Você está na página 1de 16

O PROCESSO DE LUTO: breves considerações

• É indescritível o sofrimento que advém da perda


de alguém;

• Segundo Sanders (1999), a dor de uma perda é


tão impossivelmente dolorosa, que tem que ser
inventadas maneiras para se defender contra a
investida emocional do sofrimento;

• O sobrevivente tem um papel ativo no processo


do luto, tendo que efetuar determinadas tarefas
de forma a “deixar ir” o ente perdido e seguir em
frente com sua vida.
• Diante de qualquer perda significativa, desenrola-se um
processo necessário e fundamental para que o vazio
deixado possa voltar a ser preenchido;

• Tal processo é chamado de luto e consiste em uma


adaptação à perda, envolvendo uma série de tarefas ou
fases;

• O processo do luto oferece ao indivíduo a oportunidade


de se desligar dos laços de vinculação;

• Pode também ser visto como um processo, como um


estado experiencial que a pessoa sofre após tomar
consciência da perda (emoções, experiências e
mudanças).
• Os primeiros estudos sobre o luto falavam em uma
proposta de desligamento, de afastamento da pessoa
falecida, dando ênfase à expressão dos sentimentos;

• Hoje, encontramos pesquisadores que apontam outras


possibilidades, estudando o luto a partir de uma
perspectiva de construção de significado, mantendo assim,
vínculos contínuos , em oposição à necessidade de
desligamento;

• Se entendermos que o luto está em nossa história


passada, presente e futura, não podemos considerá-lo uma
doença ou torná-lo uma experiência psiquicamente
patológica.
AS 4 TAREFAS ESSENCIAIS NO
PROCESSO DO LUTO
• Aceitar a realidade da perda;

• Trabalhar a dor advinda da perda;

• Ajustar-se a um ambiente novo;

• Transferir emocionalmente o falecido e


prosseguir com a vida.
• É essencial que o enlutado efetue estas tarefas
antes do processo de luto poder ser completado;

• O luto é um processo e não um estado, logo,


estas tarefas requerem esforço e tal como uma
doença, pode não ficar totalmente curada,
podendo o luto ficar incompleto em algumas
pessoas.
ACEITAR A REALIDADE DA PERDA
• Diante da perda física de um ente querido, mesmo sendo
previsível, há sempre um sentimento de que tal situação
não aconteceu;

• A primeira tarefa do sofrimento é apercebermo-nos da


realidade de que a pessoa não está mais fisicamente
presente;

• Em algumas situações, o enlutado chama o ente querido


e engana-se na identificação de pessoas (comportamento
de busca).
• Chegar a uma aceitação da perda leva tempo, pois envolve
não só uma aceitação intelectual, mas também emocional, esta
ultima sendo mais demorada;

• A crença e a descrença alternam enquanto permanece nesta


tarefa;

• O funeral.
TRABALHAR A DOR DA PERDA
• Dor física e emocional associada a perda;

• A pessoa em luto tem que passar pela dor causada pela


perda, de modo a fazer o trabalho do sofrimento;

• Logo, tudo que permitir ao enlutado evitar ou suprimir


essa dor irá prolongar o processo de luto;

• O boicote a esta tarefa (negar a dor, evitar coisas que


lembrem o falecido, utilização de álcool e medicação)
AJUSTAR-SE A UM AMBIENTE NOVO
• Esta tarefa tem diferentes significados para diferentes
pessoas, dependendo da relação que se tinha com a
pessoa falecida e os vários papéis que ela
desempenhava;

• A estratégia de copping é parte do complemento bem


sucedido desta tarefa.
TRANSFERIR EMOCIONALMENTE O
FALECIDO E PROCEGUIR A VIDA
• Uma pessoa nunca perda a memória de uma relação
significativa;

• No caso da morte de um parceiro, a disposição para entrar em


novas relações está diretamente dependente de encontrar o
espaço adequado para o cônjuge na vida psicológica do
enlutado;

• Uma maneira de não completar esta tarefa é não amar, em vez


de seguir em frente e formar novas vinculações.
QUANDO TERMINA O PROCESSO DE LUTO?
• Com o cumprimento das tarefas;

• Duração (?);

• Não é um processo que progride de forma linear,


podendo reaparecer, mesmo o quando o sujeito
já passou para fases seguintes;

• Quando se consegue reinvestir as suas emoções


na vida.

Você também pode gostar