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PROJETO PECUÁRIO - V

IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE
Nome: Helenara Duarte, Jéssica G. S. Barcelos, Tatiane Viegas Baneiro.

CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE
Denominação : Pecuária de corte
Distrito / Município : Arroio Grande - RS
Área: 800 ha
Clima:Temperado do tipo subtropical
Solo: As áreas planas não inundáveis: Planossolo
As áreas planas inundáveis ou de banhado: Gleissolos
Vegetação: Nativa

Valor e uso atual das terras :


Área total/ha Área útil/ha Arrendamento/ha Cultura Valor/R$

800 ha 700 ha 125 ha Soja R$161.875,00

Área própria Valor recebido pelo


arrendamento

- Bovinocultura: 306 cabeças, todo o rebanho


- Pastagens: Azevém e campo nativo melhorado

Potreiros : 3
Categoria: Matrizes,fêmeas e machos
Área utilizada: 700/ha de área útil, destas 125 ha arrendadas para soja e 575 ha
utilizadas com a pecuária.

Benfeitorias :
Descrição Área (m²) Estado Valor/R$

Curral completo 200 33.000,00

Escritório 120 24.000,00

Casa dos funcionários 140 20.000,00

Cercas 700ha 1.009.608,00

Galpão 17x40 412.836,00

Total 1.499.444,00

Descrição Quantidade Valor/R$

Comedouro 6 3.300,00

Bebedouro 9 4.050,00
Total 7.350,00

Máquinas, implementos e veículos :


Descrição Quantidade Estado Valor/R$

Trator 75 cv 2 semi novo 171.822,00

Semeadeira 1 semi novo 3.567,00

Arado 4 disco 1 semi novo 4.610,00

Plantadeira 1 semi novo 61.600,00

Pulverizador 1 semi novo 12.010,00

Ferramentas conjunto novo 1.500,00


(pá,enxada,...)

Pistola vacinação 2 novo 170,00

Ciclone 1 semi novo 4.350,00

Subsolador semi novo 8.350,00

Tronco de contenção 1 novo 28.590,00


balança

TOTAL R$ 308.569,00

Mão de obra:
Trabalho Quantidade Salário mensal bruto Total ano/R$
mês/R$

Funcionário pecuária 2 2.160,00 51.840,00

USO ATUAL DA PROPRIEDADE INDICADO PELO PROPRIETÁRIO

O proprietário está insatisfeito com os índices produtivos da fazenda e acredita que


em parte o principal motivo seria a pouca produção forrageira do estabelecimento.
As pastagens têm demonstrado baixa produção e o solo parece estar degradado. As
vacas apresentam baixa condição corporal ao parto (entre 2 e 3 em escala de 1 a 5).
Atualmente a propriedade possui 182 vacas de cria e trabalha em sistema de
ciclo completo.
Reprodutivo: Período de acasalamento de 4 meses (dezembro a março) através de monta
natural com touros produzidos no próprio estabelecimento, não realiza outras práticas de
manejo reprodutivo. Nos últimos anos o proprietário vem utilizando o acasalamento de
outono para aumentar a produção de terneiros, no entanto existe muita desuniformidade dos
lotes.
Sanitário: Vacina contra brucelose nas terneiras, e aplica anualmente vermífugo
(Levamisol) nos terneiros, por ocasião da marcação/castração/desmame (maio). O
proprietário vem reclamando da assistência veterinária prévia, onde o técnico parecia errar
nos diagnósticos de gestação (diferença em torno de 10%). A propriedade vem enfrentando
problemas com resistência a carrapato.
Nutricional: Os animais são manejados exclusivamente em campo natural (nativo), em três
potreiros, sendo um para o rebanho de cria, um para recria de fêmeas e outro para recria e
terminação de machos (existe um piquete para os touros). A fazenda começou a adotar a
utilização de sal branco com a finalidade de “mineralizar” os animais desde o último ano.

ESTRUTURA DO REBANHO :

Categoria U.A. Cabeças R$/ cab. Valor Total R$

Matrizes 182 R$ 5.880,00 R$ 1.070,160,00

Fêmeas nascidas 44 R$ 1.764,00 R$ 77.616,00

Fêmeas sobreano 15 R$ 2.940,00 R$ 44.100,00

Machos nascidos 44 R$ 2.160,00 R$ 95.040,00

Machos sobreano 15 R$ 3.780,00 R$ 56.700,00

Touros 6 R$ 8.640,00 R$ 51.840,00


Tabela 1: Estrutura do rebanho.

Raça ou cruzas predominante, Marca e Sinal:


Cruzamento de animais da raça charolês, com zebuínos e touros da raça Angus.

