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Artroplastia de Joelho

As cirurgias de artroplastia total de joelho vêem evoluindo muito desde


os anos 70 com a melhoras dos instrumentos e dos implantes utilizados como
em métodos de fixação, desenhos de implantes, espessura mínima do
polietieno do componente tibial, uso de polietileno total na patela (sem metal –
back), até o uso de cirurgias monitoradas computadores,enfim técnicas mais
apropriadas levando a resultados mais satisfatórios.
Quantos as precauções, o ligamento cruzado posterior (LCP) causa
controvérsias quanto a sua preservação ou substituição em relação ao
desgaste do polietieno, grau de satisfação dos pacientes, facilidade para
locomoção – como subir e descer escadas. Outra controvérsia que pode ser
encontrada na literatura sobre prótese de joelho está em relação as fixações
cimentadas ou hibridas, onde alguns autores indicam que as hibridas devem
ser utilizadas enquanto outros defendem a continuidade das cimentadas.
Um estudo realizado por Fuchs et al.2000, buscou analisar 75 pacientes
submetidos a Artroplastia de joelho no período de 1987 a 1997 com o objetivo
de verificar a condição do paciente em relação a soltura ou não da prótese
utilizada avaliando-os a médio prazo, foram inclusos no estudos paciente de
dois a dez anos de cirurgia. Desses 75 pacientes coletados, 24 foram
excluídos- 7 foram a óbito e 14 não foram encontrados e 3 tiveram
complicações durantes os 24 meses pós colocação da prótese evoluindo para
a artrodese de joelho. As idades na ocasião do procedimento cirúrgico variou
de 30 a 82 anos . 43 eram do sexo feminino(84,3%) e 8 do sexo
masculino(15,7%). O lado direito estava comprometido em 34 joelhos e o
esquerdo em 31 joelhos. Os diagnósticos eram de Osteoartrose – o mais
comum - acomentedendo 53 joelhos, Artrite Reumatóide em 6 joelhos, seqüela
de fratura em 3 joelhos, Displasia epifisária múltipla em 2 e osteonecrose em 1
joelho.
Em 48 joelhos foram usadas próteses hibridas e em 17 joelhos prótese
com cimentação de todos os componentes. O LCP foi preservado em 60
joelhos e ressecado somente em 5.
O resultado mostrou que a Artroplastia de joelho foi satisfatória para
melhora na qualidade de vida dos pacientes e que as próteses hibridas se
mostraram mais estáveis que as cimentadas.
Outro estudo realizado por Albuquerque et al.2006 mostra a realização
de cirurgia monitorada por computador afim de garantir maior precisão na
implatação das próteses e garantir o alinhamento do membro operado, além de
permitir a realização de um procedimento minimamente invasivo, garantindo a
otimização dos resultados.
O estudo realizado por Albuquerque et. al em 2006, relatou a utilização
de um modelo denominado de Orthopilot, um sistema criado para a ortopedia
onde sua primeira utilização deu-se em uma realização de Artroplastia Total de
Joelho, onde determinados pontos da anatomia do paciente são transmitidos
ao computador através de sensores infra-vermelhos que são localizados por
um sistema de rastreamento óptico parecido com o do GPS, a posição e a
movimentação é acompanhada pelo monitor em tempo real, permitindo a
localização do eixo das três principais articulações do membro inferior do
paciente, por um algoritmo matemático aplicado a realização de movimentos
padronizados dessas articulações, permitindo assim a reconstrução virtual do
eixo mecânico do membro inferior. A associação do modelo virtual, das partes
anatômicas e dos transmissores nos guias de cortes femural e tibial permite
que o grau de precisão seja igual ou menor que 1º.
O estudo relatou a ocorrência de 72 operações em 68 pacientes
indicados a Artroplastia Total de Joelho, onde 49 eram do sexo feminino e 19
do sexo masculino com idade variando de 26 a 81 anos. As patologias
apresentadas eram 52 Osteoartrose e 20 artrites reumatóides.
O software é alimentado com informações dinâmicas das 3 articulações
dinâmicas do membro inferior, operado por meio de sistema padronizado e por
referencias anatômicas, com a finalidade de permitir ao software calcular o
tamanho do componente femoral, espessura dos cortes em relação as
superfícies articulares e cruzar as referencias anatômicas com as dinâmicas
como forma de aferir e aumentar a confiabilidade do calculo do centro das
articulações.
Os pacientes submetidos a cirurgia foram acompanhados durante 1 ano,
onde os resultados de alinhamento foram obtidos no pós-operatório precoce,
nesse período de um ano, nenhum paciente apresentou trombose venosa
profunda ou evoluiu para quadro trombo-embólico. Um paciente evoluiu para
infecção superficial que respondeu ao tratamento de antibióticos e apenas um
paciente evoluiu para infecção profunda sendo necessária a retirada da prótese
com colocação espaçador para tratamento da infecção. Foi obtido um desvio
médio do eixo mecânico nulo de 0,66º com desvio padrão de 0,7º, sendo que
98,6% dos joelhos ficaram numa margem de erro de 3º e 79,2% com erro
inferior a 1º. O estudo feito por Albuquerque et. al,2006 concluiu que a cirurgia
monitorizada com o Orthopilot é precisa,proporcionando resultados de
alinhamento satisfatório e de recuperação rápida e eficiente para os pacientes.

