tendo grande influência na

suas transformações, principalmente pela valorização dos espaços públicos no entorno

e o consequente ganho de capital imobiliário na região. A área destinada ao parque público tem uma história

peculiar e é um exemplo de reabilitação de um espaço público: antes da implantação do parque, a área

Era um depósito de lixo da CEAGESP, além de depósito de material dragado do rio.

Pinheiros durante as obras de calhas e depósito de entulhos da construção civil. Ou seja, foi um

grande depósito de lixo a céu aberto que, com o crescimento da cidade, teve que ser redesenhado. Em 1987

Foram apresentados os primeiros estudos para implantação de um parque temático contemporâneo para o

lazer, cultura e esporte. O projeto original, elaborado pelo arquiteto brasileiro Décio Tozzi, previa

uma “cidade da música”4 . O local contaria com viveiro de pássaros, ilha musical, auditórios, casa de ópera e

centro de convivência musical, além da construção de prédio expositivo e prédios para

4 SP Bairros. “Parque Villa Lobos” http://www.spbairros.com.br/parque-villa-lobos/

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VILA LEOPOLDINA

Escolas de balé e música. O plantio de árvores só começou em 2004 com projeto do engenheiro

o agrônomo e paisagista Rodolfo Geiser, que optou pela implantação de espécies nativas, com diversidade

e porte adequado às situações de um parque em plena utilização. A gestão do projeto foi participativa

e integrado à sociedade local e foi essencial para o sucesso do parque que hoje conta com cerca de 24 mil

plantou árvores e mudou completamente a paisagem local e é hoje um dos principais parques

da cidade.

O processo de desindustrialização ou dispersão industrial na cidade de São Paulo começou

na década de 1980 e os bairros industriais que ficavam na região metropolitana sofreram

profundas transformações em suas estruturas. As indústrias saíram da capital em busca de mais áreas

grandes, de menor custo e com incentivos fiscais, deixando bairros inteiros ociosos. Vila Leopoldina, talvez

por sua localização não central aliada à grande influência da CEAGESP e sua intensa dinâmica, teve seu processo

da desindustrialização e do abandono de forma mais lenta e tardia; ainda desde a década de 1990 e até

Hoje, o bairro está se transformando gradativamente. Este fenômeno está diretamente relacionado com a

demanda por expansão imobiliária na cidade, influência dos bairros vizinhos de classe média alta

e a localização estratégica no encontro dos dois rios mais importantes da cidade. As grandes parcelas Ilustração 38 – Novo edifício residencial em construção próximo ao

Ceagesp. (Fuente: El país. “Casa popular em áreas nobres, nao!” https://


Abandonada e com preço atraente, vem atraindo cada vez mais a atenção de grandes construtoras brasil.elpais.com/brasil/2015/04/02/politica/14279386
47_756022.html.)
com seus projetos que são em sua maioria torres e empreendimentos residenciais de alto padrão,

transformando a paisagem do bairro.

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VILA LEOPOLDINA

CONTEXTO ATUAL

O zoneamento atual do terreno nos mostra a mistura de usos do bairro, que contempla desde

uso industrial para uso residencial estritamente de baixa densidade. Na porção noroeste, a maior

concentração de indústrias que resistem em terrenos urbanos, em oposição à porção oriental que tem

Forte caráter residencial de alto padrão. Analisando lado a lado o plano de zoneamento e a imagem de satélite

(2018), é possível detectar as diferentes densidades do bairro e os vestígios de sua origem industrial, onde

Estão localizados os galpões industriais que são objetos de estudo deste presente trabalho.

Atualmente, a CEAGESP conta com um fluxo de aproximadamente 50 mil pessoas e 12 mil

veículos por dia. Enormes quantidades de mercadorias circulam à noite, incluindo 1.580 toneladas

de frutas, 506 toneladas de hortaliças, 1.350 toneladas de hortaliças e 160 toneladas de pescado. Sem

Porém, hoje, 50 anos depois, tornou-se um problema porque o bairro enfrenta trânsito

cargas, grande acúmulo de veículos, poluição ambiental e acúmulo de sujeira, entre outros

problemas, que agregam fatores que dificultam sua permanência na região. A centralidade urbana criada

Desde a instalação da Central de Abastecimento, concorre com a nova centralidade residencial e de transportes.

serviços criados nos últimos 15 anos. O bairro passa por um processo de modernização e com o aumento da

densidade devido à verticalização, passaram a conviver com problemas como falta de estacionamento nas ruas de

comércio, maior número de linhas de ônibus em ruas estreitas e não planejadas além do aumento da

tráfego de pequenos veículos.

Os pedidos de retirada da Ceagesp da Vila Leopoldina se intensificaram nos últimos anos,

o que motivou o município a mobilizar esforços para encontrar uma saída. De acordo com notícias recentes
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publicadas en 16/01/2019, por el periódico brasileño DCI (Diário Comércio Industria & Serviços) 5
, o governo

do Estado de São Paulo está em processo de análise e discussão com o Governo Federal do Brasil sobre o

futuro da Ceagesp. Entre os assuntos abordados está a possibilidade de concretização da privatização do

Ceagesp e sua realocação para um espaço até quatro vezes maior. Os novos locais possíveis

não foram divulgados, porém, foi revelada a preferência por espaços nas margens das vias principais.

estado e, a princípio, o terreno onde hoje está instalada a Ceagesp seria oferecido para o Centro

Tecnologia e Inovação Internacional (CITI). Ou seja: o futuro da Ceagesp é incerto e a questão da sua

A realocação tem sido discutida há pelo menos uma década e cada mudança de governo, tanto federal quanto

estado, a questão ganha uma nova perspectiva. Muitos estudos urbanos e planos de acção foram e continuam a ser

Sendo discutido; A deslocalização física da empresa parece inevitável e também altamente defendida pelos

urbanistas e especialistas, ainda não se sabe quando será finalizado.

5 Diário Comércio Industria & Serviços. “Futuro da Ceagesp ainda é incerto para comerciantes” publicado em 16 de enero 2019.
https://www.dci.com.br/dci-sp/futuro-da-ceagesp-ainda-e-incerto-para-comerciantes-1.773025
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Ilustração 39 – Limites do bairro.


Elaboração própria em imagem de satélite
(Fonte: Terra Incógnita GPS
Software de mapeamento e gerenciamento)

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Paralelamente à especulação imobiliária e à intensificação do processo de verticalização, Ilustrações 40 e 41 – Zoneamento e esquema


Elaboração própria
Algumas áreas do bairro sofrem intensa alteração de uso do solo, embora sem grandes modificações

no espaço construído. Desde a década de 2000, as produtoras audiovisuais mudaram suas instalações

para grandes galpões industriais localizados principalmente na zona oeste do bairro, onde

A reciclagem de armazéns e armazéns antigos destaca-se como alternativa à substituição do património edificado.

Diversas produtoras e agências de cinema se instalaram no bairro e hoje utilizam os antigos armazéns do

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VILA LEOPOLDINA

indústrias como estúdios de produção cinematográfica e publicidade – onde grandes peças de cinema

Foram produzidos filmes brasileiros, como o aclamado “Cidade de Deus” (2002) da produtora O2.

As principais empresas de comunicação brasileiras têm destacado essa transformação. Ele

Centro Industrial Mofarrej, conjunto de indústrias localizado em uma das principais avenidas do bairro e

Implantado na década de 1950, dá lugar à “Vila Mídia”, como a grande imprensa se refere à região.6
7 8
"Vila Leopoldina se firma como la ‘Hollywood paulistana’” , “Vila Leopoldina atrai economia criativa” , "São
9
Paulo já movimenta R$ 40 bilhões por ano com criatividade" . Estas são algumas das questões que indicam a

nova característica do bairro ao mesmo tempo que fortalecem essa nova identidade criada para o bairro.

Segundo esta notícia, cerca de 20 produtoras audiovisuais instalaram-se no bairro no

últimos 10 anos e a tendência é aumentar. A aprovação da Lei Federal nº 12.485 em 2011, que exige

que 50% dos programas exibidos no horário nobre são produções nacionais,

Ampliará as produções implementadas e atrairá outras para o bairro.

“Estúdios, produtoras e locadoras de equipamentos comemoram a legislação,

sancionado no ano passado e estimam que a demanda local deverá aumentar 30% no

próximos anos.”10

6Folha de S. Paulo. “Nasce a Mídia em São


Vila https://www1.folha.uol.com.br/ Paulo” publicado em 15 de maio, 2008.
folha/dimenstein/cbn/m_sp_150408.shtml
7Folha de S.Paulo. “Galpões industriais viram estúdios de cinema e TV na Vila Leopoldina” publicada en 28 de febrero de 2016 .
http://especial.folha.uol.com.br/2016/morar/perdizes-vila-leopoldina/2016/02/1743859-galpoes-industriais-viram-estudios-de-cinema-e-tv-na-
vila- leopoldina.shtml
8Folha de S.Paulo. “Vila Leopoldina atrai economia criativa” publicado em 12 de junio de 2017. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/45932-vila-
leopoldina-atrai-economia-criativa.shtml
9Exame. “SP já movimenta R$ 40 bi por ano com criatividade” publicado em 31 de agosto de 2011. https://exame.abril.com.br/economia/sp-ja-
movimenta-r-40-bi-por-ano-com-criatividade/
10 Gaia Brasil. “Vila Leopoldina Vira Novo Polo De Produção Cinematográfica – SP Parte 01” publicado em 12 de noviembre de 2012.
http://gaiabrasil.com.br/2012/11/vila-leopoldina-vira-novo-polo-de-producao-cinematografica-sp-parte-01/
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VILA LEOPOLDINA

A contínua transformação do bairro nos últimos 15 anos ganhou força e destaque dentro

do contexto da cidade. Hoje em dia, novos usos transformam a dinâmica local, as ruas estão mais

lotados e congestionados, bares e restaurantes começam a surgir em resposta à nova demanda. Sem

No entanto, ainda existe uma grande carência de espaços culturais e de lazer, bem como de serviços como escolas e

negócios do bairro.

