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Módulo Iii - Leitura e Produção de Texto - Gêneros Textuais
Módulo Iii - Leitura e Produção de Texto - Gêneros Textuais
PORTUGUÊS
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SUMÁRIO
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 48
ATIVIDADE AVALIATIVA..........................................................................................................................50
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UNIDADE 1: INTRODUÇÃO
“Todas as esferas da atividade humana, por mais variadas que sejam, estão
relacionadas com a utilização da língua. Não é de surpreender que o caráter
e os modos dessa utilização sejam tão variados como as próprias esferas
da atividade humana. (...) O enunciado reflete as condições específicas e as
finalidades de cada uma dessas esferas, não só por seu conteúdo temático
e por seu estilo verbal, ou seja, pela seleção operada nos recursos da
língua – recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais – mas também, e
sobretudo, por sua construção composicional.”
isso foi feito um resumo de teorias de leitura e de aspectos da produção textual com
o intuito de fornecer um melhor embasamento para a discussão sobre gêneros.
Assim, organizou-se como se segue:
O próximo capítulo apresenta uma breve descrição dos modelos teóricos de
leitura, tendo em vista a classificação em relação à direção do fluxo da informação
durante o ato de ler. Considerando a leitura um processo cognitivo e social, busca-
se apresentar, também, alguns fatores importantes que influenciam o uso de
diferentes estratégias de leitura, entre eles o gênero textual.
O capítulo 3 borda alguns aspectos da produção textual, tais como as
características deste processo, em especial do texto escrito, tendo em vista seu
caráter dialógico, isto é, a interação entre autor e leitor na produção de sentido
durante a atividade da escritura. Uma vez que se pretende, neste capítulo, ressaltar
a produção verbal escrita, busca-se, também, estabelecer brevemente as diferenças
entre esta modalidade da língua e a modalidade falada. Objetiva-se, ainda,
apresentar uma pequena orientação sobre como se alcançar um texto bem-formado,
lançando mão da questão de coesão/coerência e das quatro metarregras propostas
por Charolles (2002).
O quarto capítulo dedica-se a apresentar a concepção de gêneros
discursivos, segundo Bakhtin (1992), tendo em vista a idéia de que a elaboração de
texto é uma atividade sociocomunicativa, em que falante/escritor e ouvinte/leitor
interagem na produção de sentido. Considera-se, também, a idéia de que os
gêneros diferenciam-se conforme a função que exercem em cada situação
específica. Devido às similaridades entre expressões, a saber: gêneros textuais,
gêneros discursivos, ambientes discursivos, sentiu-se a necessidade de delimitar o
conceito destes termos, bem como diferenciar tipologia e gênero textual. Por fim,
pretende-se descrever, brevemente, cinco tipos de texto, ou modalidades
discursivas: narração, descrição, argumentação, exposição e injunção, uma vez que
se trata dos mais comuns tipos textuais utilizados nas situações comunicativas.
E o último capítulo é destinado às considerações finais a respeito de tudo
que foi discutido.
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UNIDADE 2: LEITURA
• “Scanning;
• fixação ocular.
• predição das ‘pistas’ (que opera junto com a seleção numa relação de
dependência mútua);
• formação de perceptos;
lado, porque funciona segundo leis, esquemas, de que já dispõe o leitor (...), porque
se dá como reescritura de outros textos, levando assim em conta a experiência
anterior do leitor.” (Vigner, 2002a)
Os dois garotos correram até a entrada da casa. “Veja, eu disse a você que hoje
era um bom dia para brincar aqui”, disse Eduardo. “Mamãe nunca está em casa
na quinta-feira”, ele acrescentou. Altos arbustos escondiam a entrada da casa; os
meninos podiam correr no jardim extremamente bem cuidado. “Eu não sabia que
a sua casa era tão grande”, disse Marcos. “É, mais ela está bonita agora, desde
que meu pai mandou revestir com pedras essas parede lateral e colocou lareira”.
Havia portas na frente e atrás e uma porta lateral que levava à garagem, que
estava vazia exceto pelas três bicicletas com marcha guardadas aí. Eles
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entraram pela porta lateral; Eduardo explicou que ela estava sempre aberta para
suas irmãs entrarem e saírem sem dificuldade.
