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AULA 1
Certas regiões do corpo estão ligadas a outras áreas por meio de sinais
elétricos advindos do sistema nervoso. Muitas vezes, partes menores do nosso
corpo possuem áreas reflexas que se conectam ao organismo como um todo.
Essas partes são denominadas microssistemas, que podem estar em diversas
regiões, como pés, mãos, orelhas, olhos, face, língua, pulso, dentre outras
(Keet, 2010) (Figura 1).
Em cada microssistema, podemos observar sinais do funcionamento do
organismo, ou seja, essas regiões são utilizadas como instrumento de
investigação das alterações energéticas e metabólicas. Cada alteração
observada no microssistema pode ser identificada primeiramente como uma
alteração energética do órgão ou região reflexa. Caso a alteração energética
desse órgão não seja resolvida, surgem alterações na sua função. Essas
alterações podem ser observadas nos microssistemas na forma de edema,
pápula, alteração na cor, dor ou sensação de alívio à pressão, dentre outros
sinais (Garcia, 1999).
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Créditos: Gordana Sermek; karelnoppe; Asia Images Group/Shutterstock.
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causando, consequentemente, a melhora funcional da região reflexa. A prática
terapêutica por meio da qual se estimula as áreas reflexas dos microssistemas
recebe o nome de reflexoterapia, também conhecida como reflexologia.
Esta técnica está no rol das Práticas Integrativas e Complementares do
SUS desde março de 2017 e o Ministério da Saúde especifica reflexoterapia
como sendo o estímulo dos pontos reflexos nos microssistemas das mãos, pés
e orelhas (Brasil, 2017). Nesta disciplina estudaremos apenas a reflexologia
podal.
Por conter mais de 72 mil terminações nervosas, os pés possuem uma
relação íntima com o restante do corpo via conexões neurais e, por isso, alguns
autores defendem a ideia de que a reflexologia nos pés seja mais eficaz do que
a técnica aplicada nas mãos (Gillanders, 2008; Hall, 2011; Silva 2016).
A massagem realizada nos pontos reflexos dos pés, além de estimular o
mecanismo de autocura do corpo, causa sensação de relaxamento e bem-estar
ao paciente, sendo muito eficaz no tratamento dos efeitos negativos do
estresse. Além disso, por reequilibrar as funções energéticas e metabólicas do
corpo, a reflexologia pode ser utilizada como uma técnica profilática. Isso evita
com que o corpo adoeça, pois, o reequilíbrio energético possui efeito
cumulativo.
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com grande concentração de pessoas, o que favoreceu o interesse por
pesquisas nesta área (Wen, Kuabara, 2010).
Por volta do ano de 1913, o Dr. Willian H. Fitzgerald iniciou seus estudos
em terapias por pressão ao perceber que estímulos realizados em certas
regiões do corpo geravam analgesia. Dr. Fitzgerald era otorrinolaringologista
nos Estados Unidos e, em suas cirurgias de pequeno porte, observou que
alguns pacientes sentiam muita dor e outros nem tanto. Ao analisar os casos,
notou que os pacientes que sentiam menos dor estavam produzindo um efeito
analgésico em si próprios pela pressão em determinadas regiões das mãos,
seja instintivamente ou pela ação consciente.
Então, o próprio médico começou a fazer estímulos em seus pacientes,
amarrando elástico em seus dedos das mãos ou colocando grampos de metal.
Ao realizar este experimento, constatou que os pacientes que recebiam o
estímulo não sentiam dor durante a cirurgia. Foi então que o Dr. Fitzgerald
começou a realizar algumas cirurgias sem a utilização de analgesia por
fármacos, utilizava apenas a terapia por pressão (Gillanders, 2008; Hall, 2006.
Silva, 2016).
A partir deste estudo, o médico dividiu o corpo humano em 10 linhas
longitudinais que chegavam até as mãos e os pés, desenvolvendo a
Zonoterapia, que será estudada a seguir.
TEMA 3 – ZONOTERAPIA
Além disso, Dr. Fitzgerald identificou que ao estimular a zona dos pés ou
das mãos que representa a região dolorosa do corpo ocorre o alívio dos
sintomas em todos os órgãos dessa zona. Tomando o exemplo anterior para
ilustrar, ao estimular a zona 5 ocorre não só o alívio dos sintomas do cotovelo
como também o reequilíbrio energético das funções do joelho, por serem
regiões presentes na mesma zona (Hall, 2006).
