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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS


CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AUDITORIA

DAYANNA HEGLY RABELO SARAIVA

AUDITORIA INTERNA: A PERCEPÇÃO DE GESTORES DE UMA EMPRESA


FAMILIAR DO SETOR DE TECNOLOGIA

FORTALEZA – CEARÁ
2023
DAYANNA HEGLY RABELO SARAIVA

AUDITORIA INTERNA: A PERCEPÇÃO DE GESTORES DE UMA EMPRESA


FAMILIAR DO SETOR DE TECNOLOGIA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de
Especialização em Auditoria do
Centro de Estudos Sociais Aplicados
da Universidade Estadual do Ceará,
como requisito parcial à obtenção da
certificação de especialista em
Auditoria.

Orientador: Prof. Dr. Pedro Felipe da


Costa Coelho

FORTALEZA - CEARÁ
2023
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Estadual do Ceará
Sistema de Bibliotecas

Saraiva, Dayanna Hegly Rabelo.


Auditoria interna: a percepção de gestores de
uma empresa familiar do setor de tecnologia
[recurso eletrônico] / Dayanna Hegly Rabelo
Saraiva. - 2023.
29 f. : il.

Trabalho de conclusão de curso


(ESPECIALIZAÇÃO) - Universidade Estadual do Ceará,
Centro de Estudos Sociais Aplicados, Curso de
Especialização Em Auditoria, Fortaleza, 2023.
Orientação: Prof. Dr. Pedro Felipe da Costa
Coelho.
1. Auditoria interna. 2. Controle interno. 3.
Alta gestão. 4. Empresa familiar. I. Título.
DAYANNA HEGLY RABELO SARAIVA

AUDITORIA INTERNA: A PERCEPÇÃO DOS GESTORES DE UMA


EMPRESA FAMILIAR DO SEGMENTO DE TECNOLOGIA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de
Especialização em Auditoria do
Centro de Estudos Sociais
Aplicadoss da Universidade
Estadual do Ceará, como
requisito
parcial para à obtenção da
certificação de Especialista em
Auditoria.

Aprovada em: 15 de fevereiro de 2023

BANCA EXAMINADORA

rdnofelda Costa Cato


Prof. Dr. Pedro Felipe da Costa Coelho (Orientador)
Centro
Universitário Ateneu UniAteneu

Prof. Me. Edilson Barros


Pessoa
Universidade Estadual do Ceará UECE -

Prof. Dr. Samuel Leite Castelo


Universidade Estadual do Ceará -UECE
RESUMO

A finalidade desta pesquisa foi evidenciar a importância da auditoria interna


como ferramenta de gestão dentro de uma empresa familiar. Esta pesquisa foi
desenvolvida para responder ao seguinte questionamento: Qual é a percepção
de gestores de uma empresa familiar sobre a implementação de controles
internos na gestão organizacional? Para tanto, objetivou-se descrever a
percepção de gestores de uma empresa familiar sobre a implementação de
controles internos na gestão organizacional; identificar as dificuldades para a
implementação de controles internos na gestão organizacional de uma empresa
familiar; e apresentar os principais benefícios de se implementar auditoria interna
nas empresas. Os dados dessa pesquisa qualitativa foram coletados por meio
de 7 entrevistas semiestruturadas com gestores de uma empresa cearense que
atua no segmento de desenvolvimento de softwares, além de dados gerenciais
dessa organização. Os resultados da pesquisa indicam os gestores da empresa
reconhecem a importância dos controles internos, mesmo que a empresa ainda
não tenha essa prática disseminada. A principal dificuldade encontrada foi a falta
de pessoas qualificadas para implementar e monitorar os controles.
Contribuições gerenciais para a empresa em análise e para outras organizações
empresariais são apresentados ao final deste estudo.

Palavras-chave: Auditoria interna. Controle interno. Alta gestão. Empresa


familiar.
ABSTRACT

The purpose of this research was to describe the importance of internal auditing
as a management tool within af Familiar enterprise. This research was developed
to answer the following question: What is the perception of managers of a family
business about the implementation of internal controls in organizational
management? Therefore, the objective was to describe the perception of
managers of a family business on the implementation of internal controls in
organizational management; to identify the difficulties for the implementation of
internal controls in the organizational management of a family business; and
present the main benefits of implementing internal audit in companies. Data from
this qualitative research were collected through 7 semi-structured interviews with
managers of a company from Ceará that operates in the software development
segment, in addition to managerial data from this organization. The results
indicate that the company's managers recognize the importance of internal
controls, even if the company does not yet have this widespread practice. The
main difficulty encountered was the lack of qualified people to implement and
monitor the controls. Managerial contributions to the company under analysis and
to other business organizations are presented at the end of this study.

