Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
HUMANOS
Esta versão do manual (Os Direitos Humanos) foi editado pela Comissão
Episcopal de Justiça e Paz – Moçambique com autorização da Diocese de
Quelimane e com o apoio financeiro da CAFOD através do projecto MOZ-358.
6
Apresentação
O tema dos Direitos Humanos, tratado neste Manual, é muito
debatido nas últimas décadas e é sempre actual. Há sempre
novas maneiras de desrespeito a esses direitos. À medida que
crescemos no respeito a alguns deles, parece que regredimos
em outros.
8
Introdução
Este texto apresenta a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, com explicações adequadas, tendo como finalidade
ser um instrumento ao serviço das pessoas, das comunidades e
da sociedade.
Conteúdos
A Declaração é formada por trinta artigos. Cada artigo está
numerado para facilitar o estudo e a reflexão.
9
Metodologia
10
AGIR (acção): O método da análise social tem sempre
como finalidade chegar a uma acção,
diante dos problemas analisados.
É importante que cada um procure
assumir os seus compromissos, tanto
pessoalmente como em grupo. Para isso, é
necessária a participação activa de todos,
para serem sujeitos e não se deixarem
instrumentalizar pela situação.
2. Criar grupos de reflexão. Pode ser
toda a comunidade cristã ou outros grupos
diferentes. O importante é que cada um
não utilize o livro só por sua conta.
Trabalhar em conjunto ajuda a observar
com mais profundidade a nossa realidade.
Ajuda também a tomar compromissos com
mais coragem e espírito de iniciativa.
3. Suscitar a participação de todos.
Nos trabalhos de grupo podem ser
utilizados com muito proveito:
desenhos
foto-linguagem
mini teatros
literatura oral, local.
4. Utilizar documentos legislativos.
Não se deve esquecer a utilizar de
documentos legislativos do país,
especialmente a Constituição.
11
O que são os Direitos Humanos?
Qual é o Significado dos Direitos Humanos?
12
Entre os Direitos garantidos a todos os seres humanos,
contam-se os seguintes:
O Direito à vida;
A proibição da tortura e das penas ou tratamentos
cruéis, desumanos ou degradantes;
A proibição da prisão ou detenção arbitrária;
O direito a um julgamento justo;
A proibição da discriminação;
O direito a igual protecção da lei;
A proibição de intromissões arbitrárias na vida privada,
famílias, domicílio ou correspondência;
As liberdades de associação, expressão, reunião e
movimento;
Os direitos de procurar beneficiar de asilo;
O direito a uma nacionalidade;
As liberdades de pensamento, de consciência e de
religião;
O direito a condições de trabalho justas e favoráveis;
Os direitos a condições adequadas de alimentação,
abrigo, vestuário e segurança social;
O direito à saúde;
O direito à educação;
O direito à propriedade;
O direito de participar na vida cultural; e
O direito ao desenvolvimento.
13
Preâmbulo
14
Unidas, o respeito universal e efectivo dos direitos do Homem
e das liberdades fundamentais;
15
Direitos Pessoais
Artigo 1.°
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e
em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns
para com os outros em espírito de fraternidade.
Artigo 2.°
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as
liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção
alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de
religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou
social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra
situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção
fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país
ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou
território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a
alguma limitação de soberania.
Artigo 3.°
Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança
pessoal.
Artigo 4.°
Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a
escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são
proibidos.
Artigo 5.°
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos
cruéis, desumanos ou degradantes.
16
Direitos Judiciários
Artigo 6.°
Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos
os lugares, da sua personalidade jurídica.
Artigo 7.°
Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a
igual protecção da lei. Todos têm direito à protecção igual
contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração
e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8.°
Toda a pessoa tem direito a recurso efectivo para as jurisdições
nacionais competentes contra os actos que violem os direitos
fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.
Artigo 9.°
Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10.°
Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua
causa seja equitativa e publicamente julgada por um tribunal
independente e imparcial que decida dos seus direitos e
obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria
penal que contra ela seja deduzida.
Artigo 11.°
1.Toda a pessoa acusada de um acto delituoso presume-se
inocente até que a sua culpabilidade fique legalmente provada
no decurso de um processo público em que todas as garantias
necessárias de defesa lhe sejam asseguradas.
17
2.Ninguém será condenado por acções ou omissões que, no
momento da sua prática, não constituíam acto delituoso à face
do direito interno ou internacional. Do mesmo modo, não será
infligida pena mais grave do que a que era aplicável no
momento em que o acto delituoso foi cometido.
Artigo 12.°
Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada,
na sua família, no seu domicílio ou na sua correspondência,
nem ataques à sua honra e reputação. Contra tais intromissões
ou ataques, toda a pessoa tem direito a protecção da lei.
Artigo 13.°
1.Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher
a sua residência no interior de um Estado.
2.Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se
encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.
Artigo 14.°
1.Toda a pessoa sujeita à perseguição tem o direito de procurar
e de beneficiar de asilo em outros países.
2.Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de
processo realmente existente por crime de direito comum ou
por actividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações
Unidas.
Artigo 15.°
1.Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.
2.Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua
nacionalidade nem do direito de mudar de nacionalidade.
18
Artigo 16.°
1.A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de
casar e de constituir família, sem restrição alguma de raça,
nacionalidade ou religião. Durante o casamento e na altura da
sua dissolução, ambos têm direitos iguais.
