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SEMINÁRIO PRESBITERIANO RENOVADO

CURSO POR EXTENSÃO:

PANORAMA DO ANTIGO TESTAMENTO

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IGREJA PRESBITERIANA RENOVADA DO BRASIL
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PANORAMA DO ANTIGO TESTAMENTO
Há um grande interesse pelo Antigo Testamento, milhões de pessoas
examinam suas páginas para descobrirem os primórdios do Judaísmo, do
Cristianismo, e do Islamismo. Outros são atraídos por sua excelente literatura.
Os eruditos estudavam o A.T. pela sua contribuição arqueológica, histórica,
geográfica e lingüística.
Nenhum outro livro, por mais antigo que seja, quando comparado ao
A.T., traz consigo tão grande atração e contribuição para o mundo.

TRÊS PENSAMENTOS BÁSICOS DO ANTIGO TESTAMENTO:


1. A Promessa de Deus à Abraão:
Na descendência de Abraão todas as nações seriam abençoadas. Deus
estabeleceu a nação hebraica com o propósito específico de fazê-la nação
messiânica para o mundo, isto é, nação por meio da qual um dia grandes
bênçãos viriam para todas as nações.
2. O Concerto de Deus com a nação hebraica:
Que, se eles O servissem fielmente, no meio de uma terra idólatra,
prosperariam como nação. Que, se O abandonassem para servir aos ídolos,
seriam destruídos como nação.
Todas as nações adoravam ídolos. Havia deuses por toda parte: deuses
do céu, deuses da terra, deuses do mar; deuses do país, deuses das cidades,
deuses do campo; deuses dos montes, deuses dos vales; deuses, deusas e
famílias de deuses.
O Antigo Testamento é a narrativa do esforço de Deus, através de
longas eras, por estabelecer, no meio das nações idólatras, a IDÉIA de que há
UM SÓ DEUS VIVO E VERDADEIRO no Universo, e isto fez ao edificar uma
NAÇÃO em torno desta ideia.
3. A promessa de Deus à Davi:
Que sua família reinaria para sempre sobre o povo de Deus.
Quando, por fim, a nação de Deus se tornou grande nação, Deus
escolheu uma família do meio desse povo, a família de Davi, e com esta
começou a realizar suas promessas, a saber, que dessa família haveria de vir

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um grande rei, que pessoalmente, viveria para sempre e estabeleceria um
reino universal que não teria fim.

TRÊS ETAPAS NA EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO DO ANTIGO TESTAMENTO:


1) A nação hebraica foi estabelecida para que, por ela, o mundo inteiro
fosse abençoado. A Nação Messiânica.
2) O meio pelo qual a bênção da nação hebraica se comunicaria ao
mundo seria através da família de Davi: A Família Messiânica.
3) O meio pelo qual a benção da Família de Davi se comunicaria ao
mundo seria através do grande Rei que nasceria dela: O Messias.
Assim sendo: ao estabelecer a nação hebraica, o objetivo FINAL de
Deus foi trazer Cristo ao mundo. O Objetivo IMEDIATO de Deus foi
estabelecer, no mundo idólatra, em preparação para a vinda de Cristo, a ideia
de há UM só Deus vivo e verdadeiro.

CRONOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO:


Para melhor compreender o A.T. dividiremos em duas partes principais:
Época Pré Abraãmica e a Época de Israel. Quanto à cronologia, usaremos as
do arcebispo USHER, calculadas em 1650 d.C., embora afirme que não haja
dados cronológicos para calcular com exatidão, nos dará uma ideia do período
dos diversos acontecimentos.
1) - ÉPOCA PRÉ – ABRAÃMICA:
Vai da criação de Adão até a chamada de Abraão, Gênesis Capitulo 1 ao
11, e tem a duração aproximada de 2.000 anos (4.000-2.000 a.C.).
PERÍODO ANTEDILUVIANO:
De Adão ao dilúvio, cerca de 1.656 anos (4.004-2348 a.C.), o relato
desse período encontra-se, em Gn. 1-6.
Local: Éden e suas proximidades, no vale do Eufrates.
Fatos importantes:
a) A criação do homem, Gn. 2:4-25;
b) A entrada do pecado no mundo, Gn. 3; 4:24;
c) A genealogia de Adão e Noé, Gn. 5:1-32;