Indicações para artroplastia total de joelho

- dor articular grave no apoio de peso ou movimento que comprometa


ass habilidades funcionais.
- destruição extensa da cartilagem articular do joelho, secundaria ao
avanço da artrite reumatóide destrutiva.
- instabilidade ou limitação extensa de movimento.
- deformidade acentuada do joelho, como geno varo e valgo.
- falha do tratamento conservador ou de um processo cirúrgico anterior.
- gonalgia grave e progressiva, com aumento da instabilidade e da
deformidade em doenças articulares degenerativas primárias ou secundárias.
Os primeiros procedimentos cirúrgicos de joelho aconteceram entre
1950-1960 e era realizado somente a substituição do platô tibial
( hemiartroplastia ), já as primeiras artroplastias total de joelho era feita com
prótese metálica não cimentada que logo foi substituída por uma feita de metal
e plástico ( não restritiva ) e cimento acrílico, sendo multicondilar só que devido
a alta incidência de instabilidade levou-se ao desenvolvimento de um modelo
bicondilar, semi-restritivo, com dois componentes seguido pelo modelo condilar
total de três componentes com recapeamento da articulação patelo-femoral.
Os modelos e procedimentos para a artroplastia total de joelho são
classicados de várias formas:
- pelo número de componentes ou articulações substituídas
(unicompartimental / unicondilar, bicompartimental / bicondilar e
tricompartimental / condilar total).
- pelo grau de restrição ( estabilidade inerente ) o que vai caracterizar se
a prótese vai ser livre, semi-restritiva ou completamente restritiva.
- pelo estado do ligamento cruzado posterior .
- pelo método de fixação ( cimentada, não-cimentada, híbrida ).
- como retendo o cruzado ou retirando / substituindo o cruzado,
respeitando o LCP e retirando o LCA.
A cirurgia é feita com uma incisão longitudinal ao longo da face anterior
do joelho, começando proximal à patela e indo logo distal à tuberosidade tibial.
Se o quadríceps for poupado é feito uma artrotomia onde o mecanismo
extensor e a patela são afastados, o joelho é flexionado e os osteófitos,
meniscos e LCA são retirados, ficando as superfícies tibial e femoral, e se
necessária a patelar preparadas para os componentes protéticos. Estando tudo
no lugar será verificado tensão dos tecidos moles, equilíbrio do ligamento
colateral, ADM e a excursão patelar, a área será irrigada, a ferida fechada com
um dreno de sucção e coberta com um curativo estéril.

