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A CULTURA MAKER COMO METODOLOGIA ATIVA DE ENSINO:

CONTRIBUIÇÕES, DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA EDUCAÇÃO

THE MAKER CULTURE AS AN ACTIVE TEACHING METHODOLOGY:


CONTRIBUTIONS, CHALLENGES AND PERSPECTIVES IN EDUCATION
João Ribeiro Neto
Francisco Herbert Lima Vasconcelos
Daniel Brandão Menezes
Resumo
A cultura maker tem emergido como uma abordagem inovadora e promissora para o ensino e
aprendizagem em diversas áreas do conhecimento. Com base nos princípios da
experimentação, da colaboração e do "faça você mesmo", a cultura maker encoraja professores
a se reinventarem e estudantes a se tornarem protagonistas de sua própria aprendizagem. Este
estudo apresenta uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL) abordando uma análise sobre a
cultura maker na educação, contribuições e desafios para o ensino e aprendizagem. A etapa de
busca ocorreu em bases de dados nacionais e internacionais, com marco temporal de dez anos,
em idioma Português/Inglês. A RSL teve como intervalo de tempo de estudo os dias 4 de março
de 2023 a 30 de junho de 2023, com objetivo de quantificar e analisar os trabalhos sobre a
cultura maker na educação. Para a construção do escopo da pesquisa e metodologia, utilizamos
o protocolo de Kitchenham (2009) para garantir a confiabilidade e a técnica adequada a ser
utilizada, uma vez que esse protocolo permite examinar os dados de modo metódico e
sistemático. Assim, durante as pesquisas foi utilizado strings e operadores booleanos nas bases
de dados. Como resultado, podemos inferir que a educação maker é uma metodologia ativa de
ensino que, quando bem utilizada na educação, se mostra uma excelente ferramenta para o
ensino e aprendizagem. Logo, é necessário uma nova dinâmica, um novo enfoque e seriedade
para enfrentar os obstáculos que ainda persistem e limitam as novas práticas e o avanço da
educação maker.

Palavras-chave: Maker Culture. Education Maker. Active Teaching Methodology. manufacturing technologies.

Abstract
The maker culture has emerged as an innovative and promising approach to teaching and
learning in several areas of knowledge. Based on the principles of experimentation,
collaboration and "do it yourself", the maker culture encourages teachers to reinvent
themselves and students to become protagonists of their own learning. This study presents a
Systematic Literature Review (SLR) addressing an analysis of the maker culture in education,
contributions and challenges for teaching and learning. The search stage took place in national
and international databases, with a timeframe of ten years, in Portuguese/English. The RSL had
as study time interval from March 4, 2023 to June 30, 2023, with the objective of quantifying
and analyzing the works on the maker culture in education. For the construction of the scope
of the research and methodology, we used the Kitchenham protocol (2009) to guarantee the
reliability and the adequate technique to be used, since this protocol allows to examine the data
in a methodical and systematic way. Thus, during the research, strings and boolean operators
were used in the databases. As a result, we can infer that maker education is an active teaching
methodology that, when well used in education, proves to be an excellent tool for teaching and
learning. Therefore, a new dynamic is needed, a new focus and seriousness to face the obstacles
that still persist and limit the new practices and the advancement of maker education.
Keywords: Maker Culture. Education Maker. Active Teaching Methodology. Manufacturing technologies.

