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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA

Unidade II
3 ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS E ÁREAS DE ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA

Você já ouviu ou leu alguma vez a expressão “atribuições profissionais”? De forma simples, podemos dizer
que se refere às responsabilidades ou competências próprias de um determinado cargo ou função. Em outras
palavras, se tratam das atividades principais inerentes do exercício da profissão em diversos domínios.

Os domínios ou esferas de ação da fisioterapia compreendem:

• a fisioterapia clínica;

• a fisioterapia na saúde coletiva;

• a fisioterapia na educação;

• a fisioterapia no esporte;

• a fisioterapia em equipamentos e produtos próprios.

Em cada um desses domínios, há uma ampla diversidade de áreas em que o profissional poderá atuar.
São as chamadas áreas de atuação da fisioterapia e envolvem os locais que o profissional poderá trabalhar.

3.1 Áreas de atuação da fisioterapia clínica

Na esfera da fisioterapia clínica, o profissional pode atuar em consultórios; centros de reabilitação;


hospitais (ambulatório, leito e/ou terapia intensiva) e clínicas (particulares e/ou terceirizadas); em
praticamente qualquer uma das especialidades existentes e que serão abordadas adiante.

De forma geral, as atribuições ou atividades principais do fisioterapeuta que atua em uma das áreas
da fisioterapia clínica são: elaborar o diagnóstico cinesiológico funcional; prescrever, planejar, ordenar,
analisar, supervisionar e avaliar os projetos fisioterapêuticos, a sua eficácia, resolutividade e condições
de alta; e prestar assistência fisioterapêutica.

3.2 Áreas de atuação da fisioterapia na saúde coletiva

Na esfera da fisioterapia na saúde coletiva, o fisioterapeuta pode atuar em ações básicas de saúde,
como em postos conhecidos como Unidades Básicas de Saúde (UBS); fisioterapia do trabalho, como em
fábricas e indústrias; programas institucionais juntamente com equipes multidisciplinares no planejamento
e aplicação de métodos de intervenção fisioterapêutica; e até mesmo na vigilância sanitária.
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Observação

A fisioterapia do trabalho, além de uma área de atuação, constitui uma


das especialidades reconhecidas pelo Coffito.

As atribuições gerais do profissional que atua em áreas da fisioterapia na saúde coletiva envolvem
promover a educação, prevenção e assistência coletiva, na atenção primária ou básica em saúde.

Observação

A fisioterapia na saúde coletiva também é uma das especialidades


reconhecidas pelo Coffito e, de forma simplificada, podemos nos referir a
ela como fisioterapia preventiva.

A fisioterapia tem como objetivos, além de reabilitar, manter, preservar e promover a saúde.

Exemplo de aplicação

Você já ouviu falar dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf)? O Nasf foi criado em 2008 pelo
Ministério da Saúde para apoiar a consolidação da atenção primária no Brasil, ampliando as ofertas de
saúde, resolutividade, abrangência e ações na rede de serviços.

É composto por equipes multiprofissionais, inclusive por fisioterapeutas que atuam de forma
integrada em UBS e visitas domiciliares, discutem os casos clínicos e constroem projetos com foco
prioritário nas ações de prevenção e promoção da saúde à população.

Veja mais detalhes acessando:

BRASIL. Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf). Brasília, [s.d.]. Disponível em: http://www.
saude.gov.br/acoes‑e‑programas/saude‑da‑familia/nucleo‑de‑apoio‑a‑saude‑da‑familia‑nasf.
Acesso em: 31 jul. 2019.

3.3 Áreas de atuação da fisioterapia na educação

Na esfera da fisioterapia na educação, o fisioterapeuta pode atuar na direção e coordenação de


cursos; docência nos níveis secundário e superior; extensão e supervisões técnicas e administrativas em
instituições de ensino superior. Além disso, como pesquisador, pode contribuir dentro do seu campo de
atuação, para o crescimento técnico e científico da profissão.

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Dependendo da área de atuação do fisioterapeuta na educação, diversas responsabilidades lhes


são atribuídas, como coordenar cursos de graduação em Fisioterapia ou Saúde; lecionar disciplinas;
supervisionar programas de estágio; e participar de estudos e pesquisas.

Figura 23 – Pesquisadora

Observação

Você talvez já tenha se perguntado por que é importante pesquisar.


A pesquisa ou investigação, além de produzir novos conhecimentos na
fisioterapia (recursos, métodos e técnicas), contribui para a formação de
pesquisadores e para o aprimoramento científico da profissão.

Veja um exemplo: de 2007 a 2008, a produção científica brasileira cresceu


aproximadamente 60%! Dos 20 países com maior produção científica, já
naquela época, o Brasil subiu de 15º para 13º no ranking (PEREIRA, 2009).

E o que dizer das pesquisas na fisioterapia? Por atuar como pesquisador na


esfera da fisioterapia na educação, temos a oportunidade de consolidar cada
vez mais a prática clínica da fisioterapia baseada em evidências científicas.

A vivência dessa área durante a graduação ocorre no momento de


elaborar, com a ajuda de um(a) professor(a) orientador(a), o Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC).