2.O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno
consentimento dos futuros esposos.
3.A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e
tem direito à protecção desta e do Estado.
Artigo 17.°
1.Toda a pessoa, individual ou colectiva, tem direito à
propriedade.
2.Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua
propriedade.
Artigo 18.°
Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de
consciência e de religião; este direito implica a liberdade de
mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de
manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum,
tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática,
pelo culto e pelos ritos.
Artigo 19.°
Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de
expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas
suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem
consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer
meio de expressão.
19
Artigo 20.°
1.Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de
associação pacíficas.
2.Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21.°
1.Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direcção dos
negócios públicos do seu país, quer directamente, quer por
intermédio de representantes livremente escolhidos.
2.Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de
igualdade, às funções públicas do seu país.
Direitos Sociais
Artigo 22.°
Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à
segurança social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos
direitos económicos, sociais e culturais indispensáveis, graças
ao esforço nacional e à cooperação internacional, de harmonia
com a organização e os recursos de cada país.
Artigo 23.°
1.Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do
trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à
protecção contra o desemprego.
20
2.Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual
por trabalho igual.
3.Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e
satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência
conforme com a dignidade humana, e completada, se possível,
por todos os outros meios de protecção social.
4.Toda a pessoa tem direito de fundar, com outras pessoas,
sindicatos e de se filiar em sindicatos para defesa dos seus
interesses.
Artigo 24.°
Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres,
especialmente, a uma limitação razoável da duração do
trabalho e as férias periódicas pagas.
Artigo 25.°
1.Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para
lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar,
principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao
alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços
sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego,
na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros
casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias
independentes da sua vontade.
2.A maternidade e a infância têm direito à ajuda e à
assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou
fora do matrimónio, gozam da mesma protecção social.
Artigo 26.°
1.Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser
gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar
fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino
21
técnico e profissional devem ser generalizados; o acesso aos
estudos superiores deve estar aberto a todos em plena
igualdade em função do seu mérito.
Artigo 27.°
1.Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na
vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar
no progresso científico e nos benefícios que deste resultam.
2.Todos têm direito à protecção dos interesses morais e
materiais ligados a qualquer produção científica, literária ou
artística da sua autoria.
Artigo 28.°
Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no
plano internacional, uma ordem capaz de tornar plenamente
efectivos os direitos e as liberdades enunciadas na presente
Declaração.
22
Artigo 29.°
1.O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da
qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua
personalidade.
2.No exercício deste direito e no gozo destas liberdades,
ninguém está sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei
com vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o
respeito dos direitos e liberdades dos outros e a fim de
satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e
do bem-estar numa sociedade democrática.
3.Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser
exercidos contrariamente e aos fins e aos princípios das
Nações Unidas.
Conclusão
Artigo 30.°
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser
interpretada de maneira a envolver para qualquer Estado,
agrupamento ou indivíduo o direito de se entregar a alguma
actividade ou de praticar algum acto destinado a destruir os
direitos e liberdades aqui enunciados.
23
PRIMEIRA PARTE
Direitos Pessoais
Artigos 1-5
A Declaração Universal
dos Direitos Humanos
dedica os primeiros cinco artigos
à pessoa e aos seus direitos fundamentais.
Põe o homem no centro de tudo,
sujeito de direitos e deveres.
Quando se dá o devido lugar à pessoa humana,
é possível construir-se
uma sociedade justa.
24
1. Liberdade, Igualdade e Fraternidade
Palavra de Deus
Outros textos:
Mal. 2, 10; Rom. 12, 10; Gal. 5,13; Tg. 2.12
Explicação
Liberdade
25
Por este facto:
Igualdade
“O nascimento é igual para todos” (Provérbio africano). Por
isso, o homem é igualmente digno, quer trabalhe no escritório
ou no campo, quer seja chefe ou simples cidadão, jovem ou
adulto.
Fraternidade
Fraternidade é a vontade de viver como irmãos. Irmão é
aquele que:
Ama o outro;
Dialoga e tem confiança nos outros;
Busca soluções em conjunto;
Quer o desenvolvimento e o bem-estar de todos;
Dá hospitalidade;
Corrige sem condenar aquele que falha.
26
Documentos de apoio
“Os direitos do homem são baseados na dignidade
reconhecida de todos os seres humanos, na sua igualdade e
fraternidade. O dever de respeitar estes direitos é um dever de
carácter universal. A promoção destes direitos é um factor de
paz: a sua violação é uma causa das tensões e perturbações,
mesmo a nível internacional”. (Paulo VI, Mensagem às
Nações Unidas, Outubro de 1965).
“A igualdade fundamental entre todos os homens deve ser
cada vez mais conhecida, uma vez que, dotados de alma
racional e criados à imagem de Deus, todos têm a mesma
natureza e origem; e, remidos por Cristo, todos têm a mesma
vocação e destinos divinos (…). Embora entre os homens haja
justas diferenças, a igual dignidade pessoal exige, no entanto,
que se chegue a condições de vida mais humanas e justas”
(GS 29, 1 e 31).
“O homem, por sua natureza, é pessoa dotada de inteligência
e vontade livre. Por esta razão, possui em si mesmo direitos e
deveres que emanam directamente da sua própria natureza.
Trata-se, por conseguinte, de direitos e deveres universais,
invioláveis e inalienáveis, que não são concessão dos poderes
públicos, nem dos órgãos legislativos” (CEM – Caminhos de
Paz- CNP pág. 68).