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1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a cultura maker tem artesanato, design, impressão 3D, marcenaria, entre
emergido como uma abordagem inovadora e outras. Os makers, como são chamados aqueles que
promissora para o ensino e aprendizagem em abraçam essa cultura, compartilham seus
diversas áreas do conhecimento. Com base nos conhecimentos, aprendem uns com os outros e
princípios da experimentação, da colaboração e do colaboram em projetos coletivos (MOURA, 2020).
"faça você mesmo", a cultura maker encoraja os Dessa forma, diante das realidades que vão
estudantes a se tornarem protagonistas de sua surgindo, as escolas procuram se reinventar e
própria aprendizagem, incentivando a criatividade, escolhem caminhos que podem ser mais tranquilos -
o pensamento crítico e a resolução de problemas. mantendo sua proposta curricular predominante, ou
Um campo de estudo que se beneficia opta por escolhas que rompem com padrões
significativamente dessa abordagem é a curriculares estabelecidos, na busca por modelos de
Matemática. ensino cada vez mais significativo, empreendedor e
Ao revisar a literatura sobre a cultura maker, inovador (MORÁN, 2015).
serão abordados diversos tópicos relevantes. Serão Certamente, o espaço da escola vem mudando e
investigadas as origens e fundamentos da cultura os métodos, predominantemente tradicionais, não
maker, explorando seu surgimento, suas influências dão mais conta de uma sociedade cada vez mais
e suas principais características. conectada, onde a tecnologia transcende o lugar, o
A cultura maker refere-se a um movimento que tempo e o espaço de aprendizagem para além da sala
valoriza a criatividade, a inovação e a participação de aula, provocando reflexões que exigem das
ativa das pessoas na criação de objetos e projetos instituições de ensino uma visão proativa, dinâmica
através do uso de ferramentas e tecnologias e empreendedora (RAABE, 2018). A Base
acessíveis. É uma abordagem que encoraja as Nacional Comum Curricular (BNCC), inclusive,
pessoas a se tornarem criadoras, construtoras e traz em seu texto, a necessidade de promover um
solucionadoras de problemas, em vez de meros ensino voltado para realidade dos alunos e para a
consumidores passivos de produtos e serviços utilização das tecnologias, para que ele compreenda,
(PAPERT, 1994). utilize e crie tecnologias digitais de informação e
No cerne da cultura maker está a ideia de que comunicação de modo reflexivo, crítico, ético e
todos têm habilidades e potencial para projetar, significativo para a resolução de problemas e
prototipar e fabricar objetos tangíveis, explorando construção de conhecimento (BRASIL, 2017).
diversas áreas como eletrônica, programação,
A propósito, no tocante a produzir promovendo uma abordagem prática e participativa
conhecimentos, resolver problemas, exercer para a criação de objetos e projetos. Ela oferece
protagonismo e participação ativa nas atividades oportunidades para que as pessoas se tornem
escolares, bem como estimular um ensino cada vez protagonistas, ativas na geração de inovação e
mais inovador e transformador do espaço de soluções, democratizando o acesso aos recursos e
aprendizagem, a educação maker do “faça você estimulando a cultura do fazer.
mesmo, onde o aluno coloca a mão na massa, fabrica Assim, para Blikstein (2020), uma educação a
e produz conhecimento”, surge como uma partir do construcionismo e da abordagem maker
metodologia ativa de aprendizagem nas escolas. contribui de modo significativo no espaço escolar e
Nela, os estudantes deixam de consumir tecnologias reflete os anseios do professor deste século que há
para produzi-las (RAABE, 2018). anos busca inserir os alunos no centro do processo
No entanto, para Raabe (2018) e Gondim de ensino e aprendizagem.
(2022), as escolas mantêm vivo um currículo Diante desse contexto, a pesquisa justifica-se
tradicional que não “serve” mais à escola do século pelo interesse em analisar o uso da educação maker
XXI, que somando-se a isso, gera dificuldades na em contextos educacionais. Enfim, a pesquisa visa
utilização de experiências e conhecimentos com apresentar um estudo sobre as contribuições e os
projetos (inovadores) que envolvem interação, desafios da educação maker para o ensino e
construção de objetos, divisão de tarefas etc. E, isso, aprendizagem. Para isso, destacamos os principais
na visão de Raabe (2018) e Moura (2020), precisa trabalhos nacionais e internacionais encontrados a
ser suplantado para que uma educação que aposte no partir de uma Revisão Sistemática da Literatura
envolvimento do aluno, no seu protagonismo e na (RSL).
criatividade, possa ser adotada dentro da escola, Diante do exposto e da importância da temática,
onde essa quebra de paradigma se configura a qual trata da cultura maker no ensino, percebeu-se
atualmente como o maior desafio para a implantação a necessidade de organizar uma Revisão Sistemática
de práticas pedagógicas makers e construcionistas. de Literatura (RSL) dos trabalhos publicados no
Ademais, a educação maker possui uma banco de dados do Periódico Capes, Science Direct
abordagem que confronta a educação tradicional, já e o Eric Education Sciences. A RSL teve como
que o foco deste pensamento é o protagonismo dos intervalo de tempo de estudo os dias 04 de março de
alunos a partir da criação de objetos e invenções que 2023 a 30 de junho de 2023, a fim de quantificar e
estão ligadas aos fenômenos das ciências. Dessa analisar os trabalhos que tratavam a cultura maker
forma, Blikstein (2018), fundamentado em Papert no ensino, para vislumbrar uma revisão da área.
(1980), ratifica o uso das tecnologias como um No tocante à seleção de trabalhos que compõem
importante instrumento de emancipação para a a referida pesquisa, este artigo se organiza em quatro
construção do conhecimento do aluno, pois, quando seções. A primeira seção traz uma introdução do
fazem uso das ferramentas e tecnologias, projetam e artigo contextualizando o tema. Na seção seguinte, é
criam fundamentos que serão úteis para a vida. descrita a metodologia utilizada na RSL. E, na seção
A cultura maker é um movimento que incentiva posterior, são apresentados os resultados do estudo,
a criatividade, a experimentação e a colaboração, análises e discussões. Para concluir, a última seção
traz as considerações finais referente à temática da selecionar os principais artigos que possuem relação
pesquisa, desafios e sugestões para trabalhos com os objetivos da pesquisa e, assim, obter os
futuros. trabalhos que respondam às perguntas de pesquisa.

2. DESENVOLVIMENTO 2.2 QUESTÕES DE PESQUISA


2.1 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Como protocolo importante da RSL,
Este trabalho explora o que vem sendo desenvolvido estabelecemos questões de pesquisa para delimitar e
na educação em termos de educação maker, entre orientar a busca na condução, obtenção e seleção dos
outros aspectos que poderão ser observados ou trabalhos mais significativos. Por conseguinte,
indagados para futuros estudos. determinamos quatro questões de pesquisa primária
Para alcançar o objeto deste estudo, utilizamos (QPP) e duas questões de pesquisa secundária (QPS)
uma Revisão Sistemática da Literatura em bases de para responder este estudo.
dados nacional e internacional. Além disso, a RSL é
o principal instrumento utilizado para a realização Quadro 1: Questões de pesquisa
Fonte: Própria dos autores
de pesquisas científicas com qualidade, pois elas
ocorrem em sistemas de dados de confiança e segue
2.3 MÉTODO DE BUSCA
uma metodologia de revisão rigorosa e avaliativa;
voltada para os indícios encontrados em questões de QUESTÕES DESCRIÇÃO

pesquisa, assim como, poderá identificar lacunas em QPP 1 Quais as vantagens da educação maker
resultados de pesquisas que servirão de reflexão para para o ensino e aprendizagem?

novos estudos (KITCHENHAM, 2009).