A qualificação profissional é necessária para a prestação de um serviço de fisioterapia seguro e eficaz


à sociedade. Uma das ferramentas para conquistar essa qualificação é a publicação de artigos científicos
em revistas e outros meios de divulgação comprometidos com o desenvolvimento da profissão e,
consequentemente, do ser humano.

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Saiba mais

O Coffito concede auxílio financeiro a essas revistas. Para se habilitarem,


os editores das revistas interessados devem ficar atentos aos editais
publicados anualmente e aos critérios mínimos exigidos. Confira a Resolução
n. 375 (2010), que dispõe sobre esses procedimentos:

COFFITO. Resolução n. 375, de 14 de maio de 2010. Brasília, 2010a.


Disponível em: http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/resolução%
20375.pdf. Acesso em: 23 set. 2019.

Desde cedo, muitos alunos despertam a vontade de ingressar no universo da pesquisa científica. Para
dar os primeiros passos, um excelente caminho é a participação no Programa de Iniciação Científica,
em que o graduando poderá desenvolver um projeto de pesquisa com a orientação de um pesquisador
experiente vinculado à universidade.

E o interessante é que há a possibilidade de você fazer sua pesquisa com o auxílio de bolsas de
fomento. E o mais importante é que, independentemente disso, a Iniciação Científica produzirá novos
conhecimentos sobre determinado tema que precisa ser difundido no meio científico.

Saiba mais

Ficou interessado? Acesse as informações sobre esse programa:

UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP). Pesquisa. 2019. Disponível em:


https://www.unip.br/Ead/pesquisa. Acesso em: 17 out. 2019.

3.4 Áreas de atuação da fisioterapia no esporte

No domínio da fisioterapia no esporte, o fisioterapeuta pode atuar em centros esportivos, clubes


e/ou academias.

Ao atuar em uma ou mais áreas da esfera esportiva, compete ao fisioterapeuta, entre outras
funções, integrar uma equipe multiprofissional, realizar avaliações, elaborar programas de assistência
fisioterapêutica destinados à recuperação funcional de atletas e acompanhá‑los.

Observação

A fisioterapia esportiva, além de uma atribuição profissional, é


reconhecida também como uma das especialidades do Coffito.
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3.5 Áreas de atuação da fisioterapia em equipamentos e produtos próprios

Neste domínio, o fisioterapeuta pode atuar tanto na industrialização quanto na comercialização de


equipamentos e produtos fisioterapêuticos.

Saiba mais

Diversos eventos e feiras nas áreas da fisioterapia e saúde são organizados


periodicamente.

Um deles é a Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão


e Acessibilidade (Reatech), que acontece a cada dois anos e é considerada a
principal do setor na América Latina.

Independentemente de o seu interesse ser na área da industrialização


ou comercialização de equipamentos e produtos fisioterapêuticos, como
graduando é muito importante estar atualizado, por meio de eventos
como esse.

Para saber mais informações sobre a feira, visite o site:

http://reatechbrasil.com.br/

Nestas áreas de atuação, são atribuições do fisioterapeuta: assessorar tecnicamente o desenvolvimento


de produtos de qualidade e de interesse da profissão; elaborar manual de especificações e de apoio
para treinamento; coordenar demonstrações técnicas e apresentações do produto em feiras e eventos
e/ou participar de equipes multiprofissionais responsáveis pelo desenvolvimento, análise, controle de
qualidade e risco sanitário do produto.

Saiba mais

Para saber mais detalhes sobre as atribuições gerais e específicas das


áreas de atuação da fisioterapia, acesse:

CREFITO-4. Definição de fisioterapia e áreas de atuação. Brasília, 2019a.


Disponível em: crefito4.org.br/site/definicao/. Acesso em: 23 set. 2019.

Além dessas áreas de atuação, o fisioterapeuta pode trabalhar em atendimento domiciliar. Uma
pesquisa realizada com mais de 2.000 fisioterapeutas paulistas mostrou que 35% trabalham nessa área
(SHIWA; SCHMITT; JOÃO, 2016).

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4 ESPECIALIDADES RECONHECIDAS PELO COFFITO

Podemos nos referir à especialidade como o campo de conhecimento específico dominado pelo
profissional. Na fisioterapia, há diversas especialidades reconhecidas pelo Coffito.

O exercício de qualquer uma dessas especialidades está condicionado ao conhecimento de


determinadas disciplinas, bem como ao domínio de grandes e específicas áreas de competências que
serão estudadas e desenvolvidas no decorrer da graduação.

Lembrete

O fisioterapeuta especialista pode exercer qualquer uma das atribuições


profissionais mencionadas anteriormente e é incentivado também a
produzir conhecimento científico e torná‑lo acessível à população em geral.

Essas são as 16 especialidades reconhecidas pelo Coffito até o ano de 2019:

• fisioterapia em gerontologia;

• fisioterapia do trabalho;

• acupuntura e medicina tradicional chinesa (MTC);

• fisioterapia cardiovascular;

• fisioterapia aquática;

• fisioterapia em saúde da mulher;

• fisioterapia em osteopatia;

• fisioterapia traumato‑ortopédica funcional;

• fisioterapia dermatofuncional;

• fisioterapia neurofuncional;

• fisioterapia esportiva;

• fisioterapia oncofuncional;

• fisioterapia respiratória;

• fisioterapia em terapia intensiva;

• fisioterapia em quiropraxia;

• fisioterapia em saúde coletiva.


