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CONSTITUCIONAL
Poder Legislativo
PDF SINTÉTICO
Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes
Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais
do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às
penalidades previstas civil e criminalmente.
CÓDIGO:
240115341896
ARAGONÊ FERNANDES
Juiz de Direito do TJDFT. Foi promotor de Justiça do MPDFT. Foi assessor de ministros
em Tribunais Superiores. Aprovado em diversos concursos. Professor de Direito
Constitucional exclusivo do Gran. Coordenador da Gran Pós. Autor de obras jurídicas.
Fundador do Canal Sai Pobreza. Palestrante.
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Poder Legislativo
Aragonê Fernandes
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Poder Legislativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1. Estrutura do Legislativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2. O Congresso Nacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3. Competência das Casas Legislativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
4. Estatuto dos Congressistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
5. Comissões Parlamentares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
5.1. Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
6. Processo Legislativo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
6.1. Fase de Iniciativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
6.2. Fase Constitutiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
6.3. Deliberação Parlamentar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
6.4. Deliberação Executiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
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APRESENTAÇÃO
Escrever um livro é algo desafiador. Porém, escrever para o público concurseiro torna
a tarefa ainda mais árdua.
Afinal, há candidatos com diferentes níveis de conhecimento, estudando para seleções
de áreas variadas.
No entanto, existe algo em comum entre aqueles que se preparam para um concurso
público: todos querem a aprovação o mais rápido possível e não têm tempo a perder!
Foi pensando nisso que esta obra nasceu.
Você tem em suas mãos um PDF sintético!
Isso porque ele não é extenso, para não desperdiçar o seu tempo, que é escasso. De
igual modo, não foge da batalha, trazendo tudo o que é preciso para fazer uma boa prova
e garantir a aprovação que tanto busca!
Também identificará alguns sinais visuais, para facilitar a assimilação do conteúdo. Por
exemplo, afirmações importantes aparecerão grifadas em azul. Já exceções, restrições ou
proibições surgirão em vermelho. Há ainda destaques em marca-texto. Além disso, abusei
de quadros esquemáticos para organizar melhor os conteúdos.
Tudo foi feito com muita objetividade, por alguém que foi concurseiro durante
muito tempo.
Para você me conhecer melhor, comecei a estudar para concursos ainda na adolescência,
e sempre senti falta de ler um material que fosse direto ao ponto, que me ensinasse de um
jeito mais fácil, mais didático.
Enfrentei concursos de nível médio e superior. Fiz desde provas simples, como recenseador
do IBGE, até as mais desafiadoras, sendo aprovado para defensor público, promotor de
justiça e juiz de direito.
Usei toda essa experiência, de 16 anos como concurseiro, e de outros tantos ensinando
centenas de milhares de alunos de todo o país para entregar um material que possa
efetivamente te atender.
O PDF Sintético era o material que faltava para a sua aprovação!
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PODER LEGISLATIVO
O artigo 44 da Constituição abre o Título IV, relativo à Organização dos Poderes. Também
por isso, é importante falarmos aqui sobre a relação entre os Poderes do Estado e as suas
respectivas funções.
Não há dúvidas de que nós adotamos, em linhas gerais, a ideia de Montesquieu. Um
Poder fiscaliza o outro, atuando todos como uma engrenagem perfeita, ao menos do ponto
de vista teórico.
Vou ilustrar a divisão entre funções típicas e atípicas assim:
Poder Função típica Funções atípicas
1 legislar: por exemplo, ao editar uma medida provisória ou um
decreto autônomo.
2 julgar: julgamentos feitos pelo CADE acerca da possível formação
Executivo Administrar (executar)
de cartéis ou outras formas de violação da concorrência. Ainda,
os julgamentos feitos pelo CARF, órgão envolvido na Operação
Zelotes.
1 legislar: elaboração de regimentos internos.
Judiciário Julgar
2 administrar: ‘cuidar’ de seus servidores. Ex.: conceder férias.
1 julgar: processar e julgar as autoridades indicadas pela CF (art.
52). Ex.: Pres. da República.
Legislativo Legislar e fiscalizar
2 administrar: ‘cuidar’ de seus servidores. Ex.: concessão de
horas extras.
Exemplos de violações à Separação de Poderes
- Norma estadual que condicione a escolha do PGJ ou de Desembargador do Quinto Constitucional a
sabatina da AL;
- Norma estadual que condicione a nomeação de dirigentes de EP e de SEM estaduais à aprovação da AL
(pode haver sabatina para dirigentes de Autarquias);
- Norma estadual que condicione as desapropriações feitas pelo Executivo à aprovação da AL;
- Decisão judicial que determina bloqueio de dinheiro para pagamento de verbas trabalhistas de empregado
público atuante em empresa que presta serviço público em regime não concorrencial, furando a fila dos
precatórios.