Keywords: Internal audit. Internal control. Senior management. Familiar


enterprise.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 5
2 AUDITORIA E CONTROLE INTERNO ...................................................... 7
2.1 Conceituação de auditoria e controles internos ................................... 7
2.2 Diferenças entre auditoria externa e interna .......................................... 9
2.3 O trabalho do auditor interno ................................................................ 12
3 METODOLOGIA ...................................................................................... 14
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................... 17
4.1 Perfil da empresa ................................................................................... 17
4.2 Desafios para implementação de controles internos.......................... 18
4.3 Compreensão sobre auditoria ............................................................... 21
5 CONCLUSÃO .......................................................................................... 24
REFERÊNCIAS ........................................................................................ 26
APENDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA ......................................... 28
5

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como tema Auditoria Interna: a percepção de


gestores de uma empresa familiar do setor de tecnologia.
Atualmente, mais do que nunca as empresas precisam se organizar
e se planejar para sobreviver. Para isso, é necessário o mapeamento e
regulamentação de seus processos, enquadrando-os para uma devida e correta
contabilização.
O controle interno é uma ferramenta essencial nesse cenário, porém
ainda há uma grande carência de controles internos em empresas familiares,
que por muitas vezes tem uma gestão pouco orientada e não conseguem manter
processos e informações entre os colaboradores e a administração, estando
mais predispostas aos riscos existentes.
Além disso, empresas do segmento de tecnologia ou que trazem
a inovação tecnológica no centro de suas estratégias são as que mais têm
crescido em valor de mercado no mundo. Essa é a principal conclusão da
segunda edição do Technology Report, relatório global da consultoria Bain &
Company que analisa o impacto da tecnologia nos negócios e na
sociedade. Diante disso, as empresas e seus administradores precisam estar
preparados para reagir e responder rapidamente à mudança de mercado, e
também estarem aptos a aproveitar as novas oportunidades, assegurando sua
permanência, procurando aperfeiçoar os resultados e sua colocação de ponta
no cenário mercadológico.
Nesse cenário, a auditoria interna ganha ainda mais importância
dentro dessas organizações. A auditoria interna é uma atividade que visa à
implantação e à manutenção de processos de controle interno, verificando a
eficiência e a qualidade desses controles.
Controle interno não é sinônimo de auditoria interna. Conforme Attie
(2007), a auditoria interna equivale a um trabalho organizado de revisões e
apreciações dos controles internos, normalmente executado por um
departamento especializado, ao passo que o controle interno se refere a
procedimentos de organização adotados como planos permanentes da empresa.
6

O presente estudo traz a questão: Qual é a percepção de gestores de


uma empresa familiar sobre a implementação de controles internos na gestão
organizacional?
A elaboração deste trabalho justifica-se pela necessidade de se
abordar a relevância da auditoria interna neste cenário, bem como trazer a
questão de como a elaboração de controles internos pode melhorar o
desempenho de processos, as rotinas e os recursos utilizados em uma empresa
familiar do segmento de tecnologia.
A empresa do segmento de tecnologia relatada no estudo é uma
desenvolvedora de softwares, responsável por projetar, desenvolver, manter e
comercializar softwares que atendam às necessidades de um determinado nicho
de mercado, que no caso, trata-se do nicho farmacêutico.
O objetivo geral é evidenciar a importância da auditoria interna como
ferramenta de gestão dentro de uma empresa familiar.
Os objetivos específicos são:
▪ Descrever a percepção de gestores de uma empresa familiar sobre
a implementação de controles internos na gestão organizacional;
▪ Identificar as dificuldades para a implementação de controles
internos na gestão organizacional de uma empresa familiar;
▪ Apresentar os principais benefícios de se implementar auditoria
interna nas empresas.
O presente projeto encontra-se dividido em cinco seções. A primeira
aborda a introdução, que contém a justificativa da pesquisa, os objetivos e a
estrutura geral do projeto. A segunda seção trata o referencial teórico a respeito
dos conceitos de auditoria interna. A terceira seção versa acerca da metodologia
do projeto, onde mostra os métodos, instrumentos e processos empregados
necessários na elaboração projeto. Na quarta seção serão apresentados os
resultados do estudo de caso. Na quinta seção serão feitas as considerações
finais, ressaltando o diagnóstico, a impressão geral sobre a empresa e a
conclusão sobre o alcance do objetivo do projeto.
7

2 AUDITORIA E CONTROLE INTERNO

Esta seção tem o objetivo de apresentar de forma resumida a


importância dos controles internos e do trabalho da auditoria interna, enfatizando
a sua relevância para o crescimento das organizações. Serão apresentados os
seus conceitos, a diferenciação entre a auditoria interna e externa e o trabalho
do auditor interno.

2.1 Conceituação de auditoria e controles internos

Segundo dados históricos a auditoria surgiu primeiramente na


Inglaterra por volta do século XIV, ano de 1.314 onde o governo utilizava o
exame periódico e sistemático das contas públicas. Já no Brasil o surgimento se
deu mais significativamente no final da Segunda Guerra Mundial, quando
começou com a entrada de multinacionais no Brasil.
Para Attie (2011), o surgimento da auditoria está ancorado na
necessidade de confirmação por parte dos investidores e proprietários quanto à
realidade econômico-financeira espelhada no patrimônio das empresas
investidas e, principalmente, em virtude do aparecimento de grandes empresas
multinacionais e paralelo ao desenvolvimento econômico que propiciou
participação acionária na formação do capital de muitas empresas.
A evolução da auditoria no Brasil, ainda de acordo com Attie (2011),
está relacionada com necessidade de se auditar as demonstrações financeiras
de investimentos internacionais que foram implantados no Brasil, e
consequentemente, com a instalação de empresas internacionais de auditoria
independente. Além disso, outros fatores determinantes foram: o crescimento
das empresas brasileiras e necessidades de descentralização e diversificação
de suas atividades econômicas; a evolução do mercado de capitais; a criação
das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do Brasil em 1972; e
a criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei das Sociedades Anônimas
em 1976.
A auditoria é considerada um ramo da contabilidade, uma técnica
contábil que averigua a exatidão dos registros e demonstrações contábeis e tudo
8

relacionado com o controle do patrimônio da empresa, podendo ser classificada


como: auditoria interna e auditoria externa.
A auditoria externa tem por objetivo a emissão da sua opinião sobre
as demonstrações contábeis, e assegurar que estas representam
adequadamente a posição patrimonial e financeira da empresa auditada.