MANEJO REPRODUTIVO

A propriedade atualmente possui 182 vacas em idade reprodutiva e 6 touros


utilizando apenas a monta natural, com um período acasalamento de 4 meses
( dezembro a março ), com as problemáticas de baixos índices reprodutivos, baixa
ECC ( Escore de Condição Corporal ) ao parto e desuniformidade dos lotes. É de
extrema importância avaliar os animais da propriedade para se determinar os
critérios de seleção, como, por exemplo, idade, peso, e condição corporal, para
ingresso na reprodução. Outros pontos importantes a serem avaliados são o aporte
nutricional e sanitário do rebanho, as matrizes empregam a sua energia primeiro
para manutenção, ou seja, o que ela precisa para viver. Depois, do que ela alimenta,
as energias vão para o seu crescimento, seguindo para produção de leite para
alimentação do terneiro, escore corporal, e por último a energia que resta vai para
sua reprodução. Não há época ideal para cobertura, ou seja, não existe estação de
monta definida e, por isso, são observados partos distribuídos de forma irregular
durante o ano e altas taxas de mortalidade que causam perdas zootécnicas e
prejuízos econômicos ao produtor.
Desta maneira, é indicado que no primeiro ano se mude a época de
acasalamento para o outono ( abril a junho) com um período de no máximo de 60
dias obtendo-se melhores resultados quando iniciamos o mesmo nos primeiros dias
de abril e terminamos este ao final de maio, concentrando assim as datas de parto
em dezembro e janeiro, com uma alternativa que apresenta os menores custos
econômicos para modificar os atuais índices reprodutivos e ressaltando que os
campos naturais constituídos na sua maioria por espécies de ciclo estival
(primavera-verão) sofrem os reflexos ocasionados pelas variações de temperatura,
as pastagens naturais apresentam melhor suporte alimentar para alimentação do
rebanho na época em que vai estar acontecendo os partos, melhorando assim o
ECC das vacas ao parto consequentemente disponibilidade forrageira, uniformidade
dos lotes e aumento dos índices reprodutivos, como o intervalo entre partos.
Seleção dos reprodutores da propriedade, através de exame andrológico antes
da estação de monta para evitar possíveis falhas reprodutivas, problema de
fertilidade, tem prazo de validade de 30 dias e é definido como o conjunto de
procedimentos, que visam avaliar as condições clínicas e estimar o potencial
reprodutivo dos machos. Utilizando a monta natural, nesse regime de acasalamento,
os touros permanecem junto ao rebanho de fêmeas durante toda a estação de
monta, eliminando o trabalho diário de identificação dos animais em cio e a
condução destes ao curral, para inseminação. As principais desvantagens são o
desconhecimento da paternidade das crias, que impossibilita a comparação do
desempenho reprodutivo e produtivo dos diferentes touros, e o desgaste destes
devido ao número repetido de cobrições que uma mesma fêmea recebe de um ou
mais touros, porém isso é facilmente resolvido com a identificação da paternidade
das crias, que compensa por ter um custo menor quando comparado à monta
dirigida ou controlada. Neste sistema, o conhecimento da fertilidade e da capacidade
reprodutiva do touro é de vital importância, pois qualquer falha na seleção poderá
resultar em índices de concepção insatisfatórios.
Após a estação de monta deve ser feito o diagnóstico de gestação, por
ultrassonografia ou palpação retal.
Para os anos seguintes recomenda-se a inserção de um protocolo de IATF
(Inseminação Artificial em Tempo Fixo), otimizando ainda mais os número de vacas
prenhes, período de nascimento e peso dos terneiros, sincronização de cio
mobilizando mão de obra em um único período de tempo. A inseminação IATF faz
uso de protocolos hormonais que, por oferecerem maior controle sobre a ovulação,
permitem inseminar um grande número de animais na menor janela de tempo
possível, deixando a monta natural para o repasse das matrizes. A implantação da
IATF somente nos anos seguintes, se dá pelo fato de questões financeiras visando
os lucros do produtor, adaptação da propriedade às demais mudanças e também
preparação dos animais para receber os protocolos já que o sucesso desta técnica
depende das outras estratégias adotadas no primeiro ano. Por isso é importante
fazermos o manejo adequado dos fatores relatados a seguir, para que as matrizes
consigam ter muita energia para desempenhar seu potencial máximo para
reprodução.