QPP 2 Quais materiais didáticos são utilizados
Consoante ao que preceitua Kitchenham na educação maker?
(2009), esta revisão da literatura é composta pelas
QPP 3 Quais as iniciativas da cultura maker na
seguintes etapas:
educação?
Figura 1. Etapas da pesquisa
QPP 4 Quais os desafios encontrados na
utilização da educação maker para o
ensino e aprendizagem?

QPS 1 Qual o lugar e a incidência desses


trabalhos?

QPS 2 Em quais espaços ocorrem o ensino e


aprendizagem maker?
Fonte: Própria dos autores

Para a construção do escopo da pesquisa,


Após estabelecer a compreensão e destacar os
utilizamos o protocolo de Kitchenham (2009) para
elementos da etapa da pesquisa, formulamos e
garantir a confiabilidade e a técnica certa a ser
aplicamos questões de pesquisa, string de busca, e
utilizada, já que este rito pragmático, permite
critérios de inclusão e exclusão, entre outros, para
examinar os dados de modo metódico e sistemático revisão sistemática. Assim, as bases de dados
para gerir resultados precisos e válidos. Dessa utilizadas para obtenção dos artigos estão dispostas
maneira, passado a fase de definição das questões de no Quadro 1.
pesquisa, estabelecemos alguns critérios, a seguir:
Trabalhos publicados em repositórios digitais Quadro 1: Base de Dados e Endereço Eletrônico

nacionais e internacionais, definição de string de BASE DE ENDEREÇO WEB

busca, marco temporal, critérios de inclusão e DADOS

exclusão; extração dos dados. Periódico https://www-periodicos-capes-gov-


Capes br.ezl.periodicos.capes.gov.br/index.php?
2.4 ESCOPO (STRING DE BUSCA)
Science Direct https://www.sciencedirect.com/

Para esta RSL, utilizamos várias combinações Eric Education https://eric.ed.gov/?


de string por meio de operadores boleanos “AND” e Sciences

“OR” de modo estruturado a partir de palavras Fonte: dados da pesquisa


chaves e de maior evidência em pesquisas, no intuito
de realizar uma busca com qualidade nas bases de Depois de estabelecidas as bases de dados e o

dados. marco temporal de dez anos, os artigos selecionados


passaram por análises para verificar se estavam
Figura 3: Estrutura da String de Busca
adequadas às questões de pesquisa. Após as
verificações, e comprovada a relevância e relação
com o tema e objetivos da pesquisa, foram aplicados
critérios de inclusão e exclusão.

2.6 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E


EXCLUSÃO

Após as etapas anteriores, foram realizadas


pesquisas nas bases de dados considerando os
Fonte: Elaborada pelos autores
critérios de inclusão e exclusão, respectivamente. Os

2.5 BASES DE DADOS E PROCESSO DE critérios foram criados para selecionar os trabalhos

EXTRAÇÃO que mais se adequam ao estudo, evidenciando quais


artigos são mais relevantes.

A etapa de busca ocorreu em bases de dados


(eletrônicas) nacionais e internacionais utilizando
um marco temporal de dez anos em idioma
Português/Inglês. Dessa forma, a pesquisa realizada
nas bases de dados buscou selecionar artigos de
grande relevância com a temática no intuito de
responder às questões primárias e secundárias desta
Figura 4: Critérios de Inclusão e Exclusão nacionais (idioma/artigos em português) Periódico
Capes e bases internacionais (idioma/artigos em
inglês) Science Direct e Eric Education.

Figura 5: Método de condução para seleção dos artigos.

Fonte: Elaborada pelos autores

Uma vez estabelecido os critérios de inclusão e


exclusão, os mesmos foram utilizados em todas as
etapas da pesquisa, considerando cada segmento da
base de dados no que tange ao tipo de publicação,
idioma, marco temporal, tipo de artigo, entre outros.
Para, assim, selecionar os artigos mais relevantes a Fonte: dados da pesquisa.

partir de cada critério.