Estão em desenvolvimento planos urbanísticos específicos para o bairro e entorno, de acordo com o

Plano Diretor Estratégico (PDE) do Município de São Paulo - lei municipal que orienta o desenvolvimento e

crescimento da cidade até 2030. O atual PDE (aprovado em 31 de julho de 2014) definiu que

Instituições privadas podem propor intervenções ao poder público para transformar determinados perímetros

da cidade através de um instrumento específico, o Projeto de Intervenção Urbana (PIU), desde que

quando estiver alinhado ao Plano Diretor e atender ao interesse público. Este processo prevê que os agentes

Os proponentes privados apresentam uma manifestação de interesse, que inclui um Programa de Interesse Público

e um Diagnóstico Socioterritorial, ou seja, um conjunto de estudos que traçam um perfil detalhado da região

onde pretendem desenvolver a UIP. Esses estudos permitem uma análise consistente que embasará o projeto Ilustrações 42 e 43 – Representação 3D e setorização da
UIP – Vila Leopoldina. (Fonte: Gestão Urbana SP.
e seu impacto no meio ambiente.
“Projetos de Intervenção Urbana (PIU)” https://
gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/estruturacao-territorial/piu/)
“Projetos de Intervenção Urbana (PIU) são os estudos técnicos necessários para

promover o planeamento e a reestruturação urbana em áreas subutilizadas e com

potencial de transformação na cidade de São Paulo. Elaborado pelo poder público e

originado das premissas do Plano Diretor Estratégico, tem como objetivo sistematizar

e criar mecanismos de planejamento urbano que façam o melhor uso do solo e da infraestrutura

urbano, aumentando as densidades demográficas e construtivas, além de permitir a

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VILA LEOPOLDINA

desenvolvimento de novas atividades económicas, criação de emprego, produção habitacional

de interesse social e equipamentos públicos para a população.”11

O PIU Vila Leopoldina ocupa uma área de aproximadamente 300 mil m² na zona sul do bairro

(vizinha à Ceagesp) e prevê a reorganização do espaço urbano. O projecto propõe um conjunto de habitações

novos projetos coletivos de construção para famílias que atualmente residem em duas comunidades existentes no

região, bem como a requalificação de um conjunto habitacional localizado nas imediações. Também prevê a

construção e investimento em novos equipamentos públicos em áreas institucionais a serem doados ao

município como resultado de projetos de parcelamento de terras. O objetivo do projeto é promover a

adensamento urbano planejado, misturando usos residenciais e não residenciais e aumentando o fluxo de

pessoas da região. Este é um projeto de investimento privado que se encontra atualmente em fase de desenvolvimento.

participação pública. O foco do projeto está na ocupação de moradias irregulares adjacentes ao

A CEAGESP, levando em conta a iminente realocação da Companhia e o processo de requalificação e a

adensamento urbano que todo o bairro sofre.

O PIU Vila Leopoldina é o único plano urbanístico em execução atualmente no

vizinhança. É uma intervenção específica que não tem como foco a reciclagem do espaço industrial do bairro.

Porém, do lado oposto, a reciclagem de galpões industriais por meio de iniciativas

privado se destaca e tem intervenções de grande valor arquitetônico e levanta questões

questões importantes sobre sustentabilidade na arquitetura e na cidade. O presente trabalho centra-se na

análise de algumas das intervenções em armazéns industriais que foram realizadas e que se encontram em

pleno funcionamento.

11 Gestão Urbana SP. “Projetos de Intervenção Urbana (PIU)” https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/estruturacao-territorial/piu/


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04 VILA LEOPOLDINA – RECICLAGEM DE NAVIOS INDUSTRIAIS


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VILA LEOPOLDINA

Com base no que foi apresentado preliminarmente neste trabalho, a análise morfológica de

reciclagem realizada em galpões industriais da Vila Leopoldina para identificar estratégias de projetos

e conceitos ligados à sustentabilidade na arquitetura. Todos os projetos analisados estão na íntegra

operação e todos reprogramaram o uso original do navio.

Para a análise morfológica será utilizado o princípio denominado Shearing Layers of Change, ou seja,

as Camadas de Tempo, propostas por F. Duffy12 e posteriormente complementadas por S. Brand13. As quatro

camadas originais são: Estrutura, Instalações, Distribuição e Mobiliário, às quais o

camadas de Lugar e Pele de S. Brand. Cada uma das camadas tem seu período médio de tempo, progressivamente

desde o menos estável ao longo do tempo, o Móvel, até o mais estável, o Lugar. Esta abordagem

permite analisar um projeto a partir de suas camadas, que por sua vez refletem a proporcionalidade da energia

acumulação, investimentos e mudanças em um edifício ao longo do tempo.

A identidade industrial, a gestão das diferentes temporalidades, a recuperação da memória, a

destacar um valor esquecido e a adaptação ao longo do tempo são os principais

conceitos apresentados com o objetivo de promover o debate sobre a sustentabilidade da reciclagem de navios

industrial.

Ilustração 44 – Camadas de tempo. (Elaboração


própria baseada no princípio Shearing Layers of
Change de Duffy e Brand)

12 Frank Duffy, “Medindo o Desempenho do Edifício” em Instalações, vol. 8 (maio de 1990), 17-20.
13 Steward Brand, “Site, Structure, Skin, Services, Space plan, Suff” pt Como os edifícios aprendem: o que acontece depois de construídos (Nueva
Iorque: Penguin Books, 1995).
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ESCUELA - ESCOLA DE BEACON


Andrade Morettin Arquitectos + GOAA
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VILA LEOPOLDINA

Vinicius Andrade e Marcelo Morettin são arquitetos paulistas14 que vêm trabalhando juntos em

seu estúdio há quase vinte anos com projetos públicos e privados e são conhecidos localmente por

a coerência das suas propostas. Em associação com o arquitecto Gusmão Oterro (GOAA – Gusmão Otero

Arquitectos Associados) vencem concurso privado para construção da nova sede da escola Beacon

em 2016 em São Paulo. A Beacon School é uma escola particular bilíngue de classe média alta que tem uma visão

de educação integrada e internacional. Inaugurada em 2010, a instituição adquiriu um amplo terreno

na Vila Leopoldina com a intenção de construir sua sede oficial, onde o programa inicial era uma escola

para aproximadamente mil alunos, todos acomodados em um espaço inclusivo que permitisse a todos

infraestrutura específica para cada ciclo e que promova a integração entre alunos de diversas origens.

idades.

Durante o processo de investigação do local e busca de documentos, não foi possível

encontre informações sobre o uso original do complexo industrial, porém, em entrevista via

Skype com o arquiteto Vinicius Andrade (realizado em 19 de outubro de 2018), foi informado que o local

Não tinha mais utilidade para a produção industrial desde a década de 2000, funcionava basicamente como um grande

depósito de materiais e desde os dois últimos anos antes da reciclagem, de 2014 a 2016, foi

desocupado e todo o terreno funcionava como amplo estacionamento. Na verdade, as fotos cedidas por

Os autores do projeto mostram que não havia mais uso relacionado à produção industrial ou

armazenamento de produtos. O terreno com 11.700 metros quadrados é composto por um conjunto de
Ilustração 45 - Escola Beacon.

armazéns industriais onde se encontram quatro grandes armazéns e dois edifícios anexos de dimensões (Fonte: Andrade Morettin Arquitetos)
Ilustração 46 – Elaboração própria com ilustração
modesto, um com três pavimentos e outro com quatro, além de pequenas construções que muito fornecida pelos autores do projeto. (Fonte: Andrade
Morettin Arquitetos)
Eles provavelmente foram adicionados ao longo do tempo, como uma pequena central elétrica em

14 Paulista é a pessoa que nasceu ou reside no Estado de São Paulo.


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VILA LEOPOLDINA

a porção norte do terreno. Os edifícios existentes possuíam estruturas independentes com

diferentes características construtivas e não houve impedimento à demolição, seja por motivos legais ou

de proteção patrimonial, nem por parte do cliente, que não havia delimitado nenhuma premissa específica para

o projeto. A localização privilegiada do terreno e o caráter industrial do bairro foram importantes na

tomada de decisão do projeto.

Na imagem de satélite podemos identificar facilmente o caráter industrial do bairro, a longa

dimensões dos galpões industriais e também a proximidade com a CEAGESP (Empresa Armazém

Generales de São Paulo).

Ilustração 47 – Elaboração própria em imagem de


satélite (Fonte: ÿ2018 Google, Inst. Geogr.)

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O projeto básico que estava na prefeitura contava apenas com a estrutura do

naves e os dois edifícios anexos, para que fosse realizado um levantamento topográfico e

Rigoroso fotográfico de forma a verificar tudo o que existe. O projeto parte da ideia de aproveitar a

património edificado e, com base na estrutura existente, introduzir novos elementos capazes de

acomodar atividades específicas da escola ao mesmo tempo que introduz escala e materiais

apropriado. Uma vez estabelecidas as permanências e rupturas, o complexo e dinâmico programa da

A escola foi projetada de forma a atender às suas necessidades específicas. Os diferentes ciclos de

A educação no Brasil é dividida basicamente em três etapas: Ensino Infantil – crianças de até 5 anos, Ensino

Fundamental – crianças de 6 a 14 anos e Ensino Médio – adolescentes de 15 a 17 anos. O programa foi

dividido de acordo com os ciclos, tendo em conta a área total necessária de acordo com o programa escolar

e possíveis adaptações às construções existentes.

A diretriz da abordagem foi a reciclagem dos armazéns existentes, a fim de aproveitar

suas potencialidades e grandes estruturas, além de conectar os navios, transformando o

construções segregadas em um projeto unificado e funcional. Para isso, um grande “quadrado de

encontro” que atravessa toda a extensão da nave maior e faz ligação com as naves menores.

pequeno. Tal praça conecta as diferentes ciclovias e áreas comuns; É uma praça de reuniões linear coberta

e interação que atua como um espaço intermediário entre salas de aula e espaços abertos

áreas adjacentes, como jardins e pátios.

Além da reciclagem dos armazéns, o projecto prevê a construção de novos edifícios: um

construção de dimensões modestas para o ciclo do Ensino Médio e pequenas instalações de serviços e

espaços administrativos que ficam em um canto do terreno. A ilustração ao lado com as áreas

indicado e os planos do projeto mostram-nos claramente que a maior parte do complexo é o


Ilustração 48 - Elaboração própria da ilustração fornecida
reciclagem de construções existentes, com uma pequena parcela de novas construções.
pelos autores do projeto. (Fonte: Andrade Morettin 51
Arquitectos)
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VILA LEOPOLDINA

Para estudar a reciclagem dos armazéns industriais,


principalmente devido às diferenças de composição
e à fragmentação do complexo, propõe-se o estudo
dos armazéns separadamente, identificando-os como
armazéns A, B, C e D.

PLANTA BAIXA

Ilustração 49 - Planos

Elaboração própria sobre ilustração fornecida pelos autores do projeto.


PRIMEIRO ANDAR

PRE-EXISTENTE NAVE A NAVE B NAVE C NAVE D EDIFICIO (Fonte: Andrade Morettin Arquitetos)
NOVO EDIFICIO

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SEGUNDO PISO

TERCEIRO ANDAR
Ilustração 50 - Planos
PRE-EXISTENTE NAVE A NAVE B NAVE C NAVE D EDIFICIO

EDIFICIO
Elaboração própria sobre ilustração fornecida pelos autores do projeto.
NOVO

(Fonte: Andrade Morettin Arquitetos)

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NAVE A
O navio A é o maior, com aproximadamente 20 metros de largura por 108 metros de comprimento.

e abriga a praça linear coberta, todo o ciclo intermediário Fundamental 1, parte do ciclo Infantil e parte do

escritórios de administração da instituição. O pé-direito livre permitiu a implantação de três pisos,

térreo mais dois, onde os volumes das salas de aula são introduzidos no espaço existente, ocupando

apenas um lado da nave, deixando o outro livre para a grande praça linear de pé-direito triplo abrigada pela

cobertura existente. Escadas e rampas permitem o acesso aos três pisos, onde se encontram os dois primeiros

espaços fechados adequados para salas de aula e no piso superior um espaço aberto flexível disponível

para diversas atividades, como plantação de hortas e pequenos pomares para a

experimentação infantil. A ligação à Nave B, que alberga o ciclo subsequente (Ensino Fundamental

2), ocorre tanto no térreo como no primeiro andar através de plataformas elevadas.