Observação: Ministério Público, Tribunal de Contas e Defensoria Pública não se subordinam a nenhum
dos Poderes. Eles contam com autonomia AFO (administrativa, funcional e orçamentária-financeira).
1. ESTRUTURA DO LEGISLATIVO
Em âmbito federal, o Poder Legislativo é bicameral (Câmara dos Deputados e Senado
Federal). Nos Estados, DF e municípios, ele é unicameral.
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2. O CONGRESSO NACIONAL
A presidência é exercida pelo Presidente do Senado Federal e os demais componentes
da Mesa vêm, alternadamente, da Câmara e do Senado.
A Mesa do Congresso Nacional não tem legitimidade para ajuizar ações de controle
concentrado nem para a propositura de PEC.
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Vou explorar no quadro abaixo os pontos mais importantes de cada uma delas. Veja:
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Para evitar manobras tendentes a escapar do julgamento perante o STF, foi firmada
a seguinte tese: após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de
intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar
ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo
ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.
Ou seja, se o processo chegar à fase de alegações finais, eventual renúncia ou qualquer
outra circunstância (ou manobra) não deslocaria o julgamento para a 1ª instância. Ao
contrário, o processo seria concluído no STF.
O foro especial só vale para crimes cometidos durante o mandato e relativo ao cargo.
Do contrário, o processo desce para a 1ª instância (APN 937). Exceção: em caso de mandato
cruzado (ex: saiu de Senador para Deputado Federal), permanecerá o foro especial (INQ 4.342).
Não confunda: imunidade vale desde a diplomação, mas para o foro especial tem a
restrição. Basta lembrar no caso da ex-deputada Flordelis. Ela não foi presa preventivamente
num primeiro momento por conta da imunidade, mas o julgamento ficou no tribunal do
júri (1ª instância).
DEPUTADOS ESTADUAIS E DISTRITAIS VEREADORES
Têm as mesmas imunidades materiais e formais Não têm imunidade formal nem foro especial.
aplicáveis aos parlamentares federais, inclusive foro Possuem apenas imunidade material, dentro do
especial. município.
Determinadas condutas são incompatíveis com a atividade desenvolvida pelo parlamentar.
Veja as proibições (artigo 54, I e II):
Firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público,
Desde a expedição salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
do diploma
Aceitar ou exercer cargo ou emprego remunerado, inclusive os que sejam demissíveis
ad nutum, nas entidades constantes na alínea anterior;
Ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente
de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
Ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas
Desde a posse no primeiro quadro desta tabela;
Patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere
o primeiro quadro desta tabela;
Ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Já o artigo 55 da Constituição Federal traz as hipóteses em que o parlamentar poderá
perder seu mandato.
A perda poderá ser decidida (depende de deliberação) ou declarada. Veja:
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O mandato dos dirigentes das Mesas das Casas tem duração de dois anos. O artigo 57,
§ 4º, da Constituição veda a recondução para o mesmo cargo, dentro da mesma legislatura.
O Plenário do STF reafirmou a orientação de que a recondução é possível se estivermos
diante de legislaturas diferentes. Ou seja, pegar os dois últimos anos de uma legislatura e
os dois primeiro da legislatura seguinte.
Ah, a proibição de recondução na mesma legislatura não é norma de repetição obrigatória.
Isso significa que as Casas Legislativas estaduais, distrital e municipais podem prever
reeleição, inclusive na mesma legislatura. Porém, o parlamentar só poderia ocupar o
mesmo cargo na Mesa Diretora por dois mandatos consecutivos – dentro ou fora da mesma
legislatura (ADI 6.720).
5. COMISSÕES PARLAMENTARES
Podem ser permanentes (ex: CCJ, Comissão Mista de Orçamento) ou temporárias (para
atender uma finalidade específica, como as CPIs).
O artigo 50, § 2º, da CF tem caído muito e derrubado bons candidatos. É o seguinte: as
Mesas e as Comissões podem convocar Ministros de Estado e titulares de órgãos subordinados
diretamente à Presidência da República. A recusa nesse caso gera crime de responsabilidade.
Até aí, tudo bem. Acontece que algumas Constituições Estaduais iam além, exigindo
que outras autoridades – PGJ, Defensoria Pública, Presidente do TCE, Corregedor-Geral de
Justiça – prestassem informações. Essa ampliação foi declarada inconstitucional, devendo
o estado aplicar o dispositivo da CF em simetria (ADI 5.289).