Após a utilização das etapas de busca nas bases
2.7 ETAPA DA PESQUISA de dados para a escolha dos principais trabalhos
mais alinhados aos objetivos e questões de pesquisa
Após as etapas anteriores, que foram essenciais deste estudo, foram selecionados e analisados dez
para a construção do método de condução e seleção artigos que se coadunam e possuem estreita relação
dos trabalhos (figura 5), foram realizadas pesquisas e correlação com as questões de pesquisa primária
nas bases de dados fazendo uso da string conforme (QPP 1 - QPP 4) e secundária (QPS 1 - QPS 2). Vale
segmento e particularidade de cada base de dados, destacar, que nesta etapa do estudo foram lidos todos
isso, consoante aos critérios de inclusão (CI) e os trabalhos considerando também os critérios de
exclusão (CE). Em seguida, ao realizar a primeira inclusão e exclusão, portanto, todos os dados
busca com o uso da string e sem aplicação dos extraídos são fontes das leituras dos artigos e
critérios de inclusão e exclusão (filtros), as bases de respondem as questões de pesquisa.
dados retornaram um total de 18.232 publicações.
Vale destacar que as buscas foram feitas em bases 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
T07 Idea generation and knowledge Science 2023
Nesta seção são apresentados os trabalhos creation through maker practices Direct
selecionados para este estudo, bem como a in an artifact-mediated
collaborative invention project
condução da pesquisa e análise dos trabalhos.
T08 Making a Makerspace for children: Science 2023
3.1 CONDUÇÃO DOS ARTIGOS A mixed-methods study in Chinese Direct
SELECIONADOS kindergartens

T09 What makes a teacher? Examining Science 2023


Consoante a pesquisa e seleção dos dez key characteristics of two maker Direct
trabalhos para este estudo, foram extraídos, a partir educators
das leituras, os dados mais relevantes que
T10 Discovering Maker Literacies: Science 2020
respondem às questões de pesquisa. Para isso, os
Tinkering with a Constructionist Direct
trabalhos foram catalogados conforme o quadro 2. Approach and Maker
Competencies
Quadro 2: Artigos selecionados para o estudo.
Fonte: dados da pesquisa.
IDT TÍTULO BASE DE ANO
DADOS 3.2 ANÁLISE DOS DADOS E DA PESQUISA

T01 Aprendizagem Baseada em Periódico 2022


Após as leituras dos artigos, buscou-se
Projetos Aplicada a Cursos de Capes
Formação Inicial e Continuada em responder às questões de pesquisa extraindo as
Cultura Maker para Alunos de informações coletadas nas fontes de pesquisa, para,
Graduação assim, discutir e responder às questões de pesquisa

T02 Construindo uma proposta Periódico 2022


primária e secundária a partir das leituras dos
Curricular Inovadora na Educação Capes trabalhos selecionados.
Básica a partir da Cultura Maker Sendo assim, em relação à QPP 1 - Quais as