A estrutura pré-moldada de concreto existente , composta por três fileiras de pilares com vãos

de 10 metros em toda a extensão do navio, encontrava-se em perfeito estado de conservação e conservado em sua

integralidade, preservando assim toda a composição do navio original. O volume das salas de aula foi

introduzido no interior do navio e mistura estrutura metálica e concreto de forma independente e

estruturalmente não relacionado ao navio. A nova construção não toca a estrutura nem a envoltória do navio,

Funciona como uma caixa dentro do espaço industrial, o que favorece a ventilação e iluminação superior dos

espaços de aula.

Os envelopes foram em sua maioria preservados. O telhado composto por dois planos

inclinado foi mantido e, assim como a ótima estrutura, é fundamental na leitura do espaço, uma vez
Ilustração 51 – Elaboração própria em imagem de
que permanece exposto como o original e destaca o caráter industrial do espaço. A orientação satélite (Fonte: ÿ2018 Google, Inst. Geogr.)
Ilustração 52 – Elaboração própria sobre ilustração
solar dos planos inclinados da cobertura e a sua grande dimensão permitiram a instalação dos painéis
fornecida pelos autores do projeto. (Fonte: Andrade
painéis solares que abastecem todo o complexo. As aberturas e janelas que margeiam o telhado foram mantidas Morettin Arquitetos)
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VILA LEOPOLDINA

e fornecia ventilação e iluminação superior do interior, exigindo apenas pequenas

reformas, substituições e acréscimos específicos. Desta forma, toda a composição do navio foi

preservado e o grande espaço vazio no interior foi mantido como estava. As paredes existentes

Foram adaptados de acordo com as novas circulações e usos do espaço, foi necessário abrir e fechar vãos,

de acordo com as necessidades do projeto e da obra, conforme evidenciado nas fotos do período de construção.

Em relação aos envelopes laterais, destaca-se o gesto de afastar o novo volume interno da parede.

lado da nave para a introdução de um jardim junto às salas de aula, uma atitude que vai além de um gesto

sensível do projeto, possui justificativas práticas, estruturais e construtivas, evitando

complicações estruturais ou intervenções no existente. Todos os novos itens são construídos

com componentes industriais leves, como paredes tipo drywall com estrutura de alumínio, placas de alumínio

gesso e materiais isolantes, de forma que sua inserção fosse como uma montagem no local, buscando

contrastam claramente com o que existe, não só em materiais, mas também em cores e texturas, estabelecendo assim

uma fácil percepção entre o que é pré-existente e o que é novo. Tendo em conta a mudança radical

utilização, arrecadação e/ou estacionamento para uma escola grande e dinâmica, é evidente que todos os

as instalações e áreas de serviço foram pensadas e executadas de raiz, uma vez que a anterior utilização já não era possível.

Não tinha nenhuma semelhança com o atual. A distribuição dos espaços e o mobiliário foram cuidadosamente

concebido de acordo com a dinâmica de uma escola e sua filosofia, conforme descrito
anteriormente.

Podemos definir a estratégia utilizada neste navio como a caixa dentro da caixa, onde

introduz um volume menor dentro do volume maior. Estruturalmente

independente e longe dos envelopes, o novo volume é facilmente reconhecido e contrasta com o Ilustração 53 – Seção transversal. Elaboração própria sobre
volume e materialidade da nave pré-existente. As longas dimensões do Navio A favoreceram a ilustração fornecida pelos autores do projeto.
(Fonte: Andrade Morettin Arquitetos)
aplicação dessa estratégia e também a implantação da praça que liga todo o complexo.
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Ilustrações 54 a 59 - Fotografias de antes, durante e depois da obra. Material fornecido pelos autores do projeto. (Fonte: Andrade Morettin Arquitetos e Gusmão Otero Arquitetos Associados)

Ilustração 60 - Seção do Navio A apresentada na competição. Material fornecido pelos autores do projeto. (Fonte: Andrade Morettin Arquitetos e Gusmão Otero Arquitetos Associados)

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NAVE B
O navio B, com 20 metros de largura por 55 metros de comprimento, abriga o ciclo Fundamental 2 e, portanto,

questões relacionadas com os ciclos educativos, está directamente ligada à Nave A. A altura

o espaço livre permitiu a implantação de dois pisos, rés-do-chão mais um. No piso térreo o espaço é

mais aberto onde há oficinas flexíveis, aulas experimentais, sala multimídia, laboratórios de ciências,

um pequeno pátio coberto e banheiros. No primeiro andar ficam as salas de aula mais tradicionais e fechadas.

em que o acesso é feito por escadas e pela plataforma que liga as duas naves.

A estrutura original de concreto , com vãos modulares de aproximadamente 6 por 20 metros,

teve toda a sua dimensão preservada. Porém, ao contrário da solução anterior, neste armazém optamos

para a execução do primeiro andar através de laje de concreto em toda a extensão da nave e para isso

Durante a obra foram realizados reforços na estrutura, fundações e pilares existentes. Apesar de ser

mantendo as dimensões totais dos navios e a modulação nas 6 luzes que compõem dois dentes

da cobertura, a estrutura original era muito leve para o programa proposto e foram necessárias medidas

mais invasivo. Os envelopes também sofreram intervenções radicais. A cobertura da estrutura original

madeira foi completamente substituída por questões de segurança e altura livre no interior, uma vez

que era uma cobertura muito leve, com pouca capacidade estrutural e com uma inclinação muito pronunciada. Era

executou uma nova cobertura em estrutura metálica respeitando a modulação e configuração do

dentes existentes. As paredes internas seguem os mesmos princípios da Nave A, com elementos industriais

leves como paredes do tipo drywall. As instalações, distribuição e mobiliário são completamente novos e

adequado para uso educacional. Devido ao núcleo dos banheiros e principalmente dos laboratórios de ciências
Ilustração 61 - Elaboração própria sobre ilustração fornecida
Neste armazém as instalações são variadas e complexas, tendo em conta a procura de energia eléctrica,
pelos autores do projeto. (Fonte: Andrade Morettin Arquitetos)
instalações de gás, espaços para manipulação de produtos químicos, etc. Foi nesta parte

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VILA LEOPOLDINA

grupo onde houve maior investimento em instalações para atender a demanda e respeitar todas as

Normas de saúde e segurança.

A compartimentação horizontal foi a estratégia aplicada neste navio, onde o aumento da

área foi possível através da compartimentação da altura livre disponível, respeitando os limites

pré-existente. A execução da laje do primeiro andar divide o volume interno da edificação, duplicando o
área útil dele.

Ilustração 62 - Interior do Navio B antes da reciclagem. Ilustração 63 - Exterior do Navio B durante a construção Ilustração 64 - Exterior do Navio B reciclado
(Fonte: Andrade Morettin Arquitetos) (Fonte: Andrade Morettin Arquitetos) (Fonte: https://techne.pini.com.br/tag/beacon)/

Ilustração 66 – Elaboração própria


Ilustração 65 - Seção transversal do Navio B e parte do Navio A apresentados na
competição. (Fonte: Gusmão Otero Arquitetos Associados)

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NAVE C

O Navio C é o menor de todos com 10 metros de largura por 35 metros de comprimento e seu uso

Está diretamente relacionado com a Nave D justaposta lateralmente. Os dois navios têm como destino o

recreação e artes, referido no programa escolar como Centro de Artes Cênicas, onde

Foram implementados três pisos, rés-do-chão mais dois. O edifício trabalha a permeabilidade do conjunto abrindo

completamente o seu rés-do-chão para o pátio aberto ao lado e no outro extremo uma grande abertura que

faz a ligação com a nave D. O rés-do-chão desta nave é essencialmente aberto, espaço de circulação e

ligação, albergando apenas o restaurante, a sala de jantar e alguns armazéns localizados na parte traseira do navio.

Os dois pisos superiores ocupam 3/4 da área da nave com salas mais reservadas com divisões móveis e

móveis flexíveis, visando atender as mais variadas atividades ligadas às artes.

A estrutura original de concreto e as dimensões da nave foram preservadas. Ele

complemento estrutural para a execução dos dois pisos complementares foi realizado maioritariamente

em estrutura metálica, com pilares aparentes posicionados junto aos pilares existentes. Todos

intervenções nas quatro naves, foi aquela em que as envolventes foram mais activamente trabalhadas. Toda a

A fachada lateral do pátio, originalmente em tijolo, foi substituída por uma envolvente metálica instalada em

a fase exterior da nave, respeitando a modulação original e os dentes da cobertura. Como pode

confira as fotos do período de construção e da obra concluída, do térreo aberto e dos acabamentos

metal no primeiro andar transforma completamente a estética do navio, porém, ainda claramente

linguagem industrial. Os painéis duplos de metal foram tratados de forma diferente por dentro e por fora.

fora do país. Por fora tem textura industrial e os vãos irregulares nas janelas não

Obedecem a qualquer ritmo, dispostos numa composição livre e lúdica. Essa característica também é Ilustrações 67 e 68 - Elaboração própria sobre ilustração fornecida
pelos autores do projeto. (Fonte: Andrade Morettin Arquitetos)
está presente na fase interior, porém, a assimetria é trabalhada no interior não só com a

irregularidade das janelas bem como na composição “aleatória” dos planos das placas e Ilustração 69 - Exterior do Navio C antes da reciclagem. (Fonte:
Andrade Morettin Arquitetos) 59
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suportes metálicos. A cobertura foi mantida como estava, apenas pequenas obras foram realizadas.

reparos. Tal como nos armazéns anteriores, as instalações, distribuição e mobiliário foram

completamente modificado e adequado para uso educacional.

A estratégia aplicada neste navio é a mesma do Navio B, a da compartimentação

horizontalmente através da subdivisão do volume interno pré-existente com a execução da primeira laje

chão.