Vale salientar que a zona 1 possui grande importância, por conter
regiões centrais do organismo, como o sistema nervoso, a coluna vertebral,
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algumas partes do sistema digestório e dos órgãos reprodutores. Por causa
disso, esta zona mostra uma maior sensibilidade nos pés (Gillanders, 2008).
Aprofundando seus estudos, Dr. Fitzgerald estabeleceu correlações
entre os quatro membros, pois estes se encontram na mesma zona. Sendo
assim, o médico descreveu que os ombros estão relacionados ao quadril, os
cotovelos aos joelhos, os punhos aos tornozelos e as mãos aos pés. Assim, um
estímulo realizado na região reflexa do ombro direito também causa ativação
no quadril do mesmo lado.
A partir dos estudos do Dr. Fitzgerald, alguns pesquisadores
aprofundaram ainda mais o conhecimento em zonoterapia. Dentre eles
destaca-se a fisioterapeuta Eunice D. Ingham que, por volta de 1930,
aperfeiçoou a teoria das zonas reflexas, identificando áreas específicas que
estimulavam determinadas regiões do corpo. Seu estudo deu origem ao mapa
da reflexologia podal como é conhecido atualmente (Gillanders, 2008; Hall,
2006).
Além disso, Eunice traçou linhas transversais que correspondem à linha
do ombro, da cintura e do quadril, facilitando assim o trabalho do terapeuta na
localização das áreas reflexas (Figura 4).
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TEMA 4 – RFLEXOLOGIA PODAL NA ATUALIDADE
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Figura 5 – Aplicação da reflexologia podal
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NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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Essa terapêutica é praticada há milhares de anos e por diversos povos,
não tendo um lugar específico para sua origem. Sabe-se que, na China, a
reflexologia nasceu junto com a acupuntura e tornou-se prática popular entre
as pessoas, porém não se tem registros específicos de sua origem.
O primeiro registro encontrado sobre a reflexologia foi no antigo Egito,
entre os anos de 2550 a 2330 a.C. Foi encontrado um pergaminho dentro de
uma tumba, onde se via dois terapeutas realizando a reflexologia. A partir do
Egito, a reflexologia se difundiu por toda a Europa.
Em 1913, Dr. Willian H. Fitzgerald desenvolveu a zonoterapia, técnica
precursora da reflexologia, a partir de seus estudos e pesquisas com seus
pacientes. O médico dividiu o corpo em 10 zonas longitudinais, sendo 5 para
cada lado do corpo. Cada zona possui comunicação com os pés e as mãos e
ao realizar pressão específica em determinada zona, ocorre um efeito
terapêutico nos órgãos e regiões presentes nesta zona.
A partir dessas pesquisas, a fisioterapeuta Eunice Inghan aprimorou a
técnica, delimitando linhas transversais nos pés, equivalentes as linhas
transversais do corpo, e desenvolveu o mapa reflexológico utilizado até hoje.
Atualmente, existem duas linhas principais da reflexologia, a oriental, que utiliza
o mapa Chinês, e a ocidental, com o mapa desenvolvido por Ingham nos
Estados Unidos.
No Brasil, hoje a reflexologia faz parte do rol das Práticas Integrativas e
Complementares disponibilizadas pelo SUS, porém ainda não está disponível
em todos os municípios. A maior parte dessas terapias é disponibilizada na
rede básica de atenção à saúde, principalmente nas capitais.
A reflexologia possui três principais objetivos: reequilibrar o fluxo de
energia pelo corpo, prevenindo o surgimento de patologias; aliviar sintomas
físicos e emocionais presentes no indivíduo; e ser coadjuvante no tratamento
de patologias já instaladas. Devido a isso, esta prática pode ser aplicada como
auxiliar no tratamento de diversas patologias, bem como para a prevenção e
manutenção da saúde, causando sensação de bem-estar e relaxamento ao
paciente. Além disso, essa técnica pode ser utilizada como auxílio na
anamnese, já que o terapeuta pode encontrar alguns sinais ao manipular os
pés do paciente, como dor em algum ponto reflexo ou irregularidade nos
tecidos. Porém, é importante lembrar que não é possível realizar um
diagnóstico com a reflexologia, apenas médicos poderão realizam esta prática.
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REFERÊNCIAS
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