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d) A corrupção no Velho Mundo, Gn. 6;
e) O dilúvio, castigo de Deus, Gn. 6-9.
Neste período, os homens tinham longevidade, e isso pode ser
explicado pelos seguintes fatores:
 O pecado é responsável pelas enfermidades. Neste período estava
começando a causar danos;
 A maldição lançada sobre a terra também estava iniciando;
 As condições climáticas também eram outras;
 A terra possuía capacidade superior para produzir alimentos;
 Era necessário o povoamento da terra;
 Deus teve misericórdia da raça humana insipiente (Tola Néscia).
DO DILÚVIO A ABRAÃO:
Relato: Gn. 9:20 à 12:05.
Duração: de 2.348 a 1.921 a.C. - 427 anos.
Local: A arca de Noé repousou num dos montes da cordilheira do
Ararate, perto da cabeceira do Eufrates, mas depois do dilúvio, Noé retornou à
Sinar, mas tarde chamada Babilônia (Gn. 11:2), sua terra primitiva.
Fatos importantes:
- Profecia de Noé acerca do futuro das três raças-troncos da
humanidade: Semitas, Camitas e Jafetistas. Os Jefetistas seriam
engrandecidos. Esta profecia tem se cumprido espantosamente no decorrer
dos séculos.
- A dispersão das raças provocada pela confusão de línguas (Gn. 11:4).
Ninrode, figura da besta apocalíptica, Ap. 19:19, constituiu uma federação de
cidades reinos, e em consequência formou uma cidade onde sairia uma torre
cujo o cume “tocaria o céu”, Gn. 11:4,8.
- Na dispersão, os descendentes de Noé se espalharam por toda a
terra, cumprindo assim a vontade de Deus.
- Os Semitas fixaram-se nos vales do Tigre e Eufrates, e em regiões
próximas ao leste da Ásia.
- Civilizações semitas: Os Elamitas, os Assírios, os Caldeus, os
Arameus (sírios), os Árabes e os Hebreus.

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- Os Camitas ocuparam a Arábia Meridional, o leste do Mediterrâneo, o
sul do Eufrates e o leste da Ásia. Ocuparam também a África.
- Civilizações camitas: os egípcios, os babilônicos, os tumênios (Ásia
Central), os Sumérios, os Nitânicos, os Hititas, os Amorreus e os Hindus
(primitivos). A maior parte dos povos da Ásia Central, é camita. Das
civilizações camitas, só o Japão, quase que totalmente absorvido pela
influência e cultura ocidental e o Egito, que de acordo com Ez.29, jamais será
uma potência, tem algum destaque.
- Os Jafetistas: de acordo com as profecias de Noé, Jafé seria
engrandecido. Os Jafetistas povoaram a Europa e são atualmente os
detentores da cultura mundial.
Civilizações Jafetistas: Os russos, os gregos, os romanos, os alemães, os
holandeses, os suecos, os americanos e etc.

