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INTRODUÇÃO

O uso maciço das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) é um fator decisivo para
inúmeras mudanças de comportamento ao longo da história recente. Por força destas e
outras tecnologias semelhantes, indivíduos e instituições públicas e privadas tem cada dia
mais se rendido às novas práticas.

Tecnologia da Informação (TI)

Conceitos básicos

A informação é um conjunto de dados com um significado, que reduz a incerteza ou que


aumenta o conhecimento a respeito de algo (Chiavenato, 1999).

Tecnologia da informação (conhecida também pela sigla TI), é uma área que utiliza a
computação como um meio para produzir, transmitir, armazenar, acessar e usar diversas
informações.

A informação é a correspondência dos elementos de um problema com os signos guardados


na memória ou com os provenientes do ambiente. É a agregação ou processamento dos
dados que proveem conhecimento ou inteligência (BURCH; STRATER, 1974).

A TI é entendida como o conjunto de todas as atividades e soluções produzidas por meio de


recursos tecnológicos da computação para realizar o armazenamento, processamento,
utilização e transmissão da informação. Para a informática, a informação será um dado
contextualizado do qual alguma tomada de decisão poderá ser feita.

Exemplos comuns de Tecnologia da Informação aparelhos telefônicos, softwares,


computadores, satélites, redes de dados, entre outros. Os profissionais da área trabalham
para que todos esses sistemas de comunicação continuem funcionando corretamente,
transmitindo informações da forma mais ágil possível com a ajuda de recursos tecnológicos,
buscando melhorias constantes e também criando e desenvolvendo novas tecnologias que
facilitem a vida dos usuários.

Como a tecnologia da informação pode abranger e ser usada em vários contextos, a sua
definição pode ser bastante complexa e ampla. Porém, é utilizada para fazer o tratamento da
informação, auxiliando o usuário a alcançar um determinado objetivo.

A Tecnologia da Informação pode ser dividida de acordo com as seguintes áreas:

 Programação;
 Banco de dados;
 Suporte técnico;
 Segurança da Informação;
 Testes.

Uso da tecnologia nas eleições

O avanço da tecnologia tem trazido grandes benefícios não somente para a criação de novos
modelos de negócios, novas atividades empresariais até então desconhecidas e acelerado
exponencialmente a transformação digital de grandes corporações. Esse avanço também tem
influenciado o cenário político e, mais especificamente, a forma de interação entre partidos,
candidatos e coligações com seus potenciais eleitores.

Na interatividade com os eleitores, que também são usuários de plataformas de tecnologia,


essa transformação tecnológica trouxe, indubitavelmente, uma enorme contribuição para a
democratização do acesso de muitas pessoas ao conhecimento e informação necessários
para o exercício da democracia por meio do voto. Deu espaço e palanque para muitos que
não tinham voz ou mesmo não poderiam arcar com investimentos relevantes para a
divulgação de suas atividades.

Tecnologia nas eleições: quais são os impactos gerados?


O mundo digital impactou diversos setores da sociedade e isso não foi diferente com a
tecnologia nas eleições. Votos de papel e contagens manuais, que eram o modelo até o
começo dos anos 2000, deram lugar às urnas eletrônicas.

Além disso, houve grandes mudanças em relação aos meios de comunicação. Se no passado a
propaganda eleitoral era o principal canal para falar com o público, hoje o contato está muito
mais diverificado, como aplicativos de mensagem, redes sociais e sites de campanhas.

Neste conteúdo, abordamos os principais impactos da tecnologia nas eleições e quais as


principais soluções de segurança da informação utilizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral
(TSE).

A tecnologia nas eleições e a evolução na segurança do voto

Uma das justificativas para a tecnologia nas eleições é a segurança do voto. O intuito da urna
eletrônica é trazer mais confiabilidade para o pleito. E, ao longo dos anos, diversas soluções
foram implementadas com esse objetivo.

Os componentes físicos das urnas eletrônicas, por exemplo, trazem a proteção contra
softwares de terceiros. A ideia dessa proteção por hardware é que apenas os programas de
autoria da equipe do TSE possam funcionar nas máquinas.