Tratamento Pós-Operatório

Geralmente o paciente será encaminhado para a medicina física e


reabilitação entre o segundo e quarto dia de pós-operatório, sendo que a
movimentação passiva continua pode ser realizada imediatamente ou após
algumas horas do procedimento para controlar a hemartrose.
O apoio de peso vai depender do tipo de prótese implantada e da
fixação usada, se a fixação for a biológica não se deve tocar o solo por até 6
semanas e a deambulação e apoio completo, sem auxílios, pode ser permitido
após 12 semanas. Se for cimentada o apoio de peso é conforme a tolerância
do paciente e é em torno de 6 semanas para o apoio completo.
Os exercícios na fase de proteção máxima possui o objetivo de restaurar
a ADM (90º de flexão e extensão completa, em 1 ou 2 semanas) e prevenir
complicações pós-operatórias, e pode ser realizado com prevenção e inibição
reflexa ou a perda de força da musculatura do joelho e quadril, com progressão
assistida em decúbito dorsal, ventral e lateral para promover o levantamento
da perna com joelho estendido, recuperar ADM e o controle do joelho ,
aumentar a flexão com deslizamentos do calcanhar, diminuir a defesa muscular
com práticas de inibição neuromuscular, promover a circulação e diminuir
edema e dor pós-operatório com exercícios de bombeamento de tornozelo,
prevenir complicações pulmonares realizando exercícios de respiração
profunda.
Na fase de proteção moderada os objetivos são: obter 115º de flexão de
joelho e extensão ativa até 0º, recuperar gradualmente a força e a resistência
muscular à fadiga, para isso realizar exercícios isométricos em múltiplos
ângulos e exercícios resistidos de baixa intensidade para força dos quadríceps
e estabilidade do joelho, levantamentos da perna com joelho em extensão com
resistência para a força da musculatura do quadril, realizar exercícios em
cadeia fechada ( estabilização, deslizamentos na parede , mini agachamentos,
subida de degraus, passos à frente em arco curto, transferência de peso ) isso
para melhorar estabilidade e controle funcional, para a estabilidade da pelve
realizar abdução em pé contra resistência de baixa intensidade, para a
limitação de movimentos realizar o auto-alongamento e exercícios de
sustentar-relaxar, para aumentar a flexão de joelho utilizar a bicicleta
estacionária com o assento no mais alto possível abaixando gradualmente e
técnicas de mobilização patelar grau III também utilizada para extensão do
joelho.
Já na fase de proteção mínima e retorno as atividades que vai da 6ª a
12ª semana após a cirurgia a ênfase é no condicionamento muscular e
cardiopulmonar para alcance de força e resistência à fadiga para o retorno a
atividade funcional. Para isso deve-se melhorar a propriocepção e equilíbrio
com atividades como ficar em pé sobre uma espuma, balanço, prancha de
equilíbrio, transpor guias, equilibrar-se sobre uma perna , andar em superfícies
inclinadas / declinadas, andar de lado para melhorar o controle e a habilidade
de manobrar em diferentes direções e superfícies, para a resistência
cardiopulmonar e muscular realizar atividades sem impactos, como bicicleta
estacionária e hidroterapia.
Os exercícios terapêuticos iniciais consistem em reeducação
neuromuscular com exercícios de amplitude de movimento ativo-assistidos, se
o joelho é imobilizado no pós-operatório deve se realizar a extensão total com
uma flexão assistida com o peso da perna e tração proximal do quadríceps. O
alongamento mantido para flexão e extensão podem ser realizados se os de
amplitude tiverem um progresso inadequado.
Os princípios para o treino da marcha envolve o redesenvolvimento da
flexão de joelho e dorsiflexão de tornozelo adequada, durante a fase de
balanceio, juntamente com a extensão do joelho durante a fase de apoio.
O treinamento isométrico não deve ser doloroso , não deve aumentar a
rigidez, causar aumento de volume ou derrame articular e o quadríceps oposto
também pode ser fortalecido.
O programa de exercícios para casa para os pacientes com alta
consistem em exercícios de amplitude de movimento ativo-assistidos e
fortalecimento isométrico leve do quadríceps ( 10 repetições por dia )
aumentando-se semanalmente conforme a tolerância do paciente e sem causar
irritação articular.
Durante as reavaliações a transição da muleta para a bengala é feita
com a progressão da recuperação do osso e tecidos moles e a força do
quadríceps contra gravidade progrediu para pelo menos 8 Kg.

