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Em (5) - (7) estão incluídas palavras que se relacionam por grupos e em que
ocorrem todas as vogais (acentuadas ou tónicas e não acentuadas ou atonas) e
todas as consoantes (em posição inicial, medial e final) do português.
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22 As transcrições fonéticas Vogais e consoantes do português europeu (nível fonético)22
correspondem ao dialecto de
Lisboa, e na quase totalida-
de ao dialecto de Coimbra, (5) Vogais orais
entendidos ambos como
constituindo o dialecto-£a-^ (a) Acentuadas (b) Átonaspré-tónicas
drão do português europeu.
Supõe-se, para estas trans-
crições fonéticas, uma pro- [í] silo [sflu] [i] mirar [mirar]
núncia pausada, mas não es-
pecialmente cuidada. Estão [é] selo [sélu] (N) [i] selar [silár]
incluídas nas transcrições
duas variantes regulares re-
sultantes do contexto foné- [é] selo [sélu] (V) [i] selar [siláf]
tico: a velarização do /!/ em
final de sílaba, representada
por [i], e a palatalização da
fricativa /s/ em final de síla- [e] telha [táfe] (dial. de Lisboa)
ba, representada por [J] ou
por [3] conforme a conso- [á] talha [táÁe] [E] talhar [teÁár]
ante que se segue ([f] se a
consoante não for sonora e
[3] se a consoante for sono-
ra). O acento de palavra nas
transcrições fonéticas está [o] bola [bate] [u] bolada
colocado sobre a vogal". O
alfabeto utilizado é o Alfa-
beto Fonético Internacional [ó] bola [bote]
(AFI). As palavras
exemplificativas das vogais [ú] bula[búte]
e consoantes do português
coincidem, na sua maioria,
com as apresentadas no ca-
pítulo 25 da Gramática da (c) Átonas pós-tónicas não finais23 (d) Átonas em posição final24
Língua Portuguesa.
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(7) Consoantes 25 Não existem vogais nasais
átonas pós-tónicas. A única
nasal átona em posição fi-
(a) Iniciais nal, [B], está sempre incluí-
da num ditongo, como em
pagem [pá3Èj], ditongo [èj],
M pala [pare] [b] bala [báre]
ou ór/ão[o'rfífw], ditongo
[B w].
M tom [to] [d] dom [do]
(b) Mediais
(c) Finais
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26 Outras normas e dialectos Os grupos (5)-(7) incluem todas as vogais e consoantes do português europeu
do português possuem algu-
mas vogais e consoantes que que ocorrem no nível fonético do dialecto-padrão26.
não se encontram incluídas
nos grupos (5)-(7). De en-
tre elas devem destacar-se:
(a) [tf] e [ds] no português Semivogais (ou glides)
do Brasil (cf. 5.1.2);
(b) [tf], [13], [s], e [z], nos As semivogais ou glides que se encontram no nível fonético do português
dialectos setentrionais de
Portugal (ver a referência a (representadas por [j] e [w], [j] e [w]) constituem, com as vogais que as
estas consoantes como vari- antecedem, 'ditongoT^clrêscêlítes\Aslêrnivogais fonéticas têm características
antes dialectais em 5.1.1);
(c) a vibrante [r] que se pro- idênticas às das vogais [i] e [u], [t\ [ú], mas distinguem-se delas por terem,
nuncia com a coroa da lín- uma pronúncia mais breve, não poderem receber o acento de palavra nem
gua tocando várias vezes , ,, m-m— — u JJl-mJ-- .•up.ji.il. _^^..ii.-i.. ...
nos alvéolos e que se en- constituírem núcleo de sílaba. A existência de semivogais fonológicas tem
contra nos dialectos do Nor- sido muito discutida27. Em 5.1.4. propõe-se que apenas as semivogais que
te de Portugal e em alguns
sociolectos (esta consoante ocorrem em ditongos decrescentes correspondam a semivogais no nível
está em variação livre com fonológico, dado que somente nestes ditongos elas nunca podem ser
[R], ou seja, nos dialectos
em que ocorre uma, não pronunciadas como vogais mesmo numa fala pausada. A ocorrência de vogal
ocorre a outra); (d) [ú], e e semivogal no nível fonético está apresentada nos exemplos seguintes em
[ò], no dialecto de S.
Miguel, Açores. que se incluem todos os ditongos decrescentes do português europeu. Em
ditongos nasais, as semivogais são necessariamente nasalizadas.
G] [w]
[íw] viu
[éw] teu
[áj] dói
[oj] coitado
[uj] cuidado
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(b) Semivogais nasais
01 [W]
[qj] propõe
[líj] muito
(a) Todas as vogais orais podem ser acentuadas, excepto a vogal [i].
(b) A vogal [i] ocorre entre consoantes (C-C) e em fim de palavra depois de
consoante (C—#), mas nunca no início de palavra. Em fala coloquial, esta
vogal é habitualmente suprimida.
(c) Em posição final não acentuada apenas se encontram três vogais, [B], [i]
e [u].
(d) As vogais nasais são em menor número do que as orais e não ocorrem
em sílaba pós-tónica, excepto nos ditongos de palavras como viagem
28 O limite de sílaba indica-
[viá3Bj], ditongo [BJ], ou órgão [dfgtw], ditongo [£w] ou, ainda, nas se aqui com um traço (-) mas
terceiras pessoas do plural dos verbos, como falem [fárèj] Q falam [fárêw]. pode indicar-se com o sím-
bolo ($) ou com um ponto
(e) O maior número de consoantes ocorre em posição medial.
29Ou vozeada, ver vozea-
(f) As consoantes que se encontram em fim de palavra são apenas [f], [i] e mento em 5.2.2.
[j]. No que respeita a estas consoantes, verifica-se que:
- [r], além de terminar palavra ou sílaba, também pode iniciar sílaba 30 Se a sequência tiver uma
(p.&x.par [par] l paro [pá-ru]); ordem contrária, ou seja,
semivogal e vogal, consti-
tui-se um ditongo crescente
- [i] apenas se encontra em final de palavra ou de sílaba (p.ex. cal [kál] próprio de um registo colo-
e caldo [kái-du]). quial rápido. Neste caso, a
semivogal é pronunciada
como vogal na fala pausa-
- [j] encontra-se em final de palavra, mas em fim de sílaba28 alterna da, resultando daí uma se-
com [3] conforme a sonoridade da consoante que se lhe segue (p.ex. quência de duas vogais e,
portanto, a ocorrência de
[J], não-sonora29, ocorre em rasca [RáJ-kç] ou em suspiro [suj-píru] duas sílabas (exs: miúdo
porque as consoantes seguintes, [k] e [p] são não-sonoras; [3], sonora, [miúdu] / [mjúdu], piar
[piar / pjár]). A sequência
ocorre em rasga [Rá3-gB] ou em Lisboa [li3-bÓB] porque [g] e [b] são de duas vogais que não se-
sonoras). jam pronunciadas como di-
tongo crescente na fala co-
loquial é pouco frequente
(g) No grupo (8) encontram-se ditongos decrescentes formados por vogal e em português e denomina-
semivogal30 se hiato (ex. boa [bóe]).
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(h) Nas sequências de consoantes de vem distinguir-se: ; -c '•
- as consoantes que terminam sílaba [f ,i,j*] e que, por isso, são seguidas
de outras sem constituírem, no entanto, um grupo (exs. carta, [f-t];
remorso, [r-s]; marcha [f-J], pulso, [i-s], paira, [Í-R]; testa [J-t];
molusco [[-k]);
Quadro l
altas i u i i u i u
médias e o
baixas e a o u E
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