O objetivo é apenas emitir um parecer sobre as demonstrações


contábeis. Logo conclui-se que a auditoria externa não é realizada para
detectar fraudes, erros ou para interferir na administração da empresa,
ou ainda, reorganizar o processo produtivo ou demitir pessoas
ineficientes. Naturalmente, no decorrer do processo de auditoria, o
auditor pode encontrar fraudes ou erros, mas o seu objetivo não é este.
(CHERMAN, 2005, p. 6)

Jund (2005) define a Auditoria Interna como:

A auditoria interna é uma atividade de avaliação independente e de


assessoramento da administração, voltada para o exame e avaliação
da adequação, eficiência e eficácia dos sistemas de controle, bem
como da qualidade do desempenho das áreas, em relação às
atribuições e aos planos, às metas, aos objetivos e às políticas
definidos para as mesmas.

Após as caracterizações da auditoria interna e externa, verifica-se que


ambas possuem o papel em comum: fornecer credibilidade sobre as
informações, seja para os usuários interno ou externo. Diretamente ligado à
auditoria, agora será apresentado o controle interno.
Conforme Crepaldi (2013), o controle interno pode ser definido como:
O sistema de uma empresa, que compreende o plano de organização,
os deveres e responsabilidades e todos os métodos e medidas
adotados na empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a
exatidão e fidelidade dos dados contábeis, desenvolver a eficiência nas
operações e estimular o seguimento das políticas administrativas
prescritas.

Crepaldi (2013) ainda diferencia os tipos de controle, podendo ser


contábeis (conjunto de métodos e procedimentos que protegem o patrimônio e
a propriedade dos itens que o compões) e administrativos (conjunto de métodos
e procedimentos ligados a eficiência operacional e ao negócio da empresa).
Para que a empresa alcance os objetivos pretendidos pela
administração, é necessário que mantenham um adequado sistema de controle
interno atualizado, e com acompanhamento da auditoria interna, depositando
maior confiança nas informações por meio da auditoria externa.
9

Na figura a seguir, Araújo, Arruda e Barretto (2008), apresentam a


pirâmide do controle.

Figura 1 – Pirâmide do controle

Fonte: Adaptado de Araújo, Arruda e Barretto (2008, p. 34).

Os controles internos funcionam na prevenção de erros e


irregularidades, que é de interesse do auditor em achá-los nas demonstrações
financeiras para que não haja informações errôneas quando a administração
tiver que tomar decisões.

2.2 Diferenças entre auditoria externa e interna

Segundo ATiie (2007) a auditoria externa não possui vínculos


empregatícios com a empresa, já o auditor interno é um funcionário da empresa
e, não deverá estar subordinado às pessoas cujos trabalhos examinam, deverá
ser independente e prestar informações somente aos gestores que o destinaram
ao trabalho.
No que tange as tarefas, Crepaldi (2013) corrobora que as tarefas do
auditor externo são delimitadas no contrato, enquanto as tarefas do auditor
interno são tão abrangentes quanto forem as operações da empresa. O auditor
interno segue mais as rotinas de cunho interno, pois ele tem domínio da cultura
da empresa, enquanto o auditor externo observa mais o cumprimento das
10

normas associadas às leis de forma bem ampla, ele tem melhor domínio dos
aspectos de interesse coletivo.
Crepaldi (2013) apresenta o seguinte quadro comparando o a
auditoria interna e externa quanto a diversos elementos:

Quadro 1 – Diferenças entre auditoria externa e auditoria interna


Elementos Auditoria Externa Auditoria Interna

Profissional Auditor Interno


Sujeito
Independente (funcionário)

Exame das
Exame dos controles
Ação e objetivo demonstrações
operacionais
financeiras

Opinar sobre as Promover melhorias


Finalidade demonstrações nos controles
financeiras operacionais

Recomendações de
Relatório principal Parecer
controle interno

Grau de independência Mais amplo Menos amplo

A empresa e o
Interessados no trabalho A empresa
público em geral

Profissional, civil e
Responsabilidade Trabalhista
criminal

Números de área coberta


pelo exame durante um Maior Menor
período

Intensidade dos trabalhos


Menor Maior
em cada área

Continuidade do trabalho Periódico Contínuo

Fonte: Adaptado de Crepaldi (2013, p.77)

A ênfase deste trabalho será em auditoria interna, razão pela qual ela
será descrita a seguir:
11