Programa Terapêutico

Programa Pré-operatório: o paciente se apresenta com dor articular


incapacitante, ADM limitada, estado funcional limitado, modificação do estilo de
vida, evidência radiográfica de doença artrítica grave e falha do tratamento
conservador. Na avaliação funcional será realizada uma avaliação do joelho
incluindo ADM, força, dor, flexibilidade, crepitação articular e estado funcional,
além do exame médico incluindo radiografia. Os objetivos do tratamento dessa
fase é educação do paciente e melhora da força e da função aeróbica, para
isso será realizado fortalecimento, flexibilidade, condicionamento, instrução
sobre exercícios no pré-operatório, treinamento de mobilidade no leito e
transferências pós-aperatórias e treinamento de marcha com dispositivos de
auxílio.
Fase de proteção máxima ( 1 a 2 semanas ): o paciente deve iniciar a
reabilitação, possui o curativo compressivo, dor controlada, ADM de 10-60º,
apoio de peso conforme a tolerância na prótese cimentada. Na avaliação
funcional verificar dor ( 0-10), monitoração de hematrose, ADM, controle
muscular, palpação dos tecidos moles e mobilidade patelar. Os objetivos do
tratamento serão controlar o edema, minimizar dor, ADM de 0-90º, força
muscular de 3/5 a 4/5, deambular com e sem dispositivos de auxilio e
estabelecer um programa de exercícios domiciliares, para isso realiza-se ADM
passiva ( MPC ), ADM ativo assistida e ativa, isométricos intermitentes leves de
quadríceps , posteriores da coxa e adutores ( pode se utilizar estimulação
elétrica ), mobilização patelar ( graus I e II ), programa de flexibilidade,
bombeamento de tornozelo, fortalecimento de tronco e pelve, modalidades
para modulação da dor, enfaixamento compressivo e treinamento de marcha.
Fase de proteção moderada / mínima ( 3-6 semanas ): o paciente se
apresenta com dor mínima, apoio de peso completo exceto com prótese não
cimentada, ADM de 0-90º e efusão articular controlada. Na avaliação funcional
será feita avaliação da dor, conferência da efusão articular, ADM, força
muscular, mobilidade patelar e analise da marcha. Os objetivos do tratamento
serão controlar edema, ADM de 0-115º ou mais, apoio de peso completo, força
4/5 a 5/5, função de AVD irrestrita e adesão ao programa de exercícios
domiciliares, para isso se faz mobilização patelar, programa de flexibilidade
para membro inferior, fortalecimento em cadeia fechada, ERPs com limitação
de amplitude, mobilização da articulação tibiofemoral, treinamento
proprioceptivo, exercícios de estabilização, treinamento da marcha, exercício
aeróbico protegido e programa de natação, bicicleta ou caminhada.
Fase de retorno à atividade ( 6 semanas ): o paciente se apresenta com
função muscular de 70% do membro não envolvido e sem sintomas de dor ou
edema na fase anterior. Na avaliação funcional avalia-se a dor, força muscular,
alinhamento / estabilidade patelar e estado funcional. Os objetivos nessa fase
será desenvolver um programa de manutenção e educar o paciente sobre a
importância da adesão incluindo métodos de proteção articular, para isso o
tratamento continua como na fase anterior avançando conforme apropriado e
com implementação de exercícios específicos às tarefas funcionais..