Manejo proposto:
No início da estação de monta proposta, fazer a identificação individual dos
animais, ECC, exame andrológico dos touros, com esses dados em mãos
encaminhar os animais ao acasalamento que será feita inicialmente com monta
natural, posteriormente fazer diagnóstico de gestação, caso a estação de monta não
tenha gerado bons índices de prenhez, encaminhar as vacas para repasse com
touros.
Para os anos seguintes entrar com um protocolo de IATF, como por exemplo o
apresentado a seguir:
➢ DO = Dia zero:
Coloca-se o implante de progesterona e aplica estrogênio;
➢ D7= Dia 7:
Aplica-se a prostaglandina pgf2 alfa;
➢ D9= Dia 9:
Pgf2alfa + a retirada do implante de progesterona + um certa quantidade de ECG +
estrógeno, 48 horas após inseminar;
➢ D11= Dia 11 – Inseminação.

Também demonstrado na imagem abaixo:

Imagem 1: Cronograma de IATF


Fonte: Embrapa I ISSN 1517-1965

A inseminação artificial impulsiona o melhoramento do rebanho, por meio da


importação da genética de touros “melhoristas”, valorizando os bezerros produzidos
por entregar animais de características produtivas mais desejáveis e de genética
superior. Descarte de touros da propriedade, resultando na redução de custos de
manutenção destes animais, desta forma, assumindo-se uma taxa de natalidade
média por ciclo de IATF de 50%, o custo para o uso de protocolos fica em torno de
R$ 40,00 a R$ 60,00, dependendo da dose de semen escolhida.
Costuma-se calcular o custo do terneiro produzido pela IATF como sendo o dobro do
pago no programa reprodutivo, pelos seguintes motivos, maior peso a desmama,
antecipação das parições, maior taxa de prenhez final, redução dos manejos e
otimização da mão de obra, concentração dos nascimentos e desmames nas
melhores épocas do ano, animais com maior ganho de peso e consequente redução
do tempo para abate. Com isso, a melhor remuneração por animal melhorado tende
a pagar o custo da tecnologia.

MANEJO SANITÁRIO

Doenças causadas por bactérias:


➢ Brucelose: Vacinação das fêmeas com 3 a 8 meses, teste sorológico nos
reprodutores.
➢ Carbúnculo hemático: Vacinação de todos animais a partir de 4 meses;
➢ Clostridioses:Vacinação anual dos terneiros a partir dos 3 a 6 meses e reforço
após 30 dias;
➢ Leptospirose: Vacinação das fêmeas 30 dias antes da estação reprodutiva;
Doenças causadas por vírus:
➢ Diarréia Viral Bovina (BVD):Vacinação nas fêmeas, com duas doses, a
primeira com 60 dias e a segunda com 30 dias, antes da estação reprodutiva;
➢ Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR): Vacinação nas fêmeas, com duas
doses, a primeira com 60 dias e a segunda com 30 dias, antes da estação
reprodutiva;
Ectoparasitas:
➢ Carrapaticidas: Primeiro tratamento de todos os animais no mês de setembro,
seguido por mais três tratamentos com espaçamento de 21 dias, para novos
tratamentos, fazer a avaliação dos animais e repetir quando necessário;
➢ Miíases e Bernes: Deve ser realizado a avaliação dos animais, para que
sejam tratados estrategicamente caso haja necessidade;
➢ Tristeza parasitária Bovina: Vacinação dos terneiros, sendo a primeira dose a
partir de 2 meses de idade e a segunda dose, 60 dias depois;
➢ Vermífugo: Dosagem dos terneiros.

Doenças Meses

Reforço
J F M A M J J A S O N D
Fêmeas Fêmeas Fêmeas
Brucelose 3a8 3a8 3a8
meses meses meses

Todos Todos Todos


Carbúnculo animais animais animais
Hemático 4 4 meses 4
meses meses

Todos Todos Todos 30


Clostridioses animais animais animais
3 3 meses 3 dias
meses meses

Todas 30
Leptospirose, IBR, Fêmeas
BVD dias

Todos Todos Todos 60


Tristeza parasitária animais animais animais
bov. 2 2 2 meses dias
meses meses

Todos Todos Todos


Carrapatos, animais animais animais
moscas e bernes
Todos Todos Todos
Vermífugo animais animais animais
3 3 meses 3
meses meses

Tabela 2: Cronograma de controle de Doenças Infecciosas e Parasitárias.

Manejos sanitários Meses

J F M A M J J A S O N D
Touros Touros
Exame andrológico

Touros Touros
Testagem para
brucelose
Tabela 3: Cronograma de controle dos manejos sanitários.