Conforme Franco & Reis (2004), no Brasil, a auditoria interna vem


sendo adotada pelas empresas há anos, entretanto o seu reconhecimento deu-
se apenas nos últimos anos, durante os quais atravessa um processo de
transformação e especialização, deixando de adotar uma postura fiscalizadora e
punitiva e passando a uma postura técnica e de assistência à empresa.
A auditoria interna tende a não ser apenas sobre questões
financeiras, conforme Attie (2011), ela compreende um conjunto de trabalho
organizado de revisão e apreciação de controles internos, avaliando, de modo
geral, se há o cumprimento dos dispositivos gerais da empresa. A auditoria
externa, em contrapartida, tende a ser um instrumento para mostrar a lisura dos
dados financeiros, em consonância com a legislação vigente e também para
auditorias de certificação.
A auditoria interna deve agir de modo mais independente possível,
porém, ainda está subordinada à alta administração, enquanto a auditoria
externa opera de forma totalmente independente.
Para Fálico e Barbosa (2015), a auditoria interna é uma das mais
importantes ferramentas que os gestores de uma organização possuem para a
eficiência e eficácia organizacional e para cumprimento das metas pré-
estabelecidas. A área de auditoria interna dentro da empresa é a responsável
pelo controle e acompanhamento dos processos organizacionais em todos os
seus aspectos, dessa forma, esse setor deve possuir uma postura de controle
para que possa influenciar positivamente nas decisões dos gestores e proteger
os interesses dos investidores.
Attie (2011) explica que a importância que a auditoria interna tem em
suas atividades de trabalho serve para a administração como meio de
identificação de que todos os procedimentos internos e políticas definidas pela
companhia, os sistemas contábeis e de controles internos estão sendo
efetivamente seguidos, e todas as transações realizadas estão refletidas
contabilmente em concordância com os critérios previamente definidos.
De acordo com Crepaldi (2013), o trabalho de auditoria interna
realizado nas empresas busca coibir os erros a ineficiências dos processos e
demais irregularidades que possam ser observadas e trabalhadas pela
administração para que a empresa consiga alcançar melhores resultados.
12

A auditoria interna tem sido altamente vantajosa para as


organizações, evitando retrabalhos e reduzindo custos de controle.

2.3 O trabalho do auditor interno

De acordo com Rubio, Silva e Guimarães (2011), o auditor interno tem


a função de fiscalizar os processos da organização, ele analisa os procedimentos
através de estudos e testes, verifica se o sistema analisado é o que está sendo
seguido na prática, avalia erros e possibilidades para determinar quais são mais
adequados e produtivos às áreas analisadas.

O principal objetivo do auditor interno é o de emitir opinião relacionada


ao funcionamento dos controles internos da empresa. Para isso é
preciso um planejamento adequado de seu trabalho, avaliação do
sistema de controle interno a fim de estabelecer natureza, datas e
extensão dos procedimentos de auditoria e colher evidências
comprobatórias das informações.
(RUBIO; SILVA; GUIMARÃES, 2011, p. 05)

O auditor interno é responsável por: Fiscalizar a eficiência dos


controles internos; assegurar maior correção dos registros contábeis; opinar
sobre a adequação das demonstrações contábeis; dificultar desvios de bens
patrimoniais; possibilitar apuração de omissões no registro das receitas;
contribuir para obtenção de melhores informações sobre a real situação
econômica, patrimonial e financeira das empresas apontar falhas na organização
administrativa da empresa e nos controles internos.
De acordo com Crepaldi (2011, p.31) seu objetivo é “auxiliar todos os
membros da administração no desempenho efetivo de suas funções e
responsabilidades, fornecendo-lhes análises, apreciações, recomendações e
comentários pertinentes às atividades examinadas”, principalmente no que tange
a:

• À aplicabilidade e adequação de controles internos, financeiros e


operacionais; revisando e avaliando a correção, adequando e
aplicando os controles contábeis, financeiros e outros de natureza
operacional, propiciando controles eficazes a um custo razoável;
• À extensão do cumprimento das diretrizes, planos e procedimentos;
determinando grau de atendimento;
13

• À salvaguarda dos ativos quanto à escrituração, guarda e perdas de


todas as espécies; determinando o grau de controle dos ativos da
empresa quanto à proteção contra perdas de qualquer tipo;
• À avaliação da qualidade e desempenho na execução das
responsabilidades delegadas determinando a fidelidade dos dados
administrativos originados na empresa;
• À recomendação de melhorias operacionais.

Este tópico apresentou uma revisão da literatura sobre auditoria,


sendo destacados os principais conceitos relativos à temática, as diferenças
entre auditoria interna e externa e uma descrição das atribuições do trabalho do
auditor interno. Essa discussão norteou a etapa empírica da pesquisa que será
descrita no tópico seguinte, assim com os procedimentos metodológicos serão
apresentados.
14