27
Trabalho de grupo
1. Todo o homem nasce livre.
1.1.Quando é que somos livres?
1.2.E quando é que não somos?
2. Por que os homens são iguais e têm a mesma dignidade?
3. Entre os homens há diferenças que enriquecem a nossa
sociedade. Quais são?
4. Há também diferenças que são injustas e oprimem os
homens. Fale de algumas delas.
5. Todos os homens são irmãos: por que, então, lutam entre
eles?
28
2. Não à Discriminação
Todo o homem pode apelar aos direitos e às liberdades proclamadas na
presente Declaração, sem distinção alguma que provenha da raça, da cor,
sexo, língua, religião, opinião política ou qualquer outra origem nacional
ou social, riqueza, nascimento ou outra condição.
Além disso, não se fará distinção alguma baseada em estatuto político,
jurídico ou internacional do país ou território a que a pessoa pertença,
quer esse país ou território seja independente, quer esteja sob tutela, quer
seja ou não autónomo ou submetido a qualquer limitação de soberania.
Palavra de Deus
“Não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há
homem nem mulher, pois todos vós sois um só em Cristo”
(Gal, 3, 28).
Outros textos:
Dt. 10,17; 27, 19; Col, 3,11; Tgo. 2,1-5
Explicação
Ser homem ou mulher, negro ou branco, crente ou não crente,
rico ou pobre, ser de uma tribo ou de outra… não são motivos
para “privilegiar ou discriminar as pessoas. Este artigo
pretende abolir toda e qualquer discriminação entre os homens.
No mundo, existem muitas discriminações:
Documentos de apoio
“Sem dúvidas, os homens não são todos iguais quanto à
capacidade física e forças intelectuais e morais, variadas e
diferentes em cada um. Mas deve superar-se e eliminar-se,
como contrária à vontade de Deus, qualquer forma social ou
cultural de discriminação, quanto aos direitos fundamentais da
pessoa, por razão de sexo, raça, cor, condição social, língua ou
religião” (GS 29, 2).
“A ambição do poder e da dominação leva o homem a ignorar
os direitos dos seus semelhantes e desperta nele a inveja, o
ódio, a vingança as lutas fratricidas…
Quando o homem se sente lesado nos seus mais legítimos
direitos e profundas aspirações reais, tende a reivindica-los,
recorrendo, muitas vezes, à violência” (CEM – Caminhos de
Paz, pág. 68).
30
Trabalho de Grupo
1. Que tipos de discriminação conhecem no seu país? E
noutros países?
2. Quais são as causas da discriminação?
3. A solidariedade, a entreajuda familiar, tribal ou nacional
são um bem. Quando é que o exercício destes valores pode
torna-se injusto?
4. A igualdade do homem e da mulher é reconhecida no nosso
país pela lei. E na prática?
31
3. Vida, Liberdade e Segurança
Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança
da sua pessoa.
Palavra de Deus
Outros textos:
Gn. 9, 5-6; Dt. 30, 19; Ez. 18, 32; Jo. 10,10
Explicação
Direito à vida
32
Ninguém é dono da vida dos outros, por isso, nem os cidadãos,
nem o Estado pode tirá-la ou limitá-la. Há muitas situações em
que os homens e os estados se fazem donos da vida dos outros.
Direito à Liberdade
33
Direito à Segurança
Documentos de Apoio
35
4. Não Ser Escravizado
Palavra de Deus
Outros textos:
Is. 58, 6; Lc. 4, 18; Flm 1, 15-16
Explicação
Trabalho de Grupo
1. O que sabe de escravatura no mundo e no nosso país,
no passado e actualmente?
2. Não há ainda hoje alguma forma de escravatura?
37
5. Não à Tortura
Palavra de Deus
Explicação
Chamamos tortura todos os castigos corporais ou maus tratos
aplicados às pessoas. Há muitos casos de tortura:
38
As torturas e os castigos desumanos são crimes contra a
humanidade.
Documentos de apoio
Trabalho em Grupo
Direitos Judiciários
Artigos 6-11
Na vida social,
os homens encontram dificuldades
e suscitam contendas.
Para resolver os conflitos
que surgem
nas relações humanas, criam-se leis
e instituem-se tribunais.
Nesta segunda parte,
a Declaração dos Direitos Humanos
fala da pessoa
perante a lei e os tribunais.
40
6. Reconhecimento e Defesa da Pessoa na Lei
Palavra de Deus
Outros textos:
Lv. 19, 34; Miq, 6.8; Mt. 7,12
Explicação
41
Também a criança tem direitos e deveres que vive e pratica
sob a orientação dos seus pais.
Documentos de apoio
Trabalho de grupo
Palavra de Deus
Outros textos:
(Provérbios. 21,3); (João. 7, 24); (Acto dos Apóstolos. 10, 34-35); (1
Timóteo 5, 21); (Deuteronómio 10, 17); (Tiago 2, 9); (Levítico
15,19);
Explicação
43
“Todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos
mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres,
independentemente da cor, raça, sexo, origem étnica, lugar de
nascimento, religião, grau de instrução, estado civil dos pais,
profissão ou opção política” (CRM, art. 35).
Documentos de apoio
“Compete também à pessoa humana a legítima defesa dos seus
direitos; defesa ética, imparcial, conforme as normas
objectivas da justiça” (PT 27).