Artroplastia Total do Quadril

É feita geralmente em pacientes com doenças articulares degenerativas


dolorosas primárias ou secundárias que estejam descompensadas, artrite
reumatóide ou em alterações congênitas de quadril. Pode também ser feita
para o salvamento de outras artroplastias de quadril que se tornaram
dolorosas.
Desde 1961, quando Charley relatou sobre a artroplastia total de quadril,
as próteses de metal e plástico têm tido ótima repercussão, tendo como
resultados pouco desgaste, boa mobilidade, estabilidade adequada, não causar
dor e a durabilidade, desde que não submetidas à carga extrema.
Existem várias próteses totais de quadril, e sua fixação pode ser feita
cimentando com metilmetacrilato ou com crescimento ósseo. A prótese
"Bateman" bipolar, que substitui o fêmur proximal após fraturas de colo de
fêmur, é geralmente presa por ajuste de pressão, sem que seja necessário o
cimento.
Quanto às cirurgias de revisão, em seu estudo Cabral e cols. avaliaram
pacientes que tiveram indicação de nova cirurgia. A maioria tinha a primeira
cirurgia a mais de 3 anos e a principal indicação era o afrouxamento asséptico
do componente femoral. Concluíram que a haste femoral de Wagner é um
implante de fixação estável que confere ao paciente menor morbidade
cirúrgica, menor tempo operatório e melhor regeneração óssea observada em
93.2% dos casos.

Tratamento Pré-operatório

A instrução do paciente, no passado, dava-se um dia antes da cirurgia


quando eram admitidos no hospital. Atualmente, as internações tem encurtado
dramaticamente e o contato pré-operatório ocorre de forma ambulatorail em
grupo ou individualmente. O tratamento pré-operatório inclui avaliação e
documentação do estado do paciente, assim como sua educação sobre o
procedimento e o que esperar no período pós-operatório imediato.

Tratamento Pós-operatório

Antes de começar um programa de tratamento pós operatório é


necessário levar em consideração as restrições ao apoio de peso no pós
operatório imediato de artroplastia total do quadril (ATQ).
ATQ cimentada: Apoio de peso conforme o tolerado no pós operatório
imediato.
ATQ não cimentada e híbrida: Apoio de peso restrito por pelo menos 6 a 8
semanas.
Osteotomia trocantérica: Apoio de peso restrito por pelo menos 6 a 8 semanas
ou possivelmente 12 a 16 semanas.
Outras considerações: Estabilidade dos implantes protéticos baseada na
avaliação intra-operatória do cirurgião quanto à qualidade do osso do paciente,
ao alinhamento dos implantes, ao grau de deformidade e à necessidade de
reparo dos tecidos moles ou de procedimentos esqueléticos adicionais.

Imobilização

Após a cirurgia, paciente em decúbito dorsal, membro operado deverá


permanecer em posição de leve abdução e rotação neutra. Às vezes, o
membro operado pode ser posicionado em suspensão com uma tipóia
fornecendo suporte para a coxa e panturrilha.

Exercícios e Treinamento Funcional

Embora o tempo e a extensão do tratamento tenham diminuído


substancialmente, o objetivo final da reabilitação continua o mesmo: otimizar o
nível de função pós-operatória do paciente. Os componentes específicos, a
freqüência e a progressão dos programas de reabilitação não têm sido
consistentes nem padronizados. Com mais freqüência a programação da
reabilitação tem sido centrada em protocolos desenvolvidos individualmente
por cirurgiões ou departamentos de terapia, baseados em suas opiniões ou
pressuposições, e não em evidencias de pesquisas sobre os efeitos de
exercícios específicos ou de atividades relacionadas com a marcha na
articulação do quadril propriamente dito ou nos resultados funcionais.
O levantamento de um consenso recente sobre intervenções
fisioterapeuticas para reabilitação precoce do paciente internado após
artroplastia total de quadril (ATQ) representou um passo a frente no
desenvolvimento de diretrizes consistentes para o tratamento pós-operatório.

