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MAXWILLER N BARBOSA - maxwiller.20@gmail.com - CPF: 052.369.063-00


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MAXWILLER N BARBOSA - maxwiller.20@gmail.com - CPF: 052.369.063-00


SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................................................................... 12
ESTATUTO SOCIAL DA CAIXA .................................................................................................................................... 13
1) Introdução...................................................................................................................................................................... 13
2) Estatuto Social da CAIXA ........................................................................................................................................ 13
2.1) Estrutura Organizacional da Caixa Econômica Federal ....................................................................... 16
3) Dividendos e Juros Sobre o Capital Próprio ................................................................................................. 18
4) Ouvidoria ........................................................................................................................................................................ 19
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL .......................................................................................................................... 21
1) Introdução...................................................................................................................................................................... 21
2) Conceito De Sistema Financeiro Nacional ..................................................................................................... 21
a) intermediação financeira ........................................................................................................................................ 21
b) Credores .......................................................................................................................................................................... 22
c) tomadores de recursos ............................................................................................................................................. 22
3) Sistema Financeiro Nacional Na Constituição Federal ............................................................................ 22
4) Instituições Do Sistema Financeiro Nacional ............................................................................................... 23
4.1) Instituições normativas ....................................................................................................................................... 24
4.2) Instituições supervisoras..................................................................................................................................... 24
4.3) Instituições operadoras e executoras ........................................................................................................... 24
5) Das Instituições Normativas ................................................................................................................................. 24
5.1) Conceito ...................................................................................................................................................................... 24
5.2) Dos conselhos ........................................................................................................................................................... 24
5.3) Do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)............................................................................. 25
5.4) Do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) ....................................................... 25
5.5) Do Conselho Monetário Nacional (CMN)................................................................................................... 26
a) Funcionamento do CMN ......................................................................................................................................... 26
b) Objetivos do Conselho Monetário Nacional................................................................................................. 26
c) Competência do Conselho Monetário Nacional.......................................................................................... 27
d) Composição do Conselho Monetário Nacional ........................................................................................... 29
6) Das Instituições Supervisoras ............................................................................................................................... 30
6.1) Conceito ...................................................................................................................................................................... 30
6.2) Espécies de instituições supervisoras ........................................................................................................... 30

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6.2.1) Banco Central do Brasil (BACEN) ................................................................................................................ 30
a) Noções introdutórias ................................................................................................................................................ 30
b) Objetivos do Bacen.................................................................................................................................................... 30
c) Enquadramento do Bacen ...................................................................................................................................... 31
d) Diretoria do Bacen ..................................................................................................................................................... 32
e) Atribuições do Bacen ................................................................................................................................................ 32
f) Comitê de Política Monetária (COPOM) .......................................................................................................... 33
6.2.2) Comissão de valores mobiliários (CVM).................................................................................................. 36
7) Instituições Financeiras Oficiais Federais - papel e atuação ................................................................. 38
7.1) Banco do Brasil S.A. (BB) .................................................................................................................................... 39
7.2) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ............................................. 39
7.3) Banco da Amazônia S.A. (Basa) ....................................................................................................................... 40
7.4) Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB)..................................................................................................... 40
7.5) Caixa Econômica Federal (Caixa) .................................................................................................................... 40
7.6) Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) ............................................................................................. 41
MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS ................................................................................... 41
1) Introdução...................................................................................................................................................................... 41
2) Mercado Financeiro e Seus Desdobramentos .............................................................................................. 41
a) Bancos .............................................................................................................................................................................. 42
c) Instituições de pagamento..................................................................................................................................... 42
d) Órgãos do governo.................................................................................................................................................... 42
3) Mercado Monetário .................................................................................................................................................. 43
3.1) Como funciona o mercado monetário ......................................................................................................... 43
a) Título Privado ............................................................................................................................................................... 43
b) Título Público ............................................................................................................................................................... 43
3.2) Mercado monetário e a importância para a economia ....................................................................... 43
4) Mercado De Crédito .................................................................................................................................................. 44
4.1) O que é o mercado de crédito.......................................................................................................................... 44
4.2) Qual a finalidade do mercado de crédito ................................................................................................... 44
4.3) Mercado de crédito e seu funcionamento ................................................................................................. 44
a) Credores .......................................................................................................................................................................... 44
b) Tomadores de crédito .............................................................................................................................................. 44
4.4) Tipos de créditos ..................................................................................................................................................... 45
a) Mercado de crédito para pessoas físicas ........................................................................................................ 45

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b) Mercado de crédito para pessoas jurídicas ................................................................................................... 45
4.5) Variáveis que influenciam o mercado de crédito ................................................................................... 45
5) Mercado De Capitais ................................................................................................................................................. 45
5.1) Conceito ...................................................................................................................................................................... 45
5.2) Instituições e agentes que participam do mercado de capitais ...................................................... 46
a) Empresas ......................................................................................................................................................................... 46
b) Corretoras de distribuidoras de títulos e valores mobiliários ............................................................. 46
c) Agentes autônomos de investimentos ............................................................................................................ 46
d) Demais instituições financeiras autorizadas ................................................................................................. 46
e) Bolsa de valores ........................................................................................................................................................... 46
f) Comissão de valores mobiliários ......................................................................................................................... 46
6) Mercado Cambial........................................................................................................................................................ 47
6.1) Conceito ...................................................................................................................................................................... 47
6.2) Como funciona o mercado cambial .............................................................................................................. 47
a) Mercado primário....................................................................................................................................................... 47
b) Mercado secundário ................................................................................................................................................. 47
6.3) Responsável pelo mercado cambial no Brasil .......................................................................................... 47
6.4) Tipos de operações do mercado cambial ................................................................................................... 48
6.5) Instituições autorizadas a operar no mercado cambial ...................................................................... 48
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO ....................................................................................................... 48
1) Introdução...................................................................................................................................................................... 48
2) Considerações iniciais............................................................................................................................................... 49
INTERNET BANKING....................................................................................................................................................... 50
1) Conceito .......................................................................................................................................................................... 50
2) Características .............................................................................................................................................................. 50
MOBILE BANKING............................................................................................................................................................ 50
1) Conceito .......................................................................................................................................................................... 50
2) Benefícios e desafios................................................................................................................................................. 51
OPEN BANKING ................................................................................................................................................................ 51
1) Noções Introdutórias ................................................................................................................................................ 51
2) Objetivos do Open Banking .................................................................................................................................. 51
4.3) Instituições participantes ................................................................................................................................... 53
4.4) Implementação no Brasil .................................................................................................................................... 53
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS ............................................................................................................................ 54

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1) Noções introdutórias ................................................................................................................................................ 54
2) Tipos de modelos de negócios ............................................................................................................................ 55
FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS ........................................................................................................................ 56
1) Conceitos e características ..................................................................................................................................... 56
SISTEMAS DE BANCO-SOMBRA (SHADOW BANKING) ............................................................................... 56
1) Conceitos e características ..................................................................................................................................... 56
O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS................... 57
1) Noções introdutórias ................................................................................................................................................ 57
2) Blockchain ...................................................................................................................................................................... 58
3) Bitcoin .............................................................................................................................................................................. 58
4) Demais criptomoedas ............................................................................................................................................... 58
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS ........................................................................................................................... 60
1) Noções Introdutórias ................................................................................................................................................ 60
2) Características .............................................................................................................................................................. 60
SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX E DREX) ...................................................................... 60
1) Conceitos e características do pix ...................................................................................................................... 60
2) Conceitos e características do drex ................................................................................................................... 61
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO ............................................................................. 61
1) Introdução...................................................................................................................................................................... 61
2) Tendências e desenvolvimentos no setor financeiro ............................................................................... 62
MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA ............................................................................................................................ 62
1) Introdução...................................................................................................................................................................... 62
2) Moeda e Políticas Monetárias .............................................................................................................................. 62
3) Políticas Monetárias Convencionais E Não-Convencionais (Quantitative Easing) .................... 63
a) Políticas monetárias convencionais .................................................................................................................. 63
b) Política monetária não-convencional (Quantitative Easing)................................................................ 64
4) Taxa Selic e Operações Compromissadas....................................................................................................... 65
a) Taxa SELIC ...................................................................................................................................................................... 65
b) Operações Compromissadas................................................................................................................................. 66
ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL E DÍVIDA PÚBLICA ............................ 66
1) Introdução...................................................................................................................................................................... 66
2) Conceito De Orçamento Público......................................................................................................................... 66
3) Princípios Orçamentários ....................................................................................................................................... 67
3.1) Princípio Da Legalidade....................................................................................................................................... 67

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3.2) Princípio Da Exclusividade ................................................................................................................................. 68
3.3) Princípio da Programação .................................................................................................................................. 68
3.4) Princípio do Equilíbrio Orçamentário........................................................................................................... 69
3.5) Princípio da Anualidade ...................................................................................................................................... 69
3.6) Princípio Unidade ................................................................................................................................................... 69
3.7) Princípio da Universalidade............................................................................................................................... 69
3.8) Princípio do Orçamento-bruto ........................................................................................................................ 70
3.9) Princípio da Transparência Orçamentária .................................................................................................. 70
3.10) Princípio da Não Afetação (Não Vinculação) das Receitas de Impostos ................................. 70
3.11) Princípio da Especificação ou Especialização ......................................................................................... 71
3.12) Princípio da Proibição de Estorno ............................................................................................................... 71
3.13) Princípio da Unidade de Tesouraria (ou Unidade de Caixa) .......................................................... 72
3.14) Princípio da Economicidade ........................................................................................................................... 72
3.15) Princípio da diferenciação das fontes de financiamento................................................................. 72
4) Ciclo Orçamentário .................................................................................................................................................... 73
4.1) Iniciativa/Elaboração ............................................................................................................................................ 73
4.2) Apreciação e Emendas ao orçamento .......................................................................................................... 74
4.3) Sanção ou veto......................................................................................................................................................... 74
4.4) Execução...................................................................................................................................................................... 75
4.5) Controle ....................................................................................................................................................................... 75
4.6) Orçamento-programa .......................................................................................................................................... 75
4.7) Orçamento na Constituição Federal de 1988 ........................................................................................... 75
4.7.1) Plano Plurianual .................................................................................................................................................. 76
4.7.2) Lei de Diretrizes Orçamentárias .................................................................................................................. 77
4.7.3) Lei Orçamentária Anual ................................................................................................................................... 78
4.8) Crédito Orçamentário Inicial............................................................................................................................. 79
4.9) Estágios Da Despesa Orçamentária ............................................................................................................... 79
4.10) Dívida Pública ........................................................................................................................................................ 80
4.10.1) Dívida, Resultado Primário e Resultado Nominal ........................................................................... 82
4.10.2) Déficit/Resultado Primário, Operacional e Nominal ..................................................................... 83
4.11) Noções De Títulos Públicos............................................................................................................................. 83
PRODUTOS BANCÁRIOS............................................................................................................................................... 84
1) Introdução...................................................................................................................................................................... 84
2) Operações de Crédito Bancário ........................................................................................................................... 84

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2.1) Riscos da Atividade Bancária ............................................................................................................................ 87
3) Operações de Crédito Geral .................................................................................................................................. 90
3.1) Desconto de Duplicatas, Notas Promissórias e Cheques Pré-Datados ........................................ 91
4) Operações de Crédito Especializado ................................................................................................................. 92
4.1) BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social .............................................. 92
4.2) Microfinanças ........................................................................................................................................................... 94
5) Produtos Bancários.................................................................................................................................................... 97
5.1) Depósitos à vista e depósitos a prazo (CDB e RDB) .............................................................................. 97
6) Cartões de Crédito e Débito .................................................................................................................................. 98
7) Crédito Direto ao Consumidor.......................................................................................................................... 100
8) Crédito Rural .............................................................................................................................................................. 100
9) Poupança ..................................................................................................................................................................... 103
10) Capitalização ........................................................................................................................................................... 103
11) Previdência ............................................................................................................................................................... 104
12) Consórcio .................................................................................................................................................................. 106
13) Investimentos ......................................................................................................................................................... 106
14) Seguros ...................................................................................................................................................................... 107
15) Cheque........................................................................................................................................................................ 109
15.1) CCF: Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundo ........................................................................ 110
15.2) Processo de Compensação de Cheques e Títulos (Boletos)......................................................... 111
16) Sistema de Liquidação ........................................................................................................................................ 112
NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS .................................................................................................................. 114
1) Introdução................................................................................................................................................................... 114
2) Segmentos do mercado de capitais ............................................................................................................... 114
NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO .................................................................................................................... 115
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................................. 115
2) Segmentos do mercado de câmbio ................................................................................................................ 115
REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E REGIMES INTERMEDIÁRIOS ............. 116
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................................. 116
2) Regimes de Taxas de Câmbio Fixas ................................................................................................................ 116
3) Regimes de Taxas de Câmbio Flutuantes .................................................................................................... 117
4) Regimes de Taxas de Câmbio Intermediários ........................................................................................... 118
TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS ............................................................................................................ 118
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................................. 118

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2) Taxas de Câmbio Nominais ................................................................................................................................ 119
3) Taxas de Câmbio Reais ......................................................................................................................................... 119
IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES ...................... 119
1) Noções Gerais ............................................................................................................................................................ 119
DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊMIOS DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E
SEUS IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO ........................................................................................... 120
1) Noções Gerais ............................................................................................................................................................ 120
DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO INTERBANCÁRIO ..................................... 120
1) Noções gerais ............................................................................................................................................................ 120
MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA, VAREJO BANCÁRIO E RECUPERAÇÃO
DE CRÉDITO...................................................................................................................................................................... 121
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................................. 121
2) Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito ............................................ 122
TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E
REAIS ................................................................................................................................................................................... 122
1) Noções gerais ............................................................................................................................................................ 122
GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ................................................................................... 123
1) Introdução................................................................................................................................................................... 123
2) Aspectos jurídicos ................................................................................................................................................... 123
3) Garantias Fidejussórias ......................................................................................................................................... 123
3.1) Aval ............................................................................................................................................................................. 124
4) Fiança ............................................................................................................................................................................. 124
5) Penhor Mercantil ..................................................................................................................................................... 125
6) Alienação Fiduciária ............................................................................................................................................... 125
7) Hipoteca ....................................................................................................................................................................... 126
8) Fianças Bancárias ..................................................................................................................................................... 126
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA ............................................................................................................................ 127
1) Introdução................................................................................................................................................................... 127
2) Aplicabilidade Do Código De Conduta Ética e Autorregulação Bancária ................................... 129
3) Conceitos Presentes No Código De Ética e Autorregulação Bancária .......................................... 129
4) Princípios Éticos ....................................................................................................................................................... 130
5) Relacionamento Com o Consumidor ............................................................................................................. 131
6) Da Livre Concorrência ........................................................................................................................................... 131
7) Da Responsabilidade Socioambiental ........................................................................................................... 132
8) Da Conformidade com as Leis ........................................................................................................................... 132
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9) Da Prevenção a Fraudes e Lavagem De Dinheiro .................................................................................... 132
10) Da Prevenção e Combate à Corrupção ...................................................................................................... 133
11) Do Relacionamento entre Associadas ........................................................................................................ 133
12) Das Relações Externas e Interação Com o Poder Público e Autoridades ................................. 134
13) Do Controle da Informação e Confidencialidade ................................................................................. 134
14) Do Conflito De Interesses ................................................................................................................................. 134
15) Do Sistema de Autorregulação Bancária .................................................................................................. 135
16) Da Responsabilidades Das Signatárias....................................................................................................... 135
17) Do Conselho das Signatárias ........................................................................................................................... 135
18) Do Conselho De Autorregulação................................................................................................................... 136
19) Da Comissão De Autorregulação .................................................................................................................. 138
20) Da Diretoria De Autorregulação ................................................................................................................... 139
21) Dos Selos De Autorregulação ......................................................................................................................... 140
22) Do Canal De Registro De Demandas ........................................................................................................... 140
23) Do Procedimento Disciplinar .......................................................................................................................... 140
24) Das Sanções ............................................................................................................................................................. 140
PROGRAMAS SOCIAIS ................................................................................................................................................ 141
1) Introdução................................................................................................................................................................... 141
2) Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)..................................................................................................... 141
2) Lei Complementar nº 7/1970 (PIS) ................................................................................................................. 143
3) Lei nº 8.036/1990 (FGTS): possibilidades e condições de utilização/saque............................... 145
4) Guia de Recolhimento (GRF) – Nova GFIP .................................................................................................. 170
5) Lei nº 10.836/2004 (Bolsa Família) ................................................................................................................. 171
6) Lei nº 7.998/1990 - Programa Seguro Desemprego.............................................................................. 172
7) Lei nº 7.998/1990 - Abono Salarial................................................................................................................. 174
ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS .................................................................................................. 174
1) Introdução................................................................................................................................................................... 174
2) Conta corrente .......................................................................................................................................................... 174
3) Pessoa Natural .......................................................................................................................................................... 176
3.1) Pessoa Jurídica ...................................................................................................................................................... 176
3.2) Domicílio .................................................................................................................................................................. 177
4) Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)..................................................................................................... 178
4.1) Sistemas de transferência de fundos e Instrumentos de pagamento ....................................... 180
4.1.1) Sistemas de Liquidação de Obrigações Interbancárias................................................................. 182

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4.1.2) Sistema de transferência de reservas .................................................................................................... 184
COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS E ESTRATÉGICAS PARA GESTÃO DE SERVIÇOS E BEM-ESTAR
EMPRESARIAL ................................................................................................................................................................. 185
1) Introdução................................................................................................................................................................... 185
2) Saúde e bem-estar, ergonomia ........................................................................................................................ 185
3) Negociação, escuta empática ............................................................................................................................ 186
4) Noções de estratégia empresarial................................................................................................................... 188
5) Segmentação de mercado................................................................................................................................... 190
6) Características dos serviços ................................................................................................................................ 191
7) Gestão da qualidade em serviços .................................................................................................................... 192
7.1) Os 5’S na Qualidade de Serviços .................................................................................................................. 193

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Pessoal!

Antes de iniciarmos o estudo da matéria de Conhecimentos Bancários, apresentaremos os


assuntos que são cobrados no edital. Siga firme com os estudos que a aprovação virá!!

CONTEÚDO

1 - Estatuto Social da CAIXA (Disponível no sítio da Caixa Econômica Federal). 2 - Sistema Financeiro
Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e instituições supervisoras,
executoras e operadoras. 3 - Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercado monetário, de crédito,
de capitais e cambial). 3 - Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. 4 - Internet banking.
5 - Mobile banking. 6 - Novos modelos de negócios. 7 - Fintechs, startups e big techs. 8 - Sistema de bancos-
sombra (Shadow banking). 9 - Moedas e ativos digitais: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas. 10 -
Correspondentes bancários. 11 - Sistema de pagamentos instantâneos (PIX, DREX). 12 - Open finance: Real
digital. 13 - Transformação digital no Sistema Financeiro. 14 - Moeda e política monetária: Políticas
monetárias convencionais e não-convencionais (Quantitative Easing); 15 - Taxa SELIC e operações
compromissadas; O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do
Brasil. 16 - Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública. 17 - Produtos Bancários:
Programas sociais e Benefícios do trabalhador; Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao
consumidor, crédito rural, poupança, capitalização, previdência, consórcio, investimentos e seguros. 18 -
Noções de Mercado de capitais. 19 - Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e
operações básicas. 20 - Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários. 21 - Taxas
de câmbio nominais e reais; 22 - Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações. 23 -
Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de
câmbio. 24 - Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário. 25 - Mercado bancário:
Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito. 26 - Taxas de juros de curto prazo e a
curva de juros; taxas de juros nominais e reais. 27 - Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança;
penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias. 28 - Autorregulação bancária. 29 - Lei
Complementar nº 7/1970 (PIS). 30 - Lei nº 8.036/1990 (FGTS): possibilidades e condições de utilização/saque.
31 - Certificado de Regularidade do FGTS. 32 - Guia de Recolhimento (GRF). 33 - Lei nº 10.836/2004 (Bolsa
Família). 34 - Produtos: Abertura e movimentação de contas: documentos básicos. 35 - Pessoa física e pessoa
jurídica: capacidade e incapacidade civil, representação e domicílio. 36 - Sistema de pagamentos brasileiro.
37 - Lei nº 7.998/1990 (Programa Desemprego e Abono Salarial - beneficiários e critérios para saque). 38 -
Saúde e bemestar, ergonomia. 39 - Negociação, escuta empática. 40 - Noções de estratégia empresarial:
análise de mercado, forças competitivas, imagem institucional, identidade e posicionamento.41 -
Segmentação de mercado. CRM. 42 - Características dos serviços: intangibilidade, inseparabilidade,
variabilidade e perecibilidade. 43 - Gestão da qualidade em serviços. 44 - Lei nº 7.998/1990 (Programa
Desemprego e Abono Salarial - beneficiários e critérios para saque)

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ESTATUTO SOCIAL DA CAIXA

1) Introdução

Iniciaremos os estudos para Caixa Econômica Federal, da disciplina de Conhecimentos Bancários.

1 - Estatuto Social da CAIXA

Gostaríamos de agradecer a confiança depositada em nosso material. Saiba que garantimos que
você terá o material mais adequado para conquista da sua aprovação. Não esqueça que o seu
empenho é fundamental; afinal, passar em um concurso público não é tarefa fácil, mas também não
é algo impossível. E não se esqueça: Nós acreditamos em você!

2) Estatuto Social da CAIXA

A Caixa Econômica Federal (CEF), também conhecida como Caixa, é uma instituição financeira de
natureza pública que opera com personalidade jurídica de direito privado. Sua autonomia
administrativa é garantida pelo Estatuto próprio, bem como por diversas legislações, incluindo a Lei
nº 4.595/1964, a Lei nº 6.404/1976, a Lei nº 13.303/2016, o Decreto nº 8.945/2016, entre outras
normativas aplicáveis.

A CEF está vinculada ao Ministério da Economia e tem sua sede e foro em Brasília, Distrito Federal.
Além disso, a instituição possui a prerrogativa de estabelecer e fechar filiais, agências, escritórios,
representações ou outros estabelecimentos, tanto no território nacional quanto no exterior.

O objeto social da Caixa Econômica Federal (CEF), conforme estabelecido no Artigo 4º do


documento, é bastante abrangente e inclui diversas atividades financeiras e de suporte ao
desenvolvimento socioeconômico do país. Vejamos os principais pontos do objeto social da CEF:

Recebimento de Depósitos: A CEF pode receber depósitos de qualquer natureza, incluindo


aqueles garantidos pela União, com ênfase em depósitos de economia popular, visando incentivar a
poupança e fomentar o crédito em todas as regiões do Brasil.

Serviços Bancários: A instituição está autorizada a prestar serviços bancários de qualquer


natureza, incluindo operações ativas, passivas, acessórias, intermediação e suprimento financeiro, em
conformidade com as atividades facultadas às instituições do Sistema Financeiro Nacional.

Administração de Loterias Federais: A CEF é responsável por administrar e prestar serviços


relacionados às loterias federais, conforme a legislação específica.

Monopólio das Operações de Penhor Civil: A CEF exerce o monopólio das operações de
penhor civil de forma permanente e contínua.

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Operações nos Mercados Financeiros e de Capitais: A instituição pode realizar operações,
serviços e atividades nos mercados financeiros e de capitais, tanto internos quanto externos.

Administração de Fundos e Programas: A CEF é autorizada a administrar fundos e programas


delegados pelo Governo Federal, bem como concedidos por contrato ou convênio com outros entes
e entidades da federação.

Emissão e Administração de Cartões: A CEF pode realizar operações relacionadas à emissão e


administração de cartões, incluindo os cartões relacionados ao Programa de Alimentação do
Trabalhador (PAT).

Operações de Câmbio: A instituição está autorizada a realizar operações de câmbio.

Operações de Corretagem: A CEF pode atuar em operações de corretagem de seguros e valores


mobiliários, arrendamento residencial e mercantil, incluindo leasing.

Agente Financeiro de Programas Oficiais: A CEF atua como agente financeiro dos programas
oficiais de habitação, saneamento e infraestrutura, sendo o principal órgão de execução da política
habitacional e de saneamento do Governo Federal.

Agente Operador do FGTS: A instituição atua como agente operador e principal agente
financeiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Custódia de Valores Mobiliários: A CEF presta serviços de custódia de valores mobiliários.

Serviços de Assessoria e Consultoria: A instituição pode prestar serviços de assessoria,


consultoria, administração e gerenciamento de atividades econômicas, políticas públicas,
previdência e outras áreas relacionadas.

Atuação em Mercado e Banco Digitais: A CEF pode atuar na exploração de mercado e banco
digitais voltados para seus fins comerciais e institucionais.

Cooperação Técnica Internacional: A CEF pode participar de projetos e programas de


cooperação técnica internacional para auxiliar na solução de problemas sociais e econômicos.

Investimentos Socioambientais: A instituição pode realizar aplicações não reembolsáveis ou


parcialmente reembolsáveis destinadas a apoiar projetos e investimentos de caráter socioambiental,
com foco em áreas como habitação, saneamento ambiental, geração de trabalho e renda, saúde,
educação, entre outras, priorizando a população de baixa renda.

O parágrafo 1º destaca que a CEF também opera no recebimento de depósitos judiciais e de


disponibilidades de caixa dos órgãos ou entidades do Poder Público e empresas por ele controladas,
observada a legislação pertinente. O parágrafo 2º por sua vez autoriza a CEF a constituir
subsidiárias e assumir o controle acionário ou participar do capital de outras empresas relacionadas
ao seu objeto social, conforme a Constituição da República e a legislação aplicável.

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O Artigo 5º destaca que a CEF é uma instituição integrante do Sistema Financeiro Nacional, auxiliar
na execução de políticas do Governo Federal, sujeitando-se às normas e decisões dos órgãos
competentes e à fiscalização do Banco Central do Brasil.

O prazo de duração da Caixa Econômica Federal é indeterminado, e seu capital social é de R$


81.858.409.634,53 (oitenta e um bilhões oitocentos e cinquenta e oito milhões quatrocentos e nove
mil seiscentos e trinta e quatro reais e cinquenta e três centavos), totalmente subscrito e
integralizado pela União.

Não confunda com o capital autorizado que é de R$ 100.000.000.000,00 (cem bilhões de reais).

Essa alteração do capital social é uma prerrogativa da Assembleia Geral, sendo necessária a
aprovação das propostas pelo Conselho de Administração, com consultas ao Conselho Diretor e ao
Conselho Fiscal, seguindo as disposições do artigo 85. O capital social pode ser aumentado, com
aprovação da Assembleia Geral, até o limite do capital autorizado, sem a necessidade de alteração
estatutária.

A Assembleia Geral, liderada pelo controlador da CEF, é o órgão responsável por tomar decisões
sobre todos os assuntos relacionados ao objetivo da instituição, em conformidade com a lei e o
Estatuto.

O Artigo 6º do Estatuto da Caixa Econômica Federal (CEF) estabelece algumas vedações específicas
para a instituição, além das proibições fixadas em lei. Vejamos:

Vedação de Operações com A CEF não pode realizar operações que tenham como garantia
Garantia Exclusiva de Ações de exclusiva ações de outras instituições financeiras.
Outras Instituições Financeiras
(Inciso I):

Vedação de Operações, Prestação A instituição não pode realizar operações, prestar serviços ou
de Serviços ou Transferência de transferir recursos a suas partes relacionadas de maneira que contrarie
Recursos a Partes Relacionadas a política interna estabelecida.
em Desacordo com a Política
Interna (Inciso II):

Vedação de Participação no A CEF está proibida de participar do capital de outras sociedades que
Capital de Outras Sociedades não não estejam diretamente relacionadas ao seu objeto social.
Relacionadas ao Objeto Social
(Inciso III):

O parágrafo único do artigo traz algumas ressalvas à vedação estabelecida no Inciso III:

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Participações Societárias Pré-existentes: A vedação não se aplica às participações societárias,
no Brasil ou no exterior, em sociedades das quais a CEF já participe na data da aprovação do presente
Estatuto.

Participações Decorrentes de Dispositivo Legal ou Operações de Renegociação ou


Recuperação de Créditos: A CEF também pode participar do capital de sociedades quando a
participação decorrer de amparo em dispositivo legal ou de operações de renegociação ou
recuperação de créditos, como dação em pagamento, arrematação ou adjudicação judicial, e
conversão de debêntures em ações.

Essas vedações visam assegurar a integridade, transparência e conformidade das operações


realizadas pela CEF, bem como evitar potenciais conflitos de interesse e garantir a aderência às
diretrizes estabelecidas pelo Estatuto e pela legislação aplicável.

2.1) Estrutura Organizacional da Caixa Econômica Federal

A estrutura organizacional da Caixa Econômica Federal (CEF) inclui diversos órgãos estatutários.
Vejamos a composição e funcionamento desses órgãos:

Assembleia Geral: Órgão máximo de deliberação, composto pelos acionistas da CEF, responsável por
tomar decisões estratégicas importantes para a instituição.

Conselho de Administração: Encarregado da supervisão geral e orientação das políticas e diretrizes da


CEF. Seus membros são nomeados e destituídos pelo Presidente da República.

Diretoria Executiva: Responsável pela gestão diária da CEF e pela implementação das decisões do
Conselho de Administração. Composta pelo Presidente da CEF, até 12 Vice-Presidentes e até 25 Diretores
Executivos, organizados em Conselho Diretor, Conselho de Administração, Gestão de Ativos de Terceiros e
Conselho de Fundos Governamentais e Loterias.

Comitê de Auditoria: Tem a função de assessorar o Conselho de Administração nas questões


relacionadas à auditoria interna e externa, controles internos e transparência.

Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração: Responsável por assessorar o Conselho de


Administração na definição de políticas relacionadas a pessoas, elegibilidade, sucessão e remuneração na
CEF.

Comitê Independente de Riscos: Encarregado de assessorar o Conselho de Administração na


identificação, avaliação e gestão dos riscos corporativos da CEF.

Comitê Independente de Riscos: Encarregado de assessorar o Conselho de Administração na


identificação, avaliação e gestão dos riscos corporativos da CEF.

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Tome nota!

O artigo 18 do estatuto destaca que a CEF deve ser gerida pelo Conselho de Administração e pela
Diretoria Executiva, seguindo as atribuições e poderes estabelecidos pela legislação aplicável e pelo
próprio Estatuto. Os administradores são orientados a guiar as atividades da CEF conforme os
princípios e melhores práticas de governança corporativa, de acordo com as normas legais.

Importante!

A nomeação e destituição do Presidente da CEF são atribuições do Presidente da República. A


seleção dos demais membros da Diretoria Executiva é realizada internamente, podendo contar com
apoio especializado em recrutamento, aprovado pelo Conselho de Administração e pelo Comitê de
Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração. Os Diretores Executivos, especialmente os das áreas
Jurídica e de Auditoria Interna, têm critérios específicos e estão vinculados à Presidência da CEF e ao
Conselho de Administração, respectivamente.

Art. 11. As Assembleias Gerais realizar-se-ão:

I - ordinariamente, uma vez por ano, nos quatro primeiros meses seguintes ao encerramento
de cada exercício social, para deliberação das matérias previstas em lei; e

II - extraordinariamente, sempre que os interesses sociais, a legislação ou as disposições deste


Estatuto exigirem.

Art. 12. A Assembleia Geral é composta pelo controlador único da CEF, a União.

Art. 13. Os trabalhos da Assembleia Geral serão dirigidos pelo Presidente do Conselho de
Administração da CEF ou pelo substituto que este vier a designar, que escolherá o secretário
da Assembleia Geral.

Art. 14. Ressalvadas as exceções previstas na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, as


Assembleias Gerais serão convocadas pelo Presidente do Conselho de Administração ou por
seu substituto que esse vier a designar, ou ainda, nas hipóteses admitidas em lei, pelo
Conselho Diretor, pelo Conselho Fiscal ou pela União.

Art. 15. A Assembleia Geral será instalada com a presença do controlador da CEF. Parágrafo
único. As Assembleias Gerais tratarão exclusivamente do objeto previsto nos editais de
convocação, não se admitindo a inclusão de assuntos gerais na pauta da Assembleia.
Competências

Art. 16. A Assembleia Geral, além das matérias previstas na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro
de 1976, e no Decreto nº 1.091, de 21 de março de 1994, reunir-se-á para deliberar sobre
alienação, no todo ou em parte, de participações societárias diretas da CEF.

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3) Dividendos e Juros Sobre o Capital Próprio

O Artigo 86 do Estatuto da Caixa Econômica Federal (CEF) estabelece regras e procedimentos


relacionados ao pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio, garantindo à União um
dividendo mínimo e obrigatório correspondente a 25% do lucro líquido ajustado. Vejamos:

Dividendo Mínimo para a União: A União tem direito a receber um dividendo mínimo e
obrigatório correspondente a 25% do lucro líquido ajustado, conforme definido por lei e no Estatuto.

Consideração dos Juros sobre o Capital Próprio: Para o pagamento da remuneração


mencionada no parágrafo acima, o valor creditado como juros sobre o capital próprio pode ser
considerado.

Encargos Financeiros e Juros Moratórios: Dividendos e juros sobre o capital próprio estão
sujeitos a encargos financeiros equivalentes à taxa Selic, a partir do fechamento do exercício social
até a data efetiva do recolhimento ou pagamento.

Importante!

Em caso de não recolhimento na data estabelecida, serão aplicados juros moratórios.

Antecipação de Dividendos e Juros sobre o Capital Próprio: Após o balanço do primeiro


semestre, o Conselho de Administração, com base em proposta do Conselho Diretor, pode aprovar
o pagamento antecipado de dividendos e juros sobre o capital próprio, correspondendo a no
mínimo 25% do lucro líquido acumulado até então, com exceções e deduções previstas no artigo
85.

Correção dos Valores Antecipados: Os valores adiantados como dividendos ou juros sobre o
capital próprio serão corrigidos pela taxa Selic desde a data do pagamento até o fechamento do
exercício social.

Destinação do Lucro do Exercício: A destinação do lucro do exercício, após análise dos órgãos
internos da CEF, será submetida à aprovação da Assembleia Geral.

Prazo para Pagamento do Dividendo: Salvo decisão em contrário da Assembleia Geral, o


dividendo deve ser pago dentro de 60 dias da declaração e, em todo caso, durante o exercício social.

Divulgação de Remuneração de Empregados e Administradores: A CEF deverá incluir, em


notas explicativas de suas demonstrações financeiras, os valores da maior e menor remuneração
paga a seus empregados e administradores, bem como a média salarial de seus empregados e
dirigentes na data de elaboração.

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Essas disposições visam estabelecer regras claras e transparentes para a distribuição de dividendos
e remuneração aos acionistas, especialmente à União, que detém participação relevante na
instituição.

4) Ouvidoria

O Estatuto da Caixa Econômica Federal (CEF) estabelece disposições referentes à Ouvidoria da


instituição nos Artigos 92 e 93. A Ouvidoria da CEF se vincula ao Conselho de Administração, ao qual
deve se reportar diretamente. Vejamos:

Assegurar a estrita Atuar como canal de comunicação


observância das entre a CEF e os clientes e usuários
Atribuições da normas legais e de seus produtos e serviços,
Ouvidoria: regulamentares incluindo a mediação de conflitos,
relativas aos direitos conforme a lei, o Estatuto e o
do consumidor. regulamento interno.

O Ouvidor da CEF é designado pelo Conselho de Administração, a partir de uma lista tríplice
elaborada pelo Presidente da CEF, conforme regulamento específico e legislação pertinente.

Mandato do
Ouvidor: • Após ser destituído do
cargo, o Ouvidor só
•O Ouvidor da CEF é
pode voltar a ocupar a
um empregado que • O tempo de duração máximo mesma função na
compõe o quadro do mandato do Ouvidor é de empresa após um
de pessoal próprio 36 meses, prorrogável por interstício de 36
da instituição. igual período pelo Conselho meses.
Empregado Próprio na de Administração, com
Função de Ouvidor: exceções e autorizações
conforme a legislação vigente. Vedação e Interstício
para Reassumir o Cargo:

Importante!

A atuação da Ouvidoria deve ser pautada pela transparência, independência, imparcialidade e


isenção, dotada de condições adequadas para seu efetivo funcionamento.

Tome nota!

A Ouvidoria tem assegurado o acesso às informações necessárias para sua atuação, podendo
requisitar informações e documentos, observada a legislação relativa ao sigilo bancário.

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Competências da Ouvidoria:

Recepção de Sugestões e Reclamações: Receber e examinar sugestões e reclamações visando


melhorar o atendimento da CEF em relação a diversas partes interessadas.

Denúncias Internas e Externas: Receber e examinar denúncias internas e externas, inclusive


sigilosas, relativas às atividades da CEF.

Prestação de Esclarecimentos: Prestar esclarecimentos aos interessados sobre o andamento


das demandas, informando o prazo previsto para resposta final, conforme a legislação vigente.

Respostas Conclusivas e Prazos: Encaminhar resposta conclusiva para as demandas no prazo


estabelecido por lei.

Informação ao Conselho de Administração: Manter o Conselho de Administração informado


sobre problemas e deficiências detectadas, bem como sobre as medidas adotadas pelos
administradores para solucioná-los.

Relatórios Periódicos: Elaborar e encaminhar relatório quantitativo e qualitativo ao final de cada


semestre sobre a atuação da Ouvidoria ao Comitê de Auditoria e ao Conselho de Administração.

Informação ao Conselho de Administração: Informar periodicamente ao Conselho de


Administração sobre as atividades da Ouvidoria, conforme exigido em lei.

Outras Atividades Definidas pelo Conselho de Administração: Executar outras atividades


correlatas definidas pelo Conselho de Administração.

Além disso, a ouvidoria deve dar encaminhamento aos procedimentos necessários para a solução
dos problemas suscitados, fornecendo meios suficientes para os interessados acompanharem as
providências adotadas.

Tome nota!

O Ouvidor responde perante o Banco Central do Brasil pelo acompanhamento e supervisão das
atividades afetas à Ouvidoria, podendo exercer outras atividades na CEF, exceto a de responsável
pela administração de áreas segregadas.

Essas disposições visam garantir um canal efetivo de comunicação entre a CEF e seus clientes, bem
como assegurar o cumprimento das normas relativas aos direitos do consumidor. A Ouvidoria
desempenha um papel fundamental na transparência e no aprimoramento contínuo dos serviços
prestados pela instituição.

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SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

1) Introdução

Continuaremos estudando para Caixa Econômica Federal, na disciplina de Conhecimentos Bancários.

1 - Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos


e instituições supervisoras, executoras e operadoras. Mercado financeiro e seus
desdobramentos (mercado monetário, de crédito, de capitais e cambial.

2) Conceito De Sistema Financeiro Nacional

O sistema financeiro Nacional, segundo o Banco Central do Brasil, consiste em um conjunto de


instituições que promovem a intermediação financeira entre credores e tomadores de recursos.

Dessa definição, podemos destacar alguns pontos que merecem atenção especial, quais sejam: i)
intermediação financeira; ii) credores; e iii) tomadores de recursos.

Intermediação financeira

Sistema financeiro nacional Credores

Tomadores de recursos

a) intermediação financeira

A Intermediação Financeira consiste em uma operação que diz respeito à captação de recursos pelas
instituições financeiras, transferindo dinheiro de agentes econômicos superavitários (credores) para
os agentes deficitários (tomadores de recursos).

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Agentes Agentes
superavitários deficitários

Tomadores de
Credores
recursos

b) Credores

Os credores podem ser definidos como os agentes que possuem recursos financeiros disponíveis, é
o que se denomina de agente superavitário. Em síntese, são pessoas, empresas ou quaisquer
entidades que possuem dinheiro, mas que tem a vontade de ganhar mais dinheiro no futuro.

Exemplo: Banco.

c) tomadores de recursos

Tomadores de recursos (agentes deficitários) consiste naquelas pessoas ou entidades que não tem
dinheiro, mas precisam utilizá-lo em determinado momento. Assim, os agentes deficitários aceitam
pegar dinheiro emprestado com os credores e, em momento posterior, pagam o valor acrescido de
juros.

Exemplo: pessoa que pega empréstimo.

Imagine que Carlos deseje adquirir um carro de R$ 100 mil reais, mas tenha apenas 20 mil, que será
o valor da sua entrada. Como Carlos poderia conseguir o restante do valor?

A solução, na maioria das vezes, é recorrer ao financiamento bancário. Nesse caso, o banco (credor
- agente superavitário) irá transferir a Carlos (tomador de recursos - agente deficitário) o valor e
assim irão realizar uma intermediação financeira.

Com esse exemplo do financiamento de veículo, trabalhamos os principais termos da definição de


Sistema Financeiro Nacional, quais sejam: credores, tomares de recursos e intermediação financeira.

3) Sistema Financeiro Nacional Na Constituição Federal

O Sistema Financeiro Nacional, além da intermediação financeira, também é responsável, de acordo


com o art. 192 da Constituição Federal de 1988 (CF/88), por "promover o desenvolvimento
equilibrado do País e servir aos interesses da coletividade" [...].

Trata-se de um papel importante atribuído pela CF/88 ao Sistema Financeiro Nacional.

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4) Instituições Do Sistema Financeiro Nacional

Existem três tipos de instituições no Sistema Financeiro Nacional, que são: (i) normativas; (ii)
supervisoras e (iii) operadoras e executoras.

Normativas

Instituições do SFN Supervisoras

Operadoras e executoras

Vejamos uma representação gráfica apresentada pelo Banco Central do Brasil quanto à composição
e os segmentos do Sistema Financeiro Nacional:

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4.1) Instituições normativas

As instituições normativas são aquelas responsáveis pela elaboração das normas de funcionamento
do Sistema Financeiro nacional.

4.2) Instituições supervisoras

As instituições supervisoras atuam na implementação e fiscalização do cumprimento das regras


traçadas pelos órgãos normativos.

4.3) Instituições operadoras e executoras

As instituições operadoras são aquelas responsáveis pela intermediação financeira, através do


oferecimento de seus serviços. É o caso dos bancos.

5) Das Instituições Normativas

5.1) Conceito

Conforme vimos, as instituições normativas são aquelas responsáveis pela elaboração das normas
gerais que regulam o Sistema Financeiro Nacional, visando garantir o seu funcionamento.

Na maioria das vezes, as instituições normativas são constituídas na forma de colegiado, com vários
membros tomando decisões em conjunto, formando um conselho.

5.2) Dos conselhos

Os principais órgãos do conselho são: Conselho Monetário Nacional; Conselho Nacional de Seguros
Privados (CNSP); e Conselho nacional de Previdência Complementar (CNPC).

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Conselho Monetário nacional

Conselho Nacional de Seguros Privados


Conselhos
(CNSP)

Previdência Complementar (CNPC)

Ao avaliar as últimas provas que cobraram conhecimentos bancários, verificamos que não foram
abordados conhecimentos profundos sobre o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); e
Conselho nacional de Previdência Complementar (CNPC).

5.3) Do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)

O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão responsável por definir as normas a
serem seguidas pelas instituições que operam com seguros, sendo, portanto, órgão normativo.

5.4) Do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)

O CNPC é o órgão com a função de regular o regime de previdência complementar operado pelas
entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão), nova denominação do extinto
Conselho de Gestão da Previdência Complementar.

O CNPC é presidido pelo representante do Ministério da Fazenda e composto por representantes da


Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc, da Secretaria de Políticas de
Previdência Complementar - SPPC, da Casa Civil da Presidência da República, dos Ministérios da
Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão, das entidades fechadas de previdência
complementar, dos patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas
de previdência complementar e dos participantes e assistidos de planos de benefícios das referidas
entidades.

Cabe à Secretaria de Política Econômica - SPE, nos termos do Decreto nº 9.003, de 13 de março de
2017, formular e avaliar medidas para o desenvolvimento dos mercados de previdência
complementar e também, conforme Portaria MF nº 330, de 4 de julho de 2017, analisar e propor
votos e resoluções do Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC, órgão regulador
do setor de previdência complementar fechada (fundos de pensão).

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5.5) Do Conselho Monetário Nacional (CMN)

Esse é o órgão mais importante para sua prova, por isso fique muito atento!

O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional e tem a
responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda
e o desenvolvimento econômico e social do País.

Em síntese, o CMN é responsável por tratar sobre as diretrizes gerais sobre moeda e crédito, bem
como pela formulação da política macroeconômica do governo federal.

a) Funcionamento do CMN

Os membros do CMN reúnem-se uma vez por mês para deliberar sobre assuntos como orientar a
aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e
dos instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; e coordenar
as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa.

Em casos extraordinários, pode acontecer mais de uma reunião por mês. As matérias aprovadas são
regulamentadas por meio de Resoluções CMN divulgadas no Diário Oficial da União (DOU) e no
Busca de normas do Conselho e do Banco Central (BC)

b) Objetivos do Conselho Monetário Nacional

A política do Conselho Monetário Nacional objetivará:

Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia nacional e seu
processo de desenvolvimento (Revogado);

Esse objetivo foi revogado pela Lei Complementar nº 179, de 2021, que dispõe sobre a "autonomia
do Banco Central", revogou algumas atribuições do Conselho Monetário Nacional.

Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários
ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios
oriundos de fenômenos conjunturais (Revogado);

Esse objetivo foi revogado pela Lei Complementar nº 179, de 2021, que dispõe sobre a "autonomia
do Banco Central", revogou algumas atribuições do Conselho Monetário Nacional.

Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em


vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira (Revogado);

Esse objetivo foi revogado pela Lei Complementar nº 179, de 2021, que dispõe sobre a "autonomia
do Banco Central", revogou algumas atribuições do Conselho Monetário Nacional.

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Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo
em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento
harmônico da economia nacional;

Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior
eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;

Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;

Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e


externa.

c) Competência do Conselho Monetário Nacional

Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da


República:

Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central da República do Brasil, por
meio dos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito;

Determinar as características gerais (Vetado) das cédulas e das moedas;

Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro e
quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira;

Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas


formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições
financeiras;

Coordenar a política de que trata o art. 3º desta Lei com a de investimentos do Governo Federal;

Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas


a esta lei, bem como a aplicação das penalidades previstas;

Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos comissões e qualquer outra forma
de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco
Central da República do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se destinem
a promover:

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recuperação e fertilização do solo;

reflorestamento;

combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais;

eletrificação rural;

mecanização;

irrigação;

investimento indispensáveis às atividades agropecuárias;

Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão


emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas;

Estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, mobilizações e outras relações
patrimoniais a serem observadas pelas instituições financeiras;

Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições


financeiras;

Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o capital mínimo das instituições financeiras
privadas, levando em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais;

Estabelecer para as instituições financeiras públicas, a dedução dos depósitos de pessoas jurídicas
de direito público que lhes detenham o controle acionário, bem como dos das respectivas autarquias
e sociedades de economia mista, no cálculo a que se refere o inciso anterior;

Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o monopólio das operações de câmbio quando
ocorrer grave desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a
iminência de tal situação;

Autoriza o Banco Central da República do Brasil e as instituições financeiras públicas federais a


efetuar a subscrição, compra e venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das
sociedades de economia mista e empresas do Estado;

Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos;

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Estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua solidez
e adequar seu funcionamento aos objetivos desta lei;

Fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital realizado e reservas livres, o limite além do qual os
excedentes dos depósitos das instituições financeiras serão recolhidos ao Banco Central da República
do Brasil ou aplicados de acordo com as normas que o Conselho estabelecer;

Decidir de sua própria organização; elaborando seu regimento interno no prazo máximo de trinta
(30) dias;

Conhecer dos recursos de decisões do Banco Central da República do Brasil;

Aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central do Brasil e decidir sobre seu orçamento
e sobre seus sistemas de contabilidade, bem como sobre a forma e prazo de transferência de seus
resultados para o Tesouro Nacional, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União.

Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as mesmas vedações ou restrições
equivalentes, que vigorem nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados
ou que nelas desejem estabelecer-se;

Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos processos de empréstimos externos dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para cumprimento do disposto no art. 63, nº II, da
Constituição Federal;

Expedir normas e regulamentação para as designações e demais efeitos do art. 7º, desta lei.

Regular os depósitos a prazo de instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a


funcionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário
ou coligadas.

d) Composição do Conselho Monetário Nacional

A composição do Conselho Monetário Nacional, foi alterado em 12 de janeiro de 2023 pela MP nº


1.158/2023. Dessa forma, consideraremos a composição até o fechamento da edição deste material,
devendo o aluno ficar atento a eventuais modificações que podem ocorrer após esta data. Com a
redação dada pela MP nº 1.158/2023 à Lei nº 9.069/1995, assim ficou a composição, vejamos:

Art. 8º O Conselho Monetário Nacional, criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964,
passa a ser integrado pelos seguintes membros:

I - Ministro de Estado da Fazenda, que o presidirá;

II - Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento; e

III - Presidente do Banco Central do Brasil.