Marcos queria ver a casa, então Eduardo começou a mostrá-la pela sala
de estar. Estava recém pintada, como o resto do primeiro andar. Eduardo ligou o
som: o barulho preocupou Marcos. “Não se preocupe, a casa mais próxima está
a meio quilômetro daqui”, gritou Eduardo. Marcos se sentiu mais confortável ao
observar que nenhuma casa podia ser vista em qualquer direção além do enorme
jardim.
A sala de jantar, com toda a porcelana, prata e cristais, não era lugar
para brincar: os garotos forma para cozinha onde fizeram um lanche.
Eduardo disse que não era para usar o lavabo porque ele ficara úmido e
mofado uma vez que o encanamento arrebentara.
“Aqui é onde meu pai guarda suas coleções de seles e moedas raras”,
disse Eduardo enquanto eles davam uma olhada no escritório. Além do escritório,
havia três quartos no andar superior da casa.
Eduardo mostrou a Marcos o closet de sua mãe cheio de roupas e o cofre
trancado ponde havia jóias. O quarto de suas irmãs não era tão interessante
exceto pela televisão com o Atari. Eduardo comentou que o melhor de tudo era
que o banheiro do corredor era seu desde que um outro foi construído no quarto
de suas irmãs. Não era tão bonito como o de seus pais, que estava revestido de
mármore, mas para ela era a melhor coisa do mundo”
Se fizermos uma lista das informações que são relevantes para o comprador
da casa, ela provavelmente corresponderia às informações que os sujeitos da
experiência conseguiram lembrar depois de ler o texto: tamanho da casa, número de
cômodos, tamanho do jardim, revestimento de pedra, lareira, pintura, número de
banheiros, mármore no banheiro, closet no quarto de casal. Nessa mesma
experiência, o texto acima foi também apresentado a um segundo grupo de leitores
com a instrução de que tentassem se lembrar de tudo aquilo que seria interessante
para um ladrão que estivesse planejando arrombar a casa. Nesse caso, os sujeitos
conseguiram lembrar informações como o fato de mãe não estar em casa nas
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Quadro 1
DRNP DP
“os papeis de um ser que escreve e o de um ser que monitora esse ser,
não em uma sucessão, num intervalo temporal e num distanciamento
especial, mas no momento mesmo da produção. Nesse momento, aquele
que escreve se bifurca em enunciador eco-enunciador, surgindo a figura do
escritor-leitor-do-próprio-texto, o que faz com que o texto escrito seja
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Maria foi para a escola. Arrumou seus materiais e pegou a condução que
passou às 6 horas e 40 minutos.
Na escola, Maria deve assistir à aula de Português, na qual apresentará
um trabalho. Vai encontrar suas amigas para organizar a apresentação.
• Metarregra de repetição;
• Metarregra de progressão;
• Metarregra de não-contradição;
• Metarregra de relação;
textual” (Koch, 1991). Este tipo de coesão refere-se à união/relação das palavras no
texto: são as referências, a coesão lexical, as substituições, as elipses.
Exemplo: Maria gosta de João. Ela começou a namorá-lo na escola. Ele é muito
carinhoso, e a menina tem bons momentos ao lado deste garoto. Os nomes Maria e
Pedro foram sendo substituídos por outros elementos ao longo do texto para que
este não ficasse repetitivo.
A referência pode ser feita para trás (anáfora) ou para frente (catáfora).
Exemplos: Maria gosta de João. Ela começou a namorá-lo na escola. O pronome
oblíquo lo refere-se ao substantivo João, que aparece antes do pronome. A
referência é feita para trás (anáfora). Maria gosta de João, cuja mãe vende roupas
em uma loja. O pronome relativo cuja também se refere ao substantivo mãe, que
aparece depois do pronome. Neste caso a referência é feita para frente (catáfora).
• Elipse: elipse seria uma substituição por zero: omite-se um item lexical, um
sintagma, uma oração ou todo um enunciado facilmente recuperado pelo contexto.