2) - ÉPOCA DE ISRAEL:
Israel é o centro da história bíblica. A história bíblica de Israel se divide em 9
períodos, que estudaremos a seguir. Vai da chamada de Abraão, até o
advento de Cristo (2.000 a 5 a.C.), num período de 2.000 anos, Gn. 12 à Ml. 4.
PERÍODO PATRIARCAL:
Relato: Gn. 12 à 50.
Duração: 1921 à 1635 a.C., ano da morte de José, 286 anos.
Local: Terra de Canaã.
Fatos Importantes:
 - Aliança de Deus com Abraão, Gn. 15:17 à 17:27;
 - O livramento de Ló, Gn. 19:19-38;
 - A ida de Israel para o Egito, Gn. 46:6.
ISRAEL NO EGITO:
Relato: Gn. 46 a Êx. 12.
Duração: 1665 a 1491 a.C. Da morte de José ao Êxodo.
Local: terra de Gósen no Egito, Gn. 46:34. Terra fértil, nas proximidades
do delta do Nilo.
Fatos Importantes:

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 A dureza de coração, do Faraó. Êx. 7:14 e 11:10;
 As pragas, Êx. 7: 19 à 12: 29;
 A instituição da Páscoa, Êx. 12:1-28;
 A partida do Egito, Êx. 12:51.
 No tempo certo Deus tirou o Seu povo do Egito, usando o
Ministério de Moisés, homem que Ele de antemão preparou no
deserto por 40 anos. Dos seus 120 anos, Moisés viveu 40 anos
na Corte de Faraó, recebendo instrução universitária (At. 7:22),
40 anos no deserto sendo preparado por Deus e 40 anos
conduzindo o povo de Israel à Terra Prometida.
ISRAEL NO DESERTO:
Relato: Êx. 13:17 a Nm. 22:1.
Duração: de 1491 a 1451 (40 anos).
Local: Deserto da Arábia até Sitin, nas planícies de Moabe Js. 9:1
Fatos Importantes:
 Formação da nação de Israel. Êx. 13:8-17;
 A promulgação da lei, Êx. 20;
 A construção do tabernáculo, Êx. 25 à 31:11.
 Israel peregrinou 40 anos no deserto, para que nesse tempo
morresse os murmuradores que tentaram ao Senhor, Nm. 14: 26-
35; 26:63-65. Deus decretou que todos os Judeus de 20 anos
acima morreriam no deserto; não entrariam na Terra Prometida,
Nm. 32:8-15.
 38 anos estiveram dando voltas. Três meses após a saída do
Egito e por 11 meses, os israelitas estiveram no Sinai, Êx. 19:1.
Após 38 anos Israel chega ao mesmo lugar, sem ter encontrado
a Terra Santa. O período termina com a morte de Moisés e com
Israel acampado nos campos de Moabe, a leste do Jordão, ao
norte do Mar Morto, Nm. 33:49.
A CONQUISTA DE CANAÃ:
Relato: Js. 1:22-34;
Duração: de 1451 a 1444 (7 anos).

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Local: Canaã. Gilgal foi base de operações de Israel durante a conquista.
Fatos Importantes:
 A missão dos espias, Js. 2:1- 24;
 A travessia do Jordão, Js. 3:14 - 4:19;
 Primeira etapa. Jerico e Ai, Js. 6:1-8; 8:1-29;
 Segunda etapa. A campinas do sul, Js. 9:1-10; 10:40-43;
 Terceira etapa. A campinas do norte, Js. 11: 1-14;
 A divisão do território, Js. 13 ao 22:34.
 A Terra de Canaã estava sob um aspecto moral baixíssimo. Ali se
adorava a vários deuses. Deus determina que Israel destruísse
os cananeus, com o fim de preservar o povo da idolatria e das
práticas vergonhosas daquele povo. Para os israelitas Canaã não
se tornou a “Terra que emana leite e mel”, devido ao fato de não
tê-la conquistado totalmente.
OS JUÍZES:
Relato: Jz. à I Sm. 12; Duração: de 1424 a 1095 (329 anos).
Local: Siló (centro religioso desse período).
Fatos Importantes:
 A infidelidade dos israelitas (Jz. 2:11-15);
 A instituição dos Juizes (Jz. 2:16);
 Pela desobediência, Israel passou a ser severamente castigado
por Deus. A Terra que iria emanar “leite e mel”, passou a emanar
sangue. Os Juizes que seriam levantados para interceder pelo
povo de Deus, o foram para livrar os israelitas dos ladrões e
opressores (Jz. 2:18);
 O período dos Juizes foi marcado por anarquistas, guerras civis,
invasões estrangeiras e opressores, onde cada um fazia o que
parecia certo aos seus olhos (Jz. 21:25). O maior líder espiritual
desse período foi Samuel, sendo juiz (I Sm. 7: 15), sacerdote (I
Sm. 7: 9) e profeta (I Sm. 3:20).
MONARQUIA:
Relato: I Sm. 9 à I Rs. 12;