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Ministro de Estado da Fazenda,
que o presidirá;

Presidente do Banco Central do


Composição do CMN Brasil

Ministro de Estado do
Planejamento e Orçamento;

6) Das Instituições Supervisoras

6.1) Conceito

As supervisoras são aquelas instituições que fiscalizam o cumprimento das diretrizes e normas
elaboradas pelos órgãos normativos. A sua função, portanto, é fiscalizar a devida observância das
normas que compõem o Sistema Financeira Nacional.

6.2) Espécies de instituições supervisoras

6.2.1) Banco Central do Brasil (BACEN)

a) Noções introdutórias

O Banco Central do Brasil (Bacen), fundado em 1964 e com início de suas atividades em 1965, é uma
espécie de "banco dos bancos". Isso quer dizer que, além de socorrer os outros, também fiscaliza os
bancos em geral.

b) Objetivos do Bacen

Os principais objetivos do Banco Central do Brasil estão previstos no §1º da Lei Complementar n.
179/21, que assim dispõe:

Art. 1º O Banco Central do Brasil tem por objetivo fundamental assegurar a estabilidade de
preços.

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Parágrafo único. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental, o Banco Central do Brasil
também tem por objetivos zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro,
suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego.

Dessa forma, verifica-se que os objetivos do Bacen são:

Assegurar a estabilidade de preços

Zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro

Suavizar as flutuações do nível de atividade econômica

Fomentar o pleno emprego

Vamos então esquematizar esses objetivos?

Assegurar a estabilidade de preços

Zelar pela estabilidade e pela


eficiência do sistema financeiro
Objetivos do Bacen
Suavizar as flutuações do nível de
atividade econômica

Fomentar o pleno emprego

c) Enquadramento do Bacen

O Banco Central é considerado uma autarquia e, por isso, integra a administração pública indireta.
Em razão disso, possui personalidade jurídica, patrimônio próprios e é criado por lei específica para
executar funções típicas de Estado. Ademais, as autarquias também possuem autonomia
administrativa e financeira.

Tome Nota

O Bacen, até o mês de fevereiro de 2021, era classificado como uma Autarquia Federal, isto é, uma
autarquia comum. Todavia, com a publicação da Lei Complementar n. 179/21, a referida instituição
passou a receber status de Autarquia de natureza Especial.

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Isso significa que o Banco Central não está vinculado a nenhum Ministério - antes era vinculado ao
Ministério da Economia. Ademais, seus dirigentes possuem mandato fixo de 4 anos, não coincidente
com o mandato do Presidente da República.

Destaca-se que isso é outra novidade da LC nº 179/21, uma vez que antes o Presidente do Bacen e
os demais diretores da Diretoria Colegiada poderiam ser demitidos a qualquer tempo.

Sem vinculação a ministério

Diretores possuem mandato fixo (4


anos) - não coincidente com o madato
do Presidente da República
Autarquia de natureza especial

Personalidade jurídica e patrimônio


próprios

Autonomia administrativa e financeira

d) Diretoria do Bacen

A Diretoria Colegiada do Banco Central é formada por: 9 diretores - 1 deles é o presidente do Bacen.
Todos os diretores são nomeados pelo Presidente da República e devem ser brasileiros de ilibada
reputação e notórios conhecimentos econômico-financeiros. Embora sejam indicados pelo
Presidente, devem passar por aprovação do Senado Federal.

e) Atribuições do Bacen

1. Emitir papel-moeda e moeda metálica:

2. Executar os serviços do meio circulante

3. Receber recolhimentos compulsórios e voluntários

4. Exercer o controle do crédito, em todas suas formas

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5. Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras

6. Fiscalizar as instituições financeiras, inclusive autorizando a constituição e funcionamento delas,


bem como estabelecendo condições para o exercício de cargos de direção nessas instituições

7. Controlar o fluxo de capitais estrangeiro no País:

8. Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque

9. Efetuar, como instrumento de política cambial, operações de compra e venda de moeda


estrangeira:

10. Regular os serviços de compensação de cheques e outros papéis, gerindo o Sistema de


Pagamentos Brasileiro (SPB)

11. Efetuar a compra e venda de títulos públicos federais, como instrumento de política monetária.

f) Comitê de Política Monetária (COPOM)

O Comitê de Política Monetária (COPOM), conforme definição do próprio Banco Central do Brasil:

Foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política


monetária e de definir a taxa de juros. A criação do Comitê buscou proporcionar maior
transparência e ritual adequado ao processo decisório, a exemplo do que já era adotado pelo
Federal Open Market Committee (FOMC), do Banco Central dos Estados Unidos, e pelo Central
Bank Council, do Banco Central da Alemanha. Em junho de 1998, o Banco da Inglaterra
também instituiu o seu Monetary Policy Committee (MPC), assim como o Banco Central
Europeu, desde a criação da moeda única em janeiro de 1999. Atualmente, uma vasta gama
de autoridades monetárias em todo o mundo adota prática semelhante, facilitando o processo
decisório, a transparência e a comunicação com o público em geral.

Formalmente, as competências do Copom são definir a meta da Taxa Selic e divulgar o


Relatório de Inflação. A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta para a Taxa Selic
(taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema
Especial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias
do Comitê.

As reuniões ordinárias do Copom dividem-se em duas sessões, sendo a primeira sessão


reservada às apresentações técnicas de conjuntura econômica e a segunda destinada à
decisão da meta da Taxa Selic. Além do Presidente e dos Diretores do Banco Central, membros
do Comitê, participam da primeira sessão da reunião os chefes dos seguintes departamentos
do Banco Central: Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos
(Deban), Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab), Departamento
Econômico (Depec), Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep), Departamento das
Reservas Internacionais (Depin) e Departamento de Assuntos Internacionais (Derin). A primeira
sessão dos trabalhos poderá contar, ainda, com a presença de outros servidores do Banco
Central, quando autorizados pelo Presidente.

No primeiro dia das reuniões, os chefes de departamento apresentam uma análise técnica de
conjuntura abrangendo inflação, nível de atividade, evolução dos agregados monetários,
finanças públicas, balanço de pagamentos, economia internacional, mercado de câmbio,

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reservas internacionais, mercado monetário, operações de mercado aberto e expectativas
gerais para variáveis macroeconômicas.

Já no segundo dia da reunião, além dos membros do Copom, participa, sem direito a voto, o
chefe do Depep, que realiza apresentação técnica contendo avaliação prospectiva da inflação.
Em seguida, os membros do Copom, com base na avaliação do cenário macroeconômico e
dos principais riscos associados, deliberam, por maioria simples de votos, a meta da Taxa Selic.

Os comunicados das decisões do Copom são divulgados após o término da segunda sessão
da reunião ordinária, a partir das 18h. As atas do Copom, em português, são divulgadas às
8h00 da terça-feira da semana posterior a cada reunião, dentro do prazo regulamentar de seis
dias úteis. Já as apresentações técnicas de conjuntura referentes ao primeiro e segundo dia
de reunião são disponibilizadas, respectivamente, após 4 e 8 anos.

O calendário anual das reuniões ordinárias será divulgado mediante Comunicado do Diretor
de Política Monetária até o fim do mês de junho do ano anterior, admitindo-se ajustes até o
último dia do ano de sua divulgação.

Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro), o Copom publica o
documento "Relatório de Inflação", que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e
financeira do País, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação.

O COPOM possui a seguinte composição:

Presidente do BACEN, que preside


também o COPOM, possuindo voto de
qualidade.

Composição COPOM:

8 diretores que compõem a diretoria


colegiada do BACEN.

Para compreender a exata função do Copom, primeiramente é necessário ter também a


compreensão de que no Brasil é adotado o Regime de Metas de Inflação, no qual o controle
inflacionário ocorre em regra via taxa de juros.

Sabe-se que há uma relação inversa entre inflação e taxas de juros, haja vista que para se reduzir a
inflação, aumenta-se a taxa de juros. Assim agindo, acaba-se por diminuir a demanda (procura) por
bens e serviços, consequentemente desestimulando a atividade econômica.

Por outro lado, sendo baixa a inflação, é possível se reduzir a taxa de juros, causando um estímulo
na economia.

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Assim, nesse Regime de Metas de Inflação o papel principal do Banco Central é agir para que a
inflação não extrapole a pré-determinada.

Dessa forma, é comum que as metas da SELIC (taxa básica de juros brasileira) sejam modificadas de
acordo com a análise feita pelo mercado e, principalmente pelo Copom, em relação ao
comportamento da inflação.

O Copom, portanto, determina a meta para a taxa Selic de acordo com a análise acerca da inflação
seja no momento atual ou em relação as expectativas em relação ao futuro.

Havendo uma alta na inflação, o Copom adota medidas políticas contracionistas, ou seja, para
redução da inflação, como, por exemplo, a venda de títulos, a retirada de moeda de circulação,
aumento da taxa de juros ou mesmo redução da demanda na economia.

Atenção! O IPCA (Índice de preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE, é o índice oficial
utilizado para calcular a taxa de inflação.

Por fim, em relação ao Copom, saiba que outra finalidade de destaque, além de definir a meta da
Selic, é a elaboração do Relatório de Metas de inflação, documento divulgado trimestralmente pelo
Bacen.

Vejamos na ilustração a seguir alguns dados relevantes quanto ao COPOM:

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6.2.2) Comissão de valores mobiliários (CVM)

Inicialmente, tenha em mente que valores mobiliários nada mais são do que títulos financeiros,
emitidos pelo governo ou por instituições privadas, sendo exemplos: ações, debêntures e cotas de
fundos de investimentos.

A Comissão de Valores Mobiliários – CVM -, nos termos do art. 5º da Lei 6385/76, com redação dada
pela Lei nº 10.411/2002, é definida como:

Art. 5º - É instituída a Comissão de Valores Mobiliários, entidade autárquica em regime


especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio
próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação
hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e
orçamentária.

São disciplinadas e fiscalizadas pela CVM, de acordo com o art. 1º da Lei nº 6.385/1976, as seguintes
atividades:

Art. 1º Serão disciplinadas e fiscalizadas de acordo com esta Lei as seguintes atividades:

I - a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;

II - a negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;

III - a negociação e intermediação no mercado de derivativos;

IV - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Valores;

V - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Mercadorias e Futuros;

VI - a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;

VII - a auditoria das companhias abertas;

VIII - os serviços de consultor e analista de valores mobiliários.

Quanto as competências da CVM, assim determina a Lei 6385/76:

Art. 8º Compete à Comissão de Valores Mobiliários:

I - regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho Monetário Nacional, as


matérias expressamente previstas nesta Lei e na lei de sociedades por ações;

II - administrar os registros instituídos por esta Lei;

III - fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários,


de que trata o Art. 1º, bem como a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas
que dele participem, e aos valores nele negociados;

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IV - propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites máximos de preço,
comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos intermediários do
mercado;

V - fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada prioridade às que não apresentem


lucro em balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório.

§ 1º O disposto neste artigo não exclui a competência das Bolsas de Valores, das Bolsas de
Mercadorias e Futuros, e das entidades de compensação e liquidação com relação aos seus
membros e aos valores mobiliários nelas negociados.

§ 2º Serão de acesso público todos os documentos e autos de processos administrativos,


ressalvados aqueles cujo sigilo seja imprescindível para a defesa da intimidade ou do interesse
social, ou cujo sigilo esteja assegurado por expressa disposição legal.

§ 3º Em conformidade com o que dispuser seu regimento, a Comissão de Valores Mobiliários


poderá:

I - publicar projeto de ato normativo para receber sugestões de interessados;

II - convocar, a seu juízo, qualquer pessoa que possa contribuir com informações ou opiniões
para o aperfeiçoamento das normas a serem promulgadas.

Art 9º A Comissão de Valores Mobiliários, observado o disposto no § 2o do art. 15, poderá:

I - examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros ou documentos, inclusive programas


eletrônicos e arquivos magnéticos, ópticos ou de qualquer outra natureza, bem como papéis
de trabalho de auditores independentes, devendo tais documentos ser mantidos em perfeita
ordem e estado de conservação pelo prazo mínimo de cinco anos:

a) as pessoas naturais e jurídicas que integram o sistema de distribuição de valores mobiliários


(Art. 15);

b) das companhias abertas e demais emissoras de valores mobiliários e, quando houver


suspeita fundada de atos ilegais, das respectivas sociedades controladoras, controladas,
coligadas e sociedades sob controle comum;

c) dos fundos e sociedades de investimento;

d) das carteiras e depósitos de valores mobiliários (Arts. 23 e 24);

e) dos auditores independentes;

f) dos consultores e analistas de valores mobiliários;

g) de outras pessoas quaisquer, naturais ou jurídicas, quando da ocorrência de qualquer


irregularidade a ser apurada nos termos do inciso V deste artigo, para efeito de verificação de
ocorrência de atos ilegais ou práticas não equitativas;

II - intimar as pessoas referidas no inciso I a prestar informações, ou esclarecimentos, sob


cominação de multa, sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas no art.1)1;

III - requisitar informações de qualquer órgão público, autarquia ou empresa pública;

IV - determinar às companhias abertas que republiquem, com correções ou aditamentos,


demonstrações financeiras, relatórios ou informações divulgadas;

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V - apurar, mediante processo administrativo, atos ilegais e práticas não equitativas de
administradores, membros do conselho fiscal e acionistas de companhias abertas, dos
intermediários e dos demais participantes do mercado;

VI - aplicar aos autores das infrações indicadas no inciso anterior as penalidades previstas no
Art. 11, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal.

§ 1º Com o fim de prevenir ou corrigir situações anormais do mercado, a Comissão poderá:

I - suspender a negociação de determinado valor mobiliário ou decretar o recesso de bolsa


de valores;

Il - suspender ou cancelar os registros de que trata esta Lei;

III - divulgar informações ou recomendações com o fim de esclarecer ou orientar os


participantes do mercado;

IV - proibir aos participantes do mercado, sob cominação de multa, a prática de atos que
especificar, prejudiciais ao seu funcionamento regular.

§ 2º O processo, nos casos do inciso V deste artigo, poderá ser precedido de etapa
investigativa, em que será assegurado o sigilo necessário à elucidação dos fatos ou exigido
pelo interesse público, e observará o procedimento fixado pela Comissão.

§ 3º Quando o interesse público exigir, a Comissão poderá divulgar a instauração do


procedimento investigativo a que se refere o § 2º.

§ 4º Na apuração de infrações da legislação do mercado de valores mobiliários, a Comissão


priorizará as infrações de natureza grave, cuja apenação proporcione maior efeito educativo
e preventivo para os participantes do mercado, e poderá deixar de instaurar o processo
administrativo sancionador, consideradas a pouca relevância da conduta, a baixa
expressividade da lesão ao bem jurídico tutelado e a utilização de outros instrumentos e
medidas de supervisão que julgar mais efetivos.

§ 5º As sessões de julgamento do Colegiado, no processo administrativo de que trata o inciso


V deste artigo, serão públicas, podendo ser restringido o acesso de terceiros em função do
interesse público envolvido.

§ 6o A Comissão será competente para apurar e punir condutas fraudulentas no mercado de


valores mobiliários sempre que:

I - seus efeitos ocasionem danos a pessoas residentes no território nacional,


independentemente do local em que tenham ocorrido; e

II - os atos ou omissões relevantes tenham sido praticados em território nacional.

7) Instituições Financeiras Oficiais Federais - papel e atuação

O setor financeiro do Brasil é vasto e inclui uma variedade de entidades e órgãos. Entre eles,
destacam-se as instituições financeiras oficiais federais. Por isso vamos apresentar algumas dessas
entidades-chave e explicar o seu funcionamento. Está pronto para explorar?

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7.1) Banco do Brasil S.A. (BB)

O Banco do Brasil, sendo a pioneira entre as instituições financeiras do Brasil, desempenhou por
muito tempo o papel de auxiliar do Ministério da Fazenda, realizando uma variedade de funções que
atualmente são de responsabilidade do Banco Central do Brasil. Um aspecto notável é que o Banco
do Brasil está classificado entre as Instituições Financeiras Federais Oficiais, apesar de ser uma
empresa de economia mista, o que implica que suas ações são negociadas na Bolsa de Valores.

Embora o governo federal seja o principal acionista, detendo a maior parte das ações, é o Tesouro
Nacional que exerce influência sobre o banco. Em termos de alcance, o Banco do Brasil opera em
todo o território nacional e até mesmo além das fronteiras, como evidenciado pela presença do
Banco do Brasil das Américas, uma entidade financeira independente, embora seja controlada pelo
Banco do Brasil nos Estados Unidos.

Uma outra característica importante do Banco do Brasil, enquanto uma das Instituições Financeiras
Federais Oficiais, é seu papel central como braço do governo no que se refere ao crédito agrícola. O
banco desempenha um papel fundamental na distribuição de crédito subsidiado para agricultores
em todo o país, especialmente para aqueles que dependem da agricultura para sua subsistência,
como os pequenos agricultores. Uma das principais maneiras pelas quais o Banco do Brasil oferece
esse crédito é por meio de repasses subsidiados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES). Em suma, quando se trata de crédito agrícola no Brasil, o Banco do Brasil é uma
referência.

7.2) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é uma instituição pública federal,
o que significa que é totalmente controlado pelo Governo Federal, similarmente à Caixa Econômica.
O papel principal do BNDES é fornecer crédito de longo prazo e implementar programas de grande
escala para impulsionar a economia nacional. Isso pode incluir projetos de infraestrutura como a
construção de hidrelétricas, ferrovias e rodovias, que desempenham um papel crucial no
desenvolvimento do país.

Considerando isso, os fundos disponíveis no BNDES podem ser transferidos para outras instituições
financeiras, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, ou mesmo para bancos de iniciativa privada,
a fim de direcionar esses recursos para setores estratégicos da economia.

Dentro da estrutura do BNDES, há também o BNDESPar. O termo "PAR" refere-se a "participações",


indicando que o governo pode adquirir participações em empresas-chave para o avanço da
economia nacional.

Por exemplo, se houver a intenção de construir uma hidrelétrica, mas os recursos financeiros
disponíveis não forem suficientes, uma parcela dos fundos necessários pode ser subsidiada pelo
BNDES. Além disso, outra alternativa seria obter financiamento pela venda de uma participação na
empresa para o BNDESPar, contanto que essa transação seja benéfica para ambas as partes
envolvidas.

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7.3) Banco da Amazônia S.A. (Basa)

Outro membro relevante entre as Instituições Financeiras Federais Oficiais é o Banco da Amazônia,
conhecido como BASA.

Ao contrário das instituições mencionadas anteriormente, cujas operações abrangem todo o


território nacional, o BASA concentra sua atuação exclusivamente na região amazônica, sem se
limitar apenas ao estado do Amazonas. Sua sede administrativa está localizada em Belém, no estado
do Pará.

Assim como o BNDES, o Banco da Amazônia (BASA) está focado em fornecer crédito para projetos
de longo prazo, com o objetivo específico de promover o desenvolvimento da Região Amazônica.
Os recursos do BASA podem ser provenientes tanto de repasses do BNDES quanto de captação
própria por meio de seus clientes.

Para ilustrar, a importância do BASA na região é tão significativa que cerca de 60% dos projetos em
toda a área são financiados com recursos próprios do banco ou por meio de repasses do BNDES.

7.4) Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB)

Da mesma forma que o BASA, o Banco do Nordeste não tem abrangência nacional, servindo apenas
à região Nordeste do Brasil.

O Banco do Nordeste tem uma orientação desenvolvimentista, concentrando-se em impulsionar o


crescimento econômico dessa área específica do país. Além disso, está envolvido na redistribuição
de recursos do BNDES e concentra seus esforços no fornecimento de crédito para o setor
agropecuário.

A contribuição do Banco do Nordeste para o desenvolvimento do crédito na região nordeste é tão


significativa que deu origem a duas iniciativas distintas.

Uma delas é o CrediAmigo, especializado em microcrédito, fornecendo empréstimos de pequeno


valor. Outra iniciativa é o AgroAmigo, que se dedica ao microcrédito voltado para o apoio aos
pequenos agricultores.

7.5) Caixa Econômica Federal (Caixa)

Ao contrário do Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal é uma das Instituições Financeiras
Federais Oficiais que pertencem exclusivamente ao Governo Federal, sem ser uma sociedade de
economia mista (obs.: a Caixa é uma empresa pública). No entanto, semelhante ao BB, a Caixa opera
em todo o território nacional.

É interessante notar que a Caixa desempenha um papel semelhante ao do Banco do Brasil, sendo
considerada uma âncora da economia nacional, especialmente por meio do financiamento
habitacional e do suporte à moradia.
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A Caixa é encarregada do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e de outros programas
habitacionais, muitos dos quais utilizam recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Além disso, a Caixa é responsável por administrar outros programas governamentais, como o
Programa de Integração Social (PIS) e as Loterias Federais.

7.6) Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP)

A Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP é uma entidade criada com o propósito de promover
publicamente o avanço da ciência, da tecnologia e da inovação.

Em essência, quando um projeto que atende aos critérios estabelecidos pela FINEP é selecionado, o
financiamento é viabilizado através de parcerias com ministérios e outros órgãos federais, bem como
com recursos provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(FNDCT) e do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (FUNTTEL).

MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS

1) Introdução

Continuaremos estudando para Caixa Econômica Federal, na disciplina de Conhecimentos Bancários.

1 – Mercado Financeiro e seus desdobramentos (mercado monetário, de crédito, de capitais


e cambial)

O mercado financeiro reúne um conjunto de instituições, das quais estão tomadores de recursos e
investidores. Além disso, permite que sejam negociados produtos financeiros, como títulos públicos,
ações, fundos de investimentos, dentre outros produtos ligados ao mercado financeiro.

Inclusive é necessário entender que a estrutura do mercado financeiro é complexa e abrangente,


possui diversas instituições financeiras e é dividida em: mercado monetário, mercado de crédito,
mercado de capitais e mercado cambial.

2) Mercado Financeiro e Seus Desdobramentos

O mercado financeiro envolve diversas operações de compra e venda de ativos financeiros, sua
estrutura é formada pelas instituições financeiras, dentre elas estão os bancos, as corretoras, as
instituições de pagamento e alguns órgãos do governo.

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Bancos

Corretoras
Instituições Financeiras

Instituições de pagamento

Órgãos do governo

a) Bancos

Os bancos são instituições financeiras que basicamente atuam como intermediários entre quem quer
emprestar dinheiro e quem tem a intenção de tomar dinheiro emprestado. Além disso, prestam
serviços relacionados à cartão de crédito, débito, investimentos, pagamentos, conta corrente, dentre
outros serviços

b) Corretoras

As corretoras estão ligadas ao mercado de investimentos, são empresas que pertencem ao Sistema
Financeiro e intermediam a compra e a venda dos valores mobiliários, como títulos e ações. Alguns
exemplos de corretoras são BTG Pactual, XP Investimentos, Clear, Rico etc.

c) Instituições de pagamento

São pessoas jurídicas que trabalham com serviços de compra e venda e movimentações de recursos
relacionadas ao pagamento. Alguns exemplos são: Mercado Pago, Cielo, PayPal, PicPay. Essas
instituições, diferentemente dos bancos, não podem conceder empréstimos e financiamentos a seus
clientes.

d) Órgãos do governo

A função dos órgãos reguladores do mercado financeiro é a garantia da segurança do ambiente


onde ocorrem as negociações financeiras internas do país. Além, de tornar os investimentos
estrangeiros mais viáveis e atrativos para o país. Alguns exemplos de órgãos reguladores são:
Conselho Monetário Nacional (CMN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central do
Brasil (Bacen), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), entre outros.

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3) Mercado Monetário

O Mercado monetário faz parte do mercado financeiro e é responsável pelas operações financeiras
de curto ou de curtíssimo prazo. São operações que possuem alta liquidez, ou seja, a conversão de
um bem em dinheiro pode ser feita de uma maneira mais rápida.

3.1) Como funciona o mercado monetário

No mercado monetário poderão ser feitas vendas de títulos e posses dentro do mercado financeiro
com uma alta liquidez. Esses investimentos são mais seguros para investidores que possuem um
perfil conservador. Pois as políticas existentes dentro do mercado monetário permitem que o
indivíduo transforme seus títulos ou posses em dinheiro de forma rápida e segura com uma
rentabilidade alta.

Os títulos podem ser vendidos entre as instituições financeiras ou quando o Banco Central adquire
títulos e vende para outras instituições, permitindo a compra livre.

No mercado monetário os títulos são divididos em:

a) Título Privado

São títulos criados por empresas privadas e encontradas no certificado de depósito bancário.

b) Título Público

São títulos disponibilizados pelo Tesouro Nacional, sua finalidade é fazer as pessoas investirem e
as corporações comprarem papéis da dívida pública lançados pelo Governo Federal. O título público
mais conhecido é o Tesouro Selic, o qual possui uma rentabilidade baixa.

3.2) Mercado monetário e a importância para a economia

O mercado monetário tem ligação direta com o Banco Central, pelo fato de ser constituído por
operações de compra e venda de títulos. O Banco Central possui responsabilidade pela moeda que
circula no país, dessa maneira, quando são efetuadas compras dos títulos são retiradas do mercado
as moedas e quando são efetuadas as vendas são colocadas em circulação novamente.

Por fim, é preciso entender que o mercado monetário afeta de forma drástica a economia, pois ele
pode acelerar o mercado econômico e se o mercado monetário fica em alta poderá haver a
desvalorização da moeda.

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4) Mercado De Crédito

O mercado de crédito é explorado pelas instituições, pois serve para conceder recursos financeiros
para a população.

4.1) O que é o mercado de crédito

O mercado de crédito também pertence ao Sistema Financeiro Nacional. É um sistema que fornece
financiamentos, tanto para pessoas físicas, quanto para pessoas jurídicas.

Além do mais, o mercado de crédito é muito importante para a economia do país, sem esse mercado
seria quase impossível a economia se manter.

4.2) Qual a finalidade do mercado de crédito

O mercado de crédito oferece uma vasta movimentação de recursos econômicos. Possui uma
grande capacidade de financiar projetos que futuramente podem gerar valor para toda a economia
de forma direta.

4.3) Mercado de crédito e seu funcionamento

De maneira ampla, o mercado de crédito funciona entre duas partes, os credores e os tomadores de
crédito.

Credores
Mercado de crédito
Tomadores de crédito

a) Credores

Os credores são os bancos e as demais instituições que fornecem crédito.

b) Tomadores de crédito

Tomadores de crédito são as pessoas físicas e as pessoas jurídicas.

Além disso, as operações podem ser de curto prazo (menos de um ano); médio prazo (de um a cinco
anos); e de longo prazo (acima de cinco anos).

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4.4) Tipos de créditos

Os créditos podem ser para pessoas físicas e pessoas jurídicas.

a) Mercado de crédito para pessoas físicas

Para as pessoas físicas podem ser feitos créditos consignados, crédito direto para o consumidor,
liberação de cheque especial, cartão de crédito, dentre outros.

b) Mercado de crédito para pessoas jurídicas

Para as pessoas jurídicas poderão ser feitos empréstimos para capital de giro, para financiar
equipamentos e máquinas, financiar projetos da empresa, entre outros.

4.5) Variáveis que influenciam o mercado de crédito

O crédito liberado poderá ser liquidado de maneira única ou de maneira parcelada.

Para ser liberado um credito são necessárias algumas garantias. Geralmente para as pessoas físicas
as garantias são por meio de avalista, fiador, recebíveis ou algum bem, inclusive o próprio bem
financiado.

Já em relação as pessoas jurídicas as garantias poderão ser recebíveis, máquinas, equipamentos da


empresa, ativos financeiros etc.

Por fim, vale lembrar que existem os juros que definem o custo do capital. A taxa de juros pode ser
Pré ou Pós-fixada.

As garantias são necessárias para que as instituições financeiras tenham mais segurança na operação
financeira de fornecer crédito.

5) Mercado De Capitais

5.1) Conceito

O mercado de capitais é uma divisão do sistema financeiro, o qual é responsável por intermediar
a relação daqueles que precisam de recursos de longo prazo para implementar projetos e quem se
propõe a fazer tal investimento. Os investidores entregam os recursos para as empresas e em troca
recebem os chamados valores mobiliários, como: ações, debêntures, cotas de fundos de
investimentos, bônus de subscrição, certificados de depósito de valores mobiliários, notas comercias,
contratos futuros, dentre outros.

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5.2) Instituições e agentes que participam do mercado de capitais

a) Empresas

Captam recursos por meio da emissão de títulos.

b) Corretoras de distribuidoras de títulos e valores mobiliários

São instituições autorizadas pelo Bacen para fazer a intermediação entre os investidores e o
mercado organizado de títulos e valores mobiliários.

c) Agentes autônomos de investimentos

São profissionais credenciados pela ANCORD ((Associação Nacional das Corretoras e


Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias) para atuarem nas corretoras
com a prospecção de clientes, e prestação de informações sobre os produtos e demais serviços.

d) Demais instituições financeiras autorizadas

São instituições autorizadas para atuar no mercado de capitais, como por exemplo, os bancos de
investimentos.

e) Bolsa de valores

É uma entidade privada de capital aberto onde são negociadas ações de empresas, títulos de renda
fixa, commodity e outros ativos.

f) Comissão de valores mobiliários

A CVM é responsável pela fiscalização e regulação do mercado de capitais, e tem por objetivo
fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores.

É válido citar que, “o mercado de capitais mobiliza os recursos de poupança de pessoas físicas,
empresas e agentes públicos, promovendo a alocação eficiente dessa poupança para financiar a
produção, a comercialização e o investimento e consumo de empresas e famílias. ”

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6) Mercado Cambial

6.1) Conceito

O mercado de câmbio é o local onde são realizadas as operações de câmbio, ou seja, compra e
venda de moedas de todos os países, dessa maneira, é um dos maiores ambientes de negociação
do mercado de capitais.

6.2) Como funciona o mercado cambial

No mercado cambial, as operações são realizadas em pares de moedas, ou seja, para comprar uma
moeda é necessário entregar outra. Cada moeda possui um preço e a diferença entre uma e outra é
chamada de taxa cambial. A taxa cambial é responsável por dizer quanto será necessário pagar para
comprar outra moeda.

O mercado cambial poderá ser:

a) Mercado primário

O mercado primário diz respeito as movimentações de entrada e saída de moeda estrangeira do


Brasil. Geralmente essa movimentação é feita por importadores, exportadores e turistas.

b) Mercado secundário

O mercado secundário diz respeito as movimentações feitas entre os bancos no país, podendo ser
chamado também de mercado interbancário.

6.3) Responsável pelo mercado cambial no Brasil

Quem regula e supervisiona o mercado de câmbio no Brasil é o Banco Central e o Conselho


Monetário Nacional.

O Banco Central tem a responsabilidade de autorizar o funcionamento das instituições financeiras


para que possam fazer a negociação ou intermediação das operações de câmbio. Todas as
operações realizadas pelas instituições são informadas ao Banco Central.

Já o Conselho Monetário Nacional estabelece a política cambial do Brasil e quais serão as regras que
devem ser seguidas nas operações financeiras entre o Brasil e os demais países. Além disso, o Banco
Central verifica se as regras estão sendo seguidas de forma adequada.

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6.4) Tipos de operações do mercado cambial

No Brasil temos as seguintes operações de câmbio: compra e venda de moeda estrangeira ou uso
de cartão em viagens ao exterior; transações de moeda nacional por residentes no país e no exterior;
movimentação de valores de importação e exportação; pagamentos e transferências internacionais,
entre outros.

Tome nota!

Lembrando que todas as movimentações cambiais devem ser realizadas por meio de instituições
financeiras autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central.

6.5) Instituições autorizadas a operar no mercado cambial

Vejamos algumas instituições autorizadas a operar no mercado cambial: os bancos múltiplos, bancos
comerciais, de câmbio e caixas econômicas; os bancos de investimento; os bancos de
desenvolvimento; as corretoras de câmbio; as sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;
as sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários; as agências de fomento; as sociedades
de crédito, financiamento e investimento.

Importante!

É importante salientar que antes realizar qualquer operação é fundamental verificar se a instituição
está autorizada pelo Banco Central, para garantir que a operação será feita dentro legalidade e não
correr riscos de golpes.

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

1) Introdução

Continuaremos os estudos da Caixa Econômica Federal sobre o Conhecimentos Bancários.

1 - Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. Internet banking. Mobile


banking. Novos modelos de negócios. Fintechs, startups e big techs. Sistema de bancos-
sombra (Shadow banking). Moedas e ativos digitais: blockchain, bitcoin e demais
criptomoedas. Correspondentes bancários. Sistema de pagamentos instantâneos (PIX, DREX).
Open finance: Real digital. Transformação digital no Sistema Financeiro. Moeda e política
monetária: Políticas monetárias convencionais e não-convencionais (Quantitative Easing); Taxa
SELIC e operações compromissadas; O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos
comerciais no Banco Central do Brasil.

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2) Considerações iniciais

Assim como na Revolução Industrial, a era digital trouxe uma ênfase na automatização de processos,
especialmente evidente nos setores bancário e financeiro. Transações, atendimento ao cliente e
processos internos foram todos afetados.

O advento da era digital trouxe consigo tecnologias emergentes, como inteligência artificial,
blockchain e análise de big data, que têm transformado a maneira como os bancos operam,
oferecem serviços e interagem com os clientes. A modernização do Sistema de Pagamentos
Brasileiro também proporcionou um cenário mais seguro para as transações bancárias, o que
permitiu a implementação de plataformas digitais para os clientes de bancos. Assim surgiu a internet
banking, onde os clientes podem acessar suas contas e realizar transações financeiras pela internet.

Atualmente, todos os bancos oferecem sites e aplicativos (mobile banking) para que os clientes
possam acessar suas contas e realizar transações financeiras. No entanto, ainda há alguns clientes
que preferem manter uma relação tradicional com os bancos, mas a tendência é que a relação entre
cliente e banco se torne cada vez mais digital, especialmente devido à pandemia que estamos
enfrentando.

Muitas pessoas que antes não usavam aplicativos de bancos se viram "obrigadas" a utilizá-los para
evitar deslocamentos até as agências bancárias e diminuir o risco de contágio pelo Coronavírus.
Portanto, já se sabe que houve um aumento significativo no uso de canais digitais e tudo indica que
esse avanço veio para ficar.

Aspectos importantes no processo de “digitalização” dos bancos:

Possibilita a redução da demanda por funcionários;

Gera economia com espaço físico, que passa a ser cada vez menos necessário;

Facilita a atração de novos clientes, especialmente os jovens, que usam muito aplicativos;

Facilita a inclusão de pessoas que não possuíam fácil acesso às agências bancárias.

A pesquisa de Tecnologia Bancária, realizada em 2021 pela FEBRABAN (Federação Brasileira de


Bancos), apresentou dados interessantes sobre a presença da tecnologia nos bancos.

Em 2020, o setor bancário representou 14% dos investimentos em tecnologia na economia global,
perdendo apenas para o Governo.

Entre os investimentos em tecnologia feitos pelos bancos, destacam-se a segurança cibernética, o


trabalho remoto, a inteligência artificial e o Mobile Banking, que respondeu por mais da metade das
transações bancárias. Além disso, 90% das contratações de crédito e 80% dos pagamentos de contas
foram realizados por meio de canais digitais. No entanto, os canais físicos ainda são bastante
utilizados para transações mais complexas.

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Apesar de todos os benefícios, a digitalização dos bancos também apresenta desafios, como altos
custos para implementar tecnologia segura, necessidade de mudança cultural interna e externa, e
concorrência com instituições inovadoras que já nasceram digitais.

Já existem novos modelos de instituições financeiras que não possuem agências físicas e têm toda
a relação com os clientes digital, desde a abertura da conta.

Isso impõe desafios adicionais aos bancos tradicionais, enquanto essas instituições inovadoras
também enfrentam desafios ao competir com os grandes bancos e manter seus clientes.

A partir dessa contextualização sobre bancos na Era Digital, será estudado tópicos específicos do
assunto, como o Internet Banking.

INTERNET BANKING

1) Conceito

O internet banking é a plataforma digital que permite que os clientes acessem suas contas
bancárias e realizem transações financeiras pela internet. É como se fosse o banco em casa ou no
escritório, pois é possível realizar diversas ações sem sair de casa ou do trabalho.

2) Características

Com o internet banking, é possível abrir uma conta corrente, pagar contas, fazer transferências entre
contas de um banco para outro, consultar saldo e extratos, fazer pagamentos de tributos, investir e
resgatar investimentos, solicitar empréstimos e muito mais.

Enfim, internet banking está associado ao acesso ao banco via computadores, diferentemente do
mobile banking que será estudado a seguir.

MOBILE BANKING

1) Conceito

O Mobile Banking é a plataforma digital que permite que os clientes acessem suas contas bancárias
e realizem transações financeiras através de seus smartphones, geralmente via aplicativos oferecidos
pelos bancos. É possível realizar as mesmas transações que podem ser feitas no Internet Banking.

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2) Benefícios e desafios

De acordo com a Pesquisa de Tecnologia Bancária 2021 da FEBRABAN, o Mobile Banking é a


tecnologia bancária mais utilizada pelos brasileiros, isso pode ser atribuído a três fatores principais:
o contexto de pandemia, o programa de auxílio emergencial e o lançamento do PIX.

O Mobile Banking traz benefícios para os bancos e os clientes, como redução de custos, agilidade
nas transações, análise de dados dos clientes e comodidade para os clientes realizarem transações
em qualquer lugar e hora.

Mas ele também traz desafios, como tornar os aplicativos acessíveis a todos os tipos de clientes,
garantir a segurança dos dados dos clientes e transformar o Mobile Banking em um canal de vendas.

OPEN BANKING

1) Noções Introdutórias

Open Banking é um conceito que se baseia na abertura dos sistemas bancários para permitir acesso
de terceiros às informações e funcionalidades dos bancos. O objetivo é fomentar a inovação e
aumentar a competição no mercado financeiro, permitindo que outras instituições, como Fintechs e
empresas de tecnologia, ofereçam novos serviços e soluções para os clientes.

No sistema bancário tradicional, um banco não tem acesso ao relacionamento que seu cliente possui
com outro banco, o que impõe maior dificuldade de competir com ele. Já no Open Banking: Com a
permissão de cada correntista, as instituições se conectam diretamente às plataformas de outras
instituições participantes e acessam exatamente os dados autorizados pelos clientes. Todo esse
processo é feito em um ambiente seguro e a permissão poderá ser cancelada pela pessoa sempre
que ela quiser (BACEN, 2021).

Isso tende a aumentar a concorrência entre as instituições, permitindo que elas ofereçam produtos
e serviços mais adequados ao perfil dos clientes e redução de tarifas. Além disso, o
compartilhamento de dados também permite a "portabilidade de relacionamento", onde o cliente
pode levar seu histórico de bom pagador para outra instituição, sem precisar começar um
relacionamento do zero. Outra vantagem é a melhoria na experiência do usuário, com a possibilidade
de visualizar informações de contas de vários bancos em um único local e a comparação de produtos
e serviços entre as instituições, favorecendo a busca pela melhoria contínua.

2) Objetivos do Open Banking

A Resolução Conjunta do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do BACEN n. 1/2020, que


regulamenta o Open Banking, estabelece o os seguintes objetivos:

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Incentivar a inovação

Promover a concorrência

Objetivos do Open Banking


Aumentar a eficiência do sistema
financeiro nacional e do sistema de
pagamentos brasileiro

Promover a cidadania financeira

Para que os dados sejam compartilhados por meio do open banking é necessário que o cliente
autorize por meio de três etapas: consentimento; autenticação; confirmação.

As etapas de consentimento, autenticação e confirmação são fundamentais no processo de Open


Banking, pois garantem a segurança dos dados e a privacidade dos usuários.

A primeira etapa é o consentimento, onde o usuário dá sua autorização para que uma instituição
financeira ou de pagamento acesse e compartilhe suas informações financeiras com outras
instituições. Isso pode ser feito através de um aplicativo ou website específico, onde o usuário
seleciona as informações que deseja compartilhar e confirma sua decisão.

A segunda etapa é a autenticação, onde é verificada a identidade do usuário para garantir que ele
é realmente quem ele diz ser. Isso pode ser feito através de meios como login e senha,
reconhecimento facial ou digital, entre outros.

Por fim, a terceira etapa é a confirmação, onde o usuário é notificado sobre a operação que está
prestes a ser realizada, e tem a opção de confirmar ou cancelar a transação. Isso garante que o
usuário está ciente e consciente da operação que está sendo realizada, e que ele tem o controle final
sobre seus dados.

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Consentimento

Etapas - Autorização de
compartilhamento de dados pelo Autenticação
cliente

Confirmação

Todas essas etapas devem ser realizadas via canais eletrônicos, preservando a segurança, agilidade,
precisão e conveniência. O BACEN impõe também que as três etapas sejam realizadas de forma
sucessiva e ininterrupta.

4.3) Instituições participantes

Somente instituições financeiras, instituições de pagamento e outras autorizadas pelo Banco Central
do Brasil podem participar do Open Banking.

No entanto, algumas instituições são obrigadas a se envolver. A Resolução 4553 do BACEN divide
essas instituições em 5 categorias, com as maiores instituições no segmento 1 e as menores no
segmento 5. As instituições do segmento 1 e 2 são obrigadas a participar, enquanto as demais
podem escolher se querem participar ou não."

4.4) Implementação no Brasil

O Open Banking é um sistema que já vigora em países da Europa, como Reino Unido, e está em
processo de implantação em países como o Chile e Austrália, além do Brasil.

O Banco Central do Brasil determina que a implantação do Open Banking no País se dará em quatro
fases, quais sejam:

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1ª fase: preparatória - as instituições
disponibilizam informações padronizadas
dos clientes.

2ª fase: é a autorização do
compartilhamento de dados pelo cliente.

Fases do Open Banking

3ª fase: é o compartilhamento de
serviços básicos: transações de
pagamento e de encaminhamento de
proposta de operação de crédito.

4ª fase: realização de transações mais


complexas (investimentos, operações
com câmbio, planos de previdência,
entre outras)

NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS

1) Noções introdutórias

A Era Digital trouxe mudanças na relação entre bancos e clientes. No entanto, essas transformações
afetam também as empresas em geral, pois surgem novos modelos de negócios nesse contexto. Um
modelo de negócio é "a forma como uma empresa cria, entrega e captura valor" (SEBRAE, 2021).

Em outras palavras, é a maneira como os recursos humanos e financeiros são organizados para
entregar valor aos clientes e gerar lucro para os proprietários/acionistas. Pode ser difícil entender
esses conceitos na prática, por isso fornecemos algumas ilustrações, como a ferramenta chamada
Diagrama de Canvas, que pode ser usada para criar um modelo de negócios.

Não há uma "receita" única para criar um modelo de negócios, cada empresa criará o seu de acordo
com suas especificidades, como perfil do público-alvo e a forma como deseja entregar valor.

São vários os tipos de modelos negócios, dentre estes, destacam-se:

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Modelos de
Negócios

Economia
Marketplace Gratuito Freemium Ecossistema Isca e anzol Assinatura
Colaborativa

2) Tipos de modelos de negócios

Um marketplace é uma plataforma on-line que oferece produtos de diversas empresas. Ele funciona
como um shopping virtual, onde as marcas que não possuem sua própria loja podem alugar espaço
para expor e vender seus produtos. Exemplos de marketplaces incluem a Americanas, Netshoes e
Amazon.

No modelo gratuito ocorre o uso do serviço ou produto é oferecido sem cobrança, mas a empresa
obtém lucro através da utilização dos dados dos usuários para oferecer publicidade para empresas
parceiras. Exemplos: redes sociais.

No modelo freemium, as empresas oferecem algumas funcionalidades gratuitas em seus produtos


ou serviços, enquanto outras funcionalidades só podem ser acessadas mediante pagamento. É como
se fosse um test drive, onde os usuários podem experimentar um produto ou serviço antes de decidir
se desejam investir nele. Um exemplo de Freemium é o Spotify, onde algumas funções são gratuitas,
mas outras como acesso a músicas sem anúncios e baixar músicas só podem ser acessadas com a
assinatura premium.

O modelo de negócios chamado ecossistema de envolve a venda de um conjunto de produtos que,


embora possam ser adquiridos separadamente, funcionam melhor juntos. Um exemplo notável
desse modelo é a empresa Apple.

Isca e anzol é o modelo de negócio em que a empresa oferece um produto a um preço baixo, com
baixa margem de lucro (como uma isca) e cobra preços mais altos para outros produtos que são
necessários para o primeiro funcionar (como o anzol). Um exemplo comum é as máquinas de café
de cápsulas, onde a margem de lucro é maior na venda de cápsulas que os consumidores precisam
comprar frequentemente e que não são baratas.

O modelo de assinatura é baseado em um sistema de pagamento recorrente, onde o cliente paga


uma taxa mensal ou anual para ter acesso aos produtos ou serviços oferecidos pela empresa.
Exemplos de empresas que utilizam esse modelo são as plataformas de Streaming, como Netflix e
Amazon Prime, onde os usuários pagam uma taxa mensal para assistir a filmes e séries. Esse modelo
tem se tornado cada vez mais popular, pois permite que as empresas ofereçam uma variedade de
conteúdo aos seus clientes sem precisar vender cada item individualmente.

O modelo de negócios da economia colaborativa é também conhecido como economia


compartilhada ou em rede. Ele se baseia na união de esforços e no compartilhamento de bens e

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serviços para alcançar uma economia de recursos e práticas de consumo mais sustentáveis. Exemplos
desse modelo incluem aplicativos de caronas, como Uber, e plataformas de compartilhamento de
imóveis como Airbnb. Este modelo de negócios está ganhando popularidade em todo o mundo.

A partir da mudança de paradigma que tem ocorrido em face da Era digital e dos novos modelos de
negócios, surgiram alguns tipos empresas inovadoras, que implementam os novos modelos de
negócios, das quais serão estudadas adiante.

FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS

1) Conceitos e características

Fintechs são empresas que utilizam tecnologia para oferecer serviços financeiros inovadores, tais
como pagamentos, investimentos, empréstimos e seguros. Elas podem ser startups ou já
estabelecidas e competem com bancos tradicionais e outras instituições financeiras.

Ex.: Nubank, que oferece cartões de crédito e contas correntes digitais sem taxas bancárias e com
aplicativo para gerenciamento das contas.

Startups são empresas inovadoras, geralmente em estágios iniciais de desenvolvimento, que


buscam soluções para problemas ou oportunidades no mercado. Muitas vezes elas se concentram
em setores emergentes, como tecnologia, biotecnologia e internet.

Ex.: a Uber, que desenvolveu um aplicativo para solicitar transporte de forma fácil e rápida.

As Big Techs são as grandes empresas de tecnologia, como Amazon, Google, Facebook e Apple,
que possuem uma ampla gama de produtos e serviços, e têm uma forte presença no mercado. Elas
têm uma grande capacidade de investimento e capacidade de inovar e adaptar-se a novos mercados,
incluindo o financeiro.

SISTEMAS DE BANCO-SOMBRA (SHADOW BANKING)

1) Conceitos e características

O sistema de banco-sombra (shadow banking) é um conjunto de instituições financeiras e atividades


que operam fora do sistema bancário regulamentado. Ele inclui financeiras, empresas de leasing,
fundos de investimento, corretoras e outras instituições que oferecem serviços financeiros sem estar
sujeitas às mesmas regulamentações e supervisão que os bancos regulamentados.

O shadow banking tem crescido rapidamente nos últimos anos, e hoje representa uma parcela
significativa do sistema financeiro global. Ele pode fornecer uma variedade de serviços financeiros,
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como empréstimos, investimentos e pagamentos, mas também pode criar riscos sistêmicos devido
à sua falta de regulamentação e supervisão adequadas.

As principais preocupações com o shadow banking incluem a falta de transparência, o risco de


contagem e a falta de garantias de depósitos. Alguns temem que as falhas no sistema de banco-
sombra possam levar a problemas econômicos mais amplos, como uma crise financeira.