Apenas o verbo vou, dito por João, consegue expressar toda a idéia contida
na pergunta feita por Maria. Idéia essa que foi substituída por um zero na resposta
de João. É possível entender essa substituição devido ao contexto.
4.1 – Definições
forma também um texto, retirado de uma ou mais línguas. Constitui uma classe
analisável em gêneros divisíveis, por sua vez, em classes, e assim por diante, até
esgotar as possibilidades de divisão.” (Dubois, 1973)
Quadro 3
Modalidade
Gênero Textual Ambiente Discursivo
Discursiva
Narração de jogo de
Mídia esportiva
futebol
Quadro 4
JACULATÓRIA
Conteúdo expressão de fervor religioso
Função obtenção de graça ou perdão
Estilo laudatório e invocatório
Composição curta, poucos enunciados
Canal oração
edital, informação, informe, citação, todos com a função social de dar conhecimento
de algo a alguém. Petição, memorial, requerimento, abaixo-assinado: gêneros
textuais com a função social de pedir, solicitar. Trata-se de exemplos que
apresentam uma função social formal, rígida.
Como pode ser observado no quadro 3, um mesmo gênero pode realizar-se
em dois ou mais tipos, assim como diversos gêneros compreendem um mesmo tipo
textual. Uma carta pessoal, por exemplo, pode apresentar as tipologias: descrição,
injunção, exposição, narração e argumentação – esse fato é denominado
heterogeneidade tipológica (Marcuschi, 2002) ou conjugação tipológica (Travaglia,
2002). Dificilmente será possível encontrar um tipo textual puro, a classificação de
determinado texto em relação ao seu tipo será por uma questão de dominância em
função do tipo de interlocução que se pretende estabelecer e que se estabelece, e
não em função do espaço ocupado por um tipo na constituição do texto.
4.4.1 - Narrativa
“Naquele dia, após ter feito uma grande farra na véspera e ter
dormido mal, X se levantou às cinco horas e meia, saiu de sua casa às seis
horas e cinco e encontrou pessoas às quais ele disse que o dia estava
lindo”
1º) alguém passa a ter alguma coisa que não tinha (narrativa de aquisição)
2º) alguém deixa de ter alguma coisa que tinha (narrativa de perda)
“a) uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um dever, um desejo
ou uma necessidade de fazer algo. (...)
b) uma em que ela adquire um saber e um poder, isto é, a competência necessária
para fazer algo. (...)
c) uma que é a mudança principal da narrativa, a realização daquilo que se quer ou
se deve fazer. (...)
d) uma em que se constata que a transformação principal ocorreu e em que se
podem atribuir prêmios ou castigos às personagens.” (Platão & Fiorin, 1996)
• Já que o ato de narrar ocorre, por definição, no presente, dado que (...) o
presente indica uma concomitância em relação ao momento da fala (no caso, fala do
narrador), ele é posterior à história contada, que, por conseguinte, é anterior a ele;
por isso, o subsistema do pretérito (pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito
mais-que-perfeito e futuro do pretérito) é o conjunto de tempos por excelência da
narração.” (Platão & Fiorin, 1996)
Como exemplo de uma narrativa, o texto que segue é um conto do autor
Stanislaw Ponte Preta:
A velha contrabandista
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela
passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta.
O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da
velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da
Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra
ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse
saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros,
que ela adquirira no odontólogo, e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a
velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal
esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que
fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
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4.4.2 - Descrição
mármore branco, destacava um bocado de rocha bruta e brava, com uma fenda
alargada e polida por longos séculos de beijos e afagos beatos.
