benefício assistencial em Joinville (SC) Publicado por Âmbito Jurídico há 9 anos
O morador de rua J.C.M., de Joinville (SC), passará a receber
regularmente o Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas) no valor de um salário mínimo. O juiz federal Marcos Hideo Hamasaki determinou também ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) o pagamento das parcelas retroativas a janeiro de 2013, data da solicitação do benefício na autarquia, negado ad- ministrativamente. A Defensoria Pública da União (DPU) pres- tou assistência jurídica gratuita ao morador de rua, que tam- bém é dependente químico.
J.C.M., de 43 anos, não tem renda, além do benefício de R$ 72
do Programa Bolsa-Família. Começou a fumar maconha com 15 anos. Depois, passou a usar cocaína e, há quatro anos, consome crack. Conforme o perito judicial especializado em Psiquiatria, o morador de rua é portador de transtorno psicótico misto, de- corrente do uso de múltiplas drogas, e necessita de tratamento eficaz e vigoroso, como internação de longuíssimo prazo, prova- velmente com resultado insatisfatório.
De acordo com a perícia social realizada a pedido da Justiça,
J.C.M. passou a morar na rua há quatro anos. Atualmente, faz as refeições e a higiene em estabelecimentos públicos de assis- tência a dependentes químicos e a pessoas em situações de rua. Todos esses fatores levaram a perícia a apontar a vulnerabili- dade social do assistido da DPU.
Ao entrar com a ação, o defensor público federal João Vicente
Pandolfo Panitz argumentou que o morador de rua não possui condições psicológicas e físicas de exercer qualquer atividade laboral. Panitz afirmou que o assistido faz uso de muitos medi- camentos, mas não há perspectiva de reversibilidade de seu quadro de saúde. Tais situações têm ocasionado extrema difi- culdade ao requerente, pois apresenta condutas inadequadas, reprovação social, escreveu, na ação. A incapacidade para o tra- balho é um dos requisitos para a concessão do BPC/Loas, além da situação de miséria. Idosos com 65 anos ou mais também têm direito ao benefício.
O defensor público federal Célio Alexandre John, que é o atual
responsável pelo caso, acredita que a decisão favorável ressalta a atuação da DPU em favor da população em situação de vulne- rabilidade. Ele lembra que a instituição conta com um grupo de trabalho para a defesa dos direitos das pessoas em situação de rua. É um importante órgão criado para zelar pelo direito da- queles que muitas vezes não são vistos e que, se são vistos, são ignorados, afirma.
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