T03 Educação Maker: Onde está o Periódico 2020


vantagens da educação maker para o ensino e
Currículo? Capes aprendizagem? Os trabalhos estudados denotam a
cultura maker, metodologia ativa de ensino baseado
T04 Makerspaces for Pedagogical Eric 2019
no fazer, como uma importante ferramenta que
Innovation Processes: How Education
Finnish Comprehensive Schools oferece inúmeros benefícios potenciais para a
Create Space for Makers aprendizagem do aluno, visto que possibilita
construir, fazer, revisar e compartilhar interações
T05 The development of pedagogical Eric 2020
infrastructures in three cycles of Education fundamentais para o desenvolvimento dos
maker-centered learning projects estudantes, como preceitua o construcionismo de
Papert (1980).
T06 Play, Design, Create, Fail, Teach, Eric 2021
and Repeat: a Design Case of Education Dessa forma, concernente a essa questão de
Designing a Maker Education pesquisa, os trabalhos estudados corroboram e
Course for Preservice Teachers trazem as contribuições da Educação Maker,
conforme figura 5.
[T02], e letramento maker [T10] mostraram-se
Figura 5: Vantagens da Educação Maker propostas positivas na escola. Na Finlândia, por
exemplo, que tem seu próprio espaço maker, vê-se
esse ambiente como uma forma de transformar a
aprendizagem e facilitar a competência de inovação
dos alunos[T04].
O [T05], [T07] e [T09] realizaram pesquisa
similar, envolvendo o uso de fabricação digital com
alunos finlandeses do ensino fundamental;
descobriram que tais tecnologias oferecem
oportunidades para construir e aprender habilidades
relevantes, bem como, compreender os princípios e
integrar várias dimensões das práticas maker na
escola. No entanto, o trabalho [T03] e [T08], mostra
que as atividades maker não estão integradas ao
Fonte: dados da pesquisa. currículo.
A cultura maker abre possibilidades para que os
No entanto, pensar na educação maker com alunos sigam seus próprios processos e atividades à
todas as suas virtudes, nos leva a indagar sobre o ato medida que aprendem a usar novas ferramentas, se
de ensinar, onde os desafios dos professores nos comunicar com novos modos e descobrir como
tempos atuais, no tocante à utilização de trabalhar e produzir seus próprios conhecimentos,
metodologias ativas na escola, está na quebra de substituindo um ensino predominantemente
paradigma em relação ao seu papel na sala de aula, tradicional por um modelo que faça sentido para o
pois muitos dos professores foram formados numa aluno, integrado ao currículo da escola
cultura de ensino tradicional e, para romper com (PERRENOUD, 2002).
essas barreiras, é necessária uma transformação do Analisando os trabalhos no intuito de responder
professor para superar tais costumes e implantar a QQP 2 - Quais materiais didáticos são utilizados
novas competências para a apropriação de saberes, na educação maker? Observa-se nos trabalhos
habilidades e atitudes na direção de um ensino [T03], [T02] e [T04], quanto ao trabalho docente e
significativo que leve o aluno a pensar, criar, uso de materiais didáticos na educação maker para
solucionar problemas e construir seu próprio realizar um trabalho voltado para o protagonismo e
aprendizado com autonomia e protagonismo. construção de objetos, a principal tarefa é a ideia de
(SILVA et al., 2020 e PERRENOUD, 2002). que o estudante possa construir, reparar e alterar
Todos os trabalhos apontam para vantagens em objetos dos mais variados tipos e funções com as
relação à educação maker no processo ensino e próprias mãos, utilizando um ou diversos recursos
aprendizagem. A aprendizagem baseada em projetos como os equipamentos de impressão 3D, cortadora
[T01], práticas baseadas em um currículo a laser, protótipos, entre outros, ou ainda, recursos
interdisciplinar, metodologia maker, pedagogia de
projetos, sustentabilidade, metodologias ativas
tradicionais utilizados no dia dia (papelão, tesoura, A Base Nacional Comum Curricular - BNCC
cola, sucatas etc.) traz a cultura digital como uma de suas
Sendo assim, as atividades maker na visão de competências que tem como princípio a utilização
Blikstein (2020), Gonzaga (2022) e (JAATINEN, das tecnologias no processo ensino e aprendizagem,
2019) podem significar a combinação de diversos proporcionando tanto ao professor quanto ao aluno
materiais tradicionais de baixo custo e de alto valor o estímulo à criatividade, o pensamento crítico. a
financeiro, utilizando-se de variados locais inovação e a reflexão sobre o papel das tecnologias
existentes na escola. A figura 6 ilustra muitos dos na contemporaneidade.
materiais didáticos utilizados nos trabalhos Diante disso, a educação maker surge como
estudados. uma metodologia de ensino que provoca o aluno a
pensar e construir objetos fundamentados na ciência.
Figura 6: Materiais didáticos utilizados nos trabalhos de
O [T04], por exemplo, cita que um ambiente de
pesquisa
aprendizagem pautado no desenvolvimento, suporta
uma compreensão dos princípios operacionais da
tecnologia, ferramentas, máquinas e materiais, onde
as TIC e os projetos oferecem muitas novas
possibilidades.
O [T05] e o [T08], igualmente, reforçam que a
educação maker e os makerspaces fornecem uma
grande diversidade de materiais tradicionais,
ferramentas e recursos de fabricação digital para
apoiar a aprendizagem e a construção do
conhecimento, pois, possibilitam a criatividade, o
trabalho em equipe, a resolução de problemas, o
pensamento crítico e as habilidades profissionais.
Entretanto, o [T09], destaca que os recursos
Fonte: dados da pesquisa.
materiais de alto custo e rico em potencial de
fabricação são cruciais para estimular a criatividade
De mais a mais, Blikstein (2020) e Beck (2020)
e estímulo à invenção, bem como, possibilitam
salientam em seus estudos que o tipo de ferramenta
novas oportunidades; inovação.
e a qualidade dos materiais, além de serem
Para responder a QPP 3 - Quais iniciativas
importantes, expandem as possibilidades de
foram identificadas no uso da cultura maker na
construção, onde os recursos utilizados devem ser