Outra coisa: é da Casa Legislativa – e não do parlamentar individualmente – o poder de
requisitar informações ao Poder Executivo (ADI 4.700).
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As CPIs estaduais e distritais gozam dos mesmos poderes daquelas instaladas perante
o Congresso Nacional, podendo, por exemplo, quebrar todos os sigilos, menos o das
comunicações telefônicas.
Já as CPIs municipais não poderiam quebrar sigilos. Entre outros fundamentos, a doutrina
destaca o fato de os Municípios não contarem com Poder Judiciário.
Para finalizar, é válida lei federal que prevê prioridade na tramitação de processos e
procedimentos, no Judiciário e no Ministério Público, decorrentes de relatórios de CPIs
(ADI 5.351).
6. PROCESSO LEGISLATIVO
Os artigos 59 a 69 da Constituição trazem as regras para a elaboração dos atos normativos
primários. Eles recebem esse nome, pois retiram sua força normativa diretamente da
Constituição.
Há outros atos normativos considerados primários, como tratados internacionais,
regimentos internos dos tribunais, resoluções do CNJ e do CNMP.
Aqui nós veremos apenas as emendas à Constituição (EC); leis ordinárias (LO); leis
complementares (LC); leis delegadas (LD); resoluções (RES) e decretos legislativos (DL); e
as medidas provisórias.
Se os parlamentares não respeitarem as regras constitucionais para a criação de um
ato normativo primário haverá vício formal (nomodinâmico).
Além dele, há também o vício material, que atinge o conteúdo do ato (vício nomoestático).
Existe o processo legislativo ordinário (leis ordinárias) e processos legislativos especiais
(demais normas).
O ordinário, mais extenso, desenvolve-se em três fases. Veja:
FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO
Pode ser geral, concorrente, privativa (exclusiva ou reservada), popular
1. Iniciativa
e conjunta.
Deliberação Discussão
Parlamentar Votação
FASES 2. Constitutiva
Deliberação Sanção (tácita ou expressa)
Executiva* Veto (político ou jurídico)
Promulgação
3. Complementar
Publicação
* Alguns atos normativos primários não passam por deliberação executiva. São eles: emendas à Constituição,
resoluções, decretos legislativos, leis delegadas e medidas provisórias aprovadas pelo Congresso Nacional
sem alterações. Em outras palavras, nesses casos, o Presidente não vai fazer sanção ou veto.
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FORMAS DE INICIATIVA
Vale para leis ordinárias e complementares. Projetos de lei poderiam ser
GERAL apresentados por qualquer parlamentar, por comissões, pelo Presidente da
República, pelo STF, tribunais superiores ou PGR.
Também chamada de exclusiva ou reservada. Aqui vale a máxima do “ema, ema,
ema, cada um tem seu problema”.
São de iniciativa privativa do Presidente da República projetos de leis que criem
PRIVATIVA cargos ou que aumentem remuneração dos servidores vinculados ao Executivo,
assim como temas relativos às Forças Armadas.
Do mesmo modo, serão do Judiciário, do MP e da Defensoria assuntos relacionados
a essas instituições, considerando a autonomia administrativa.
Uso da expressão “ou”. Acontece quando a Constituição dá iniciativa a mais de
um legitimado.
É o que acontece com a matéria tributária, na qual o projeto de lei pode nascer
CONCORRENTE
do Chefe do Executivo ou do Parlamento.
Outro exemplo: PECs podem ser propostas pelo Presidente, ou 1/3 da CD, ou 1/3
do SF, ou 1/3 das ALs.
Uso da expressão “e”. A iniciativa dependeria de mais de uma assinatura. A EC
19/98 previa que o projeto de lei tratando sobre o subsídio de ministros do
CONJUNTA STF, por servir de teto geral do funcionalismo de todos os Poderes, deveria ser
assinado pelos Presidentes da República, da CD, do SF e do STF. Essa previsão
acabou extinta pela EC 41/03.
No âmbito federal, povo pode apresentar projetos de LC e de LO, mas não pode PEC.
POPULAR Nos estados, DF e municípios pode a CE/LO prever inclusive iniciativa popular
para apresentação de emendas (ADI 825).
Observação: vício de iniciativa não se convalida nem mesmo com a sanção.
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As ECs são alterações feitas ao trabalho feito pelo Poder Constituinte Originário. Elas
podem fazer acréscimos, supressões ou modificações do texto constitucional.
Como todas as espécies do PCD (Decorrente, Revisor e Reformador), elas apresentam
algumas limitações, fixadas pelo Poder Constituinte Originário.
