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1- É proibido ter o mesmo nome do líder da Nação. Desde que Kim Jong-un assumiu o poder, em
2011, todo cidadão homônimo devem mudar de nome “voluntariamente” para que, assim, a
personalidade única do supremo seja destacada
2 – Cortar os cabelos na Coréia do Norte não é assunto discutido apenas nos salões de cabeleireiros.
Lá é assunto de Estado. O governo determinou 10 modelos de cortes diferentes para os homens e 18
para as mulheres.
3 – Desde 1994, quando o país perdeu seu primeiro líder, Kim Il Sung, o 8 de julho deve ser respeitado
como um dia de luto. Ninguém pode sorrir, beber, dançar ou até mesmo falar alto nas ruas nesse dia.
O aniversario do líder é considerado para marcar a passagem dos anos, e não o de Jesus Cristo. Por
isso, os norte-coreanos não estão em 2017, mas sim em 106.
4 – Fazer telefonemas para outros países ou até mesmo assistir a filmes ou ouvir músicas estrangeiras
é considerado crime contra o Estado. Por isso, o contrabando de conteúdos piratas em pen drives e
CDs não para de crescer. Quem é pego portando um filme indiano ou russo, por exemplo, pode ficar
preso por até três anos. Caso o filme seja americano ou sul-coreano, a sentença é a morte.
6 – Quem tem um parente criminoso também é criminoso. Segundo a lei norte-coreana os familiares
de alguém acusado por um crime são automaticamente considerados co-responsáveis.
7 – A Coreia do Norte realiza eleições a cada cinco anos. Detalhe: só há um candidato nas cédulas de
votação.
8 - Em 2017, o irmão de Kim Jong-Un foi assassinado no aeroporto da Malásia logo após questionar
o governo da Coreia do Norte e afirmar que ele infringe os Direitos Humanos estabelecidos pela
ONU.
Oficialmente, não se encontrou nenhuma informação que provasse a participação da Coreia do Norte
no assassinato de Kim Jong-Nam, mas membros da Comunidade Internacional e participantes do
governo sul-coreano acreditam que tenha uma relação da Coreia do Norte no acontecimento.
9 - Os norte-coreanos não podem ter um carro próprio. É lei, mas as elites sociais, formadas
basicamente pelos integrantes dos postos mais altos do Partido Comunista, andam em táxis novos e
sempre limpos
10 - O celular chegou ao país em 2008, mas seu uso é limitado. Não há como fazer ligações
internacionais, nem para estrangeiros morando no país. Os norte-coreanos tiram fotos com seus
aparelhos e trocam arquivos MP3 entre si. Mas não há selfie. Portanto, não há paus de selfie. Os
norte-coreanos também leem livros nacionais e o jornal do Partido dos Trabalhadores, Rodong
Sinmun, nos celulares. Os moradores não param de destacar as virtudes de Pyongyang. Os guias e
intérpretes escalados para acompanhar os estrangeiros nas raras excursões turísticas fazem de tudo
para impressioná-los. Chamam a atenção até para itens comuns no exterior, como a captação de
energia solar ou um elevador. “Moderno” é o adjetivo mais ouvido pelos visitantes. “Edifício
moderno”, “zoológico moderno”, “veículos modernos”.
A Guerra da Coreia
Após o final da Segunda Guerra Mundial, o mundo presenciou o período da Guerra Fria, uma
disputa estratégica e de liderança entre os Estados Unidos (EUA), com o sistema capitalista, e União
Soviética (URSS), com o regime comunista. Foi, então, a partir desse período que a Coreia se dividiu
entre Coreia do Norte, que segue a linha comunista, e Coreia do Sul, capitalista.
Isso porque, até então, a Coreia do Norte era um país dominado pela União Soviética e a do Sul, pelos
Estados Unidos.
Logo após a ocupação das forças estrangeiras e da divisão da península, Josef Stalin, líder da União
Soviética, ordenou que fosse escolhido um líder comunista para o território ocupado por suas tropas
(que mais tarde viria a ser a Coreia do Norte). Foi escolhido Kim Il Sung, que havia lutado na
resistência anti-japonesa e se tornado famoso por um ataque a tropas do Japão na província coreana
de Pochonbo, em 1937. Até hoje, o episódio é destaque na história do país e na biografia de Sung,
que viria a ser o líder supremo da Coreia do Norte por mais de quatro décadas. Após a segunda guerra,
Kim foi preparado pelos soviéticos para se tornar o novo líder coreano.
Após a guerra da Coreia, Kim Il-Sung consolidou seu poder de tal forma que a população norte-
coreana passou a tratá-lo como uma divindade. As primeiras estátuas do líder foram erguidas ainda
em 1949, segundo o historiador Jasper Becker. Il-Sung passou a ser conhecido como o “sol da
nação”, o líder que jamais poderia errar. Um artigo de 1978 do Washington Post descreve como o
pai de Kim, que era um simples fazendeiro, tornou-se uma figura sagrada no país. Ele recebeu suas
próprias estátuas e uma biografia heróica, como guerreiro comunista. Há também muitos relatos sobre
o alto nível de devoção do povo norte-coreano em relação a Kim, que beiraria a idolatria.
Regime atual
Com tudo isso que aconteceu, a Coreia do Norte se fechou em seu regime comunista e de extrema
esquerda, enquanto que a do Sul manteve um contato político, econômico e social aberto com o resto
do mundo.
Dessa forma, o regime norte-coreano criou um sistema rígido e ditatorial de regras, costumes e valores
que devem ser carregados de geração para geração, além de evitar ao máximo ações políticas em
parceria com a comunidade internacional.
Tal regime baseia-se na ideologia Juche, um conceito autônomo desenvolvido pela própria Coreia do
Norte para encontrar valores intermediários entre os sistemas comunistas e socialistas, afirmando o
seu posicionamento enquanto república.
Assim, carregando sua história de dominação e guerra, o pensamento Juche traz à tona um forte
sentimento de nacionalismo e culto à personalidade do Grande Líder, o ditador da Coreia do Norte.
No tópico anterior, falamos sobre Kim II-Sung assumindo o poder durante a divisão das Coreias, por
volta de 1948. Não é à toa que o atual líder se chama Kim Jong Un, neto de Kim II-Sung, que herdou
todo o regime de seu pai e de seu avô.
Com a sua entrada no poder, as portas da Coreia do Norte foram cada vez se fechando mais para a
geopolítica internacional, militarizando o país e fortalecendo a ideologia Juche, indo contra o Comitê
de Direitos Humanos da ONU.