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Duração: de 1057 a 975 (82 anos);
Local: Jerusalém;
Fatos Importantes:
 A construção do templo (I Rs. 6:38) por Salomão;
 Largo domínio (I Rs. 4:24) do Eufrates à Gaza. Ainda não foi o
que Deus prometeu a Abraão (Gn. 15;18), pois terá o pleno
cumprimento no milênio;
 A divisão do Reino (I Rs. 11:11-12);
 Reinado (I Rs. 12);
 Duração: 975 a 606 (369 anos).

PENTATEUCO:

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O PENTATEUCO = (cinco rolos ou livros) ou Torá é composto pelos cinco
primeiros livros da Bíblia. A Torá ou Pentateuco foi a primeira parte da
Revelação escrita, considerada por muitos anos a Bíblia dos hebreus, foi
suporte para gerações que serviram ao Senhor em um passado bem distante.
Esta parte da Bíblia foi o norte para a nação de Israel durante toda a sua
caminhada antes do nascimento de Jesus. Suas orientações ajudaram Israel a
cultuar a Deus, a viver em sociedade e também a conviver com outros povos.
Os princípios norteadores apresentados no Pentateuco ganham um significado
especial no Novo Testamento, dentro do novo projeto de Deus que foi formar
um organismo muito maior que a nação de Israel, a igreja. Veja o primeiro livro
do pentateuco, o Gênesis, ou livro do começo.

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GÊNESIS
INTRODUÇÃO:
O começo do mundo, do homem e da nação hebraica. A criação – o
dilúvio – Abraão – Jacó – José.
AUTORIA:
Os fatos do final do livro ocorreram 300 anos antes dos dias de Moisés.
Este somente poderia ter recebido as informações por divina revelação de
Deus, ou mediante registros históricos recebidos dos seus ancestrais.
DATA:
Indefinida.
DIVISÃO DO LIVRO:
O livro de Gênesis narra os dois primeiros períodos da história bíblica.
Da criação a Abraão (Gn. 1 à 11).
O tempo abrangido por este período é cerca de 2.000 a.C.
Neste longo período, consideramos cinco grandes acontecimentos:
 A criação, Gn. 1 e 2;  O dilúvio, Gn. 6 à 9;
 A queda do homem, Gn. 3 e 4;  A confusão das línguas, Gn.
 A primeira civilização, Gn. 4 e 5; 11.
A CRIAÇÃO:
Gn. 1 e 2 – Moisés narra a criação de todas as coisas num breve capítulo
de trinta e um versículos, adicionando no segundo capítulo uma narração
suplementar da criação do homem e da mulher.
Deus criou os céus e a terra. “No princípio criou Deus os céus e a terra”.
Palavra simples, mas sublime. Estas palavras resolvem um dos mais difíceis
problemas, a origem da matéria e da vida, e esclarece a relação de Deus para
com o Universo.
O grande arquiteto do Universo completou em seis dias Sua obra da
criação, e descansou no sétimo dia.
As fases da atividade criadora:
1.º dia: A luz foi criada; 5.º dia: As aves e os répteis;
2.º dia: O firmamento; 6.º dia: Os seres viventes;
3.º dia: Os mares e a terra firme; 7.º dia: Deus descansou de todo o
4.º dia: O sol, a lua e as estrelas; seu trabalho.