Medicamento Custo unitário Número animais Custo total

Vacina Brucelose R$0,90 44 R$39,60

Vacina Carbúnculo H. R$0,72 306 R$220,32

Vacina Clostridioses R$1,76 (reforço) 118 R$415,36

Vacina Lep, IBR, BVD R$3,60 (reforço) 182 R$1.310,40

Carrapaticida R$39,00 (3x) 306 R$819,00

Tristeza Parasitária Bov. R$1,00 (reforço) 306 R$612,00

Vermífugog R$40,00 88 R$40,00


Total R$3.456,68
Tabela 4: Custos com o manejo sanitário, precificado para o ano 1.

Manejo Custo unitário Número de animais Custo total

Exame andrológico R$27,00 6 R$162,00

Teste brucelose R$35,00 6 R$210,00

Total R$372,00
Tabela 5: Custos com exames, precificado para o ano 1.

MANEJO NUTRICIONAL
Peso Alvo
1. Terneiros deverão ser desmamados (com 7 meses, em julho a agosto) com 180
± 250 kg;
2. Novilhas de 2 anos deverão chegar ao acasalamento (abril a maio) com 300 a
350 kg;
3. Pastagem: para terneiros desmamados 100 ha (sendo de campo nativo);
4. Pastagem: para sobreanos 85 ha (sendo 40 ha de campo nativo diferido e 45 ha
de campo nativo adubado e melhorado com a introdução de azevém);
5. Ritmo de crescimento de fêmeas - desmame ao acasalamento: 250 g/dia;
6. Ritmo de crescimento machos - desmame ao abate: 450 g/dia;
7. Outras recomendações:
Para que seja possível estes índices zootécnicos baseados no manejo
nutricional, será recomendada a realização de práticas que proporcionem o
melhoramento da quantidade e qualidade de alimentos produzidos na propriedade e
disponibilizados para os animais, sendo eles, o melhoramento do campo nativo,
através de adubação, calagem e/ou implantação de forrageiras, diferimento de
campo nativo e ajuste de carga das áreas.

Distribuição atual do rebanho

Potreiros Categoria Número Peso médio Total de Área Ajuste


de peso utilizada devido ECC
animais

Potreiro 1 Rebanho de 182 vacas 600 kg 109.200 kg 404,5 ha 500 ha


cria

Potreiro 2 Recria das 44 fêmeas 180 kg 7.920 kg 29,4 ha 40 ha


fêmeas

Fêmeas 15 fêmeas 350 kg 5.250 kg 20 ha 30 ha


sobreano

Potreiro 3 Recria e 44 machos 180 kg + 13.920 kg 51,5 ha 80 ha


terminação + 6 touros 1.000 kg
dos machos

Machos 15 machos 3500 kg 5.250 kg 20 ha 40 ha


sobreano
Tabela 6: Distribuição atual do rebanho.

Potreiro
2

Potreiro
1 500

Potreiro
3

Imagem 2: Esquema da distribuição dos potreiros.

No cálculo acima, onde foi estimado a carga animal por potreiro, bem como
quantos hectares seriam necessários para abranger o rebanho atual de animais, em
700 ha com 0,6 UA/ha, lotação utilizada neste momento na propriedade, foi possível
observar que o campo nativo está sendo subutilizado, devido às condições precárias
que pode-se supor que este apresenta, bem como a inexistência da utilização de
práticas conservacionistas e de melhoria deste campo.
Com os dados disponibilizados no projeto, simulou-se um rebanho existente na
propriedade, para isso foi utilizado a área útil da propriedade (700 ha), a lotação
animal utilizada (0,6 UA/ha), a quantidade de matrizes presentes na área (182
vacas), e outros índices zootécnicos, como taxa de parição (42%) e o ECC das
matrizes (2-3).

Estrutura proposta para os potreiros e capacidade final aos 5 anos de projeto

Potreiros antigos Novas áreas Carga animal Capacidade animal


esperada

Potreiro 1 500 ha 318 matrizes


3 potreiros de 125 ha 0,6 UA/ha a 1,2 UA/ha

Potreiro 2 80 ha 2 potreiros de 40 ha 117 Fêmeas


0,6 UA/ha a 1 UA/ha

Potreiro 3 15 ha 2 Touros e 169


120 ha 0,6 UA/ha a 1,2 UA/ha
45 ha

60 ha
Tabela 7: Estrutura proposta para os potreiros.