4.4.3 – Argumentação
Quadro 5
persuasão pretendida é preciso que o texto seja adequado à situação em que ele é
produzido. Por exemplo, o discurso feito para uma criança de rua sem família
estruturada, que não freqüenta a escola, que não se alimenta normalmente, com o
intuito de convencê-la a não cometer determinado ato, não usará as mesmas
estratégias argumentativas de um discurso feito em um tribunal do júri. Nesse
sentido, foi selecionado o texto abaixo, extraído do livro de Platão e Fiorin (1996),
para ilustrar uma argumentação. Trata-se de um vídeo exibido na Casa de Detenção
de São Paulo, para ensinar aos detentos formas de prevenção contra a Aids:
vício só por ordem da chefia. Mas escuta bem, vago mestre, a seringa é o canal
pra Aids. No desespero, tu não se toca, num vê, num qué nem sabê que, às
vezes, a seringa vem até com um pingo de sangue, e tu mete ela direto em ti. Às
vezes, ela parece que vem limpona, e vem com a praga. E tu, na afobação, mete
ela direto na veia. Aí tu dança. Tu, que se diz mais tu, mas que diz que num pode
agüentá a tranca sem pico, se cuida. Quem gosta de tu é tu mesmo. (Pausa) E a
farinha que tu cheira, e a erva que tu bafurra enfraquece o corpo e deixa tu chué
da cabeça e dos peitos. E aí tu fica moleza pro Aids! Mas o pico é o canal direto
pra essa praga que está aí. Então, malandro, se cobre. Quem gosta de tu é tu
mesmo. A saúde é como a liberdade. A gente dá valor pra ela quando já era!
(Vídeo exibido na Casa de Detenção de São Paulo: Adag; Realização: TV Cultura, 1988)
4.4.4 – Exposição
Para se ter uma idéia, das sete maravilhas do mundo antigo, listadas entre
150 a.C. e 120 a.C. e imortalizadas pelo poeta grego Antípatro de Sídon, apenas
as pirâmides de Gizé, no Egito, ainda podem ser visitadas. Conhecida como Ta
Hepta thaemata, que em grego quer dizer “as sete coisas dignas de serem vistas”,
a lista original incluía os jardins suspensos da Babilônia, onde hoje fica o Iraque; a
estátua de Zeus, na Grécia; o templo da deusa Ártemis, em Éfeso, e o mausoléu
de Helicarnasso, ambos na Turquia; o colosso de Rodes, estátua gigantesca de
bronze, e o farol de Alexandria, no Egito. Dessas seis maravilhas existem apenas
ruínas ou registros em documentos históricos.
Pensando nisso, o empresário suíço Bernard Weber criou em 2001 a
fundação New 7 Wonders (Novas 7 Maravilhas), como forma de divulgar e
preservar o patrimônio existente nos dias atuais. Para conseguir a atenção
necessária, a fundação lançou, em 2005, um concurso para escolher as sete
maravilhas do mundo moderno. Depois de centenas de candidaturas, 21
monumentos foram selecionados para votação pela internet ou mensagens de
celular.
Campanhas. O concurso foi tratado com mais entusiasmo em alguns
países do que em outros. No Brasil e na Índia, por exemplo, foram feitas grandes
campanhas para que a população votasse em seus representantes. Por outro lado,
os Estados Unidos, que concorriam com a estátua da Liberdade, em Nova York,
não fizeram praticamente nenhum esforço para eleger o documento.
De qualquer forma, a participação foi dentro do esperado e as novas
maravilhas foram anunciadas numa grande cerimônia realizada em 7 de julho, em
Lisboa, Portugal. Embora a fundação tenha divulgado a ordem de classificação dos
monumentos, não foram informados quantos votos cada um recebeu, com a
justificativa de que são todos de igual importância. Sabe-se, no entanto, que
poucos chineses sabiam da votação. (...)
4.4.5 – Injunção
Modo de preparo
Bata as gemas, junte e bata até que fique bem claro. Peneire juntos a
farinha de trigo e o fermento e misture delicadamente ao creme e juntando em
seguida as claras batidas em neve. Coloque em assadeira untada e polvilhada.
Leve ao forno médio (180°). Ligue o forno na hora de colocar a massa. Asse por
cerca de 10 minutos. Retire do Forné e deixe esfriar. Corte com cortador e recheie
unindo dois a dois.