Ilustração 70 - Corte longitudinal da Nave C


(Fuente: Gusmão Otero Arquitetos Associados)

Ilustração 71 - Interior do Navio C após reciclagem Ilustração 72 - Interior do Navio C após reciclagem Ilustração 73 - Interior do Navio C antes e depois da reciclagem
(Fonte: Andrade Morettin Arquitetos) (Fonte: Andrade Morettin Arquitetos) (Fonte: Andrade Morettin Arquitetos)

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NAVE D
O navio D, com aproximadamente 20 metros de largura por 40 metros de comprimento, está diretamente

vinculado ao Navio C, tanto fisicamente quanto em uso. No entanto, se compararmos os quatro navios, isto é

que apresenta as características mais singulares, sobretudo pelo facto de ser o único navio com a

telhado curvo de madeira, mas também porque foi o navio onde menos intervenção foi feita. Seu espaço era

destinado a um amplo pátio coberto de carácter flexível para atender às mais diversas atividades escolares,

como intervalos, apresentações, shows, atividades esportivas em dias de chuva, etc.

A estrutura periférica de concreto foi preservada e a estrutura interna menor, que

Provavelmente serviu de apoio às máquinas da fábrica, foi demolido para garantir a

volume interno totalmente aberto. Os envelopes deste navio foram os menos manipulados, já que o

cobertura de madeira, que estava em muito bom estado e tinha um design interessante,

foi totalmente preservado. As paredes de tijolos foram descobertas após a retirada da tinta e

acabamentos sobrepostos, reforçando a estética fabril da construção. As lacunas abertas no

as paredes eram o necessário para as ligações, de um lado com o pátio da Nave C e do outro

com a academia descoberta. A distribuição neste caso não sofreu grandes alterações, uma vez que

Permanece como uma grande área livre e, como não há mobiliário específico para este espaço, não houve

mudança significativa se compararmos o uso atual com o original. As facilidades necessárias para isso

Os espaços eram mínimos, porém houve atenção especial à iluminação do espaço de pé direito duplo.

A estratégia de roubo neste navio foi aplicada de forma simples e precisa. O simples Ilustração 74 - Elaboração própria sobre ilustração fornecida
pelos autores do projeto. (Fonte: Andrade Morettin Arquitetos)
A eliminação da estrutura secundária interna permitiu a utilização de todo o espaço pré-existente sem

grandes intervenções, além da remoção de camadas de revestimentos de parede, o que deixa

a vista dos tijolos originais.


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Ilustração 75 – Trecho do complexo – Navios B, C e D. (Fonte:


Gusmão Otero Arquitetos Associados)
Ilustrações 76 e 77 - Interior do navio D antes e depois da
reciclagem. (Fonte: Andrade Morettin Arquitetos)
Ilustração 78 – Elaboração própria.

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Abaixo está a análise dos quatro navios.

Ilustração 79 - Elaboração própria

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RESTAURANTE – COMER GASTRONOMIA


AR Arquitectos
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VILA LEOPOLDINA

Marina Acayaba e Juan Pablo Rosenberg são sócios do estúdio de arquitetura AR-Arquitectos y

Ambos são professores de arquitetura em renomadas universidades paulistas15 . O casal de arquitetos,

ela é brasileira com experiência internacional e ele é argentino formado em São Paulo, trabalham juntos desde 2008

em projetos variados, desde projetos institucionais até design de interiores. Em 2011 foram chamados para

realizar o projeto de um restaurante com conceito Slow Food16 na Vila Leopoldina e, de acordo com o

arquitetos, a intervenção foi orientada por três aspectos principais: transformar o ambiente de

aproximadamente 650 metros quadrados em um local aconchegante, unifica a linguagem arquitetônica e adapta

da arquitetura existente ao conceito do restaurante.17

O terreno está localizado na zona leste do bairro e como pode ser visto na imagem de satélite,

Nesta zona a parcelamento do terreno e a escala dos edifícios são diferentes dos lotes mais a sul.

oeste, perto dos rios. A análise do local e da sua envolvente permite-nos verificar que se trata de um espaço

intermediário entre a urbanização tradicionalmente industrial do bairro e o bairro vizinho que possui uma

caráter predominantemente residencial. No entanto, ainda existem armazéns industriais nestes blocos.

de dimensões mais modestas e armazéns abandonados, que, como explicado acima,

Eles estão desaparecendo aos poucos devido principalmente à crescente especulação imobiliária no

região e a proximidade com bairros residenciais de classe média alta.

Ilustração 80 – Restaurante Mangiare Gastronomia


(Fonte: AR-Arquitectos)
Ilustração 81 - Elaboração própria com
ilustração fornecida pelos autores do projeto.
(Fonte: AR-Arquitectos)

15 Paulistano/ a es lo que se ubica o proviene de la ciudad de São Paulo.


16 Slow Food é um movimento que visa promover uma maior valorização dos alimentos, melhorar a qualidade dos alimentos
e uma produção que valoriza o produto, o produtor e o meio ambiente.
17 Arco web. “AR Arquitetos: Restaurante Mangiare Gastronomia, São Paulo Mecânica Gastronômica
”https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/interiores/ar-arquitetos-restaurante-mangiare-gastronomia-sao-paulo
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Ilustração 82 – Elaboração própria em imagem


de satélite (Fonte: ÿ2018 Google, Inst. Geogr.)

No terreno retangular de mil metros quadrados, com 20 metros de largura por 50 metros de comprimento, estão

dois antigos edifícios industriais geminados onde anteriormente funcionava uma oficina de tratores. Os dois navios

Possuem dimensões quase idênticas, aproximadamente 8 metros de largura por 27,50 metros de comprimento,

Além disso, nas traseiras do terreno existe um pequeno edifício secundário com rés-do-chão e mezanino.

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A área construída existente de aproximadamente 650 metros quadrados atendeu ao programa do

restaurante, por isso os arquitectos optaram por reciclar o edifício, aproveitando ao máximo o que

existentes e construir novas construções apenas um pequeno volume na parte frontal dos armazéns

onde ficam os banheiros dos clientes do restaurante. Desta forma, toda a composição original

Preservam-se, inclusive, as alturas existentes, que no interior dos navios tinham altura e meia com

aproximadamente 3 metros nos pontos mais baixos. No edifício secundário existia um rés-do-chão com

pé direito único mais mezanino que ocupava apenas metade da área. É um edifício de

dimensões modestas em comparação com outros armazéns industriais da região, com uma estrutura simples de

concreto, telhados assimétricos e materiais modestos e baratos. Apesar de não ter valor

material ou estético, estava em bom estado, a estrutura de suporte e a cobertura

cumpriram suas funções, portanto, temos o compromisso de reciclar o todo, visando principalmente o

economizando recursos.

Propõe-se, entre outras medidas, desmontar a construção e inserir um elemento no espaço.

de articulação entre eles, no âmbito do qual o programa é desenvolvido. É uma estrutura de chapa metálica

aço carbono que percorre todo o espaço conectado a vigas metálicas apoiadas nos pilares existentes do

os navios. Esta folha horizontal funciona como um teto falso que cria uma hierarquia visual ordenada que

liga o espaço da entrada, onde ficam a churrasqueira e a adega, à cozinha dos fundos, além de

reduzir parcialmente a escala do espaço, proporcionando uma altura livre mais adequada ao uso

proposto. Porém, a placa articulada fica no centro do espaço e cobre apenas um terço da área,
Ilustrações 83 a 85 - Fachada e interior dos navios antes do
dividindo o espaço em três: embaixo da estrutura fica o bar e dos dois lados ficam as mesas
reciclagem (Fonte: AR-Arquitectos)
que estão sob o convés original dos navios.

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Ilustração 86 - Elaboração própria de plano


fornecido pelos autores do projeto. (Fonte: AR-
Arquitectos)

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Ilustração 89 – O interior após a reciclagem.


Ilustração 87 e 88 – Planta e corte longitudinal. (Fonte: AR-Arquitectos)
(Fonte: AR-Arquitectos)

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As estruturas de concreto dos armazéns e do prédio ao fundo são independentes entre si e

foram preservados, porém, toda a estrutura dos navios foi complementada com uma estrutura metálica

a fim de promover o reforço exigido pela colocação da chapa de aço. Analisando a revolta

do existente, fornecido pelos autores do projeto, é possível detectar uma certa assimetria dos pilares

na frente dos navios. Tal assimetria foi corrigida no projeto, que além dos reforços

estrutural propõe preenchimentos com fins estéticos, mascarando os pilares existentes, atitude que

não se aplica a vigas de concreto que foram mantidas como estavam e que vão

transversalmente ao espaço, ligando as laterais e dando sustentação à estrutura da cobertura.

A intervenção mais importante neste projeto foi nos envelopes, priorizando a economia

de recursos e a reutilização de materiais existentes. As coberturas da estrutura de madeira do

foram preservadas as naves, as telhas de fibrocimento e as inclinações, que em uma das naves eram de

água e nas outras duas águas. Esta composição ganhou destaque com a decisão de retirar a cornija que

rematou a fachada principal, expondo os dentes das coberturas e revelando o carácter industrial da

das naves existentes, facto que alterou completamente a composição da fachada e a leitura das

espaço. A intervenção na cobertura consistiu basicamente na substituição de telhas danificadas, na eliminação de

telhas transparentes, aplicação de espuma para proteção termoacústica do ambiente e pintura

de todos os elementos em preto. Ao pintar o telhado e suas partes de preto, o que os arquitetos pretendiam

era escondê-lo, sem a necessidade de colocar um teto falso que, além do custo de execução, ocultasse a origem

navio industrial dentro. Na parede existente entre as coberturas, mesmo a meio das naves,

foram abertos buracos, onde os antigos caixilhos das janelas foram reaproveitados para criar o

iluminação superior. As paredes periféricas foram decapadas na faceta interna, a fim de remover todos
Ilustrações 90 e 91 – Fachada principal e corte
o material sobreposto e deixando os tijolos à vista, que reforçam a leitura do espaço reciclado da fábrica. transversal. (Fonte: AR-Arquitectos)
Ilustração 92 – Elaboração própria.
As janelas foram substituídas por novas, mais altas, mas mantêm o ritmo original dos buracos na
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fachadas laterais e, na fachada frontal, a carpintaria em aço reforça a estética industrial

proposta. O volume dos banheiros segue a mesma linguagem estética com treliça de tijolos de

composição irregular que se conecta visualmente com as paredes recicladas do interior.

Os móveis da sala foram projetados em sua maioria com madeira de demolição. Mesas, bares

e estantes, além da vegetação proposta, criam um ambiente aconchegante e agradável. A distribuição

dos espaços foi adequado ao uso do restaurante, concentrando todo o espaço de refeições no interior dos armazéns.

permanência do público: adega, bar e sala de jantar. Ao fundo, ocupando todo o edifício secundário

são os espaços administrativos e a cozinha industrial que, por sua vez, concentra a maior parte dos novos

instalações. A água é aquecida por energia solar e a água da chuva dos telhados é captada para irrigação.

lavagem de jardim e chão.