“O conhecimento das liberdades e direitos fundamentais, com
os seus correspondentes deveres, constitui uma obrigação para
44
todos nós. Com efeito, sem este conhecimento, não é possível
ao moçambicano realizar-se como cidadão, nem tão pouco
reivindicar as liberdades e direitos ofendidos, nem colaborar
conscientemente na construção de uma sociedade justa e
livre”. (CEM- Testemunhar a fé em liberdade – pág. 52 e
53).
Trabalho de Grupo
45
8. A Defesa nos Tribunais
Palavra de Deus
Outros textos:
Explicação
46
fazem menção da necessidade de o Estado providenciar e
garantir ao arguido o direito à defesa, assim como à assistência
jurídica. Por isso, é fundamental que as pessoas saibam o
seguinte:
Documentos de apoio
47
“Direito fundamental da pessoa humana é igualmente a defesa
legítima dos seus próprios direitos: defesa eficaz, imparcial e
regulada pelos princípios verdadeiros da justiça” (PT, 27).
Trabalho de Grupo
1. Identifique na Constituição da República de Moçambique
os direitos que um acusado de crime tem?
2. Qual é a tarefa dos tribunais. Identifique-a também na
Constituição Moçambicana?
3. Quais são as qualidades necessárias para um bom juiz?
48
9. Não ser Arbitrariamente Castigado
Palavra de Deus
Outros textos:
(Deuteronómio 1, 16-18; Provérbio, 17, 15).
Explicação
49
outra pessoa sob qualquer alegação que não tenha passado pelo
tribunal).
Documento de apoio
50
Trabalho em Grupo
51
10. Ter Julgamento Justo no Tribunal
Palavra de Deus
Outros textos:
Deuteronómio 25, 1; Isaías 5, 23; Mateus 18, 15-18; 1Timóteo
5,20).
Explicação
Documentos de apoio
Trabalhos de grupo
1. O que acontece nos nossos tribunais? Julgam sem ou
com justiça? Porquê?
2. O que tu pensas em relação àqueles que oferecem
presentes aos juízes?
3. Se tiveres de ser testemunha num julgamento, como
deves proceder?
4. É correcto fazer justiça por si próprio? Porquê?
5. Por que a vingança e o ajuste de contas devem ser
proibidos?
53
11. Respeito pelo Acusado
Palavra de Deus
54
Ser-lhe-á possibilitado um processo público e com
todas as garantias de defesa, como é o seu direito;
Uma pessoa não pode ser condenada pelas acções
cometidas antes da existência duma lei que as
considere crime, porque a lei não é retroactiva.
Igualmente, não se pode aplicar um castigo diferente
do que estava estabelecido pela lei em vigor na altura
do crime.
Documentos de apoio
Trabalho de Grupo
55
TERCEIRA PARTE
Artigos 12 – 21
Uma sociedade,
ao organizar a convivência
dos homens,
não abafa os direitos inalienáveis
da pessoa.
O próprio Estado
defende esses direitos
a fim de os promover
e de os garantir,
apoiando o esforço
que cada um deve fazer para crescer como pessoa.
São estes os direitos civis e políticos:
56
12. Respeito pela Vida Privada
Palavra de Deus
Outros textos:
Is. 32, 18; Prov. 12, 17
Explicação
Todos temos uma vida social e pública e também uma vida
privada e particular. Na vida, o homem partilha alegrias e
dores, confidências e amizades; organiza e constrói o seu
futuro; vive tudo aquilo que é mais pessoal e íntimo. Da vida
privada faz parte o domicílio, a família, a correspondência e a
honra de uma pessoa.
Documentos de apoio
“A autoridade civil há-de considerar como um dever sagrado
reconhecer, proteger e favorecer a verdadeira natureza do
matrimónio e da família, assegurar a moralidade pública e
favorecer a prosperidade doméstica” (GS 52, 2).
“Teremos de continuar a dizer que os ataques armados a
pessoas inocentes, as medidas punitivas degradantes, as
prisões arbitrárias, a extorsão de confissões, a vingança contra
pessoas apanhadas em zonas suspeitas, as operações de efeito
não controlável, o abuso das armas, destruindo a dignidade e
os direitos fundamentais das pessoas, das populações e do
povo, são crimes infames, tornando infame quem os permite
ou pratica”.
(D. Manuel Vieira Pinto – Caminhos da Paz, pág. 12).
58
Trabalhos de grupo
1. Por que é devemos respeitar os outros?
2. Quais são as violações à intimidade pessoal e familiar
que conhecem?
3. O que é que, na nossa sociedade, torna difícil a vida
privada das pessoas e das famílias?
59
13. Circular Livremente
Todo o homem tem direito de circular livremente e de escolher
a sua residência no interior de um Estado. Toda a pessoa tem
direito de sair de qualquer país, inclusive do próprio e a ele
regressar.
Palavra de Deus
Outros textos:
Gn. 12, 1; Mc, 16, 15; Act. 1,8
Explicação
Documentos de apoio
Trabalhos de grupo
1. No nosso país, temos o direito de circular e de fixar
residência livremente?
1.1.Identifique as dificuldades que encontramos para
circular livremente?
2. Quais são as vantagens da comunicação entre os
homens?
3. Por que é que há países que fecham as suas fronteiras a
determinadas pessoas?
