Seminário Temático em Ensino

em Biociências e Saúde
A desinformação sobre vacinas nas
redes: desafios e formas de combate
Igor Waltz. Pós-Doc PGEBS
Junho/2022
 O que é desinformação?

• A desinformação para além das fake news.

• Pós-verdade – mudanças nas estratégias

de validação dos discursos sociais (Seixas,
2019).

• Aumento do peso de experiências e

crenças individuais frente aos fatos e
evidências.
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 Desinformação e ciência

• Desinformação e teorias negacionistas  persistência de

crenças não compatíveis com as atuais evidências científicas
(Castelfranchi, 2019; Scheufele & Krause, 2019).

• Em vez de apontarmos um “iletramento científico”, nos cabe

pensar esse cenário como uma “crise de confiança” (Goldenberg,
2021).

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 Fonte: Instituto
Butantan, com dados do
DATASUS (2022)
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 Discursos antivacina

• Século XIX: Resistência veemente aparece junto com as vacinas,

associada a políticas públicas de imposição.

• Retórica antivacina – objeção à intrusão governamental;

autoridade sobre os filhos; medo de efeitos adversos.

• Grupos antivacina (Antivaxxers) – grupo minoritário, mas bastante

influente nas mídias digitais (Kennedy, 2020).

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 Discursos antivacina

Charge antivacina de 1894 (Fonte: College

of Physicians of Philadelphia, EUA)

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 Discursos antivacina

Charge antivacina de 1802

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(Fonte: Wellcome Library)
 Hesitação vacinal

• “A hesitação vacinal se refere ao atraso em aceitar ou à recusa

das vacinas, apesar de sua disponibilidade dos serviços de
vacinação. Hesitação vacinal é complexa e específica do
contexto, variando de acordo com tempo, lugar e vacinas”
(MacDonald; SAGE Working Group, 2015).

• Associada a fatores como complacência, conveniência e

confiança (Modelo 3C de Hesitação Vacinal).

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 Vacinas e redes sociais

• Redes sociais são a principal fonte contemporânea de

informações, e importantes mediadoras das relações sociais.

• Discursos antivacina: questionamento da autoridade (científica,

médica, governamental, etc). Ênfase na liberdade individual (“Pró-
escolha”, “Faça sua própria pesquisa”, etc).

• Bolsões de resistência: grupos privados em redes sociais e

aplicativos de mensagens, que aceleram a troca de informações.
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 Desafios à comunicação pública da ciência

• Estratégias baseadas no modelo de déficit têm sido pouco

efetivas;

• Controvérsias sobre vacinas vai além da ciência: aspectos

políticos, históricos e geográficos;

• Aspectos socioculturais da avaliação de risco.

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 Referências

BERMAN, Jonathan M. Anti-vaxxers: how to challenge a misinformed movement. Cambridge: MIT Press, 2020.
CASTELFRANCHI, Yurij. Notícias falsas na ciência. Ciência Hoje, 2019. Disponível em https://cienciahoje.org.br/artigo/noticias-falsas-
na-ciencia. Acesso em 15 mar. 2021.
GOLDENBERG, Maya J. Vaccine hesitancy: public trust, expertise, and the war on science. Pittsburgh: University of Pittsburgh Press,
2021.
KENNEDY, J. Vaccine Hesitancy: A Growing Concern. Paediatr Drugs, v. 2, n. 2, p. 105-111, 2020. doi: 10.1007/s40272-020-00385-4.
MACDONALD, N.E.; SAGE Working Group on Vaccine Hesitancy. Vaccine hesitancy: definition, scope, and determinants. Vaccine, v. 33,
n. 34, p. 4161-4, 2015. https://doi.org/10.1016/j.vaccine.2015.04.036
MASSARANI, L. M. ., LEAL, T. ., WALTZ, I., MEDEIROS, A. Infodemia, desinformação e vacinas: a circulação de conteúdos em redes
sociais antes e depois da COVID-19. Liinc Em Revista, v. 17, n. 1, 2021. https://doi.org/10.18617/liinc.v17i1.5689
SCHEUFELE, Dietram A.; KRAUSE, Nicole M. Science audiences, misinformation, and fake news. PNAS, v. 116, n. 16, p. 7662–7669, 2019.
https://www.pnas.org/content/116/16/7662.
SEIXAS, R. A retórica da pós-verdade: o problema das convicções. Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e
Argumentação, v. 18, n. 1, 29 abr. 2019.

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