Você está na página 1de 3

Ficha de leitura TELP 2024

TEMA: Texto Expositivo – Explicativo


O que é texto expositivo-explicativo?
É próprio de um texto expositivo apresentar uma questão, situação ou problema de
modo a que os destinatários obtenham um conhecimento, tanto quanto possível,
completo sobre o que explana.

Expositivo/exposição
É a apresentação da totalidade do que se refere a uma questão ou problema, para que
os ouvintes ou leitores a quem se dirige, adquiram um conhecimento global.
Explicativo/explicação: explicar é um acto comum e, por isso, corriqueiro, pois no dia-
a-dia, na escola, no local de trabalho, etc., seja qual for o significado que lhe queiramos
conferir, conforme os campos do saber, que se centra num objectivo final, o “fazer
compreender”.

QUAL É A NATUREZA DO TEXTO EXPOSITIVO- EXPOSITIVO?


A função comunicativa do texto expositivo-explicativo é a de transmitir
conhecimentos (informar) e a de clarificar e explicar “problemas” com a finalidade de
tornar explícitos processos, relações, etc.. É nessa base que se afirma que os textos
teóricos, nomeadamente os: pedagógicos, didáctico-científicos são textos expositivos-
explicativos.

Que situações originam a produção de um texto expositivo-explicativo?


O texto expositivo-explicativo questiona o mundo sob duas perspectivas:
Primeira, a investigação de uma evidência.
Ex. “A escrita evoluiu ao longo dos tempos”.
Trata-se de uma evidência que pode ser problematizada pela nobre vontade de se
procurar saber sobre o “COMO” e o “POR QUÊ” da evolução. Então, construir-se-á um
texto com a intenção de procurar saber/ conhecer os vários tipos de escrita havidos e
procurar compreender
as motivações do seu surgimento e as modificações operadas ao longo do tempo.
Segunda, a existência de um paradoxo.
Ex. “A lua, com luz própria, ilumina as noites de Verão”
Assim sendo, construir-se-á um texto expositivo-explicativo sobre o “Sistema solar –
planetas e astros”, o qual fará saber a tipologia dos planetas e fará compreender que
certos astros possuem luz própria enquanto outros não. Em suma, o texto expositivo-
explicativo é aquele cuja intenção e objectivo de comunicação é fazer saber e fazer
compreender.

Estrutura

Por: Isidro Chongola


Ficha de leitura TELP 2024
1- Colocar a questão (introdução): apresentar a questão ou o problema existente, ou que se
pretende estudar, a sua caracterização ou delimitação, a sua contextualização no espaço e no
tempo.
2- Desenvolver a questão (desenvolvimento): apresentação dos dados numa cadeia de
interligações lógicas concretizando o que foi anunciado na introdução.
3- Concluir (conclusão): síntese do anteriormente referido. Em algumas circunstâncias pode
não ocorrer a conclusão, como acontece num projecto de investigação, ou seja, nem todos
os textos apresentam conclusão. Quando ocorre deve responder a pergunta de partida.

CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICAS
a) Enunciados expositivos – que se caracterizam pela ausência de marcas gramaticais da
primeira e segunda pessoas, cuja intenção é não fazer transparecer a presença do sujeito
enunciador; pelo uso do presente e do pretérito perfeito do indicativo e pelo recurso à forma
passiva.
b) Enunciados- explicativos – os que são caracterizados pela recorrência a construções de
detalhe, visando facilitar a compreensão do fenómeno ou do estado de coisas recorrendo,
por isso, a comparações reformulações parafrásticas como (à semelhança de...; tal como...;
isto é…; quer dizer…;ou seja…).
c) Enunciados "balizas" – permitem que o enunciador comente o desenrolar dos
acontecimentos. São caracterizados pelo uso dos pronomes (nós…se…); por fórmulas de
imperativo (observemos…!; analisemos…!); por verbos no futuro (começaremos por…); pelo
uso de deícticos temporais (primeiro…, segundo…, agora…, finalmente…). Também é
frequente, na passagem de uma etapa para outra, assinalar-se de forma redundante: por um
recordar do que foi dito (depois de termos…); ou por um anunciar do que vai ser desenvolvido
(propomo-nos agora …).
Exemplo
As primeiras manifestações de escrita surgiram na Suméria, sendo os registos gravados em pedra.
A gravação em pedra tornava-se morosa e difícil, por isso, os sumérios, recorrendo `a argila existente
em grande quantidade junto `as margens dos seus rios, começaram a registar a sua escrita em tabuinhas
de argila, o que permitia uma mais fácil e rápida gravação, sendo, depois disso secas ao sol ou então
em fornos.
Bem mais tarde, outros materiais foram utilizados tornado o registo da escrita mais simples e com maior
perfeição – pergaminho, papiro e finalmente o papel.
A título de curiosidade vamos referir o modo como se preparavam estes materiais empregados nos
registos da escrita.
O papiro era retirado da casca de uma planta, divido em tiras finíssimas que se uniam umas sobre as
outras, de modo a cruzarem-se. Essas fibras eram coladas, prensadas e secas. Depois de preparadas,
eram enroladas em hastes de cedro, ébano ou marfim e guardadas em caixas.
O pergaminho fabricava-se em pele de vitela, ovelha, cabra, etc. a pele era tratada, mergulhando-se em
águas simples, durante dias, depois em água com cal até desaparecerem os traços e outras imperfeições.
Seguidamente era estendida, raspada e tratada com gesso e pedra-pomes. Finalmente era mergulhada
numa cola própria.
O papel foi fabricado primeiramente pelos chineses 300 a.C. e introduzido na Europa, muito mais tarde,
pelos Árabes.
Para fabricarem o papel, os chineses utilizaram canas de bambu, fibras de amoreira, palha de arroz e
ervas especiais. Actualmente, usa-se no fabrico do papel a madeira, a celulose, a erva dos prados,
retalhos de papel, etc.

Por: Isidro Chongola


Ficha de leitura TELP 2024

Bibliografia

1. AREAL, Américo (coord.) - Curso de Português. Porto: Asa, 1997.

2. AURÉLIO et alii (2004). Novo Dicionário Eletrônico Aurélio. Rio de Janeiro: Positivo

3. BECHARA, E. (1999). Moderna Gramática Portuguesa. 37.ed. Rio de Janeiro: Lucena.

4. BRITO, A. M. (1999). Os Estudos de Sintaxe Generativa em Portugal nos últimos Trinta


anos. (S/ed). Braga: Associa,cão Portuguesa de Linguística.

5. CAMPOS, M. H. C.; XAVIER, M. F. (1991). Sintaxe e Semântica do Português. Lisboa:


Universidade Aberta.

6. CARVALHO, M. J. A. (1991). Aspectos sintácticos-semanticos dos verbos Locativos no


Português Oral de Maputo. Lisboa, 1.ª ed., Ministério da Educação, Instituto de
Cultura e Língua Portuguesa.

Por: Isidro Chongola

Você também pode gostar