3 METODOLOGIA

A fim de alcançar o objetivo desse estudo, realizou-se uma


investigação qualitativa, que segundo Matias-Pereira (2007), tem em vista que o
tratamento dos dados é feito a partir das análises e percepções do pesquisador,
sem o uso de técnicas estatísticas sofisticadas. A pesquisa qualitativa costuma
ser realizada quando o objetivo do estudo é entender o porquê de determinados
comportamentos.
No tocante à metodologia, a pesquisa possui fins exploratórios e
aplicados. Segundo Vergara (2007), a investigação exploratória é realizada em
área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. E é uma
pesquisa aplicada, pois tem necessidade de resolver problemas que já existem
na prática. De forma imediata ou não.
Esta pesquisa pode ser classificada ainda quanto aos meios
(procedimentos técnicos), tratando-se de uma pesquisa bibliográfica e empírica.
Segundo Matias-Pereira (2007), é considerada bibliográfica, porque é feita por
meio de análise, comparação e estudo de diversas obras dos principais autores
relacionados às teorias estudadas para a elaboração do referencial teórico-
prática.
Em relação ao método, realizou um estudo de caso único em uma
empresa familiar do setor de tecnologia. O estudo de caso único ocorre quando
o pesquisador tem acesso a uma situação ou fenômeno até então inacessível à
investigação científica (YIN, 2001).
A coleta de dados se deu em dois momentos. Inicialmente foram
conduzidas entrevistas individuais semiestruturadas com 7 gestores da
empresa. As entrevistas foram realizadas presencialmente no ambiente de
trabalho dos entrevistados. Os diálogos tiveram duração média de 15 minutos.
O roteiro de entrevista inicia com aspectos relacionados aos dados
pessoais, como sexo, idade e escolaridade. Em seguida foram realizadas
perguntas relativas a compreensão dos gestores sobre controles internos e
auditoria, bem como o contexto desses tópicos dentro da empresa, em
consonância com os objetivos específicos deste trabalho.
15

Os participantes da pesquisa foram todos os gestores da empresa a


nível de gerência e diretoria, todos atuam na empresa há mais de 3 anos. O
quadro a seguir apresenta a descrição do perfil dos entrevistados:

Quadro 2 – Relação de entrevistados


Tempo de
Cargo Sexo Idade Escolaridade
empresa
Superior
Diretor Executivo Masculino 58 22 anos
completo
Superior
Diretor Comercial Masculino 51 8 anos
completo
Gerente
Superior
Administrativo Feminino 30 10 anos
incompleto
Financeiro
Superior
Gerente de Suporte Feminino 46 21 anos
completo
Pós graduação
Gerente Comercial Feminino 28 5 anos
completa
Gerente de
Masculino 40 3 anos Pós graduação
Desenvolvimento
Gerente de Recursos Pós graduação
Feminino 28 3 anos
Humanos incompleta
Fonte: Elaborado pela autora (2023).

A empresa foi fundada em 2000 e atua no segmento de


desenvolvimento de softwares. O acesso a empresa decorreu da atuação da
autora deste trabalho acadêmico há 5 anos na empresa.
Além das entrevistas, foram utilizados dados gerenciais para
complementar a análise dos resultados. Os dados foram disponibilizados pelos
gestores da empresa em análise.
A coleta de dados foi encerrada quando as categorias que explicavam
o fenômeno estudado emergiram com consistência. Após a transcrição dos
diálogos, os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo, onde as
transcrições foram lidas para a definição de regularidades e disparidades entre
16

as falas. Não houve o auxílio de nenhum software para a análise dos dados. O
resultado dessa análise é apresentado no tópico seguinte.
17

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Essa seção traz a análise dos principais resultados do estudo.


Primeiramente foi apresentado o perfil da empresa e em seguida, foram
abordados os resultados referentes a entrevista aplicada, trazendo uma
apresentação dos benefícios e dificuldades encontradas na empresa, através da
visão dos seus gestores, como os objetivos específicos se propuseram.

4.1 Perfil da empresa

A empresa estudada é uma empresa familiar cearense, privada e


considerada de médio porte, segundo o critério de quantidade de colaboradores
do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Fundada no ano 2000, a partir da necessidade em atender à demanda
específica do mercado farmacêutico, atualmente atua nos 25 estados do Brasil
e no Distrito Federal, visando proporcionar às farmácias (varejo) e distribuidoras
de medicamentos (atacado), uma gestão segura e informatizada.
A empresa é setorizada da seguinte forma:
▪ Comercial e Implantação: responsável pela gestão comercial e
estratégica da empresa, bem como pela instalação, treinamentos
e acompanhamento dos novos clientes;
▪ Administrativo financeiro: responsável pelas contas a pagar e a
receber, englobando também marketing;
▪ Recursos humanos: responsável por admissão, demissão,
retenção, treinamentos, acompanhamento de colaboradores, etc.,
▪ Suporte técnico: responsável por auxiliar, tirar dúvidas e resolver
problemas técnicos dos sistemas junto aos clientes;
▪ Desenvolvimento: responsável pelo desenvolvimento e
homologação dos softwares de varejo e atacado.
Em termos de centralização, a tomada de decisão estratégica é
centralizada na alta gestão: Diretor Executivo e Diretor Comercial. Porém, cada
setor tem o seu responsável, que tem autonomia dentro de suas funções e para
com seus colaboradores.
18

Na entrevista foi perguntado a opinião dos gerentes a respeito de


quais seriam os principais benefícios da empresa, pelo fato dela ser considerada
familiar. A resposta em comum para a maioria dos entrevistados foi que a
dedicação das pessoas envolvidas é o principal benefício da mesma.