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Mas há outros pontos a vermos: o primeiro deles diz respeito à legitimação para a
propositura de PEC. Veja:
Legitimados para a apresentação de PEC
Presidente da República 1/3 da CD ou 1/3 do SF +1/2 das ALs
No âmbito federal não há legitimação popular para a propositura de uma EC. Entretanto, nada impede
que haja permissão na esfera estadual, distrital e municipal (ADI 825).
Em matéria de PEC federal não há iniciativa privativa. Isso significa que qualquer um dos legitimados
pode tratar sobre qualquer ponto da CF.
Além disso, não há a obrigatoriedade de PEC apresentada pelo Presidente da República iniciar a tramitação
pela Câmara dos Deputados (ADI 2.031).
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Desde a EC 32/01 o prazo para edição passou a ser de 60 dias, prorrogável uma vez por
igual período. Esse prazo fica suspenso durante o recesso parlamentar. Antes, o prazo era
de 30 dias, renovável sucessivamente (sem limite).
Não confunda os prazos: se MP não for apreciada em 45 dias, passará a sobrestar as
votações (trancamento de pauta). O trancamento atinge a Casa onde MP estiver tramitando
e vale apenas para leis ordinárias cuja matéria também possa ser tratada por MP.
É certo que a MP pode ser aprovada ou rejeitada. A aprovação pode ser com ou sem
modificações pelo CN.
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EXPRESSA TÁCITA
Durante a tramitação da MP, CN rejeita MP não é apreciada dentro do prazo
REJEIÇÃO
expressamente a proposta. constitucional.
Observações:
1) A rejeição da MP se opera retroativamente à data de sua edição (ex tunc). Como ela produziu efeitos
durante certo tempo, deve ser editado um decreto legislativo, em 60 dias, dizendo como ficarão as relações
jurídicas ocorridas no tempo em que ela vigorou. Nada sendo feito, a MP, mesmo rejeitada, valerá para
aquele período.
2) MPs possuem a irrepetibilidade absoluta, assim como as ECs. Assim, rejeitada em uma sessão, não pode
ser reapresentada na mesma sessão legislativa.
Tema recorrente nas provas em concurso, determinadas matérias não podem ser objeto
de medida provisória. Veja:
Principais matérias que não podem ser tratadas em Medida provisória
Texto Constitucional Observações
Nacionalidade, cidadania, direitos
Aqui a ideia é que o PR não faça uma “virada de mesa” às vésperas do
políticos, partidos políticos e direito
pleito eleitoral, diante de um cenário de provável derrota nas urnas.
eleitoral
Pode MP sobre direito civil.
Em matéria penal, a proibição nasceu com a EC 32/01. Para
Direito penal, processo penal e prejudicar o réu, há consenso de que não cabe MP. Para favorecer, há
processo civil posicionamento que permite em caso de norma não-incriminadora.
Contudo, nas provas objetivas, prevalece a orientação de que não
caberia em qualquer situação (BRANCO, 2008).
Organização do Judiciário ou do MP A ideia aqui é não ferir a separação de Poderes.
Há exceção: créditos extraordinários, para situações imprevisíveis,
PPA, LDO e LOA
podem ser concedidos via MP. Ex: catástrofe da natureza.
Matéria reservada a LC MP tem força de LO, não de LC.
Vise detenção ou sequestro de bens, Como gato escaldado tem medo de água fria, inseriram essa
poupança ou qualquer ativo financeiro proibição depois que Collor confiscou dinheiro da poupança.
Observação: pode MP em matéria tributária, inclusive com a criação de impostos (ADI 1.667). Contudo, se
ela não for convertida em lei antes do final do ano de sua edição, novo tributo não poderá ser cobrado no
exercício seguinte (princípio da anterioridade anual).
Para finalizar: suponha que seja ajuizada uma ADI contra determinada MP e que, antes
do julgamento, ela seja convertida em lei ordinária.
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Será que podemos falar em convalidação do vício ou em extinção da ADI contra ela ajuizada?
Não. O STF entende que caberá ao autor da ação fazer um aditamento ao pedido
(informando a conversão da MP em lei ordinária). Desse modo, não haveria obstáculo ao
prosseguimento no julgamento.
Igualmente, não se falaria em convalidação do vício (ex.: inconstitucionalidade formal)
pela conversão em lei ordinária (ADI 4.048).
7. FUNÇÃO FISCALIZATÓRIA
Legislar e fiscalizar são as duas funções típicas do Legislativo. Nos artigos 59 a 69 temos
o processo legislativo. Agora, é hora de falar sobre a função fiscalizatória.