Figuras 93 e 94 – Passagem interna e lateral após reciclagem. (Fonte: AR-Arquitectos)

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Ilustrações 95 a 97 – Interior após reciclagem. (Fonte: AR-Arquitectos)

A reciclagem de materiais existentes e a poupança de recursos económicos são os pontos fortes desta

intervenção, uma vez preservado quase tudo o que existia, as intervenções estruturais foram

pontual e grande parte do material existente foi reaproveitado e transformado. As cores usadas como

o roxo da fachada e o preto das cadeiras, a vegetação no interior, as texturas dos tijolos e o

A madeira ajuda a criar uma atmosfera intimista e ao mesmo tempo moderna. É a grande chapa metálica que

Percorre todo o ambiente, transformando radicalmente o espaço. Podemos dizer que funciona como um

implante, onde um novo objeto é inserido dentro do antigo para que funcione de forma diferente,

reprogramar o espaço de forma precisa e menos invasiva possível. Ilustrações 98 – Criação própria

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ASSOCIAÇÃO CULTURAL VIDEOBRASIL


Arquitecto Gui Paoliello
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Guillermo Paoliello, mais conhecido no mundo profissional como Gui Paoliello, é arquiteto

paulistano formou-se na prestigiada FAUUSP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de

São Paulo) no final da década de 1970, quando se juntou ao arquiteto André Vainer. A união bem sucedida tem

durou 30 anos com projetos em sua maioria na região metropolitana de São Paulo, porém,

Desde 2009 Paoliello trabalha sozinho. Durante sua carreira profissional construiu cerca de 350 projetos,

dos quais predominam projetos residenciais. É um dos fundadores da Escola Municipal,

escola jovem e pioneira de São Paulo, que vem transformando o ensino de arquitetura com foco em

sustentabilidade, reciclagem arquitetônica e revitalização urbana.

“Não faço trabalhos espetaculares, mas acho que tenho algo de valor, projetos

econômico que tenha uma adaptação ao lugar, à paisagem ou ao meio ambiente


18
urbano em que está localizado."

Em 2014 foi contratado para fazer o projeto da Associação Cultural VideoBrasil, instituição

cultura que abriga uma coleção crescente de obras e publicações da América Latina, África, Europa Oriental,

Ásia e Médio Oriente. O acervo inclui clássicos da videoarte, produções próprias e um vasto acervo de

publicações sobre arte, reunidas desde a primeira edição do Festival de Arte

Contemporâneo Sesc Videobrasil, em 1983. Ainda realiza exposições, programas de cinema, seminários,

oficinas, residências artísticas e laboratórios de criação e reflexão.


Ilustração 99 – Associação Cultural VideoBrasil

(Fonte: Gui Paoliello)


Ilustração 100 – Elaboração própria.

18 Paoliello, G. “Os profissionais que assinaram os projetos publicados na edição” em Revista electrónica brasileña AU Arquitetura e
Urbanismo. Entrevista publicada el 26 de julio de 2016. https://au.pini.com.br/2016/07/os-profissionais-que-assinaram-os-projetos-
publicados-na-edicao-14/#more-4118
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Conhecida localmente como Galpão VB, em espanhol Galpón VB, a nova sede da associação

cultural ocupa um antigo armazém industrial originalmente construído para funcionar como armazém. O

a nova sede conta com amplo espaço para exposições, pequena biblioteca com acervo permanente,

sala de vídeo, escritórios e espaços para administradores da associação, além de jardim,

café e uma pequena loja. O principal objetivo da associação é a ativação permanente das obras

de seu acervo e de artistas internacionais e, agora com sua nova sede, inicia um novo ciclo de seu

história, onde seu acervo está permanentemente disponível e mais presente no cenário artístico em

São Paulo.

Ilustração 101 – Elaboração própria em imagem de


satélite (Fonte: ÿ2018 Google, Geogr. Inst.)
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Localizado na mesma avenida e a apenas 500 metros do restaurante Mangiare Gastronomia

(último projeto analisado), o local destaca as características desta área específica que faz fronteira com o bairro

vizinho mais desenvolvido, como explicado acima. Quando nos aproximamos do enredo

Destacam-se as torres residenciais próximas, bem como um antigo armazém industrial no terreno vizinho,

onde hoje funciona uma loja de material escolar e similares, subsidiária de uma grande rede comercial. O

lote retangular tem área de aproximadamente 1.700 metros quadrados, onde foi inserido o armazém

de forma quase centralizada, não tocando em nenhum dos limites da trama. O navio tem 14 metros de largura

por 64 metros de profundidade e o recuo frontal é de aproximadamente 10 metros. Além do navio

Existia uma pequena construção secundária de dois pisos, rés-do-chão mais um, nas traseiras do lote.

A reciclagem do armazém foi realizada através de intervenções simples e de baixo custo. O principal

O objetivo foi garantir a máxima flexibilidade, aproveitando o potencial de um grande espaço polivalente.

para as diversas atividades do Videobrasil. A estética exterior foi mantida no seu estado original, com a

rusticidade característica da construção pré-fabricada em concreto. No espaço interior predomina

o pé-direito duplo com 8 metros de pé-direito livre, que só é interrompido pelo volume interior que possui dois

pisos, rés-do-chão mais um, num dos lados da nave. Um volume desses com 160 metros quadrados

Representa menos de vinte por cento da área do armazém, que tem uma área total de 900 metros quadrados.

Toda a construção pré-existente foi totalmente preservada: a nave, o volume interior e a

construção secundária na parte inferior do terreno. Não houve acréscimos ou demolições significativas, os espaços
Ilustrações 102 e 103 – Interior do armazém antes da
Foram reformados em tempo hábil, com o intuito de tornar o espaço principal aberto e flexível. ELE
reciclagem e durante a obra. (Fonte: Gui Paoliello)
podemos dizer que espaços de menor escala, como sala de vídeo, biblioteca, café e escritórios

foram onde se realizou mais intervenção, através de reposicionamento de paredes, mobiliário, acabamentos, etc. ELE

É uma construção sólida e robusta, porém simples e comum, onde a estética do

cinza de concreto pré-moldado aparente e paredes de blocos de concreto aparente.

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Ilustrações 104 e 105 – Plantas e corte longitudinal.


Elaboração própria com base em material fornecido pelo
autor do projeto. (Fonte: Gui Paoliello)

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Conforme dito anteriormente, a estrutura do navio foi totalmente preservada. Os pilares

As principais ficam nas laterais da construção, proporcionando vãos livres de 14 metros em quase tudo.

o espaço, com exceção dos cinco pilares secundários que sustentam o volume interior. Através dele

análise das plantas e fotos fornecidas pelo autor do projeto é possível detectar que este volume foi

complementado logo após a sua construção, uma vez que dos cinco pilares existentes, três

São fabricados em concreto pré-moldado e possuem a mesma linguagem da estrutura principal, porém o restante

São metálicos e tal parcela do volume possui características diferentes, o que nos faz deduzir que seja

de um volume executado posteriormente, em estrutura metálica e com envelopes leves.

Singularidade que não só foi respeitada pela reciclagem, mas destacada pelas cores definidas em

projeto. Por fim, temos a demolição de uma escada no volume interno da nave e a execução

de uma nova lapidação de tal volume, medida tomada para ampliar o espaço interno disponível para a

escritórios da associação.

As intervenções nos envelopes foram específicas e principalmente nos espaços

interiores, uma vez que as fachadas da nave permaneceram quase intactas. As paredes do espaço

salão de exposições foram cobertos até 4,20 metros de altura com uma massa lisa e pintados de branco para

permitir a flexibilidade necessária para exposições e exibições. Acima dessa pintura, os blocos de

o concreto foi mantido em seu estado bruto, sem qualquer tratamento. O volume interno do navio foi
Ilustrações 106 e 107 – Fachada principal e volume interior
preservados, porém, foram abertos furos no térreo, adaptados ao novo uso e para que pintado. (Fotografia: Pedro Vannucchi)

permitir a permeabilidade desejada para a área da biblioteca e sala de áudio; essas áreas que atuam

como espaços intermediários entre os espaços menores de permanência e o grande espaço de

exposições. É importante destacar o uso da madeira e da cor vermelha em locais específicos, que geram

uma estética que, apesar de simples, permite a ligação visual de todo o edifício. A capa original do

galpão de fibrocimento estava em bom estado e foi mantido, porém, o revestimento externo na

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A lateral da nave foi ampliada para permitir um maior espaço coberto para a entrada central. As

As pequenas coberturas no fundo do terreno foram improvisadas e em estado de deterioração.

de tal forma que foram removidos e substituídos por um novo.

Ilustrações 108 e 109 – Interior da nave, no térreo e no


primeiro andar. (Fotografia: Pedro Vannucchi)

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Quanto às instalações, as mais importantes e essenciais para o funcionamento da associação

foi o projeto de iluminação do espaço expositivo. Uma grande grade de metal suspensa às 5h50

metros de altura dá suporte às instalações de iluminação, além de ter sido

calculado para suportar cargas de possíveis exposições, proporcionando a flexibilidade necessária ao

espaço. A um nível secundário, é importante salientar que os sanitários, tanto para funcionários como para

visitantes, não foram realocados, apenas reformados, com o objetivo de aproveitar ao máximo
instalações existentes nesses locais.

Na distribuição dos espaços a intervenção foi mínima, os volumes foram respeitados e a

o programa foi adaptado ao existente, onde o acesso do público é restrito ao piso térreo. No

O recuo frontal, originalmente um pátio de manobras de veículos, foi transformado em jardim com

canteiros construídos com blocos de concreto que remetem aos blocos originais do navio. Ele

O desnível entre o jardim e a nave foi superado por uma escada de madeira, de modo que toda a fachada

a frente abre e permite a conexão entre interior e exterior, além de permitir apresentações e

eventos ao ar livre. Dentro do navio, o espaço expositivo é o protagonista principal. O volume

O interior contém o acervo, uma biblioteca com 3.200 títulos e uma videoteca com 1.300 itens que permanecem

disponível para leitura e consulta dos visitantes e ainda uma sala para exibições mais frequentes.

Todos estes espaços são contíguos e abertos à grande área expositiva. Além disso, possui um Figuras 110 e 111 – Jardim na entrada do armazém e loja
modular. (Fotografia: Pedro Vannucchi)
cafetaria e uma pequena loja para visitantes, instalada nas traseiras do complexo. Todo o primeiro andar é

destinado aos escritórios e setores administrativos do Videobrasil.

Quanto ao mobiliário, vale destacar a pequena loja de produtos e edições relacionadas com

Atividades do Videobrasil, localizadas no terraço da entrada lateral. Projetado como uma caixa de madeira

aproximadamente 3x2 metros e construída com tábuas de madeira reflorestada, abre totalmente para

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através de portas/prateleiras e um pequeno balcão, transformando-se numa pequena loja durante o

período de atividades e que possa ser fechado em formato de caixa, protegendo adequadamente seu conteúdo.