educação? Como se pode ver nos trabalhos
vistos como um instrumento para a construção do
estudados (figura 7), a cultura maker está presente
conhecimento, isto é, mais do que modismos.
nos cursos de graduação, na educação básica de
Assim, o ensino com foco no fazer, pode ocorrer em
ensino fundamental e médio e em cursos de
qualquer espaço da escola, com salas e materiais
formação de professores. Na perspectiva dos
tradicionais e novas tecnologias.
autores, tais iniciativas são importantes para
oportunizar a professores e alunos um ensino e transformador, que leva o aluno a construir
aprendizagem mais próximo da realidade, com hipóteses, buscar sentido nas coisas, confrontar e
utilização das tecnologias, experiências em STEAM analisar situações para transformar o meio social,
e Maker Literacies, envolvendo a construção, as cultural e econômico a sua volta (LIBÂNEO, 1983).
competências dos alunos em matéria de concepção, Características presentes na educação maker.
resolução de problemas e criatividade. Nos trabalhos [T02] e [T04], ambos com
estudos oriundos de escolas da educação básica,
Figura 7: iniciativas da Educação Maker na educação
analisa-se em seus estudos que a prática da cultura
maker pode contribuir não somente para os
processos criativos e de construção enquanto os
alunos criam e interagem, mas também para uma
inovação como ação emancipatória que inclui o
desenvolvimento de funções cognitivas
(VYGOTSKY, 1994). Além do mais, pode ser uma
forma de transformar a aprendizagem visto que a
cultura maker busca cultivar o fazer em vez da mera
repetição (JAATINEN ,2019).
Todavia, segundo o [T03], a educação maker
com propostas que contemplem a relevância social e
o aprendizado de conteúdos disciplinares, engajados
institucionalmente no currículo escolar, ainda é um
dos problemas existentes para que a educação maker
sirva ao seu propósito: garantir a aprendizagem e
Fonte: dados da pesquisa.
construção dos conhecimentos.
No entanto, Blikstein (2020), deixa claro que o
Para [T01], por exemplo, a aprendizagem
comprometimento com a cultura maker passa pelo
baseada em projeto se mostra significativo como um
entendimento e atitude de como ela de fato pode
método prático para a execução de cursos de
transformar e engrandecer os objetivos de
Formação Inicial e Continuada. Ademais, o estudo
aprendizagem, em vez de simplesmente se tornarem
apresenta resultados positivos no tocante ao papel
modismos e falsas soluções dentro da escola quando
docente na cultura maker, onde o professor atua
não incorporadas ao currículo.
como mediador da aprendizagem e não apenas como
Sob o mesmo ponto de vista dos trabalhos
um transmissor de conhecimentos.
anteriores, o [T05] cita em seu trabalho realizado no
Nesse contexto de mudanças emergentes,
sétimo ano do ensino fundamental, em uma escola
surgem várias tentativas de encontrar modelos que
pública comum de classe média, que a utilização da
sustentem uma educação com foco na reflexão, na
cultura maker com tecnologias de fabricação
construção do conhecimento, na participação e
tradicional e digital (grande potencial), revela que a
interação ativa do aluno, onde, nessa dinâmica, o
aprendizagem maker pode ser um processo sócio
professor é o mediador do processo de ensino
colaborativo emergente para a apreensão das professores para educadores makers. O texto
habilidades deste século XXI. também sinaliza que a posse de uma identidade
O [T07], em cenário similar ao [T05], afirma maker permite integrar valores e práticas maker
que projetos makers mediados e abertos (objetos, mais facilmente em seu ensino.
etapas e produções finais não podem ser conhecidos Embora sejam resultados de estudos e
no início) oferecem oportunidades para a construção realidades específicas, os estudos apontam reflexões
do conhecimento a partir do criar e elaborar. importantes sobre a educação maker, as
Ademais, o [T10] acrescenta que o uso de discrepâncias contextuais entre escolas com e sem
tecnologias de fabricação em salas de aula oferece recursos financeiros e materiais, criam uma camada
aos alunos experiências de aprendizagem baseadas adicional de complexidade que deve ser
em projetos construcionistas, que colocam o aluno considerada.
como autor da sua própria aprendizagem, argumento Para responder à QPP 4 - Quais os desafios
que vai na linha dos demais trabalhos apresentados encontrados na utilização da educação maker para o
anteriormente. ensino e aprendizagem? Embora o Movimento
No estudo [T06] e [T08], realizado em dois Maker traduz uma aprendizagem e ensino do ponto
jardins de infância na China sobre como o espaço de vista construcionista (Papert, 1980) e
maker pode melhorar a alfabetização maker das construtivista (Piaget,1920), já que o aluno é
crianças e a compreensão dos professores sobre a motivado a criar/construir objetos e projetos práticos
educação maker, o trabalho mostra melhorias com foco no protagonismo estudantil, levar essas
significativas no que tange à resolução de tendências para o currículo escolar, ainda é um dos
problemas, prática, criatividade e habilidades de grandes desafios deste século (RAABE, 2018;
comunicação entre as crianças no espaço maker, BLIKSTEIN, 2020; RIIKONEN et al, 2020;
bem como, experiências positivas em relação aos JAATINEN ,2019). A figura 8 apresenta os desafios
professores e o maker. O estudo destaca a eficácia da Educação Maker para o ensino e aprendizagem.
dos makerspaces na educação infantil e
aprendizagem real por meio da exploração livre em Figura 8: Desafios da Educação Maker para o ensino e
aprendizagem.
ambientes makers, afirmando a importância dos
makerspaces na fase pré-escolar. Em suma, o estudo
verifica que é necessário preparar os professores
para serem capazes de projetar experiências de
aprendizado STEAM que envolva criação e
tecnologia.
Destarte, o [T09] estuda a aprendizagem
profissional e a trajetória de dois professores
envolvidos em iniciativas makerspace em suas
respectivas escolas (ensino fundamental) em Fonte: dados da pesquisa.