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A QUEDA – GN. 3
Não temos meios de saber quanto tempo o primeiro homem e a primeira
mulher ficaram em inocência. A narrativa nos leva rapidamente a sua queda e
ao pecado.
PROIBIÇÃO:
Mas do fruto da árvore que está no meio do Jardim, disse Deus: “Não
comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais”. (Gn. 3:3).
TENTAÇÃO:
 A possiblidade de tentação. A árvore da ciência do bem e do mal
foi posta no jardim a fim de que o homem fosse experimentado e
aprendesse a servir a Deus por sua livre vontade.
 O autor da tentação. A serpente representa “o diabo” e é também
um seu agente. Ela vem e diz: “Certamente não morrereis.
Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão
os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem o mal”.
(Gn. 3:4,5).
 A sutileza da tentação. A serpente conseguiu pôr uma dúvida na
mente de Eva.
 Êxito da tentação. Adão e Eva desobedeceram à Deus e
tornaram-se conscientes da culpa. “E viu a mulher que aquela

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árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore
desejável para dar o entendimento tomou do seu fruto, e comeu,
e deu também a seu marido, e ele comeu com ela”. (Gn. 3:6).
O PRIMEIRO JUÍZO:
 Sobre a serpente: degradação.
 Sobre a mulher: dor e submissão ao homem, “Multiplicarei
grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e
o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.”;
 Sobre o homem: trabalho árduo até sua morte, num solo cheio
de espinhos;
 Sobre o homem e seus descendentes: exclusão da árvore da
vida no paraíso de Deus.
A PRIMEIRA ANUNCIAÇÃO DA PROMESSA:
Antes de Deus expulsar o casal culpado do Jardim, Ele
misericordiosamente fez-lhe uma promessa de redenção. “ E porei inimizade
entre ti a mulher e entre a tua semente e a sua semente” (Gn. 3:15). Isto quer
dizer que haverá uma luta entre o homem e o poder que causou a sua queda.
“Esta te ferirá a cabeça” o homem será vitorioso por meio de seu
representante, o Filho do Homem, e está vitória será por meio da morte da
semente da mulher, Cristo (Mt 1: 21; I Jo 3:8). A redenção é figurada, quando o
Senhor imolou a vitima do primeiro sacrifício, para poder vestir os primeiros
culpados, um quadro da cobertura de uma consciência culpada, por meio de
um sacrifício de sangue.
A PRIMEIRA CIVILIZAÇÃO:
O pecado que parecia algo insignificante no Jardim, começou a
corromper, e manifestar sua face verdadeira. A história de Caim e Abel ilustra
o crescimento do pecado. Caim tornou-se um assassino, Porque sua oferta foi
rejeitada, enquanto a de seu irmão foi aceita. Caim tomou-se de inveja,
levantou-se contra seu irmão, e o matou.
 A história de Caim mostra como o pecado tornou-se hereditário, e
conduziu ao primeiro homicídio (I Jo. 3:12).