Para estimar os dados apresentados acima, utilizou-se os mesmos potreiros


base, que antes eram utilizados na propriedade, mas tomando mão de novas
estratégias e mecanismos para melhorar a produtividade e evitar maiores
degradações do campo nativo, deve-se destacar, que foram utilizados lotação
indicada por área, com valores conservadores, prevendo desta forma um ganhos
para ao sistema mas buscando o mais próximo da realidade e adversidades
possíveis.
Nota-se um incremento de ganhos esperados por área no primeiro ano, como
apresentado na tabela 9 e ilustrado as áreas na imagem 4:
➢ Potreiro 1, matrizes: Passa a suportar uma carga de 205 vacas com
um peso vivo em média de 600 kg, 16 animais a mais que o sistema anterior;
➢ Potreiro 2, fêmeas: Passa a suportar uma carga com 88 fêmeas, sendo
que foram estimados pesos de um lote de animais com 400 kg/PV (suporte de
45 fêmeas) e outro lote de animais com 250 kg/PV (suporte de 45 fêmeas), 29
animais a mais que o sistema anterior;
➢ Potreiro 3, machos: Passa a suportar os 6 touros e 114 machos, sendo
que foram estimados pesos de um lote de animais com 400 kg/PV (suporte de
50 machos) e outro lote de animais com 250 kg/PC (suporte de 64 machos),
55 animais a mais que o sistema anterior.
Desta maneira, é indicado que no primeiro ano, não haja o aumento do
rebanho, mas sim, que se busque a melhoria da condição dos animais já existentes
na propriedade, como por exemplo as matrizes, que apresentam escore corporal
baixo para estarem em período reprodutivo, apresentando-se nas categorias de ecc
2 a 3, podendo ser elevada à categoria de ecc de 3 a 4. Bem como fazer um
desmame de animais mais pesados, uma maior facilidade de recuperação das
matrizes para repetir cria, uma melhor condição para as primíparas, e também
auxiliando na recria e terminação dos machos.
Outro ponto a ser destacado é que as mudanças não precisam ser realizadas
todas no período de um ano, pois isso encareceria demais o sistema. Como foi
apresentado o sistema atual tem uma produtividade com 306 animais, e com as
mudanças propostas este sistema passaria a suportar 413 animais, dessa forma,
pode-se implementar as melhorias escalonadas anualmente, observando a
capacidade de investimento e retorno de lucratividade.
Há várias formas de fazer este escalonamento, como mostra nas Imagens 4 e
5 uma delas, seria em um primeiro momento iniciar com uma área de implantação
de adubação, calagem e implantação do azevém de uma área um pouco menor e
seguir com duas áreas de diferimento de campo nativo que é uma metodologia de
manejo gratuito, podendo ainda realizar o início de uma adubação e calagem em
outro potreiro, aumentando assim a produtividade e não exigindo um investimento
tão elevado. Dessa forma, ajusta-se o rebanho nas áreas disponíveis para que seja
possível iniciar as melhorias com um investimento mais baixo, para isso também, é
possível realizar a venda de algumas matrizes improdutivas e novilhos recriados,
assim obtém-se capital para tal implementação.
Ano 1 Diferimento Ano 2 Diferimento
Arrenda 40 ha Arrenda 40 ha
Diferimen Diferimen
m. m.
. Campo nativo . Campo nativo
40 ha 40 ha

Cn + Adub. + Cn+
Campo Azevém Adub. +
Campo Campo Campo
nativo 60 ha Azevém
nativo nativo nativo
125 ha 125 ha Campo nativo 125 ha 125 ha Campo nativo
60 ha 60 ha

Ano 3 Diferimento Ano 4 Diferimento


Arrenda 40 ha
Diferimen
40 ha
Diferimen Arrenda
m. .
. m.
Campo nativo Campo
40 ha nativo
Cn + Adub. + Cn + Adub. +
Azevém Cn + Campo Azevém
Campo Campo
60 ha 60 ha
nativo nativo Adub + nativo
125 ha 125 ha Cn + Adub. + Azevém 125 ha Cn + Adub. +
Azevém 125 ha Azevém
60 ha 60 ha
Imagem 4: Esquema de proposta de escalonamento dos investimentos, anos 1, 2, 3 e 4.
Ano 5 Diferimento
40 ha
Arrendam. Diferimen.
125 ha 125 ha
Cn + Adub
+ Azevém
125 ha

Cn + Adub. +
Azevém
Cn + Adub 60 ha
Cn + Adub
+ Azevém
+ Azevém
125 ha
125 ha
Cn + Adub. +
Azevém
60 ha

Imagem 5: Esquema de proposta de escalonamento dos investimentos 5º ano.