A análise desta reciclagem mostra a economia de recursos e a adaptação ao que existe de forma

minimamente invasivo. As intervenções propostas são maioritariamente superficiais como a pintura

acabamentos e móveis. A reprogramação do edifício assenta na premissa de reaproveitar o máximo possível.

existente, interferindo o mínimo necessário e sem caprichos arquitetônicos. A identidade e o valor

projeto se dá por meio de intervenções superficiais: é a tinta branca no amplo espaço, o alumínio do

instalações aparentes, uso de madeira reflorestada e da cor vermelha em paredes, móveis e portas,

além da implantação de jardim e pequenas áreas aconchegantes de estadia. Talvez possamos definir

esta estratégia como a reciclagem de superfícies, onde o novo coexiste em harmonia com o antigo,

ocupando seu interior e reprogramando seu uso.

Ilustração 112 – Elaboração própria

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AGÊNCIA DE PUBLICIDADE - NEOGAMA BBH


Gui Paoliello e André Vainer
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Conforme mencionado no último projeto analisado, Guillerme Paoliello e André Vainer

Eles trabalharam juntos desde o final da década de 1970 até 2009, razão pela qual este projeto específico foi

realizado por ambos em 2005. A dupla conquistou importantes prêmios do IAB (Instituto dos Arquitetos de

Brasil) nos anos de 2000, 2002 e 2004; além do prêmio Master Real Estate Brasileiro em 2000 e diversos

participações nas Bienais Internacionais de Arquitetura de São Paulo. Vainer se formou na FAU-

USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) em 1980 e trabalhou com Lina

Bo Bardi no famoso projeto do Sesc Pompeia na década de 70. Discípulo de Lina, acompanha a evolução

do seu trabalho com a atualização do Sesc até hoje:

“Lina naqueles anos tinha uma liberdade enorme que, hoje, seria impossível de ser adotada em

a arquitetura. Muitos anos após a morte de Lina, começamos a


19
fazer adaptações relativas, por exemplo, à questão da acessibilidade.”

A agência de publicidade Neogama BBH decidiu se mudar para a Vila Leopoldina em 2004, ocupando

terreno onde funciona a fábrica da empresa BIC - empresa multinacional produtora

canetas e isqueiros. O prédio está localizado na mesma rua da Beacon School (primeiro projeto

analisado), na porção oeste do bairro e muito próximo ao encontro dos dois principais rios da cidade.

Ilustração 113 – Agência de publicidade


Neogama BBH
Ilustração 114 – Elaboração própria.

19 Vainer, A. “Cidadela da Liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia” en Revista Habitare 56. Entrevista publicada el 9 de mayo
de 2016.https://issuu.com/editorasbc/docs/revista_habitare_56/6
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No terreno retangular de aproximadamente 55 por 90 metros estão dois galpões industriais, o

principal maior e transversal ao segundo de menores proporções e paralelo à rua - compondo

uma área construída em “L” – ambos armazéns com três pisos, dois pisos mais mezanine técnica. A área construída

disponíveis não atendiam ao programa da agência, além da necessidade de criação de um ambiente de trabalho

sofisticado e compatível com o perfil jovem da agência de publicidade. Os arquitetos decidiram

manter os edifícios existentes e construir um novo adjacente a eles, de modo a preencher o

pátio interior do lote. A proposta baseia-se na manutenção do carácter industrial das instalações, na reprogramação

as construções existentes e criar um novo armazém que se apropriasse da paisagem existente.

Ilustração 115 – Elaboração própria em imagem de


satélite (Fonte: ÿ2018 Google, Geogr. Inst.)

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O armazém recém-construído, assim como os pré-existentes, tem três pisos e alberga o

principais setores operacionais, como áreas administrativas, de criação, de serviços e de produção. O desenho

de sua cobertura é um dos destaques do projeto que, com composição irregular, supera uma luz de

trinta metros e visa não apenas a iluminação natural do ambiente, mas também uma inegável tentativa de

composição estética. A composição dos espaços interiores é irregular e a estratégia adoptada visa

atmosfera aberta, pé-direito generoso e permeabilidade visual. O uso de gateways que conectam

os ambientes dispostos de forma pouco convencional, módulos geométricos, grandes espaços, salas

Janelas envidraçadas e cores vibrantes criam uma atmosfera jovem e casual. A iluminação suspensa é uma parte essencial

do volume, a configuração da cobertura e a área irregular dos três pavimentos propostos

permitiu o gerenciamento da luz de forma eficiente.

“Fotografia e arquitetura são profissões muito próximas. Ambas trabalham essencialmente


"20
com volumes, com luz

O pequeno armazém pré-existente, paralelo à rua, foi convertido numa grande galeria de

entrada no piso térreo, além de salas de reuniões no piso superior. O outro navio pré-existente

Abriga estacionamento no térreo, áreas técnicas no mezanino e salas para empresas associadas em

o pavimento superior.

Ilustrações 116 e 117 – Foto da maquete e da obra.


(Fonte: Gui Paoliello)

20 Igual 37

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Ilustrações 118 e 119 – Plantas e corte transversal. Elaboração própria com


base em material fornecido pelos autores. (Fonte: Gui Paoliello)

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Sempre levando em consideração que o objetivo deste trabalho é a análise da reciclagem de

galpões industriais e não os de construção nova, pode-se dizer que o novo tem papel preponderante

inegável no todo. O carácter industrial dos armazéns pré-existentes foi um pouco diminuído

pela arquitetura proposta. Tal destaque não se deve apenas às características formais, mas também

também pelo programa adoptado. Todo o núcleo do programa, bem como as áreas de maior permanência,

Localizou-se na nova construção, deixando pequenos espaços nos renovados armazéns pré-existentes.

Porém, e seguindo a linha deste trabalho, analisaremos a seguir as estratégias de reciclagem.

adotado em armazéns pré-existentes.

A estrutura original de ambos os armazéns é de concreto. O maior navio tem 17 por 60 metros

e o menor 7 por 43 metros. Pequenos volumes inúteis em seu interior foram demolidos, sem

Porém, toda a estrutura foi preservada, inclusive as lajes de concreto e seus vazios. O programa

estabelecido para esses espaços estava totalmente acoplado ao que existia.

Em relação aos telhados, os navios diferem formalmente. No menor foi preservado

o telhado plano de concreto como estava, por sua vez o outro armazém tinha o telhado metálico

com planos inclinados formando os dentes característicos da construção industrial. A estrutura


Ilustrações 120 e 121 – Foto aérea dos armazéns e do
o metal foi mantido e renovado através de tratamentos químicos e posterior pintura, as telhas foram interior do novo armazém de construção, respectivamente.
(Fotografia: Nelson Kon)
substituídos por novos e as lacunas foram mantidas com a substituição do envelope de vidro, que mantinha

iluminação interna superior. Porém, em nenhum deles houve uma intervenção de grande importância. As

envelopes tiveram grande relevância na reciclagem, os dois foram tratados de forma diferente, mas há uma

clara intenção estética da composição da fachada em ambos, uma vez que foram mantidos quase em sua

totalidade, atuando principalmente na sua superfície, na fachada. Ao analisar a posição do conjunto em

No terreno, do novo e do antigo, percebe-se que os armazéns pré-existentes compõem a fachada do

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VILA LEOPOLDINA

definir. A nave paralela à rua passa a ser a fachada principal não só porque está voltada para a rua,

mas também para abrigar a entrada principal. Nele foi adotada uma composição de retratos em preto e branco

de rostos de pessoas comuns que geram uma textura irregular em tons de cinza. Na fachada lateral,

da nave transversal, optou-se por expor as condutas de ar condicionado de cor metálica de forma

que geram uma composição 3D do mesmo, além do uso de cores vibrantes como amarelo e azul.

vermelho.

As instalações foram totalmente refeitas, porém, reaproveitando as áreas do mezanino

técnicos existentes. A distribuição física dos espaços foi minimamente modificada, foi o programa que

foi adaptado ao existente, inclusive nos pisos técnicos, respeitando os vazios existentes no mezanino do

o menor navio. Uma vez que os armazéns deixaram de ser utilizados, o mobiliário é completamente novo, com

especial atenção à entrada do complexo no rés-do-chão e às salas de reuniões e pequenos escritórios no

o andar superior.

Tendo em conta o projecto como um todo e não apenas a morfologia da reciclagem do que

pré-existente, podemos nomear a estratégia adotada como parasita. O novo aqui não vem para agregar ou

complementar o que existe com o propósito de torná-lo evidente; pelo contrário, o novo se apropria do

valor do que existe e da linguagem industrial do terreno e do bairro para se capacitar e ganhar visibilidade.

O tamanho e a composição arquitetônica dos novos enfraquecem o valor dos navios originais, colocando-os

ao fundo e as intervenções nas fachadas mascaram a sua origem fabril. A reciclagem aqui é limitada a

dar novo uso ao que existe e reaproveitar a construção, mas de forma secundária e sem exaltar o

valor industrial dos armazéns existentes. Ilustração 122 – Elaboração própria

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Ilustrações 123 a 126 – Fachadas dos armazéns reciclados e


interior do armazém existente reprogramado em espaço de
escritório. (Fotografia: Nelson Kon)

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ESTÚDIO PÍER 88
Arquiteto Pietro Terlize
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Pietro Terlizzi, formado em 2009 pela Faculdade Mackenzie de Arquitetura e Urbanismo - São Paulo,

Ele trabalha em seu próprio estúdio de arquitetura e design de interiores há dez anos com o

desenvolvimento de projetos residenciais, comerciais e corporativos. Seu trabalho inclui todas as etapas do

projeto, desde o desenvolvimento do conceito, passando pela execução da obra até o projeto de construção.

interiores que inclui a escolha de objetos decorativos e móveis. Em 2014 foi contratado para fazer o

renovação de um armazém industrial desocupado.

Os proprietários são profissionais do setor da moda, habituados a viajar para diversas cidades

para trabalhar (especialmente para Los Angeles e Nova York) e estavam cientes da reciclagem de antigos armazéns

espaços industriais reprogramados para filmagens, estúdios fotográficos, entre outros

coisas. Inspirados em estudos norte-americanos, e tendo em conta as devidas proporções, decidiram

experimente e se comprometa com a reciclagem do seu galpão industrial na Vila Leopoldina, transformando-o em um espaço

de estúdios para locação, com infraestrutura adequada para produção de imagens, comerciais,

revistas, catálogos, campanhas, etc.

O terreno de 2 mil metros quadrados está localizado na porção noroeste do bairro, a uma curta

distância, aproximadamente 200 metros (um quarteirão e meio), da Beacon School e da agência

Publicidade Neogama BBH, projetos analisados anteriormente neste trabalho. O armazém industrial original,

Segundo o autor do projeto21, é da década de 1950 e, analisando o local através da imagem do

satélite, é possível supor que a área atual fazia parte de um armazém industrial de maiores proporções.

grande e que ocupava todo o quarteirão em que está inserido. Ao configurar tudo, cubra

Como um todo, presume-se que tal navio foi compartimentado para ser composto por pequenos navios anexos,

o que provavelmente foi uma adaptação ao longo do tempo. Não há registros disponíveis que

Ilustração 127 – Estúdio Pier 88

Ilustração 128 – Elaboração própria.