Exercício: Fase de Proteção Máxima

Nos primeiros dias e semanas no pós-operatório de ATQ, a reabilitação


enfatiza a prevenção e a educação do paciente. Os exercícios começam no dia
da cirurgia ou no dia seguinte e a freqüência de tratamento pelo fisioterapeuta
é de duas vezes ao dia até alta hospitalar. Os seguintes objetivos e
intervenções começam nos dias em que paciente esta internado até às
primeiras semanas em que ele esta em casa ou em outro estabelecimento de
saúde.
- Prevenir complicações vasculares e pulmonares.
- Prevenir luxação ou subluxação pós-operatória do quadril operado: Educar
paciente e seu cuidador sobre restrições de movimento, mobilidade segura no
leito e precauções durante outras AVDs; Monitorar paciente quanto a sinais e
sintomas de luxação, como um encurtamento do membro inferior operado que
não estava presente previamente.
- Obter mobilidade funcional independente antes da alta: Mobilidade no leito e
treinamento de transferências integrando as restrições de apoio e peso e o
movimento.
- Deambulação com um dispositivo de auxilio (geralmente um andador) logo
após a cirurgia aderindo às restrições de apoio e peso e às precauções de AVD
relacionados à marcha.
- Manter um nível funcional de força e resistência muscular à fadiga nos
membros superiores e no membro inferior não operado: Exercícios ativo-
resistidos; Deambulação com dispositivos de auxílio.
- Prevenir a inibição reflexa e a atrofia da musculatura no membro operado:
Exercícios isométricos, apenas o suficiente para desencadear uma contração
muscular.
- Recuperar a mobilidade ativa e o controle do membro operado: Enquanto
estiver no leito exercícios ativo assistidos (ADM) do quadril dentro de
amplitudes protegidas; Flexão e extensão do joelho quando sentado; Progredir
da flexão assistida do quadril e do joelho para flexão ativa e abdução do quadril
com gravidade eliminada (fazer esses execicios no leito em DD); Progredir para
exercícios ativos de quadril na posição em pé.
- Prevenir uma contratura em flexão do membro operado: Evitar colocar
travesseiro sob joelho do membro operado; Alongamento em DD para a
posição neutra usando a posição do teste de Thomas.

Exercício: Fase de Proteção Moderada e Mínima

Esses exercícios fazem parte de um programa domiciliar ou


ambulatorial. Alguns graus de proteção moderada são indicadas por 6 a 12
semanas após a cirurgia. A regeneração completa dos tecidos moles e dos
ossos continua por um ano após a cirurgia.
A restauração da força, da resistência muscular e cardiopulmonar e da
ADM até os níveis funcionais é enfatizada nas fases intermediárias e finais da
reabilitação. As precauções durante as AVDs continuam por pelo menos 12
semanas. A educação do paciente continua ao longo dessas fases até o
retorno ás atividades normais de rotina. Os objetivos e intervenções nessas
fases serão descritos abaixo.
- Recuperar a força e a resistência muscular á fadiga da perna operada ou
qualquer outra área envolvida: Exercícios de ADM ativa em cadeia aberta e
fechada; Quando for permitido ficar em pé sem apoio, progredir para exercícios
bilatéria em cadeia fechada; Apoio de peso completo no membro envolvido;
Enfatizar aumento do numero de repetições, para melhorar a resistência
muscular á fadiga.
- Melhorar a resistência cardiovascular a fadiga.
- Restaurar a ADM funcional do quadril operado: Reduzir contraturas; Continuar
ou iniciar alongamentos para reduzir uma contratura em flexão de quadril;
Integrar ADM em atividades funcionais.
- Progressão do apoio de peso durante a deambulação, melhora do equilíbrio e
correção dos desvios da marcha: Continuar ou progredir para uso de bengala
contralateral ao membro operado; Deambulação sobre superfícies irregulares;
Enfatizar postura correta durante deambulação; Continuar com a bengala até
que as restrições de apoio de peso sejam finalizadas.
- Preparar o paciente para retornar a um nível pleno de atividades funcionais:
Integrar exercícios de força e resistência á fadiga nas atividades funcionais;
Estender o tempo e as distancias no programa de caminhada de baixa
intensidade; Reforçar a importância de escolher atividades que reduzam ou
minimizem as forças e as demandas impostas ao quadril protético.