Em contra partida aos benefícios, foi perguntado quais seriam os


principais problemas da empresa. A falta de preparo profissional e o conflito de
atividades foram as respostas mais repetidas pelos entrevistados. A Gerente
Comercial e a Gerente de Suporte também acrescentaram que a lentidão para a
tomada de decisões estratégicas é um problema que ocorre devido a empresa
ser familiar, o que também pode ser percebido em um outro momento na fala do
Gerente de Desenvolvimento:

Os problemas são passados para a diretoria e a solução não vem a


contento. Demora muito e dá a impressão de que é “sentado em cima
do problema”. Não dão a importância devida ao problema.
(Gerente de Desenvolvimento)

4.2 Desafios para implementação de controles internos

A empresa em análise apresenta diversos desafios para a


implementação de controles internos. A partir da fala dos entrevistados,
observou-se que existe uma preocupação dos gerentes e diretores quanto a isso,
mas mesmo com a preocupação, ainda não existe essa cultura orientada a
processos e nada está sendo feito no momento para implementar, como se
observa na fala abaixo:

No geral a empresa se preocupa com os controles internos, mas essa


preocupação não faz com que as pessoas que devem monitorar,
treinar e supervisionar, façam isso.
(Gerente de Recursos Humanos)

Para a Gerente de Suporte, o que mais atrapalha a implementação de


controles internos na empresa é a falta de tempo e de foco. Os colaboradores
acabam se voltando muito para o processo operacional e o planejamento e
acompanhamento vai ficando em segundo plano.
Segundo o Diretor Executivo, outro fator que dificulta a
implementação desses controles é o fato de a contabilidade ser terceirizada e
19

existir pouca cobrança por parte da alta gestão da empresa. Além disso, mesmo
o setor financeiro sendo interno, falta disciplina das pessoas envolvidas no
processo.
Já para o Diretor Comercial, a falta de alinhamento estratégico entre
a alta gestão, e consequentemente, entre os gerentes, atrapalha na definição de
quais controles são prioridade. Essa falta de alinhamento faz com que na
percepção dos gerentes, a alta gestão não contribua para o desenvolvimento de
controles internos.
Na opinião de 5 dos 7 gestores entrevistados, o setor administrativo
financeiro é o que eles consideram de mais difícil implementação de controles
internos, e um dos motivos é a falta de capacitação da equipe. Conforme o
Diretor Comercial e o Gerente de Desenvolvimento, faltam pessoas qualificadas
para implementar controles e executar de forma correta. Corrobora também
outro gestor:

Faltam pessoas qualificadas e que consigam entender quais dados


financeiros precisam estar bem alimentados e estruturados para
auxiliar na tomada de decisões estratégicas.
(Gerente Comercial)

A partir disso, perguntamos para a Gerente Administrativo Financeiro


a respeito da existência de controles internos em algumas das principais
atividades do setor financeiro, e com base nas respostas percebe-se que existe
muita fragilidade nas operações do dia a dia:

• Cadastro de clientes:
Existe um fluxograma com o passo a fazer de como fazer o cadastro
de cliente e lançar os serviços. Essa atividade é realizada por uma
assistente, porém o processo não é auditado.

• Controle de caixa:

O caixa (fundo fixo) da empresa é controlado por uma única pessoa


através de anotações manuais em uma planilha do excel, que é
encaminhada para a gerente semanalmente junto com os recibos e
notas fiscais. No entanto, a pessoa que presta contas dos gastos é a
mesma que faz a conferência e posteriormente não ocorre uma
auditoria do processo.
20

• Controle da conta Corrente com a conciliação bancária:


Existe um processo manual de conciliação entre o sistema financeiro
com o extrato bancário, porém, acontece de forma manual.

• Contas a pagar:

As contas são lançadas no sistema financeiro, o envio da posição


financeira diária para os diretores é realizado através de uma planilha
que é preenchida manualmente.

• Contas a receber:

Os clientes da empresa pagam boletos mensais referente a


manutenção dos softwares. É lançado no sistema financeiro as doze
primeiras mensalidades, que após esse período deverá ser
reajustada. Mensalmente é retirado um relatório de aniversário no
sistema, informando quais clientes devem ser reajustados e as
próximas doze parceladas são lançadas manualmente. O controle
encontrado para evitar que um cliente deixe de ser faturado durante
esse processo, é o bloqueio automático do software do cliente caso
não haja boletos lançados no sistema. Isso fará com o que o cliente
entre em contato com uma empresa solicitando o desbloqueio, o que
gera um transtorno para o mesmo.

O setor financeiro trata com valores e dados sensíveis e sigilosos. Por


isso, na visão da Gerente de Recursos Humanos, não basta saber implementar,
tem que rodar o ciclo do PDCA. Ainda segundo a mesma, um fator que influencia
na baixa qualificação da equipe é a alta rotatividade de pessoal.

A rotatividade de pessoal ou turnover refere-se a relação entre as


admissões e os desligamentos de profissionais ocorridos de forma voluntária ou
involuntária, em um determinado período. Pode-se afirmar que a rotatividade de
pessoal influencia significativamente os processos e resultados das empresas,
pois é um aspecto muito importante na dinâmica organizacional (CHIAVENATO,
2010).
21

Apesar de não existir uma taxa de rotatividade ideal, especialistas


apontam que, para a empresa minimizar seus custos e garantir a produtividade,
o percentual de turnover deve ficar entre 5% e 10%. De acordo com planilhas e
documentos disponibilizados pelo setor de recursos humanos, em 2021 o
turnover da empresa em questão foi de 68%. Tudo isso contribui como causa
para um dos principais desafios encontrados, que foi a falta de capacitação da
equipe.