Devido a esses riscos, as autoridades reguladoras estão trabalhando para aumentar a supervisão e
regulamentação do shadow banking. Isso inclui medidas para melhorar a transparência, aumentar a
capitalização e melhorar a gestão de riscos.

Além disso, as Fintechs e as startups também estão contribuindo para o crescimento e a evolução
do sistema de banco-sombra. Elas estão desenvolvendo novos modelos de negócios e tecnologias
que permitem que os consumidores façam transações financeiras sem precisar de intervenção de
bancos tradicionais. As Big Techs também estão entrando nesse mercado com força, como Google,
Facebook.

Ex.: Integrantes do Shadow Banking são: fundos de pensão; fundos de investimento (hedge e
convencionais); empresas de factoring; bancos de investimento, entre outros.

O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS

1) Noções introdutórias

A era digital tem trazido muitas mudanças na forma como as pessoas lidam com o dinheiro,
incluindo o surgimento de criptomoedas como o Bitcoin. As criptomoedas são moedas digitais
descentralizadas que usam tecnologias de criptografia para garantir e verificar transações, além de
controlar a criação de novas unidades.

Os pagamentos eletrônicos, como cartões de crédito e aplicativos de pagamento móvel, também


têm aumentado a conveniência e a segurança das transações financeiras. Além disso, as
criptomoedas também estão sendo cada vez mais aceitas como meio de pagamento em comércios
físicos e online.

Outra tendência na era digital é a crescente utilização de tecnologias financeiras inovadoras, como
o blockchain, que é a tecnologia subjacente às criptomoedas, e permite a criação de aplicações
financeiras descentralizadas e seguras.

No entanto, é importante lembrar que as criptomoedas ainda são consideradas investimentos de


alto risco e a regulamentação a respeito delas ainda é incerta em muitos países. Além disso, a
volatilidade dos preços das criptomoedas é muito alta, o que pode torná-las impróprias para
investimentos de longo prazo.

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2) Blockchain

Blockchain é uma tecnologia de registro distribuído que permite a criação de registros confiáveis e
imutáveis sem a necessidade de uma autoridade central. É a tecnologia subjacente às criptomoedas,
como o Bitcoin, mas tem potencial para muitas outras aplicações além das financeiras.

A principal característica do blockchain é sua descentralização. Em vez de confiar em uma


autoridade central para validar transações e manter registros, o blockchain usa uma rede de
computadores distribuídos para validar e registrar transações. Isso torna o blockchain muito
seguro e resistente a ataques cibernéticos, já que é muito difícil alterar ou corromper os registros.

Além disso, o blockchain permite a criação de aplicações financeiras descentralizadas e seguras,


como as criptomoedas. Isso tem o potencial de revolucionar a forma como as pessoas lidam com
dinheiro e também tem aplicações em outras áreas, como a criação de contratos inteligentes, a
gestão de ativos digitais e a verificação de identidade.

Contudo, ainda é cedo para prever qual será o impacto a longo prazo do blockchain nas diferentes
indústrias.

3) Bitcoin

Bitcoin é uma criptomoeda, ou moeda digital, criada em 2009 por uma pessoa ou grupo de pessoas
usando o pseudônimo Satoshi Nakamoto. É a primeira e mais conhecida criptomoeda e é baseada
na tecnologia blockchain.

A principal característica do Bitcoin é que ele é descentralizado, ou seja, não é controlado por
nenhum governo, banco central ou autoridade financeira. Em vez disso, ele é controlado por uma
rede de computadores distribuídos ao redor do mundo. Isso permite que as transações com Bitcoin
sejam realizadas diretamente entre as pessoas, sem a necessidade de intermediários.

Outra característica importante do Bitcoin é que ele é limitado em sua oferta. O protocolo do Bitcoin
estabelece que somente 21 milhões de bitcoins podem ser criados, e até agora já foram minerados
mais de 18 milhões de bitcoins. Isso faz com que o Bitcoin seja comparado a um ativo financeiro, e
assim como outros ativos financeiros, o preço do bitcoin pode sofrer volatilidade.

O uso do bitcoin tem crescido ao longo dos anos, e hoje é possível utilizá-lo em vários comércios e
estabelecimentos, no entanto, ele ainda é considerado uma forma de investimento de alto risco e a
regulamentação a respeito dele varia de país para país. Além disso, sua utilização pode ser
complicada para pessoas que não tem familiaridade com tecnologias digitais.

4) Demais criptomoedas

Além do Bitcoin, existem muitas outras criptomoedas, também conhecidas como altcoins, que foram
criadas desde então. Algumas delas são muito semelhantes ao Bitcoin, enquanto outras possuem
características e objetivos diferentes.
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Uma das mais conhecidas criptomoedas é o Ethereum. Ele foi lançado em 2015 e tem como principal
diferença em relação ao Bitcoin a capacidade de executar contratos inteligentes, ou seja, programas
que podem ser executados automaticamente quando determinadas condições são atendidas. Isso
permite que o Ethereum seja usado para a criação de aplicações descentralizadas além das
financeiras.

Outra criptomoeda conhecida é o Litecoin. Ele foi criado em 2011 como uma versão "leve" do
Bitcoin, o que significa que as transações são processadas mais rapidamente e com taxas de
transação menores. Também possui uma oferta mais elevada, 84 milhões de unidades, comparado
com os 21 milhões do Bitcoin.

Existem muitas outras criptomoedas como Ripple, Monero, Tether, entre outras, cada uma delas
com sua própria finalidade e características. Enquanto algumas buscam ser uma forma de
pagamento, outras buscam ser uma forma de investimento ou até mesmo se concentram em
privacidade e anonimato. Assim como o Bitcoin, essas criptomoedas são consideradas investimentos
de alto risco e a regulamentação a respeito delas varia de país para país.

Ethereum

Litecoin

Bitcoin

Criptomoedas Ripple

Altcoins

Monero

Tether

Aproximadamente outras 17
mil altcoins

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CORRESPONDENTES BANCÁRIOS

1) Noções Introdutórias

Os correspondentes bancários são instituições financeiras que atuam como agentes de outras
instituições financeiras, oferecendo serviços bancários em nome dessas instituições. Eles geralmente
são utilizados para ampliar a rede de atendimento de uma instituição financeira, permitindo que ela
atenda a uma área geográfica maior ou a um público específico.

2) Características

Os correspondentes bancários podem oferecer serviços como abertura de conta, depósitos, saques,
pagamentos e transferências. Eles também podem emitir cartões de crédito e débito, e oferecer
serviços de crédito, como empréstimos e financiamentos. Em alguns casos, eles também podem
oferecer serviços de investimento, como aplicações em títulos públicos e fundos de investimento.

Os correspondentes bancários são regulamentados pelo Banco Central e devem seguir as mesmas
regras e normas que as instituições financeiras regulares. Isso inclui questões de segurança, como
proteção de dados e combate à lavagem de dinheiro, além de exigências de capital e liquidez.

Eles são uma alternativa para as pessoas que vivem em áreas remotas e não tem acesso a um banco
tradicional, também podem ser utilizados para ampliar a rede de atendimento para pessoas que não
possuem documentação necessária para abrir conta em um banco tradicional, como imigrantes
ilegais.

No entanto, é importante lembrar que os correspondentes bancários podem cobrar taxas e tarifas
mais elevadas do que os bancos tradicionais, e que os serviços oferecidos podem ser limitados. Além
disso, os clientes devem ter cuidado ao escolher um correspondente bancário, verificando se ele é
regulamentado e se tem boa reputação.

SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX E DREX)

1) Conceitos e características do pix

O Sistema de Pagamentos Instantâneos (PIX) é um sistema de pagamentos eletrônicos no Brasil,


lançado em novembro de 2020 pela Central Bank of Brazil (Banco Central do Brasil). O PIX permite
que as transações financeiras sejam realizadas de forma instantânea, 24 horas por dia, sete dias por
semana. Isso inclui transferências bancárias, pagamentos de contas, recarga de celular e outras
transações.

O PIX é baseado em chaves de identificação, que podem ser endereços de e-mail, telefones celulares
ou CPF/CNPJ, e permite que as transações sejam realizadas sem a necessidade de informações
bancárias detalhadas, como números de conta e agência. Isso torna o processo mais rápido, fácil e
seguro.

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O PIX também oferece a possibilidade de realizar pagamentos através de QR Code, mensagem de
texto e aplicativo de pagamentos. Além disso, permite aos usuários criar suas próprias chaves de
identificação, facilitando a realização de transações financeiras.

2) Conceitos e características do drex

O Drex é a recém-anunciada moeda digital brasileira, também conhecida como Real Digital,
revelada oficialmente pelo Banco Central. Vamos destacar as principais distinções entre o Drex e o
PIX, o sistema de pagamentos instantâneos já existente no Brasil:

Natureza da Tecnologia: Função: Uso e Aplicações:


PIX: É uma plataforma de PIX: Focado em transferências PIX: Utilizado principalmente
transferências instantâneas instantâneas para transações para pagamentos instantâneos
que possibilita a rápida do dia a dia. em lojas e serviços.
movimentação de fundos entre Drex: Funciona como uma Drex: Pode ser aplicado em
contas bancárias. representação digital das todas as atividades financeiras
Drex: Além de utilizar cédulas físicas emitidas pelo existentes, incluindo
tecnologia blockchain, o Drex Banco Central, permitindo empréstimos, seguros,
é, em si, a moeda digital transações financeiras, investimentos, e introduz
brasileira. Enquanto o PIX transferências, pagamentos e novas possibilidades, como
habilita a transferência de introduzindo novas contratos inteligentes. Visa ser
fundos, o Drex é a unidade de possibilidades como contratos uma opção mais ajustada ao
dinheiro a ser transferida. inteligentes. perfil e custos do usuário.

Em suma, o drex prevê a negociação de títulos públicos em colaboração com o Tesouro Nacional,
e sua introdução pode abrir portas para novos serviços financeiros digitais, como contratos
inteligentes.

O Real Digital está em fase de testes, e a previsão é que seja disponibilizado ao público até o final
de 2024. Vejamos as características técnicas do nome "Drex":

O "E" simboliza a
O "D" representa O "R" representa O "X" representa
plataforma
o digital; o real; as transações.
eletrônica;

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO

1) Introdução

A transformação digital no sistema financeiro tem sido um importante fator para o aumento da
eficiência, segurança e inovação nos serviços financeiros.

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2) Tendências e desenvolvimentos no setor financeiro

Algumas das principais tendências e desenvolvimentos no setor financeiro incluem: bancos digitais,
pagamentos eletrônicos, análise de dados, automatização e blockchain:

Bancos digitais: A crescente popularidade dos bancos digitais tem permitido que os clientes
realizem transações financeiras através de canais digitais, como aplicativos, sites e redes sociais, sem
precisar visitar uma agência bancária física.

Pagamentos eletrônicos: O desenvolvimento de novas tecnologias de pagamento, como o PIX, tem


permitido que as transações financeiras sejam realizadas de forma mais rápida e segura.

Análise de dados: O uso de Big Data e análise de dados tem permitido que os bancos obtenham
insights valiosos sobre seus clientes, o que ajuda a melhorar os serviços e oferecer produtos
personalizados.

Automatização: A automatização tem permitido que os bancos reduzam custos e aumentem a


eficiência, permitindo que os funcionários se concentrem em tarefas mais complexas.

Blockchain: A tecnologia blockchain tem o potencial de revolucionar a forma como as transações


financeiras são realizadas, proporcionando mais segurança e transparência.

Em geral, a transformação digital no sistema financeiro tem permitido que os bancos e outras
instituições financeiras melhorem a experiência do cliente, aumentem a eficiência e reduzam os
custos, enquanto oferecem novos produtos e serviços

MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA

1) Introdução

Nesse momento, iremos estudar o tópico de um tema também muito recorrente nas provas de
conhecimentos bancários:

1 - Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e não-convencionais


(Quantitative Easing); Taxa SELIC e operações compromissadas; O debate sobre os depósitos
remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do Brasil.

2) Moeda e Políticas Monetárias

O Banco Central do Brasil determina que a moeda é um ativo que poderá ser utilizado nas transações
econômicas, desempenhando a função de denominador comum de valor monetário, fornecendo um
referencial para as demais mercadorias e, por fim, funcionando como reserva de valor para
transações que não são liquidadas imediatamente na entrega, mas como promessa futura.

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Em síntese, a moeda é um objeto que desempenha três funções fundamentais, quais sejam: i) meio
de trocas; ii) unidade de conta; iii) reserva de valor.

meio de trocas

Moeda unidade de conta

reserva de valor

A Política Monetária é o mecanismo utilizado com a finalidade de estabilizar os preços na economia,


mantendo os índices inflacionais controlados, incentivar a demanda do mercado e garantir o
crescimento econômico, operada pelo Bacen.

Existem diversos instrumentos utilizados para aumentar ou diminuir a oferta da moeda em


circulação, os quais veremos a seguir!

3) Políticas Monetárias Convencionais E Não-Convencionais (Quantitative Easing)

Como vimos anteriormente, temos dois tipos de políticas monetárias utilizadas para garantir a
circulação de moeda, controle das taxas de juros e do crédito no Brasil.

Convencionais

Políticas Monetárias
Não convencionais
(Quantitative Easing)

a) Políticas monetárias convencionais

No Brasil, atualmente, possuímos dois tipos de políticas monetárias convencionais: expansionista e


contracionista. A política monetária expansionista serve para aumentar a oferta de moedas,
utilizado em períodos de crise com a finalidade de estimular o consumo. Está política possui como
objetivo acelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e aumentar a expansão da base
monetária.

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Já a política contracionista reduz a oferta das moedas, com a finalidade de diminuir a inflação,
objetivando desacelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e diminuir a base monetária.

aumento da oferta de moeda

acelerar o crescimento e estimular o


Expansionista consumo

aumentar a inflação

Políticas monetárias
diminuir a oferta de moeda

desestimular o consumo e
Contracionista
desacelerar o crescimento

diminuir a inflação

É fácil identificar que as políticas monetárias são controladas através das taxas de juros, no qual
verifica-se, uma relação inversamente proporcional entre as taxas de juros e a inflação. Explico!

Quando o sistema econômico deseja aumentar o crescimento e estimulo do consumo a taxa de juros
diminui, portanto, aumenta-se a inflação. Caso, o Bacen objetive a diminuição do crescimento e
desestimulo do consumo, diminui-se a inflação.

Política monetária expansionista Política monetária contracionista

diminuição da taxa de aumento da taxa de


juros juros

b) Política monetária não-convencional (Quantitative Easing)

O Quantitative Easing ou flexibilização quantitativa (QE) é uma espécie de política monetária não-
convencional utilizada como forma alternativa com a finalidade de combater crises econômicas
graves ou reduzir danos econômicos, como forma de estimulação econômica quando as taxas de
juros residem próximas a zero.

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No Quantitative Easing o banco central compra títulos (públicos ou privados) de longo prazo
no mercado aberto para aumentar a oferta da moeda e encorajar empréstimos e investimentos. A
compra destes títulos injeta um novo dinheiro à economia e também reduz as taxas de juros ao
aumentar a oferta de títulos de renda fixa. Além disso, expande o balanço do banco central.

compra títulos compra títulos de


BACEN de longo prazo longo prazo de
BACEN
do Governo Instituição
Financeira Privada

Ex.: Pandemia do COVID-19 – Auxílio Emergencial.

Importante!

No Brasil, no início da pandemia do COVID-19, o Congresso Nacional promulgou a Emenda


Constitucional n. 106/2020 que possibilitou a adoção da política monetária Quantitative Easing pelo
Banco Central, de acordo com o art. 7º.

Além disso, bastante recorrente no tema a crise de 2008 nos Estados Unidos e o FED – Federal
Reserve, equivalente ao Banco Central dos Estados Unidos, que adotou diversas medidas de
Quantitative Easing para expandir a sua base monetária e combater os efeitos da crise imobiliária.

4) Taxa Selic e Operações Compromissadas

a) Taxa SELIC

Na economia brasileira, temos a chamada Taxa SELIC sendo ela a taxa básica de juros da economia
que, basicamente, guia todas as outras taxas de juros que existem no mercado brasileiro. As
modalidades que envolvem empréstimos, de qualquer natureza, envolvem a taxa de juros. Desta
forma, como a taxa SELIC é a base das taxas de juros, sempre que a SELIC aumenta, todas as
outras taxas de juros também são elevadas, portanto, o custo do crédito será mais caro.

Ex.: Imaginamos que o consumidor gostaria de financiar um veículo. Caso a taxa SELIC for alta, o
preço dos juros do financiamento aumenta e consumidor não consome o produto.

A taxa SELIC meta é definida pelo COPOM com o objetivo de atingir a meta do IPCA (Índice oficial
de inflação no Brasil) definida pelo CMN.

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b) Operações Compromissadas

As operações compromissadas são vendas de títulos de renda fixa realizadas por instituições
financeiras ao investidor com o compromisso de recompra.

Desta forma, quando uma instituição financeira faz uma determinada operação com outra instituição
financeira e dá como garantia um título privado (por exemplo, CDB), significa que o lastro desta
operação é o título privado. No advento do fim da duração da operação, ou seja, no advento do
compromisso de recompra, a instituição financeira que recebeu o título como garantia devolverá o
referido título e receberá os juros deste período.

título privado/
Instituição financeira A Instituição financeira B
público

Caso contrário, é possível realizar o processo inverso. A redução da taxa Selic ocorre quando o
BACEN compra os títulos públicos que estão em posse das instituições bancárias, injetando a moeda
e promovendo a liquidez para a expansão de crédito na economia.

Quando o BACEN realiza a venda do título de renda fixa a dívida do governo aumenta.

ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL E DÍVIDA PÚBLICA

1) Introdução

Continuaremos estudando para Caixa Econômica Federal, na disciplina de Conhecimentos Bancários.

1- Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública

Gostaríamos de agradecer a confiança depositada em nosso material. Saiba que garantimos que
você terá o material mais adequado para conquista da sua aprovação. Não esqueça que o seu
empenho é fundamental; afinal, passar em um concurso público não é tarefa fácil, mas também não
é algo impossível. Mas não se esqueça: Nós acreditamos em você!

2) Conceito De Orçamento Público

Quanto ao conceito de orçamento público, tema sempre relevante em provas, explica Leite (2020, p.
100):

O orçamento mudou de cariz nas últimas décadas. No passado, tinha-se um conceito clássico
do orçamento, em que o mesmo era visto como simples peça que contemplava a previsão da
receita e a fixação das despesas. Assim, tinha um aspecto apenas contábil e financeiro, que
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velava, sobretudo, para o equilíbrio entre as receitas e as despesas, sem se importar com os
investimentos e o potencial crescimento que eventuais desequilíbrios orçamentários
pudessem trazer.

Em seguida, partiu-se para uma concepção moderna do orçamento, tido, agora, como lei que
programa a vida financeira do Estado, permitindo-se até mesmo haver endividamento deste,
em atenção, sobretudo, aos interesses públicos da sociedade. Assim, toda vez que não é
possível se alcançar o equilíbrio fiscal no orçamento, ou seja, quando as despesas públicas
não são cobertas pela totalidade da receita arrecadada, há necessidade de o orçamento
contemplar modalidades de cobrir o déficit, apelando aí para os empréstimos públicos, aqui
chamados de crédito público.

O orçamento está dentro dessa perspectiva, ou seja, permite ir além de um equilíbrio


puramente contábil, entre receitas e despesas, desde que responsavelmente gerido, para se
implantar políticas públicas, que permitirão, a médio e a longo prazos, administrar os em
préstimos, pagando-se os juros desse crédito.

Nessa linha, pode-se entender o orçamento público como uma lei que autoriza os gastos
que o Governo pode realizar durante um período determinado de tempo, discriminando
detalhadamente as obrigações que deva concretizar, com a previsão concomitante dos
ingressos necessários para cobri-las. Nas incisivas e felizes palavras do ex-ministro Carlos
Ayres Britto, a lei orçamentária é “a lei materialmente mais importante do ordenamento
jurídico logo abaixo da Constituição” (STF, ADI-MC 4048-1/DF, j. 14.5).2)008, p. 92).

Dessa forma, extrai-se a importância do orçamento público enquanto instrumento de planejamento,


através dele é que pode planejar o exercício financeiro, detalhando-se a previsão dos recursos a
serem arrecadados, bem como a sua destinação.

3) Princípios Orçamentários

Ensina Humberto Ávila (2006, p.78) que: “os princípios são normas imediatamente finalísticas,
primariamente prospectivas e com pretensão de complementariedade e de parcialidade, para cuja
aplicação se demanda uma avaliação da correlação entre o estado de coisas a ser promovido e os
efeitos decorrentes da conduta havida como necessária à sua promoção”.

3.1) Princípio Da Legalidade

Quanto ao princípio da legalidade, ensina Leite (2020, p. 137):

O princípio da legalidade não é exclusivo do direito financeiro, por ser princípio sobranceiro
a todos os demais ramos. Está intrinsecamente ligado à ideia de Estado Democrático de
Direito, na medida em que vincula, não apenas o cidadão, mas também o Estado aos ditames
da lei.

Assim, como as finanças públicas não podem ser manejadas sem autorização da lei, tem-se
na legalidade um princípio que permeia toda a atividade financeira do Estado, seja para
arrecadar os tributos, seja para efetuar os gastos. Daí se afirmar que o orçamento é o início e

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o fim de toda ação estatal, pois a lei do orçamento é que permite a realização dos gastos
públicos. Nada pode ser despendido sem a previsão nesta lei.

3.2) Princípio Da Exclusividade

O princípio da exclusividade, em questão de matéria orçamentária, possui fundamental importância,


sobretudo pelo fato de que da extensão dessas leis e de seus anexos.

Por este princípio busca-se evitar as chamadas caudas orçamentárias, ou seja, que sejam
acrescentadas matérias estranhas ao orçamento nestas longas lei e anexos.

Conforme Aliomar Baleeiro: "Foi a reforma de 1926 que, por iniciativa do Presidente Bernardes, deu
tiro de morte às chamadas 'caudas orçamentárias', isto é, dispositivo de lei, no sentido material,
sobre os mais variados assuntos estranhos às finanças".

Por esse motivo é que, o art. 165, § 8º, da CF preconiza:

Art. 165. § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da
receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de
créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita, nos termos da lei.

3.3) Princípio da Programação

Quanto à programação, conforme ensina Leite (2020, p. 140):

A programação remete à ideia do planejamento das ações, as quais devem ser vinculadas por
um nexo entre os objetivos constitucionais e aqueles traçados pelo governante, num
afunilamento na concretização do seu plano de governo, iniciando-se com a observância das
prescrições constitucionais (arts. 1º, 3º e 5º, da CF) e implementando-as no plano plurianual
(PPA), na lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e na lei orçamentária anual (LOA). É da
integração entre esses planos que surge a necessidade da programação.

Neste sentido, os arts. 48, IV, e 165, § 4º, ambos da CF/88 preconizam:

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida
esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência
da União, especialmente sobre:

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento

Art. 154. § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta


Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo
Congresso Nacional.

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3.4) Princípio do Equilíbrio Orçamentário

Trata-se de princípio implícito, o qual norteia toda a Administração Pública, tendo ganhado especial
relevo com a promulgação da LRF, que tornou regra a elaboração de orçamento equilibrado.

Através do princípio do equilíbrio do orçamento público, busca-se garantir que as despesas


autorizadas na lei orçamentária não sejam superiores à previsão das receitas.

3.5) Princípio da Anualidade

O referido princípio pauta, de forma bem simples que o orçamento público é ânuo, ou seja, o
intervalo de tempo em que se estimam as receitas e se fixa as despesas é de 1 ano, o que coincide
com o exercício civil. Neste sentido, prevê o art. 34 da Lei n. 4.320/64: Art. 34. O exercício financeiro
coincidirá com o ano civil.

3.6) Princípio Unidade

Trata-se de um princípio formal, o qual preconiza que o documento orçamentário deve ser único,
não obstante a CF/88 prever três orçamentos (art. 165, § 5º: seguridade social, investimentos e fiscal).

Assim, deve-se interpretar de forma sistêmica, como uma segmentação do orçamento único global,
como se fossem sub orçamentos.

3.7) Princípio da Universalidade

Trata-se de princípio segundo o qual todas as receitas e despesas deverão estar previstas na lei
orçamentária (exceto as receitas tributárias criadas após a aprovação da LOA).

Súmula 66 do STF: “É legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado após o
orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro”.

Em relação ao produto da arrecadação do tributo, tem-se que não estará contido na LOA pelo
simples fato de não ter sido previsto. Logo, não há desrespeito ao princípio aludido.

Ilustra o princípio da universalidade o art. 165, § 5º, da CF/88, segundo o qual a lei orçamentária
compreenderá os orçamentos fiscal, de investimento das empresas e da seguridade social.

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3.8) Princípio do Orçamento-bruto

Quanto a este princípio, leciona Leite (2020, p. 147/148):

De acordo com esse princípio, as receitas e as despesas deverão constar na lei orçamentária
pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções (art. 6º, da Lei n. 4.320/64). Ou seja, muito
embora o tributo IPVA seja do Estado e, por força constitucional, ele deva ser repartido em
50% para os Municípios; no orçamento do Estado, a receita do tributo deve ser lançada na
sua totalidade e não com o abatimento do valor a ser repassado. Logo, para os entes que
repartem as suas receitas, deve constar o valor integral a ser arrecadado, na parte da receita;
e o valor a ser repartido, na parte da despesa. Não pode haver lançamento apenas do valor
líquido.

3.9) Princípio da Transparência Orçamentária

Trata-se de princípio que, não obstante o fato de não estar expressamente previsto na Constituição,
extrai seu conteúdo do art. 37, da CF, caput, que prevê a publicidade como princípio norteador da
Administração Pública.

Dessa forma, a publicidade é apenas uma das formas de se promover a transparência e,


consequentemente, permitir a fiscalização das receitas e despesas públicas.

Segundo Ricardo Lobo Torres:

A sociedade deve agir de tal forma transparente que no seu relacionamento com o Estado
desapareça a opacidade dos segredos e da conduta abusiva fundada na prevalência da forma
sobre o conteúdo dos negócios jurídicos.

O Estado, por seu turno, deve revestir a sua atividade financeira da maior clareza e abertura,
tanto na legislação instituidora de impostos, taxas, contribuições e empréstimos como na
feitura do orçamento e no controle da sua execução.

3.10) Princípio da Não Afetação (Não Vinculação) das Receitas de Impostos

O princípio da não vinculação da receita de impostos é preceituado na Constituição Federal do


seguinte modo:

Art. 167. São vedados:

(...) IV — a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a


repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a
destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e
desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como
determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias
às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o
disposto no § 4º deste artigo;

Conforme explica Kiyoshi Harada:


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“Essa vedação traduz o princípio de que cabe ao governante, consagrado nas urnas, a
responsabilidade de elaborar o seu plano de ação governamental promovendo o
direcionamento de despesas públicas para setores reputados prioritários e dentro da
plataforma de campanha, sob pena de faltar legitimidade para governar. Mas, isso é tarefa
para estadistas, que parece não mais existir. Na falta destes, a tendência é ir vinculando
receitas públicas às mais diversas necessidades públicas a serem satisfeitas, de tal forma que
a governança poderia até ser entregue a um computador”.

3.11) Princípio da Especificação ou Especialização

Está previsto no art. 167, VI e VII da CF/88:

Art. 167. São vedados: (...)

VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de


programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados

A LRF também prevê esse princípio:

Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano
plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
[...]

§ 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação
ilimitada.

Segundo este princípio, é vedado dispor de crédito orçamentário para uma finalidade imprecisa. Os
créditos orçamentários nascem amarrados a programas e projetos de governo.

A reserva de contingência é exceção ao princípio da especificação. O Anexo de Riscos Fiscais criado


pela LRF na LDO, deve prever os passivos contingentes. Trata-se de verbas que não estão atreladas
a nenhum programa e projeto.

Assim, como não se pode definir onde essa reserva de contingência, efetivamente, vai ser utilizada,
não há como previamente ligá-la a um programa ou projeto antes do risco acontecer.

3.12) Princípio da Proibição de Estorno

Está previsto na Constituição Federal da seguinte maneira:

Art. 167. São vedados: (...)

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de


programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

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VIII — a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e
da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e
fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;

3.13) Princípio da Unidade de Tesouraria (ou Unidade de Caixa)

Conforme previsto no art. 56, da Lei n. 4.320/64:

Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de


unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.

Conforme explica Leite (2020, p. 170):

Para maior organicidade das contas públicas, é necessário que todo recurso carreado ao
Erário, de caráter originário ou derivado, ordinário ou extraordinário, de natureza
orçamentária ou extraorçamentária, geral ou vinculado, seja alocado em uma única conta, a
fim de facilitar a gerência dos mesmos.

3.14) Princípio da Economicidade

Sobre o tema, como bem explica o Professor Ricardo Lobo Torres:

o conceito de economicidade, originário da linguagem dos economistas, corresponde, no


discurso jurídico, ao de justiça. Implica na eficiência na gestão financeira e na execução
orçamentária, consubstanciadas na minimização de custos e gastos públicos e na
maximização da receita e da arrecadação. É a justa adequação e equilíbrio entre as duas
vertentes das finanças públicas. Para o professor, o controle da economicidade, relevante no
direito constitucional moderno, em que o orçamento está cada vez mais ligado ao programa
econômico, inspira-se no princípio do custo-benefício. Este princípio implica na adequação
entre receita e despesa, de modo que o cidadão não seja obrigado a fazer maior sacrifício e
pagar mais impostos para obter bens e serviços que estão disponíveis no mercado a menor
preço.

3.15) Princípio da diferenciação das fontes de financiamento

Quanto a este princípio, como bem elucida Harrison Leite:

A Constituição Federal intentou criar um sistema tributário que dialogasse com o sistema
orçamentário, de tal modo que a natureza do tributo revelasse um plexo de características de
organicidade dos sistemas.

Sendo assim, (i) a receita de impostos deveria ficar livre ao Executivo, para a aplicação das
políticas públicas genéricas; (ii) a receita das taxas deveria ter relação direta com o custo do
serviço público específico e divisível ou da atividade de fiscalização, por questão de justiça
fiscal; (iii) a receita da contribuição de melhoria não poderia ser maior do que o custo da obra
pública; (iv) a receita do empréstimo compulsório deveria ser adstrita ao motivo que ensejou

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a sua criação e, (v) a receita das contribuições especiais deveria ter aplicação estrita à
finalidade prevista em lei.

Qualquer aplicação distinta ensejaria desorganicidade sistêmica, passível de reparação pela


via judicial, dado que a fonte de financiamento torna-se peça fundamental para a regularidade
na aplicação do recurso.

A título de exemplo, tem-se o art. 167, XI da CF/88: Art. 167. Sâo vedados:

XI — a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195,
I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral
de previdência social de que trata o art. 201.

4) Ciclo Orçamentário

O ciclo orçamentário inicia-se com a necessidade de determinado recurso, plenamente justificada,


até a sua correta aplicação e posterior fiscalização, ou seja, configura-se por ser uma série de fatos
orçamentários sucessivos.

Conforme escólio de Leite (2020, p. 187) ciclo orçamentário:

São um conjunto de etapas que não se adstringem a um exercício financeiro, visto que os
fenômenos orçamentários não se exaurem com a sua ocorrência, deixando reflexos que serão
objeto de análise por parte dos setores competentes. Por esta razão se afirma que o ciclo
orçamentário não se confunde com o exercício financeiro, pois este corresponde a uma das
fases do ciclo, até porque a fase de preparação da proposta orçamentária e sua elaboração
precedem o exercício financeiro, e a fase de avaliação e prestação de contas o ultrapassa.

O ciclo orçamentário compreende as seguintes etapas:

4.1) Iniciativa/Elaboração

Quanto a esta etapa, explica Leite (2020, p. 187) que:

Pela redação do art. 84, XXIII, da Constituição Federal, percebe-se que as leis orçamentárias
serão elaboradas sempre por iniciativa do Poder Executivo. E uma iniciativa privativa e
indelegável E tal se dá porque o Parlamento, embora preparado para o exercício da produção
de leis, não possui o nível de informações técnicas e peculiares da Administração para o
atendimento das necessidades públicas. É o Executivo que conhece a realidade sobre a qual
atua e pode, aprioristicamente, melhor julgar a sua alocação, que será posteriormente
analisada pelos legisladores.

Por ter o Executivo a visão global da produção dos recursos necessários às satisfações das
necessidades públicas, e por ser o maior encarregado de executar as tarefas delineadas no
orçamento, é que o constituinte ofertou-lhe, de maneira correta, a iniciativa desta lei.

Logo, o Legislativo não tem competência para iniciar um projeto de lei orçamentária.

No entanto, o Legislativo poderá, através de leis tributárias, principalmente as concessivas de


benefícios fiscais, alcançar reflexamente o orçamento, sem com isso ferir a competência
exclusiva do Executivo para tratar do orçamento, visto que está dentro da competência do

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Poder Legislativo a iniciativa de lei tributária que reduz receita pública. Nesse sentido, decidiu
o STF:

A Constituição de 1988 admite a iniciativa parlamentar na instauração do processo legislativo


em tema de direito tributário. A iniciativa reservada, por constituir matéria de direito estrito,
não se presume e nem comporta interpretação ampliativa, na medida em que, por implicar
limitação ao poder de instauração do processo legislativo, deve necessariamente derivar de
norma constitucional explícita e inequívoca. O ato de legislar sobre direito tributário, ainda
que para conceder benefícios jurídicos de ordem fiscal, não se equipara, especialmente para
os fins de instauração do respectivo processo legislativo, ao ato de legislar sobre o orçamento
do Estado. (ADI 724-MC, Rei. Min. Celso de Mello, julgamento em 7-5-1992, Plenário, DJ de
27-4-2001.) No mesmo sentido: RE 590.6)97-ED, Rei. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento
em 23-8-2011, Segunda Turma, DJE de 6-9-2011.

Ação direta de inconstitucionalidade. Lei 553/2000, do Estado do Amapá. Desconto no


pagamento antecipado do IPVA e parcelamento do valor devido. Benefícios tributários. Lei de
iniciativa parlamentar. Ausência de vício formal. Não ofende o art. 61, § Io, II, b, da CF, lei
oriunda de projeto elaborado na Assembleia Legislativa estadual que trate sobre matéria
tributária, uma vez que a aplicação deste dispositivo está circunscrita às iniciativas privativas
do chefe do Poder Executivo Federal na órbita exclusiva dos territórios federais. Precedentes:
ADI 2.724, Rei. Min. Gilmar Mendes, DJ de 2-4-04, ADI 2.3)04, Rei. Min. Sepúlveda Pertence,
DJ de 15-12-2000 e ADI 2.5)99-MC, Rei. Min. Moreira Alves, DJ de 13-12-2002. A reserva de
iniciativa prevista no art. 165, II, da Carta Magna, por referir-se a normas concernentes às
diretrizes orçamentárias, não se aplica a normas que tratam de direito tributário, como são
aquelas que concedem benefícios fiscais. Precedentes: ADI 724-MC, Rei. Min. Celso de Mello,
DJ de 27-4-2001 e ADI 2.6)59, Rei. Min. Nelson Jobim, DJ de 6-2-2004. Ação direta de
inconstitucionalidade cujo pedido se julga improcedente. (ADI 2.4)64, Rei. Min. Ellen Gracie,
julgamento em 11-4-2007, Plenário, DJ de 25-5-2007.) No mesmo sentido: RE 601.3)48-ED,
Rei. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 22-11-2011, Segunda Turma, DJE de 7-12-
2011. Vide: ADI 3.2)05, Rei. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 19-10-2006, Plenário, DJ
de 17-11-2006.

4.2) Apreciação e Emendas ao orçamento

Após o encaminhamento da proposta, haverá apreciação pelo poder Legislativo, que, no caso da
União, dar-se-á por análise conjunta das duas casas do Congresso Nacional.

De acordo com o Regimento do Congresso Nacional, a apreciação será em sessão conjunta, mas
com apuração de votos em separado. Assim, em cada votação haverá a sessão conjunta, contudo,
no momento da votação, se verificará o atingimento ou não do quórum de maioria simples em cada
Casa (Câmara e Senado), a fim de que não seja rejeitada a matéria.

4.3) Sanção ou veto

Explicita Leite (2020, p. 197/198):

Seguindo o trâmite comum das demais leis, o Executivo terá o prazo de 15 (quinze) dias úteis,
a contar da data do recebimento do projeto, para sancioná-lo. Poderá também vetá-lo, no
todo ou em parte, comunicando o fato em 48 (quarenta e oito) horas ao Presidente do Senado
Federal, expondo seus motivos. O silêncio importa sanção. Na ocorrência de veto, ele será

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apreciado em sessão conjunta, dentro de 30 (trinta) dias de seu recebimento. Não havendo
deliberação, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais
proposições, até sua votação final, com exceção das medidas provisórias. Para que o veto seja
rejeitado, isto é, para que se restabeleça o texto aprovado originalmente pelo Plenário, é
necessária maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio aberto (art. 66, § 4º,
da CF, com a redação dada pela EC n. 76/13). Se o veto for derrubado, o projeto será enviado,
para promulgação, ao Presidente da República. Se o veto for mantido, o projeto será
promulgado pelo Executivo sem a parte que foi vetada.

4.4) Execução

Com a aprovação e publicação da lei orçamentária, passará a lei a vigorar, devendo ser cumprida.
Assim o executivo poderá utilizar os recursos conforme o disposto na lei orçamentária.

Neste sentido, a LRF em seu art. 8º dispões que o Executivo estabeleça, em até 30 (trinta) dias após
a publicação dos orçamentos, a programação financeira e o cronograma de execução mensal de
desembolso. Com essa programação, os administradores começam a executar o orçamento.

4.5) Controle

O gasto público necessita passar por rigoroso controle para que possa ser devidamente efetuado.
Dessa forma, tanto os gastos quanto as receitas são passíveis de efetiva fiscalização e de controle.

Aos órgãos de controle, principalmente o Tribunal de Contas, incumbe apreciar e julgar a correta ou
incorreta aplicação dos recursos públicos, de acordo com as normas que disciplinam o controle das
contas públicas.

4.6) Orçamento-programa

O chamado orçamento-programa refere-se ao orçamento que interliga o planejamento e as funções


executivas da organização. A estrutura deste orçamento mira nos aspectos administrativos e de
planejamento.

Dessa forma, a execução orçamentária é um indicador efetivo e fundamental da eficácia do


planejamento (caso o orçamento seja bem feito), uma vez que os gastos estarão sendo direcionados
ao que foi previamente concebido, ou seja, planos de governo e políticas sociais de caráter geral.

4.7) Orçamento na Constituição Federal de 1988

O orçamento e o planejamento do governo são dispostos de forma efetiva na Constituição de 1988,


através de três leis/instrumentos: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e
a Lei Orçamentária Anual (LOA).

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Dispõe a CF/88 que:

Art. 165 (...) § 9º - Cabe à lei complementar:

I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do


planoplurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta


bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.

III – dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão
adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e
limitação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e
12 do art. 166.

Os projetos de lei apresentados pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo serão analisados por uma
comissão mista de deputados e senadores e apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional,
na forma do seu regimento comum. Os projetos, após aprovados, terão status de Leis Ordinárias.

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao


orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso
Nacional, na forma do regimento comum.

§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas
apresentadas anualmente pelo Presidente da República

II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais


previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem
prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de
acordo com o art. 58.

Conforme se verifica, cabe ao Poder Executivo elaborar e ao Poder Legislativo discutir e aprovar
(após, necessita de sansão presidencial). Já em relação à fiscalização, incumbe ao Poder Legislativo,
com auxílio do Tribunal de Contas. Vejamos cada uma destas leis:

4.7.1) Plano Plurianual

Trata-se de peça orçamentária que estabelece as metas e prioridades da Administração em longo


prazo, somente podendo dispor sobre, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e metas
para as despesas de capital e outras delas decorrentes e despesas de duração continuada (aquelas
com duração igual ou superior a dois exercícios).

Caso não ocorre o envio do PPA pelo Chefe do Executivo implica em crime de responsabilidade.

Conforme dispõe o art. 165, § 9º, da CF que cabe à lei complementar:

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“I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; ”.

Na ausência dessa lei complementar, que ainda não foi editada, o ADCT é aplicado:

Art. 35. (...)

§ 2º ADCT Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II,
serão obedecidas as seguintes normas:

I – o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do
mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento
da sessão legislativa;

Assim, o PPA terá vigência durante os três últimos anos do mandato de um Presidente e o primeiro
ano do mandato do Presidente seguinte.

O prazo para o envio é o mesmo da Lei orçamentária, até 31 de agosto (quatro meses antes do
término do primeiro exercício do Presidente) e tem que ser aprovada até o final da sessão legislativa,
cuja data é 22 de dezembro.

Assim, depreende-se que o plano plurianual tem duração de 4 anos.

4.7.2) Lei de Diretrizes Orçamentárias

A LDO determinará as metas e diretrizes da Administração Pública, bem como estabelecerá as


diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em observância à trajetória sustentável da dívida
pública. Orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Atente-se sempre para o fato de que é uma lei que visa a direcionar a elaboração da LOA. A LDO
deverá ser encaminhada pelo Chefe do Executivo até 15 de abril, e devolvida para sanção até o
término do primeiro período da sessão legislativa - 17 de julho. Atualmente, a principal lei
orçamentária é a LDO.

Neste sentido:

Art.35. (...) § 2º, II – o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito
meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o
encerramento do primeiro período da sessão legislativa; (até 17 de julho é necessário aprová-
la, art. 57, CF/88).

Caso o prazo de devolução seja descumprido, os Congressistas não poderão entrar de férias, até que
aprovem a LDO e remetam para sanção. É o que prevê a CF/88:

Art.57. (...) § 2º – A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de
lei de diretrizes orçamentárias.

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Por fim, o art. 165, § 2º, da CF, conceitua a LDO:

Art. 165. (...) § 2º. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas,
em consonância com trajetória sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei
orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a
política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

4.7.3) Lei Orçamentária Anual

A LOA deverá compreender todas as receitas e despesas estatais, incluindo os orçamentos de


investimento, fiscal e da seguridade social, devendo ainda guardar compatibilidade com a LDO.

O projeto da LOA deverá ser encaminhado ao Congresso até 30 de agosto, e deverá ser devolvido
para sanção até o término da sessão legislativa. Sua vigência será de 1 ano, correspondendo ao
exercício civil;

Conforme decidiu o STF, são inconstitucionais as decisões judiciais que determinam a constrição de
verbas públicas oriundas de Fundo Estadual de Saúde (FES) — que devem ter aplicação compulsória
na área de saúde — para atendimento de outras finalidades específicas:

São inconstitucionais as decisões judiciais que determinam a constrição de verbas públicas


oriundas de Fundo Estadual de Saúde (FES) — que devem ter aplicação compulsória na área
de saúde — para atendimento de outras finalidades específicas A Justiça do Trabalho proferiu
diversas decisões judiciais determinando o bloqueio, arresto, penhora e sequestro de valores
que estavam das contas administradas pelo Poder Executivo. Foram bloqueadas verbas
públicas oriundas de Fundo Estadual de Saúde (FES). Os bloqueios foram realizados para o
pagamento de condenações proferidas pela Justiça do Trabalho contra o Estado-membro. O
Governador ajuizou ADPF contra esse conjunto de decisões judiciais alegando que houve
violação a diversos preceitos fundamentais, em especial àqueles referentes ao sistema
orçamentário. O STF entendeu que decisões judiciais que determinam o bloqueio, penhora ou
liberação, para satisfação de créditos trabalhistas, de receitas públicas oriundas do Fundo
Estadual de Saúde objeto de contratos de gestão firmados entre o Estado-membro e
entidades de terceiro setor, violam o princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da
CF/88), o preceito da separação funcional de poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III, da CF/88), o
princípio da eficiência da Administração Pública (art. 37, caput, da CF/88) e o princípio da
continuidade dos serviços públicos (art. 175 da CF/88). STF. Plenário. ADPF 664/ES, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 16/4/2021 (Info 1013).

Da mesma forma, o STF já reconheceu a inconstitucionalidade de decisão judicial que determina a


constrição de verbas de empresa estatal que desempenha serviço público essencial, em regime não
concorrencial e sem intuito de lucro:

É inconstitucional decisão judicial que determina a constrição de verbas de empresa estatal


que desempenha serviço público essencial, em regime não concorrencial e s em intuito de
lucro. Os recursos públicos vinculados ao orçamento de estatais prestadoras de serviço
público essencial, em regime não concorrencial e sem intuito lucrativo primário, não podem
ser bloqueados ou sequestrados por decisão judicial para pagamento de verbas trabalhistas,
em virtude do disposto no art. 100 da CF/1988, e dos princípios da legalidade orçamentária

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(art. 167, VI, da CF), da separação dos poderes (arts. 2º, 60, § 4º, III, da CF) e da eficiência da
administração pública (art. 37, ‘caput’, da CF). STF. Plenário. ADPF 588/PB, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 26/4/2021 (Info 1014).

Lembre-se sempre que na LOA não poderá constar previsão de dotação para despesa com duração
superior a um exercício financeiro não constante no PPA. Ademais, também é vedada a consignação
de crédito com finalidade imprecisa ou dotação ilimitada. A LOA, no âmbito federal, será apreciada
por Comissão Mista Permanente.

4.8) Crédito Orçamentário Inicial

Entende-se como crédito orçamentário inicial ou ordinário aquele crédito aprovado pela lei
orçamentária anual, constante dos orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das
empresas estatais.

A LOA é organizada na forma de créditos orçamentários, aos quais estão consignadas dotações,
institui-se o crédito orçamentário através do conjunto de categorias classificatórias e contas que
especificam as ações e operações autorizadas pela lei orçamentária, com a finalidade de executar os
programas governamentais. Por sua vez, a dotação é o montante de recursos financeiros com que
conta o crédito orçamentário.

Dessa forma, o crédito orçamentário é portador de uma dotação e esta define o limite de recurso
financeiro autorizado.

4.9) Estágios Da Despesa Orçamentária

A despesa pública é conceituada como a aplicação do dinheiro arrecadado no custeio dos serviços
públicos. Possui 3 estágios, os quais estão presentes na Lei nº 4.320/64: empenho, liquidação e
pagamento.

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etapa em que o governo
reserva o dinheiro que será
Empenho pago quando o bem for
entregue ou o serviço
concluído.

quando se verifica que o


Estágios da despesa
Liquidação governo recebeu aquilo que
orçamentária
comprou.

realizado após se verificar se


Pagamento o cumprimento de todas as
fases anteriores

4.10) Dívida Pública

As receitas e despesas da União estão diretamente ligadas ao orçamento público, uma vez que a Lei
Orçamentária Anual (LOA) estima as receitas e fixa as despesas de todo o Governo Federal.

Quanto a receita pública, pode-se definir como toda entrada de recursos que possa ser integrada ao
patrimônio público. Logo, receita pública é qualquer quantia recebida pelos cobres públicos e que
gere um aumento do patrimônio público.

Segundo a Lei 4.320/64, a receita poderá ser classificada em Correntes e de Capital:

Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e


Receitas de Capital.

§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial,


agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender
despesas classificáveis em Despesas Correntes.

§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos


de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos
de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis
em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.

Já quanto a despesa pública, nos dizeres de Aliomar Baleeiro: “é a aplicação de certa quantia em
dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, dentro duma autorização
legislativa, para execução de fim a cargo do Governo”.

A lei n. 4.320/64 classifica as despesas públicas em dois grandes grupos: despesas correntes e
despesas de capital.

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As Despesas Correntes são subdivididas em Despesas de Custeio e Transferências Correntes, assim
definindo a Lei 4.320/64:

Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas:

DESPESAS CORRENTES

Despesas de Custeio

Transferências Correntes

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos

Inversões Financeiras

Transferências de Capital

§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços


anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação
de bens imóveis.

§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as quais não


corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e
subvenções destinadas a atender à manutenção de outras entidades de direito público ou
privado.

§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências destinadas a cobrir


despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:

I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter


assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;

II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter


industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de


obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização
destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações,
equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que
não sejam de caráter comercial ou financeiro.

§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:

I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;

II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer


espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;

III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos


comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras


que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de
contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou

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contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente
anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.