comunidades de baixa renda. O estudo aponta várias


características que privilegiam a transição de Por fim, a cultura maker pode ser vista como
espaços dinâmicos e de criação que contribui para o
processo ensino e aprendizagem. No entanto, são educação básica destaca a criatividade, a inovação,
muitos os desafios a serem enfrentados, como por meio da criação e tecnologia, além de incentivar
explica o [T05], a improvisação de materiais e e exigir a integração das disciplinas em termos de
ferramentas podem limitar e permitir a divisão do projetos para sustentar a cultura maker em
trabalho e restringir a possibilidade de participação colaboração com as disciplinas (JAATINEN ,2019;
simultânea de vários alunos, entre outros. Assim Riikonen et al, 2020; DAVIES (2023).
também, [T03] e [T06], entre outros trabalhos, No entanto, também fica claro nos trabalhos
chama a atenção para a preparação das aulas para o estudados que não basta inserir a educação maker no
conteúdo e uso das tecnologias com foco na currículo escolar sem uma ação efetiva, sem
integração das atividades maker com o currículo organização e força que a sustente, sem
escolar e demais disciplinas. intencionalidade pedagógica e sem evidências
Para responder a QPS 1 - Qual o lugar e a educacionais que a fundamentam.
incidência desses trabalhos nos últimos anos? Foram No tocante a QPS 2 - Em quais espaços ocorrem
realizadas pesquisas em base de dados nacional e o ensino e aprendizagem maker? Para responder
internacional, percebe-se que não há muitos essa questão de pesquisa recorremos às ideias de
trabalhos sobre educação maker na educação, o Raabe et al. (2018) e Moura, (2019) de que a Cultura
gráfico 1 ilustra o lugar e a quantidade de trabalhos. Maker, na escola, é uma abordagem de ensino
constituída no fazer, na construção de coisas, ela faz
Gráfico 1: Lugar e incidência dos trabalhos.
parte do cotidiano da escola quando pensamos que a
educação maker faz uso das diversas tecnologias
tradicionais e de alto valor tecnológico, onde o que
muda é a forma de utilização da tecnologia e a
estratégia pedagógica utilizada.
Assim, o [T03] e [T08], cita que a Educação
Maker pressupõe a imaginação, a proatividade e a
criatividade com uso de tecnologia de fabricação
como a impressora 3D, laser e Plotter, mas não se
Fonte: dados da pesquisa.
resume a isso, haja visto que o seu poder está na