Além desse, outros dos principais desafios para implementação de


controles internos na empresa em questão foram: falta de conscientização das
lideranças, falta de processos e um modelo de gestão que permita e facilite a
implementação de controles internos. Segundo Attie (2011), o comportamento
dos administradores acerca da integridade e da permanente difusão da cura dos
controles internos é essencial para se obter eficientes e eficazes sistemas de
controle interno. Reforça-se ainda que a observação de que a eficiência do
sistema está diretamente ligada ao comprometimento da alta cúpula da
organização; são seus integrantes os maiores responsáveis pela fixação das
regras do jogo.

Esses desafios também ratificam a posição de que, mesmo sendo de


extrema utilidade para a organização, o controle interno deverá ser moldado ao
tipo de empresa em que é aplicado, até porque além de características
diferentes, tem-se também os vários ramos de negócios pertinentes e próprios
de cada organização, não podendo assim estabelecer um modelo padrão de
sistema de controle interno que possa ser utilizado por todas as empresas. 0
controle interno deverá ser adaptado as condições para que possa surtir os
efeitos desejados tornando-se, assim, uma ferramenta auxiliar no processo de
decisão dos seus gestores e não um custo excessivo e sem utilidade para a
organização.

4.3 Compreensão sobre auditoria

Com base na entrevista, foi possível perceber que os gestores da


empresa em questão têm uma noção do que é auditoria, mas não sabe fazer a
diferenciação da auditoria externa e da auditoria interna e não conseguiam ter
22

uma visão dos benefícios que uma auditoria interna poderia trazer para a
empresa.
Na estrutura organizacional da mesma, não existe a função de um
auditor interno e, após, apresentar os benefícios e o papel do auditor interno, os
gerentes acharam importante, mas relataram achar que não seria uma prioridade
para a alta gestão. No entanto, o Diretor Executivo disse:

Não conhecia o papel do auditor interno, mas o que vier para melhorar
nosso fluxo de trabalho é interessante. Se chegar um momento que a
gente identificar que uma vaga dessa é mais importante que algum
outro cargo que a gente esteja almejando... Realmente nunca imaginei
isso, mas seria ótimo ter.
(Diretor Executivo)

A empresa não possui sucessores sendo preparados, mas na visão


do Diretor Executivo, a sucessão que ele imagina é ter uma equipe profissional
administrando a empresa e os sócios formarem um conselho e receberem
apenas os dividendos.

Por isso e pela falta de controles internos, o setor financeiro é o que


mais precisaria de práticas de auditoria interna implementadas. Perguntado aos
gestores qual setor eles consideravam mais importante que se iniciasse as
práticas de auditoria interna, por unanimidade a resposta foi o financeiro, como
mostra as falas abaixo de dois dos entrevistados:

Sem dúvidas o setor financeiro. Pela falta de capacitação dos


profissionais, eles não têm como trazer a informação com dados
assertivos para a diretoria tomar decisões.
(Diretor Comercial)
Setor financeiro. No cenário atual é o que temos sentido mais
dificuldade em ter um resultado mais preciso. A falta do processo de
auditoria e acompanhamento está impactando no resultado da
empresa, deixando a empresa vulnerável na tomada de decisão.
(Gerente de Suporte)

Para finalizar a entrevista, foi perguntado aos gestores como eles


entendem que pode ser possível melhorar a eficiência da empresa, no que tange
aos controles internos. Abaixo segue uma síntese das respostas de cada um
dos entrevistados:
23

Quadro 3 – Síntese de respostas


Cargo Resposta

Diretor Executivo Com a contratação de um auditor interno.

Atual diretoria indo para um conselho e contratar


Diretor Comercial
diretores capacitados.

Gerente
Melhorar na contratação de pessoas e desenhar
Administrativo
processos que mitiguem os erros.
Financeiro
Ter uma educação cultural e ter um acompanhamento
dessas diretrizes do que e como deve ser feito. Ter um
Gerente de Suporte
auditor interno que possa contribuir e orientar para que
os controles existam e sejam feitos.

Retenção e atração de talentos. Pois apenas com


Gerente Comercial pessoas qualificadas é possível implementar controles
e fazer com que eles rodem.

Gerente de Implementação de processos e ter pessoas


Desenvolvimento qualificadas.

Definir os controles (se tem, rever), centralizar as


Gerente de Recursos
informações, treinar as pessoas e criar um ciclo de
Humanos
checagem.
Fonte: Elaborado pela autora (2023)

A partir das respostas acima, podemos identificar que os


entrevistados apresentaram uma percepção positiva sobre a contribuição da
auditoria interna para a melhoria da estrutura de controles internos e para a
melhoria do desempenho dos processos, embora ainda reconheçam falta de
preparação da equipe.
24