61
14. Asilo Político
Palavra de Deus
“Não oprimirás o estrangeiro, pois sabeis o que é ser um
estrangeiro, vós que fostes estrangeiros, vós que fostes
estrangeiros na terra do Egipto” (Ex. 23, 9).
“Se um estrangeiro residir convosco, deverá ser tratado como
um dos vossos compatriotas e amá-lo-ão como a vós mesmos,
porque fostes estrangeiros na terra do Egipto” (Lv. 19,33-34).
Outros textos:
Ex. 22, 20; Nm. 35, 11; Dt. 10, 18; Mt. 2,13-15 e 19-23; Mt.
10, 23
Explicação
62
seus países têm de ser protegidos pelo país em que se abrigam
e receber condições para viver. Conforme afirma o art. 14, no
n.º 1 da DUDH, “Toda a pessoa sujeita à perseguição tem o
direito de procurar beneficiar do asilo em outros países”. O
direito a requerer asilo é um direito humano.
63
Malawi, Zimbabwe, Zâmbia, Tanzania receberam
muitos moçambicanos que fugiam à insegurança
provocada pela guerra.
Documentos de apoio
64
estranhos e, nos limites consentidos pelo bem da própria
comunidade rectamente entendido, o de lhes favorecer a
integração na nova sociedade em que manifestam o propósito
de se inserir” (PT 105-106).
Trabalho de grupo
65
15. Nacionalidade
Todo o homem tem direito a uma nacionalidade. Não se
privará ninguém, arbitrariamente, da sua nacionalidade, nem
do direito de mudar de nacionalidade.
Palavra de Deus
66
Documentos de apoio
Trabalhos em grupo
1. Por que é que todo o indivíduo tem o direito de
pertencer a uma nação?
2. Qual é o fim da comunidade política (nação)?
3. É possível que muitos e diferentes grupos (por
exemplo tribos) vivam unidos no mesmo país? Como
têm sido a prática no nosso país?
67
16. Casamento e Família
A partir de idade núbil, o homem e a mulher, sem qualquer
restrição de raça, de nacionalidade ou religião, têm o direito
de contrair matrimónio e fundar uma família. Gozam de iguais
direitos do casamento, durante o casamento e em caso de
dissolução do casamento. O casamento só pode ser contraído
com o livre e pleno consentimento dos futuros esposos. A
família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem
direito à protecção da sociedade e do estado.
Palavra de Deus
“Por este motivo, o homem deixará o pai e a mãe para se unir à
sua mulher; e os dois serão uma só carne”(Gn. 2,24).
Outros textos:
Gn. 1,22-28; Gn. 24, 57-59; Mt. 19, 4-6; 1Cor. 7,2
Explicação
68
iguais (Novo Código Civil, Art. 1.511). Não há superior nem
inferior, não há quem decida ou quem tenha que obedecer
apenas. Os dois tomam decisões em comum. Em caso de
dissolução do casamento, nenhum dos esposos será
privilegiado.
Documentos de apoio
69
“A família cristã forma-se pelo sacramento do matrimónio. Os
cristãos que têm intenção de constituir família não se recusem
a assumir o seu compromisso de casar pela Igreja. Não façam
deste momento, tão importante na sua vida, o ponto de partida
para o total abandono da Igreja e da fé. Antes, pelo contrário,
tomando consciência das responsabilidades próprias da família
perante Deus e perante a nossa sociedade, preparem-se
seriamente para as assumir segundo a dignidade cristã” (CEM-
A vida cristã no momento presente – CP, pág. 73).
Trabalhos em grupo
1. Por que é que todas as pessoas têm direito de contrair
matrimónio?
2. No nosso ambiente, os jovens são livres na escolha do
cônjuge? Que dificuldades encontram?
3. Como é que a família intervém na decisão dos jovens?
Como os ajuda a preparar o casamento?
4. No nosso país, o homem e a mulher gozam dos
mesmos direitos no matrimónio? Quais são as
dificuldades?
70
17. Propriedade
Todo o homem tem direito à propriedade só ou em sociedade
com outros. Ninguém será arbitrariamente privado da sua
propriedade.
Palavra de Deus
Outros textos:
Gn. 34, 10; Lv. 19,11 e 13; Dt. 24, 14; Is. 5,8; Act. 4, 32-35
Explicação
Há certos bens que são necessários à nossa vida: casa, roupa,
comida, instrumentos de trabalho. Todos têm direito de
possuir estes bens como propriedade pessoal ou em sociedade
livre com outros. A propriedade privada é um direito natural,
necessário para viver com dignidade e ter segurança no futuro.
Favorece também a criatividade e a livre iniciativa. No
mundo, há os que possuem imensas riquezas e outros que
vivem na miséria: os bens não são distribuídos em partes
iguais por todos. Esta distribuição desigual dos bens é devida a
várias causas, sendo a principal o abuso do direito de
propriedade privada. Por isso, o Estado pode intervir para
garantir uma melhor distribuição dos bens, tendo em conta o
bem comum.
71
Redistribuir as terras dos latifundiários;
Programar melhor a produção, eliminar os abusos e a
exploração nas fábricas e no comércio;
Expropriar certos bens a fim de proporcionar meios ou
construir obras de interesse comum, como: hospitais,
escolas, estradas, fontenários, etc.
A expropriação total ou parcial de bens dá direito aos que
foram privados dos mesmos a uma indemnização adequada.