Observa-se, nos trabalhos estudados, uma maior forma de como o professor utiliza os pilares da

quantidade de estudos sobre educação maker na Cultura Maker (criatividade, colaboração,

educação em lugares como a Finlândia e Estados escalabilidade e sustentabilidade) e, nessa dinâmica

Unidos, países que apresentam trabalhos com alguns de construção com as próprias mãos, também utiliza

sinais da educação maker com conexões às tecnologias tradicionais, em um canto maker na sala

disciplinas e ao currículo escolar, porém, há muito o de aula ou espaço maker, FabLabs, entre outros. Na

que se fazer para que de fato a integração das sala de aula, conforme [T03] e [T09], por exemplo,

tecnologias e educação maker seja integrada ao pode-se iniciar as construções básicas e

currículo de forma efetiva e significativa Blikstein complementadas com o uso de tecnologia de grande

(2020). Na Finlândia, por exemplo, o currículo da potencial de fabricação. A figura 9 traz os trabalhos
onde a aprendizagem maker acontece, sala de aula e maker (fazer, refazer, construir, discutir, colaborar,
laboratório maker (similares). interagir…) tem raízes históricas e não é uma
abordagem nova na educação, contudo, a pesquisa
Figura 9: Espaço de aprendizagem maker.
nos alerta para abandonar o modelo de ensino
instrucionista e tradicional enraizado na formação
do professor, que atrapalha os processos criativos e
de construção que inserem o aluno no centro da
aprendizagem, autonomia e protagonismo (
FREIRE, 2001; MORAN, 2015; MOURA, 2019;
PIAGET, 1970 e PAPERT, 1994)
A pesquisa aqui apresentada tem como cunho
metodológico as ideias centrais de Kitchenham
(2004), que fundamenta a escrita desta RSL. Assim,
foi aplicado um estudo em 10 artigos selecionados
Fonte: dados da pesquisa.
nas bases de dados digitais: Periódicos Capes, Eric
Education e Science Direct, descrevendo e fazendo
Como se pode constatar, a cultura maker tem
reflexões sobre a cultura maker em contextos
ganhado destaque como estratégias inovadoras de
educacionais.
ensino e aprendizagem para a promoção de uma
Os estudos mostram que as raízes da cultura
educação mais participativa e de qualidade com foco
maker com suas tecnologias de grande potencial de
na construção, na colaboração e na interação de seus
fabricação e valor pedagógico aos poucos vão
atores, alunos e professores. Além do mais, se
ganhando espaço na educação (graduação, educação
verificam excelentes iniciativas e resultados
básica do infantil ao ensino médio, jardins de
positivos na criação de ambientes próprios de
infância e cursos para professores), entretanto, ainda
fabricação digital, que, segundo Raabe et al. (2018)
há muito a ser feito e um caminho longo a percorrer
e Moura (2020), o ideal seria se na escola tivéssemos
para que a educação maker seja efetivada na
um grande espaço maker no qual os docentes de
educação conforme preceitua a teoria construtivista
diferentes componentes curriculares pudessem
de Piaget e o construcionismo de Papert, entre
explorar, interagir e desenvolver projetos.
outros. Teorias que buscam desenvolver nos alunos
o pensamento crítico, a curiosidade, a investigação,
4. CONCLUSÃO
a inovação, a construção e a interdisciplinaridade
dos conhecimentos por meio da colaboração e do
Este trabalho de pesquisa, em base de dados
projetar, fazer, revisar e compartilhar.
nacional e internacional apresenta um estudo sobre
Outro ponto de destaque nos trabalhos, e que é
a cultura maker em contextos educacionais.
muito questionado além do modelo tradicional
Evidencia-se através das leituras que a cultura maker
existente na escola, que por sua vez também é fruto
faz uso de ferramentas tradicionais (de baixo custo),
das formações tradicionais pelo qual o professor
tecnologias digitais e de fabricação digital de grande
atravessou durante sua formação profissional, é o
potencial pedagógico, ficando claro que o ensino
ensino tradicional instituído dentro da escola, a desafios e problemas iniciais até aqui apresentados,
ausência de formação docente adequada, ausência entre outros.
da cultura maker no currículo escolar, e a falta de
5. REFERÊNCIAS
investimentos em equipamentos de fabricação
digital; são esses um dos principais entraves (entre BRASIL. Base Nacional Comum Curricular:
Educação é a Base. Brasília, MEC, 2017.
outros) a serem vencidos para que a educação maker
sirva ao seu propósito. BECK, Estee. Discovering Maker Literacies:
Tinkering with a Constructionist Approach and
Em síntese, podemos inferir que a cultura maker
Maker Competencies. Computers and Composition,
é uma metodologia ativa de ensino que, se bem v. 58, p. 102604, 2020.
utilizada na educação, ou em outros campos
BLIKSTEIN, Paulo; VALENTE, Jose; MOURA,
conforme realidade e adaptação, com as pessoas Éliton Meireles De. EDUCAÇÃO MAKER: ONDE
ESTÁ O CURRÍCULO? Revista e-Curriculum, v.
certas e os investimentos certos, é uma excelente
18, n. 2, p. 523–544, 2020
ferramenta para o ensino e aprendizagem que de fato
Blikstein, P. Maker Movement in Education:
pode transformar a educação, mas, para isso, se faz
History and Prospects. In: M.J. de Vries (ed)
necessária uma nova dinâmica, um novo homem, e Handbook of Education. Springer International
Publishing. DOI 10.1007/978-3-319-44687-
seriedade para “atacar” os entraves que ainda
5_33,(2018)
persistem e travam as novas práticas, a inovação na
DAVIES, Sini; SEITAMAA-HAKKARAINEN,
escola e o avanço da educação maker. Sobretudo,
Pirita; HAKKARAINEN, Kai. Idea generation and
percebe-se também a falta de metodologia de ensino knowledge creation through maker practices in an
artifact-mediated collaborative invention project.
adequada para a formação do educador maker
Learning, Culture and Social Interaction, v. 39, p.
(multiplicador) como potencializador da cultura de 100692, 2023.
inovação para formar outros professores e/ou
FREIRE, P. Educação e mudança. 24. ed. Rio de
multiplicadores. Janeiro: Paz e Terra, 2001.
Todavia, embora os resultados desta pesquisa
GONDIM, R. DE S.; PINTO, A. C. P. A Cultura
apresentam resultados positivos e os desafios a Maker como Estratégia de Ensino e Aprendizagem:
uma Revisão Sistemática da Literatura. 2022.
serem trilhados, sugere-se, como trabalhos futuros,
novas pesquisas com maior número de bases de GONZAGA, Kátia Valéria Pereira. Construindo
uma proposta curricular inovadora na educação
dados, bem como, pesquisas quantitativas e
básica a partir da cultura maker. Revista e-
qualitativas sobre as tecnologias de fabricação em Curriculum, v. 20, n. 3, p. 1084–1109, 2022.
escolas, entre outros assuntos que compõem a
JAATINEN, Juha; LINDFORS, Eila. Makerspaces
temática. Por conseguinte, considerando a for Pedagogical Innovation Processes: How Finnish
Comprehensive Schools Create Space for Makers,
importância da temática, indica-se a continuidade
2019.
dos estudos no sentido de investigar a educação
KITCHENHAM, Barbara et al. Systematic literature
maker, formação maker, interdisciplinaridade e
reviews in software engineering–a systematic
integração com o currículo. Inclusive, novos literature review. Information and software
technology, v. 51, n. 1, p. 7-15, 2009.
estudos darão embasamento para apontar novos
caminhos, ou até mesmo explorar soluções para os LIBÂNEO, José Carlos. Tendências pedagógicas na
prática escolar. Revista da Associação Nacional de
Educação – ANDE, v. 3, p. 11-19, 1983.
MORÁN, José. Mudando a educação com
metodologias ativas. Coleção mídias
contemporâneas. Convergências midiáticas,
educação e cidadania: aproximações jovens, v. 2, n.
1, p. 15-33, 2015.

MOURA, Eliton Meireles. Formação docente e


educação maker: o desafio do desenvolvimento das
competências. Tecnologias, Sociedade e
Conhecimento, v. 7, n. 2, p. 185-188, 2020.

Papert, S. Mindstorms: Crianças, computadores e


ideias poderosas. Nova York: Basic Books,(1980).

PAPERT, Seymour. A máquina das crianças:


Repensando a escola na era da informática. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1994.

PERRENOUD, Philippe et al. As competências para


ensinar no século XXI: a formação dos professores
e o desafio da avaliação. Porto Alegre: Artmed.
Acesso em: 24 jun. 2023, 2002

PIAGET, J. A construção real na criança. Rio de


Janeiro: Zahar, 1970.

RAABE. André. Maker: Uma nova abordagem para


Tecnologia na Educação. Congresso sobre
Tecnologias na Educação. Fortaleza- CE. 2018.

RIIKONEN, Sini Maarit; KANGAS, Kaiju;


KOKKO, Sirpa; et al. The development of
pedagogical infrastructures in three cycles of maker-
centered learning projects. 2020.

SILVA, João Batista da; et al. Cultura Maker e


Robótica Sustentável no Ensino de Ciências: Um
Relato de Experiência com Alunos do Ensino
Fundamental. Anais do V Congresso sobre
Tecnologias na Educação. SBC, p. 620-626, 2020.

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