Despesas de Custeio

Correntes
Transferências Correntes

DESPESAS
Investimentos

Dissimulação Inversões Financeiras

Transferências de Capital

4.10.1) Dívida, Resultado Primário e Resultado Nominal

O déficit público se concretiza quando os investimentos e gastos do governo em geral superam às


receitas ou à poupança pública, que por sua vez trata-se da diferença existente entre as receitas
líquidas de transferências e os investimentos, conforme apresentado pelas Contas Nacionais.

O superávit se dará justamente quando esse resultado for positivo, caso o resultado seja negativa se
concretizará o déficit.

Havendo déficit público/fiscal, surge a necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP). A


cobertura dessa necessidade de financiamento se dará de duas formas:

Emissão de moeda: Banco Central ou


autoridade equivalente emite a moeda e
deposita na conta do Tesouro Nacional, e em
troca pode receber títulos de dívida do Tesouro
ou não.
Formas da necessidade de financiamento

Operações de Mercado Aberto (Open


Market): frente ao déficit fiscal, o Tesouro
Nacional pode emitir títulos de dívida ao setor
privado.

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4.10.2) Déficit/Resultado Primário, Operacional e Nominal

Corresponde
Resultado Primário as Receitas não-financeiras – Despesas
não-financeiras.

Corresponde ao Resultado primário –


Resultado Nominal
despesas financeiras + receitas financeiras

Resultado Operacional Corresponde ao Resultado nominal –


juros reais da dívida pública.

4.11) Noções De Títulos Públicos

São responsáveis pela emissão dos títulos públicos:

Secretaria do Tesouro Nacional (STN): trata-se de órgão do Governo Federal ligado ao


Ministério da Economia. A STN visa administrar a dívida pública, operacionalizando no mercado
financeiro através da emissão de títulos de dívidas, bem como gerando informações sobre as
finanças públicas.

Banco Central do Brasil (Bacen): autoridade monetária brasileira, que possui competência para
manter a estabilidade da moeda, sendo considerado o Banco dos bancos. Possui poder regulamentar
do mercado financeiro e monetário, bem como negociando títulos de dívida para execução de
Política Monetária.

O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) é uma infraestrutura do mercado financeiro


brasileiro que faz parte do Sistema de Pagamentos Brasileiros (SPB), sendo responsável por efetuar
a custódia e o registro de transações de maioria dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. Assim,
o SELIC é responsável por grande parte da execução da Política Monetária no Brasil.

Do Sistema Especial de Liquidação e Custódia também deriva a chamada Taxa Selic, uma taxa de
juros básica da economia.

Com a finalidade de manter a inflação dentro da meta, o Bacen opera no mercado de títulos públicos
a fim de que a taxa Selic esteja de acordo com a meta definida em reunião do Comitê de Política
Monetária do Bacen, o chamado Copom.

Existem diversos títulos que são ofertados pelo Tesouro Nacional, vejamos:

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Títulos prefixados: preste sempre bastante atenção na nomenclatura dos títulos, pois costumam
ser bastante indicativos. Os títulos prefixados, por exemplo, são aqueles em que a taxa de juros estão
prefixados desde o momento da compra do título.

Títulos pós-fixados: fixa-se a taxa de juros após o período de compra ou apenas no vencimento.

Títulos híbridos: trata-se de combinação dos títulos anteriores.

Vejamos alguns exemplos de títulos em negociação pela STN:

Tesouro Selic: trata-se de título pós-fixado atrelado à taxa Selic. Possui como característica a
baixa volatilidade, ou seja, seu valor de face se mantém quase constante já que envolve a taxa Selic,
também possui alta liquidez, sendo vendido e comprado sempre que o mercado está aberto.

Tesouro Prefixado: trata-se de título prefixado, o qual possui taxa fixa já previamente definida
quando da contratação do título.

Tesouro Prefixado com juros semestrais: trata-se de título prefixado, assim como o anterior.
Porém, nesse caso os juros sobre o capital são pagos semestralmente.

Tesouro IPCA+: trata-se de título misto, no qual uma parte da rentabilidade é uma taxa de juros
prefixada e outra parte é variação da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA).

Tesouro IPCA+ com juros semestrais: trata-se de título bem semelhante ao anterior, porém,
neste caso há o pagamento de juros semestralmente.

PRODUTOS BANCÁRIOS

1) Introdução

Continuaremos estudando para Caixa Econômica Federal, na disciplina de Conhecimentos Bancários.

1- Produtos Bancários: Programas sociais e Benefícios do trabalhador; Noções de cartões de


crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, poupança, capitalização,
previdência, consórcio, investimentos e seguros.

2) Operações de Crédito Bancário

Crédito, originado da expressão "crer", carrega consigo o significado de confiança. No contexto


financeiro, a operação de crédito representa uma fonte adicional de recursos, obtidos de terceiros
como bancos, financeiras e cooperativas de crédito. Esse mecanismo possibilita a aquisição de bens
ou a contratação de serviços de maneira antecipada, estabelecendo-se como um contrato entre o
tomador (consumidor, seja pessoa física ou jurídica) e o credor (frequentemente uma instituição
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financeira). Nesse acordo, o credor disponibiliza ao tomador uma quantia de recursos financeiros, a
ser devolvida em um prazo determinado, acrescida de juros.

O Banco Central do Brasil (BACEN) classifica as operações de crédito em três modalidades, vejamos:

Empréstimos: Títulos Descontados:


Operações sem Operações que Financiamentos:
destinação específica, envolvem o desconto
Operações com destinação específica,
concedidas sem de títulos a vencer,
vinculadas à comprovação da aplicação
vínculo à comprovação conhecidas como
dos recursos. Exemplos incluem
da aplicação dos antecipação de
financiamentos para parques
recursos. Exemplos recebíveis. Exemplos
industriais, máquinas, equipamentos,
incluem capital de giro, são cheques pré-
bens de consumo durável, rurais e
empréstimos pessoais, datados, duplicatas e
imobiliários.
consignados, entre faturas de cartão de
outros. crédito.

Dentro dessas categorias, o mercado oferece diversas modalidades de operações transacionadas


pelas instituições financeiras:

Empréstimos:

Empréstimo Pessoal:
Capital de Giro:
Modalidade simples e amplamente
Financiamento para operação diária de
conhecida, sem vínculo específico de
empresas.
uso.

Empréstimo Pessoal com Garantia: Empréstimo Rotativo:


Similar ao crédito pessoal, mas com a Utilizado em cartões de crédito,
necessidade de oferecer um bem funciona como um financiamento
como garantia. automático da fatura.

Empréstimo Consignado: Cheque Especial:


Destinado a funcionários públicos, Crédito pré-aprovado para clientes de
aposentados e pensionistas, com conta corrente, acionado quando não
desconto em folha de pagamento. há recursos disponíveis.

Adiantamento a Depositantes:
Disponibilização de recursos quando o
cliente não possui saldo ou excede o
limite de cheque especial.

Títulos Descontados: Desconto de cheques, duplicatas mercantis e faturas de cartão de crédito,


envolvendo a antecipação de valores sobre títulos a vencer.

Financiamentos:

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Financiamento de Máquinas
Financiamento
Financiamento Rural: e Equipamentos:
Imobiliário:
Linha de crédito destinada Financiamento para aquisição
Modalidade de longo
a produtores rurais para de equipamentos, máquinas e
prazo para aquisição de
despesas de produção, bens de informática,
imóveis, sejam novos,
máquinas e benfeitorias. destinado à atividade
usados ou em construção.
econômica do cliente.

Arrendamento Mercantil: Uma alternativa adicional para a aquisição de bens é o arrendamento


mercantil, também conhecido como leasing. Nesse tipo de operação, a propriedade do bem
arrendado pertence à arrendadora, geralmente uma instituição financeira. O arrendatário, ou seja,
o cliente, tem o direito de utilizar o bem durante o prazo do contrato. Importante destacar que os
contratos de arrendamento mercantil oferecem ao arrendatário a opção de compra do bem ao final
do contrato. Além disso, existe a flexibilidade de renovar o contrato por um período adicional ou
devolver o bem ao término do contrato.

Essas operações de leasing podem ser classificadas como "financeiras" ou "operacionais", vejamos:

No leasing financeiro, que se assemelha a uma operação de financiamento, o contrato abrange a quase
totalidade do valor do bem. Nesse caso, é comum que o cliente opte pela aquisição do bem ao término
do contrato.

Por outro lado, o leasing operacional tem um prazo mais curto, assemelhando-se a uma locação. Esse
tipo de contrato é mais utilizado quando o cliente não pretende, pelo menos inicialmente, adquirir o bem
permanentemente. Ele pode necessitar do bem apenas temporariamente ou desejar trocá-lo por um
modelo mais moderno assim que possível.

Essa flexibilidade torna o leasing uma opção versátil para as necessidades diversas dos clientes.

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2.1) Riscos da Atividade Bancária

A Resolução nº 2682, datada de 21 de dezembro de 1999, estabelece diretrizes fundamentais para a


classificação e provisionamento das operações de crédito por parte das instituições financeiras
autorizadas pelo Banco Central do Brasil (BACEN). Essa classificação, realizada pela instituição
detentora do crédito, deve ser executada com base em critérios sólidos e verificáveis, apoiada por
informações internas e externas, abrangendo aspectos relacionados ao devedor, seus garantidores
e à operação em si.

A revisão mensal dessa classificação é crucial, especialmente diante de atrasos no pagamento,


seguindo os seguintes parâmetros:

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(I) - Atraso entre 15 e 30 dias: Risco Nível B; (IV) - Atraso entre 91 e 120 dias: Risco Nível E;

(II) - Atraso entre 31 e 60 dias: Risco Nível C; (V) - Atraso entre 121 e 150 dias: Risco Nível F;

(III) - Atraso entre 61 e 90 dias: Risco Nível D; (VI) - Atraso entre 151 e 180 dias: Risco Nível G;

(VII) - Atraso superior a 180 dias: Risco Nível H.

Os níveis de provisionamento devem ser constituídos mensalmente, com percentuais mínimos


obrigatórios sobre o valor das operações, conforme abaixo:

a) 0,5% sobre o valor b) 1% sobre o valor c) 3% sobre o valor


das operações das operações das operações
classificadas como classificadas como classificadas como
risco Nível A; risco Nível B; risco Nível C;

f) 50% sobre o valor e) 30% sobre o valor d) 10% sobre o valor


das operações das operações das operações
classificadas como classificadas como classificadas como
risco Nível F; risco Nível E; risco Nível D;

g) 70% sobre o valor h) 100% sobre o valor


das operações das operações
classificadas como classificadas como
risco Nível G; risco Nível H.

Tome nota!

Quanto às operações classificadas como risco Nível H, após 6 meses nesse patamar, contados a
partir do atraso superior a 180 dias, os registros em contas contábeis patrimoniais devem ser
baixados e transferidos para contas de compensação apropriadas. A permanência da operação em
conta de compensação é necessária por, no mínimo, 5 anos, enquanto persistirem os procedimentos
de cobrança.

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Ex.: Vamos considerar uma instituição financeira que concedeu um empréstimo a um cliente para
a aquisição de equipamentos industriais. Inicialmente, a operação é classificada como risco Nível C,
pois é uma operação de financiamento com destinação específica.

Suponha que, ao longo do tempo, o cliente comece a enfrentar dificuldades financeiras, resultando
em atrasos nos pagamentos. Após 60 dias de atraso, a classificação do risco é reavaliada e elevada
para Nível D, de acordo com as diretrizes da Resolução nº 2682.

Com base nessa reclassificação, a instituição financeira deve provisionar recursos mensalmente,
considerando o novo nível de risco. O percentual de provisionamento sobre o valor da operação,
agora classificada como risco Nível D, é de 10%. Isso significa que a instituição reserva uma
porcentagem desse valor para cobrir possíveis perdas.

Se a situação persistir, e após 180 dias de atraso, atingindo o risco Nível H, a instituição tomará
medidas adicionais, como a baixa dos registros em contas contábeis patrimoniais e a transferência
para contas de compensação. Esse processo ocorre após seis meses desde a classificação como risco
Nível H, mantendo a operação registrada em conta de compensação por pelo menos cinco anos,
enquanto são realizados os procedimentos de cobrança. Este é um exemplo prático de como as
diretrizes de nível de risco e provisionamento são aplicadas no setor financeiro.

Por outro lado, temos os riscos na atividade bancária que são fatores que representam potenciais
ameaças à estabilidade financeira e operacional das instituições bancárias. Esses riscos incluem:

Risco de Crédito: Relacionado à possibilidade de inadimplência por parte dos tomadores de


empréstimos. O banco pode enfrentar perdas se os clientes não conseguirem pagar os empréstimos
concedidos.

Ex.: Um banco concede um empréstimo substancial a uma empresa que, posteriormente, enfrenta
dificuldades financeiras significativas e não consegue pagar a dívida conforme acordado.

Risco de Mercado: Refere-se às perdas potenciais devido a flutuações nos mercados financeiros,
como mudanças nas taxas de juros, câmbio e valores mobiliários.

Ex.: Uma instituição financeira investe considerável parte de seus ativos em títulos do governo. Se
houver uma súbita mudança nas taxas de juros, o valor desses títulos pode diminuir, resultando em
perdas para o banco.

Risco Operacional: Associado a falhas nos processos internos, sistemas, pessoal ou eventos
externos, que podem impactar adversamente as operações do banco.

Ex.: Um banco sofre uma interrupção significativa em seu sistema de processamento de


transações devido a um ataque cibernético, resultando em atrasos e erros nas operações bancárias
diárias.

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Risco Sistêmico: Relacionado à possibilidade de uma crise no sistema financeiro como um todo,
afetando várias instituições simultaneamente.

Ex.: Uma crise econômica global afeta vários setores, levando a uma queda generalizada nos
preços dos ativos. Isso pode desencadear uma série de eventos que impactam negativamente várias
instituições financeiras em todo o mundo.

Risco de Liquidez: Refere-se à incapacidade de uma instituição bancária cumprir suas obrigações
de curto prazo devido à falta de fundos disponíveis, o que pode levar a problemas de solvência.

Ex.: Um banco enfrenta uma retirada significativa de depósitos de clientes devido a rumores sobre
sua estabilidade financeira. Se o banco não tiver fundos suficientes em liquidez para atender às
demandas de saque, isso pode resultar em sérios problemas financeiros.

3) Operações de Crédito Geral

As operações de crédito geral referem-se a diversas formas de concessão de crédito por parte das
instituições financeiras. Elas desempenham um papel fundamental na economia, permitindo que os
consumidores e as empresas tenham acesso a recursos financeiros para atender às suas
necessidades. Duas categorias comuns de operações de crédito geral são o crédito pessoal e o
crédito direto ao consumidor.

Crédito Pessoal: O crédito pessoal é uma modalidade de empréstimo na qual os consumidores


obtêm recursos financeiros sem a necessidade de oferecer uma garantia específica, como um veículo
ou imóvel. Ele é utilizado para diversas finalidades, como cobrir despesas inesperadas, realizar
viagens, pagar dívidas ou investir em projetos pessoais.

O montante do
empréstimo e as O pagamento é feito
Pode ter taxas
Geralmente, condições são por meio de parcelas
de juros fixas
não requer determinados com mensais ao longo de
ou variáveis,
garantias base na avaliação da um prazo
dependendo do
específicas. capacidade de previamente
acordo.
pagamento do estabelecido.
tomador.

Crédito Direto ao Consumidor (CDC): O Crédito Direto ao Consumidor é uma forma de


financiamento na qual o consumidor pode adquirir bens e serviços, como automóveis,
eletrodomésticos ou eletrônicos, mediante um contrato de crédito direto com a instituição
financeira.

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Oferece a conveniência
As condições,
de pagamento
O bem como taxa de Pode incluir
parcelado, permitindo
adquirido serve juros e prazo, são seguros e outros
que o consumidor
como garantia geralmente custos
adquira produtos de
para o vinculadas ao tipo associados ao
valor mais elevado sem
empréstimo. de bem financiamento.
a necessidade de
financiado.
pagamento à vista.

3.1) Desconto de Duplicatas, Notas Promissórias e Cheques Pré-Datados

Contratos bancários que envolvem o desconto de recebíveis de títulos mercantis, como nota
promissória, duplicata, letra de câmbio e cheque, são comuns no ambiente empresarial. Nesse
processo, o descontário, seja pessoa física ou jurídica, transfere um título de crédito a terceiros
(banco descontador) e recebe antecipadamente o valor do título, descontando os juros
correspondentes ao período entre a antecipação e o vencimento. A operação é marcada pelo
empréstimo de dinheiro, antecipação de juros e transferência da propriedade do título por meio de
endosso.

A doutrina considera esse contrato como um acordo com características reais, oneroso e bilateral.
Em casos de inadimplência do devedor dos títulos junto ao banco, que adquire a propriedade do
título, o banco pode exigir o crédito na data de vencimento, sem eximir a responsabilidade do
descontário (direito de regresso). A transferência da propriedade do título ocorre, e o banco tem o
caminho da execução para recuperar o crédito caso o devedor não efetue o pagamento.

Cheques, duplicatas e notas promissórias são títulos de crédito comuns em transações comerciais,
cada um com suas características e diferenças. Esses documentos representam o direito a um crédito
de maneira eficiente e possibilitam a circulação e cobrança do seu valor.

De acordo com a legislação brasileira, títulos de crédito são considerados títulos executivos
extrajudiciais, conforme o Artigo 784, inciso I do Código de Processo Civil. Isso significa que o
beneficiário pode iniciar uma ação de execução sem a necessidade de uma ação de conhecimento
prévia.

Cheque: Duplicata:
• Ordem de pagamento à vista a um banco ou instituição • Título de crédito causal
financeira (Sacado) por alguém (Emitente ou Sacador) que vinculado à compra e venda de
possui fundos disponíveis. produto ou prestação de
• Deve ser apresentado ao Sacado em até 30 dias se emitido no serviço.
mesmo local do pagamento, ou 60 dias se emitido em local • Exige emissão de fatura entre
diferente, conforme a Lei do Cheque (Lei 7.357/85). as partes (sacador e sacado).
• Após o prazo de apresentação, inicia-se o prazo de 6 meses • Prazo de 3 anos para pretensão
para ação de execução do cheque. executória a partir do
• Após o prazo da ação de execução, começa o prazo de 2 anos vencimento, segundo a Lei das
para ação de enriquecimento ilícito. Duplicatas (Lei 5.474).
• Passado o prazo da ação de enriquecimento, o cheque pode
ser cobrado por meio de ação monitória até 5 anos. após a
emissão.

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Nota Promissória:
Promessa escrita e solene de pagamento.
Compromisso de alguém em pagar a outrem determinada quantia em dinheiro.
Prazo de 3 anos após o vencimento para ação executória contra o devedor.
Após o prazo acima, inicia-se o prazo de 3 anos para ajuizamento de ação de locupletamento ilícito.

Por outro lado, o cálculo de desconto de títulos é uma operação simples, realizado sob o regime de
juros simples (juro linear), diferentemente de outras operações do mercado financeiro que utilizam
cálculos exponenciais. Em caso de vencimento em um final de semana ou feriado, é comum ajustar
o vencimento para o próximo dia útil.

Uma prática frequente em operações de desconto é a cobrança do "D+" (D Mais), que representa a
adição de alguns dias ao prazo de vencimento dos recebíveis. Esse acréscimo visa remunerar a
operação pelos períodos referentes à compensação dos pagamentos, ou seja, o intervalo entre o
pagamento do título e o efetivo recebimento.

Os cálculos das operações de desconto são geralmente denominados "desconto por dentro",
"desconto racional" ou "desconto simples". Vejamos:

• Essa abordagem usa o regime de juros simples.

• A fórmula do desconto por dentro é: 100D=100V⋅t⋅d, onde D é o desconto, V é o valor nominal


do título, t é o prazo em dias e d é a taxa de desconto.

Já as operações de deságio, com juros exponenciais, são conhecidas como "desconto por fora",
"desconto composto" ou "desconto exponencial". Vejamos:

• Essa abordagem utiliza o regime de juros compostos.

• A fórmula do desconto por fora é: D=dV⋅(1−(1+d)−nt), onde D é o desconto, V é o valor nominal


do título, t é o prazo em dias, d é a taxa de desconto e n é o número de períodos de capitalização
por ano.

Tome nota!

Uma lista de títulos a serem descontados é conhecida como borderô.

4) Operações de Crédito Especializado

4.1) BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é uma instituição financeira


pública brasileira que tem como objetivo principal financiar e apoiar projetos que contribuam para
o desenvolvimento econômico e social do país. Uma das linhas de financiamento oferecidas pelo

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BNDES é o FINAME (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), que visa facilitar o acesso de
empresas a recursos para a aquisição de bens de capital.

A base legal para as operações do BNDES está fundamentada na Lei nº 1.628, de 20 de junho de
1952, que criou o BNDES. Além disso, outras leis e regulamentações, como a Lei nº 6.404/76 (Lei das
Sociedades por Ações) e a Lei nº 10.406/2002 (Código Civil), também podem ser aplicáveis às suas
operações.

A finalidade do BNDES, por meio do FINAME, é oferecer recursos financeiros para empresas
adquirirem máquinas, equipamentos, veículos e sistemas industriais nacionais. Esses recursos
destinam-se a promover o desenvolvimento econômico, a modernização do parque industrial e o
aumento da competitividade das empresas brasileiras.

O BNDES atua por meio de financiamentos diretos ou indiretos, utilizando recursos próprios ou
captados no mercado financeiro. No caso do FINAME, o BNDES pode financiar diretamente as
empresas ou atuar por meio de agentes financeiros credenciados, como bancos comerciais,
cooperativas de crédito e outras instituições financeiras autorizadas.

Vejamos as regras para as operações FINAME:

Quem Pode Solicitar?

Empresas sediadas no Brasil, fundações, associações, cooperativas e entidades/órgãos públicos


podem solicitar financiamento por meio do BNDES/FINAME.

O BNDES classifica o porte da empresa ou instituição com base na receita operacional bruta anual
ou renda anual. As classificações são as seguintes:

Pequena
empresa: Média empresa:
Microempresa: Receita maior que Grande empresa:
Receita menor ou Receita maior que R$ 4,8 milhões e Receita maior que
igual a R$ 360 mil. R$ 360 mil e menor ou igual a R$ 300 milhões.
menor ou igual a R$ 300 milhões.
R$ 4,8 milhões.

Quando a empresa faz parte de um grupo econômico, a classificação considera a Receita Operacional
Bruta (ROB) consolidada do grupo.

O Que Pode Ser Financiado?

Podem ser financiados máquinas, equipamentos, bens de informática e automação, além de bens
industrializados. Os itens a serem financiados devem ser novos, de fabricação nacional e
credenciados pelo BNDES.

Na Linha BK Aquisição e Comercialização, também é possível financiar capital de giro associado,


representando até 30% do valor total financiado.

Como Solicitar?

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O processo de solicitação pode variar, mas geralmente, envolve as seguintes etapas:

Credenciamento
Análise e
Projeto: de Desembolso:
Enquadramento: Contratação:
Apresentação Fornecedores: Os recursos
O BNDES realiza Após a
do projeto Os fornecedores financeiros são
a análise do aprovação, o
detalhando as dos bens a serem disponibilizados
projeto e verifica contrato de
necessidades financiados conforme o
se ele atende aos financiament
de devem ser cronograma do
requisitos para o é assinado.
financiamento. credenciados no projeto.
enquadramento.
BNDES.

Importante!

É importante destacar que não serão financiados bens destinados à atividade de produção florestal
em florestas nativas.

Tome nota!

Para serem passíveis de financiamento pelo BNDES Finame, as máquinas e equipamentos devem
estar previamente credenciados no BNDES.

4.2) Microfinanças

As microfinanças referem-se a serviços financeiros, como empréstimos, poupança e seguro,


disponibilizados a pessoas de baixa renda, microempreendedores e pequenas empresas que
geralmente não têm acesso aos serviços financeiros tradicionais.

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No Brasil, as instituições de microcrédito e microfinanças estão sujeitas à regulamentação do Banco
Central e outras agências reguladoras. A legislação brasileira também prevê o apoio a iniciativas de
microcrédito e empreendedorismo. Vejamos:

Microcrédito: Oferta de pequenos empréstimos a microempreendedores e indivíduos de baixa


renda, geralmente sem a necessidade de garantias tradicionais.

Poupança: Facilitação do acesso a serviços de poupança para incentivar o hábito de economizar


e proporcionar uma base financeira mais sólida.

Seguros Microfinanceiros: Oferta de produtos de seguro adaptados às necessidades específicas


de populações de baixa renda, como seguros de vida ou seguro contra riscos relacionados a
atividades produtivas.

Capacitação e Educação Financeira: Além dos serviços financeiros, as instituições de


microfinanças muitas vezes fornecem treinamento e educação financeira para melhorar a gestão
financeira e promover o sucesso dos empreendimentos.

Parcerias e Redes Locais: Muitas instituições de microfinanças estabelecem parcerias com


organizações locais e comunidades para entender melhor as necessidades e se integrar mais
efetivamente nas comunidades.

Tecnologia Financeira (Fintech): O uso de tecnologia, como aplicativos móveis e plataformas


online, pode ser uma parte integrante das operações de microfinanças, tornando os serviços mais
acessíveis e eficientes.

Finalidade:
A principal finalidade das microfinanças
é proporcionar inclusão financeira a
pessoas de baixa renda e pequenos
negócios, permitindo-lhes acessar
serviços financeiros básicos.

Empoderamento Econômico: Desenvolvimento Econômico:


As microfinanças buscam As microfinanças visam contribuir
empoderar os beneficiários, para o desenvolvimento econômico
capacitando-os financeiramente ao fornecer capital de giro para
para melhorar suas condições de pequenos empreendimentos,
vida e promovendo a autonomia estimulando o crescimento de
econômica. negócios locais.
Combate à Pobreza:
Ao oferecer serviços financeiros a
populações economicamente
vulneráveis, as microfinanças têm como
objetivo contribuir para a redução da
pobreza, possibilitando que as pessoas
invistam em suas atividades produtivas.

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Momento da Questão

ACEP(2010) – As microfinanças têm permitido maior acesso da população de baixa renda ao


mercado financeiro, por intermédio da oferta de serviços e produtos bancários. Em relação à
inserção dessa população no mercado bancário, assinale a alternativa CORRETA

a) Apenas os bancos oficiais estão autorizados a realziar operações de microcrédito destinadas à


população de baixa renda e a microempreendedores.

b) Consideram-se operações de microcrédito aquelas realizadas com pessoas jurídicas até o valor
de até R$ 20.000,00 e de pessoas físicas até R$ 10.000,00.

c) O Programa de Microcrédito Produtivo Orientado do Banco do Nordeste do Brasil S.A.


(Crediamigo) facilita o acesso ao crédito a milhares de empreendedores que desenvolvem atividades
relacionadas à produção, à comercialização de bens e à prestação de serviços.

d) Não se incluem no âmbito do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado, instituído


pela Lei Federal n°. 11.110, de 25 de abril de 2005, as operações de microcrédito concedidas por
cooperativas singulares de crédito.

e) Nas operações de microcrédito, dentre as garantias exigidas, não é permitido o aval solidário em
grupo.

Gabarito: Letra C.

Comentário: A alternativa C é correta porque o Programa de Microcrédito Produtivo Orientado


do Banco do Nordeste do Brasil (Crediamigo) realmente facilita o acesso ao crédito para milhares de
empreendedores que atuam em atividades relacionadas à produção, à comercialização de bens e à
prestação de serviços. O Crediamigo é uma iniciativa que visa atender microempreendedores,
especialmente aqueles que enfrentam dificuldades de acesso ao crédito no mercado financeiro
tradicional. O programa é conhecido por formar grupos de empreendedores, simplificar o processo
de análise de crédito e oferecer condições mais acessíveis para pequenos financiamentos. Portanto,
a afirmativa está alinhada com a proposta e os objetivos do Crediamigo. Vamos analisar as demais
alternativas:

A. Esta afirmação é incorreta. Não apenas os bancos oficiais estão autorizados a realizar operações
de microcrédito. Existem diversas instituições financeiras, inclusive organizações não governamentais
(ONGs) e cooperativas de crédito, que podem atuar nesse segmento.

B. Esta afirmação é incorreta. O valor mencionado não é uma regra universal para todas as operações
de microcrédito. As condições podem variar de acordo com a política de cada instituição financeira
ou programa de microcrédito.

D. Esta afirmação é incorreta. O Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado, instituído


pela Lei Federal n°. 11.110, de 25 de abril de 2005, abrange diversas instituições financeiras, incluindo
cooperativas singulares de crédito.

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E. Esta afirmação é incorreta. O aval solidário em grupo é uma prática comum em programas de
microcrédito, onde os membros do grupo se responsabilizam solidariamente pelos empréstimos
concedidos a cada um de seus integrantes, proporcionando uma garantia coletiva.

5) Produtos Bancários

As instituições financeiras, conhecidas como bancos, desempenham papéis cruciais no sistema


financeiro e oferecem diversos tipos de serviços. Os produtos bancários fazem parte do nosso
cotidiano e são oferecidos por diversas instituições financeiras. Alguns dos produtos mais comuns
incluem:

Cartões de Crédito e Débito:


Meios de pagamento amplamente utilizados para compras. A escolha entre débito e
crédito muitas vezes gera dúvidas, e entender as diferenças é crucial.

Contas Correntes:
Permitem a movimentação frequente de recursos, pagamentos e recebimentos.
Podem oferecer serviços como talão de cheques e cartões.
Produtos Bancários

Empréstimos e Financiamentos:
Oferecem capital financeiro para os clientes, seja para necessidades imediatas por
meio de empréstimos ou para aquisição de bens através de financiamentos.

Serviços de Assessoria Financeira:


Prestados principalmente por bancos de investimento, auxiliam clientes na gestão e
alocação de recursos financeiros.

Investimentos:
Incluem opções como Certificados de Depósito Bancário (CDB), Letras de Crédito (LCI
e LCA), entre outros, que proporcionam aos investidores a oportunidade de obter
rendimentos.

5.1) Depósitos à vista e depósitos a prazo (CDB e RDB)

Depósitos à vista: Os depósitos à vista referem-se aos valores mantidos em contas correntes e
são disponíveis para saque a qualquer momento pelo titular da conta. Esses depósitos não possuem
prazo determinado e geralmente não geram rendimentos significativos. São considerados depósitos
à vista os saldos disponíveis em contas correntes tradicionais.

Depósitos a prazo (CDB e RDB): Os depósitos a prazo referem-se a valores depositados em


contas que possuem um prazo definido para resgate, e em contrapartida, oferecem uma
remuneração ao depositante. Dois exemplos comuns de depósitos a prazo são o Certificado de
Depósito Bancário (CDB) e o Recibo de Depósito Bancário (RDB). Vejamos:

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Certificado de Depósito Bancário (CDB):
Recibo de Depósito Bancário (RDB):

O CDB é um título emitido por bancos com o


Similar ao CDB, o RDB é um título de renda fixa
objetivo de captar recursos. O investidor faz um
emitido por instituições financeiras. No entanto,
depósito por um período determinado, e em
ele possui a peculiaridade de ser intransferível e
troca, o banco paga juros sobre o valor investido.
inegociável antes do vencimento. Isso significa
Os CDBs podem ser pré-fixados (taxa de juros
que o investidor que adquire um RDB deve
definida no momento da aplicação) ou pós-
manter o investimento até o prazo estipulado
fixados (atrelados a indicadores como a taxa Selic
para resgatar os recursos.
ou o CDI).

Tanto os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) quanto os Recibos de Depósito Bancário (RDBs)
são produtos financeiros emitidos por bancos e têm características similares, mas a principal
diferença entre eles é a liquidez. Vejamos:

Tipos de Remuneração:
Prazo de Vencimento:

Ambos os produtos podem ser Cobertura pelo FGC:


Tanto os CDBs quanto os RDBs
pré-fixados, pós-fixados ou
têm prazos de vencimento que
atrelados a índices como o Ambos os investimentos são
podem variar de um dia a 24
IPCA (Índice Nacional de cobertos pelo Fundo
meses, oferecendo opções
Preços ao Consumidor Amplo). Garantidor de Crédito (FGC)
para diferentes perfis de
Essa variedade permite que os em até R$250 mil por CPF e
investidores.
investidores escolham o tipo por instituição financeira. Isso
de rentabilidade que desejam. proporciona uma garantia
adicional aos investidores em
caso de problemas financeiros
na instituição emissora.

A Diferença principal está na liquidez, vejamos:

Liquidez dos CDBs: Os CDBs geralmente possuem liquidez diária, o que significa que o
investidor pode resgatar seus recursos a qualquer momento antes do vencimento. Além disso,
alguns CDBs podem ser negociados no mercado secundário, permitindo a venda antes do
vencimento.

Liquidez dos RDBs: Os RDBs, por outro lado, têm uma característica de liquidez restrita. Eles
geralmente só podem ser resgatados no vencimento do prazo estipulado no momento da aplicação.
Não possuem a mesma flexibilidade de resgate diário que alguns CDBs oferecem.

6) Cartões de Crédito e Débito

Os cartões são categorizados em débito e crédito, cada um com suas características:

Cartão de Débito: Atrelado à conta corrente, permite pagamentos à vista. O valor da transação
é imediatamente debitado da conta do usuário.

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Cartão de Crédito: Oferece uma linha de crédito ao usuário. As compras feitas no cartão são
acumuladas e faturadas mensalmente. É possível pagar o valor total ou optar pelo pagamento
mínimo.

Existem dois tipos de cartão de crédito:

Cartão básico: utilizado exclusivamente para fins de pagamento de compras/serviços, por ser um
cartão mais simples, possui menor tarifa de anuidade em relação aos demais.

Cartão diferenciado: permite um tratamento diferenciado dos clientes, com a oferta de serviços
não existentes no básico, como por exemplo, os serviços de benefícios ou recompensas.

Os cartões de crédito, sejam básicos ou diferenciados, podem envolver diversas taxas que os usuários
devem estar cientes. Vejamos as principais taxas associadas aos cartões de crédito:

Anuidade:
Valor cobrado anualmente dos titulares de cartões. Pode ser pago de
forma parcelada ou integral.

Emissão de Segunda Via do Cartão:


Aplicada em casos de perda, roubo ou danos causados pelo
usuário ao cartão. A emissão da segunda via não deve ser cobrada
em situações de erro do banco ou quando o cartão está vencido.

Taxas para Pagamentos de Contas: Alguns cartões permitem o


pagamento de contas utilizando o limite de crédito, sujeito a taxas
pela instituição financeira.

Avaliação Emergencial de Crédito: Serviço que pode ser


contratado pelo cliente. Permite que, se o limite do cartão for
excedido durante uma compra, o banco faça uma análise
emergencial de crédito para decidir se libera um "limite extra".

Saque com o Cartão de Crédito:


Alguns cartões oferecem a opção de sacar dinheiro usando um
limite específico. No entanto, essa transação está sujeita a tarifas.

Importante!

Ao pagar apenas o valor mínimo ou qualquer quantia inferior ao total da fatura, os usuários podem
entrar no crédito rotativo, levando a cobranças adicionais de juros e custos financeiros no próximo
mês.

O crédito rotativo fica disponível até o vencimento da próxima fatura, que geralmente ocorre em um
prazo de 30 dias.

Após o vencimento da próxima fatura, a instituição financeira é obrigada a oferecer ao cliente a


opção de parcelamento da dívida. As condições do parcelamento geralmente são mais vantajosas

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em termos de taxas de juros e custos financeiros em comparação com a utilização contínua do
crédito rotativo.

7) Crédito Direto ao Consumidor

O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) trata-se de modalidade de crédito destinado a consumidores,


seja pessoa física ou pessoa jurídica, com o objetivo de aquisição de bens e serviços, com pagamento
parcelado.

Há cobrança de juros e IOF.

Cartões de crédito também


concedem.

A garantia, geralmente, é
o próprio bem - alienação
fiduciária.

CDC Destinado a consumidores

Aquisição de bens e serviços

CDC-i: empresa vendedora


é a interveniente da operação.

8) Crédito Rural

O Crédito Rural refere-se a modalidade de crédito concedida por instituições integrantes do


chamado Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR).

A Lei nº 4829/65, assim define o crédito rural:

Art. 2º Considera-se crédito rural o suprimento de recursos financeiros por entidades públicas
e estabelecimentos de crédito particulares a produtores rurais ou a suas cooperativas para

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aplicação exclusiva em atividades que se enquadrem nos objetivos indicados na legislação em
vigor.

A referida lei também trata das modalidades de crédito rural, assim dispondo:

Art. 8º O crédito rural restringe-se ao campo específico do financiamento das atividades rurais
e adotará, basicamente, as modalidades de operações indicadas nesta Lei, para suprir as
necessidades financeiras do custeio e da comercialização da produção própria, como também
as de capital para investimentos e industrialização de produtos agropecuários, quando
efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural.

Art. 9º Para os efeitos desta Lei, os financiamentos rurais caracterizam-se, segundo a


finalidade, como de:

I - custeio, quando destinados a cobrir despesas normais de um ou mais períodos de produção


agrícola ou pecuária;

II - investimento, quando se destinarem a inversões em bens e serviços cujos desfrutes se


realizem no curso de vários períodos;

III - comercialização, quando destinados, isoladamente, ou como extensão do custeio, a cobrir


despesas próprias da fase sucessiva à coleta da produção, sua estocagem, transporte ou à
monetização de títulos oriundos da venda pelos produtores;

IV - industrialização de produtos agropecuários, quando efetuada por cooperativas ou pelo


produtor na sua propriedade rural.

Art. 10. As operações de crédito rural subordinam-se às seguintes exigências essenciais:

I - idoneidade do proponente;

Il - apresentação de orçamento de aplicação nas atividades específicas;

III - fiscalização pelo financiador.

Art. 11. Constituem modalidade de operações:

I - Crédito Rural Corrente a produtores rurais de capacidade técnica e substância econômica


reconhecidas;

II - Crédito Rural Orientado, como forma de crédito tecnificado, com assistência técnica
prestada pelo financiador, diretamente ou através de entidade especializada em extensão
rural, com o objetivo de elevar os níveis de produtividade e melhorar o padrão de vida do
produtor e sua família;

III - Crédito às cooperativas de produtores rurais, como antecipação de recursos para


funcionamento e aparelhamento, inclusive para integralização de cotas-partes de capital
social, destinado a programas de investimento e outras finalidades, prestação de serviços aos
cooperados, bem como para financiar estes, nas mesmas condições estabelecidas para as
operações diretas de crédito rural, os trabalhos de custeio, coleta, transportes, estocagem e a
comercialização da produção respectiva e os gastos com melhoramento de suas
propriedades.

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IV - Crédito para Comercialização com o fim de garantir aos produtores agrícolas preços
remuneradores para a colocação de suas safras e industrialização de produtos agropecuários,
quando efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural;

V - Crédito aos programas de colonização e reforma agrária, para financiar projetos de


colonização e reforma agrária como as definidas na Lei número 4.5)04, de 30 de novembro de
1964.

Art. 12. As operações de crédito rural que forem realizadas pelo Instituto Brasileiro de
Reforma Agrária, pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário e pelo Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico, diretamente ou através de convênios, obedecerão às
modalidades do crédito orientado, aplicadas às finalidades previstas na Lei nº 4.5)04, de 30 de
novembro de 1964.

Art. 13. As entidades financiadoras participantes do sistema de crédito rural poderão designar
representantes para acompanhar a execução de convênios relativos à aplicação de recursos
por intermédio de órgãos intervenientes.

§ 1º Em caso de crédito a cooperativas, poderão os representantes mencionados neste artigo


prestar assistência técnica e administrativa, como também orientar e fiscalizar a aplicação dos
recursos.

§ 2º Quando se tratar de cooperativa integral de reforma agrária, aplicar-se-á o disposto no §


2º do art. 79 da Lei nº 4.5)04, de 30 de novembro de 1964.

Art. 14. Os termos, prazos, juros e demais condições das operações de crédito rural, sob
quaisquer de suas modalidades, serão estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional,
observadas as disposições legais específicas, não expressamente revogadas pela presente Lei,
inclusive o favorecimento previsto no art. 4º, inciso IX, da Lei nº 4.5)95, de 31 de dezembro de
1964, ficando revogado o art. 4º do Decreto-lei nº 2.6)11, de 20 de setembro de 1940.

Segundo a Lei n. 4.829 de 5 de novembro de 1965, o crédito rural é o suprimento de recursos


financeiros por entidades públicas e estabelecimentos de crédito particulares a produtores rurais ou
suas cooperativas. Esses recursos são destinados exclusivamente a atividades que se enquadrem nos
objetivos estabelecidos na legislação. Vejamos as entidades elegíveis:

pessoas físicas ou
jurídicas envolvidas em
cooperativas de atividades relacionadas
Produtores rurais
produtores rurais à agricultura, como
pesquisa ou produção
de mudas.

Vejamos as modalidades do Crédito Rural:

Crédito de Custeio: Destinado a cobrir despesas regulares da produção agrícola ou pecuária,


como aquisição de insumos para um ciclo produtivo específico.

Crédito de Investimento: Voltado para financiar aquisições de bens ou serviços que


proporcionem benefícios ao longo de vários períodos de produção, como a compra de
equipamentos.

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Crédito de Comercialização: Visa fornecer recursos para a comercialização de produtos no
mercado, cobrindo despesas pós-produção, como armazenamento e transporte.

Crédito de Industrialização: Destinado à transformação de produtos agropecuários por


cooperativas ou produtores em processos industriais.

Fontes de Financiamento para o Crédito Rural:

Recursos
Próprios de
Poupança Instituições
Letras de Recursos do Financeiras:
Depósitos à Rural: Similar
Crédito do BNDES e
vista: Parte à poupança Bancos
Agronegócio Fundos
dos depósitos tradicional, podem alocar
(LCA): Constitucionais:
à vista alocada no recursos
Recursos Fundos públicos
captados crédito rural próprios no
obtidos direcionados ao
pelos bancos por financiamento
através das financiamento
é direcionada cooperativas do crédito
LCAs do crédito rural,
ao crédito de crédito rural, com
financiam o subsidiados pelo
rural. rural e outras autorização
agronegócio. governo.
instituições. do Banco
Central do
Brasil.

9) Poupança

A poupança é uma reserva financeira, guardada para uma finalidade futura, com rentabilidade
definida por lei e que varia de acordo com a taxa Selic. Com relação ao seu rendimento, este é
creditado de acordo com a data-base, também chamada de “aniversário”. Essa data refere-se ao dia
em que foi feito o depósito ou transferência. O valor do rendimento, então, é creditado na mesma
data ou no dia útil subsequente. Isso ocorre a cada mês, para pessoa física, ou três meses, para
pessoa jurídica.

10) Capitalização

Um título de capitalização é um produto financeiro que envolve a acumulação de dinheiro ao longo


do tempo, devolvendo parte desse montante ao contratante após um prazo preestabelecido.
Vejamos algumas características fundamentais desses títulos:

Composição dos Pagamentos: Um percentual dos valores pagos pelo adquirente, chamado de
subscritor, é destinado à construção de um montante que será restituído a ele após um prazo
determinado.

Outra parcela do valor pago é utilizada para cobrir despesas administrativas da entidade que
disponibiliza os títulos, além de financiar os sorteios de prêmios previstos no produto.

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Divisão dos Pagamentos em 3 Cotas:

Cota de
Capitalização: Cota de
Fração que constitui o Carregamento:
Cota de Sorteio:
montante a ser Parcela destinada a
Destinada a financiar
devolvido ao compensar as
as despesas
subscritor, ajustado despesas
relacionadas aos
monetariamente e administrativas da
sorteios de prêmios.
acrescido de uma entidade que
rentabilidade disponibiliza os títulos.
específica.

Possibilidade de Receber Valor Menor: Devido à divisão dos pagamentos e à aplicação de


atualização monetária e taxa de juros exclusivamente na cota de capitalização, o subscritor pode
receber uma quantia menor do que aquela investida.

Importante!

O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) estabelece as diretrizes para o mercado de títulos
de capitalização.

A Superintendência de Seguros Privados (Susep), vinculada ao Ministério da Economia, é


responsável pela regulação e supervisão dos setores de Seguros, Resseguros, Previdência
Complementar Aberta e Capitalização no Brasil.

Tome nota!

É permitido adquirir um título de capitalização em nome de outra pessoa, indicando o beneficiário


como titular. Nesse caso, o beneficiário terá o direito de realizar o resgate do valor e participar dos
sorteios.

A rentabilidade dos títulos de capitalização é detalhada nas Condições Gerais de cada título. Por
determinação legal, o rendimento desses títulos deve ser no mínimo equivalente a 20% da taxa de
juros da poupança acrescido da TR (Taxa Referencial). Os prazos de vigência variam conforme a
modalidade do título de capitalização.

11) Previdência

Previdência é uma espécie de reserva financeira que se faz no presente focando no futuro. Assim,
possui como objetivo ter um dinheiro acumulado para utilização quando o trabalhador se aposentar,
ou mesmo em caso de perda da capacidade laborativa.

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Segundo dispõe o próprio site oficial do governo brasileiro, o Sistema Previdenciário Brasileiro é
composto por três regimes:

O Regime Geral de Previdência Social (RGPS/INSS): é um regime público administrado pelo


Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que engloba os trabalhadores da iniciativa privada e
servidores não filiados a regimes próprios;

O Regime Próprio de Previdência Social (RPPS): como o nome diz, é um regime público
específico para servidores públicos concursados, titulares de cargo efetivo; e

O Regime de Previdência Complementar (RPC): que é um regime privado, complementar à


previdência pública e de contribuição facultativa, com a finalidade de suprir a necessidade de renda
adicional na aposentadoria.

Vamos explorar os tipos de tipos de previdência:

Previdência Social (INSS): É um sistema público, obrigatório e contributivo. Custeado por


contribuições dos trabalhadores, empregadores e demais segurados. Oferece aposentadorias por
idade, tempo de contribuição, aposentadoria especial, pensão por morte, entre outros.

Abrange trabalhadores com carteira assinada, autônomos, segurados especiais, contribuintes


individuais, entre outros.

Regime Próprio de Previdência Social (RPPS): É um sistema de previdência estabelecido no


âmbito de cada ente federativo (União, Estados, Municípios). Custeado por contribuições dos
servidores e dos entes federativos. Garante, no mínimo, os benefícios de aposentadoria e pensão
por morte previstos na Constituição Federal. Gerido pelo próprio ente federativo ou por institutos
específicos.

Destinado aos servidores públicos titulares de cargo efetivo.

Previdência Complementar Aberta: É um sistema complementar e facultativo de seguro, de


natureza contratual. Custeado por contribuições individuais. Oferece benefícios como aposentadoria,
pensão por morte, entre outros, conforme contrato. Administrado por entidades abertas com fins
lucrativos, como bancos e seguradoras.

Destinado a qualquer pessoa interessada.

Previdência Complementar Fechada (Fundos de Pensão): É um sistema complementar e


facultativo, geralmente vinculado a uma empresa, associação ou órgão público. Custeado por
contribuições dos participantes e, em alguns casos, pela entidade patrocinadora. Oferece benefícios
previdenciários conforme regulamento, como aposentadoria, pensão por morte, entre outros.
Administrado por conselhos com representantes dos participantes, da empresa patrocinadora e
profissionais financeiros.

Abrange associados, funcionários ou membros vinculados à entidade patrocinadora.

Previdência Privada (Individual ou Corporativa): É um sistema de seguro contratado para


garantir uma renda ao comprador ou seu beneficiário. Custeado por contribuições individuais
(individual) ou pela empresa e/ou funcionários (corporativa). Oferece benefícios previdenciários,
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como aposentadoria, pensão por morte, de acordo com o contrato. Administrado por entidades
abertas com fins lucrativos (bancos e seguradoras) ou fechadas, conforme o caso.

Abrange qualquer pessoa interessada (individual) ou grupos específicos (corporativa).

12) Consórcio

Segundo definição dada pelo Banco Central do Brasil,

Consórcio é a reunião de pessoas naturais ou jurídicas em grupo, promovida por


administradora de consórcio, com a finalidade de propiciar a seus integrantes, por meio de
autofinanciamento, a aquisição de bens e serviços. O grupo de consórcio tem prazo de
duração e número de cotas previamente determinados.

O Consórcio pode ser utilizado para os mais diversos bens e serviços como veículos, imóveis, móveis,
agropecuária etc.

