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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA


ICSG13 – FARMACOLOGIA I
DOCENTES: CAMILA FIGUEIREDO
DISCENTE: FERNANDO JORGE NASCIMENTO SANTOS JUNIOR

INTRODUÇÃO A FARMACOLOGIA

HISTÓRIA DA FARMACOLOGIA
Antiguidade
Na história da farmacologia observa-se dois marcos históricos da antiguidade destacado.

I. Egípcios: deixaram legado de registros (papiro de Ebers). Utilizava-se mirra, papoula, chumbo
entre outras, mas que não se tem certeza como funcionava o tratamento ou se a droga tinha efeito
imaginário.

II. Chineses: O Pen Tsao ou grande herbário, volumes descrevendo milhares de plantas e suas
utilizações.

O pen Tsao e o papiro de Ebers podem ser considerados documentos da Farmacopeia na antiguidade.
Entendo farmacopeia como documento que apresenta substâncias e suas funcionalidades.

Mudança paradigmática no final do século XIX e início do século XX

A mudança do entendimento do processo saúde-doença, associado ao boom da química e utilização


de substâncias com fins terapêuticos demarca uma mudança paradigmática do uso de substâncias e
produtos consagrando a descoberta dos fármacos.

Universidade Federal da Bahia Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela, Salvador - BA, 40.110-100. Contato:
fernandufba@gmail.com/ fernandojnsj@ufba.br
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Figura 1 http://ejb-eliezer.blogspot.com/2011/10/linha-do-tempo-da-quimica-medicinal.html#:~:text=Esta%20Linha%20do
%20Tempo%20da,do%20Tempo%20da%20Qu%C3%ADmica%20Medicinal.

A mudança do entendimento do processo saúde-doença, associado ao boom da química e utilização


de substâncias com fins terapêuticos demarca uma mudança paradigmática do uso de substâncias e
produtos consagrando a descoberta dos fármacos. Na linha do tempo é possível observar diversos
marcos históricos, dentre estes se chamando atenção para dois:
Aspirina (AAS): foi o primeiro fármaco descoberto, por Felix Hoffman em 1897,
pesquisador da Bayer, que sintetizou o ácido acetilsalicílico para aplicações médicas. Mas só em
1971 teve seu mecanismo de ação descrito por Sir John Vane. Ele age como inibidor da
cicloxigenase, transformação de ácido araquidônico em prostaglandinas, sendo um fármaco
analgésico. Ainda hoje é um dos fármacos mais utilizados no mundo. A aspirina é marco
farmacológico positivo enquanto droga pensada para fins terapêuticos.
Talidomida: começou a ser utilizada para controlar ansiedade, tensão e náuseas em 1954, em
1960 foi identificado sua repercussão na formação de fetos com focomelia (anomalia congênita de
MMII e MMSS). Em 1965 volta a ser comercializada, pois era funcional para o tratamento de
Hanseníase e ainda se utiliza, mas é proibida para mulheres em idade gestacional. A descoberta da
taladomida é um marco farmacológico desastroso que causou teratogenia enquanto droga
pensada para fins terapêuticos.
Assim é possível observar que ao longo do século XX houve marcos farmacológicos que foram
importantes para a saúde humana. Estes marcos, positivos e negativos, demonstram a importância do
desenvolvimento científico no campo dos fármacos, como método terapêutico que aumenta a
sobrevida e melhora a qualidade de vida dos seres humanos frente diversas patologia – Cânceres,

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AIDS, diabetes, depressão. Os marcos também demonstram a importância do rigor científico no


desenvolvimento dos estudos com os fármacos, para compreender e evitar efeitos adversos.
Farmacologia moderna
Avanços no campo da química e fisiologia, estimularam o nascimento da farmacologia moderna,
entendida como matéria médica envolvida na ciência experimental da farmacologia, focada em
entender o mecanismo e ação fisiológica dos fármacos. Dentro deste contexto algumas áreas chamam
atenção
Medicina de precisão, que alia os dados já convencionalmente utilizados para diagnóstico e
tratamento ao perfil genético do indivíduo. Qual a ideia? Coletar o maior número de dados
laboratoriais, econômicos, sociais e de saúde. Incluir em uma grande base de dados e fazer análises
para melhorar a terapêutica/conduta do paciente. Fala-se também de estratégias tecnologicamente
muito avançadas, como estudo do DNA de cada indivíduo para saber predisposições para interações
com patógenos e fármacos.
Farmacogenética, área que estuda como as variações genéticas presentes em cada indivíduo
pode influenciar os efeitos dos medicamentos.

DEFINIÇÕES E CONCEITOS DA FARMACOLOGIA


Conceito histórico da Farmacologia
Farmacologia vem do grego pharmakon, significando substância de uso terapêutico, veneno, feitiço,
e influência sobrenatural e mística. Essa palavra traduz como as pessoas entendiam o processo saúde-
doença.
Definições atuais da Farmacologia
O estudo das substâncias que interagem com os sistemas vivos por meio de processos químicos. Ou o
estudo de como as drogas exercem seus efeitos nos sistemas biológicos. A farmacologia pode ser
dividida em dois grandes grupos: farmacocinética e farmacodinâmica.