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 . a História de Abel ensina-nos como aqueles que participam da culpa e
do pecado de Adão, podem ser aceitos na presença de Deus, por meio
de uma oferenda de sacrifício expiatório.
 . A primeira civilização. Caim tornou-se fundador de uma civilização que
inclui uma cidade, agrícola, manufaturas e artes (Gn. 4:19-24). O caráter
da mesma foi marcado pela violação da lei do matrimonio e pelo espirito
de violência (Gn 4: 19-24).
 O nascimento de Sete. Abel morreu. Caim foi rejeitado; a promessa de
redenção passou ao terceiro filho da Adão, Sete (Gn. 4: 25-26).
O DILUVIO. (Gn 5-9)
Havia agora duas classes de homens no mundo, os ímpios Caimitas, e
os piedosos Setistas (Gn 4:25-26). A linhagem escolhida de Sete perdeu sua
separação e uniu-se pelo matrimonio com os Caimitas. Resultado: um estado
de impiedade na terra, que exigia o juízo de Deus. Dos descendentes de Sete
somente a família de Noé permaneceu fiel a Deus. Noé tornou-se o escolhido
por meio de quem a promessa de redenção continuou o seu curso até o seu
cumprimento (Gn 5: 29; 6:8). Deus destruiu o mundo pelo dilúvio e começou
uma nova raça com a família de Noé. Prometeu que a terra nunca mais
tornaria a ser destruída por um diluvio e pôs o arco íris como sinal deste pacto.
Mais tarde Noé predisse o futuro de seus três filhos, Sem, Cam e Jafé
(Gn 9: 18-27) e apontou Sem como a semente escolhida pela qual Deus
abençoará o mundo.
DISPERSÃO DAS NAÇÕES (Gn. 10 e 11):
As profecias concernentes aos filhos de Noé cumpriram-se
maravilhosamente. Quanto a descendência de Cam, “Maldito seja Canaã
(Cam)” (Gn 9:25), os Egípcios foram castigados com diversas pragas; a terra
de Canaã foi entregue por Deus 800 anos mais tarde aos israelitas sob Josué,
que destruí muitos e obrigou o resto a fugir, alguns para a África e outros para
vários países.
Com respeito a Jaféte, “alargue Deus a Jaféte”, cumpriu-se no extenso e
vasto território possuído por ele, todas as ilhas e países do oeste; e depois

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quando os gregos, e depois os romanos, subjugaram a Ásia e a África, eles
então ocuparam as moradas de Sem e de Canaã.
Com respeito a Sem, “Bendito seja o Senhor Deus de Sem”, dele surgiria
o Messias; e a adoração do verdadeiro Deus seria preservada entre a sua
descendência sendo os judeus a posteridade de Sem.
Depois do diluvio os descendentes de Noé, liderados por Nimrode (Gn
10:8-10), levantaram-se em rebelião contra Deus, e como manifestação disso
erigiram a Torre de babel. Deus destruiu esse plano, confundindo a sua língua,
e espalhando-os por entre diversos países.
(ABRAÃO) (GN 11: 26 AO CAPÍTULO 25):
È interessante observar que nos primeiros 11 capítulos de Gênesis
abrangem mais ou menos 2000 anos, espaço quase igual ao de todo o resto
da Bíblia. Surge após 2000 anos de história, vindo da descendência de Sem,
Abraão, o “Pai dos que creem”, e ele desempenha um papel importantíssimo
na redenção. A promessa de Gênesis 3: 15, passa para Abraão. Deus o
separa de seu ambiente pagão, e além de promessas pessoais, lhe fez
promessas nacionais e universais (Gn 12: 1-3).
 Que lhe seria dada uma terra (Canaã).
 Que seria o pai de uma nação (Israel).
 Que por meio dessa nação, todas as nações seriam abençoadas.
O redentor prometido viria de uma nação descendente de Abraão.
A vida de Abraão revela que Ele foi um homem de fé, pois isso é
demonstrado desde a época em que foi chamado, até quando foi ordenado o
sacrifício de seu filho Isaque. Sua vida é uma ilustração do tipo de pessoa que
receberia a benção prometida em Gn 12: 3 “...e em ti serão benditas todas as
famílias da terra”.
ISAQUE. (GN CAPS 17 À 35):
Nasceram dois filhos a Abraão, Ismael e Isaque. Isaque foi escolhido
como herdeiro da promessa, sua vida foi quieta e sossegada, e marcado como
um homem de fé, como foi seu pai. A obediência de seu pai Abraão descrita
em Gn 26: 5, redundou em bênçãos sobre a vida de seu filho, pois Deus
renova a promessa em Gn 26: 4.