Ano Insumo Quantidade Hectares Preço unitário Preço total


unitária

1 Fertilizante 5-30-15 180 kg/ha 60 ha R$2.000,00/ton R$21.600,00

Fertilizante uréia R$4.060,00/ton

Semente azevém 30 kg/ha R$10,00/kg R$18.000,00

Total investido R$39.600,00


2 Fertilizante 5-30-15 180 kg/ha 125 ha (+60 R$2.000,00/ton 0
ha para uréia)
Fertilizante uréia 100 kg/ha R$4.060,00/ton R$24.360,00

Semente azevém 30 kg/ha R$10,00/kg 0

Total investido R$24.360,00

3 Fertilizante 5-30-15 180 kg/ha 60 ha (+185 R$2.000,00/ton R$21.600,00


ha para uréia)
Fertilizante uréia 100 kg/ha R$4.060,00/ton R$75.110,00

Semente azevém 30 kg/ha R$10,00/kg R$18.000,00

Total investido R$114.710,00

4 Fertilizante 5-30-15 180 kg/ha 125 ha (+245 R$2.000,00/ton R$45.000,00


ha para uréia)
Fertilizante uréia 100 kg/ha R$4.060,00/ton R$49.000,00

Semente azevém 30 kg/ha R$10,00/kg R$37.500,00

Total investido R$131.500,00

5 Fertilizante 5-30-15 180 kg/ha 125 ha (+370 R$2.000,00/ton R$45.000,00


ha para uréia)
Fertilizante uréia 100 kg/ha R$4.060,00/ton R$74.000,00

Semente azevém 30 kg/ha R$10,00/kg R$37.500,00

Total investido R$156.500,00


Tabela 8: Investimento no melhoramento do campo nativo.

Ano 1

Potreiro Suporte de carga Suporte de animais Animais na área

1 1 UA/ha em 125 ha + 205 matrizes 182 matrizes


0,6 UA/ha em 250/ha (600kg)

2 1 UA/ha em 40 ha + 88 fêmeas 59 fêmeas


0,6 UA/ha em 40/ha (45=400kg + 43=250kg)

3 1 UA/ha em 60 ha + 114 machos e 6 touros 59 machos + 6 touros


0,6 UA/ha em 60/ha (50=400kg + 64=250kg +
6=1.000kg)

Ano 2

1 1 UA/ha em 125 ha + 205 matrizes 175 matrizes


0,6 UA/ha em 250/ha (600kg)

2 1 UA/ha em 40 ha + 88 fêmeas 44 fêmeas sobreano


0,6 UA/ha em 40/ha (45=400kg + 43=250kg)

3 1,2 UA/ha em 60 ha + 131 machos 44 machos sobreano +


0,6 UA/ha em 60/ha (61=400kg + 64=250kg + 6 touros
6=1.000kg)

Ano 3
1 1,2 UA/ha em 125 ha + 224 matrizes 219 matrizes
0,6 UA/ha em 250/ha (600kg)

2 1 UA/ha em 40 ha + 88 fêmeas 76 fêmeas


1 UA/ha em 40/ha (45=400kg + 43=250kg)

3 1,2 UA/ha em 60 ha + 175 machos 76 machos + 2 touros


1 UA/ha em 60/ha (61=400kg + 108=250kg +
6=1.000kg)

Ano 4

1 1,2 UA/ha em 125 ha + 243 matrizes (600kg) 230 matrizes


0,8 UA/ha em 125 ha +
0,6 UA/ha em 125/ha

2 1 UA/ha em 40 ha + 88 fêmeas 86 fêmeas


0,6 UA/ha em 40/ha (45=400kg + 43=250kg)

3 1,2 UA/ha em 60 ha + 196 machos 86 machos + 76


1,2 UA/ha em 60/ha (61=400kg + 129=250kg + machos sobreanos + 2
6=1.000kg)
touros

Ano 5

1 1,2 UA/ha em 250 ha + 318 matrizes 259 matrizes


1 UA/ha em 125 ha + (600kg)

2 1 UA/ha em 40 ha + 117 fêmeas 110 fêmeas


1 UA/ha em 40/ha (45=400kg + 72=250kg)

3 1,2 UA/ha em 60 ha + 196 machos 110 machos + 86


1,2 UA/ha em 60/ha (61=400kg + 129=250kg + machos sobreanos + 2
6=1.000kg)
touros
Tabela 9: Suporte de carga nos potreiros nos anos 1, 2, 3, 4 e 5.

Produto Quantidade unitária Preço unitário Preço total

Sal mineral 60 g/cab/dia R$85,00/30kg R$13.154,60


Tabela 10: Sal mineral ano 1.