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Saiba mais

Para saber se novas especialidades foram reconhecidas pelo


Coffito, acesse:

https://www.coffito.gov.br/nsite/

De acordo com a Resolução do Coffito n. 377 (2010), o título de especialidade profissional requer um
maior preparo e, perante a sociedade, representa uma maior responsabilidade, no sentido de que requer
do fisioterapeuta a prestação da assistência com uma atenção diferenciada e especial.

O título concedido ao profissional fisioterapeuta será de “especialista profissional em”, seguido da


nomenclatura que define a sua especialidade. As condições para a sua permissão são as seguintes:

• Inscrição no Crefito de sua jurisdição há pelo menos dois anos ininterruptos ou intermitentes.

• Comprovação de dois anos de atividade e/ou aperfeiçoamento profissional no exterior ao


profissional que esteve fora do país.

• Diploma de graduação revalidado por instituição brasileira de Ensino Superior ao profissional


estrangeiro ou brasileiro que tenha se graduado no exterior.

• Aprovação em exame de conhecimento composto por questões de múltipla escolha e dissertativas,


para verificar o conhecimento do profissional na especialidade requerida.

• Aprovação em prova de títulos, que consiste na avaliação objetiva de documentação que comprova
a experiência prática e o aperfeiçoamento do profissional.

Saiba mais

Tanto o exame de conhecimento quanto a prova de títulos são eventos


públicos, com convocação anual feita por meio de edital, dependendo da
demanda ou obrigatoriamente a cada dois anos.

Consulte a Resolução n. 377 (2010), que dispõe sobre o registro de título


de especialidade profissional na fisioterapia.

COFFITO. Resolução n. 377, de 11 de junho de 2010. Brasília, 2010b.


Disponível em: http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/resolução%
20377.pdf. Acesso em: 23 set. 2019.

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4.1 Especialidade profissional de fisioterapia em gerontologia

A palavra gerontologia vem do grego gero, que significa envelhecimento, e logia, que se refere
a estudo; portanto, é definida como a ciência que estuda o processo de envelhecimento em suas
dimensões biológica, psicológica e social.

A população mundial com mais de 60 anos duplicará até 2050. Isso implica que os novos desafios da
saúde pública nas próximas décadas serão as doenças crônicas inerentes ao processo de envelhecimento
e o bem‑estar da terceira idade.

Será que o fisioterapeuta, principalmente o especialista em gerontologia, tem e terá muito trabalho
a desenvolver? É importante reflitir sobre a importância desse profissional na prevenção e promoção de
saúde, bem como no aumento da qualidade de vida dessa grande parte da população, que logo em breve
representará um quinto do planeta.

Saiba mais

Consulte a Resolução n. 476 (2016), que dispõe sobre a especialidade


profissional de fisioterapia em gerontologia:

COFFITO. Resolução n. 476, de 20 de dezembro de 2016. Brasília,


2016f. Disponível em: http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/
RESOLUCAO47616.pdf. Acesso em: 25 set. 2019.

4.2 Especialidade profissional de fisioterapia do trabalho

Sabemos que o trabalho, além de necessário para manter as condições de vida humana, é um
importante fator para o bem‑estar biopsicossocial do trabalhador, pois dependendo do ambiente, pode
submetê‑lo a riscos à sua saúde. Doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho, também conhecidas
como doenças ocupacionais, podem ser provocadas gradativamente até chegar à incapacidade
funcional. Essa situação, por sua vez, pode gerar faltas, afastamentos, acidentes e gastos para a empresa,
comprometendo a sua produtividade.

Dessa forma, podemos dizer que a especialidade profissional de fisioterapia do trabalho já nasceu
forte. Estima‑se que os atendimentos fisioterapêuticos realizados dentro das empresas começaram
nos anos 1980, fundamentados no conhecimento básico de outras disciplinas, como a cinesiologia, a
biomecânica e a fisiologia.

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Saiba mais

Consulte a Resolução n. 465 (2016), que dispõe sobre a especialidade


profissional de fisioterapia do trabalho:

COFFITO. Resolução n. 465, de 20 de maio de 2016. Brasília, 2016c.


Disponível em: http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/RESOLUCAO
46416.pdf. Acesso em: 25 set. 2019.

Inicialmente, esses atendimentos se baseavam em programas de ginástica laboral, mas logo os


fisioterapeutas pioneiros na área perceberam que havia muito mais ações a serem desenvolvidas. Isso
fez com que essa especialidade fosse construída e fortalecida no decorrer do tempo. Hoje, é notável ver
o respeito granjeado pelos fisioterapeutas do trabalho por empresas privadas e públicas que entendem
a versatilidade e habilidade na tomada de ações desses profissionais.

Saiba mais

A ginástica laboral é uma atividade aplicada às pessoas que se encontram


na relação de trabalho com o objetivo de melhorar a saúde e evitar lesões
resultantes de doenças ocupacionais.

Veja mais detalhes sobre o uso da ginástica laboral pelo fisioterapeuta


na Resolução n. 385 (2011a):

COFFITO. Resolução n. 385, de 8 de junho de 2011. Brasília, 2011a.