Recheio
Finalização
REFERÊNCIAS
ATIVIDADE AVALIATIVA
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO – GÊNEROS TEXTUAIS
Aluno:____________________________________________Data:___/___/____
Curso:_________________________________Pólo:____________________
Questão 1
Os modelos de leitura são classificados conforme o fluxo da informação
durante o ato de ler. A respeito desses modelos, assinale a afirmativa correta:
a) Quando fluxo da informação parte do texto impresso para o leitor, diz-se que o
processo da leitura ocorre de maneira descendente, ou seja, de cima para baixo.
b) O modelo de testagem de hipóteses de Goodman compõe a gama de modelos
ascendentes de leitura.
c) A leitura, de acordo com os modelos descendentes, é um processo perceptivo e
de decodificação, em que se identifica letra por letra, a partir de um estímulo visual,
para obter o significado do todo.
d) Nos modelos interacionistas, o foco da leitura é colocado no leitor, isto é, o fluxo
da informação parte do leitor para o texto.
e) Os modelos ascendentes/descendentes vêm o ato de ler como um processo que
envolve tanto a informação impressa (o texto), quanto a informação que o leitor traz
consigo (o conhecimento prévio). Trata-se de modelos interacionistas, em que leitor
e autor interagem durante o processo da leitura.
Questão 2
Por que a leitura pode ser considerada um processo cognitivo e social? Assina
a alternativa que melhor responde essa questão:
a) A leitura é um processo que envolve atenção, percepção, raciocínio, juízo,
imaginação, pensamento, linguagem e, além disso, pressupõe a existência de dois
sujeitos, leitor e autor, que interagem durante os atos de ler e compreender.
b) A leitura é um processo cognitivo porque apresenta uma multiplicidade de
estratégias empregadas pelo leitor, conforme as condições que a ele são dadas.
Trata-se, também, de um ato social porque envolve a linguagem humana.
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Questão 3
Existem diferentes modos de se ler um texto que dependem de vários fatores,
tais como a maturidade do leitor; a complexidade textual; o conhecimento
prévio; o gênero do texto e o objetivo da leitura entre outros. Sobre esses
fatores, assinale a afirmativa incorreta:
a) A complexidade do texto interfere na estratégia de leitura porque, quando o texto
é considerado complexo, o leitor precisa construir esquemas novos para estabelecer
a compreensão do texto.
b) No momento da leitura, o leitor lança mão de suas experiências, crenças,
opiniões, interesses, ou seja, de um conhecimento prévio que é fundamental para
determinar o tipo de leitura que será realizada.
c) O leitor maduro é aquele que usa apenas uma estratégia de leitura e, por isso,
sua compreensão do texto é mais objetiva, rápida e eficaz.
d) Para cada gênero textual, a estratégia de leitura é diferente.
e) As estratégias de leitura variam conforme o objetivo da leitura: o tipo do texto
determina, até certo ponto, os objetivos da leitura, se para cada tipo textual usa-se
uma estratégia de leitura diferente, então, para cada objetivo, uma estratégia distinta
será também será usada.
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Questão 4
Sobre a maturidade do leitor, assinale a alternativa falsa:
a) O leitor maduro é aquele que sabe monitorar as estratégias metacognitivas de
leitura.
b) Quando o leitor adquire maturidade, ele planeja, monitora e regula os próprios
processos cognitivos envolvidos no ato de ler.
c) Em relação à maturidade do leitor, pode-se dizer que, ou ele é um leitor maduro
ou não, isto é, não existem níveis de maturidade.
d) Dizer que um leitor é maduro é dizer que ele é capaz de identificar os objetivos da
leitura, aspectos importantes do texto e, também, de verificar sua própria
compreensão.
e) O leitor maduro adquire as estratégias de leitura cumulativamente.
Questão 5
Fala e escrita são meios distintos de realização textual, que apresentam
diferenças formais e funcionais, embora também seja possível afirmar que se
trata de duas realidades similares. A respeito disso, assinale a afirmativa
correta:
a) Um discurso planejado apresenta dependência contextual e menor uso de
variação de forma e conteúdo.
b) A língua escrita pode ser caracterizada como aquela que apresenta um
planejamento verbal melhor em relação à fala, a organização estrutural e a seleção
das palavras são mais cuidadosas, enquanto que na fala informal esse planejamento
é menos elaborado.
c) a coesão, na linguagem escrita, é estabelecida através de recursos
paralingüísticos e supra-segmentais, enquanto que, na linguagem oral, ela é
estabelecida através de meios lexicais e de estruturas sintáticas complexas que
usam conectivos explícitos.