21 Informações fornecidas pelo autor do projeto via Skype.
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comprovar esta teoria e o que nos importa neste momento é a análise da reciclagem neste trecho do

navio Industrial. O armazém, de 20 por 90 metros, ocupa quase todo o terreno, acompanhando o alinhamento da rua

e unidas por outras naves em ambos os lados, deixando uma faixa de 8 metros de área não construída em

a parte inferior da trama.

Ilustração 129 – Elaboração própria em imagem


de satélite (Fonte: ÿ2018 Google, Geogr. Inst.)

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Ilustração 130 – Interior do armazém antes da reciclagem (Fonte: Pietro Terlize)

Esta configuração foi preservada e foram realizadas obras no edifício original. Levando em consideração o uso

O projeto proposto teve como objetivo flexibilidade, grandes espaços abertos e espaços de uso comum.

A ideia do projeto foi aproveitar a estrutura existente e viabilizar toda a infraestrutura que uma equipe

de filmagem que você pode precisar dentro do espaço. As áreas comuns foram propostas na frente do

terreno e dispõe de recepção, administração, almoxarifado de materiais, sala de reuniões, refeitório,

armazenamento para equipamentos de fotógrafos e até salas individuais para fotógrafos. Na parte

Posteriormente, 5 grandes estúdios de fotografia e filmagem contam com seus respectivos mezaninos e camarins

exclusivo com toda infraestrutura necessária para cada sessão. Para permitir o acesso de veículos com

do equipamento, foi criada uma estrada interna que liga cada um dos cinco estúdios propostos.

Além de um jardim na parte não construída nas traseiras do terreno, onde foi proposta uma área comum.

lazer para usuários e visitantes.

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Ilustrações 131 a 133 – Plantas e cortes.


(Fonte: Pietro Terlize)

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A estrutura original com vãos de 10 metros compartimenta o navio em nove partes ao longo

sua extensão, configuração que esteve na base do projeto na medida em que não só tem a

modulação original, mas foi através dela que se originou a compartimentalização dos estudos.

Os menores ocupam um módulo (10 metros de largura) e os maiores ocupam 2 módulos (20 metros de largura).

de largura). Toda a estrutura secundária da nova construção foi projetada respeitando a modulação

original, de forma independente e sem intervenções na estrutura ou paredes originais. O primeiro andar, ou

mezanino neste caso tudo foi executado em estrutura metálica sustentada por novas fundações

localizado no meio do terreno para não interferir nas fundações originais.

As envolventes da nave foram preservadas e até a fachada da rua principal foi

manteve o acesso de veículos em sua posição original. Trabalhamos com painéis metálicos com o

intenção de ter uma grande pintura estética industrial que funcione em parte como recinto e em parte

como porta de acesso. Ainda assim, quando comparada com a fachada original, as intervenções foram mínimas,

como a abertura do poço principal, a janela de controle de acesso e a pintura amarela vibrante

que se destaca na paisagem das ruas, onde predomina a cor cinzenta das paredes dos armazéns e armazéns.

adjacente. No interior onde estão as envoltórias recém-construídas, foi adotada a alvenaria

de concreto aparente no térreo e paredes de drywall nos mezaninos . A capa original de Ilustração 134 – Corredor dentro do navio. (Fonte: Pietro
Terlize)

Ilustrações 135 e 136 – Fachada antes e depois da


reciclagem. (Fonte: Pietro Terlize)

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foi preservada estrutura de madeira com grades que chegam a 2,5m de altura e

trabalho de isolamento termoacústico através da aplicação de spray de lã de vidro em toda a peça

debaixo da capa original, uma técnica muito comum e de baixo custo. Assim como em todos os casos estudados,

Foi necessário restaurar e substituir algumas telhas de fibrocimento que foram danificadas no caminho.

tempo. Além disso, foi aplicada uma tinta branca em toda a parte interna da capa, para

deixam aparente e, assim como as paredes brancas nas laterais, ajudam a criar a sensação de um só

Ilustrações 137 a 139 – – Interior de estúdio duplo e


volume interno da área de uso comum. (Fonte: Pietro
Terlize)

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espaço espaçoso e limpo. Os materiais aparentes revelam a identidade industrial original do

construção e o contraste entre a estrutura de madeira do telhado pintado de branco com a estrutura

Os mezaninos em aço cinza mostram o que há de novo e original no espaço interior.

Instalações como cabine de energia primária, casa de máquinas e tanques de água

Mantiveram a localização original, sendo necessária apenas uma substituição ou outra para mais equipamentos.

moderno. A nova instalação com maior intervenção foi o sistema de climatização dos espaços; Tem sido

implementou todo um sistema de climatização dos espaços interiores tendo em consideração a

conforto de usuários e profissionais (principalmente fotógrafos e modelos) e manuseio de máquinas

que emanam energia e calor, como fontes de luz para ensaios fotográficos.

A distribuição dos espaços, conforme dito acima, levou em consideração a

modulação estrutural original, a mudança radical de uso tornou todo o espaço completamente

reprogramado, bem como o mobiliário, inexistente na situação original do navio.

A estratégia adotada nesta reciclagem foi a compartimentação vertical do espaço, onde o

a modulação original orientou toda a reprogramação. Ao propor as dimensões do mezanino

reduzido, limitado ao mínimo necessário e diretamente ligado ao uso no térreo adjacente,

promoveu uma setorização vertical do espaço. Cada estudo tem seu “módulo” que é

compartimentado verticalmente através dos mezaninos que completam seu espaço de trabalho.

Ilustração 140 – Elaboração própria

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AGÊNCIA DE PUBLICIDADE - PARANOID


Subestudo
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Isabel Nassif, Julia Masagão e Renata Pedrosa iniciaram seus trabalhos em 2009 com o projeto do

Galeria Baró, no bairro Barra Funda, bairro vizinho à Vila Leopoldina e que também conta com instalações industriais e

características semelhantes à área de estudo. O projeto da galeria de arte foi, assim como o projeto em

edição, a reciclagem de um antigo galpão industrial.22 Localizada no meio de um quarteirão, a Galeria Baró

permitiu gerir diversas estratégias de intervenção num armazém industrial, como, por exemplo,

gerenciamento de rotas, espaço generoso e flexibilidade de espaço. Este projeto foi um sucesso e

marcou o início da colaboração entre profissionais. Em 2012, a artista Julia Masagão decidiu continuar

de forma autônoma na área das artes e desde então as arquitetas Isabel Nassif e Renata Pedrosa

Desenvolvem projetos de arquitetura, design de interiores e design de mobiliário. A experiência em

a reciclagem e reforma de galpões industriais permitiu ao casal trabalhar em outros projetos semelhantes

reabilitação, como o projeto da agência de publicidade Paranoid em 2015.

O local já foi analisado anteriormente, pois o terreno está localizado na porção noroeste

do bairro próximo ao encontro dos dois rios e fica bem próximo de três projetos aqui analisados: Escola

Beacon, agência de publicidade Neogama BBH e Studio Pier 88. A área do projeto compreende uma parcela

de aproximadamente um quarto da área do armazém industrial total, uma vez que tal edifício existe hoje

Dividido em quatro armazéns industriais com utilizações independentes.

A área do projeto tem 1.200 metros quadrados em uma composição retangular de 32 por

38 metros, conforme pode ser visto na ilustração esquemática ao lado. O espaço interno foi dividido em dois

partes: uma fechada com térreo mais mezanino e outra aberta com pé direito duplo. Ambos os espaços foram

mantida, porém, todas as paredes internas foram demolidas. Todo o programa da produtora

Ilustração 141 – Agência de publicidade paranóica


22 Sub.estudio. “Galeria Baró: reforma de galpão para abrigar a galeria de arte Baró”. https://subestudio.com.br/Galeria-Baro
Ilustração 142 – Elaboração própria.
(Acessado em 14 de abril de 2019)
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Foi resolvido na parte fechada, deixando a parte aberta como um amplo jardim coberto, com cozinha

comunidade, bicicletários, banheiros e espaço para futuras expansões.

Os conceitos de espaços abertos e fechados foram implementados aqui explicitamente. Ele

projeto foi todo executado dentro do armazém existente já que não havia espaço externo disponível,

Os autores trabalharam no conceito de área interna e externa dentro do próprio navio. A área mais interna

reservado e protegido contrasta com o espaço “externo” que, apesar de ser um espaço de facto coberto,

Ilustração 144 – Elaboração própria baseada em material


Ilustração 143 – Elaboração própria em imagem de satélite (Fonte: ÿ2018 Google, Geogr. Inst.) fornecido pelos autores. (Fonte: Subestudio)

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Tem o carácter de um espaço público dentro do edifício. Predomina o duplo pé-direito livre, o uso do

A vegetação de médio porte e a luz proveniente do deck proporcionam a sensação de espaço aberto,

como uma praça pública. A área externa, com 715 m² com pé direito duplo, garante flexibilidade ao projeto: em

no dia a dia, é um local agradável para trabalhar, mas ao movimentar os móveis, pode receber eventos, festas,

filmar, etc.

“A área externa funciona como um grande jardim móvel: tanto o paisagismo quanto a

os móveis foram executados sobre rodas, para que o ambiente ficasse totalmente

flexível.”23

As paredes originais da parte fechada foram substituídas por planos de vidro e os quartos ficaram mais

abertas foram limitadas por malhas metálicas perfuradas, ambas soluções que organizam o espaço

permitindo a permeabilidade visual do complexo e a integração entre os ambientes. O programa foi

concebido de forma a que todos os espaços de ocupação flutuantes, como os quartos, ficassem no rés-do-chão.

salas de reuniões, ilhas de edição e salas de apresentação, onde a equipe recebe constantemente clientes e

profissionais externos. Dessa forma, o andar superior ficou mais reservado para a produtora com a sala

da diretoria, a parte administrativa, financeira, salas de pesquisa, arquivos e outras duas salas

reuniões internas. A maior nova intervenção construtiva do projeto é a futura execução de um mezanino

na parte aberta que será executada posteriormente, de acordo com a necessidade da empresa. Um mezanino assim

Terá uma área limitada e estará interligado entre si e ao mezanino pré-existente através de passarelas.

metálico, conforme pode ser identificado nas plantas.

23 Pedrosa, R. É uma galeria arquitetura. “Hangar ajardinado”. https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/sub-


study_/paranoid/4166 (Acessado em 3 de março de 2019)
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Ilustrações 145 e 146 – Plantas e cortes. Elaboração


própria com base em material fornecido pelos autores.
(Fonte: Subestudio)

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Ilustrações 147 e 148 – Antes e depois da reciclagem.


(Fonte: Subestudio)

A estrutura original de concreto foi totalmente preservada e os mezaninos propostos foram construídos

os novos serão de estrutura metálica e executados de forma totalmente independente do

pré-existentes (serão executados em momento posterior ainda não definido e de acordo com a necessidade do

agência). O mezanino pré-existente foi mantido, bem como a escadaria original,

localizada no centro do piso, porém, a escada foi substituída por uma nova composta por

folhas de metal preto. Apenas o perímetro, a laje do mezanino, restou do pré-existente.

e a capa.