Disponível em: http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/resolução%
20385.pdf. Acesso em: 25 set. 2019.

A fisioterapia do trabalho constitui também uma área de atuação da atribuição ou competência


profissional: fisioterapia em saúde coletiva.

A entidade representativa dos fisioterapeutas do trabalho é a Associação Brasileira de Fisioterapia do


Trabalho (Abrafit). Ela tem como foco o crescimento e o fortalecimento da especialidade.

4.2.1 Perícia fisioterapêutica e a atuação do perito

O perito é o sábio, hábil, o que é sabedor ou especialista em determinado assunto, nomeado


judicialmente para avaliação, exame ou vistoria.

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De acordo com o fisioterapeuta e professor renomado na área, o doutor Veronesi Junior (2014), o
fisioterapeuta do trabalho pode atuar tanto em perícia ocupacional quanto em perícia judicial. Ele define
o perito como o indivíduo de confiança do juiz, sendo até denominado de “os olhos” e “os ouvidos” do
juiz, figurado como auxiliar da justiça detentor dos conhecimentos técnicos e científicos indispensáveis
ao esclarecimento de determinados problemas.

Sendo assim, o trabalho realizado por um perito é diferente daquele realizado no dia a dia por
um fisioterapeuta que trabalha em clínicas ou hospitais; requer muito aprendizado de outras áreas e
adaptação em ambientes pouco conhecidos.

No entanto, a perícia fisioterapêutica, além de ato exclusivo do fisioterapeuta, é uma carreira


promissora para os que desejam ter mais flexibilidade de horário, com muita responsabilidade e bom
retorno financeiro, pois ainda apresenta poucos profissionais preparados e, portanto, está em expansão.

Saiba mais

Consulte a Resolução n. 466 (2016), que dispõe sobre perícia


fisioterapêutica e a atuação do perito:

COFFITO. Resolução n. 466, de 20 de maio de 2016. Brasília, 2016d.


Disponível em: http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/RESOLUCAO
46616.pdf. Acesso em: 25 set. 2019.

4.3 Especialidade profissional em acupuntura e medicina tradicional chinesa (MTC)

Embora seja considerada de caráter multiprofissional, ou seja, não é exclusiva de uma determinada
profissão da saúde, o Coffito, por meio de Resoluções específicas, reconhece a prática e a especialidade
da acupuntura e da medicina tradicional chinesa (MTC) pelos fisioterapeutas devidamente habilitados.
O fisioterapeuta exerce a acupuntura no país desde o ano de 1985, sob controle ético e autorização do
Coffito, e uma das suas Resoluções menciona o seguinte:

O exercício profissional do fisioterapeuta especialista em Acupuntura é


condicionado ao conhecimento, estudo e avaliação dos distúrbios cinéticos
e funcionais e sistemas do corpo humano, amparado pelos mecanismos
próprios, sistematizados pelos estudos da Física, Biologia, Fisiologia, das
ciências morfológicas, bioquímicas, biomecânicas, biofísicas, da cinesiologia
funcional, e da patologia de órgãos e sistemas do corpo humano.
Utilizando‑se dos conhecimentos filosóficos milenares da Medicina
Tradicional Chinesa como a dualidade do yin/yang, os cinco elementos
(movimentos), etiopatogenia e fisiopatologia dos órgãos e vísceras (Zang/
Fu), com bases filosóficas e científicas da Acupuntura/MTC (COFFITO, 2011b).

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Observação

A MTC é uma abordagem terapêutica milenar que tem a teoria do


yin/yang e cinco elementos como bases fundamentais para avaliar e
tratar desequilíbrios do estado energético com procedimentos próprios.

Figura 24 – Acupuntura

Em 2019, o Coffito, bem como diversos Crefitos, publicaram notas de esclarecimento sobre o exercício
da acupuntura por fisioterapeutas e alertas sobre fake news. Em suma, confirmaram que a suposta
proibição do exercício da acupuntura por fisioterapeutas é falsa e destacaram a importância de não
acreditar nessas notícias mentirosas.

Nota de esclarecimento

O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), em razão de recente


decisão do Superior Tribunal de Justiça no processo nº 2002.34.00.005143‑3/DF, em que a
7ª Turma do TRF da 1ª Região havia declarado a nulidade da Resolução nº 60/1985 e de suas
Resoluções derivadas, vem esclarecer que não se trata de decisão que tenha abordado o
mérito da ação, ou seja, não houve a análise, pelo STJ, da Resolução do Coffito.

Informa, ainda, que há em curso, também no STJ, recurso que versa sobre regulação da
acupuntura, ou seja, o tema se encontra pendente de solução junto ao Poder Judiciário,
permanecendo franqueado, aos profissionais fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, o
exercício da acupuntura.

Assim, no intuito de tranquilizar os profissionais e a sociedade, o Coffito reitera que esta decisão
não contesta o exercício da acupuntura por fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais e, sim, o
poder regulador da Autarquia. O Conselho Federal se manterá vigilante em defesa das prerrogativas
profissionais e contrário a toda e qualquer tentativa de reserva e cerceamento de mercado, inclusive
no que tange à divulgação de notícias e informações inverídicas – fake news – acerca de suposta
proibição do exercício da acupuntura por fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. A disseminação
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desse tipo de notícia é condenada pelo Ministério Público Federal e objeto da Ação Civil pública n.
1004717‑55.2019.4.01.3800, em curso na 7ª Vara Federal Cível da SJMG. […]

Brasília, 30 de maio de 2019.