Em regra, o consórcio possui as seguintes etapas:

1 - Simulação

2 - Contratação

Etapas do Consórcio 3 - Assembleia: contemplação das cotas por meio de sorteio


ou lance, ocorrendo geralmente de forma mensal.

4 - Oferta de Lance

5 - Contemplação: momento em que o crédito é


disponibilizado

13) Investimentos

Investimento, a grosso modo, pode ser conceituado como a aplicação de determinado capital com
a expectativa de retorno futuro.

O investimento pode ser classificado em

Produtivo: trata-se de investimento no qual há a aplicação de recursos na produção de


determinado bem ou serviço para comercialização;

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Financeiro: trata-se de investimento voltado para a aplicação de recursos em ativos do mercado
financeiro e de capitais. Pode ser subdividida em:

(i) Renda fixa: investidor possui informações já no momento da aplicação acerca do


rendimento ou mesmo o índice que será utilizado para avaliar a rentabilidade do seu
investimento, além do prazo. Trata-se assim de investimento mais seguro, tendo em vista sua
maior previsibilidade.

(ii) Renda variável: não há informações prévias acerca do rendimento, dependendo de


elementos futuros.

14) Seguros

Inicialmente vamos trabalhar alguns conceitos e explicações acerca do seguro que você deve ter em
mente para a sua prova:

Prêmio: valor que é pago pelo segurado (cliente) à seguradora nos contratos de seguros.

Apólice: documento emitido pela seguradora, que formaliza a aceitação da cobertura solicitada pelo
cliente.

Sinistro: é a ocorrência de um risco coberto, durante o prazo de vigência do seguro.

Indenização: o valor pago pela seguradora ao cliente, para cobrir os prejuízos causados pelo sinistro.

Franquia: é a quantia fixa expressa na apólice, a qual o segurado deve pagar para acionar o seguro
em caso de sinistro. É, na prática, um valor que a seguradora deixa de pagar.

Além disso, tenha sempre em mente que os seguros podem ser para proteção de risco às pessoas
ou de bens. Ademais, necessita que sejam riscos predeterminados, ou seja, os riscos que a
seguradora assume e que são fixados na apólice.

No Brasil, os seguros são normatizados pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e
fiscalizados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Por fim, importante salientar que o contrato de seguro possui expressa previsão no Código Civil,
sendo importante para a sua prova ter o conhecimento das disposições gerais, vejamos:

Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio,
a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos
predeterminados.

Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como segurador, entidade
para tal fim legalmente autorizada.

Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro,
e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio.

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Art. 759. A emissão da apólice deverá ser precedida de proposta escrita com a declaração dos
elementos essenciais do interesse a ser garantido e do risco.

Art. 760. A apólice ou o bilhete de seguro serão nominativos, à ordem ou ao portador, e


mencionarão os riscos assumidos, o início e o fim de sua validade, o limite da garantia e o
prêmio devido, e, quando for o caso, o nome do segurado e o do beneficiário.

Parágrafo único. No seguro de pessoas, a apólice ou o bilhete não podem ser ao portador.

Art. 761. Quando o risco for assumido em cosseguro, a apólice indicará o segurador que
administrará o contrato e representará os demais, para todos os seus efeitos.

Art. 762. Nulo será o contrato para garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado,
do beneficiário, ou de representante de um ou de outro.

Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no pagamento do
prêmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgação.

Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o risco, em previsão do
qual se faz o seguro, não exime o segurado de pagar o prêmio.

Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclusão e na execução do


contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito do objeto como das
circunstâncias e declarações a ele concernentes.

Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir
circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o
direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido.

Parágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do


segurado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro,
a diferença do prêmio.

Art. 767. No seguro à conta de outrem, o segurador pode opor ao segurado quaisquer
defesas que tenha contra o estipulante, por descumprimento das normas de conclusão do
contrato, ou de pagamento do prêmio.

Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o risco objeto
do contrato.

Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo que saiba, todo incidente
suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o direito à
garantia, se provar que silenciou de má-fé.

§ 1º O segurador, desde que o faça nos quinze dias seguintes ao recebimento do aviso da
agravação do risco sem culpa do segurado, poderá dar-lhe ciência, por escrito, de sua decisão
de resolver o contrato.

§ 2º A resolução só será eficaz trinta dias após a notificação, devendo ser restituída pelo
segurador a diferença do prêmio.

Art. 770. Salvo disposição em contrário, a diminuição do risco no curso do contrato não
acarreta a redução do prêmio estipulado; mas, se a redução do risco for considerável, o
segurado poderá exigir a revisão do prêmio, ou a resolução do contrato.

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Art. 771. Sob pena de perder o direito à indenização, o segurado participará o sinistro ao
segurador, logo que o saiba, e tomará as providências imediatas para minorar-lhe as
consequências.

Parágrafo único. Correm à conta do segurador, até o limite fixado no contrato, as despesas
de salvamento consequente ao sinistro.

Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga à atualização monetária da


indenização devida segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, sem prejuízo dos
juros moratórios.

Art. 773. O segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar passado o risco de que o
segurado se pretende cobrir, e, não obstante, expede a apólice, pagará em dobro o prêmio
estipulado.

Art. 774. A recondução tácita do contrato pelo mesmo prazo, mediante expressa cláusula
contratual, não poderá operar mais de uma vez.

Art. 775. Os agentes autorizados do segurador presumem-se seus representantes para todos
os atos relativos aos contratos que agenciarem.

Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resultante do risco assumido,
salvo se convencionada a reposição da coisa.

Art. 777. O disposto no presente Capítulo aplica-se, no que couber, aos seguros regidos por
leis próprias.

15) Cheque

O cheque é mais do que um simples pedaço de papel; é uma ordem de pagamento à vista, emitida
pelo titular de uma conta corrente. Vamos desvendar alguns detalhes importantes sobre esse meio
de pagamento.

O cheque envolve quatro partes principais:

Beneficiário Depositário:
(Favorecido): O banco para o qual o
Emitente
A pessoa para Sacado: dinheiro deve ser
(Sacador):
quem o cheque é O banco onde depositado.
O titular da
destinado. Quando o emitente tem Se o cheque não contém o
conta que
o nome está a conta de nome do beneficiário, ele se
emite o
preenchido, origem. torna ao portador, podendo
cheque.
chama-se cheque ser depositado por quem o
nominal. apresentar ao banco.

Vejamos os riscos e modalidades de cheque:

Cheque Cruzado: Duas linhas paralelas impedem o saque direto no caixa, permitindo apenas o
depósito.

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Cheque Administrativo: Emitido pelo próprio banco, minimizando o risco de crédito, pois o
valor sai da conta do banco.

Cheque Especial: Limite disponibilizado para compensação de cheques, mesmo sem saldo
suficiente na conta, sujeito a juros.

Endosso: Transferir o direito de receber. Pode ser em preto (com indicativo do novo beneficiário)
ou em branco (sem indicar novo beneficiário).

Data de Compensação: O cheque é à vista, mas o hábito de pré-datá-lo é apenas um costume.


O beneficiário não é obrigado a esperar a data indicada.

A compensação de cheques entre diferentes bancos ocorre por meio da Compe (Centralizadora
de Compensação de Cheques), um sistema regulado pelo Banco Central do Brasil e operado pelo
Banco do Brasil.

O Banco Central do Brasil (BCB) estabelece critérios para a participação na Centralizadora de


Compensação de Cheques (Compe). Esses critérios são fundamentais para garantir a eficiência e a
segurança nas operações financeiras. Vamos entender quem são os participantes obrigatórios e
facultativos da Compe:

Participantes Obrigatórios: Instituições que são titulares de conta


Reservas Bancárias ou de Conta de Liquidação, nas quais são
mantidas contas de depósito movimentáveis por cheque, são
classificadas como participantes obrigatórios. Isso inclui bancos
com carteira comercial, sejam eles múltiplos ou não, e a Caixa
Econômica Federal. A obrigatoriedade decorre da necessidade de
assegurar a presença das instituições que desempenham um papel
central no Sistema Financeiro Nacional.

Participantes Facultativos: Por outro lado, as demais


instituições financeiras não bancárias titulares de Conta de
Liquidação são consideradas participantes facultativos.
Essa categoria abrange outras entidades financeiras que,
embora não sejam obrigadas, têm a opção de participar
da Compe para otimizar as transações envolvendo
cheques.

15.1) CCF: Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundo

O Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos (CCF) é um registro mantido pelo Banco do Brasil,
operado de acordo com as normas estabelecidas pelo Banco Central. Funciona como uma espécie
de "Serasa ou SPC" específico para cheques, registrando clientes que emitem cheques sem fundo.

A inclusão no CCF ocorre em situações específicas:

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Pela terceira vez
O cheque é devolvido consecutiva, o cliente
pela segunda vez por A conta está encerrada na
emite um cheque de
falta de fundos (motivo data da compensação
valor inferior a R$3,40
12). (motivo 13).
sem saldo em conta para
honrar (motivo 14).

Tome nota!

Se o cheque for devolvido por outro motivo que não os mencionados acima, o nome do cliente não
é registrado no CCF. No entanto, o beneficiário do cheque pode adotar outras medidas para
assegurar o recebimento do valor, mesmo sem a inclusão no CCF.

Importante!

Para remover o nome do CCF, o cliente deve comprovar ao banco responsável pela inclusão que
efetuou o pagamento do cheque. A comprovação pode ser realizada de três maneiras:

Entregando o próprio cheque devolvido.

Apresentando extrato da conta que demonstre o débito referente ao cheque.

Entregando uma declaração autenticada pelo beneficiário, atestando que o devedor quitou o
débito, acompanhada de uma cópia do cheque e das certidões negativas dos cartórios de protesto
relacionadas ao cheque emitido.

O banco deve fornecer um recibo para o pedido de exclusão, podendo cobrar uma tarifa pelo
serviço de remoção do nome do CCF. Este processo visa garantir a integridade do sistema de
compensação de cheques e proporcionar mecanismos para que os devedores possam regularizar
sua situação.

15.2) Processo de Compensação de Cheques e Títulos (Boletos)

Nos dias atuais, o processo de compensação de cheques e títulos (boletos) passou por uma
significativa evolução, principalmente devido à informatização. Vamos abordar como funcionam
esses processos hoje em dia, destacando as mudanças em relação ao passado.

Compensação de Cheques:

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Central de Compensação:
Depósito:
A Central de Compensação unifica o
Ao realizar um depósito em cheque, seja na movimento de todas as agências, formando
boca do caixa, caixa eletrônico (ATM) ou um arquivo que é transmitido ao Banco do
através de Internet Banking, os dados do Brasil, que atua como o executante da
cheque, incluindo a imagem, são coletados e compensação.
digitalizados.

Compensação e Lançamentos:
Transmissão para Compensação: O Banco do Brasil realiza a
Ao longo do dia, os dados e compensação, debitando e
imagens dos cheques são reunidos creditando os valores entre os
e transmitidos pelas agências para a bancos participantes. Os resultados
Central de Compensação do Banco. são lançados na conta de Reserva
Bancária.

Compensação de Boletos:

Compensação e Lançamentos:
Pagamento:
Compensação Eletrônica: O Banco do Brasil realiza a
O pagamento de boletos pode
Ao longo do dia, as agências compensação eletrônica,
ser feito na boca do caixa, caixa
processam os boletos e formam debitando e creditando os
eletrônico, Internet Banking, ou
um arquivo que é enviado para valores entre os bancos
até mesmo por aplicativos
a Central de Compensação do participantes. Os resultados são
bancários. Os dados do boleto
Banco. lançados nas contas correntes
são coletados e processados.
dos emitentes dos boletos.

Assim como os cheques, os boletos eram trocados na sessão noturna de compensação, ocorrendo
às 22:00hs.

Os boletos eram trocados de forma analítica, com os resultados unificados na conta do emitente
do boleto. Os bancos disponibilizavam arquivos para análise detalhada.

Com o avanço tecnológico, os processos de compensação tornaram-se mais eficientes e ágeis,


eliminando a necessidade de trocas físicas e reduzindo significativamente os prazos de liberação de
depósitos. A informatização proporcionou uma maior rapidez e segurança nas transações
financeiras.

16) Sistema de Liquidação

O termo "Sistema de Liquidação" se refere a um conjunto de procedimentos e mecanismos que


possibilitam a efetivação e conclusão financeira de uma transação. Esse processo é fundamental
nos mercados financeiros para garantir que as partes envolvidas em uma transação recebam os
fundos e ativos conforme acordado.

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A liquidação pode ocorrer de diversas maneiras, dependendo do tipo de ativos envolvidos e das
características do mercado. Existem dois tipos principais de liquidação: liquidação financeira e
liquidação física.

Liquidação Financeira: Neste tipo de


Liquidação Física: Envolve a entrega
liquidação, os valores monetários são
real dos ativos, como a transferência
transferidos entre as contas das
de títulos físicos, mercadorias ou
partes envolvidas na transação. Isso
outros instrumentos financeiros
geralmente envolve a transferência
tangíveis.
eletrônica de fundos.

O Sistema de Liquidação também ajuda a mitigar o risco de contraparte, garantindo que as


obrigações financeiras sejam cumpridas de maneira eficiente e segura. Ele desempenha um papel
crucial na estabilidade e integridade dos mercados financeiros, proporcionando confiança aos
participantes do mercado.

A Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP) é uma associação civil sem fins lucrativos que integra
o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), regulada pelo Banco Central do Brasil. Ela opera vários
sistemas, incluindo o Sitraf e o Siloc. Vejamos:

Sitraf (Sistema de • processa TEDs em valores inferiores ao VRLB (atualmente em


Transferência de Fundos) R$1 milhão) em modalidade LBTR.

Siloc (Sistema de Liquidação • funciona de maneira semelhante ao


Diferida das Transferências Sitraf, mas para DOCs e boletos,
Interbancárias de Ordens de utilizando liquidação diferida do tipo
Crédito) LDL.

Em relação aos sistemas de liquidação, enquanto os sistemas de transferência de fundos lidam com
obrigações monetárias, os sistemas de liquidação tratam de obrigações não monetárias, como
títulos públicos, ações e contratos de câmbio.

Os principais sistemas de liquidação são:

Cetip (Sistema de Registro, C3 Registradora (operada


SELIC (Sistema Especial de de Compensação, de pela CIP - Câmara
Liquidação e de Custódia): Liquidação e Custódia da Interbancária de
Operador: Banco Central do Cetip S.A.): Pagamentos):
Brasil. Funções: Atua como Funções: Registra operações
Função: Responsável por depositário de títulos privados relacionadas à cessão ou
custodiar e registrar transações de renda fixa, além de outros bloqueio de contratos de
com Títulos Públicos Federais. títulos específicos. crédito, evitando duplicidade
Desempenha funções em cedências e garantias.
Modalidade de Liquidação:
relacionadas ao registro, Mantém uma base de dados
Opera em modalidade de
compensação, liquidação e em parceria com o INSS para
Liquidação Bruta em Tempo
custódia de diversos contratos de crédito
Real (LBTR).
instrumentos financeiros. consignado.

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O Sistema de Liquidação Financeira Multibandeiras (Cielo) e o Sistema de Liquidação Doméstica
(Redecard) são operados pelas credenciadoras Cielo e Redecard, respectivamente. Esses sistemas
realizam a compensação e a liquidação de transações realizadas com cartões de pagamento,
incluindo débito, crédito e pré-pago. Ambos seguem os princípios aplicáveis a sistemas de
pagamentos.

NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS

1) Introdução

Continuaremos estudando para Caixa Econômica Federal, na disciplina de Conhecimentos Bancários.

1- Noções de Mercado de capitais. Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a


operar e operações básicas. Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes
intermediários. Taxas de câmbio nominais e reais; Impactos das taxas de câmbio sobre as
exportações e importações. Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de
capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio. Dinâmica do Mercado: Operações no
mercado interbancário. Mercado bancário: Operações de tesouraria, varejo bancário e
recuperação de crédito. Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros
nominais e reais.

O mercado de capitais é um mercado financeiro onde são negociados títulos de renda fixa e
variável, como ações, debêntures, títulos públicos e outros. Ele é composto por diversos segmentos,
como o mercado primário, onde as empresas emitem novos títulos, e o mercado secundário, onde
os títulos já emitidos são negociados entre os investidores.

O mercado de capitais permite aos investidores aplicar seu dinheiro em diversas opções, com
diferentes graus de risco e retorno, e permite às empresas acessar recursos financeiros para investir
em seus negócios. Ele é regulado por órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no
Brasil e a Securities and Exchange Commission (SEC) nos Estados Unidos.

2) Segmentos do mercado de capitais

Os segmentos do mercado de capitais incluem:

Mercado Primário: É o segmento onde as empresas emitem novos títulos, como ações e
debêntures, para captar recursos financeiros. Esse segmento é regulado por órgãos como a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e as emissões de títulos só podem ser feitas mediante
registro e aprovação desses órgãos.

Mercado Secundário: É o segmento onde os títulos já emitidos são negociados entre os


investidores. Esse segmento é composto por diversas bolsas de valores e corretoras, onde as ações
são negociadas, e por mercados de títulos privados, onde as debêntures são negociadas.

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Mercado de Derivativos: É o segmento onde são negociados contratos futuros e opções, que são
instrumentos financeiros cujos valores são derivados de outros ativos, como ações, taxas de juros e
moedas. Esse segmento é regulado por órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).

Mercado de títulos públicos: É o segmento onde são negociados títulos emitidos pelo governo,
como os títulos públicos federais, estaduais e municipais. Esses títulos são considerados de baixo
risco e geralmente pagam juros periódicos.

Mercado Monetário: é o segmento onde os investidores aplicam em títulos de curto prazo, como
CDBs, LCIs, LCAs e outros. Esse mercado é regulado por órgãos como o Banco Central do Brasil e as
aplicações são geralmente de baixo risco e rendimento.

NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO

1) Noções Introdutórias

O mercado de câmbio é o mercado onde as moedas são compradas e vendidas. Ele permite que as
empresas, investidores e governos comprem e vendam moedas estrangeiras para se proteger contra
o risco cambial ou para obter lucro com as variações das taxas de câmbio.

O mercado de câmbio é composto por diversos segmentos, como o mercado à vista, onde as moedas
são compradas e vendidas para serem entregues imediatamente, e o mercado de futuros, onde as
moedas são compradas e vendidas para serem entregues em uma data futura.

Esse mercado é regulado por órgãos como o Banco Central do Brasil e é altamente líquido, sendo
que as principais moedas são negociadas 24 horas por dia.

2) Segmentos do mercado de câmbio

Os segmentos do mercado de câmbio incluem:

Mercado à vista: É o segmento onde as moedas são compradas e vendidas para serem entregues
imediatamente. Esse mercado é altamente líquido, e as taxas de câmbio são estabelecidas pelo
mercado.

Mercado de futuros: É o segmento onde as moedas são compradas e vendidas para serem
entregues em uma data futura. Esse mercado é regulado por órgãos como a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) e a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).

Mercado de opções: É o segmento onde os investidores compram ou vendem opções de compra


ou venda de moedas, permitindo que eles se protejam contra o risco cambial ou tentem lucrar com
as variações das taxas de câmbio.

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Mercado de câmbio fixo: É o segmento onde as taxas de câmbio são estabelecidas pelo Banco
Central, e as transações de moedas são realizadas com essas taxas fixas.

Mercado de câmbio flutuante: É o segmento onde as taxas de câmbio são determinadas pelo
mercado e variam de acordo com a oferta e demanda das moedas. É o tipo de mercado de câmbio
mais comum atualmente.

REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E REGIMES INTERMEDIÁRIOS

1) Noções Introdutórias

Regimes de taxa de câmbio são os mecanismos pelos quais a taxa de câmbio (o valor de uma
moeda em relação a outra) é determinada. Têm o objetivo de equilibrar a economia de um país. No
Brasil, o Banco Central (Bacen) é a autoridade responsável pelo controle dos regimes cambiais que
devem ser seguidos pelas empresas brasileiras.

Existem três principais tipos de regimes de taxa de câmbio: flutuante, fixo e intermediário (misto).

2) Regimes de Taxas de Câmbio Fixas

O regime de taxa de câmbio fixo é aquele no qual o valor da moeda é fixado em relação a outra
moeda ou a um grupo de moedas. Nesse regime, o banco central tem que intervier regularmente
para manter a taxa de câmbio estabilizada.

As taxas de câmbio fixas são comuns em países com economias menos desenvolvidas, onde o
mercado financeiro é menos maduro e as instituições econômicas são menos fortes. Isso permite
que o governo tenha mais controle sobre a economia. Vejamos as vantagens e desvantagens:

No entanto, o regime de taxa de câmbio


A vantagem do regime de taxa de fixo também tem desvantagens, como a
câmbio fixo é que ele pode ajudar a necessidade de intervenção constante
manter a estabilidade econômica, do banco central para manter a taxa de
evitando grandes flutuações na taxa decâmbio estabilizada, o que pode levar a
câmbio e ajudando a evitar a inflação.problemas de inflação e desvalorização
Ele também pode ajudar a evitar excessiva da moeda.
problemas de balanço de pagamentos. Além disso, impede a economia de se
adaptar automaticamente às condições
internas e externas.

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A taxa de câmbio fixa é usada para manter a estabilidade econômica e evitar a volatilidade
excessiva da taxa de câmbio. Isso pode ser particularmente importante para países com economias
menos desenvolvidas ou menos estáveis, onde grandes flutuações na taxa de câmbio podem causar
problemas econômicos graves.

O banco central pode usar diversas ferramentas para manter a taxa de câmbio estabilizada, como:

ou a implementação
de medidas
ajustes nas taxas de administrativas para
intervenções no mercado cambial
juros controlar a demanda
por moedas
estrangeiras.

3) Regimes de Taxas de Câmbio Flutuantes

O regime de taxa de câmbio flutuante é aquele no qual a taxa de câmbio é determinada pelo
mercado e pode variar livremente. Nesse regime, a oferta e a demanda de moedas são os principais
fatores que determinam o valor da moeda.

Tome nota!

É considerado o mais eficiente pois permite que a economia se adapte automaticamente às


condições internas e externas.

As taxas de câmbio flutuantes são mais comuns em países desenvolvidos, onde o mercado financeiro
é maduro e as instituições econômicas são fortes. Isso permite que a economia responda de forma
eficiente às variações na oferta e demanda de moedas. Vejamos as vantagens e desvantagens:

No entanto, o regime de taxa de câmbio


A vantagem do regime de taxa de flutuante também tem desvantagens,
câmbio flutuante é que ele permite que como a possibilidade de grandes
a economia se adapte automaticamente flutuações na taxa de câmbio, o que
às condições internas e externas, sem a pode afetar negativamente a economia
necessidade de intervenção do banco e causar incerteza para as empresas.
central. Isso pode ajudar a evitar a Também pode levar a problemas de
inflação e a desvalorização excessiva da balanço de pagamentos.
moeda.

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4) Regimes de Taxas de Câmbio Intermediários

O regime de taxa de câmbio intermediário é um tipo de regime de taxa de câmbio que se situa entre
os regimes de taxa de câmbio flutuante e fixo. Ele permite uma certa flexibilidade na taxa de câmbio,
mas também inclui alguma intervenção do banco central para evitar grandes flutuações e manter a
estabilidade econômica.

Neste regime, o banco central pode usar diversas ferramentas para influenciar a taxa de câmbio,
como:

ou a implementação
de medidas
ajustes nas taxas de administrativas para
intervenções no mercado cambial
juros controlar a demanda
por moedas
estrangeiras.

Importante!

Aqui o objetivo é evitar a volatilidade excessiva, sem comprometer a capacidade da economia de


se adaptar às condições internas e externas.

Tome nota!

Este tipo de regime é muito utilizado em países emergentes, onde o governo quer evitar a
volatilidade do câmbio, mas ao mesmo tempo, precisa deixar a economia se adaptar às condições
internas e externas, e manter a estabilidade econômica.

TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS

1) Noções Introdutórias

As taxas de câmbio são as taxas nas quais uma moeda é trocada por outra. Elas determinam o valor
relativo de diferentes moedas e são usadas para calcular o custo de uma moeda em relação a outra.
Essas taxas são geralmente expressas como a quantidade de moeda estrangeira que pode ser
comprada com uma unidade de moeda nacional. Elas são influenciadas por uma série de fatores,
incluindo a oferta e demanda, as taxas de juros e as condições econômicas gerais. As taxas de câmbio
são usadas em uma variedade de transações, como viagens internacionais, investimentos e comércio
internacional.

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2) Taxas de Câmbio Nominais

As taxas de câmbio nominais são as taxas de câmbio entre duas moedas medidas em termos de
suas respectivas unidades monetárias. Elas refletem os preços das moedas uns em relação aos
outros e são determinadas pelo mercado de câmbio. A taxa de câmbio nominal é a taxa atual no
mercado de câmbio, e é frequentemente utilizada como uma medida de curto prazo para comparar
a desvalorização ou valorização de uma moeda.

3) Taxas de Câmbio Reais

As taxas de câmbio reais são as taxas de câmbio entre duas moedas medidas em termos de sua
capacidade de compra. Elas refletem o poder aquisitivo das moedas uns em relação aos outros e
são calculadas com base em dados de preços de bens e serviços. A taxa de câmbio real é utilizada
para medir o impacto da inflação sobre a taxa de câmbio nominal e para comparar o custo de vida
entre dois países. A taxa de câmbio real é frequentemente utilizada como uma medida de longo
prazo para comparar a desvalorização ou valorização de uma moeda.

IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES

1) Noções Gerais

As taxas de câmbio têm um impacto significativo sobre as exportações e importações de um país.


Quando a moeda local se aprecia em relação a outras moedas, as exportações tendem a ficar mais
caras no mercado estrangeiro, o que pode afetar negativamente as vendas de exportação e,
consequentemente, afetar o crescimento econômico. Por outro lado, quando a moeda local se
desvaloriza em relação a outras moedas, as exportações tendem a ficar mais baratas no mercado
estrangeiro, o que pode aumentar as vendas de exportação e, consequentemente, ajudar a
impulsionar o crescimento econômico.

Quanto as importações, uma valorização da moeda local pode tornar as importações mais baratas,
o que pode aumentar a competitividade das empresas nacionais e beneficiar os consumidores, mas
também pode contribuir para o aumento do déficit comercial. Por outro lado, uma desvalorização
da moeda local pode tornar as importações mais caras, o que pode afetar negativamente a
competitividade das empresas nacionais e pode aumentar os preços para os consumidores, mas
também pode contribuir para a redução do déficit comercial.

Além disso, as taxas de câmbio também afetam a atratividade dos investimentos estrangeiros e a
capacidade do país de financiar sua dívida externa. Portanto, é importante para os governos e bancos
centrais monitorarem e gerenciar as taxas de câmbio de forma a equilibrar os impactos sobre as
exportações e importações, bem como sobre a economia geral. O objetivo é encontrar um equilíbrio
entre competitividade, estabilidade econômica e balanço de pagamentos sustentável. Isso pode ser
alcançado através de políticas cambiais, como a intervenção no mercado cambial, taxas de juros e

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medidas administrativas. Além disso, é importante levar em consideração as tendências econômicas
globais e as relações comerciais com outros países ao tomar decisões sobre as taxas de câmbio.

DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊMIOS DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E


SEUS IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO

1) Noções Gerais

O diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre
as taxas de câmbio estão estreitamente relacionados.

O diferencial de juros interno e externo é a diferença entre as taxas de juros de um país e as taxas
de juros de outros países. Quando as taxas de juros de um país são mais altas do que as taxas de
juros de outros países, isso pode atrair investidores estrangeiros em busca de rendimentos mais
elevados, o que pode levar a uma valorização da moeda local. Por outro lado, quando as taxas de
juros de um país são mais baixas do que as taxas de juros de outros países, isso pode afastar os
investidores estrangeiros, o que pode levar a uma desvalorização da moeda local.

Os prêmios de risco são outro fator que afeta o fluxo de capitais e as taxas de câmbio. Os prêmios
de risco são a diferença entre as taxas de juros de um país e as taxas de juros de outros países,
levando em conta o risco de investir nesse país. Quando os investidores consideram que um país é
mais arriscado do que outros países, eles exigem prêmios de risco mais elevados para investir nesse
país, o que pode desestimular o fluxo de capitais e levar a uma desvalorização da moeda local.

O fluxo de capitais é a movimentação de recursos financeiros entre países, como investimentos


estrangeiros diretos, empréstimos internacionais e investimentos em títulos. O fluxo de capitais pode
afetar significativamente as taxas de câmbio de um país. Quando há um aumento no fluxo de capitais
para um país, isso pode levar a uma valorização da moeda local, pois há maior demanda por ela. Por
outro lado, quando há uma saída de capitais de um país, isso pode levar a uma desvalorização da
moeda local, pois há menor demanda por ela.

Em resumo, o diferencial de juros interno e externo, os prêmios de risco e o fluxo de capitais são
importantes fatores que afetam as taxas de câmbio de um país. Os governos e bancos centrais
precisam levar esses fatores em conta ao tomar decisões sobre políticas cambiais e taxas de juros, a
fim de manter a estabilidade econômica e o equilíbrio nas contas externas.

DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO INTERBANCÁRIO

1) Noções gerais

As operações no mercado interbancário de câmbio são realizadas entre bancos e outras


instituições financeiras, como corretoras e investidores institucionais. Essas operações visam a
atender às necessidades de câmbio dos clientes e às necessidades de gestão de riscos das
instituições financeiras.
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Os bancos e outras instituições financeiras podem atuar como compradores ou vendedores de
moeda estrangeira, dependendo da demanda de seus clientes e de sua própria necessidade de
gerenciamento de riscos. Essas operações são realizadas através de contratos a termo, contratos
futuros e opções de câmbio.

Os contratos a termo são acordos para comprar ou vender uma determinada quantidade de moeda
estrangeira em uma data futura específica, a um preço previamente estabelecido. Os contratos
futuros são similares aos contratos a termo, mas são negociados em bolsas de valores especializadas.
As opções de câmbio permitem que os compradores adquiram o direito, mas não a obrigação, de
comprar ou vender uma determinada quantidade de moeda estrangeira a um preço específico em
uma data futura.

Além disso, os bancos e outras instituições financeiras também podem realizar operações de swap
cambial, que é um acordo para trocar uma moeda por outra por um período de tempo específico,
com o objetivo de gerenciar o risco cambial.

Em resumo, as operações no mercado interbancário de câmbio são realizadas entre bancos e outras
instituições financeiras para atender às necessidades de câmbio dos clientes e às necessidades de
gestão de riscos das instituições financeiras, através de contratos a termo, contratos futuros e opções
de câmbio e operações de swap cambial.

MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA, VAREJO BANCÁRIO E RECUPERAÇÃO


DE CRÉDITO

1) Noções Introdutórias

O mercado bancário é um setor financeiro composto por bancos e instituições financeiras que
oferecem uma variedade de serviços financeiros, incluindo depósitos, empréstimos, pagamentos e
transferências, investimentos e gerenciamento de risco.

Os bancos comerciais são os principais participantes do mercado bancário, e eles oferecem serviços
bancários tradicionais, como contas correntes, empréstimos e cartões de crédito. Eles também
podem oferecer serviços de investimento, como a gestão de carteiras e aplicações em títulos.

Os bancos de investimento são outro tipo de instituição financeira presente no mercado bancário, e
eles oferecem serviços de investimento mais avançados, como assessoria financeira, operações de
mercado financeiro e emissão de títulos.

Além disso, existem outras instituições financeiras, como cooperativas de crédito, sociedades de
crédito ao consumidor, sociedades de crédito imobiliário, sociedades de crédito ao
microempreendedor e instituições financeiras não bancárias (IFNBs), que também fazem parte do
mercado bancário.

Em resumo, o mercado bancário é composto por bancos e instituições financeiras que oferecem uma
variedade de serviços financeiros, incluindo depósitos, empréstimos, pagamentos e transferências,

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investimentos e gerenciamento de risco, os bancos comerciais são os principais participantes do
mercado bancário e os bancos de investimento oferecem serviços de investimento mais avançados.

2) Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito

As operações de tesouraria são realizadas pelos bancos com o objetivo de gerenciar sua posição
de caixa e sua exposição ao risco cambial. Isso inclui atividades como a compra e venda de ativos
financeiros, como títulos do governo e moeda estrangeira, e a realização de operações de swap
cambial.

O varejo bancário envolve as operações bancárias realizadas com indivíduos e pequenas empresas,
incluindo contas correntes, empréstimos, cartões de crédito e outros produtos financeiros. Os bancos
oferecem esses produtos e serviços para atrair e manter clientes, bem como para obter receita de
juros e taxas.

A recuperação de crédito é o processo pelo qual os bancos tentam recuperar fundos de clientes
inadimplentes. Isso pode incluir ações judiciais, acordos de pagamento e outras medidas. Essas
operações são importantes para minimizar as perdas dos bancos e proteger sua saúde financeira.

Em resumo, as operações de tesouraria são realizadas pelos bancos para gerenciar sua posição de
caixa e sua exposição ao risco cambial, o varejo bancário envolve as operações bancárias realizadas
com indivíduos e pequenas empresas e a recuperação de crédito é o processo pelo qual os bancos
tentam recuperar fundos de clientes inadimplentes.

TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E


REAIS

1) Noções gerais

As taxas de juros de curto prazo são as taxas de juros aplicadas em empréstimos e investimentos
com duração menor que um ano. Elas são geralmente determinadas pelo mercado e podem ser
influenciadas por fatores como a oferta e demanda de crédito, a política monetária do banco central
e a inflação.

A curva de juros é uma representação gráfica da relação entre as taxas de juros de curto prazo e as
taxas de juros de longo prazo. Normalmente, a curva de juros tem uma forma crescente, o que
significa que as taxas de juros de longo prazo são geralmente maiores do que as taxas de juros de
curto prazo. Isso ocorre porque os investimentos de longo prazo são considerados mais arriscados
do que os investimentos de curto prazo.

As taxas de juros nominais são as taxas de juros expressas em termos monetários correntes. Elas
não levam em conta a inflação e, portanto, podem ser distorcidas quando comparadas ao longo do
tempo.

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As taxas de juros reais, por outro lado, são as taxas de juros nominais menos a taxa de inflação. Elas
refletem o poder de compra real do dinheiro e, portanto, são uma medida mais precisa da taxa de
juros. As taxas de juros reais são importantes para avaliar o retorno real de um investimento e para
compreender a relação entre as taxas de juros e a inflação.

GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

1) Introdução

Continuaremos estudando para Caixa Econômica Federal, na disciplina de Conhecimentos Bancários.

1- Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação


fiduciária; hipoteca; fianças bancárias.

2) Aspectos jurídicos

No contexto financeiro e empresarial, as operações de crédito desempenham um papel fundamental,


impulsionando investimentos, fomentando o comércio e viabilizando o desenvolvimento
econômico. Entretanto, para que essas transações ocorram de maneira segura e eficaz, é
imprescindível compreender as bases legais que as regem. Em um contexto financeiro, as garantias
do Sistema Financeiro Nacional (SFN) são mecanismos e regulamentações estabelecidos para
proteger os interesses dos investidores, depositantes e a estabilidade do sistema como um todo.
Essas garantias visam proporcionar confiança e segurança aos participantes do sistema financeiro.
Vejamos alguns aspectos importantes relacionados às garantias no Sistema Financeiro Nacional:

Fundo Garantidor de Créditos (FGC):


Regulamentações Prudenciais:
O FGC é uma entidade privada sem fins
O Banco Central do Brasil (BCB) estabelece
lucrativos que tem como objetivo garantir
regulamentações prudenciais que as
os créditos de depositantes e investidores
instituições financeiras devem seguir para
em instituições financeiras em caso de
garantir a solidez do sistema. Essas
intervenção, liquidação, falência, ou
regulamentações incluem requisitos de
situações similares. Ele cobre até um
capital, limites de exposição, e medidas
determinado valor por CPF/CNPJ e por
para gerenciar riscos.
instituição financeira.

3) Garantias Fidejussórias

O Sistema de Informações de Créditos do Banco Central – SCR desempenha um papel crucial como
um mecanismo de registro e consulta de informações relacionadas a operações de crédito, avais,
fianças prestados, e limites de crédito concedidos por instituições financeiras a pessoas físicas e
jurídicas no território nacional.

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Tome nota!

Todas as operações de crédito que ultrapassam o montante de R$200,00 (duzentos reais) no Brasil
são obrigatoriamente registradas nesse sistema. A gestão do SCR fica a cargo do Banco Central
(BACEN), sendo alimentado regularmente pelas instituições financeiras, proporcionando uma visão
abrangente e atualizada das atividades de crédito no país.

As garantias do Sistema Financeiro Nacional são instrumentos utilizados pelas instituições


financeiras para garantir o pagamento de dívidas contratadas por seus clientes. Essas garantias
são utilizadas para reduzir o risco de inadimplência e aumentar a confiança das instituições
financeiras em relação ao pagamento das dívidas contratadas.

3.1) Aval

O Aval constitui um ato cambiário em favor do devedor principal, em que o avalista, pessoa
devidamente qualificada no documento e com assinatura atestada, garante o pagamento das
parcelas na data acordada e a quitação do título de crédito ao término da relação, caso a parte
principal não cumpra o acordado. A obrigação do avalista surge com o não pagamento do título
vencido.

Uma diferença fundamental entre aval e fiança, estabelecida pelo Código Civil, é que o primeiro é
concedido em um título de crédito, enquanto o segundo ocorre por meio de um contrato.

Além disso, o aval é regulado pela Lei do Cheque (Lei nº 7.357/1985, arts. 29 a 31), da Lei de
Duplicatas (Lei nº 5.474/1968, art. 12) e da Lei Uniforme de Genebra (Decreto nº 57.663/1966).

Outras distinções incluem o fato de que no aval, o avalista pode ser acionado para o pagamento do
título antes do devedor avalizado, enquanto na fiança, geralmente, é estabelecido o benefício de
ordem. Além disso, no aval, o avalista não pode alegar exceções pessoais contra o credor, ao passo
que essa prática é admissível na fiança. Adicionalmente, no aval, o avalista se vincula diretamente ao
credor a partir da assinatura documental, independentemente da nulidade da obrigação principal,
enquanto a fiança é uma obrigação acessória e anulável com o ato.

4) Fiança

Por outro lado, a Fiança é compreendida como um contrato no qual uma pessoa se compromete a
garantir uma obrigação em nome de outra, caso esta não a cumpra. Assim, o fiador assume a
responsabilidade de liquidar a dívida ou cumprir a obrigação se o devedor principal falhar. Tanto o
aval quanto a fiança buscam fornecer uma garantia adicional ao credor em transações financeiras.
Enquanto o aval visa garantir o pagamento de títulos de crédito, como cheques e notas promissórias,
por meio do compromisso formal do avalista, a fiança busca assegurar o cumprimento de obrigações
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contratuais mais abrangentes, como locações e empréstimos, envolvendo um fiador responsável
pelo pagamento caso o devedor principal não o faça.

Ambos os mecanismos desempenham papel crucial na mitigação de riscos em transações


financeiras, proporcionando uma camada adicional de segurança em caso de inadimplência.

Vamos esquematizar:

Fiança:
Contrato em que uma pessoa garante
Aval: uma obrigação por outra.
Ato cambiário em favor do devedor Garante obrigações contratuais mais
principal. amplas (locações, empréstimos).
Garante o pagamento de títulos de Fiador assume responsabilidade se o
crédito (cheques, notas promissórias). devedor principal não cumprir a
Avalista assume responsabilidade pelo obrigação.
não pagamento do título vencido. Geralmente, há o benefício de ordem,
Avalista pode ser acionado antes do estabelecendo a prioridade de acionar o
devedor avalizado. devedor principal.
Avalista não pode alegar exceções Fiador pode alegar exceções pessoais
pessoais contra o credor. contra o credor.
Fiança é uma obrigação acessória e
anulável com o ato.

5) Penhor Mercantil

Penhor Mercantil é uma garantia de crédito que consiste na entrega de bens móveis, como joias,
artigos de ouro, prata ou platina, para garantir o pagamento de uma dívida. O bem fica retido pelo
credor até que a dívida seja quitada. Se o devedor não cumprir com suas obrigações financeiras, o
credor pode vender o bem penhorado para cobrir o valor devido.

O penhor mercantil é uma opção de garantia de crédito mais acessível do que outras formas, como
aval ou fiança, pois não requer que o devedor tenha uma boa situação financeira ou creditícia. Além
disso, a entrega do bem para penhora é geralmente mais rápida e fácil do que outras formas de
garantia.

No entanto, é importante que o devedor tenha conhecimento do valor de mercado do bem


penhorado e do risco de perdê-lo caso não cumpra com suas obrigações financeiras. Além disso, é
importante verificar as taxas de juros e as condições de pagamento antes de aceitar o penhor
mercantil como garantia de crédito, para evitar surpresas desagradáveis no futuro.

6) Alienação Fiduciária

Alienação Fiduciária é uma forma de garantia de crédito em que o bem é entregue ao credor como
garantia, mas mantém a propriedade do devedor. O credor tem o direito de vender o bem em caso

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de inadimplência, mas o valor obtido com a venda deve ser utilizado para cobrir o valor devido. Essa
forma de garantia é comumente utilizada em financiamentos imobiliários.

A Alienação Fiduciária permite que o devedor tenha acesso a crédito sem precisar vender seu bem,
como é o caso do penhor mercantil. Além disso, o devedor pode continuar usufruindo do bem
enquanto cumpre com suas obrigações financeiras, o que pode ser uma vantagem em relação a
outras formas de garantia.

No entanto, é importante que o devedor compreenda as condições do contrato de Alienação


Fiduciária, incluindo as taxas de juros, as condições de pagamento e as consequências da eventual
inadimplência, para evitar surpresas desagradáveis no futuro. Além disso, é importante verificar se o
bem está registrado corretamente para evitar problemas futuros com a transferência de propriedade.

7) Hipoteca

Hipoteca é uma forma de garantia de crédito em que o devedor entrega ao credor o direito de
penhor sobre um imóvel como garantia de pagamento de uma dívida. O credor tem o direito de
vender o imóvel em caso de inadimplência para cobrir o valor devido. A hipoteca é registrada em
cartório de imóveis, tornando o direito de penhor sobre o imóvel oficial e vinculante.

A hipoteca é uma forma de garantia comumente utilizada em financiamentos imobiliários, pois


permite ao devedor obter crédito com taxas de juros mais baixas do que outras formas de garantia.
Além disso, a hipoteca oferece uma garantia sólida ao credor, já que o imóvel é um bem de alto
valor e duradouro.

No entanto, é importante que o devedor compreenda as condições do contrato de hipoteca,


incluindo as taxas de juros, as condições de pagamento e as consequências da eventual
inadimplência, para evitar surpresas desagradáveis no futuro. Além disso, é importante verificar se o
imóvel está registrado corretamente para evitar problemas futuros com a transferência de
propriedade.

8) Fianças Bancárias

Fianças Bancárias são instrumentos financeiros utilizados para garantir contratos e obrigações de
terceiros. Nesse tipo de fiança, o banco é o instituidor da garantia e se responsabiliza perante a outra
parte pelo cumprimento das obrigações assumidas pelo fiador principal.

As Fianças Bancárias são amplamente utilizadas em contratos comerciais, construções, licitações


públicas, entre outros. A emissão dessa fiança requer a aprovação do banco e o pagamento de uma
taxa de juros.

É importante que o solicitante da Fiança Bancária leia cuidadosamente os termos e condições do


contrato antes de assiná-lo, incluindo as responsabilidades do fiador, as condições de liberação da
fiança e as eventuais taxas adicionais. Além disso, é importante verificar se a instituição financeira é
confiável e tem experiência no mercado de fianças bancárias.

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Resumindo o conteúdo

Aval é uma garantia pessoal emitida por uma pessoa, geralmente com bom histórico creditício, que
se compromete a pagar a dívida caso o devedor não cumpra com seus compromissos.

Fiança é uma garantia pessoal onde uma pessoa ou empresa se compromete a pagar a dívida em
caso de inadimplência do devedor.

Penhor Mercantil é uma garantia real onde uma mercadoria é dada como garantia para o
pagamento de uma dívida.

Alienação Fiduciária é uma garantia real onde o devedor transfere a propriedade de um bem para
o credor, que passa a ter o direito de vender o bem caso o devedor não cumpra com seus
compromissos.

Hipoteca é uma garantia real onde o devedor transfere a propriedade de um imóvel para o credor,
que passa a ter o direito de vender o imóvel caso o devedor não cumpra com seus compromissos.

Fianças bancárias são garantias emitidas por bancos, geralmente utilizadas em contratos
comerciais, onde o banco se compromete a pagar o valor da dívida em caso de inadimplência do
devedor.

AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA

1) Introdução

Continuaremos estudando para Caixa Econômica Federal, na disciplina de Conhecimentos Bancários.

1 - Autorregulação bancária.

O Sistema de Autorregulação Bancária da FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) refere-se a


um conjunto de normas e compromissos de conduta estabelecidos pelo próprio setor bancário,
com o objetivo de criar um ambiente mais favorável à realização dos princípios fundamentais. Vamos
explorar mais detalhes sobre esse sistema: Vejamos os componentes do sistema de autorregulação
bancária:

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Os bancos optam por aderir a um conjunto
Os quatro grandes princípios que orientam a
de normas como uma forma de
autorregulação bancária são:
autorregulação.

(Federação Brasileira de Bancos)


A FEBRABAN, como entidade
representativa do setor bancário no Brasil, Ética e Legalidade: Promover práticas
desempenha um papel fundamental na éticas e legais em todas as operações e
criação e implementação dessas normas. transações.
Ela utiliza sua estrutura existente para Respeito ao Consumidor: Garantir o
conduzir procedimentos de respeito aos direitos e interesses dos
relacionamento, monitoramento, consumidores.
disciplinares, aprovação e publicação de
normativos.

Associação Brasileira das Entidades dos


Comunicação Eficiente: Fomentar a
Mercados Financeiro e de Capitais
transparência e eficácia na comunicação
A ANBIMA atua como uma entidade com todas as partes interessadas.
representativa do setor financeiro e de
Melhoria Contínua: Buscar
capitais no Brasil. Ela congrega diversas
continuamente aprimorar os processos e
instituições, incluindo bancos, corretoras,
práticas para um funcionamento mais
gestoras de recursos, distribuidoras de
eficaz.
valores, entre outras.

Tome nota!

O comprometimento com as normas em questão é uma escolha voluntária por parte das
instituições financeiras brasileiras. A adesão à autorregulação da FEBRABAN não é imposta, mas é
valorizada como um diferencial. Se uma instituição financeira faz parte desse quadro, além de
cumprir as obrigações do Banco Central e do CMN, ela também segue os normativos voluntários da
FEBRABAN.

Importante!

É importante destacar que, para participar do sistema, uma instituição financeira precisa primeiro
associar-se à FEBRABAN e, em seguida, integrar-se ao quadro junto com outras instituições. Além
disso, as instituições financeiras são segmentadas em níveis de I a III.

Ela avança para o nível II


Finalmente, no nível III, a
No nível I, a instituição ao atender a um dos três
instituição atende a todos
atende apenas à eixos normativos
os eixos normativos, além
autorregulação. estabelecidos pela
da autorregulação.
FEBRABAN.

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Os eixos normativos incluem:

Relacionamento com o Consumidor: Diretrizes e procedimentos para as boas práticas das


instituições financeiras com seus consumidores.

Prevenção a Ilícitos: Medidas para prevenção e combate à lavagem de dinheiro, financiamento


ao terrorismo e corrupção.

Responsabilidade Socioambiental: Conjunto de diretrizes e procedimentos fundamentais para


as práticas socioambientais das instituições nos negócios e na relação com as partes interessadas.

Os bancos que aderem ao sistema estabelecem uma série de compromissos de conduta. Esses
compromissos visam contribuir para um mercado mais eficaz, claro e transparente.

A ideia subjacente é que a autorregulação bancária beneficia não apenas o setor bancário, mas
também os consumidores e a sociedade como um todo. Ao seguir essas normas, os bancos
contribuem para um ambiente mais confiável e ético.

O conjunto de normas não substitui as regulamentações governamentais, mas complementa-as. A


autorregulação busca contribuir para o funcionamento eficiente do mercado, atendendo aos
interesses de todas as partes envolvidas.

2) Aplicabilidade Do Código De Conduta Ética e Autorregulação Bancária

O Código de Conduta Ética e Autorregulação Bancária é aplicável a todas as Instituições Financeiras


associadas à Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN.