5 CONCLUSÃO

O alcance do objetivo da pesquisa, evidenciar a importância da


auditoria interna como ferramenta de gestão dentro de uma empresa familiar,
exigiu o levantamento, a discussão e a compreensão da percepção dos gestores,
bem como a comparação de sua percepção à teoria apresentada no referencial
teórico.
Em relação ao primeiro objetivo específico que era descrever a
percepção de gestores de uma empresa familiar sobre a implementação de
controles internos na gestão organizacional, o objetivo foi alcançado, uma vez
que foi possível compreender que os gestores reconhecem a importância dos
controles internos, mesmo que a empresa ainda não tenha essa prática
disseminada, e reconhecem também as suas dificuldades e limitações.
Considerando o segundo objetivo específico que era identificar as
dificuldades para a implementação de controles internos na gestão
organizacional de uma empresa familiar, este objetivo também foi alcançado. A
principal dificuldade encontrada foi a falta de pessoas qualificadas para
implementar e monitorar os controles, fator este que pode estar sendo
ocasionado pela alta rotatividade da equipe.
O terceiro objetivo específico que foi o de apresentar os principais
benefícios de se implementar auditoria interna nas empresas, também foi
alcançado. Foi apresentado os conceitos, benefícios e exemplos de como a
implementação da auditoria interna poderia auxiliar a gestão da empresa. Ao fim
da entrevista, os gestores demonstraram que realmente seria importante ter isso
dentro da empresa e o Diretor Executivo passou a considerar que a contratação
de um auditor interno realmente renderia bons frutos na atual situação da
empresa.
É difícil pensar em profissionalização de empresas familiares sem
alinhavar conceitos de implementação de sistemas de controle interno, eles
estão diretamente ligados a esta situação.
A contribuição deste estudo não se aplicaria apenas na empresa
estudada, mas também para às que desejam corrigir erros e falhas que ocorrem
intencionalmente ou não e até mesmo para as demais que não compreendem a
importância da auditoria interna para melhor desempenho e funcionamento da
25

mesma. Com o acesso à informação, é possível quebrar as barreiras de que


auditoria é uma prática de empresas de grande porte e/ou multinacionais.
Com o avanço da tecnologia e competitividade no mercado de
trabalho é de suma importância que as empresas visem aperfeiçoamento de
seus instrumentos para contribuir na melhoria dos controles internos através da
veracidade das informações contábeis.
Quanto as limitações da pesquisa, consideramos que a coleta de
dados poderia ter se expandido para os demais colaboradores que atuam
diretamente com as lideranças. O roteiro de entrevista também poderia ter
considerado a auditoria dos sistemas de informações e ter estimulado a
exemplificação de possíveis fraudes que tenham ocorrido e que poderia ser
evitada caso os controles internos fossem bem implementados.
Visando ampliar a base de conhecimento sobre a implementação de
auditoria interna em empresas de pequeno e médio porte, sugere-se a realização
de estudos futuros em empresas que investiram na contratação de auditores
internos para que seja possível comparar e eficácia dos seus resultados antes e
depois dessa implementação.
26

REFERÊNCIAS

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aspectos exploratórios do trabalho a partir de casa. Revista Temas de
Psicologia, v. 23, n. 2. Junho 2015. ISSN: 1413-389X

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ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 6ª ed. São Paulo: Atlas,


2011.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. 3 Ed. Rio de Janeiro: Elsevier,


2010.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos


humanos nas organizações. 4 ed. Barueri, SP: Manoel 2014.

CHERMAN, Bernardo. Auditoria: teoria e exercícios. Rio de Janeiro: Freitas


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CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. 7. ed. São


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Editora Atlas, 2013.

FRANCO, Adriana Aparecida Dellú; REIS, Jorge Augusto Gonçalves. O papel


da auditoria interna nas empresas. Disponível em:
<http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2004/trabalhos/inic/pdf/IC6-106.pdf>
Acesso em: 28 jan. 2022.

HARA, Caroline Lumi. Home Office e as Tecnologias de Acesso Remoto. São


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JARDIM, C. C.da S. O Teletrabalho e suas atuais modalidades. São Paulo:


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JUND, Sérgio. Auditoria Conceitos, Normas, Técnicas e Procedimentos. 7.


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LUNA, Roger Augusto. Home Office um novo modelo de negócio e uma


alternativa para os centros urbanos. Revista Pensar Gestão e Administração,
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MATIAS-PEREIRA, José. Manual de metodologia da pesquisa científica. São


Paulo: Atlas, 2007.

RUBIO, Alessandra Cristina; SILVA, Josiane Marcacini; GUIMARÃES, Thiago


Silva. Auditoria Interna e sua importância para as organizações. 2011.
27

Disponível em: https://fapan.edu.br/wp-


content/uploads/sites/14/2018/04/ed2/3.pdf. Acesso em: 29 jan 2022.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre, RS:


Bookman, 2001.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em


administração. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2007.
28

APENDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA

Sócio Econômico

1) Qual é o seu nome?


2) Qual seu sexo?
3) Quantos anos você tem?
4) Qual seu grau de escolaridade?
5) Qual curso você estuda ou estudou?
6) Há quantos anos você trabalha na empresa? 3 anos

Implementação de controles internos

7) Você considera a empresa preocupada com os controles internos? Por


quê?

8) Qual setor você acha mais difícil a implementação de controles internos?


Por quê?

9) Na sua opinião, o que mais atrapalha a implementação de controles


internos na empresa?

10) De que maneira você acha que a alta gestão (diretoria) contribui para o
desenvolvimento de controles internos?

Compreensão sobre auditoria

11) Você sabe qual a diferente da auditoria interna e externa?

12) Qual setor você considera mais importante que se inicie com práticas de
auditoria interna?

13) A empresa tem um setor ou funcionário de auditoria interna?


14) A empresa tem previsão na contratação de um funcionário de auditoria
interna?

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