Outra tática de segurança é a emissão do boletim de urna. O papel é impresso ao final da


votação com o resultado e fica disponível na sessão. Assim, cada pessoa pode verificar se o
que foi apurado no TSE confere com o obtido localmente.

Em relação aos protocolos, as urnas eletrônicas não estão conectadas a redes, como cabo de
internet, bluetooth, celular e wi-fi.

Por fim, após a cerimônia de inspeção, da qual participam os representantes de


universidades e partidos políticos, o código que será instalado é lacrado na sala cofre do
tribunal e só volta a ser utilizado quando for inserido nas urnas.

Riscos de manipulação eleitoral


Voto de cabresto, adulteração da quantidade de votos por urna, votações em nome de
pessoas já falecidas, pessoas votando várias vezes, diversas fraudes já fizeram parte dos
pleitos nacionais. E a tecnologia nas eleições buscou formas de combater esses desvios.

Hoje, os votos são armazenados digitalmente em uma memória removível, via entrada de
pendrive. Além disso, a ordem em que os votos ocorrem é embaralhada para que não seja
possível identificar os eleitores de cada candidato.

Também houve a implementação da biometria para deixar o processo de identificação do


eleitor mais seguro. É uma medida que complementa o cadastramento único, implementado
em meados da década de 80.

Todas essas estratégias, portanto, tentam garantir que a votação seja livre e sigilosa,
atingindo os objetivos previstos na Constituição Federal.

Divulgação de fake news por meio de canais de comunicação

A tecnologia trouxe novas maneiras de divulgar ideias, propostas e críticas aos candidatos.
No entanto, trouxe igualmente preocupações com práticas prejudiciais ao pleno.

Na internet, por exemplo, a propaganda pode ser direcionada para perfis de eleitores. O
candidato cria conteúdos diferentes para homens e mulheres ou para jovens, adultos e
idosos, enquanto a propaganda de massa da TV pode atingir um público geral.

A eficiência na distribuição de conteúdos fez com que boatos, mentiras e fofocas, que
sempre existiram nas campanhas, tenham o potencial de atingir um incontável número de
pessoas e alvos específicos.

Esse cenário cria discussões relacionadas à liberdade de expressão e riscos relacionados à


Fake News no âmbito do Direito Digital, tanto pelos legisladores como pelo Tribunal Superior
Eleitoral.

Mudanças nas regras de propaganda eleitoral


Mudanças recentes nas regras de propaganda foram motivadas pelos avanços nos meios de
comunicação digital. O principal alvo é o impulsionamento, que passou a ser previsto apenas
de modo a permitir a identificação e responsabilização do candidato.

A contratação agora só pode ser feita por partidos, coligações, candidatos e seus
representantes diretamente com a empresa provedora do serviço na internet. Além disso, o
conteúdo se restringe a promover e beneficiar o candidato.

Outra preocupação foi a proibição da venda de cadastros de e-mails. A ideia é impedir a


prática do spam, ou seja, disparos em massa para os endereços eletrônicos, sem a
autorização dos usuários.

A regulamentação da propaganda na internet está prevista no art. 57-A e seguintes da Lei das
Eleições. Lá constam tanto as autorizações, como blogs, sites e redes sociais dos candidatos,
como as proibições, por exemplo, o impulsionamento por terceiros e campanha em sites de
pessoas jurídicas. Igualmente, é importante ficar atento à LGPD, em relação à coleta e uso
dos dados pessoais.

Sendo assim, podemos dizer que a tecnologia nas eleições tem dois lados: é benéfica e, ao
mesmo tempo, contém riscos que precisam ser melhor administrados e regularizados.

Nem sempre os avanços tecnológicos, que são ágeis e constantes, são acompanhados pelo
legislador. Afinal, o Congresso Nacional precisa cumprir todas as etapas do processo
democrático para definir novas regras. Por isso, é um tema que gera grandes preocupações.

Referências bibliográficas

ALBERTIN, A. L. Administração de informática: funções e fatores críticos de sucesso. 4 ed. São Paulo,
Atlas, 2002.

ANDUJAR, A. M. Modelos de gestão. Florianópolis, CEFET-SC, 2007

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