Sendo a instituição financeira associada ou tendo expressamente aderido ao Código citado, deve ter
estrita observância aos conceitos e condutas dispostas nele.

O presente Código não se sobrepõe à legislação e regulamentação vigentes, ainda que venham a
ser editadas normas, após o início de sua vigência, que sejam contrárias às disposições ora trazidas.
Caso haja contradição entre regras estabelecidas neste Código e normas legais ou regulamentares,
essas últimas prevalecerão, sem prejuízo das demais regras contidas neste Código.

3) Conceitos Presentes No Código De Ética e Autorregulação Bancária

Para os efeitos Do Código de Conduta Ética e Autorregulação Bancária, considera-se:

Ética - virtude caracterizada pela orientação dos atos das associadas segundo os valores do bem
e da decência pública.

Conduta - manifestação do modo como uma associada se comporta perante a sociedade, tendo
como base as crenças, culturas, valores morais e éticos que seguem.

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Conflito de Interesse - qualquer situação na qual a associada possa ter sua capacidade de
julgamento e decisão afetada, podendo incorrer ou sugerir quebra do princípio de imparcialidade e
favorecer seu próprio interesses, de terceiros ou, ainda, de cunho político, em detrimento dos
interesses e princípios da FEBRABAN.

Compliance - dever de cumprir, de estar em conformidade e fazer cumprir leis, diretrizes,


regulamentos internos e externos, buscando mitigar o risco atrelado à reputação, ao risco legal ou
regulatório.

Corrupção - toda e qualquer ação, culposa ou dolosa, que implique sugestão, oferta, promessa,
concessão (forma ativa) ou solicitação, exigência, aceitação ou recebimento (forma passiva), de
vantagens indevidas, de natureza financeira ou não, tais como: propina, tráfico de influência e
favorecimentos, em troca de realização ou omissão de atos inerentes as suas atribuições, operações
ou atividades, ou visando a benefícios para si ou para terceiros.

Instituições Financeiras – pessoa jurídica de direito público ou privado, conforme Lei nº


7.4)92/86, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação,
intermediação ou aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira,
ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores
mobiliários.

Signatárias – todas as Instituições Financeiras associadas à FEBRABAN.

Signatárias nível I – Instituições Financeiras Signatárias a este Código de Conduta Ética e


Autorregulação.

Signatárias nível II – Instituições Financeiras Signatárias que aderiram a pelo menos um dos
eixos normativos do SARB.

Signatárias nível III – Instituições Financeiras Signatárias que aderiram a todos os eixos
normativos do SARB.

4) Princípios Éticos

As Signatárias deverão observar aos seguintes princípios éticos:

Integridade - Adotar em todas suas atividades, processos e relacionamentos as boas práticas de


conduta, honestidade e retidão.

Equidade - Desenvolver um ambiente profissional e de mercado justo, digno e imparcial.

Respeito ao consumidor – Tratar o consumidor de forma justa e transparente, com atendimento


cortês e digno, de forma a garantir a sua liberdade de escolha e a tomada de decisões conscientes,
bem como atender suas necessidades e as possíveis convergências de interesses.

Transparência - Prestar informações claras, exatas e suficientes em todos os relacionamentos e


decisões tomadas, sempre em conformidade com as leis e regulamentações aplicáveis.
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Excelência - Aperfeiçoar padrões de conduta, elevar a qualidade dos produtos e serviços de
forma contínua e permanente.

Sustentabilidade - Atuar com responsabilidade ambiental, econômica, social e cultural,


respeitando leis e regulamentações e contribuindo para o desenvolvimento sustentável.

Confiança - Manter em todos os relacionamentos, práticas que proporcionem um ambiente de


credibilidade, segurança, boa-fé e lealdade.

5) Relacionamento Com o Consumidor

Quanto ao relacionamento com o consumidor, assim dispõe o Código de Conduta Ética e


Autorregulação Bancária:

Art. 2º. As Signatárias reconhecem a vulnerabilidade do consumidor e, na implementação de


suas políticas de Relacionamento com Clientes e Usuários, comprometem-se com a
convergência de suas práticas comerciais em relação às leis de proteção e defesa do
consumidor, notadamente ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor e legislação
complementar em matéria consumerista.

Art. 3º. As Signatárias, em suas relações com consumidores e clientes, pautarão suas ações
em valores organizacionais baseados na boa-fé, no tratamento justo, na transparência, no
respeito à dignidade e harmonização de interesses, devendo oferecer produtos e serviços
adequados ao seu perfil.

Art. 4º. As Signatárias garantirão a liberdade de escolha dos consumidores, provendo


informações completas e adequadas que permitam a aquisição consciente e refletida de
produtos ou serviços e, de forma facilitada, garantir-lhes acesso aos processos de
portabilidade quando de seu interesse.

Art. 5º. As Signatárias comprometem-se com o cuidado permanente para que as peças
publicitárias e anúncios estejam livres de informações ambíguas, exageradas, capazes de
induzir o consumidor em erro ou, ainda, que promovam a discriminação, desrespeito a valores
ambientais ou explore a deficiência de julgamento.

Art. 6º. As Signatárias observarão o mais estrito dever de cuidado e sigilo no tratamento de
informações cadastrais, confidencialidade de dados pessoais, financeiros ou de qualquer
natureza dos consumidores.

Art. 7º. As Signatárias disponibilizarão canais de atendimento acessíveis a consumidores e


clientes, atenderão suas demandas de forma tempestiva e atuarão de maneira a estimular os
mecanismos alternativos de solução de conflitos e fortalecer a mediação por meio de seus
canais de atendimento, destacadamente os canais de SAC (Serviço de Atendimento ao
Consumidor) e Ouvidoria.

6) Da Livre Concorrência

As Signatárias, em conformidade com a Política de Defesa da Concorrência da FEBRABAN,


comprometer-se-ão com a promoção de um ambiente de concorrência livre, honesta, justa e correta,

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visando o aprimoramento contínuo de produtos, serviços e eficiência e não admitirão impedimentos
artificiais ou ilegais à entrada de novos concorrentes no mercado ou à manutenção da atividade
econômica de cada uma.

De igual modo, as Signatárias coibirão e impedirão quaisquer infrações à ordem econômica que
possam causar prejuízos aos fundamentos da livre concorrência no mercado financeiro.

7) Da Responsabilidade Socioambiental

As Signatárias deverão valorizar e incentivar a preservação ambiental e o desenvolvimento social,


estimulando um ambiente harmonioso, sustentável e inclusivo.

Ademais, assim dispõe o Código:

Art. 15. As Signatárias se empenharão na prevenção e não aceitarão quaisquer formas de


trabalho forçado, involuntário, escravo ou em condição análoga, tampouco o uso de mão de
obra infantil, em desacordo com a legislação e regulamentação vigentes, ou qualquer outra
forma de trabalho contra a livre vontade ou escolha do indivíduo, bem como contribuirão
ativamente para o combate e a erradicação de formas degradantes de trabalho.

Art. 16. Não serão toleradas nenhuma forma de discriminação, desrespeito e preconceito de
qualquer natureza, seja de gênero, raça, religião, faixa etária, convicção política, nacionalidade,
estado civil, posição social, condição física, entre outras.

Art. 17. Todas as formas de abuso de poder, condutas hostis e/ou de intimidações como
assédios (moral, físico, psicológico, judicial, entre outros), constrangimentos, depreciações,
ofensas e/ou ameaças não serão toleradas.

Art. 18. As Signatárias se comprometem a promover ações de educação financeira voltadas


ao crédito consciente e ao uso dos recursos disponíveis.

8) Da Conformidade com as Leis

As Signatárias devem se comprometer ainda a trabalhar num ambiente ético, de respeito às leis,
nacionais e internacionais, e às autoridades de todas as instâncias dos Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário, bem como também com a manutenção de políticas e práticas institucionais atualizadas
e disseminadas de prevenção e combate a todas as formas de atos ilegais ou criminosos.

9) Da Prevenção a Fraudes e Lavagem De Dinheiro

A FEBRABAN atuará no auxílio ao combate a fraudes e a lavagem de dinheiro, sendo vedada a


adesão pelas instituições de práticas que tenham como finalidade a ocultação ou dissimulação de
bens, direitos ou valores provenientes direta ou indiretamente de infrações penais.

Dessa forma, as instituições bancárias signatárias deverão adotar os seguintes procedimentos:

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Implementar e aprimorar continuamente mecanismos para evitar a realização de negócios com
terceiros de reputação inidônea, incluindo agentes, consultores e parceiros de negócio que possam
estar envolvidos em atividades ilícitas e cujos recursos sejam de origem ilegítima;

Assegurar a existência de políticas e de controles que coíbam falsificações ou adulterações de documentos,


registros e aprovações;

Realizar o reporte de transações suspeitas para os órgãos competentes de acordo com os procedimentos
vigentes, conforme diretrizes do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras);

Enfatizar a importância de conhecer os clientes e colaboradores, bem como a notificação de atividades


suspeitas.;

10) Da Prevenção e Combate à Corrupção

As instituições bancárias cooperarão com as iniciativas nacionais e internacionais de prevenção e


combate à corrupção utilizando-se, para tanto, dos valores da Honestidade e Integridade.

Neste sentido dispõe o Código:

Art. 24. As Signatárias não tolerarão e repudiarão quaisquer atos de corrupção, de qualquer
natureza, em prejuízo do interesse público ou privado, nacional ou estrangeiro.

Art. 25. As Signatárias manterão políticas e adotarão práticas institucionais de prevenção e


combate à corrupção, em conformidade com elevados padrões de honestidade e integridade.

Art. 26. As Signatárias cooperarão com as iniciativas nacionais e internacionais de prevenção


e combate à corrupção.

Art. 27. As Signatárias adotarão ações de prevenção e manterão controles para que aqueles
que ajam em seu nome não pratiquem atos de corrupção.

Art. 28. As Signatárias adotarão medidas corretivas em caso de suspeita ou identificação de


algum ilícito cometido por aqueles que ajam em seu nome, comprometendo-se a aprimorar
suas ações de prevenção.

11) Do Relacionamento entre Associadas

Os participantes do Sistema de Autorregulação Bancária da FEBRABAN devem agir entre si de forma


respeitosa, igualitária e imparcial, para isso deverão buscar:

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Expressar opiniões livremente, cooperar, praticar o diálogo e acolher opiniões divergentes de caráter
construtivo;

Promover o ambiente de respeito mútuo quanto à manifestação de opiniões, à liberdade de escolha


e às posições dos representantes, independentemente da Instituição Financeira associada, da função
ou cargo que ocupem;

Não constranger e não se impor de forma autoritária nas discussões e tomadas de decisão;

Respeitar os princípios de lealdade, cordialidade, boa-fé e transparência;

Fornecer informações claras, objetivas, corretas e transparentes para que as discussões


e tomadas de decisão contribuam para o fortalecimento da Autorregulação Bancária.

12) Das Relações Externas e Interação Com o Poder Público e Autoridades

O diálogo é algo primordial entre as Signatárias, dessa forma, devem se comprometer a manter
diálogo, sempre que solicitado ou necessário, com as autoridades constituídas, em especial as que
atuam na regulação, proteção e defesa dos consumidores, atentando-se às questões apresentadas
e demonstrando postura construtiva na avaliação dos temas tratados, primando pelo
aprimoramento contínuo da relação com os consumidores e cidadãos na prestação de serviços
bancários.

Salvo se estiverem na condição de mandatária, as Signatárias não deverão tomar quaisquer decisões
ou assumir compromissos perante fóruns, mídia, Poder Público ou Autoridades, em nome do Sistema
de Autorregulação Bancária.

13) Do Controle da Informação e Confidencialidade

As instituições bancárias que pertencem ao SARB devem necessitam possuir e manter atualizado
periodicamente as políticas, procedimentos e controles que assegurem a integridade, legitimidade,
confiabilidade, segurança e sigilo das transações.

É possível o compartilhamento de informações pessoais de clientes/ex-clientes nos casos de


determinação judicial ou se o consumidor solicitar ou permitir revelar as suas informações.

14) Do Conflito De Interesses

Os conflitos de interesse devem ser evitados, devendo as Signatárias agir de modo a prevenir ou
impedir quaisquer situações que possam configurar conflito de interesses.

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15) Do Sistema de Autorregulação Bancária

O Sistema de Autorregulação Bancária é regido pelos seguintes instrumentos normativos:

Código de Conduta Ética e Autorregulação Bancária;

Normativos aprovados pelo Conselho de Autorregulação; e

Decisões da Diretoria de Autorregulação e do Conselho de Autorregulação.

16) Da Responsabilidades Das Signatárias

Dispõe o art. 39 do Código que são responsabilidades das Signatárias do Sistema de Autorregulação
Bancária:

Art. 39: I - respeitar e fazer com que suas controladas e coligadas sujeitas a este Código
respeitem as normas da Autorregulação;

II – indicar um profissional com cargo estatutário, preferencialmente das áreas de ouvidoria,


compliance, riscos, controles internos ou jurídico, para ser o interlocutor com a Diretoria de
Autorregulação;

III - disponibilizar e permitir acesso a informações para fins de verificação da aderência às


normas do Sistema de Autorregulação Bancária, sempre que solicitado.

17) Do Conselho das Signatárias

O Conselho das Signatárias do Sistema de Autorregulação Bancária é composto pelos membros do


Conselho Diretor da FEBRABAN representantes das Instituições Financeiras, ao qual compete:

deliberar sobre a composição do Conselho de Autorregulação e o modelo de adesão ao Sistema


de Autorregulação Bancária;

nomear os Conselheiros Setoriais e os Conselheiros Independentes;

estabelecer eventual verba remuneratória para os Conselheiros Independentes;

A convocação do Conselho das Signatárias será feita pelo Presidente do Conselho de Autorregulação
com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, por intermédio de mensagem eletrônica para o
endereço cadastrado junto à Diretoria de Autorregulação, devendo mencionar o dia, hora, local e
assuntos da pauta. O Conselho das Signatárias poderá ser convocado por iniciativa de ½ (metade)
das Signatárias.

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Para a instalação em primeira convocação é necessário a presença de, no mínimo, 1/4 (um quarto)
das Signatárias e, em segunda convocação, com qualquer número, sendo as deliberações tomadas
por maioria de votos dos membros presentes à reunião, tendo cada Signatária direito a 1 (um) voto.

18) Do Conselho De Autorregulação

8 (oito) Conselheiros Setoriais


Compõem o Conselho de Autorregulação
(órgão normativo e de administraçção do
SARB):
8 (oito) Conselheiros Independentes.

5 (cinco) Conselheiros indicados


respectivamente pelas 5 (cinco) maiores
Signatárias, segundo seu patrimônio líquido
São Conselheiros SETORIAIS (indicados
pelas Signatárias):
3 (três) Conselheiros indicados mediante
alternância entre as demais signatárias que
tenham aderido voluntariamente aos eixos
Normativos

O Conselheiro Setorial indicado deverá ser profissional estatutário da respectiva Signatária.

Por outro lado, os Conselheiros Independentes são representantes da sociedade civil, de ilibada
reputação e notório conhecimento dos temas tratados nas normas da Autorregulação.

Os Conselheiros Setoriais nomeados pelo Conselho das Signatárias indicarão o presidente do


Conselho de Autorregulação e o vice-presidente, que terão mandato de 2 (dois) anos, sendo
permitida a recondução.

O mandato dos 03 Conselheiros nomeados por indicação mediante alternância e dos Conselheiros
Independentes será de 2 (dois) anos, e a recondução admitida apenas para os Conselheiros
Independentes.

A solicitação de ingresso de novas Signatárias no Conselho ocorrerá mediante solicitação formal à


Diretoria de Autorregulação e observará a ordem cronológica dos pedidos.

Caso um Conselheiro Setorial renuncie ou seja destituído do Conselho de Autorregulação, ele será
substituído por outro representante da Signatária que o indicou em até 30 (trinta) dias após o
evento e completará o restante do mandato outorgado.

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§ 2º Caso a Signatária renuncie ou seja destituída do Conselho de Autorregulação, a escolha da nova
Signatária respeitará a regra de alternância.

A ausência sem justificativa por parte de um Conselheiro, a mais de 2 (duas) reuniões consecutivas
ou a mais de 3 (três) reuniões alternadas em um período de 12 (doze) meses, implicará a perda do
mandato.

Os Conselheiros Setoriais não farão jus a qualquer verba remuneratória ou reembolso em razão do
desempenho de suas funções. Já os Conselheiros Independentes poderão receber verba
remuneratória e ser reembolsados por despesas diretamente relacionadas ao desempenho de suas
funções, conforme determinado pelo Conselho das Signatárias.

Quanto as competências do Conselho de Autorregulação, prevê o Código:

Art. 52. Compete ao Conselho de Autorregulação:

I - aprovar e deliberar alterações a este Código;

II – aprovar e instituir novos Normativos, bem como deliberar sobre a alteração de Normativos
vigentes;

III- estabelecer, por meio de resoluções, as diretrizes, políticas e procedimentos do Sistema


de Autorregulação Bancária, incluindo:

a) o modelo monitoramento e supervisão do Sistema de Autorregulação Bancária;

b) o Selo da Autorregulação; e

c) o relatório anual contendo informações sobre as atividades desempenhadas e resultados


alcançados pelo Conselho de Autorregulação e pela Diretoria de Autorregulação.

IV - nomear e destituir o responsável pela Diretoria de Autorregulação;

V - firmar convênios com entidades setoriais;

VI – decidir pela aplicação das sanções previstas neste Código;

VII – atuar como última instância decisória em procedimentos disciplinares iniciados em


outros sistemas de autorregulação em que a FEBRABAN participe e demonstre interesse,
desde que haja previsão expressa para tal nas regras que disciplinam estes sistemas de
autorregulação; e

VIII - deliberar sobre assuntos que entenda relevantes ao Sistema de Autorregulação.

Art. 53. O Conselho de Autorregulação reunir-se-á, ordinariamente, no mínimo 4 (quatro)


vezes ao ano e, extraordinariamente, sempre que os interesses do Sistema de Autorregulação
Bancária assim o exigirem.

Já quanto a convocação do Conselho de Autorregulação, esta se realizará pelo Presidente do


Conselho com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, através de mensagem eletrônica para o
endereço cadastrado junto à Diretoria de Autorregulação.

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O Conselho de Autorregulação poderá ser convocado por iniciativa de 3/5 (três quintos) dos
Conselheiros.

O Conselho de Autorregulação instalar-se-á com a presença de no mínimo 3/5 (três quintos) dos
Conselheiros, sendo as deliberações tomadas por maioria de votos dos membros presentes à
reunião, tendo cada Conselheiro direito a 1 (um) voto.

Havendo empate, o Presidente do Conselho de Autorregulação ou, em caso de impedimento deste,


o Vice-Presidente, proferirá o voto de qualidade/desempate.

Nas reuniões do Conselho de Autorregulação terão assento, porém sem direito a voto, o Vice-
Presidente Executivo da FEBRABAN e o responsável pela Diretoria de Autorregulação, cabendo a este
último elaborar as pautas e secretariar as reuniões.

Ao Presidente do Conselho de Autorregulação compete convocar e presidir as reuniões ordinárias e


extraordinárias do Conselho de Autorregulação. E ao Vice-Presidente do Conselho de
Autorregulação compete substituir o Presidente do Conselho de Autorregulação em caso de
impedimento.

19) Da Comissão De Autorregulação

Os membros da Comissão de Autorregulação Bancária são responsáveis pela representação das


Signatárias junto ao Sistema de Autorregulação Bancária, bem como também pela interlocução com
a Diretoria de Autorregulação da FEBRABAN e com o Conselho de Autorregulação.

Compete a Comissão de Autorregulação:

Fazer cumprir as deliberações do Conselho;

Realizar estudos e promover discussões relacionadas ao aperfeiçoamento do SARB, incluindo temas


para futuros Normativos;

Atuar de forma proativa e propositiva em temas relacionados à Autorregulação, visando a representação


dos interesses das Signatárias perante o Estado, a sociedade e as entidades de regulação, supervisão e
controle, bem como o fortalecimento do SARB;

Aprovar o Plano de Trabalho da Diretoria de Autorregulação;

Aprovar o Plano de Monitoramento e Supervisão do SARB;

Aprovar os critérios para abertura de Averiguações Preliminares;

Ouvida a Diretoria de Autorregulação, manifestar-se conclusivamente sobre a instauração de processos


administrativos disciplinares por violação das normas de Autorregulação Bancária.

A Comissão será composta por 18 (dezoito) Signatárias, sendo:

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5 (cinco) representantes indicados pelas 5 (cinco) maiores Signatárias, segundo seu patrimônio líquido;

13 (treze) representantes indicados ad referendum do Conselho, em regime de alternância.

Os representantes submetidos ao regime de alternância terão mandato de 1 (um) ano, admitida até uma
recondução por igual período, caso não haja interesse de ingresso na Comissão por novas Signatárias.

20) Da Diretoria De Autorregulação

A Diretoria de Autorregulação é o órgão executivo do Sistema de Autorregulação Bancária,


subordinado ao Conselho de Autorregulação Bancária. À Diretoria Executiva da FEBRABAN compete
prover infraestrutura operacional à Diretoria de Autorregulação.

À Diretoria de Autorregulação compete de acordo com o Código:

Art. 63. Compete à Diretoria de Autorregulação Bancária:

I - executar as deliberações do Conselho de Autorregulação Bancária;

II - elaborar propostas para o desenvolvimento do Sistema de Autorregulação Bancária;

III - orientar as Signatárias quanto ao correto preenchimento dos Relatórios de Conformidade;


aprovar o teor dos Relatórios de Conformidade, monitorando o cumprimento das obrigações
ali consignadas, de acordo com a política definida pelo Conselho de Autorregulação;

IV - desenvolver e gerenciar processos e sistemas para monitorar a aderência das Signatárias


às normas da Autorregulação;

V - registrar denúncias por parte dos consumidores, órgãos de proteção do consumidor e das
Instituições Financeiras Signatárias; notificar, ao Presidente do Conselho de Autorregulação,
indícios de violação ao Código de Conduta Ética, normas da Autorregulação e inadequação
nos Relatórios de Conformidade;

VI - estruturar e manter, em página eletrônica própria, uma área especificamente destinada


ao Sistema de Autorregulação, de forma a disponibilizar (a) a lista das Signatárias ativas e
suspensas, (b) o Código, as Regras e demais Normativos, (c) os pareceres e orientações sobre
o Código e as Regras, (d) o ementário dos julgados dos Comitês Disciplinares, (e) as
informações relativas aos sistemas das Signatárias para atendimento a consumidores, e (f) um
sistema para receber denúncias e manifestações do público em geral;

VII - participar de atividades e eventos relevantes ao Sistema de Autorregulação Bancária;

VIII - secretariar o processo de renovação do Conselho de Autorregulação;

IX - elaborar o orçamento referente ao Sistema de Autorregulação Bancária, que comporá o


orçamento da FEBRABAN.

Art. 64. A Diretoria de Autorregulação, ouvido o Conselho de Autorregulação, poderá instituir


e coordenar grupos de trabalho para efetuar estudos e promover discussões relacionados
com o aperfeiçoamento e conhecimento do Sistema de Autorregulação, incluindo o conteúdo
e a interpretação do Código e das Regras, e temas para futuros Normativos.
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Parágrafo único. Os Grupos de Trabalho poderão ser compostos por representantes das
Signatárias, por membros de Comissões Técnicas da FEBRABAN e por outros convidados,
conforme a conveniência e os temas a serem tratados.

21) Dos Selos De Autorregulação

Os selos de Autorregulação Bancária poderão ser concedidos às Signatárias de nível II e III, e sua
concessão e manutenção serão disciplinadas em Normativo específico da Autorregulação Bancária
instituído pelo Conselho de Autorregulação.

22) Do Canal De Registro De Demandas

O Sistema de Autorregulação Bancária contará com um canal de registro de demandas denominado


“Conte Aqui”.

23) Do Procedimento Disciplinar

O procedimento disciplinar aplicável às infrações a este Código e aos Normativos do Sistema de


Autorregulação Bancária observará o disposto no Normativo SARB 006.

Nos procedimentos de Supervisão e Controle, serão observados a isonomia entre as Signatárias e o


devido processo legal, especialmente quanto ao contraditório e à ampla defesa, ficando assegurado
às Signatárias o direito de emitir manifestação, de oferecer provas e acompanhar sua produção, de
obter vista e pedir a revisão de decisões.

Somente poderão ser recusados, mediante decisão fundamentada, os argumentos e as provas


propostas pelas Signatárias quando ilícitas, impertinentes ou protelatórias.

Quanto aos procedimentos de supervisão e controle de normas prevê o Código:

Art. 72. Os procedimentos de supervisão e controle das normas da Autorregulação Bancária


serão desenvolvidos mediante os seguintes atos:

I – Averiguação Preliminar (AP);

II – Processo Disciplinar (PD); e

III – Revisão do Processo Disciplinar (RPD).

24) Das Sanções

Nos termos do art. 73, o descumprimento do Código de Conduta Ética e Autorregulação, bem como
dos normativos do Sistema de Autorregulação Bancária sujeitam as Signatárias à:

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Art. 73. I - recomendação para o ajuste de sua conduta, encaminhada por meio de carta
reservada;

II - recomendação para o ajuste de sua conduta, encaminhada por meio de carta com o
conhecimento de todas as Signatárias, cumulada com a obrigação de pagar uma contribuição
entre 1 (uma) e 10 (dez) vezes o valor da menor anuidade recolhida por uma Associada da
FEBRABAN;

III - suspensão de sua participação no Sistema de Autorregulação Bancária, com a suspensão


do uso do Selo da Autorregulação e do mandato de seu Conselheiro no Conselho de
Autorregulação, cumulada com a obrigação de pagar uma contribuição entre 5 (cinco) e 15
(quinze) vezes o valor da menor anuidade recolhida por uma Associada da FEBRABAN; e

IV - exclusão de sua participação no Sistema de Autorregulação Bancária.

§ 1º A decisão levará em conta a gravidade da conduta, o impacto para o mercado, para a


imagem da Signatária e para o Sistema de Autorregulação Bancária, além da reincidência.

§ 2º Na imposição de suspensão ou exclusão, o Conselho de Autorregulação estabelecerá o


prazo e as condições a serem observadas pela Instituição.

PROGRAMAS SOCIAIS

1) Introdução

Continuaremos estudando para Caixa Econômica Federal, na disciplina de Conhecimentos Bancários.


1 - Lei Complementar nº 7/1970 (PIS). Lei nº 8.036/1990 (FGTS): possibilidades e condições
de utilização/saque. Certificado de Regularidade do FGTS. Guia de Recolhimento (GRF). Lei
nº 10.836/2004 (Bolsa Família). Lei nº 7.998/1990 (Programa Desemprego e Abono Salarial -
beneficiários e critérios para saque).

2) Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)

O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) é um fundo especial vinculado ao Ministério da Economia


do Brasil, destinado a prover recursos para programas de desenvolvimento econômico,
investimentos em infraestrutura, financiamento de programas de seguro-desemprego, abono
salarial e programas de geração de emprego e renda.

Principais características e destinações do FAT:

Seguro-Desemprego: O FAT é uma das fontes de recursos para o pagamento do seguro-


desemprego, benefício concedido temporariamente a trabalhadores dispensados sem justa causa.

Abono Salarial: Também é utilizado para financiar o abono salarial, um benefício pago
anualmente a trabalhadores que atendem a determinados critérios, como ter recebido remuneração
média de até dois salários mínimos no período considerado.

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FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior): Parte dos recursos do FAT
é destinada ao FIES, programa que financia a graduação de estudantes em instituições privadas de
ensino superior.

Programas de Geração de Emprego e Renda: O fundo é utilizado para financiar programas e


ações que visam a geração de emprego e renda, contribuindo para o desenvolvimento econômico
e social.

Programas de Infraestrutura e Desenvolvimento: Recursos do FAT são direcionados para


investimentos em projetos de infraestrutura, desenvolvimento regional e modernização tecnológica.

O FAT é alimentado por diversas fontes, sendo uma delas a contribuição das empresas para o
Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público (PASEP). Essas contribuições são destinadas a diferentes programas, e parte delas é
direcionada ao FAT para custear suas diversas finalidades.

A gestão do FAT é realizada pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador


(CODEFAT), que define as diretrizes e critérios para a aplicação dos recursos. O fundo desempenha
um papel importante na proteção social dos trabalhadores e no fomento ao emprego e
desenvolvimento econômico.

Momento da Questão

FSADU (2009) – O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) é um fundo vinculado ao


Ministério do Trabalho e Emprego e destinado ao custeio de programas específicos. As
principais ações de emprego financiadas com recursos do Fundo estão estruturadas por meio
de duas vertentes: o Programa do Seguro-Desemprego e os Programas de Geração de
Emprego e Renda. Com relação ao FAT, são apresentados cinco assertivas. Classifique-as em V
(verdadeira) e F (falsa) e marque a opção correspondente.

( ) O Seguro-Desemprego inclui as ações de qualificação e requalificação profissional e de orientação


e intermediação de mão-de-obra.

( ) O FAT aporta recursos no PROGER Rural, uma linha de especial de crédito que financia
proprietários rurais, posseiros, arrendatários que utilizam, preponderantemente, mão-de-obra
familiar.

( ) O Fundo é gerido por um Conselho Deliberativo (CODEFAT), órgão colegiado, de caráter tripartite
e paritário, composto por representantes dos trabalhadores, dos empregadores e do governo.

( ) Os recursos do FAT advêm, em grande parte, das contribuições devidas ao PIS e ao PASEP.

( ) O FAT é um fundo de natureza contábil financeira.

a) F – F – V – V – V

b) V – V – V – V – V

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c) F – F – V – V – F

d) F – V – V – V – F

e) V – V – F – V – V

Gabarito: Letra B.

Comentário: As principais iniciativas de promoção do emprego financiadas pelo Fundo de


Amparo ao Trabalhador (FAT) estão centradas em dois programas fundamentais. O primeiro é o
Programa do Seguro-Desemprego, abrangendo ações que envolvem o pagamento do benefício do
seguro-desemprego, programas de qualificação e requalificação profissional, além de atividades de
orientação e intermediação de empregos. O segundo conjunto de ações se refere aos Programas de
Geração de Emprego e Renda, nos quais os recursos são alocados por meio de depósitos especiais,
estabelecidos pela Lei nº 8.352, de 28 de dezembro de 1991. Esses depósitos incluem o Programa
de Geração de Emprego e Renda (PROGER), em suas modalidades Urbano e Rural, e o Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), entre outros.

2) Lei Complementar nº 7/1970 (PIS)

A Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, trata do Programa de Integração Social (PIS)


no Brasil. Este programa foi instituído para promover a integração do empregado na vida e no
desenvolvimento das empresas, além de incentivar a formação do patrimônio pessoal do
trabalhador. A lei estabeleceu a criação do PIS como um programa de natureza social.

A execução do Programa de Integração Social (PIS) se dá por meio do Fundo de Participação, o qual
é alimentado por depósitos efetuados pelas empresas na Caixa Econômica Federal. A contribuição
das empresas para o PIS é composta por duas parcelas distintas, vejamos:

A primeira parcela é deduzida do Imposto de Renda devido e a segunda parcela é constituída


por recursos próprios da empresa, sendo calculada com base no faturamento, de acordo com as
seguintes porcentagens:

A partir do
No exercício de No exercício de No exercício de
exercício de 1974:
1971: 0,15%. 1972: 0,25%. 1973: 0,40%.
0,50%.

A dedução da primeira parcela não prejudica o direito de utilização dos incentivos fiscais previstos
na legislação vigente. A dedução é calculada com base no valor do Imposto de Renda devido,
conforme as seguintes proporções:

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No exercício de 1973 e
No exercício de 1971: 2%. No exercício de 1972: 3%.
subseqüentes: 5%.

Importante!

As instituições financeiras, seguradoras e outras empresas que não realizam vendas de


mercadorias devem contribuir para o PIS com um valor equivalente ao apurado nos parágrafos
anteriores.

Empresas beneficiadas por isenções fiscais do Imposto de Renda devem contribuir para o Fundo
de Participação considerando a base de cálculo como se o tributo fosse devido, seguindo as
percentagens estabelecidas na legislação.

Entidades sem fins lucrativos, que possuam funcionários de acordo com a legislação trabalhista,
também devem contribuir para o Fundo de Participação de acordo com a lei.

Vamos entender a dinâmica do PIS:

Conforme estabelecido pelo Artigo 7º, a contribuição ao Fundo será calculada mensalmente com
base no faturamento de meses específicos, sendo julho vinculado ao faturamento de janeiro, agosto
ao faturamento de fevereiro, e assim por diante.

No que diz respeito à participação do empregado no Fundo, esta será efetuada por meio de
depósitos em contas individuais em nome de cada funcionário, seguindo os seguintes critérios:

50% do montante destinado ao Outros 50%: Divididos de acordo


Fundo: Distribuição proporcional aos com os períodos de cinco anos de
salários recebidos no período. serviço prestados pelo empregado.

Qualquer omissão intencional do nome de um empregado como participante do Fundo resultará


em uma multa para a empresa, destinada ao Fundo.

O valor da multa será equivalente a 10 meses de salário devido ao empregado omitido.

Da mesma forma, a aplicação da penalidade ocorrerá em caso de declaração falsa sobre o salário
ou tempo de serviço do empregado na empresa. Nesse caso, a multa também será de 10 meses de
salário devido ao empregado afetado, em benefício do Fundo.

Estas disposições visam assegurar a integridade e transparência do processo, além de promover a


justa distribuição dos recursos do Fundo entre os empregados, incentivando a conformidade por
parte das empresas.

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Tome nota!

As obrigações das empresas relacionadas a esta lei são exclusivamente fiscais, não gerando direitos
trabalhistas nem implicando em contribuições previdenciárias relacionadas a quaisquer prestações
devidas por lei ou por decisão judicial ao empregado.

Importante!

Os valores incorporados ao Fundo não são considerados como rendimento do trabalho para
efeitos da legislação trabalhista, da Previdência Social ou fiscal. Eles não se somam aos salários ou
gratificações e não estão sujeitos ao imposto de renda ou a qualquer tributação.

O regulamento estabelecido pelo Artigo 9º destaca algumas disposições importantes relacionadas


ao Programa de Integração Social (PIS), especialmente no que diz respeito aos benefícios para os
titulares das contas individuais. Vejamos:

Eventos Específicos: Em casos de casamento, aposentadoria ou invalidez


do funcionário titular da conta, ele tem o direito de receber os valores
depositados, desde que comprove o evento de acordo com as regras
estabelecidas no regulamento.

Falecimento: Em caso de falecimento, os valores depositados serão


repassados aos dependentes do titular da conta. Na ausência de
dependentes, os valores serão destinados aos sucessores, conforme a
legislação vigente.

A pedido do interessado, o saldo dos depósitos pode ser utilizado


como parte do pagamento para a aquisição da casa própria, seguindo
as disposições regulamentares do artigo 11.

Importante!

Os valores creditados aos funcionários nas cadernetas de participação são inalienáveis e


impenhoráveis, sendo destinados principalmente à formação do patrimônio do trabalhador.

3) Lei nº 8.036/1990 (FGTS): possibilidades e condições de utilização/saque

A Lei nº 8.036/90 dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá outras providências.
Trabalharemos os aspectos mais importantes da referida lei para a sua prova.

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Segundo a Lei em comento, o FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas a que se
refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualização
monetária e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obrigações.

Constituem recursos incorporados ao FGTS:

Eventuais saldos apurados nos termos do art. 12, § 4º;

Dotações orçamentárias específicas;

Resultados das aplicações dos recursos do FGTS;

Multas, correção monetária e juros moratórios devidos;

Demais receitas patrimoniais e financeiras.

Dispõe ainda a Lei 8.036/90 que as contas vinculadas em nome dos trabalhadores são
absolutamente impenhoráveis.

Ao titular do FGTS a possibilidade de escolher a melhor forma de sacar os recursos, considerando


suas necessidades e preferências, vejamos o disposto na lei:

Art. 20-A. O titular de contas vinculadas do FGTS estará sujeito a somente uma das seguintes
sistemáticas de saque: (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)

I - saque-rescisão; ou (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)

II - saque-aniversário. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)

§ 1º Todas as contas do mesmo titular estarão sujeitas à mesma sistemática de saque.


(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)

§ 2º São aplicáveis às sistemáticas de saque de que trata o caput deste artigo as seguintes
situações de movimentação de conta: (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)

I - para a sistemática de saque-rescisão, as previstas no art. 20 desta Lei, à exceção da


estabelecida no inciso XX do caput do referido artigo; e (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)

II - para a sistemática de saque-aniversário, as previstas no art. 20 desta Lei, à exceção das


estabelecidas nos incisos I, I-A, II, IX e X do caput do referido artigo. (Incluído pela Lei nº
13.932, de 2019)

Art. 20-B. O titular de contas vinculadas do FGTS estará sujeito originalmente à sistemática
de saque-rescisão e poderá optar por alterá-la, observado o disposto no art. 20-C desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)

Art. 20-C. A primeira opção pela sistemática de saque-aniversário poderá ser feita a qualquer
tempo e terá efeitos imediatos. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)

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Além disso, o FGTS será regido por normas e diretrizes estabelecidas por um Conselho Curador,
composto por representação de trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades governamentais,
na forma estabelecida pelo Poder Executivo.

A Presidência do Conselho Curador será exercida pelo Ministro de Estado do Trabalho e


Previdência ou representante por ele indicado.

Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus suplentes serão indicados pelas
respectivas centrais sindicais e confederações nacionais, sendo nomeados pelo Poder Executivo, com
mandato de 2 (dois) anos e poderão ser reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de
uma mesma pessoa como membro titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e
suplente, por período consecutivo superior a 4 (quatro) anos no Conselho.

§ 4º O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamente, a cada bimestre, por convocação de seu


Presidente. Esgotado esse período, não tendo ocorrido convocação, qualquer de seus membros
poderá fazê-la, no prazo de 15 (quinze) dias. Havendo necessidade, qualquer membro poderá
convocar reunião extraordinária, na forma que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador.

Quanto as reuniões do Conselho Curador, elas serão públicas, bem como ainda gravadas e
transmitidas ao vivo por meio do sítio do FGTS na internet, o qual também possibilitará acesso a
todas as gravações que tiverem sido efetuadas dessas reuniões, resguardada a possibilidade de
tratamento sigiloso de matérias assim classificadas na forma da lei.

Já as decisões do Conselho serão tomadas com a presença da maioria simples de seus membros,
tendo o Presidente voto de qualidade. As despesas porventura exigidas para o comparecimento às
reuniões do Conselho constituirão ônus das respectivas entidades representadas.

As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores no Conselho Curador, decorrentes


das atividades desse órgão, serão abonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada
para todos os fins e efeitos legais.

O Poder Executivo designará, entre os órgãos governamentais com representação no Conselho


Curador do FGTS, aquele que lhe proporcionará estrutura administrativa de suporte para o exercício
de sua competência e que atuará na função de Secretaria Executiva do colegiado, não permitido ao
Presidente do Conselho Curador acumular a titularidade dessa Secretaria Executiva.

Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes dos trabalhadores, efetivos e


suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o término
do mandato de representação, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave,
regularmente comprovada através de processo sindical.

Os membros do Conselho Curador do FGTS serão escolhidos dentre cidadãos de reputação ilibada
e de notório conhecimento, e deverão ser atendidos os seguintes requisitos:

Ter formação acadêmica superior; e

Não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas nas alíneas “a” a “q” do inciso I do
caput do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990.

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O gestor da aplicação dos recursos do FGTS será o órgão do Poder Executivo responsável pela
política de habitação, e caberá à Caixa Econômica Federal (CEF) o papel de agente operador.

Ao Conselho Curador do FGTS compete:

Estabelecer as diretrizes e os programas de alocação dos recursos do FGTS, de acordo com os


critérios definidos nesta Lei, em conformidade com a política nacional de desenvolvimento urbano
e as políticas setoriais de habitação popular, saneamento básico, microcrédito e infraestrutura
urbana estabelecidas pelo governo federal;

Acompanhar e avaliar a gestão econômica e financeira dos recursos, bem como os ganhos sociais
e o desempenho dos programas aprovados;

Apreciar e aprovar os programas anuais e plurianuais do FGTS;

Aprovar as demonstrações financeiras do FGTS, com base em parecer de auditoria externa


independente, antes de sua publicação e encaminhamento aos órgãos de controle, bem como da
distribuição de resultados;

Adotar as providências cabíveis para a correção de atos e fatos do gestor da aplicação e da CEF
que prejudiquem o desempenho e o cumprimento das finalidades no que concerne aos recursos do
FGTS;

Dirimir dúvidas quanto à aplicação das normas regulamentares, relativas ao FGTS, nas matérias
de sua competência;

Aprovar seu regimento interno;

Fixar as normas e valores de remuneração do agente operador e dos agentes financeiros;

Fixar critérios para parcelamento de recolhimentos em atraso;

Fixar critério e valor de remuneração para o exercício da fiscalização;

Divulgar, no Diário Oficial da União, todas as decisões proferidas pelo Conselho, bem como as
contas do FGTS e os respectivos pareceres emitidos.

Fixar critérios e condições para compensação entre créditos do empregador, decorrentes de


depósitos relativos a trabalhadores não optantes, com contratos extintos, e débitos resultantes de
competências em atraso, inclusive aqueles que forem objeto de composição de dívida com o FGTS.

Em relação ao Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FI-FGTS:

a) aprovar a política de investimento do FI-FGTS por proposta do Comitê de Investimento;

b) decidir sobre o reinvestimento ou distribuição dos resultados positivos aos cotistas do FI-FGTS,
em cada exercício;

c) definir a forma de deliberação, de funcionamento e a composição do Comitê de Investimento;

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d) estabelecer o valor da remuneração da Caixa Econômica Federal pela administração e gestão do
FI-FGTS, inclusive a taxa de risco;

e) definir a exposição máxima de risco dos investimentos do FI-FGTS;

f) estabelecer o limite máximo de participação dos recursos do FI-FGTS por setor, por
empreendimento e por classe de ativo, observados os requisitos técnicos aplicáveis

g) estabelecer o prazo mínimo de resgate das cotas e de retorno dos recursos à conta vinculada,
observado o disposto no § 19 do art. 20 desta Lei;

h) aprovar o regulamento do FI-FGTS, elaborado pela Caixa Econômica Federal; e

i) autorizar a integralização de cotas do FI-FGTS pelos trabalhadores, estabelecendo previamente os


limites globais e individuais, parâmetros e condições de aplicação e resgate.

Autorizar a aplicação de recursos do FGTS em outros fundos de investimento, no mercado de


capitais e em títulos públicos e privados, com base em proposta elaborada pelo agente operador,
devendo o Conselho Curador regulamentar as formas e condições do investimento, vedado o aporte
em fundos nos quais o FGTS seja o único cotista;

XVI - estipular limites às tarifas cobradas pelo agente operador ou pelos agentes financeiros na
intermediação da movimentação dos recursos da conta vinculada do FGTS, inclusive nas hipóteses
de que tratam os incisos V, VI e VII do caput do art. 20 desta Lei.

XVII - estabelecer, em relação à autorização de aplicação de recursos do FGTS em fundos


garantidores de crédito e sua regulamentação quanto às formas e condições:

a) o valor da aplicação com fundamento em proposta elaborada pelo gestor da aplicação; e

b) a cada 3 (três) anos, percentual mínimo do valor proposto para aplicação na política setorial do
microcrédito, respeitado o piso de 30% (trinta por cento). Este piso poderá ser revisto pelo Conselho
Curador a cada 3 (três) anos.

O Conselho Curador será assistido por um Comitê de Auditoria e Riscos, constituído na forma do
Regimento Interno, cujas atribuições e condições abrangerão, no mínimo, aquelas estipuladas nos
arts. 24 e 25, §§ 1º a 3º, da Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, ao Comitê de Auditoria Estatutário
das empresas públicas e sociedades de economia mista que forem aplicáveis, ainda que por
similaridade, ao FGTS, e cujas despesas serão custeadas pelo Fundo, por meio de sua Secretaria
Executiva, observado o disposto no § 3º deste artigo.

O Conselho Curador poderá ser assistido regularmente por pessoas naturais ou jurídicas
especializadas em planejamento, em gestão de investimentos, em avaliação de programas e
políticas, em tecnologia da informação ou em qualquer outra especialização julgada necessária para
subsidiá-lo no exercício de suas atribuições, e as despesas decorrentes ficarão a cargo do FGTS,
observado o disposto no § 3º deste artigo.

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Os custos e despesas incorridos pelo FGTS não poderão superar limite a ser estabelecido pelo
Conselho Curador, o qual observará, no mínimo, os custos por atividades, os ganhos de escala e
produtividade, os avanços tecnológicos e a remuneração praticada por outros fundos no mercado
de capitais, excluídos da base de cálculo aqueles cuja administradora receba remuneração específica,
e incluirão:

Os serviços de fiscalização, as atividades de arrecadação, de cobrança administrativa e de emissão


de certidões;

Os serviços de cobrança judicial dos créditos inscritos em dívida ativa;

Os serviços contratados pela Secretaria Executiva para suporte às ações e decisões do Conselho
Curador e do Comitê de Auditoria e Riscos, bem como os valores despendidos com terceiros;

A capacitação dos gestores.

O Conselho Curador especificará os serviços de suporte à gestão e à operação que poderão ser
contratados pela Secretaria Executiva com recursos do FGTS, cabendo-lhe aprovar o montante
destinado a tal finalidade no orçamento anual.

As auditorias externas contratadas pelo Comitê não poderão prestar serviços ao agente operador
durante a execução dos contratos de auditoria com o FGTS.

O limite de custos e despesas não inclui taxas de risco de crédito e demais custos e despesas devidos
ao agente operador e aos agentes financeiros.

O limite será, em cada exercício, de até 0,06% (seis centésimos por cento) do valor dos ativos do
FGTS ao final do exercício anterior e, até a publicação das demonstrações financeiras, esse limite será
calculado a partir de estimativas divulgadas pelo Conselho Curador para o valor dos ativos do FGTS
ao final daquele exercício.

A taxa de administração do FGTS devida ao agente operador não será superior a 0,5% (cinco décimos
por cento) ao ano do valor total dos ativos do Fundo.

A taxa de administração de que trata a alínea “d” do inciso XIII do caput deste artigo não será superior
a 0,5% (cinco décimos por cento) ao ano do valor total dos ativos do FI-FGTS.

Ao gestor da aplicação compete:

Praticar todos os atos necessários à gestão da aplicação do Fundo, de acordo com as diretrizes
e programas estabelecidos pelo Conselho Curador;

Expedir atos normativos relativos à alocação dos recursos para implementação dos programas
aprovados pelo Conselho Curador;

Elaborar orçamentos anuais e planos plurianuais de aplicação dos recursos, discriminados por
região geográfica, e submetê-los até 31 de julho ao Conselho Curador do FGTS;
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Acompanhar a execução dos programas de habitação popular, saneamento básico e
infraestrutura urbana previstos no orçamento do FGTS e implementados pela CEF, no papel de
agente operador;

Submeter à apreciação do Conselho Curador as contas do FGTS;

Subsidiar o Conselho Curador com estudos técnicos necessários ao aprimoramento operacional


dos programas de habitação popular, saneamento básico e infraestrutura urbana;

Definir as metas a serem alcançadas nos programas de habitação popular, saneamento básico e
infraestrutura urbana.

Caberá ao Ministério da Saúde regulamentar, acompanhar a execução, subsidiar o Conselho Curador


com estudos técnicos necessários ao seu aprimoramento operacional e definir as metas a serem
alcançadas nas operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas, bem como
a instituições que atuem no campo para pessoas com deficiência, sem fins lucrativos, que participem
de forma complementar do Sistema Único de Saúde (SUS).

Caberá ao Ministério do Trabalho e Previdência regulamentar, acompanhar a execução e subsidiar o


Conselho Curador com os estudos técnicos necessários ao seu aprimoramento operacional e
estabelecer as metas a serem alcançadas nas operações de microcrédito.

À Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente operador, cabe:

Centralizar os recursos do FGTS, manter e controlar as contas vinculadas, e emitir regularmente


os extratos individuais correspondentes às contas vinculadas e participar da rede arrecadadora dos
recursos do FGTS;

Expedir atos normativos referentes aos procedimentos administrativo-operacionais dos bancos


depositários, dos agentes financeiros, dos empregadores e dos trabalhadores, integrantes do
sistema do FGTS;

Definir procedimentos operacionais necessários à execução dos programas estabelecidos pelo


Conselho Curador, com base nas normas e diretrizes de aplicação elaboradas pelo gestor da
aplicação;

Elaborar as análises jurídica e econômico-financeira dos projetos de habitação popular,


infraestrutura urbana e saneamento básico a serem financiados com recursos do FGTS;

Emitir Certificado de Regularidade do FGTS;

Elaborar as demonstrações financeiras do FGTS, incluídos o Balanço Patrimonial, a Demonstração


do Resultado do Exercício e a Demonstração de Fluxo de Caixa, em conformidade com as Normas
Contábeis Brasileiras, e encaminhá-las, até 30 de junho do exercício subsequente, ao gestor de
aplicação;

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Implementar atos emanados do gestor da aplicação relativos à alocação e à aplicação dos
recursos do FGTS, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Curador;

Garantir aos recursos alocados ao FI-FGTS, em cotas de titularidade do FGTS, a remuneração


aplicável às contas vinculadas, na forma do caput do art. 13 desta Lei.

Realizar todas as aplicações com recursos do FGTS por meio de sistemas informatizados e
auditáveis;

Colocar à disposição do Conselho Curador, em formato digital, as informações gerenciais que


estejam sob gestão do agente operador e que sejam necessárias ao desempenho das atribuições
daquele colegiado.

O gestor da aplicação e o agente operador deverão dar pleno cumprimento aos programas anuais
em andamento, aprovados pelo Conselho Curador, e eventuais alterações somente poderão ser
processadas mediante prévia anuência daquele colegiado.

O gestor da aplicação, o agente operador e o Conselho Curador do FGTS serão responsáveis pelo
fiel cumprimento e observância dos critérios estabelecidos nesta Lei.

As aplicações com recursos do FGTS serão realizadas exclusivamente segundo critérios fixados pelo
Conselho Curador do FGTS e em operações que preencham os seguintes requisitos:

Garantias:

a) hipotecária;

b) caução de Créditos hipotecários próprios, relativos a financiamentos concedidos com recursos do


agente financeiro;

c) caução dos créditos hipotecários vinculados aos imóveis objeto de financiamento;

d) hipoteca sobre outros imóveis de propriedade do agente financeiro, desde que livres e
desembaraçados de quaisquer ônus;

e) cessão de créditos do agente financeiro, derivados de financiamentos concedidos com recursos


próprios, garantidos por penhor ou hipoteca;

f) hipoteca sobre imóvel de propriedade de terceiros

g) seguro de crédito;

h) garantia real ou vinculação de receitas, inclusive tarifárias, nas aplicações contratadas com pessoa
jurídica de direito público ou de direito privado a ela vinculada;

i) aval em nota promissória;

j) fiança pessoal;
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l) alienação fiduciária de bens móveis em garantia;

m) fiança bancária;

n) consignação de recebíveis, exclusivamente para operações de crédito destinadas às entidades


hospitalares filantrópicas, bem como a instituições que atuam no campo para pessoas com
deficiência, e sem fins lucrativos que participem de forma complementar do Sistema Único de Saúde
(SUS), em percentual máximo a ser definido pelo Ministério da Saúde; e

o) outras, a critério do Conselho Curador do FGTS;

Correção monetária igual à das contas vinculadas;

Taxa de juros média mínima, por projeto, de 3 (três) por cento ao ano;

Prazo máximo de 35 (trinta e cinco) anos.

A rentabilidade média das aplicações deverá ser suficiente à cobertura de todos os custos incorridos
pelo Fundo e ainda à formação de reserva técnica para o atendimento de gastos eventuais não
previstos, e caberá ao agente operador o risco de crédito.

Os recursos do FGTS deverão ser aplicados em habitação, saneamento básico, infraestrutura urbana,
operações de microcrédito e operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas,
às instituições que atuem com pessoas com deficiência e às entidades sem fins lucrativos que
participem do SUS de forma complementar, desde que as disponibilidades financeiras sejam
mantidas em volume que satisfaça as condições de liquidez e de remuneração mínima necessárias à
preservação do poder aquisitivo da moeda.

O programa de aplicações deverá destinar:

No mínimo, 60% (sessenta por cento) para investimentos em habitação popular; e

5% (cinco por cento) para operações de crédito destinadas às entidades hospitalares


filantrópicas, bem como a instituições que atuam no campo para pessoas com deficiência, e sem fins
lucrativos que participem de forma complementar do SUS. Quando não utilizados pelas entidades
hospitalares filantrópicas, bem como pelas instituições que atuam no campo para pessoas com
deficiência, e sem fins lucrativos que participem de forma complementar do SUS poderão ser
destinados a aplicações em habitação, em saneamento básico e em infraestrutura urbana

No mínimo, 5% (cinco por cento) para instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central
do Brasil a operar com microcrédito. Estes recursos terão o seu limite mínimo revisto pelo Conselho
Curador a cada 3 (três) anos. Sendo que, o montante não utilizado pelas instituições autorizadas

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pelo Banco Central do Brasil a operar com microcrédito, poderá ser destinado a aplicações em
habitação, saneamento básico e infraestrutura urbana.

Os projetos de saneamento básico e infraestrutura urbana financiados com recursos do FGTS serão,
preferencialmente, complementares aos programas habitacionais.

As garantias, nas diversas modalidades discriminadas acima, serão admitidas singular ou


supletivamente, considerada a suficiência de cobertura para os empréstimos e financiamentos
concedidos.

Mantida a rentabilidade média acima tratada, as aplicações em habitação popular poderão


contemplar sistemática de desconto, direcionada em função da renda familiar do beneficiário, onde
o valor do benefício seja concedido mediante redução no valor das prestações a serem pagas pelo
mutuário ou pagamento de parte da aquisição ou construção de imóvel, dentre outras, a critério do
Conselho Curador do FGTS.

Além disso, os recursos necessários para a consecução da sistemática de desconto serão destacados,
anualmente, do orçamento de aplicação de recursos do FGTS, constituindo reserva específica, com
contabilização própria.

É da União o risco de crédito nas aplicações efetuadas até 1º de junho de 2001 pelos demais órgãos
integrantes do Sistema Financeiro da Habitação - SFH e pelas entidades credenciadas pelo Banco
Central do Brasil como agentes financeiros, sub-rogando-se nas garantias prestadas à Caixa
Econômica Federal.

Tome nota!

A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil S.A. e o Banco Nacional de Desenvolvimento


Econômico e Social - BNDES poderão atuar como agentes financeiros autorizados para aplicação
dos recursos do FGTS em operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas e
sem fins lucrativos que participem de forma complementar do SUS.

Nas operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas, bem como a instituições
que atuam no campo para pessoas com deficiência, e sem fins lucrativos que participem de forma
complementar do SUS, serão observadas as seguintes condições:

A taxa de juros efetiva não será superior àquela cobrada para o financiamento habitacional na
modalidade pró-cotista ou a outra que venha a substituí-la;

A tarifa operacional única não será superior a 0,5% (cinco décimos por cento) do valor da
operação; e

O risco das operações de crédito ficará a cargo dos agentes financeiros de que trata o § 9º deste
artigo.

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As entidades hospitalares filantrópicas, bem como a instituições que atuam no campo para pessoas
com deficiência, e sem fins lucrativos que participem de forma complementar do SUS deverão, para
contratar operações de crédito com recursos do FGTS, atender ao disposto na Lei do FGTS.

Nas operações de crédito destinadas à aplicação de recursos em microcrédito, a taxa de juros efetiva
não será superior àquela cobrada para o financiamento habitacional na área da habitação popular.

Para garantir o risco em operações de microcrédito e em operações de crédito de habitação popular


para famílias com renda mensal de até 2 (dois) salários mínimos, o FGTS poderá destinar, na forma
estabelecida por seu Conselho Curador, parte dos recursos para a aquisição de cotas de fundos
garantidores que observem o seguinte:

Tenham natureza privada e patrimônio segregado do patrimônio dos cotistas e da própria


administradora do fundo garantidor e estejam sujeitos a direitos e obrigações próprios;

Respondam por suas obrigações até o limite dos bens e direitos que integram o seu patrimônio,
vedado qualquer tipo de garantia ou aval por parte do FGTS; e

Não paguem rendimentos a seus cotistas, assegurado o direito de resgate total ou parcial das
cotas com base na situação patrimonial dos fundos em valor não superior ao montante de recursos
financeiros ainda não vinculados às garantias contratadas.

Aos recursos do FGTS destinados à aquisição de cota de fundos garantidores não se aplicam os
requisitos de correção monetária, taxa de juros mínima e prazo máximo previstos na Lei do FGTS,
bem como a rentabilidade prevista.

Fica autorizada a destinação do montante de R$ 3.000.000.000,00 (três bilhões de reais) do


patrimônio líquido do FGTS para aquisição de cotas em fundo garantidor de microfinanças, para
mitigar os riscos das operações de microcrédito concedidas a pessoas naturais e a
microempreendedores individuais, permitida a ampliação posterior desse montante por meio de ato
do Conselho Curador.

Na hipótese prevista acima, o aporte será destinado ao Programa de Simplificação do Microcrédito


Digital para Empreendedores (SIM Digital), na forma da legislação própria, e a representação do
FGTS na assembleia de cotistas ocorrerá por indicação do Presidente do Conselho Curador.

Os contratos ativos formalizados sob a vigência do prazo máximo de amortização fixado em 30


(trinta) anos que forem objeto de renegociação pelas instituições financeiras poderão ser
beneficiados com o prazo máximo de prazo máximo de 35 (trinta e cinco) anos.

A fim de enriquecer sua preparação, vejamos agora na íntegra os demais pontos da lei em estudo.

Art. 9º-A. O risco das operações de crédito de que trata o § 10 do art. 9º desta Lei ficará a
cargo dos agentes financeiros referidos no § 9º do art. 9º desta Lei, hipótese em que o
Conselho Curador poderá definir o percentual da taxa de risco, limitado a 3% (três por cento),
a ser acrescido à taxa de juros de que trata o inciso I do § 10 do art. 9º desta Lei.

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Art. 9º-B. As garantias de que trata o inciso I do caput do art. 9º desta Lei podem ser exigidas
isolada ou cumulativamente.

Art. 9º-C. As aplicações do FGTS em operações de crédito destinadas às entidades


hospitalares filantrópicas, bem como a instituições que atuem no campo para pessoas com
deficiência, sem fins lucrativos e que participem de forma complementar do SUS, ocorrerão
até o final do exercício de 2022.

Art. 10. O Conselho Curador fixará diretrizes e estabelecerá critérios técnicos para as
aplicações dos recursos do FGTS, visando:

I - exigir a participação dos contratantes de financiamentos nos investimentos a serem


realizados;

II - assegurar o cumprimento, por parte dos contratantes inadimplentes, das obrigações


decorrentes dos financiamentos obtidos;

III - evitar distorções na aplicação entre as regiões do País, considerando para tanto a
demanda habitacional, a população e outros indicadores sociais.

Art. 11. Os recolhimentos efetuados na rede arrecadadora relativos ao FGTS serão transferidos
à Caixa Econômica Federal até o primeiro dia útil subsequente à data do recolhimento,
observada a regra do meio de pagamento utilizado, data em que os respectivos valores serão
incorporados ao FGTS. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

Art. 12. No prazo de um ano, a contar da promulgação desta lei, a Caixa Econômica Federal
assumirá o controle de todas as contas vinculadas, nos termos do item I do art. 7º, passando
os demais estabelecimentos bancários, findo esse prazo, à condição de agentes recebedores
e pagadores do FGTS, mediante recebimento de tarifa, a ser fixada pelo Conselho Curador.

§1º Enquanto não ocorrer a centralização prevista no caput deste artigo, o depósito efetuado
no decorrer do mês será contabilizado no saldo da conta vinculada do trabalhador, no
primeiro dia útil do mês subsequente.

§2º Até que a Caixa Econômica Federal implemente as disposições do caput deste artigo, as
contas vinculadas continuarão sendo abertas em estabelecimento bancário escolhido pelo
empregador, dentre os para tanto autorizados pelo Banco Central do Brasil, em nome do
trabalhador.

§3º Verificando-se mudança de emprego, até que venha a ser implementada a centralização
no caput deste artigo, a conta vinculada será transferida para o estabelecimento bancário da
escolha do novo empregador.

§4º Os resultados financeiros auferidos pela Caixa Econômica Federal no período entre o
repasse dos bancos e o depósito nas contas vinculadas dos trabalhadores destinar-se-ão à
cobertura das despesas de administração do FGTS e ao pagamento da tarifa aos bancos
depositários, devendo os eventuais saldos ser incorporados ao patrimônio do Fundo nos
termos do art. 2º, § 1º.

§5º (Revogado pela Lei nº 14.438, de 2022)

Art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos monetariamente com
base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e
capitalização juros de (três) por cento ao ano.

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§ 1º A atualização monetária e a capitalização de juros nas contas vinculadas correrão à conta
do FGTS, e a Caixa Econômica Federal efetuará o crédito respectivo no vigésimo primeiro dia
de cada mês, com base no saldo existente no vigésimo primeiro dia do mês anterior,
deduzidos os débitos ocorridos no período. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

§ 1º-A. Para fins do disposto no § 1º deste artigo, o depósito realizado no prazo legal será
contabilizado no saldo da conta vinculada no vigésimo primeiro dia do mês de sua ocorrência.
(Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

§ 1º-B. Na hipótese de depósito realizado intempestivamente, a atualização monetária e a


parcela de juros devida ao empregado comporão o saldo-base no vigésimo primeiro dia do
mês imediatamente anterior, ou comporão o saldo no vigésimo primeiro dia do mês do
depósito, se o depósito ocorrer nesta data. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

§ 2º No primeiro mês em que for exigível o recolhimento do FGTS no vigésimo dia, na forma
prevista no art. 15 desta Lei, a atualização monetária e os juros correspondentes da conta
vinculada serão realizados: (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

I - no décimo dia, com base no saldo existente no décimo dia do mês anterior, deduzidos os
débitos ocorridos no período; e (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

II - no vigésimo primeiro dia, com base no saldo existente no décimo dia do mesmo mês,
atualizado na forma prevista no inciso I deste parágrafo, deduzidos os débitos ocorridos no
período, com a atualização monetária pro rata die e os juros correspondentes. (Incluído pela
Lei nº 14.438, de 2022)

§3º Para as contas vinculadas dos trabalhadores optantes existentes à data de 22 de setembro
de 1971, a capitalização dos juros dos depósitos continuará a ser feita na seguinte progressão,
salvo no caso de mudança de empresa, quando a capitalização dos juros passará a ser feita à
taxa de 3 (três) por cento ao ano:

I - 3 (três) por cento, durante os dois primeiros anos de permanência na mesma empresa;

II - 4 (quatro) por cento, do terceiro ao quinto ano de permanência na mesma empresa;

III - 5 (cinco) por cento, do sexto ao décimo ano de permanência na mesma empresa;

IV - 6 (seis) por cento, a partir do décimo primeiro ano de permanência na mesma empresa.

§4º O saldo das contas vinculadas é garantido pelo Governo Federal, podendo ser instituído
seguro especial para esse fim.

§ 5º O Conselho Curador autorizará a distribuição de parte do resultado positivo auferido pelo


FGTS, mediante crédito nas contas vinculadas de titularidade dos trabalhadores, observadas
as seguintes condições, entre outras a seu critério:

I - a distribuição alcançará todas as contas vinculadas que apresentarem saldo positivo em 31


de dezembro do exercício-base do resultado auferido, inclusive as contas vinculadas de que
trata o art. 21 desta Lei;

II - a distribuição será proporcional ao saldo de cada conta vinculada em 31 de dezembro do


exercício-base e deverá ocorrer até 31 de agosto do ano seguinte ao exercício de apuração
do resultado; e

III - (Revogado pela Lei nº 13.932, de 2019)

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§ 6º O valor de distribuição do resultado auferido será calculado posteriormente ao valor
desembolsado com o desconto realizado no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida
(PMCMV), de que trata a Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009.

§ 7º O valor creditado nas contas vinculadas a título de distribuição de resultado, acrescido


de juros e atualização monetária, não integrará a base de cálculo do depósito da multa
rescisória de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 18 desta Lei.

Art. 14. Fica ressalvado o direito adquirido dos trabalhadores que, à data da promulgação da
Constituição Federal de 1988, já tinham o direito à estabilidade no emprego nos termos do
Capítulo V do Título IV da CLT.

§1º O tempo do trabalhador não optante do FGTS, anterior a 5 de outubro de 1988, em caso
de rescisão sem justa causa pelo empregador, reger-se-á pelos dispositivos constantes dos
arts. 477, 478 e 497 da CLT.

§2º O tempo de serviço anterior à atual Constituição poderá ser transacionado entre
empregador e empregado, respeitado o limite mínimo de 60 (sessenta) por cento da
indenização prevista.

§3º É facultado ao empregador desobrigar-se da responsabilidade da indenização relativa ao


tempo de serviço anterior à opção, depositando na conta vinculada do trabalhador, até o
último dia útil do mês previsto em lei para o pagamento de salário, o valor correspondente à
indenização, aplicando-se ao depósito, no que couber, todas as disposições desta lei.

§4º Os trabalhadores poderão a qualquer momento optar pelo FGTS com efeito retroativo a
1º de janeiro de 1967 ou à data de sua admissão, quando posterior àquela.

Art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar,
até o vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada, a importância correspondente a 8% (oito
por cento) da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na
remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e a Gratificação
de Natal de que trata a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962. (Redação dada pela Lei nº 14.438,
de 2022)

§ 1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito privado ou de


direito público, da administração pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos
Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que admitir
trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido por legislação especial, encontrar-
se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador de mão-de-obra, independente
da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que eventualmente venha obrigar-se.

§ 2º Considera-se trabalhador toda pessoa física que prestar serviços a empregador, a locador
ou tomador de mão-de-obra, excluídos os eventuais, os autônomos e os servidores públicos
civis e militares sujeitos a regime jurídico próprio.

§ 3º Os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao regime do FGTS, na forma que vier
a ser prevista em lei.

§ 4º Considera-se remuneração as retiradas de diretores não empregados, quando haja


deliberação da empresa, garantindo-lhes os direitos decorrentes do contrato de trabalho de
que trata o art. 16.

§ 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos de afastamento para
prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho.

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§ 6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei, as parcelas elencadas no § 9º do
art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.

§ 7o Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o caput deste artigo


reduzida para dois por cento.

Art. 16. Para efeito desta lei, as empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista poderão
equiparar seus diretores não empregados aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do
FGTS. Considera-se diretor aquele que exerça cargo de administração previsto em lei, estatuto
ou contrato social, independente da denominação do cargo.

Art. 17. O Poder Executivo assegurará a prestação de serviços digitais:

I - aos trabalhadores, que incluam a prestação de informações sobre seus créditos perante o
Fundo e o acionamento imediato da inspeção do trabalho em caso de inadimplemento do
empregador, de forma que seja possível acompanhar a evolução de eventuais cobranças
administrativas e judiciais dos valores não recolhidos;

II - aos empregadores, que facilitem e desburocratizem o cumprimento de suas obrigações


perante o Fundo, incluídos a geração de guias, o parcelamento de débitos, a emissão sem
ônus do Certificado de Regularidade do FGTS e a realização de procedimentos de restituição
e compensação.

Parágrafo único. O desenvolvimento, a manutenção e a evolução dos sistemas e ferramentas


necessários à prestação dos serviços a que se refere o caput deste artigo serão custeados com
recursos do FGTS.

Art. 17-A. O empregador ou o responsável fica obrigado a elaborar folha de pagamento e a


declarar os dados relacionados aos valores do FGTS e outras informações de interesse do
poder público por meio de sistema de escrituração digital, na forma, no prazo e nas condições
estabelecidos em ato do Ministro de Estado do Trabalho e Previdência.

§ 1º As informações prestadas na forma do caput deste artigo constituem declaração e


reconhecimento dos créditos delas decorrentes, caracterizam confissão de débito e
constituem instrumento hábil e suficiente para a cobrança do crédito de FGTS.

§ 2º O lançamento da obrigação principal e das obrigações acessórias relativas ao FGTS será


efetuado de ofício pela autoridade competente, no caso de o empregador não apresentar a
declaração na forma do caput deste artigo, e será revisto de ofício, nas hipóteses de omissão,
erro, fraude ou sonegação.

Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará este
obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos
depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver
sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais.

§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na conta
vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de
todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho,
atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros.

§ 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior, reconhecida pela Justiça
do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte) por cento.

§ 3° As importâncias de que trata este artigo deverão constar da documentação


comprobatória do recolhimento dos valores devidos a título de rescisão do contrato de

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trabalho, observado o disposto no art. 477 da CLT, eximindo o empregador, exclusivamente,
quanto aos valores discriminados.

Art. 19. No caso de extinção do contrato de trabalho prevista no art. 14 desta lei, serão
observados os seguintes critérios:

I - havendo indenização a ser paga, o empregador, mediante comprovação do pagamento


daquela, poderá sacar o saldo dos valores por ele depositados na conta individualizada do
trabalhador;

II - não havendo indenização a ser paga, ou decorrido o prazo prescricional para a reclamação
de direitos por parte do trabalhador, o empregador poderá levantar em seu favor o saldo da
respectiva conta individualizada, mediante comprovação perante o órgão competente do
Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

Art. 19-A. É devido o depósito do FGTS na conta vinculada do trabalhador cujo contrato de
trabalho seja declarado nulo nas hipóteses previstas no art. 37, § 2o, da Constituição Federal,
quando mantido o direito ao salário.

Parágrafo único. O saldo existente em conta vinculada, oriundo de contrato declarado nulo
até 28 de julho de 2001, nas condições do caput, que não tenha sido levantado até essa data,
será liberado ao trabalhador a partir do mês de agosto de 2002.

Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas seguintes
situações:

I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;

I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943;

II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de seus estabelecimentos, filiais ou


agências, supressão de parte de suas atividades, declaração de nulidade do contrato de
trabalho nas condições do art. 19-A, ou ainda falecimento do empregador individual sempre
que qualquer dessas ocorrências implique rescisão de contrato de trabalho, comprovada por
declaração escrita da empresa, suprida, quando for o caso, por decisão judicial transitada em
julgado;

III - aposentadoria concedida pela Previdência Social;

IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim
habilitados perante a Previdência Social, segundo o critério adotado para a concessão de
pensões por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da conta
vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a
requerimento do interessado, independente de inventário ou arrolamento;

V - pagamento de parte das prestações decorrentes de financiamento habitacional concedido


no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), desde que:

a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS, na
mesma empresa ou em empresas diferentes;

b) o valor bloqueado seja utilizado, no mínimo, durante o prazo de 12 (doze) meses;

c) o valor do abatimento atinja, no máximo, 80 (oitenta) por cento do montante da prestação;

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VI - liquidação ou amortização extraordinária do saldo devedor de financiamento imobiliário,
observadas as condições estabelecidas pelo Conselho Curador, dentre elas a de que o
financiamento seja concedido no âmbito do SFH e haja interstício mínimo de 2 (dois) anos
para cada movimentação;

VII – pagamento total ou parcial do preço de aquisição de moradia própria, ou lote urbanizado
de interesse social não construído, observadas as seguintes condições:

a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do
FGTS, na mesma empresa ou empresas diferentes;

b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o SFH;

VIII - quando o trabalhador permanecer três anos ininterruptos fora do regime do FGTS;

IX - extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos trabalhadores temporários regidos


pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974;

X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 90 (noventa) dias,
comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria profissional.

XI - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for acometido de neoplasia


maligna.

XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização, regidos pela Lei n° 6.385, de 7
de dezembro de 1976, permitida a utilização máxima de 50 % (cinquenta por cento) do saldo
existente e disponível em sua conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na
data em que exercer a opção.

XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do vírus HIV;

XIV - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes estiver em estágio terminal,


em razão de doença grave, nos termos do regulamento;

XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a setenta anos.

XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre natural, conforme
disposto em regulamento, observadas as seguintes condições:

a) o trabalhador deverá ser residente em áreas comprovadamente atingidas de Município ou


do Distrito Federal em situação de emergência ou em estado de calamidade pública,
formalmente reconhecidos pelo Governo Federal;

b) a solicitação de movimentação da conta vinculada será admitida até 90 (noventa) dias após
a publicação do ato de reconhecimento, pelo Governo Federal, da situação de emergência ou
de estado de calamidade pública; e

c) o valor máximo do saque da conta vinculada será definido na forma do regulamento.

XVII - integralização de cotas do FI-FGTS, respeitado o disposto na alínea i do inciso XIII do


art. 5o desta Lei, permitida a utilização máxima de 30% (trinta por cento) do saldo existente e
disponível na data em que exercer a opção.

XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, necessite adquirir órtese ou
prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social.

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XIX - pagamento total ou parcial do preço de aquisição de imóveis da União inscritos em
regime de ocupação ou aforamento, a que se referem o art. 4o da Lei no 13.240, de 30 de
dezembro de 2015, e o art. 16-A da Lei no 9.636, de 15 de maio de 1998, respectivamente,
observadas as seguintes condições:

a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três anos de trabalho sob o regime do FGTS,
na mesma empresa ou em empresas diferentes;

b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o Sistema Financeiro da Habitação
(SFH) ou ainda por intermédio de parcelamento efetuado pela Secretaria do Patrimônio da
União (SPU), mediante a contratação da Caixa Econômica Federal como agente financeiro dos
contratos de parcelamento;

c) sejam observadas as demais regras e condições estabelecidas para uso do FGTS.

XX - anualmente, no mês de aniversário do trabalhador, por meio da aplicação dos valores


constantes do Anexo desta Lei, observado o disposto no art. 20-D desta Lei;

XXI - a qualquer tempo, quando seu saldo for inferior a R$ 80,00 (oitenta reais) e não houver
ocorrido depósitos ou saques por, no mínimo, 1 (um) ano, exceto na hipótese prevista no
inciso I do § 5º do art. 13 desta Lei;

XXII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for, nos termos do


regulamento, pessoa com doença rara, consideradas doenças raras aquelas assim
reconhecidas pelo Ministério da Saúde, que apresentará, em seu sítio na internet, a relação
atualizada dessas doenças.

§ 1º A regulamentação das situações previstas nos incisos I e II assegurar que a retirada a que
faz jus o trabalhador corresponda aos depósitos efetuados na conta vinculada durante o
período de vigência do último contrato de trabalho, acrescida de juros e atualização
monetária, deduzidos os saques.

§ 2º O Conselho Curador disciplinará o disposto no inciso V, visando beneficiar os


trabalhadores de baixa renda e preservar o equilíbrio financeiro do FGTS.

§ 3º O direito de adquirir moradia com recursos do FGTS, pelo trabalhador, só poderá ser
exercido para um único imóvel.

§ 4º O imóvel objeto de utilização do FGTS somente poderá ser objeto de outra transação
com recursos do fundo, na forma que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador.

§ 5º O pagamento da retirada após o período previsto em regulamento, implicará atualização


monetária dos valores devidos.

§ 6o Os recursos aplicados em cotas de fundos Mútuos de Privatização, referidos no inciso XII,


serão destinados, nas condições aprovadas pelo CND, a aquisições de valores mobiliários, no
âmbito do Programa Nacional de Desestatização, de que trata a Lei no 9.491, de 1997, e de
programas estaduais de desestatização, desde que, em ambos os casos, tais destinações sejam
aprovadas pelo CND.

§ 7o Ressalvadas as alienações decorrentes das hipóteses de que trata o § 8o, os valores


mobiliários a que se refere o parágrafo anterior só poderão ser integralmente vendidos, pelos
respectivos Fundos, seis meses após a sua aquisição, podendo ser alienada em prazo inferior
parcela equivalente a 10% (dez por cento) do valor adquirido, autorizada a livre aplicação do
produto dessa alienação, nos termos da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976.

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§ 8o As aplicações em Fundos Mútuos de Privatização e no FI-FGTS são nominativas,
impenhoráveis e, salvo as hipóteses previstas nos incisos I a XI e XIII a XVI do caput deste
artigo, indisponíveis por seus titulares.

§ 9° Decorrido o prazo mínimo de doze meses, contados da efetiva transferência das quotas
para os Fundos Mútuos de Privatização, os titulares poderão optar pelo retorno para sua conta
vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

§ 10. A cada período de seis meses, os titulares das aplicações em Fundos Mútuos de
Privatização poderão transferi-las para outro fundo de mesma natureza.

§ 11. O montante das aplicações de que trata o § 6° deste artigo ficará limitado ao valor dos
créditos contra o Tesouro Nacional de que seja titular o Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço.

§ 12. Desde que preservada a participação individual dos quotistas, será permitida a
constituição de clubes de investimento, visando a aplicação em quotas de Fundos Mútuos de
Privatização.

§ 13. A garantia a que alude o § 4o do art. 13 desta Lei não compreende as aplicações a que
se referem os incisos XII e XVII do caput deste artigo.

§ 14. Ficam isentos do imposto de renda:

I - a parcela dos ganhos nos Fundos Mútuos de Privatização até o limite da remuneração das
contas vinculadas de que trata o art. 13 desta Lei, no mesmo período; e

II - os ganhos do FI-FGTS e do Fundo de Investimento em Cotas - FIC, de que trata o § 19


deste artigo.

§ 15. A transferência de recursos da conta do titular no Fundo de Garantia do Tempo de


Serviço em razão da aquisição de ações, nos termos do inciso XII do caput deste artigo, ou de
cotas do FI-FGTS não afetará a base de cálculo da multa rescisória de que tratam os §§ 1o e
2o do art. 18 desta Lei.

§ 16. Os clubes de investimento a que se refere o § 12 poderão resgatar, durante os seis


primeiros meses da sua constituição, parcela equivalente a 5% (cinco por cento) das cotas
adquiridas, para atendimento de seus desembolsos, autorizada a livre aplicação do produto
dessa venda, nos termos da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976.

§ 17. Fica vedada a movimentação da conta vinculada do FGTS nas modalidades previstas
nos incisos V, VI e VII deste artigo, nas operações firmadas, a partir de 25 de junho de 1998,
no caso em que o adquirente já seja proprietário ou promitente comprador de imóvel
localizado no Município onde resida, bem como no caso em que o adquirente já detenha, em
qualquer parte do País, pelo menos um financiamento nas condições do SFH.

§ 18. É indispensável o comparecimento pessoal do titular da conta vinculada para o


pagamento da retirada nas hipóteses previstas nos incisos I, II, III, VIII, IX e X deste artigo, salvo
em caso de grave moléstia comprovada por perícia médica, quando será paga a procurador
especialmente constituído para esse fim.

§ 19. A integralização das cotas previstas no inciso XVII do caput deste artigo será realizada
por meio de Fundo de Investimento em Cotas - FIC, constituído pela Caixa Econômica Federal
especificamente para essa finalidade.

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§ 20. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá os requisitos para a integralização das
cotas referidas no § 19 deste artigo, devendo condicioná-la pelo menos ao atendimento das
seguintes exigências:

I - elaboração e entrega de prospecto ao trabalhador; e

II - declaração por escrito, individual e específica, pelo trabalhador de sua ciência quanto aos
riscos do investimento que está realizando.

§ 21. As movimentações autorizadas nos incisos V e VI do caput serão estendidas aos


contratos de participação de grupo de consórcio para aquisição de imóvel residencial, cujo
bem já tenha sido adquirido pelo consorciado, na forma a ser regulamentada pelo Conselho
Curador do FGTS.

§ 22. Na movimentação das contas vinculadas a contrato de trabalho extinto até 31 de


dezembro de 2015, ficam isentas as exigências de que trata o inciso VIII do caput deste artigo,
podendo o saque, nesta hipótese, ser efetuado segundo cronograma de atendimento
estabelecido pelo agente operador do FGTS.

§ 23. As movimentações das contas vinculadas nas situações previstas nos incisos V, VI e VII
do caput deste artigo poderão ser realizadas fora do âmbito do SFH, observados os mesmos
limites financeiros das operações realizadas no âmbito desse sistema, no que se refere ao
valor máximo de movimentação da conta vinculada, e os limites, critérios e condições
estabelecidos pelo Conselho Curador.

§ 24. O trabalhador poderá sacar os valores decorrentes da situação de movimentação de que


trata o inciso XX do caput deste artigo até o último dia útil do segundo mês subsequente ao
da aquisição do direito de saque.

§ 25. O agente operador deverá oferecer, nos termos do regulamento do Conselho Curador,
em plataformas de interação com o titular da conta, inclusive por meio de dispositivos móveis,
opções para consulta e transferência, a critério do trabalhador, para conta de depósitos de
sua titularidade em qualquer instituição financeira do Sistema Financeiro Nacional, dos
recursos disponíveis para movimentação em decorrência das situações previstas neste artigo,
cabendo ao agente operador estabelecer os procedimentos operacionais a serem observados.
§ 26. As transferências de que trata o § 25 deste artigo não acarretarão a cobrança de tarifas
pelo agente operador ou pelas demais instituições financeiras.

§ 27. A critério do titular da conta vinculada do FGTS, em ato formalizado no momento da


contratação do financiamento habitacional, os direitos aos saques de que trata o caput deste
artigo poderão ser objeto de alienação ou cessão fiduciária para pagamento de parte das
prestações decorrentes de financiamento habitacional concedido no âmbito do SFH,
observadas as condições estabelecidas pelo Conselho Curador, mediante caucionamento dos
depósitos a serem realizados na conta vinculada do trabalhador, exceto o previsto no art. 18
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

Art. 20-A. O titular de contas vinculadas do FGTS estará sujeito a somente uma das seguintes
sistemáticas de saque:

I - saque-rescisão; ou

II - saque-aniversário.

§ 1º Todas as contas do mesmo titular estarão sujeitas à mesma sistemática de saque.

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§ 2º São aplicáveis às sistemáticas de saque de que trata o caput deste artigo as seguintes
situações de movimentação de conta:

I - para a sistemática de saque-rescisão, as previstas no art. 20 desta Lei, à exceção da


estabelecida no inciso XX do caput do referido artigo; e

II - para a sistemática de saque-aniversário, as previstas no art. 20 desta Lei, à exceção das


estabelecidas nos incisos I, I-A, II, IX e X do caput do referido artigo.

Art. 20-B. O titular de contas vinculadas do FGTS estará sujeito originalmente à sistemática
de saque-rescisão e poderá optar por alterá-la, observado o disposto no art. 20-C desta Lei.

Art. 20-C. A primeira opção pela sistemática de saque-aniversário poderá ser feita a qualquer
tempo e terá efeitos imediatos.

§ 1º Caso o titular solicite novas alterações de sistemática será observado o seguinte:

I - a alteração será efetivada no primeiro dia do vigésimo quinto mês subsequente ao da


solicitação, desde que não haja cessão ou alienação de direitos futuros aos saques anuais de
que trata o § 3º do art. 20-D desta Lei;

II - a solicitação poderá ser cancelada pelo titular antes da sua efetivação; e

III - na hipótese de cancelamento, a nova solicitação estará sujeita ao disposto no inciso I do


caput deste artigo.

§ 2º Para fins do disposto no § 2º do art. 20-A desta Lei, as situações de movimentação


obedecerão à sistemática a que o titular estiver sujeito no momento dos eventos que as
ensejarem.

Art. 20-D. Na situação de movimentação de que trata o inciso XX do caput do art. 20 desta
Lei, o valor do saque será determinado:

I - pela aplicação da alíquota correspondente, estabelecida no Anexo desta Lei, à soma de


todos os saldos das contas vinculadas do titular, apurados na data do débito; e

II - pelo acréscimo da parcela adicional correspondente, estabelecida no Anexo desta Lei, ao


valor apurado de acordo com o disposto no inciso I do caput deste artigo.

§ 1º Na hipótese de o titular possuir mais de uma conta vinculada, o saque de que trata este
artigo será feito na seguinte ordem:

I - contas vinculadas relativas a contratos de trabalho extintos, com início pela conta que tiver
o menor saldo; e

II - demais contas vinculadas, com início pela conta que tiver o menor saldo.

§ 2º O Poder Executivo federal, respeitada a alíquota mínima de 5% (cinco por cento), poderá
alterar, até o dia 30 de junho de cada ano, os valores das faixas, das alíquotas e das parcelas
adicionais constantes do Anexo desta Lei para vigência no primeiro dia do ano subsequente.

§ 3º A critério do titular da conta vinculada do FGTS, os direitos aos saques anuais de que
trata o caput deste artigo poderão ser objeto de alienação ou cessão fiduciária, nos termos
do art. 66-B da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, em favor de qualquer instituição financeira
do Sistema Financeiro Nacional, sujeitas as taxas de juros praticadas nessas operações aos
limites estipulados pelo Conselho Curador, os quais serão inferiores aos limites de taxas de

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juros estipulados para os empréstimos consignados dos servidores públicos federais do Poder
Executivo.

§ 3º-A. A critério do titular da conta vinculada do FGTS, os direitos aos saques anuais de que
trata o caput deste artigo poderão ser objeto de caução para operações de microcrédito, nos
termos da legislação do SIM Digital, em favor de qualquer instituição financeira do Sistema
Financeiro Nacional. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

§ 4º O Conselho Curador poderá regulamentar o disposto no § 3º deste artigo, com vistas ao


cumprimento das obrigações financeiras de seu titular, inclusive quanto ao:

I - bloqueio de percentual do saldo total existente nas contas vinculadas;

II - impedimento da efetivação da opção pela sistemática de saque-rescisão prevista no inciso


I do § 1º do art. 20-C desta Lei; e

III - saque em favor do credor.

§ 5º As situações de movimentação de que trata o § 2º do art. 20-A desta Lei serão efetuadas
com observância ao limite decorrente do bloqueio referido no § 4º deste artigo.

§ 6º A vedação prevista no § 2º do art. 2º desta Lei não se aplica às disposições dos §§ 3º, 4º
e 5º deste artigo.

§ 7º Na hipótese de despedida sem justa causa, o trabalhador que optar pela sistemática
saque-aniversário também fará jus à movimentação da multa rescisória de que tratam os §§
1º e 2º do art. 18 desta Lei.

Art. 21. Os saldos das contas não individualizadas e das contas vinculadas que se conservem
ininterruptamente sem créditos de depósitos por mais de cinco anos, a partir de 1º de junho
de 1990, em razão de o seu titular ter estado fora do regime do FGTS, serão incorporados ao
patrimônio do fundo, resguardado o direito do beneficiário reclamar, a qualquer tempo, a
reposição do valor transferido.

Parágrafo único. O valor, quando reclamado, será pago ao trabalhador acrescido da


remuneração prevista no § 2º do art. 13 desta lei.

Art. 22. O empregador que não realizar os depósitos nos termos dos arts. 15 e 18 desta Lei
responderá pela incidência da Taxa Referencial (TR) sobre a importância correspondente.
(Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

§ 1o Sobre o valor dos depósitos, acrescido da TR, incidirão, ainda, juros de mora de 0,5% a.m.
(cinco décimos por cento ao mês) ou fração e multa, sujeitando-se, também, às obrigações e
sanções previstas no Decreto-Lei no 368, de 19 de dezembro de 1968.

§ 2o A incidência da TR de que trata o caput deste artigo será cobrada por dia de atraso,
tomando-se por base o índice de atualização das contas vinculadas do FGTS.

§ 2o-A. A multa referida no § 1o deste artigo será cobrada nas condições que se seguem:

I – 5% (cinco por cento) no mês de vencimento da obrigação;

II – 10% (dez por cento) a partir do mês seguinte ao do vencimento da obrigação.

§ 3o Para efeito de levantamento de débito para com o FGTS, o percentual de 8% (oito por
cento) incidirá sobre o valor acrescido da TR até a data da respectiva operação.

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Art. 23. Compete ao Ministério do Trabalho e Previdência a verificação do cumprimento do
disposto nesta Lei, especialmente quanto à apuração dos débitos e das infrações praticadas
pelos empregadores ou tomadores de serviço, que serão notificados para efetuar e comprovar
os depósitos correspondentes e cumprir as demais determinações legais. (Redação dada pela
Lei nº 14.438, de 2022)

§ 1º Constituem infrações para efeito desta lei:

I - não depositar mensalmente o percentual referente ao FGTS, bem como os valores previstos
no art. 18 desta Lei, nos prazos de que trata o § 6o do art. 477 da Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT;

II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

IV - deixar de computar, para efeito de cálculo dos depósitos do FGTS, parcela componente
da remuneração;

V - deixar de efetuar os depósitos e os acréscimos legais do FGTS constituído em notificação


de débito, no prazo concedido pelo ato de notificação da decisão definitiva exarada no
processo administrativo; (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

VI - deixar de apresentar, ou apresentar com erros ou omissões, as informações de que trata


o art. 17-A desta Lei e as demais informações legalmente exigíveis; e (Redação dada pela Lei
nº 14.438, de 2022)

VII - deixar de apresentar ou de promover a retificação das informações de que trata o art.
17-A desta Lei no prazo concedido na notificação da decisão definitiva exarada no processo
administrativo que reconheceu a procedência da notificação de débito decorrente de omissão,
de erro, de fraude ou de sonegação constatados. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

§ 1º-A. A formalização de parcelamento da integralidade do débito suspende a ação punitiva


da infração prevista: (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

I - no inciso I do § 1º deste artigo, quando realizada anteriormente ao início de qualquer


processo administrativo ou medida de fiscalização; e (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

II - no inciso V do § 1º deste artigo, quando realizada no prazo nele referido. (Incluído pela
Lei nº 14.438, de 2022)

§ 1º-B. A suspensão da ação punitiva prevista no § 1º-A deste artigo será mantida durante a
vigência do parcelamento, e a quitação integral dos valores parcelados extinguirá a infração.
(Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

§ 2º Pela infração ao disposto no § 1º deste artigo, o infrator estará sujeito às seguintes multas:
(Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

b) 30% (trinta por cento) sobre o débito atualizado apurado pela inspeção do trabalho,
confessado pelo empregador ou lançado de ofício, nas hipóteses previstas nos incisos I, IV e
V do § 1º deste artigo; e (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

c) de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 300,00 (trezentos reais) por trabalhador prejudicado, nas
hipóteses previstas nos incisos VI e VII do § 1º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 14.438,
de 2022)
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§ 3º Nos casos de fraude, simulação, artifício, ardil, resistência, embaraço ou desacato à
fiscalização, assim como na reincidência, a multa especificada no parágrafo anterior será
duplicada, sem prejuízo das demais cominações legais.

§ 3º-A. Estabelecidas a multa-base e a majoração na forma prevista nos §§ 2º e 3º deste artigo,


o valor final será reduzido pela metade quando o infrator for empregador doméstico,
microempresa ou empresa de pequeno porte. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

§ 4º Os valores das multas, quando não recolhidas no prazo legal, serão atualizados
monetariamente até a data de seu efetivo pagamento, através de sua conversão pelo BTN
Fiscal.

§ 5º O processo de fiscalização, de autuação e de imposição de multas reger-se-á pelo


disposto no Título VII da CLT.

§ 6º Quando julgado procedente o recurso interposto na forma do Título VII da CLT, os


depósitos efetuados para garantia de instância serão restituídos com os valores atualizados
na forma de lei.

§ 7º A rede arrecadadora e a Caixa Econômica Federal deverão prestar ao Ministério do


Trabalho e da Previdência Social as informações necessárias à fiscalização.

Art. 23-A. A notificação do empregador relativa aos débitos com o FGTS, o início de
procedimento administrativo ou a medida de fiscalização interrompem o prazo prescricional.

§ 1º O contencioso administrativo é causa de suspensão do prazo prescricional.

§ 2º A data de publicação da liquidação do crédito será considerada como a data de sua


constituição definitiva, a partir da qual será retomada a contagem do prazo prescricional.

§ 3º Todos os documentos relativos às obrigações perante o FGTS, referentes a todo o


contrato de trabalho de cada trabalhador, devem ser mantidos à disposição da fiscalização
por até 5 (cinco) anos após o fim de cada contrato.

Art. 24. Por descumprimento ou inobservância de quaisquer das obrigações que lhe compete
como agente arrecadador, pagador e mantenedor do cadastro de contas vinculadas, na forma
que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador, fica o banco depositário sujeito ao
pagamento de multa equivalente a 10 (dez) por cento do montante da conta do empregado,
independentemente das demais cominações legais.

Art. 25. Poderá o próprio trabalhador, seus dependentes e sucessores, ou ainda o Sindicato a
que estiver vinculado, acionar diretamente a empresa por intermédio da Justiça do Trabalho,
para compeli-la a efetuar o depósito das importâncias devidas nos termos desta lei.

Parágrafo único. A Caixa Econômica Federal e o Ministério do Trabalho e da Previdência


Social deverão ser notificados da propositura da reclamação.

Art. 26. É competente a Justiça do Trabalho para julgar os dissídios entre os trabalhadores e
os empregadores decorrentes da aplicação desta lei, mesmo quando a Caixa Econômica
Federal e o Ministério do Trabalho e da Previdência Social figurarem como litisconsortes.

Parágrafo único. Nas reclamatórias trabalhistas que objetivam o ressarcimento de parcelas


relativas ao FGTS, ou que, direta ou indiretamente, impliquem essa obrigação de fazer, o juiz
determinará que a empresa sucumbente proceda ao recolhimento imediato das importâncias
devidas a tal título.

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Art. 26-A. Para fins de apuração e lançamento, considera-se não quitado o valor relativo ao
FGTS pago diretamente ao trabalhador, vedada a sua conversão em indenização
compensatória.

§ 1º Os débitos reconhecidos e declarados por meio de sistema de escrituração digital serão


recolhidos integralmente, acrescidos dos encargos devidos.

§ 2º Para a geração das guias de depósito, os valores devidos a título de FGTS e o período
laboral a que se referem serão expressamente identificados.

Art. 27. A apresentação do Certificado de Regularidade do FGTS, fornecido na forma do


regulamento, é obrigatória nas seguintes situações:

a) habilitação e licitação promovida por órgão da Administração Federal, Estadual e Municipal,


direta, indireta ou fundacional ou por entidade controlada direta ou indiretamente pela União,
Estado e Município;

b) obtenção, por parte da União, dos Estados ou dos Municípios, ou por órgãos da
Administração federal, estadual ou municipal, direta, indireta ou fundacional, ou
indiretamente pela União, pelos Estados ou pelos Municípios, de empréstimos ou
financiamentos realizados com lastro em recursos públicos ou oriundos do FGTS perante
quaisquer instituições de crédito;

c) obtenção de favores creditícios, isenções, subsídios, auxílios, outorga ou concessão de


serviços ou quaisquer outros benefícios concedidos por órgão da Administração Federal,
Estadual e Municipal, salvo quando destinados a saldar débitos para com o FGTS;

d) transferência de domicílio para o exterior;

e) registro ou arquivamento, nos órgãos competentes, de alteração ou distrato de contrato


social, de estatuto, ou de qualquer documento que implique modificação na estrutura jurídica
do empregador ou na sua extinção.

Art. 28. São isentos de tributos federais os atos e operações necessários à aplicação desta lei,
quando praticados pela Caixa Econômica Federal, pelos trabalhadores e seus dependentes ou
sucessores, pelos empregadores e pelos estabelecimentos bancários.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo às importâncias devidas, nos termos desta
lei, aos trabalhadores e seus dependentes ou sucessores.

Art. 29. Os depósitos em conta vinculada, efetuados nos termos desta lei, constituirão
despesas dedutíveis do lucro operacional dos empregadores e as importâncias levantadas a
seu favor implicarão receita tributável.

Art. 29-A. Quaisquer créditos relativos à correção dos saldos das contas vinculadas do FGTS
serão liquidados mediante lançamento pelo agente operador na respectiva conta do
trabalhador.

Art. 29-B. Não será cabível medida liminar em mandado de segurança, no procedimento
cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, nem a tutela
antecipada prevista nos arts. 273 e 461 do Código de Processo Civil que impliquem saque ou
movimentação da conta vinculada do trabalhador no FGTS.

Art. 29-C. Nas ações entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas
em que figurem os respectivos representantes ou substitutos processuais, não haverá
condenação em honorários advocatícios.