Estudos realizados sobre cirurgia artroplastia de quadril

Artroplastia Total do quadril com próteses CO-10: resultados


Preliminares

Introdução
A artroplastia do quadril é um método utilizado há muitos anos no
tratamento de articulações coxofemoral mas com os anos tem tido muitas
evoluções. “ Moore em 1950 estabeleceu uma protese femoral metálica
fenestrada (permitia a formação de travessas ósseas) com propósito de
melhorar a estabilização da prótese e Charnley em 1961 foi responssavel pelo
avanço nas cirurgias com a introdução do componente acetabular de
politetrafluoretileno associado ao componente metálico que são fixados ao
osso”; com os anos observou que houve afrouxamento asséptico e então
começou estudos de um implante que tenha fixação sem uso de cimento
ortopédico. E então na ultima década a evolução foi avançando e teve uma
integração biológica o que foi um um progresso nas cirurgias ortopédicas.

Material e Métodos
Em 1989 e 1991 as cirurgias foram realizadas em 34 pacientes e a
artroplastia foi primaria e o modelo de próteses utilizado foi CO-10 e o
seguimento foi de 24 meses variando de 15 a 39 meses, 20 eram homens e 14
eram mulheres com idade média de 46 anos, variando de 18 a 73 anos com 22
quadril direito e 19 quadril esquerdo. Com a relação ao diagnostico:
- 18 osteoporose primaria
- 9 sequelas de Legg-Calvé- Perthes
- 4 artrites reumatoides
- 3 necroses avasculares
- 2 anemias falciformes
- 2 sequelas de artrite séptica
- 2 espondilite anquilosante
- 1 sequela de fratura do colo do fêmur
Na avaliação antes da operação as radiografias foram cuidadosamente
examinadas analisando os aspectos anatoicos, a textura óssea, a largura do
canal femoral e as deformidades pélvicas e femoral.
A prótese tipo CO-10 constituiu-se de componente femoral de liga de titânio,
com diamentro da haste variando em números ímpares de 11 a 19mm, com
componente bacetabular com forma de um segmento trapezoidal de titânio com
roscas escalonadas, ariando em números pares de 40 a 70mm de diâmetro e
ambos tinham porosidade em sua superfície.
A via de abordagem em todos os casos foi a via lateral direita com o
paciente em decúbito latero-contra-lateral sendo que a fascia lata e o trato
iliotibial foram incisados no sentido longitudinal.
A rotina no pés operatório teve colocação de coxim abdutor para MMII por
sete dias, nas duas semanas seguintes manutenção em cadeia de rodas para
locomoção a seguir marcha com muletas o andador sem apoio, durante 3
semanas seguida de carga total aos 3 meses.

Resultados
A avaliação clinica global dos 34 pcts, demonstrou que 29 pacientes foi
considerado bons ou excelentes, 3 regulares e 2 maus pois tiveram infecção
profunda, necessitando remover a prótese.
Discussão
Após as reavaliações dos resultados a longo prazo verifica-se índices de
afrouxamento e por isso os estudos alimentam e então a fixação biológica
ganhou espaço por não ser cimentada e o implante que tinha o uso do cimento
tinha uma destruição osea.
A prótese CO-10 é usada desde 1989 pois seu componente femoral é mais
cilíndrico e semelhante ao formato da cavidade medular e provavelmente
melhora a distribuição das forças e a fixação inicial.
Apezar dos estudos serem proliminares o modelo de próteses que foi
utilizado corresdpondendeu aos objetivos pretendidos e somente futuros
estudos iram permitir conbclusão defenitivas.

Abordagem Cirúrgica na artroplastia Total Primaria de quadril antero


lateral ou psterior.

