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11 de Abril de 2024

Doente, morador de rua receberá


benefício assistencial em Joinville
(SC)
Publicado por Âmbito Jurídico há 9 anos

O morador de rua J.C.M., de Joinville (SC), passará a receber


regularmente o Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas)
no valor de um salário mínimo. O juiz federal Marcos Hideo
Hamasaki determinou também ao Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) o pagamento das parcelas retroativas a janeiro de
2013, data da solicitação do benefício na autarquia, negado ad-
ministrativamente. A Defensoria Pública da União (DPU) pres-
tou assistência jurídica gratuita ao morador de rua, que tam-
bém é dependente químico.

J.C.M., de 43 anos, não tem renda, além do benefício de R$ 72


do Programa Bolsa-Família. Começou a fumar maconha com 15
anos. Depois, passou a usar cocaína e, há quatro anos, consome
crack. Conforme o perito judicial especializado em Psiquiatria,
o morador de rua é portador de transtorno psicótico misto, de-
corrente do uso de múltiplas drogas, e necessita de tratamento
eficaz e vigoroso, como internação de longuíssimo prazo, prova-
velmente com resultado insatisfatório.

De acordo com a perícia social realizada a pedido da Justiça,


J.C.M. passou a morar na rua há quatro anos. Atualmente, faz
as refeições e a higiene em estabelecimentos públicos de assis-
tência a dependentes químicos e a pessoas em situações de rua.
Todos esses fatores levaram a perícia a apontar a vulnerabili-
dade social do assistido da DPU.

Ao entrar com a ação, o defensor público federal João Vicente


Pandolfo Panitz argumentou que o morador de rua não possui
condições psicológicas e físicas de exercer qualquer atividade
laboral. Panitz afirmou que o assistido faz uso de muitos medi-
camentos, mas não há perspectiva de reversibilidade de seu
quadro de saúde. Tais situações têm ocasionado extrema difi-
culdade ao requerente, pois apresenta condutas inadequadas,
reprovação social, escreveu, na ação. A incapacidade para o tra-
balho é um dos requisitos para a concessão do BPC/Loas, além
da situação de miséria. Idosos com 65 anos ou mais também
têm direito ao benefício.

O defensor público federal Célio Alexandre John, que é o atual


responsável pelo caso, acredita que a decisão favorável ressalta
a atuação da DPU em favor da população em situação de vulne-
rabilidade. Ele lembra que a instituição conta com um grupo de
trabalho para a defesa dos direitos das pessoas em situação de
rua. É um importante órgão criado para zelar pelo direito da-
queles que muitas vezes não são vistos e que, se são vistos, são
ignorados, afirma.

Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/doente-morador-de-rua-recebera-beneficio-


assistencial-em-joinville-sc/151189315

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