Fonte: Coffito (2019).

Afinal, a acupuntura não é exclusiva de nenhuma profissão, nem mesmo da classe médica, e sua
utilização no Brasil pelos fisioterapeutas é regulamentada e fiscalizada pelo Coffito, que estabelece
critérios para garantir à população um tratamento ético e responsável.

Saiba mais

Consulte as Resoluções n. 393 (2011d) e 219 (2000), que dispõem sobre


a especialidade profissional em acupuntura/MTC:

COFFITO. Resolução n. 393, de 3 de agosto de 2011. Brasília, 2011d.


Disponível em: http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/resolução%
20393.pdf. Acesso em: 25 set. 2019.

COFFITO. Resolução n. 219, de 14 de dezembro de 2000. Brasília, 2000.


Disponível em: http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/resolução%
20219.pdf. Acesso em: 25 set. 2019.

As entidades representativas dos fisioterapeutas acupunturistas são a


Associação dos Fisioterapeutas Acupunturistas do Brasil (AFA Brasil) e a
Sociedade Brasileira de Fisioterapeutas Acupunturistas (Sobrafisa). Consulte
os sites de ambas para maiores informações:

afabrasil.org.br

sobrafisa.org.br

4.3.1 Prática da auriculoterapia pelo fisioterapeuta

A prestação de atendimento em acupuntura, na maioria das vezes, é associada à prática da


auriculoterapia. Nesse contexto, podemos mencionar a Resolução do Coffito n. 462 (2015b), que
reconhece a prática da auriculoterapia pelo fisioterapeuta.

Para isso, o fisioterapeuta deve comprovar certificação de conhecimento e apresentar títulos que
comprovem o domínio da prática da auriculoterapia com origem em instituições credenciadas pelo
Ministério da Educação ou entidades nacionais científicas da fisioterapia.

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA

Figura 25 – Auriculoterapia

Saiba mais

Consulte a Resolução n. 462 (2015), que dispõe sobre a prática da


auriculoterapia pelo fisioterapeuta:

COFFITO. Resolução n. 462, de 21 de dezembro de 2015. Brasília,


2015b. Disponível em: http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/
RESOLUCAO46215.pdf. Acesso em: 25 set. 2019.

4.4 Especialidade profissional de fisioterapia cardiovascular

De acordo com a Opas e a OMS (BRASIL, 2017a), as doenças cardiovasculares são a principal causa de
morte no mundo. Estima‑se que quase 18 milhões de pessoas morreram por doenças cardiovasculares
em 2015, o que representou em torno de 30% de todas as mortes ocorridas no mundo inteiro.

Saiba mais

Leia a matéria completa sobre as doenças cardiovasculares:

BRASIL. Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Doenças


cardiovasculares. Brasília, 2017a. Disponível em: www.paho.org/bra/
index.php?option=com_content&view=article&id=5253:doencas-
cardiovasculares&Itemid=1096. Acesso em: 25 set. 2019.

Entre as causas de mortes mais comuns ocorridas no mundo, destacam‑se os ataques cardíacos e os
acidentes vasculares cerebrais (AVCs), popularmente conhecidos como derrames. Essas doenças podem
ser prevenidas.
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Unidade II

Será que a fisioterapia, principalmente a cardiovascular, pode contribuir não só na reabilitação


quando a doença já está instalada, mas também na prevenção dos fatores de risco?

Saiba mais

Consulte a Resolução n. 454 (2015), que dispõe sobre especialidade


profissional de fisioterapia cardiovascular:

COFFITO. Resolução n. 454, de 25 de abril de 2015. Brasília, 2015a.


Disponível em: http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/RESOLUCAO
45415.pdf. Acesso em: 27 set. 2019.

A entidade representativa dessa área é a Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória, que


é a mesma da fisioterapia em terapia intensiva (Assobrafir).

Exemplo de aplicação

Para refletir sobre importância do trabalho da fisioterapia em diversas áreas, inclusive na especialidade
cardiovascular, observe este exemplo.

Após um AVC, popularmente conhecido como derrame, Luciana Scotti, aos 22 anos, precisou
aprender a lidar com uma vida sem fala e sem movimentos!

Leia a história real e motivadora de Luciana, publicada no livro Sem asas ao amanhecer (1998), que
ela mesma escreveu com o movimento de apenas um dedo:

SCOTTI, L. Sem asas ao amanhecer. São Paulo: O Nome da Rosa, 1998.

4.5 Especialidade profissional de fisioterapia aquática

A fisioterapia aquática é considerada pelo Coffito uma especialidade profissional que utiliza a água
em diversos ambientes e estados físicos.

Um dos recursos utilizados nessa especialidade é a hidroterapia, que por métodos específicos e exercícios
terapêuticos em piscina aquecida trata muitos tipos de patologias. Podemos dizer que o fisioterapeuta
especialista nessa área é conhecedor de praticamente todas as outras da fisioterapia, inclusive a ortopedia,
reumatologia, cardiovascular, oncologia, neurologia, esportiva, gerontologia e pediatria.