O Estado não pode tirar aos cidadãos todo o direito de
propriedade.
Documentos de apoio
72
“A destruição de bens indispensáveis à vida e subsistência das
populações, o fogo, a pilhagem das casas das pessoas
indefesas, a intimação e manipulação das populações pelas
armas são violações” (CEM – A Urgência da paz, 4 – 1984).
Trabalho em grupo
73
18. Liberdade de Pensamento, Consciência e Religião
Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento,
consciência e religião. Este direito inclui a liberdade de
mudar de religião ou convicção e a liberdade de manifestar a
própria religião ou convicção mediante o ensino, a prática, o
culto e a observância dos ritos, individual ou colectivamente,
em público ou em particular.
Palavra de Deus
Outros textos:
2 Cor. 4, 13; Jo. 4, 39-42; Act. 28, 22; Act. 4, 18-20
Explicação
1. Liberdade de pensamento
74
pensamento. Ninguém pode ser preso ou maltratado só por não
pensar como os outros.
2. Liberdade de consciência
3. Liberdade de religião
75
“Os cidadãos gozam da liberdade de praticar ou de não praticar
uma religião” (artigo 54.º, n.º 1 da Constituição da
República de Moçambique).
Documentos de apoio
Trabalho em grupo
77
19. Liberdade de Opinião e de Palavra
Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e de
expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas
suas opiniões e de procurar, receber e transmitir informações
e ideias por qualquer meio e independentemente das
fronteiras.
Palavra de Deus
Outros textos:
Act. 4, 20; 17, 17-20; 2 Cor. 4, 13; 2 Tim. 4.2; Sab. 10, 21.
Explicação
78
Receber ou dar informações por meio de cartas,
revistas, jornais, rádios, correio electrónico, whatsapp,
…
Impedir a crítica;
Documentos de apoio
Trabalho em grupo
80
20. Liberdade de Reunião
Todo o homem tem direito à liberdade de reunião e
associação pacíficas. Ninguém pode ser obrigado a fazer
parte de uma associação.
Palavra de Deus
Outros textos:
Act. 2. 42-47; 4, 32-35; 5, 12-16, Sl. 40, 10-11
Explicação
81
Ninguém pode limitar a liberdade de reunião e de
associação: isto seria abrir caminho para a ditadura;
Documentos de apoio
Trabalho em Grupo
82
21. Liberdade de Reunião
Todo o homem tem direito a tomar parte na direcção dos
negócios públicos do país, directamente ou por intermédio de
representantes livremente escolhidos.
Palavra de Deus
“O Senhor disse a Samuel: Escuta a voz do povo em tudo o
que te disser” (1 Samuel. 8, 7).
Outros textos:
Gn. 41, 33; Dt. 1,9-13; Act. 1, 15-26; 6, 1-5; 15,22.
Explicação
83
colaborando para definir o programa político: tomando parte
na elaboração e apresentação das leis.
84
Honestas, os candidatos devem ser idóneos e a
contagem de votos sem enganos.
Documentos de apoio
Trabalhos em Grupo
1. Todos somos responsáveis pelo bom ou mau
andamento da sociedade. Porquê? De que forma podemos
contribuir?
2. Existe democracia no nosso país? Como se manifesta?
3. Para quê existem as autoridades? Qual é a sua tarefa?
86
QUARTA PARTE
Direitos Sociais
Artigos 22 – 29
87
22. Desenvolvimento da Personalidade
Palavra de Deus
“No deserto habitará o direito e a justiça no jardim. A paz será
obra da justiça e o fruto da justiça será a tranquilidade e a
segurança para sempre” (Is. 32,16-17).
Outros textos:
Sl. 72, 1-3; Ecli. 4, 1-10
Explicação
89
Documentos de apoio
Trabalho em Grupo
1.No nosso país já foram criadas as condições de segurança
social? Conhece algumas? Quais?
2.As pessoas que vivem no campo gozam de segurança social
na saúde, na escola, no comércio?
90
23. O Trabalho
Palavra de Deus
“Não explorarás o trabalhador pobre e necessitado, quer seja
um dos teus irmãos, quer um dos estrangeiros que estão na tua
terra, numa das tuas cidades. Entregar-lhe-ás o seu salário
todos os dias, antes do pôr-do-sol” (Dt, 24, 14-15).
Outros textos:
Lv. 19, 13; Sl. 128, 2; Ecle. 3, 13; Jr. 22, 13; Mt. 10, 10; 1Cor.
3,8
Explicação
92
Documentos de apoio
“A quantos sejam idóneos para o trabalho seja facultado um
emprego correspondente à sua capacidade. A remuneração do
trabalho obedeça às normas da justiça e da equidade. Nas
empresas, permita-se aos trabalhadores agir com sentido de
responsabilidade. Facilite-se a constituição de organismos
intermediários, que torne mais orgânica e fecunda a vida
social” (PT 64).
“ Na situação de crise económica em que nos encontramos,
pedimos aos cristãos que se emprenhem com todas as suas
forças no trabalho nacional em que se encontram inseridos.
Apelamos a que todos dêem exemplo de seriedade e
honestidade nas tarefas para as quais são chamados a
desempenhar, trabalhem com amor, pensando sempre que o
trabalho dignifica e é a principal fonte de riqueza para a
família e para a nação. (CEM- Viver a fé no Moçambique de
hoje - CP, pág. 38-39).