Farmacocinética

Estuda o percurso que o fármaco faz para chegar ao seu local de ação. Ela tem algumas etapas que
percorre no nosso corpo, sendo elas:

- Absorção: passagem do fármaco do lúmen para corrente sanguínea;

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- Distribuição: desloca-se do sangue para diversos seguimentos ou tecidos corporais, até alcançar
seu alvo molecular (quanto mais lipídico for o fármaco, mais fácil ele perpassa as membranas
corporais);

- Metabolização: quebra do fármaco, deixando-o mais polar para dificultar o trânsito livre.

- Excreção: urina e fezes são as principais rotas, mas não as únicas.

Farmacodinâmica

Estuda o mecanismo pelo qual um fármaco tem um efeito biológico. Estuda a interação da droga com
o seu receptor. Os mecanismo de agonismo e antagonismo. Aqui fala-se efeitos, por meio de vias
sinalizadoras.

Droga

Agentes químicos que interagem especificamente com moléculas-alvo no organismo, produzindo


seus efeitos biológicos; substância ou matéria da qual se extrai ou com a qual se prepara determinado
medicamento. (moléculas-alvo=receptores)

Medicamento
Especialidade farmacêutica que normalmente tem efeito benéfico-terapêutico ou diagnóstico.
Fármaco
Droga-medicamento com estruturas e quantidades definidas, delimitadas.

Remédio
Re=novamente, medior = cura; qualquer prática para tratar o paciente, no senso comum é utilizada
como sinônimo de medicamento. Não necessariamente são substâncias “Uma conversa pode ser um
remédio”.
Tóxico
Drogas que interagem com organismos biológicos e produzem efeitos maléficos.

DIFERENÇA ENTRE FÁRMACO DE REFERÊNCIA, GENÉRICO E SIMILAR


Fármaco de Referência
São substâncias inéditas para o tratamento ou diagnóstico farmacológico de determinada necessidade
de saúde, que passou realizou testes de eficácia, segurança, inovação. São princípios ativos
inovadores para o tratamento de determinada doença. A instituição farmacêutica que desenvolve a
pesquisa é responsável por montar apresentação final do fármaco e tem direito de criar uma marca

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sobre ele para a comercialização. Também a ela é dado o direito de patente, como forma de
compensar os investimentos de tempo, infraestrutura e dinheiro aplicado no desenvolvimento do
fármaco.
No Brasil a comercialização necessita da aprovação da Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA), e
o direito de patente é solicitado ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Por conta da patente e os investimentos, os fármacos de referência tendem a ser mais caros e durante
anos mantem o monopólio da venda do fármaco. Esses fármacos são popularmente conhecidos como
“medicamento de marca”
Genérico
São cópias idênticas do fármaco de referência. Incluindo: princípio ativo, quantidade, forma de
apresentação do fármaco. A diferença é que a embalagem tem um G em uma tarja amarela
informando que é um Fármaco Genérico.
O genérico também precisa pedir liberação da ANVISA, mas não precisa apresentar os mesmos
resultados de testes que os de referência. Os testes exigidos são de biodisponibilidade,
bioequivalência e equivalência farmacêutica.
Os genéricos não têm direito de patente e não possuem marcas. O reflexo disso é que muitas
empresas podem produzir esse fármaco, as empresas não gastam tanto dinheiro com marketing e o
preço do fármaco é mais barato para o consumidor. No Brasil é lei que o genérico seja 35% mais
barato que o de referência.
Similar
O similar é igual ao de referência em princípio ativo (fórmula), dose, via de administração, posologia,
indicação terapêutica. Mas difere em relação a embalagem, rotulagem, tamanho, forma farmacêutica,
prazo de validade, excipientes e veículos, e recipientes diferentes.
Até 2002 os similares não necessitavam realizar testes de biodisponibilidade, bioequivalência e
equivalência farmacêutica. Em 2003 os similares tarjados passaram a realizarem obrigatoriamente
os mesmos testes que o genérico, com prazo de 10 anos máximo para os fármacos que já eram
comercializados realizarem estes testes. E hoje, os aprovados, são considerados similares-
equivalentes aos de referência. Importante salientar que os Medicamentos Isentos de Prescrição
não são obrigados a realizarem estes testes.
Anualmente a ANVISA disponibiliza uma lista de medicamento similares equivalentes aos
respectivos de referência.

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ATENÇÃO!
 Existem similares que ficam mais famosos que os de referência. Isso não torna eles de
referência.
 A existência dos similares, por serem de marca, contribui para uma concorrência entre as
marcas que pode ser benéfico para o consumidor.
 Sobre intercambialidade:
o Um fármaco de referência pode ser trocado por um genérico e vice-versa;
o Um similar equivalente pode ser trocado por um de referência e vice-versa;
o Um genérico NÃO pode ser trocado por um similar (mesmo equivalente) e vice-versa;
o Não se pode trocar um similar por outro similar (equivalente ou não)

REFERÊNCIAS
Aula gravada da professora (https://youtu.be/hRnvTK9m2o0)
Vídeo recomendado pela professora (https://youtu.be/al3QUuoHvgg)
Aula presencial

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