Além disso, dependendo da técnica e dos equipamentos empregados, bem como da temperatura
e profundidade da água, é possível fortalecer os músculos, melhorar o equilíbrio, a coordenação, o
condicionamento e a postura, e inclusive diminuir a dor.

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA

Saiba mais

Consulte a Resolução n. 443 (2014), que dispõe sobre especialidade


profissional de fisioterapia aquática:

COFFITO. Resolução n. 443, de 3 de setembro de 2014. Brasília, 2014a.


Disponível em: http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/RESOLUCAO
44314.pdf. Acesso em: 27 set. 2019.

Acesse o site da Associação Brasileira de fisioterapia Aquática (ABFA)


para conhecer as novidades dessa especialidade:

http://abfaquatica.com.br/

A entidade representativa dessa área é a Associação Brasileira de fisioterapia Aquática (ABFA).

Exemplo de aplicação

O que faz uma pessoa passar boa parte dos seus dias dentro de uma piscina? Você pensou em você
mesmo ou em alguém de férias, não é? Poderia até ser, mas não é o caso do Dr. Fábio Rodrigues Branco,
fisioterapeuta renomado, especialista em fisioterapia Aquática e gerente de terapias da Associação de
Assistência à Criança Deficiente (AACD).

Ele diz que foi a oportunidade de devolver habilidades funcionais às pessoas, antes mesmo de elas
serem possíveis no solo, que o fez escolher a especialidade. Aos profissionais e alunos de graduação, ele
recomenda a reflexão da seguinte frase: “Nunca deixe de se emocionar”.

Isso nos faz lembrar um caso em uma aula presencial nessa mesma disciplina há um tempo. Uma
aluna perguntou: “Professora, fisioterapeuta pode chorar?“ O que você acha? Pode ou não pode diante
do que falamos? Podemos dizer que sim! Uma das qualidades notáveis do profissional fisioterapeuta é
a empatia. Sabe o que significa? Basicamente, é a capacidade de se identificar com outra pessoa e de
sentir o que ela sente por se colocar no lugar dela.

Portanto, reflita sobre o seguinte trecho da oração do fisioterapeuta que está em plena harmonia
com as palavras do Dr. Fábio: ”É muito importante, que não percamos a capacidade de chorar”.
Na prática ela se aplica perfeitamente a essa especialidade profissional, a fisioterapia aquática
(CREFITO‑6, s.d.).

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Unidade II

4.6 Especialidade profissional de fisioterapia na saúde da mulher

Apesar de pouco conhecida pela população em geral, a fisioterapia na saúde da mulher é um campo
de trabalho amplo e que atualmente está aquecido.

Esta é uma especialidade que dá atenção especial às mudanças no corpo e na mente da mulher ao
vivenciar todo o seu ciclo vital, ou seja, desde a infância, passando pela gravidez (caso haja), trabalho de
parto, pós‑parto, puerpério, climatério, até chegar à terceira idade.

Essa especialidade da fisioterapia cresce a cada dia por meio de evidências científicas com foco no
atendimento das necessidades femininas nos diversos níveis de atenção à saúde.

Saiba mais

Consulte a Resolução n. 401 (2011f), que dispõe sobre a especialidade


profissional de fisioterapia na saúde da mulher:

COFFITO. Resolução n. 401, de 18 de agosto de 2011. Brasília,


2011f. Disponível em: http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/
resolução%20401.pdf. Acesso em: 30 set. 2019.

Figura 26 – Fisioterapia da saúde da mulher

Lembrete

Na Idade Contemporânea, as enfermidades ginecológicas tratadas em


exercícios terapêuticos indicavam o rumo da profissão na questão das
especializações, inclusive a focada na saúde da mulher.
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA

4.7 Especialidade profissional em osteopatia

A osteopatia, criada nos Estados Unidos pelo doutor Andrew Taylor Still (1828‑1917), além de uma
especialidade, é um método de terapia manual muito importante da fisioterapia para restabelecer a
função das estruturas e sistemas corporais.

A filosofia própria da osteopatia basicamente se centraliza na individualidade do paciente e respeita


o princípio da unidade do corpo em que todas as suas estruturas – articulações, músculos, vísceras,
sistema nervoso e outros – interagem de forma completa, ampla, contínua e recíproca em busca do
equilíbrio e função ótima do corpo.

Esse conceito filosófico da osteopatia é resumido no princípio de que sobre a lesão, o importante é
encontrá‑la, corrigi‑la e deixar o corpo agir.

Por isso, a osteopatia é recomendada em quase todos os casos patológicos, desde recém‑nascidos
até idosos, sendo definida como uma medicina não medicamentosa, no sentido de que se pode tratar
quase tudo, porém com uma intervenção manual.

Dessa forma, uma boa e adequada formação é essencial para o exercício da especialidade e para
elevar a osteopatia e, consequentemente, a fisioterapia para um nível mais alto, gerando assim uma
maior valorização profissional.