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Art. 29-D. A penhora em dinheiro, na execução fundada em título judicial em que se
determine crédito complementar de saldo de conta vinculada do FGTS, será feita mediante
depósito de recursos do Fundo em conta vinculada em nome do exequente, à disposição do
juízo. Parágrafo único. O valor do depósito só poderá ser movimentado, após liberação
judicial, nas hipóteses previstas no art. 20 ou para reversão ao Fundo.

Art. 30. Fica reduzida para 1 1/2 (um e meio) por cento a contribuição devida pelas empresas
ao Serviço Social do Comércio e ao Serviço Social da Indústria e dispensadas estas entidades
da subscrição compulsória a que alude o art. 21 da Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964.

Art. 31. O Poder Executivo expedirá o Regulamento desta lei no prazo de 60 (sessenta) dias a
contar da data de sua promulgação.

Art. 32. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogada a Lei nº 7.839, de 12 de
outubro de 1989, e as demais disposições em contrário.

4) Guia de Recolhimento (GRF) – Nova GFIP

A GFIP (Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à


Previdência Social) /SEFIP (Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência
Social) é um instrumento utilizado por pessoas físicas, jurídicas e contribuintes equiparados a
empresa para prestar informações à Previdência Social e efetuar o recolhimento do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A guia possui duas modalidades:

Regular: Emitida mensalmente com base nas informações do empregador e atualizada


automaticamente.

Rescisória: Gerada ao desligar um profissional da empresa, aplicando multas em caso de rescisão


e deve ser solicitada online pelos trabalhadores.

A Lei nº 8.036/1990 estabelece as normas para o FGTS, enquanto a Lei nº 8.212/1991 trata das
contribuições à Seguridade Social, incluindo as informações que devem ser prestadas à Previdência
Social.

Tome nota!

A GRFGTS permite o
Baseia-se nas A GRFGTS está
uso de uma única guia
informações alinhada com as
A guia é emitida pela para pagamentos
fornecidas pelo e- normas do Sistema
Caixa Econômica mensais e rescisórios,
Social, o que facilita a Público de
Federal. automatizando
automatização do Escrituração Digital
cálculos durante
processo. (SPED) Fiscal.
rescisões contratuais.

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Importante!

Mesmo que não haja recolhimento para o FGTS em determinado período, é importante fornecer
todas as informações cadastrais e financeiras à Previdência Social e ao FGTS. Isso garante a
regularidade das obrigações trabalhistas e previdenciárias, permitindo o correto monitoramento e
controle por parte dos órgãos competentes. O não cumprimento dessas obrigações pode acarretar
em penalidades e complicações legais para a empresa ou contribuinte.

Trabalhadores Elegíveis para o Recolhimento através da GRF:

Trabalhadores com contrato CLT a partir


Trabalhadores temporários;
de 05/10/1988;

Trabalhadores rurais; Trabalhadores avulsos;

Trabalhadores intermitentes (Lei nº Safreiros (operários rurais que trabalham


13.467/2017 - Reforma Trabalhista); somente na época da colheita);

Diretores não empregados equiparados


Atletas profissionais (jogadores de
aos demais trabalhadores sujeitos ao
futebol, vôlei, etc.);
FGTS; e

Menores aprendizes em contrato verde e


amarelo.

O depósito do FGTS corresponde a 8% do salário pago ou devido ao trabalhador sob contrato


CLT.

Para contratos de menores aprendizes em contrato verde e amarelo, o percentual é de 2%.

Além disso, o depósito do FGTS deve ser realizado até o dia 7 do mês seguinte à competência do
recolhimento.

5) Lei nº 10.836/2004 (Bolsa Família)

A Lei nº 10.836/2004 instituiu o Programa Bolsa Família no Brasil, que é uma iniciativa do governo
federal voltada para o combate à pobreza e extrema pobreza. Esse programa utiliza a transferência
direta de recursos financeiros para famílias em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo
de:

Combate à Pobreza: O Bolsa Família busca reduzir os índices de pobreza e extrema pobreza no
país, proporcionando assistência financeira a famílias em situação de vulnerabilidade.

Promoção da Inclusão Social: Além de fornecer recursos financeiros, o programa visa promover
a inclusão social das famílias atendidas, buscando melhorar suas condições de vida e possibilitar o
acesso a serviços essenciais.

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Acesso à Educação: Uma das condições para a participação no Bolsa Família é o compromisso
com a frequência escolar de crianças e adolescentes. Isso estimula a educação e contribui para o
rompimento do ciclo de pobreza ao promover o acesso e a permanência na escola.

O Bolsa Família é uma estratégia importante no contexto das políticas sociais brasileiras, buscando
abordar não apenas a questão financeira, mas também promover a inclusão social e o acesso a
serviços básicos. A seleção das famílias beneficiárias é realizada com base no Cadastro Único para
Programas Sociais do Governo Federal. Esse cadastro é uma ferramenta de identificação e
caracterização socioeconômica das famílias de baixa renda.

Além disso, o Bolsa Família oferece uma variedade de benefícios, cada um atendendo a diferentes
necessidades.

Ex.: Bolsa Básica, o Bolsa Variável, o Bolsa Variável Jovem, entre outros. Cada tipo de benefício
tem critérios específicos de elegibilidade e valores diferentes.

A implementação do programa é descentralizada e envolve parcerias entre os governos federal,


estaduais, municipais e o Distrito Federal. O programa utiliza critérios de seleção com base na renda
familiar e estabelece condicionalidades para garantir o cumprimento dos objetivos sociais
estabelecido, vejamos:

Acompanhamento pré-natal:
Exige-se que as gestantes beneficiárias do programa realizem o
acompanhamento pré-natal para garantir a saúde da mãe e do bebê.

Acompanhamento do calendário nacional de vacinação:


As famílias devem garantir que as crianças estejam em dia com as vacinas
do calendário nacional de imunização.

Acompanhamento do estado nutricional das crianças menores de 7


anos:
Monitora-se o estado nutricional das crianças para assegurar um
desenvolvimento saudável.

Frequência escolar mínima:


•Para as crianças de 4 a 5 anos, é exigida uma frequência escolar mínima
de 60%. Para beneficiários de 6 a 18 anos que não completaram a
educação básica, a frequência escolar mínima é de 75%.

6) Lei nº 7.998/1990 - Programa Seguro Desemprego

O Seguro-Desemprego tem como finalidade prover assistência financeira temporária ao


trabalhador desempregado, especialmente em casos de dispensa sem justa causa. Além disso, busca
auxiliar na manutenção do poder aquisitivo do trabalhador e facilitar sua recolocação no mercado
de trabalho. Vejamos os requisitos para solicitar o seguro-desemprego:

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Não estar em gozo de benefício previdenciário de
prestação continuada, exceto pensão por morte ou auxílio-
acidente.

Não estar em gozo do auxílio-desemprego.

Requisitos para solicitar o seguro-


desemprego: Não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente
à sua manutenção e de sua família.

Quando aplicável, o beneficiário do Seguro-Desemprego


deve se matricular e manter a frequência em cursos de
formação inicial e continuada ou de qualificação
profissional. Esses cursos precisam ser habilitados pelo
Ministério da Educação.

Outros requisitos para recebimento:

Dispensa sem justa causa: O trabalhador deve ser dispensado do emprego sem justa causa para
ser elegível ao Seguro-Desemprego.

Comprovação de vínculo empregatício: É necessário apresentar documentação que comprove


o vínculo empregatício, garantindo a elegibilidade ao benefício.

Cumprimento do prazo de carência: Entre os períodos de recebimento do benefício, é


necessário cumprir um prazo de carência para solicitar novamente o Seguro-Desemprego.

Vejamos os critérios de carência para solicitar o seguro-desemprego:

Pelo menos 12 meses nos últimos 18 meses imediatamente anteriores à data de dispensa, na
primeira solicitação.

Pelo menos 9 meses nos últimos 12 meses imediatamente anteriores à data de dispensa, na
segunda solicitação.

Cada um dos 6 meses imediatamente anteriores à data de dispensa, nas demais solicitações.

Tome nota!

O número de parcelas do benefício varia de acordo com o tempo de trabalho nos últimos 36 meses
antes da dispensa. Esse critério é importante para determinar a extensão do suporte financeiro
oferecido pelo programa.

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7) Lei nº 7.998/1990 - Abono Salarial

O Abono Salarial visa garantir o valor equivalente a um salário mínimo anual ao trabalhador que
atenda aos critérios estabelecidos, vejamos:

I) Ter percebido, de
empregadores que II) Ter exercido atividade II) Estar cadastrado há
contribuem para o PIS ou remunerada pelo menos 5 anos no
Pasep, até dois salários ininterrupta por pelo Fundo de Participação
mínimos médios de menos cento e oitenta PIS-Pasep ou no Cadastro
remuneração mensal no dias no ano-base. Nacional do Trabalhador.
período trabalhado.

Tome nota!

O Abono Salarial é pago anualmente, seguindo um calendário estabelecido pelo Governo Federal.

Importante!

O Abono Salarial anual tem um valor máximo de 1 salário-mínimo vigente na data do respectivo
pagamento.

ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS

1) Introdução

Continuaremos estudando para Caixa Econômica Federal, na disciplina de Conhecimentos Bancários.


1 - Produtos: Abertura e movimentação de contas: documentos básicos. Pessoa física e
pessoa jurídica: capacidade e incapacidade civil, representação e domicílio. Sistema de
pagamentos brasileiro.

2) Conta corrente

Antes da promulgação da Resolução 4.753/19, o principal ato normativo que regulava a abertura,
manutenção e encerramento de contas correntes era a Resolução do Conselho Monetário Nacional
(CMN) nº 2.025, de 24 de novembro de 1993 (Resolução 2.025/93). Esta resolução, no entanto,
abordava exclusivamente procedimentos presenciais e a apresentação de documentos físicos.

Ao contrário da Resolução 4.753/19, a Resolução 2.025/93 não contemplava as modernas práticas


de abertura de contas por meios eletrônicos ou digitais. Em vez disso, estabelecia requisitos
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estritamente presenciais e exigia a apresentação física de documentos para a abertura, manutenção
e encerramento de contas correntes.

A Resolução 4.753/19 representa uma simplificação e modernização significativa dos requisitos para
abertura, manutenção e encerramento de contas correntes em comparação com a
regulamentação anterior.

Inicialmente, a nova regulamentação deixa a cargo das instituições financeiras a definição dos
requisitos de informação e documentação necessários para a abertura de contas, permitindo até
mesmo a adoção de processos simplificados de qualificação, adequados aos diferentes perfis de
clientes e tipos de conta oferecidos.

Tome nota!

No entanto, é exigido que as informações de identificação e qualificação dos titulares sejam


mantidas atualizadas pelas instituições.

Importante!

Além disso, a resolução estabelece que as instituições devem implementar procedimentos e


controles internos para verificar a identidade e qualificação dos titulares da conta, assim como a
autenticidade das informações fornecidas, inclusive através da confrontação com bancos de dados
públicos ou privados. Esses procedimentos devem estar em conformidade com a legislação vigente,
especialmente no que diz respeito à prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do
terrorismo, e devem ser formalizados em documento específico, mantido atualizado e disponível
para o Banco Central.

Quanto à abertura e encerramento das contas, a resolução permite que esses processos sejam
realizados por meio de qualquer canal de atendimento disponibilizado pela instituição, incluindo
meios eletrônicos, mas excluindo o uso de canais telefônicos. Isso abre espaço para o onboarding
digital, utilizando tecnologias mais eficientes. A resolução também estabelece requisitos mínimos
para os contratos de abertura de conta e define regras para o encerramento, incluindo um prazo
máximo de 30 dias após a solicitação do cliente.

As regras da resolução se aplicam não apenas às contas de residentes, mas também às contas de
não residentes e às contas em moeda estrangeira no Brasil. Cada instituição deve designar um diretor
responsável pelo cumprimento dessas obrigações.

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Tome nota!

A partir de 1º de março de 2022, de acordo com a Resolução CMN nº 4.983, de 17 de fevereiro de


2022, as instituições devem fornecer ou disponibilizar aos titulares da conta uma via do contrato
por meio de qualquer canal de atendimento disponível, incluindo canais eletrônicos.

3) Pessoa Natural

A pessoa física ou pessoa natural, é aquela que possui personalidade jurídica, ou seja, possui a
aptidão para ser titular de direitos e contrair obrigações na órbita jurídica. Conforme o art. 2º do
Código Civil:

Art. 2º do CC. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe
a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

NASCITURO CONCEPTURO NATIMORTO

É o ente de vida intrauterina. Também chamado de prole O feto nascido morto. Nesse
eventual, é aquele que não caso, ele deverá ser registrado
chegou a ser concebido. em livro próprio do cartório
de pessoas naturais.

3.1) Pessoa Jurídica

A pessoa jurídica configura a soma de esforços humanos (corporação) ou patrimoniais (fundação),


visando a finalidade lícita e específica, sendo constituída na forma da lei e obedece à função social.

As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.

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Direito Público Interno (União, Estados, Distrito Federal,
Territórios., Municípios, Autarquias, demais entidades de
caráter público criadas por lei).

Direito Público Externo (Estados estrangeiros e todas as


Pessoas Jurídicas pessoas que forem regidas pelo direito internacional
público)

Direito Privado (Associações, Sociedades, Fundações,


Organizações Religiosas, Partidos Políticos).

A pessoa jurídica nasce efetivamente somente com o registro, que possui natureza constitutiva, pois
é ele que dá personalidade jurídica a elas.

O art. 45 do Código Civil prevê que o registro da pessoa jurídica é constitutivo (a personalidade só
surge com o registro), já que por ele se inicia a existência da pessoa jurídica.

O art. 46 do CC elenca os requisitos necessários à constituição de uma pessoa jurídica.

Art. 46. O registro declarará:

I – a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;

II – o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores e dos diretores;

III – o modo porque se administra e representa ativa e passivamente, judicial e


extrajudicialmente;

IV – se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;

V – se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;

VI – as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

3.2) Domicílio

De acordo com o art. 70 do CC, o domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.

No caso de haver pluralidade de residências, estabelece o art. 71 que será considerado domicílio
qualquer delas.

De acordo com o art. Art. 72 do Código Civil:

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Art. 72 do Código Civil: É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações
concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.

Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles


constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.

O chamado domicilio aparente encontra-se tipificado no art. 73 do CC que prevê que se terá por
domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.

Haverá mudança de domicílio quando for transferida a residência, com a intenção manifesta de se
mudar.

Por fim, o domicílio necessário, legal ou compulsório: é aquele que, em razão de uma qualidade da
pessoa, será estabelecido por lei. Possuem domicílio necessário:

Incapaz: domicílio será o do representante ou assistente;

Servidor público: local em que exerce suas atividades;

Militar: local onde serve;

Marítimo: onde o navio estiver matriculado ou ancorado;

Preso: lugar onde cumpre sua condenação definitiva. Logo, se a prisão for provisória, não há
domicílio necessário.

4) Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)

O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é descrito como o conjunto de entidades e sistemas que
facilitam as transferências de recursos no Sistema Financeiro Nacional (SFN). Essencialmente, o SPB
constitui a infraestrutura que possibilita a liquidação e a custódia de recursos no Brasil. Dentro desse
sistema, as entidades responsáveis por operar as infraestruturas do mercado financeiro recebem o
nome de Instituições Operadoras de Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF).

Além das IMF, que gerenciam os sistemas que compõem o SPB, também integram esse sistema as
instituições financeiras, as instituições de pagamento e os arranjos de pagamento. Dada a
complexidade e a importância desse sistema para a sociedade, qualquer falha, mesmo que parcial,
pode acarretar consequências significativas.

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Sistema Financeiro Sistema de Pagamento
Nacional (SFN) Brasileiros (SBP)
Pagamentos,
Moeda, Crédito, Capitais Arranjos de pagamentos
transferências
e Câmbio; (AP);
interbancárias, execução
Seguros Privados; da política monetária... Infraestruturas de
Mercado Financeiros
Previdência Fechada. (IMF).

O SPB passou por grandes transformações, primeiro em 2002 com a criação do Sistema de
Transferência de Reservas (STR) e depois em 2013 com o surgimento das instituições de pagamentos
e dos arranjos de pagamentos.

Na reforma de 2002, liderada por Ornelas, destacam-se avanços como:

Monitoramento em tempo real do saldo das contas Reservas Bancárias e Conta de Liquidação,
impedindo qualquer saldo devedor a qualquer momento.

Oferta de empréstimo ponte diário sem cobrança de juros (redesconto intradia), com o Banco
Central comprando títulos públicos federais dos bancos, que precisavam recomprá-los no mesmo
dia, com resultados financeiros registrados em tempo real nas contas Reservas Bancárias.

Sistema Selic realizando liquidação de operações com títulos públicos federais em tempo real.

Implantação de sistema para processar ordens de transferência eletrônica de fundos entre


bancos, oferecendo uma alternativa segura aos cheques e DOC para pagamentos de grande valor
(TED).

Criação de uma rede de telecomunicações dedicada exclusivamente ao sistema financeiro,


operada sob rigorosos padrões de segurança e confiabilidade definidos pelo Banco Central.

Assunção do risco privado pelo setor, com regras mais rígidas para as câmaras de compensação
privadas, que passaram a adotar mecanismos eficazes de gerenciamento de riscos, como estabelecer
limites para os bancos com base em garantias prévias.

Além disso, houve a adoção de um mecanismo que incentivava os bancos a oferecerem novos
produtos à clientela, promovendo a migração de pagamentos de valor superior a R$ 5 mil, antes
realizados por cheques e DOC, para instrumentos de pagamento eletrônicos bem estruturados,
como o TED.

Atualmente, o SPB é composto pelo:

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Tesouro Nacional

Banco Central do Brasil

Sistema de
Pagamentos Brasileiro
demais Instituições
(SPB)
Operadoras de
Infraestruturas do
Mercado Financeiro
(IMFs)

instituições e arranjos
de pagamentos

O SPB desempenha um papel fundamental em nossas transações cotidianas, facilitando operações


como transferências e pagamentos de boletos. Imagine uma transferência simples: ela passa por
diversas entidades antes de se concretizar.

Ex.: até 2018, cada banco tinha seu limite para pagamentos de boletos em dinheiro. No entanto,
o Conselho Monetário Nacional (CMN) reorganizou essa dinâmica em 2018, estabelecendo que
boletos acima de R$10 mil não poderiam mais ser pagos em espécie.

Além disso, os bancos foram obrigados a comunicar entre si quando houvesse o pagamento em
dinheiro de boletos emitidos por outros bancos. A partir de 2019, os bancos não podiam recusar a
liquidação de boletos abaixo de R$10 mil. Essas medidas simplificaram as operações de pagamento,
tornando-as mais seguras e eficientes para os consumidores, evitando situações desagradáveis de
filas longas para descobrir que o pagamento não seria possível.

Nesse contexto, o Banco Central do Brasil desempenha um papel crucial no zelo pelo bom
funcionamento do sistema. Ele exerce vigilância contínua sobre as IMF e participa ativamente no
processo, garantindo a estabilidade e eficiência do SPB. O texto destaca a sensibilidade do assunto
e enfatiza a responsabilidade do Banco Central em assegurar a integridade e o adequado
desempenho desse componente vital para a economia.

4.1) Sistemas de transferência de fundos e Instrumentos de pagamento

Para compreender o funcionamento dos componentes do sistema de transferências de fundos, é


importante conhecer os instrumentos utilizados para realizar essas transferências, também
chamados de meios de pagamento. Vejamos alguns desses instrumentos:

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Cheque: Um documento impresso que consiste em uma ordem de pagamento ao banco emitida pelo
titular da conta em favor de um beneficiário. Legalmente, é considerado um título de crédito à vista.

Boleto: Também conhecido como "bloqueto", é um registro de dívidas em cobrança decorrentes de


transações comerciais ou financeiras.

TED (Transferência Eletrônica Disponível): Similar ao DOC, mas sem valor máximo desde 2016. A TED não
possui valor mínimo, e a liquidação ocorre de forma diferente do DOC.

DOC (Documento de Ordem de Crédito): Uma ordem de transferência interbancária de fundos, utilizada
para montantes inferiores a R$5.000. A liquidação dos DOCs ocorre no dia útil seguinte à ordem.

Pix: Destaque merecido, o Pix é um método moderno de transferência instantânea que permite
transações em tempo real, sendo um dos mais recentes e eficientes instrumentos de pagamento.

Cartão: Instrumento utilizado para realizar pagamentos, disponível nas modalidades crédito, débito e pré-
pago.

Importante!

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou que o meio de pagamento DOC terá suas
funções de emissão e agendamento disponíveis somente até as 22h de 15 de janeiro, sendo
descontinuado posteriormente. Importante ressaltar que a última data para agendamento de DOC
é 29 de fevereiro, quando o sistema será encerrado definitivamente. Os bancos terão até essa data
para processar os agendamentos enviados pelos clientes.

Juntamente com o DOC, também serão descontinuadas as operações de Transferência Especial de


Crédito (TEC). Essa modalidade, originalmente criada por empresas para o pagamento de benefícios
a funcionários, perdeu relevância com a adoção de meios de pagamento instantâneos, como o Pix.
O encerramento dessas operações reflete a evolução do sistema financeiro e a preferência por
métodos mais ágeis e eficientes.

Tome nota!

Importantes prazos foram estabelecidos em relação aos serviços de Documento de Ordem de


Crédito (DOC) e Transferência Especial de Crédito (TEC):

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15/01/2024, às 22 h 29/02/2024
• Prazo limite para envio • Data limite para o
Também é o prazo final
ou agendamentos de processamento dos
para o fechamento pelos
DOC e TEC, com data agendamentos
bancos dos sistemas de
de até 29/02/2024. enviados pelos clientes
recebimento e
• A partir disso, os bancos pelas instituições
processamento do
deixarão de ofertar os financeiras.
DOC/TEC.
serviços de DOC e TEC
aos clientes.

A partir desta data, esses serviços serão definitivamente encerrados.

4.1.1) Sistemas de Liquidação de Obrigações Interbancárias

Os sistemas de liquidação de obrigações interbancárias desempenham um papel crucial no


funcionamento do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Vamos explorar alguns conceitos e
características desses sistemas:

Moeda de Liquidação: Tipos de Liquidação:

• Reservas Bancárias: • Moeda de Banco Comercial:


• Os bancos comerciais e outras A liquidação ocorre diretamente
instituições financeiras mantêm na conta de reservas bancárias
contas no Banco Central apenas quando necessário.
denominadas reservas Risco de não ser honrado pelo
bancárias. banco, gerando disputas
• Liquidações entre bancos judiciais sobre os recursos.
ocorrem transferindo dinheiro
dessas contas, seja em "moeda • Moeda de Banco Central:
de banco comercial" ou "moeda A liquidação é feita após
de banco central". transitar nas contas de reservas
bancárias.
Garante maior segurança, pois
as transferências são
irrevogáveis e não permite
lançamentos a descoberto.

Um sistema de liquidação de obrigações interbancárias é composto por:

Regulamento: Define o tipo de obrigação que pode ser liquidada, participantes, horários de
liquidação, situações de inadimplência, etc.

Instituição de Liquidação: Determina a moeda de liquidação (banco comercial ou banco


central).

Participantes: Indica quem pode participar do sistema.

Tipo e Horário de Liquidação: Pode ser bruta, líquida ou híbrida, com horários específicos
para as liquidações.

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Situações de Inadimplência: Estabelece critérios para configuração de inadimplência.

Tecnologia da Informação: Compreende os recursos tecnológicos, incluindo rede de


comunicação, hardware e software.

Logística de Transporte: Necessária em sistemas que envolvem transporte de valores ou


ativos.

Tipos de Sistemas:

Liquidação Diferida Líquida


Liquidação Bruta em
(LDL):
Tempo Real (LBTR): Híbrido:

Operações são compensadas


Cada liquidação é feita em Combina características de
ao longo do tempo e
tempo real, sem acumulação. LDL e LBTR, com alguma
liquidadas pelo saldo final.
Menor risco de liquidação, compensação contínua ao
Maior risco de liquidação, longo do dia.
mas exige alta liquidez e
pois uma falha afeta um
recursos centralizados.
conjunto maior de ordens.

Ex.: Liquidação Diferida Líquida (LDL):

Imagine que, ao longo de um dia, o Banco A e o Banco B realizam diversas transações entre si. Ao
final do dia, todas essas operações são somadas e compensadas, e a liquidação ocorre pelo saldo
final entre os dois bancos. Se uma instituição falhar no pagamento, o risco de liquidação afeta todas
as transações acumuladas.

Ex.: Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR):

No sistema LBTR, cada transação entre o Banco A e o Banco B é liquidada em tempo real. Se o Banco
A transferir R$20.000 para o Banco B, esse valor é imediatamente debitado da conta de reservas
bancárias do Banco A e creditado na conta do Banco B. Isso ocorre individualmente para cada
transação.

Ex.: Sistema Híbrido:

Um sistema híbrido pode envolver alguma compensação contínua ao longo do dia, mas sem esperar
até o final do dia para compensar todas as operações. Pode combinar características de LDL e LBTR
para equilibrar eficiência e risco de liquidação. Por exemplo, as transações podem ser acumuladas
ao longo do dia, mas compensadas e liquidadas mais frequentemente do que em um sistema
puramente LDL.

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4.1.2) Sistema de transferência de reservas

O Sistema de Transferência de Reservas (STR) é um componente crucial do Sistema de Pagamentos


Brasileiro (SPB), instituído em 2002 pela Circular nº 3.100/2002. Ele desempenha um papel
fundamental nas liquidações finais de todas as obrigações financeiras no Brasil, sendo considerado
o núcleo do SPB.

O STR opera como um sistema de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), processando transações
individualmente no momento em que são enviadas. Todas as operações, incluindo aquelas
relacionadas a câmbio, títulos e valores mobiliários, são liquidadas no STR. O processamento ocorre
por meio de lançamentos nas contas que os participantes mantêm no Banco Central, que é
conhecido como o "banco dos bancos". Existem dois tipos de contas no STR:

Conta de Reservas Bancárias: Conta de Liquidação:

Obrigatória para bancos comerciais, bancos Obrigatória para câmaras prestadoras de


múltiplos com carteira comercial e Caixa serviço de compensação e liquidação
Econômica Federal. sistemicamente importantes.

Facultativa para bancos de investimento, Opcional para outras instituições não


bancos de câmbio, bancos de sistemicamente importantes, bem como
desenvolvimento e bancos múltiplos sem instituições de pagamento e outras
carteira comercial. autorizadas pelo Banco Central.

Tome nota!

No STR, são processadas transações como TED, DOC, cheque e boleto, desde que ultrapassem o
Valor de Referência para Liquidação Bilateral (VRLB), específico para cada tipo de instrumento.
Valores inferiores ao VRLB são processados em outros sistemas, com liquidação diferida líquida ou
híbrida.

Importante!

As transferências de fundos no STR são irrevogáveis, ou seja, não é possível cancelar uma operação.
Para reverter uma transação, é necessário realizar outra no sentido contrário. Além disso, o sistema
é estruturado de forma a não permitir lançamentos a descoberto, garantindo assim a solidez e a
integridade do sistema.

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COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS E ESTRATÉGICAS PARA GESTÃO DE SERVIÇOS E BEM-ESTAR
EMPRESARIAL

1) Introdução

Continuaremos estudando para Caixa Econômica Federal, na disciplina de Conhecimentos Bancários.


1 - Saúde e bem-estar, ergonomia. Negociação, escuta empática. Noções de estratégia
empresarial: análise de mercado, forças competitivas, imagem institucional, identidade e
posicionamento. Segmentação de mercado. CRM. Características dos serviços: intangibilidade,
inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade. Gestão da qualidade em serviços.

2) Saúde e bem-estar, ergonomia

Ergonomia é o estudo da interação entre o indivíduo e o ambiente de trabalho. Vejamos alguns


pontos cruciais para que você compreenda como a ergonomia influencia a rotina empresarial.

Redução de Acidentes e Doenças Relacionados ao Trabalho: A ergonomia visa preservar a


saúde física e mental dos funcionários, contribuindo para a diminuição de acidentes e doenças
decorrentes das atividades laborais. Ao abordar aspectos como postura, iluminação, temperatura
ambiente, ruídos e intervalos de descanso, ela previne lesões e minimiza a fadiga dos colaboradores.

A implementação de práticas ergonômicas simples reduz significativamente as chances de os


funcionários desenvolverem dores, lesões ou fadiga excessiva ao final do expediente. Dessa forma,
observa-se uma diminuição nos acidentes de trabalho e afastamentos por motivos de saúde,
evidenciando que a prevenção é a abordagem mais eficaz para lidar com tais problemas.

Melhoria da Qualidade Técnica nas Atividades Desenvolvidas: Para além da prevenção de


acidentes e doenças, o bem-estar dos funcionários em uma empresa envolve a percepção da
qualidade técnica de suas atividades. A ergonomia desempenha um papel crucial nesse aspecto.

Aumento do Rendimento no Trabalho: Uma boa saúde física e mental resulta em maior
produtividade, permitindo que os funcionários executem suas tarefas com eficiência. Trabalhar
enfrentando dores, desconfortos ou fadiga excessiva prejudica o rendimento, diminuindo a
concentração e, em alguns casos, impedindo a execução de determinadas atividades.

Portanto, a adoção de práticas ergonômicas no ambiente de trabalho é uma medida positiva,


estimulando a postura adequada, proporcionando conforto acústico e térmico, e incentivando
pausas para descanso.

Promoção de um Clima Organizacional Sadio: O clima organizacional refere-se à percepção


que os funcionários têm do ambiente de trabalho, envolvendo aspectos psicológicos em relação à
empresa. Um ambiente bem estruturado, que incorpora práticas ergonômicas, motiva os
trabalhadores a alcançarem seu melhor desempenho, resultando em um clima organizacional
positivo.

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A adequada estrutura física e a adoção dessas práticas proporcionam um sentimento coletivo de
reconhecimento e motivação. O estímulo mútuo, aliado à convivência com colegas também
engajados em suas atividades, contribui para o bem-estar geral.

Prevenção de Defeitos em Máquinas e Equipamentos: A aplicação de técnicas ergonômicas


na utilização de máquinas e equipamentos evita a ocorrência de avarias, garantindo maior
durabilidade e continuidade nos serviços. Essa abordagem beneficia tanto a empresa, ao evitar
prejuízos, quanto o funcionário, que assegura a eficiência no desempenho de suas funções.

Além disso, a prevenção de defeitos em instrumentos de trabalho contribui para evitar acidentes,
preservando a saúde física e o bem-estar dos trabalhadores que os manipulam.

3) Negociação, escuta empática

Na negociação e mediação, a escuta ativa emerge como uma técnica fundamental para aprimorar
a comunicação e facilitar a interação entre as partes envolvidas. Richard Salem define a escuta ativa,
também conhecida como escuta empática ou reflexiva, como uma abordagem que aprimora a
compreensão mútua e a confiança durante as conversações. Essa habilidade demonstra ser crucial
para o sucesso tanto de negociações quanto de processos de mediação. Dentre os benefícios da
escuta empática destacam-se:

b) a promoção da d) a criação de um
a) a construção de c) o estímulo à
liberação de ambiente seguro
confiança e revelação de
emoções e a e propício para a
respeito entre os informações
redução de resolução de
participantes; relevantes;
tensões; problemas.

Segundo Renée Gendron, a escuta ativa proporciona um espaço onde as partes se sentem à vontade
para compartilhar suas experiências e emoções de maneira construtiva. Autores como Gabbay,
Faleck e Tartuce ressaltam a importância da escuta ativa na mediação, enfatizando que o mediador
deve participar ativamente das conversas, demonstrando receptividade e mantendo contato visual
com os envolvidos. É essencial que o mediador mantenha uma postura objetiva e imparcial,
oferecendo tempo e atenção equitativos a todas as partes.

O manual de mediação do CNJ destaca a regra da não interrupção durante a escuta ativa, vejamos:
[...] que mesmo se o ponto levantado pela parte que interrompeu tiver sido interessante, o
mediador deve estimular as partes a não se interromperem. Pois caso não o faça, criará uma
regra implícita de que em alguns casos se permite a interrupção. Se nas primeiras interrupções
o mediador recordar a regra da escuta ininterrupta seguramente as partes tenderão a não
mais se interromperem. Por outro lado, se o mediador começar a julgar a conveniência de
algumas interrupções as partes tenderão a se interromper e olhar para o mediador para que
esse possa "exercer seu juízo de conveniência" - o que não se mostra recomendável na maior
parte das mediações. De fato, as interrupções devem ser coibidas nas primeiras frações de
segundos da interrupção - para que não se crie essa percepção de "juízo de conveniência".

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Autores como Luis Alberto Warat preferem utilizar termos alternativos, como "escuta mediadora" ou
"escuta do sensível", destacando a importância de uma comunicação refinada, especialmente
quando lida com corpos em conflito. Por outro lado, Carlos Eduardo de Vasconcelos, mediador
experiente, contribui ao destacar que a escuta ativa permite que as pessoas expressem suas
experiências de maneira significativa, muitas vezes revelando aspectos anteriormente omitidos.

A escuta ativa, conforme sublinhado por Tânia Almeida, vai além do mero ato de ouvir, exigindo
interesse genuíno no que o interlocutor está compartilhando. Essa prática reforça a importância do
respeito e da atenção dedicada ao interlocutor, proporcionando legitimidade à sua expressão oral.

Para William Ury, mediador renomado, a escuta ativa é uma arte que requer respeito genuíno,
demandando que o ouvinte suspenda suas próprias referências e concentre-se no ponto de vista do
outro. Ele destaca a importância de ouvir não apenas as palavras, mas também os pensamentos e
sentimentos não expressos, enfocando tanto o conteúdo quanto o ser humano que o manifesta.

Em síntese, a escuta ativa vai além da simples audição, promovendo um verdadeiro entendimento
e estabelecendo uma base sólida para a construção de confiança e respeito mútuos. Tanto do ponto
de vista das partes envolvidas quanto do mediador ou negociador, a escuta ativa emerge como uma
ferramenta valiosa para esclarecer interesses, incentivar a negociação e avaliar o nível de abertura
das partes ao longo do processo.

Momento da Questão

FCC (2018) – Obter sucesso na comunicação ao telefone requer usar a escuta ativa para
controlar e conduzir uma conversa. A escuta ativa exige o conhecimento e a aplicação de
algumas técnicas, dentre as quais está a sondagem, que envolve

a) repetir com outras palavras o que a outra pessoa disse, encorajando-a a falar mais.

b) utilizar o silêncio para estimular a outra pessoa a complementar informações.

c) perguntar para obter informações ou confirmar fatos ou opiniões.

d) fazer um pedido específico e direto referente à necessidade de obter uma informação.

e) dizer ao outro quais são suas percepções em relação aos sentimentos da outra pessoa

Gabarito: Letra C.

Comentário: A sondagem é uma técnica que consiste em fazer perguntas abertas e específicas
para entender melhor o que a outra pessoa está comunicando, obter mais informações e esclarecer
pontos importantes na conversa.

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Tome nota!

Na escuta ativa, além da paráfrase para demonstrar empatia, a sondagem por meio de perguntas é
uma técnica fundamental para investigar e compreender as necessidades do cliente. Fazer perguntas
abertas e específicas ajuda a obter informações adicionais, esclarecer dúvidas e garantir que o
atendente compreenda completamente as expectativas e necessidades do cliente. Essa abordagem
proativa na formulação de perguntas permite uma comunicação mais eficaz e contribui para um
melhor atendimento ao cliente.

4) Noções de estratégia empresarial

O planejamento é uma das funções fundamentais do administrador, sendo uma arte que envolve a
definição de objetivos e a escolha antecipada do melhor curso de ação para alcançá-los. Essa
atividade implica estabelecer metas, estruturar planos de ação e desenvolver estratégias que
orientem o alcance da finalidade da organização. Segundo Chiavenato (2014), o planejamento
responde às questões de onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como, e em que
sequência.

Já caiu em prova!

Dentro desse contexto, destaca-se o planejamento estratégico, uma abordagem que envolve a
formulação de estratégias abrangendo todos os níveis hierárquicos da organização. Essa prática visa
integrar os pontos fortes e fracos da instituição com as oportunidades e ameaças do ambiente. No
âmbito do planejamento estratégico, é crucial responder a uma série de perguntas essenciais, tais
como:

O que fazer? Como? Quando? Para que?

E onde? Por quem? Por que?

O planejamento estratégico, como processo de análise, criação de alternativas e tomada de decisão,


tem como propósito definir a identidade e as atividades da organização. Essas decisões não apenas
alocam recursos, mas também alinham propósitos, programas, projetos, pessoas, estruturas e apoio
político em direção a objetivos predefinidos. O resultado desse processo é a elaboração de um plano
que documenta desafios, missão, visão, valores, objetivos, indicadores, metas e ações necessárias
para alcançar uma situação futura desejada pela instituição. Essa abordagem é crucial não apenas

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para o presente, mas também para orientar a organização em direção a um futuro alinhado com
seus propósitos e aspirações. Vejamos:

Missão: Declaração que Valores: Princípios


Visão: Descrição do
define o propósito fundamentais que guiam
estado futuro desejado
fundamental da empresa, o comportamento e as
pela empresa.
sua razão de existir. decisões organizacionais.

Já caiu em prova!

A Análise SWOT, também conhecida como Análise FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e
Ameaças), é uma técnica fundamental no planejamento estratégico que visa identificar e avaliar os
elementos internos e externos que impactam a empresa em seu ambiente de atuação. Essa
abordagem proporciona uma visão abrangente das Forças e Fraquezas internas, bem como das
Oportunidades e Ameaças externas, permitindo à organização tomar decisões informadas. Vejamos:

Força Fraqueza
(strenghts) (weakness)

Oportunidade Ameaças
(opportunities) (threats)

Análise interna: forças e fraquezas – são controláveis (variáveis internas).

Análise externa: oportunidades e ameaças – são incontroláveis (variáveis externas).

Durante esta análise, tenha em mente que as forças e oportunidades são uteis para a empresa,
enquanto as fraquezas e ameaças são prejudiciais para a empresa.

Essa técnica proporciona uma compreensão holística do cenário empresarial, capacitando os


gestores a desenvolver estratégias que capitalizem as vantagens internas, mitiguem as fraquezas,
aproveitem as oportunidades e enfrentem as ameaças.

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5) Segmentação de mercado

A segmentação de mercado é uma estratégia essencial no campo do marketing e vendas, tornando-


se cada vez mais crucial diante da necessidade de personalização nas abordagens comerciais. De
acordo com uma pesquisa global da Bain & Company, 81% dos executivos concordam que a
segmentação de mercado é vital para impulsionar os lucros. Organizações com estratégias sólidas
nessa área apresentaram um lucro 10% maior do que seus concorrentes ao longo de cinco anos.

A segmentação de mercado envolve a classificação de grupos de consumidores potenciais com


características semelhantes, como necessidades, comportamentos de compra, requisitos e
tendências. Vejamos:

Marketing Júnior USP (2022)

Essa técnica, que se tornou uma consequência natural da integração estratégica entre marketing e
vendas, é implementada de diversas maneiras, utilizando abordagens prioritárias, baseadas em
necessidades ou valores, e quatro tipos principais: geográfica, demográfica, comportamental e
psicográfica.

Ao adotar a segmentação, as equipes de marketing e vendas deixam de tratar seus clientes-alvo


como uma massa homogênea, passando a compreendê-los de maneira mais profunda. Isso
possibilita a criação de planos de ação mais direcionados e propensos ao sucesso, além de
estabelecer metas realistas e indicadores mais precisos para mensurar os esforços das equipes.

A segmentação oferece diversos benefícios práticos, destacando-se:

Certeza no Direcionamento de Recursos: Permite uma melhor alocação de recursos, ajustando


produtos e serviços de acordo com as demandas específicas dos compradores-alvo.

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Criação de Ofertas Sob Medida: Facilita a adaptação rápida às mudanças nas necessidades e
comportamentos dos consumidores, mantendo a empresa competitiva.

Personalização de Estratégias: Possibilita a personalização de ações de marketing e vendas,


resultando em experiências mais impactantes para os consumidores.

Melhorias na Experiência do Cliente: Satisfaz melhor as necessidades e desejos dos clientes,


permitindo o desenvolvimento de estratégias de fidelização mais eficazes.

Criação de Valor: Fornece insights sobre percepções e preferências dos consumidores-alvo,


permitindo agregar valor às ofertas e ao relacionamento com a marca.

Ganho de Lucratividade: Empresas com boa capacidade de segmentação apresentam, em


média, 10% a mais de lucros em comparação com a concorrência.

Aumento da Competitividade: Potencializa a competitividade, resultando em maior retorno


sobre os investimentos (ROI) e impulsionando as vendas e a lucratividade.

A segmentação de mercado, ao proporcionar uma compreensão mais profunda dos diferentes tipos
de clientes, é uma prática valiosa para o crescimento do negócio. Ela não apenas otimiza a eficiência
das equipes de marketing e vendas, mas também contribui para a construção de relacionamentos
mais sólidos e duradouros com os clientes-alvo.

6) Características dos serviços

Os serviços possuem características distintas em comparação aos bens tangíveis, o que os torna
únicos e apresenta desafios específicos para as empresas que os oferecem. Vejamos:

Intangibilidade:
Inseparabilidade:

Os serviços são intangíveis, o que significa que não


A produção e o consumo de serviços geralmente
podem ser tocados, vistos, ouvidos, cheirados ou
ocorrem simultaneamente e, muitas vezes, são
provados antes de serem adquiridos. Isso torna a
inseparáveis. Isso significa que o cliente pode estar
avaliação prévia do serviço mais desafiadora para
envolvido no processo de criação do serviço.
os consumidores.

Serviços

Variabilidade:
Perissibilidade:

Os serviços são altamente variáveis devido à


Os serviços não podem ser armazenados ou
influência de fatores como habilidades individuais,
estocados para uso posterior. Se não forem
atitudes e comportamentos dos prestadores de
consumidos no momento da produção, podem ser
serviços, bem como às condições específicas do
perdidos.
momento e do local de entrega.

Entender essas características é essencial para as empresas que prestam serviços, pois influenciam
a forma como os serviços são projetados, entregues, precificados e gerenciados. Estratégias eficazes

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de marketing e gestão de serviços levam em consideração essas particularidades para garantir uma
experiência positiva para os clientes.

7) Gestão da qualidade em serviços

A gestão da qualidade em serviços é uma abordagem essencial para garantir que as empresas
forneçam serviços consistentes, satisfatórios e alinhados às expectativas dos clientes. Ao contrário
dos produtos tangíveis, os serviços apresentam características únicas que requerem estratégias
específicas para garantir a qualidade.

Entendimento das Necessidades do Cliente: O ponto de partida para a gestão da qualidade


em serviços é compreender as necessidades e expectativas dos clientes. Isso envolve a coleta de
feedback, a análise de reclamações e a realização de pesquisas para identificar áreas de melhoria.

Padronização de Processos: A padronização de processos é crucial para garantir consistência


na entrega do serviço. Documentar e estabelecer procedimentos claros ajuda a evitar variações
indesejadas e assegura que os clientes recebam um serviço de qualidade em todas as interações.

Treinamento e Desenvolvimento: Investir no treinamento contínuo e desenvolvimento dos


funcionários é fundamental para garantir que eles tenham as habilidades e o conhecimento
necessários para oferecer serviços de alta qualidade. Isso inclui o desenvolvimento de habilidades
interpessoais, comunicação eficaz e compreensão das expectativas do cliente.

Envolvimento dos Funcionários: Os funcionários desempenham um papel crucial na prestação


de serviços de qualidade. Envolvê-los, motivá-los e proporcionar um ambiente de trabalho positivo
contribuem para uma experiência melhor para o cliente.

Gestão de Relacionamento com o Cliente (CRM): Sistemas de CRM ajudam a acompanhar as


interações com os clientes, suas preferências e históricos de compras. Isso possibilita uma
abordagem mais personalizada e um atendimento mais eficiente.

Feedback Contínuo: A coleta regular de feedback dos clientes é uma prática essencial na gestão
da qualidade em serviços. Isso fornece insights valiosos sobre áreas que precisam de melhoria e
destaca as práticas que estão sendo bem-sucedidas.

Resolução Eficaz de Problemas: Desenvolver processos eficazes para resolver problemas e lidar
com reclamações é crucial. A rápida resolução de problemas contribui para a satisfação do cliente e
evita impactos negativos na reputação da empresa.

Inovação e Melhoria Contínua: Estimular a inovação e promover uma cultura de melhoria


contínua são elementos-chave na gestão da qualidade em serviços. As empresas devem estar abertas
a novas ideias, tecnologias e práticas que possam aprimorar a qualidade dos serviços oferecidos.

Medição de Desempenho: O estabelecimento de indicadores-chave de desempenho (KPIs)


específicos para a qualidade dos serviços ajuda a monitorar e avaliar o sucesso das práticas
implementadas. Isso inclui métricas como tempo de resposta, taxa de resolução na primeira
interação, entre outros.
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Cultura Organizacional: A cultura organizacional desempenha um papel fundamental na gestão
da qualidade em serviços. Uma cultura que valoriza a excelência, a ética e o comprometimento com
o cliente contribui significativamente para o sucesso na entrega de serviços de qualidade.

Ao adotar uma abordagem abrangente para a gestão da qualidade em serviços, as empresas podem
criar uma vantagem competitiva, aumentar a satisfação do cliente e fortalecer sua reputação no
mercado. A qualidade dos serviços é um fator-chave na construção de relacionamentos duradouros
com os clientes e no sucesso a longo prazo das organizações.

7.1) Os 5’S na Qualidade de Serviços

O 5S, uma metodologia japonesa, é uma abordagem eficaz para melhorar a qualidade e a eficiência
em organizações e serviços. Ao aplicar os cinco princípios do 5S - Seiri (Classificação), Seiton
(Arrumação), Seiso (Limpeza), Seiketsu (Padronização) e Shitsuke (Disciplina) - na gestão da
qualidade de serviços, as organizações podem aprimorar a organização, eliminar desperdícios,
aumentar a produtividade e garantir a qualidade dos processos de atendimento ao cliente. Vamos
explorar cada um desses princípios em detalhes:

Seiri (Classificação):

• Identificação e separação de itens necessários dos desnecessários no ambiente de trabalho.


• Facilita a organização, a localização eficiente de recursos e a eliminação de itens desnecessários.

Seiton (Arrumação):

• Organização eficiente dos itens necessários, estabelecendo uma localização padrão para cada item.
• Rotulação e designação de responsabilidades claras para manter a ordem e facilitar a localização
rápida dos itens.

Shitsuke (Disciplina):

• Incorporação dos princípios e técnicas do 5S como hábitos permanentes na cultura da empresa.


• Transformação dos novos comportamentos e melhorias em parte integrante da rotina diária de
trabalho.

Seiso (Limpeza):

• Realização de uma limpeza profunda e manutenção dos equipamentos, ferramentas e espaços de


trabalho.
• Garantia de um ambiente seguro, saudável e produtivo, promovendo a qualidade nos processos.

Seiketsu (Padronização):

• Estabelecimento de rotinas e processos para manter a organização, limpeza e eficiência a longo prazo.
• Implementação de checklists, registros e outros mecanismos de monitoramento para garantir práticas
sustentáveis.

Ao aplicar esses princípios na gestão de qualidade de serviços, as organizações podem criar


ambientes mais eficientes, aumentar a satisfação do cliente, melhorar a qualidade dos serviços
prestados e promover uma cultura de melhoria contínua. O 5S na qualidade de serviços é uma
abordagem valiosa para garantir a excelência operacional e proporcionar uma experiência positiva
aos clientes.

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Momento da Questão

CESPE/CEBRASPE (2024) – Baseando-se na metodologia 5S de gestão da qualidade,


determinado colaborador realizou limpeza impecável do local de trabalho, propiciando um
ambiente para produtividade e alto desempenho. Além disso, ele implantou política de
descarte adequado do lixo, incluindo a iniciativa de não manter no local de trabalho material
que deva ser descartado.

Nessa situação hipotética, o aludido colaborador utilizou o senso denominado

a) seiri (utilização).

b) seiton (ordem e arrumação).

c) seiketsu (normalização e padronização).

d) seiso (limpeza e higiene).

e) shitsuke (disciplina e autodisciplina).

Gabarito: Letra D.

Comentário: O colaborador que realizou a limpeza impecável do local de trabalho e implantou


a política de descarte adequado do lixo está utilizando o senso chamado "seiso" (limpeza e higiene).

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Parabéns por ter concluído o estudo da matéria!

Bora para cima!

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