Existem dois tipos de controle no âmbito da Administração:
Controle Interno Controle Externo
É feito por todos os órgãos e entidades, de todas as
É feito pelo Legislativo, com auxílio dos tribunais
esferas de governo. A título de exemplo, incluiria a
de contas.
CGU, CGEs, CGDF e CGM.
No STF, prevalece a orientação de que o CNJ seria No STF, prevalece a orientação de que o CNMP seria
órgão de controle interno. órgão de controle externo.
A atuação da CGU não exclui a do TCU, pois faz parte do dever do Executivo em fiscalizar
se houve a correta aplicação dos recursos públicos repassados aos demais Entes públicos.
Porém, a investigação da CGU deve se limitar às verbas federais repassadas pela União
aos municípios por meio de convênios, não alcançando os recursos de outras origens
(MS 25.943).
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Competência do TCU
Destaques Comentários
- Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade
As decisões do TC possuem eficácia de título jurídico
de despesa ou irregularidade de contas, as sanções
extrajudicial.
previstas em lei, que estabelecerá, entre outras
É prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário
cominações, multa proporcional ao dano causado
fundada em decisão do TC (RE 636.886).
ao erário;
– Sustar, se não atendido, a execução do ato
TCU susta ATO.
impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Congresso susta Contrato.
Deputados e ao Senado Federal
TC não pode realizar controle prévio de validade
- Representar ao Poder competente sobre
dos contratos, por falta de previsão constitucional
irregularidades ou abusos apurados
(ADI 916).
Observações:
1) Prefeitos só se tornam inelegíveis pela Lei da Ficha Limpa com rejeição das contas pela Câmara Municipal,
não bastando parecer contrário do TC (RE 848.826).
2) TCU possui poderes constitucionais implícitos. Contudo, não pode fazer quebra de sigilos. O que ele
pode é acessar/requisitar informações constantes em contrato no qual haja dinheiro público envolvido. Ex:
empréstimos feitos pelo BNDES. Além disso, TCU também pode decretar a indisponibilidade cautelar de bens
e promover, cautelarmente, a desconsideração da personalidade jurídica da pessoa jurídica (MS 35.506).
3) Após idas e vindas, o STF confirmou a validade da Súmula n. 347, que prevê a possibilidade de os
Tribunais de Contas, no exercício de suas atribuições, apreciarem a constitucionalidade das leis e dos atos
do poder público. Porém, é importante levar em conta que a Súmula n. 347 jamais pode ser lida como uma
licença para que as Cortes de Contas realizem controle abstrato (concentrado) de constitucionalidade.
Na verdade, o que se permite aos Tribunais de Contas – caso imprescindível para o exercício do controle
externo – é a possibilidade de afastar (incidentalmente, apenas no caso concreto) norma cuja aplicação
no caso concreto expressaria um resultado inconstitucional – seja por violação patente a dispositivo da
Constituição ou por contrariedade à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria (STF,
MS 25.888).
Vou usar uma tabelinha para ficar clara a relação de julgamento de contas dos chefes
do Executivo:
Presidente da
Federal Congresso Nacional TCU Não
República
Em regra, vincula; só
TCE/TCM pode ser contrariado
Municipal Prefeito Câmara Municipal
(onde houver) por 2/3 da Câmara dos
Vereadores.
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Assim como acontece com o TCU, não é válida norma que atribua ao TCE competência
para fazer exame prévio de validade de contratos firmados com o Poder Público (ADI 916).
Outra coisa: os membros dos Tribunais de Contas – TCU, TCE, TCDF e TCM gozam da
garantia da vitaliciedade, extensiva aos membros da Magistratura e do Ministério Público.
Vamos ver quem julga membros dos Tribunais de Contas:
TRIBUNAIS DE CONTAS
Autoridade Crimes Comuns Crimes de Responsabilidade
Membros do TCU STF STF
Membros do TCE/TCDF/TCM STJ STJ
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Vamos falar um pouquinho da fiscalização na esfera municipal, por conta dos detalhes
aplicáveis aqui.
A fiscalização é feita pela Câmara dos Vereadores, com o auxílio do Tribunal de Contas
dos Estados ou dos Municípios (onde houver).
De 1988 em diante é proibida a criação de tribunais ou conselhos de contas como órgão
municipal. Já existiam (e continuam) os TCM/SP e TCM/RJ (capitais).
Não vá confundir TC do município (órgão municipal) com TC dos municípios (órgão
estadual).
TCM TC dos Ms
Órgão municipal Órgão estadual
Não pode mais ser criado Ainda pode ser criado/extinto
Existem nos Estados de BA, GO e PA. Foi extinto no
Existem na capital de RJ e SP
CE
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