Saiba mais

Acesse o site da Associação Brasileira de Fisioterapeutas Osteopatas


(AOB) e encontre dicas de como seguir os passos corretos para se desenvolver
nessa área e se tornar um profissional legalmente reconhecido no Brasil e
encontrar as dicas de formação em Fisioterapia em Osteopatia:

www.osteopatiabrasil.org.br

Figura 27 – Osteopatia

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Unidade II

Saiba mais

Consulte a Resolução n. 398 (2011e), que dispõe sobre a especialidade


profissional em osteopatia:

COFFITO. Resolução n. 398, de 3 de agosto de 2011. Brasília, 2011e.


Disponível em: http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/resolução%
20398.pdf. Acesso em: 30 set. 2019.

4.8 Especialidade de fisioterapia traumato‑ortopédica funcional

Alguma vez você sentiu dores nas costas? Precisou tomar um remédio após segurar um objeto
pesado? Acordou mais cansado do que quando foi dormir? Ou ficou sentado por muito tempo e, em
seguida, sentiu dificuldade de se levantar?

Se você respondeu “sim” a pelo menos uma pergunta, você faz parte dos 80% da população mundial
que sofre de lombalgia – nome técnico dado para a dor na região da coluna lombar, que atinge desde
crianças até idosos, sejam atletas ou pessoas sedentárias.

Assim sendo, a fisioterapia, em especial na sua área própria e exclusiva, a traumato‑ortopédica


funcional, pode ajudar. Imagine quantas pessoas no Brasil e no mundo não necessitam e
necessitarão dos serviços desse fisioterapeuta especialista hoje e no futuro. Nesses casos, o foco
será a intervenção livre dos efeitos colaterais e indesejados dos medicamentos, mas com exercícios
terapêuticos, como os baseados no método de reeducação postural, área também promissora do
mercado de trabalho do fisioterapeuta.

Saiba mais

Consulte a Resolução n. 260 (2004), que dispõe sobre a especialidade de


fisioterapia traumato‑ortopédica funcional:

COFFITO. Resolução n. 260, de 11 de fevereiro de 2004. Brasília,


2004. Disponível em: http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/
resolução%20260.pdf. Acesso em: 30 set. 2019.

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA

Figura 28 – Fisioterapia traumato‑ortopédica funcional

Figura 29 – Dor lombar

Saiba mais

Para maiores informações sobre cursos e eventos nessa especialidade, acesse


o site da Associação Brasileira de Fisioterapia Traumato‑Ortopédica (Abrafito):

www.abrafitobr.com.br

A entidade representativa dessa área é a Associação Brasileira de Fisioterapia Traumato‑Ortopédica (Abrafito).

Existem diversos métodos de terapia manual para a reeducação postural usados na fisioterapia.
Entre eles, podemos citar a reeducação postural global (RPG).

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Unidade II

Esse método foi criado em 1981 pelo doutor francês Philippe Souchard após 15 anos de pesquisa no
domínio da biomecânica e valoriza a função dos músculos que podem se encurtar e perder a flexibilidade,
freando os movimentos e deformando o corpo. Afinal, músculos encurtados são os responsáveis não só
pelas deformações corporais, mas também por lesões articulares e dores na coluna vertebral nas regiões
da coluna lombar e cervical, principalmente.

A RPG se baseia em três princípios: individualidade, que considera cada ser humano como
único; causalidade, que indica que a verdadeira causa do problema pode estar distante do sintoma;
e globalidade, ou seja, o corpo é tratado como um todo.

Saiba mais

Confira mais informações sobre a RPG no site oficial do curso criado


por Souchard:

http://www.rpgsouchard.com.br

Figura 30 – Coluna vertebral

Estudo realizado por Shiwa, Schmitt e João (2016) com fisioterapeutas graduados mostrou que
em torno de 90% deles optaram por realizar algum curso após a graduação. Quase 70% optaram por
realizar uma pós‑graduação lato sensu e as especialidades cursadas foram bem diversificadas. Dentre
as reconhecidas pelo Coffito, as mais frequentes foram: traumato‑ortopédica funcional, cardiovascular,
respiratória, acupuntura, osteopatia, fisioterapia do trabalho, saúde da mulher, aquática, gerontologia,
neurofuncional, esportiva, dermatofuncional e saúde coletiva.

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA

Figura 31
Exemplo de aplicação

Das 16 especialidades reconhecidas pelo Coffito até 2019, neste livro‑texto foi destacada apenas
a metade. Agora, então, o incentivamos à leitura completa dessas Resoluções e à pesquisa de outras
que falam sobre o restante. A seguir estão os números e anos das Resoluções que falam dessas outras
especialidades, para facilitar a sua busca.

• Fisioterapia dermatofuncional – Resolução n. 394/11

• Fisioterapia neurofuncional – Resolução n. 396/11

• Fisioterapia esportiva – Resolução n. 337/07

• Fisioterapia oncológica – Resolução n. 397/11

• Fisioterapia respiratória – Resolução n. 400/11

• Fisioterapia em terapia intensiva – Resolução n. 402/11

• Fisioterapia em quiropraxia – Resolução n. 399/11

• Fisioterapia em saúde coletiva – Resolução n. 363/09

Resumo

Nesta unidade, foi exposto que as atribuições profissionais ou


atividades principais da fisioterapia se dividem em: clínica; saúde coletiva
ou preventiva; educação; esporte e equipamentos e produtos próprios.