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Questão 6
Segundo os modelos processuais da escrita, esta é caracterizada como um ato
que envolve uma meta (objetivo) e um plano, e também um ato de resolução de
problemas. Assinale a alternativa que melhor se relaciona a essas metas e/ou
problemas e resoluções referentes a essas metas.
a) A meta do tipo ideacional, ou de conteúdo proposicional, relaciona-se ao
planejamento e execução do autor do caminho necessário para atingir a coesão e a
coerência do texto.
b) A meta do tipo textual diz respeito ao falto do leitor planejar o tipo de leitor para
quem ele vai escrever e que efeito ele quer causar nesse leitor.
c) A meta do tipo interpessoal refere-se ao planejamento dos caminhos que serão
tomados: por onde começar, em que direção prosseguir, que pontos ressaltar e
como terminar o texto.
d) Em relação à meta do tipo textual, o problema encontra-se no fato do autor não
poder extrair da memória apenas as informações relevantes e direcionadas para um
determinado fim.
e) Em relação à meta do tipo interpessoal, o problema reside no fato de a
comunicação não ocorrer frente a frente e, por isso, o autor precisa decidir quem
será o seu leitor virtual para definir forma e conteúdo do texto.
Questão 7
Assinale a alternativa que não se relaciona a uma correta definição de texto:
a) Em sentido amplo, a palavra texto designa um enunciado qualquer, oral ou
escrito, longo ou breve, antigo ou moderno.
b) O texto caracteriza-se por seu estrato semântico e comunicativo, assim
como por sua coerência profunda e superficial.
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Questão 8
O que significa dizer que a produção textual escrita tem caráter dialógico?
Escolha uma das alternativas abaixo que melhor responde essa questão:
a) A elaboração do texto escrito é um processo em que o autor usa tanto as
estratégias de produção textual, quanto as estratégias de leitura.
b) A escrita é produto de uma atividade humana, é, pois, interativa, dialógica.
c) O ato de escrever é uma atividade interativa entre o emissor e o receptor, ou seja,
possui uma função comunicativa e social exercida entre dois enunciadores que
participam do processo da construção de sentido.
d) A produção textual pressupõe a criação de um texto íntegro e estruturado
mediante regras textuais e do próprio sistema da língua.
e) A escrita é uma atividade de comunicação verbal que tem como objetivo a
transmissão de intenções e conteúdo. Trata-se de um processo que envolve
planejamento e execução.
Questão 9
Qual das afirmativas abaixo não se relaciona à microestrutura do texto?
a) Diz respeito a todos os componentes (predominantemente extralingüísticos) que
possibilitam a organização global de sentido do texto e que são responsáveis por
sua significação.
b) Associam-se à microestrutura todos os elementos e mecanismos de coesão.
c) Representa todo um sistema de instruções textualizadoras de superfície que
auxiliam na construção linear do texto por intermédio de palavras e de frases.
d) No nível microestrutural, as relações de coerência estabelecem-se entre as
frases (sucessivamente ordenadas) da seqüência.
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Questão 10
Assinale a alternativa abaixo que contradiz a idéia de boa formação textual.
a) A boa formação textual relaciona-se com os conceitos de coesão e coerência.
b) Um texto bem formado é aquele que apresenta coerência nas macro e
microestruturas.
c) A boa formação textual pressupõe a obediência a certas regras tais como
metarregra de repetição, de progressão, não-contradição e de relação.
d) A coesão é o que faz com que uma seqüência lingüística seja vista como um
texto, porque permite o estabelecimento de relações – sintático-gramaticais,
semânticas e pragmáticas – entre os elementos da seqüência (morfema, palavras,
expressões, frases, parágrafos, capítulos etc), possibilitando construí-las e percebê-
las como constituindo uma unidade significativa global.
e) A coerência está relacionada à boa formação do texto, mas não no sentido da
gramaticalidade usada no nível da frase (coesão), mas sim em termos da
interlocução comunicativa.