Foram preservadas as envoltórias periféricas da nave e a cobertura em estrutura metálica

Na sua totalidade foram descartadas todas as paredes pré-existentes, bem como o teto falso do mezanino,

Esta ação resultou em pé-direito mais generoso e iluminação natural abundante. Para a execução

Das paredes do mezanino foi projetada uma estrutura metálica que se apoia nos pilares de concreto sem

toque na estrutura coberta. As grades dos passeios, assim como as escadas, foram feitas em

folhas metálicas pintadas de preto com a mesma linguagem das molduras de todo o conjunto.

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Segundo Isabel Nassif24, o objetivo era adotar uma linguagem que acompanhasse a estética industrial típica do

essa tipologia. O piso cimentado da área externa, pavimentação barata e muito utilizada em construções

áreas industriais, foi ampliado da “praça” para todos os ambientes internos, o que contribuiu para a

Ilustração 149 – Espaço público/aberto.


(Fonte: Subestudio)

24 Nassif, I. Galeria da arquitetura. “Hangar ajardinado”. https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/sub-


study_/paranoid/4166 (Acessado em 3 de março de 2019)

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integração de espaços com uma estética industrial. A estrutura original está exposta e predomina

estética do concreto aparente da laje e pilares.

As instalações foram todas substituídas, no entanto, a localização dos sanitários pré-existentes foi alterada.

mantidos, facilitando sua substituição. Foi executado um projeto luminotécnico específico e

adequado às necessidades de cada ambiente. As luminárias foram projetadas pelos autores e produzidas em

instalações: foi desenvolvido um sistema simples e eficiente composto por dois eletrodutos, para que um

direciona a luz para cima para iluminação indireta em áreas de circulação e a outra para baixo para

Ilustrações 150 a 153 – Interior do armazém após reciclagem.


(Fonte: Subestudio)
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iluminação direta nas áreas de trabalho. Além das instalações de iluminação, as novas condutas do

O ar condicionado permaneceu aparente.

A distribuição dos espaços foi adaptada de acordo com o programa da agência, inclusive foi mantida

as alturas de acordo com o pré-existente. O programa tem sido gerido com o objectivo de se adaptar ao

características originais dos espaços. O design dos móveis também é da Sub Estudio -

atividade recorrente em sua carreira. Foram produzidos mesas, aparadores, bancos, armários e armários de aço.

madeira, além da especificação de sofás e cadeiras de couro. A carpintaria da cozinha e cafetaria

Eles foram projetados com uma mistura de chapa metálica e madeira.

A gestão do público versus privado foi a estratégia mais marcante desta reciclagem. O público

Inclui todas as áreas de pé-direito duplo aqui chamadas de espaço aberto, e o espaço privado, em contrapartida,

São todos os ambientes mais reservados, total ou parcialmente fechados. A gestão da luz, como em

muitos projetos do gênero, tem grande importância na criação de um ambiente aberto, mesmo neste

projeto, a gestão de considerável vegetação no interior do armazém tem sido protagonista no

criação de espaço público dentro do edifício.

Ilustração 154 – Elaboração própria

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Ilustração 155 – Elaboração própria
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CONCLUSÕES
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A análise morfológica sistemática dos seis projetos selecionados na Vila Leopoldina, através

da aplicação do princípio Shearing Layers of Change , permitiu a identificação de

as estratégias arquitetônicas aplicadas na reciclagem de galpões industriais. O desmembramento do

naves em camadas é um trabalho trabalhoso e muito interessante do ponto de vista arquitetônico. O processo

O estudo partiu do específico para o geral, do pequeno para o grande, onde a análise do

camadas em seu detalhamento permitiu uma compreensão profunda dos projetos analisados. estruturas,

envelopes, instalações, distribuição e mobiliário contam-nos detalhe por detalhe a essência do edifício,

seus pontos fracos e fortes, no entanto, nem sempre é possível detectar com precisão as intervenções a serem tomadas.

ao longo do tempo, seja pela falta de documentação ou mesmo pela complexidade dessa análise. As

estratégias de projeto identificadas são diversas e sugerem a vasta gama de possibilidades no

reciclar um espaço tão dinâmico e amplo como um armazém industrial.

A estratégia denominada “a caixa dentro da caixa” identificada no projeto Escola

Beacon trata da ação de introduzir um espaço dentro de outro. As grandes dimensões dos espaços

os interiores, bem como a generosa altura livre dos armazéns industriais, permitem a introdução de um volume

interior que funciona de forma independente e quase sem relação com a construção original. Tal atitude é

Destaca-se pelo contraste que gera entre o novo e o antigo. Esta estratégia também é identificada no

Projeto Hangar 19 em Reggio Emilia (Itália), onde os volumes introduzidos no interior contrastam

com a construção original devido à sua volumetria e materiais aplicados, ao mesmo tempo que está abrigado no

interior do antigo.

A compartimentalização foi uma estratégia recorrente nas obras analisadas. Tanto o

Tanto a compartimentação vertical como a horizontal partem do mesmo princípio: a necessidade de dividir o

espaço interior dos armazéns para garantir uma maior área útil e adaptar a escala industrial à
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uma escala mais humana, de acordo com o uso proposto. Tal estratégia foi identificada em dois navios da

Beacon School, bem como no Studio Pier 88, que, não por coincidência, ficam bem próximos um do outro.

Nos exemplos internacionais estudados não há nenhum projeto que tenha compartimentado de tal forma

o espaço é explícito, no entanto, no Sesc Pompeia de Lina Bo Bardi em São Paulo (Brasil) e na Fábrica

Victoria em Málaga (Espanha) aplica o conceito de compartimentação de espaços interiores em

espaços menores. No Sesc Pompeia os navios eram compartimentados verticalmente com painéis

light, para permitir a setorização dos ambientes nos mais diversos usos culturais da organização;

bem como na Victoria Factory, que divide parte do armazém onde estão localizados os escritórios e espaços de acesso.

ao público como bar e área de eventos. Tal estratégia pode ser considerada como a reprogramação de

a escala do espaço interior de um armazém industrial.

O furto pontual aplicado em um dos armazéns da Beacon School inicialmente não é identificado

em nenhum dos exemplos internacionais, talvez por ser uma situação muito peculiar deste

projeto, que elimina uma subestrutura interna que foi originalmente usada para gerenciar

máquinas específicas. Contudo, é importante ter em mente que este trabalho não realizou uma análise

extensa morfologia dos projetos internacionais e muito possivelmente houve construções

secundários que foram removidos. Além disso, a ação de descascar os envelopes, eliminando as camadas

de revestimento das paredes pré-existentes, tem-se manifestado recorrentemente nos projectos

analisados, como no Restaurante Mangiare, que eleva os revestimentos das paredes

peças originais do navio, deixando visíveis os tijolos cerâmicos, o que, por sua vez, reforça a estética fabril do

espaço.

A estratégia de implantes destaca-se por ser muito eficaz, faz muito com muito pouco. No

No Restaurante Mangiare, um painel metálico horizontal é inserido no interior do navio que unifica e

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transforma radicalmente o espaço. Nas instalações desportivas Eiras N10 em Coimbra (Portugal)

identifica a mesma estratégia, onde um volume modular de dimensões reduzidas é inserido de um lado

do navio. É uma intervenção mínima, pontual, precisa e elegante, além de permitir fácil

adaptação ao longo do tempo. Esta estratégia funciona como um implante clínico, onde um

pequeno dispositivo num corpo doente para que ele reaja e se regenere.

Pode-se presumir que a reciclagem de superfície é uma estratégia comum na reprogramação.

desde armazéns industriais a espaços culturais e expositivos. Tanto no Galpão VB quanto em Bombas Gens,

em Valência (Espanha), o grande volume das naves, a generosa altura livre e os envelopes são

protagonistas do novo uso proposto. Os amplos e generosos espaços dos armazéns industriais são

perfeito para exposições. É uma adaptação não invasiva, onde o programa geralmente se adapta ao que

existente, aproveitando ao máximo o seu potencial, de forma harmoniosa com as características típicas

de um armazém industrial.

A estratégia aqui definida como parasita, na agência de publicidade Neogama BHH, pode ser

relacionados com o FRAC em Dunquerque (França), não pelas suas semelhanças, mas pelas suas discrepâncias. Ambos

projetos se apropriaram da identidade industrial do armazém original e propuseram um armazém de construção

novo, mas de maneiras muito diferentes. Na agência de publicidade da Vila Leopoldina os arquitetos

escolhido para realçar o novo, conferindo-lhe um destaque inegável no complexo, onde se encontram os armazéns existentes

foram tratadas como secundárias, até a tipologia industrial foi mascarada através do tratamento

aplicado nas fachadas. Na FRAC (França), acontece exatamente o contrário, surge o novo trabalho ou “o clone”

ao homenagear a nave existente, destaca-a e valoriza-a.

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A gestão de escalas em espaços públicos vs. privados, ou espaços abertos vs. fechados, foi a

estratégia que norteou o projeto Studio Paranoid. Talvez devido à falta de espaço não construído,

Como o terreno não possuía recuos ou jardins, o manejo das escalas foi pensado

maneira de permitir a sensação de um espaço aberto dentro do navio. Esse gerenciamento de escala é visto como

acentuada em três dos exemplos internacionais: no FRAC (França), Hangar 19 (Itália) e no Sesc Pompeia (Brasil).

No FRAC, o novo armazém de construção tem espaços mais pequenos e fechados e o antigo armazém é um grande

espaço público aberto, que juntos formam uma única obra. No Hangar 19 os generosos corredores entre o

novos volumes funcionam como espaços públicos dentro do navio. E talvez seja no Sesc Pompeia onde

o conceito de espaço público versus espaço privado é o mais notável e ocorre tanto dentro dos navios

reciclado como nas estradas que ligam o antigo complexo industrial.

Todos os projetos aqui mencionados, tanto internacionais quanto os da Vila Leopoldina, foram

reprogramados e nenhum voltou ao seu uso original. Do ponto de vista das estratégias do projeto e

técnicas arquitetônicas, foi possível estabelecer relações entre os exemplos internacionais estudados e o

projetos na Vila Leopoldina. Pé-direito generoso, amplo espaço interno e estrutura robusta

são as três principais características construtivas dos galpões industriais que permitem as mais diversas

intervenções. Em resumo, quando pensamos em conceitos arquitetônicos comuns aos projetos

analisados, poderíamos citar três pontos: a identidade industrial e a apropriação morfológica da reciclagem,

a história e recuperação de memória que exige que os arquitetos lidem adequadamente com diferentes

temporalidades, por fim, a elevada adaptabilidade dos armazéns industriais que permitem as mais diversas

usos e escalas para reprogramação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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LIVROS

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