Entrada de capital

Ano 1

Categoria Quantidade Valor total

Vacas 22 R$129.360,00

Machos 15 R$56.700,60
sobreano

Arrendamento R$161.875,00

Total R$347.875,00

Ano 2

Categoria Quantidade Valor total


Machos 44 R$166.320,00
sobreano

Arrendamento R$161.875,00

Total R$328.195,00

Ano 3

Categoria Quantidade Valor total

Vacas 65 R$382.200,00

Touros 4 R$34.560,00

Arrendamento R$161.875,00

Total R$578.635,00

Ano 4

Categoria Quantidade Valor total

Vacas 57 R$335.160,00

Machos 76 R$369.360,00
sobreano

Arrendamento R$161.875,00

Total R$866.395,00

Ano 5

Categoria Quantidade Valor total

Vacas 38 R$223.440,00

Machos 86 R$417.960,00
sobreano

Arrendamento R$161.875,00

Total R$820.555,00
Tabela 11: Entrada de capital nos anos 1, 2, 3, 4 e 5.

ORÇAMENTO DE UTILIZAÇÃO DE CRÉDITO 1º ANO


ITENS (exemplos) UNIDADE VALOR (R$)
Pagamento de mão de obra e encargos sociais 02 R$51.840,00
empregados
Medicamentos veterinários dose R$3.828,68
(vermífugos,carrapaticidas, antibióticos, etc. )
Sal mineralizado (sacos, ou kg) 60g/cab/dia R$13.154,50

Suplemento 1% PV R$9.625,78
Combustíveis 12 horas R$2.600,00
(gasolina, óleo Diesel e lubrificantes
Manutenção de cercas e mangueiras m² R$2.000,00
(arames, piques e mourões, tábuas, etc.)
Conservação de prédios m² R$1.500,00

Manutenção de máquinas e equipamentos - R$1.500,00

ORÇAMENTO PARA PASTAGENS


Adubação de manutenção para 60 ha R$21.600,00
de pastagem (NPK 5-30-15) ton
Roçada de campo nativo 0
e pastagens ha
AQUISIÇÃO DE SEMENTES DE FORRAGEIRAS(para reforma de pastagem)
Azevém kg R$18.000,00
TOTAL (valor total do Projeto) R$125.648,96

ORÇAMENTO DE UTILIZAÇÃO DE CRÉDITO 2º ANO


ITENS (exemplos) UNIDADE VALOR (R$)
Pagamento de mão de obra e encargos sociais 02 R$51.840,00
empregados
Medicamentos veterinários dose R$3.315,11
(vermífugos,carrapaticidas, antibióticos, etc. )
Sal mineralizado (sacos, ou kg) 60g/cab/dia R$10.858,75

Suplemento 1% PV R$8.502,31
Combustíveis 12 horas R$2.600,00
(gasolina, óleo Diesel e lubrificantes
Manutenção de cercas e mangueiras m² R$2.000,00
(arames, piques e mourões, tábuas, etc.)
Conservação de prédios m² R$1.500,00

Manutenção de máquinas e equipamentos - R$1.500,00

ORÇAMENTO PARA PASTAGENS


Adubação de manutenção para 60 ha R$25.360,00
de pastagem (Uréia) ton
Roçada de campo nativo R$2.000,00
e pastagens ha
AQUISIÇÃO DE SEMENTES DE FORRAGEIRAS(para reforma de pastagem)
Azevém kg 0
TOTAL (valor total do Projeto) R$107.476,17

ORÇAMENTO DE UTILIZAÇÃO DE CRÉDITO 3º ANO


ITENS (exemplos) UNIDADE VALOR (R$)
Pagamento de mão de obra e encargos sociais 03 R$77.760,00
empregados
Medicamentos veterinários dose R$4.582,16
(vermífugos,carrapaticidas, antibióticos, etc. )
Sal mineralizado (sacos, ou kg) 60g/cab/dia R$23.020,55

Suplemento 1% PV R$11.706,28
Mat. Inseminação Artificial R$13.140,00
(N2, semên, luvas, brincos, bainhas, etc.)
Combustíveis 24 horas R$5.200,00
(gasolina, óleo Diesel e lubrificantes
Manutenção de cercas e mangueiras m² R$2.000,00
(arames, piques e mourões, tábuas, etc.)
Conservação de prédios m² R$2.500,00

Manutenção de máquinas e equipamentos R$2.500,00

ORÇAMENTO PARA PASTAGENS


Adubação de manutenção para 185 ha R$21.600,00
de pastagem (NPK 5-30-15) ton
Adubação de manutenção para 185 ha R$75.110,00
de pastagem (Uréia) ha
Roçada de campo nativo e pastagens ha R$3.000,00
AQUISIÇÃO DE SEMENTES DE FORRAGEIRAS(para reforma de pastagem)
Azevém kg 18.000,00
TOTAL (valor total do Projeto) R$269.118,99