Introdução
A artroplastia total primaria do quadril é muito utilizado para tratamentos de
afecções da articulação coxofemoral podendo ser degenerativas, inflamatórias
ou traumáticas, existem muitas vias de acesso e a tentativa é de diminuir a
morbilidade e a mortalidade, o que oferece muitas opções para os cirurgiões,
mas a via mais utilizada dói descrita por Moore (antero-lateral).
O numero total de complicações nestas duas abordagens apresenta
dostribuições semelhante, mas existe diferentes tipos de complicações que
pacientes relataram como:
- Menor risco de luxação pós-cirurgico (via antero-lateral)
- Menor volume de sangramento transoperatório (via posterior)

Materiais e Métodos
Este estudo retrospectivo foi realizado por meio de revisão de prontuários
dos pacientes por médicos residentes e estudantes do Serviço de Ortopedia e
Traumatologia do Hospital das Clinicas de Porto Alegre/ RS em 480 artroplastia
totais primarias de quadril.
Em janeiro de 1991 a novembro de 1995 com pacientes com abordagem
por via antero–lateral de Watson-Jones, representando 215 quadris, os quais
foram comparados com 265 pacientes a artroplastia total primaria de quadril
pela abordagem pela via posterior de Moore.
A afecção de base com maior prevalência foi a coxoartrose primaria com
64,8% dos quadris, seguida por necrose avascular da cabeça do fêmur 11,2%,
fratura do colo do fêmur 8,3% artrite reumatoide 4,4%, luxação congênita do
quadril 3,1%, fratura do acetábulo 2,7% e de afecções não especificadas 5,4%.
As próteses mais utilizadas foram as de Charnley em 259 quadris e as de
Nuller 14; com modelos “Bi comtact e Aerculap”.

Resultados
A média de idade do Grupo A é de 59,7 anos com 40,4% sexo masculino e
59,66% sexo feminino, no Grupo B a média de idade foi de 60,4 anos com
44,5% sexo masculino e 55,5% para o feminino. Não houve diferenças
estatísticas em relação ao sexo e idade mas o Grupo B mostro tempo
operatório menor 143,58 minutos comparando copm o Grupo A 185,91
minutos.
- Perda sanguinea transoperatória (Grupo B) foi inferior com necessidade
de transfusão de sangue.
- Período transcorrido entre cirurgia e alta também foi inferior para Grupo B.
Pacientes que fizeram cirurgia pela via posterior apresentaram menor
numero de complicaç~es, menor incidência de TVP. E no Grupo B também
teve menor incidência de instabilidade da prótese.

Discussão
A cirurgia pela via posterior é a mais comum e pratica pois ela mostra boa
exposição das estruturas osteomusculares, mas precisa de ampçliação do
campo operatório, o que foi relevante neste estudo foi o tempo cirúrgico na
diferentes abordagens favorecendo a posterior ratificando a literatura e o tempo
de cirurgia e alta hospitalar que foi a favor do grupo B com menor trauma
cirúrgico, menor sangramento , e menor numero de complicações.
Os tipos de próteses implantados apresentam distribuição semelhante em
ambos grupos, sendo homogêneos ao fato de ser cimentado ou não. E as
complicações tiveram baixa freqüência comparável a da literatura. A via
posterior tem sido abordada com êxito mesmo com alguns atores dizendo que
esta via trás mais instabilidade.
Bibliografia

KOTTKE, Frederic; LEHMANN, Justus F. Tratado de medicina física e


reabilitação de Krusen. Ed Manole: 4ªed. São Paulo, 1994

KISNER, CArolyn; COLBY, Lynn Allen. Exercícios Terapêuticos:


Fundamentos e Técnica. Ed Manole: 4ª ed. São Paulo, 2005.

QUEIROZ, João Rodrigues, BARROS, José Wagner.


Artroplastia total do quadril com prótese CO-10: resultados preliminaries
Disponível em: http://www.rbo.org.br/materia.asp?mt=1323&idIdioma=1

MACEDO, C. A .S., GALIA, C.R., ROSITO, R., PEREA, C.E.F., MÜLLER, L.M.,
VERZONI, G.G., RODRIGUES, KLEIN, D.R., BREMM, L.S.
Abordagem cirúrgica na artroplastia total primária de quadril: ântero-
lateral ou posterior.
Disponível em: http://www.rbo.org.br/materia.asp?mt=794&idIdioma=1

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