Trabalho em grupo
1. Quais são os direitos dos trabalhadores? Os
trabalhadores têm deveres? Em relação a quem?
93
24. Descanso e Tempo Livre
Palavra de Deus
“Trabalharás durante seis dias, mas ao sétimo desancarás, a
fim de que descansem igualmente o teu boi e o teu jumento e
possam respeitar o filho da tua escrava e o estrangeiro” (Ex.
23, 12).
Outros textos:
Dt. 5, 12-15; Ecle. 5, 11; Mc. 2,27
Explicação
94
Isto não é um privilégio, mas um direito de todo o
trabalhador.
Documentos de apoio
“É também direito, e até necessidade do homem, interromper a
aplicação do corpo ao trabalho duro de cada dia, para aliviar os
membros cansados, distrair honestamente os sentidos e
estreitar a união da família que exigem contacto frequente e
convívio tranquilo entre todos. Religião, moral e higiene
concordam na necessidade do repouso periódico que a Igreja,
desde séculos, traduz na santificação do domingo” (MM 250 e
251).
Trabalho em Grupo
1. As mulheres que trabalham em casa também gozam do
direito do tempo livre e descanso?
2. Que actividades desenvolvemos nos tempos livres?
Quais são as que ajudam o nosso crescimento humano?
E as que o prejudicam?
95
25. Protecção Social
Todo o Homem tem direito a um nível de vida suficiente para
assegurar a si e à família saúde e bem-estar, especialmente
quanto à alimentação, ao vestuário, habitação, tratamentos
médicos e serviços sociais indispensáveis; tem ainda direito à
segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez,
velhice ou outros casos de perda de meios de subsistência em
circunstâncias independentes da sua vontade.
A maternidade e a infância têm direito à ajuda e assistência
especiais. Todas as crianças nascidas dentro de casamento ou
não têm direito a igual protecção social.
Palavra de Deus
Outros textos:
Lev. 19, 9-10; Dr. 26, 12-13; Zac. 7, 10-12; Act. 6, 1
Explicação
96
facilitar a comercialização e intercâmbio para que
todos possam adquirir os bens necessários à sua vida;
Um vestuário suficiente para se defender do frio e
estar à vontade e com dignidade no convívio com os
outros. Para isso, é necessário que haja à venda, nas
lojas, de panos a preços acessíveis;
Uma habitação em boas condições e com ambiente
acolhedor, onde seja possível viver serenamente e
salvaguardar a saúde e a dignidade de cada um.
Tratamentos médicos adequados e medicina
preventiva. Para que o tratamento médico seja
adequado são precisos:
Postos sanitários nas povoações e ambulâncias;
Medicamentos suficientes.
98
26. Educação
Todo o Homem tem direito à educação. A educação será
gratuita, pelo menos no ensino elementar e fundamental. O
ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e
profissional será generalizado. O acesso aos estudos
superiores será aberto a todos, com plena igualdade e
baseado no mérito.
A educação tem por finalidade o completo desenvolvimento da
personalidade humana e o reforço do respeito pelos direitos
do Homem e pelas liberdades fundamentais. A educação
promoverá a compressão, a tolerância e a amizade entre todas
as nações, todos os grupos raciais e religiosos, bem como a
expansão das actividades das Nações Unidas para a
manutenção da paz.
Os pais têm prioridade no direito de escolher o género de
educação a dar aos seus filhos.
Palavra de Deus
Outros textos:
Prov. 22, 6 e 24, 3-5; Ecli. 51, 13-20; Os. 4, 6; Rom 15, 4
Explicação
Direito à educação
99
educação é a instrução. Esta deve ser garantida pelo Estado a
todos os cidadãos. A instrução abrange diferentes níveis:
100
Os pais primeiros responsáveis
Os pais têm direito de escolher o género de educação que
pretendem dar aos filhos. O Estado deve proporcionar aos
pais a oportunidade de participarem activamente na
elaboração dos programas de ensino, ou dar-lhes a
possibilidade de escolher o tipo de escolas que preferem.
Documentos de apoio
“Deriva também da natureza humana o direito de participar
dos bens e da cultura e, portanto, o direito a uma instrução
de base e a uma formação técnica e profissional conforme
o grau de desenvolvimento cultural da respectiva
colectividade.
Trabalho em grupo
1. Como funciona o sistema de ensino no nosso país?
2. No nosso país, há possibilidade de todos
frequentarem a escola como é de direito?
3. Acha que o sistema de ensino no nosso país educa
realmente as nossas crianças e os nossos jovens. Se, sim,
de que forma?
4. Os pais têm consciência de serem os primeiros
responsáveis pela formação dos seus filhos? Que papel
desempenham neste processo?
101
27. Cultura e Progresso
Palavra de Deus
“Deus criou o Homem da terra e a ela o faz voltar novamente.
Determinou-lhe um tempo de um número de dias e deu-lhe
domínio sobre tudo o que há na terra. Revestiu-o da força
conveniente e o fez à própria imagem. Impôs o seu temor a
todo o ser vivo e o seu domínio sobre os animais e as aves.
Outros textos:
Gn. 1. 26; 9, 1-3
Explicação
Todos os povos têm cultura própria. Esta manifesta-se na
maneira de agir, de pensar, no relacionamento com os outros,
nos costumes, nas tradições, nas danças, nos cantos, na poesia,
nos provérbios, na literatura…
Todos têm direito de conhecer e exprimir a própria cultura.