Em cada uma dessas esferas de ação da fisioterapia há uma diversidade


enorme de áreas ou locais em que você poderá atuar profissionalmente:
hospitais, clínicas, consultórios, centros de reabilitação, postos de saúde,
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Unidade II

fábricas, indústrias, escolas, vigilância sanitária, instituições de Ensino


Superior, centros esportivos, clubes, academias, domicílios etc.

Além disso, também foram apresentadas algumas especialidades


reconhecidas pelo Coffito, como a gerontologia, fisioterapia do trabalho,
acupuntura/mtc, aquática, cardiovascular, osteopatia, traumato‑ortopédica
funcional e saúde da mulher.

Exercícios

Questão 1. (Instituto de Seleção, Crefito‑1, 2017) Resolução n. 8 do Coffito, de 20 de fevereiro


de 1978, aprova as normas para habilitação ao exercício das profissões de fisioterapeuta e terapeuta
ocupacional. A inscrição e a franquia profissional constituem os vínculos de habilitação junto ao
Conselho Regional para o exercício das profissões de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional. Assinale a
alternativa correta quanto ao direito à inscrição e à franquia profissional:

A) A inscrição e a franquia profissional constituem os vínculos de habilitação junto ao Coffito para o


exercício das profissões de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional.

B) Tem direito à inscrição o titular de diploma de fisioterapeuta ou do terapeuta ocupacional obtido


em curso de graduação de instituições de ensino públicas ou particulares.

C) Tem direito à inscrição o titular de diploma conferido por escola, curso ou outro órgão estrangeiro,
segundo as leis do país de origem, tendo validade plena no Brasil como de nível superior de
fisioterapia e/ou de terapia ocupacional.

D) A revalidação do diploma, de acordo com este artigo, é dispensada quando se trata de cursos de
graduação acima de 5.000 horas.

E) É permitido ao presidente do Crefito autorizar ao inscrito em outro Crefito, desde que em pleno
gozo de seus direitos profissionais, o exercício profissional temporário, isento de inscrição, por
prazo não excedente de 90 (noventa) dias, na área de jurisdição do Regional sob sua direção.

Resposta correta: alternativa E.

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: diferentemente do que foi apresentado, a inscrição e a franquia profissional constituem


os vínculos de habilitação junto ao Crefito, e não ao Coffito, para o exercício das profissões de
fisioterapeuta e terapeuta ocupacional.
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA

B) Alternativa incorreta.

Justificativa: tem direito à inscrição: I – o titular de diploma de fisioterapeuta ou do terapeuta


ocupacional obtido em curso oficial ou reconhecido, de instituição de ensino autorizada nos termos
da lei.

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: tem direito à inscrição: II – o titular de diploma conferido por escola, curso ou outro
órgão estrangeiro, segundo as leis do país de origem, depois de revalidado no Brasil como de nível
superior de fisioterapia e/ou de terapia ocupacional.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: Parágrafo único – A revalidação a que se refere o inciso II, deste artigo é dispensada
quando da vigência de acordo, convênio ou outro instrumento legalmente instituído entre o Brasil e o
país de origem, que determina a dispensa.

E) Alternativa correta.

Justificativa: Art. 17. É permitido ao presidente do Crefito autorizar ao inscrito em outro Crefito,
desde que em pleno gozo de seus direitos profissionais, o exercício profissional temporário, isento
de inscrição, por prazo não excedente de 90 (noventa) dias, na área de jurisdição do regional sob
sua direção.

Questão 2. (Fafipa, 2014) Assinale a alternativa que apresenta as atribuições do fisioterapeuta no


PSF e da atenção primária.

A) Atua no diagnóstico e tratamento na área de ortopedia, geriatria e ginecologia.

B) Educação, prevenção e assistência fisioterapêutica coletiva e individual.

C) Atua na promoção, na prevenção e na saúde da mulher.

D) Realiza reabilitação neurológica e integra e socializa o indivíduo a suas atividades de vida diária.

E) Atua na equipe multidisciplinar realizando apenas palestras e orientações.

Resposta correta: alternativa B.

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Unidade II

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: na esfera da fisioterapia na saúde coletiva, o fisioterapeuta pode atuar em ações


básicas de saúde, como em postos de saúde conhecidos como Unidades Básicas de Saúde (UBS);
fisioterapia do trabalho, como em fábricas e em indústrias; programas institucionais juntamente com
equipes multidisciplinares no planejamento e aplicação de métodos de intervenção fisioterapêutica; e
até mesmo na vigilância sanitária.

B) Alternativa correta.

Justificativa: engloba os níveis de atenção e faz referência à questão da educação em saúde e ao


atendimento coletivo (grupos).

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: atua não somente na promoção, prevenção e na saúde da mulher, mas também em
outras áreas e grupos.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: realiza não somente a reabilitação neurológica e integra e socializa o indivíduo a suas
atividades de vida diária, mas também atua em outras áreas.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: na atenção primária, estudamos que o fisioterapeuta desenvolve ações de educação,


prevenção e assistência fisioterapêutica coletiva.

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