ORÇAMENTO DE UTILIZAÇÃO DE CRÉDITO 4º ANO


ITENS (exemplos) UNIDADE VALOR (R$)
Pagamento de mão de obra e encargos sociais 04 R$103.608,00
empregados
Medicamentos veterinários dose R$4.566,66
(vermífugos,carrapaticidas, antibióticos, etc. )
Sal mineralizado (sacos, ou kg) 60g/cab/dia R$24.944,10

Suplemento 1% PV R$14.296,50
Mat. Inseminação Artificial R$13.800,00
(N2, semên, luvas, brincos, bainhas, etc.)
Combustíveis 48 horas R$10.400,00
(gasolina, óleo Diesel e lubrificantes
Manutenção de cercas e mangueiras m² R$3.500,00
(arames, piques e mourões, tábuas, etc.)
Conservação de prédios m² R$2.500,00

Manutenção de máquinas e equipamentos R$5.000,00

Investimento propriedade R$50.000,00


ORÇAMENTO PARA PASTAGENS
Adubação de manutenção para 185 ha R$45.000,00
de pastagem (NPK 5-30-15) ton
Adubação de manutenção para 185 ha R$49.000,00
de pastagem (Uréia) ha
Roçada de campo nativo e pastagens ha R$5.000,00
AQUISIÇÃO DE SEMENTES DE FORRAGEIRAS(para reforma de pastagem)
Azevém kg R$37.500,00
TOTAL (valor total do Projeto) R$368.115,26

ORÇAMENTO DE UTILIZAÇÃO DE CRÉDITO 5º ANO


ITENS (exemplos) UNIDADE VALOR (R$)
Pagamento de mão de obra e encargos sociais 04 R$103.608,00
empregados
Medicamentos veterinários dose R$5.547,60
(vermífugos,carrapaticidas, antibióticos, etc. )
Sal mineralizado (sacos, ou kg) 60g/cab/dia R$29.721,95

Suplemento 1% PV R$16.214,03
Mat. Inseminação Artificial R$15.540,00
(N2, semên, luvas, brincos, bainhas, etc.)
Combustíveis 96 horas R$20.800,00
(gasolina, óleo Diesel e lubrificantes
Manutenção de cercas e mangueiras R$3.500,00
(arames, piques e mourões, tábuas, etc.)
Conservação de prédios R$3.550,00

Manutenção de máquinas e equipamentos R$15.000,00

Investimento propriedade R$100.000,00


ORÇAMENTO PARA PASTAGENS
Adubação de manutenção para 185 ha R$45.000,00
de pastagem (NPK 5-30-15) ton
Adubação de manutenção para 185 ha R$74.000,00
de pastagem (Uréia) ha
Roçada de campo nativo e pastagens ha R$5.000,00
AQUISIÇÃO DE SEMENTES DE FORRAGEIRAS(para reforma de pastagem)
Azevém kg R$37.500,00
TOTAL (valor total do Projeto) R$458.767,55

BALANÇOS FINANCEIROS ANUAIS


Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Custos anuais/R$ 125.648,96 107.476,17 269.118,99 368.115,26 474.981,58

Arrendamento/R$ 161.875,00 161.875,00 161.875,00 161.875,00 161.875,00

Venda de animais/R$ 186.060,00 166.320,00 416.760,00 704.520,00 641.400,00

Lucro econômico da R$222.286,82 R$220.718,83 R$309.516,01 R$498.279,74 R$328.293,42


atividade anual/R$
Tabela 12: Lucro anual.

METAS DO PROJETO
Indicadores de Atual 1o Ano 2o Ano 3o Ano 4o Ano 5º Ano
Produtividade
Parição % 48 48 48 70 75 85
Mortalidade% 5 5 5 5 5 5
Idade 1o Acasal. 3 anos 2,5 2 anos 2 anos 2 anos 2 anos
anos
Idade de Abate 4,5 anos 2,5 2,5 2,5 2 anos 2 anos
anos anos anos
Lotação U.A./ha 0,6 0,6
Desfrute % 12-15 12,1 16,7 19,9 25,8 22,0
Tabela 13: Metas anuais do projeto.

TABELAS DE EVOLUÇÃO DO REBANHO

Tabela 14: Evolução do rebanho Ano 1.

Tabela 15: Evolução do rebanho Ano 2.

Tabela 16: Evolução do rebanho Ano 3.


Tabela 17: Evolução rebanho Ano 4.

Tabela 18: Evolução rebanho Ano 5.

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