Ninguém pode impor a um povo uma cultura alheia, nem
proibir-lhe de se abrir a outras culturas.
102
Um povo desenraizado do seu ambiente cultural sofre graves
consequências. Seria como cortar as raízes de uma árvore. Este
artigo afirma também o direito que todos têm de usufruir do
progresso científico.
103
Documentos de apoio
“Rico ou pobre, cada país possui uma civilização recebida dos
antepassados: instituições exigidas param a vida terrestre e
manifestações superiores – artísticas, intelectuais e religiosas –
da vida do espírito. Quando estas últimas possuem verdadeiros
valores humanos, grande erro é sacrificá-los àquelas. Um povo
que nisso consentisse perderia o melhor de si mesmo,
sacrificaria, julgando encontrar vida, a razão da sua própria
vida.
O ensino de Cristo vale também para os povos: “De que serve
ao Homem ganhar o mundo inteiro, se vêm a perder a sua
alma?” (PP 40).
Trabalho em grupo
1.O que é a cultura? Qual é o valor da cultura na vida da
pessoa e na vida de um povo?
2.As pessoas que vivem no campo e na cidade, os homens e as
mulheres, os ricos e os pobres têm a mesma possibilidade de
acesso aos bens culturais ( educação, expressões próprias do
sentir do povo, conhecimentos técnicos e científicos…)?
3.O encontro com culturas diferentes da nossa pode trazer
benefícios ou destruir a própria cultura. Pode mencionar
alguns exemplos práticos vividos no seu dia-a-dia. Porquê?
104
28. Ordem Social
Todo o Homem tem direito a uma ordem social e internacional
em que os direitos e liberdades estabelecidas na presente
Declaração possam ser plenamente realizados.
Palavra de Deus
“Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de
Deus” (Mt. 5,9).
Explicação
Numa sociedade reina a ordem social quando esta está bem
organizada e promove os direitos e as liberdades das pessoas.
Há ordem social quando:
Há relações pacíficas e fraternas entre as pessoas;
Não domina a força, a astúcia, o egoísmo, mas, sim, a
entreajuda, o serviço recíproco;
Existem condições de segurança social e convívio;
As riquezas são distribuídas entre todos com justiça;
O povo não vive no medo, mas em condições de
segurança e de legalidade;
O poder é serviço, respeito e democracia - e não abuso,
arbitrariedade, totalitarismo.
A ordem social é garantida pela observância das leis
estabelecidas, desde que sejam justas.
105
Documentos de apoio
Trabalho em grupo
106
29. Deveres Comunitários
Todo o Homem tem deveres para com a comunidade, na qual
somente é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua
personalidade.
No exercício dos seus direitos e liberdades, todo o Homem
está sujeito apenas às limitações determinadas pela lei,
exclusivamente com o fim de assegurar o devido
reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem
e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem
pública e do bem-estar geral numa sociedade democrática.
Esses direitos e liberdades não podem, em qualquer caso, ser
contrariamente aos objectivos e princípios das Nações
Unidas.
Palavra de Deus
“Portanto, o que quiserdes que vos façam os homens fazei-o
também a eles, porque esta é a lei e os profetas” (Mt. 7.12).
Outros textos:
Lv. 19, 18; Ez. 18, 7-10; Rom. 13, 8-10; Fil. 2, 1-4; 1Per. 4, 9-
11
Explicação
O homem não é feito para viver sozinho. É em comunidade
que se desenvolve e realiza a sua personalidade.
Por comunidade entende-se um grupo de pessoas que se unem
em busca de fins comuns e partilham esforços e meios para os
alcançar.
Documentos de apoio
108
encontrarmos desanimados por não vermos surgir medidas
eficazes nesta matéria, por parte das autoridades…
Trabalho em grupo
109
ÚLTIMA PARTE
Conclusão
Artigo 30
110
30. Respeito pela Declaração
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser
interpretada como reconhecimento a qualquer Estado, grupo
ou pessoa do direito de exercer qualquer actividade ou
praticar acto tendente à destruição dos direitos e liberdade
aqui proclamados.
Palavra de Deus
Explicação
Documentos de apoio
113
O
Sentido
das
Palavras
Pequeno dicionário
das palavras difíceis
114
Aborto Destruição e expulsão do feto do útero
materno. Falamos aqui do aborto
provocado.
118
Denúncia É a declaração ou divulgação de actos
contrários aos direitos do homem que
eram até então secretos. A denúncia
verdadeira é sempre apresentada com
provas e testemunhas.
119
Ditadura Forma de governo em que todos os
poderes estão acumulados na mão de
uma só pessoa ou grupo ou de um único
partido. Toda a ditadura é caracterizada
pela limitação ou supressão dos direitos
fundamentais e das liberdades da pessoa
e do povo.
120
actividades e a vida de um grupo de
pessoas e definem os objectivos da
associação.
121
Imparcialidade Atitude daquele que julga sem paixão
que não sacrifica a verdade e a justiça
por causa de considerações partidárias. A
imparcialidade é a primeira virtude de
um juiz.
122
o que se quer.
125
Servilismo Atitude daquele que aceita sempre a
vontade e acção do outro sem espírito
crítico; submissão resignada.
126
pessoas que têm ideias, opiniões e
actuações diferentes (deriva da palavra
“tolerar”).
127