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Fatos referentes à Isaque:
 Fruto de uma promessa a Abraão e a Sara (Gn 15: 4; 17:19).
 Amarrado sobre um altar de sacrifício (Gn 22:9).
 Abraão escolhe uma esposa para ele (Gn 24).
 Deus renova o pacto feito com seu pai (Gn 26:2-5)
 Enganado por seu filho Jacó (Gn 27:18)
 Sua Morte (Gn 35:29)
JACÓ (GN 25 A 35):
Nasceram a Isaque dois filhos, Esaú e Jacó. Esaú foi rejeitado e Jacó foi
escolhido como portador da benção (Gn 25:23). O caráter desses dois filhos
revela-se pela atitude ante essa promessa (Gn 25:29-34).
Acontecimentos importantes da vida de Jacó:
 Comprou a primogenitura de seus irmão (Gn 25:33)
 Enganou seu pai (Gn 27: 18-27).
 Fugiu para Padã-Arã (Gn 27:43 à 28:5).
 A visão (sonho) e a promessa (Gn 28:10-17).
 Suas transações com Labão (Gn 31).
 A luta com um anjo (Gn 32:24).
 A reconciliação com Esaú (Gn 33).
 A sua ida ao egito e encontro com seu filho José (Gn 46).
 Sua morte e sepultamento (Gn 49: 33 à 50:13).
Jacó é o verdadeiro pai do povo escolhido, porque nasceram-lhe 12
filhos, os quais se tornaram os cabeças das 12 tribos. Ele tinha consigo a
combinação da esperteza para os negócios e o desejo do conhecimento de
Deus.
JOSÉ (GN 37 À 50):
A história de José, um jovem de 17 anos, o favorito de seu pai, Jacó
(Israel), desta forma, despertando a inveja dos outros filhos. José foi favorecido
por Deus, que lhe revelou por sonhos que Ele reinaria sobre os outros
membros da sua família. Isso enfureceu seus irmãos que o venderam para o
Egito, onde depois de muitas adversidades, tentações e anos de espera para
cumprir a promessa, foi elevado a vice-governador da terra do Egito. José teve

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a oportunidade de alimentar a sua família durante a fome, e coloca-la num
território onde pudesse tornar-se uma grande nação, e passar por diversas
experiências, até que o SENHOR conduzisse à conquista da terra prometida
(Gn 45:7-8 e 50:20).
Resumo da vida de José:
 Amado por seu Pai Jacó (Israel) (Gn 37:3)
 Invejado por seus irmãos (Gn 37: 4).
 Vendido aos Ismaelitas (Gn 37:18-36).
 Favorecido pelo seu senhor (Gn 39:1-6).
 Abençoado pelo seu Deus (Gn 39:5).
 Tentado pela esposa de seu senhor (Gn 30:7-19).
 Encarcerado por Potifar (Gn 39:20 à 41:13).
 Elevado por Faraó (Gn 41:1-44).
 Não reconhecido, por seus irmãos no primeiro encontro (Gn 42:7 à
44:34).
 Revelado à seus irmãos no segundo encontro (Gn 45:1-15).
 Reunido a seu pai Jacó (Israel).
 Sua Morte (Gn 50:22-26).

ÊXODO
INTRODUÇÃO:
Os acontecimentos registrados em êxodo abrangem um período de 216
anos, cerca de 1706 a 1490 antes de Cristo. Começa com um povo
escravizado habitando na presença da idolatria egípcia, e encerra com o povo
redimido habitando na presença de Deus.
I. O NOME DO LIVRO
 Na LXX (Septuaginta) o nome “Êxodo”, (saída).
 Na Vulgata Latina, “Êxodus”, (saída).
 Na Bíblia o nome é SHEMOTH (“os nomes dos”) derivado das primeiras
palavras do livro (Êx 1:1), convém observar a conjunção “e” (Êx. 1:6)
que mostra ser uma continuação do livro de Gênesis. A conjunção “e”
aparece no original.

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II. TEMA DO LIVRO:
Enquanto no livro de Gênesis lemos acerca do princípio da redenção.
No livro de Êxodo lemos acerca da marcha da redenção. Em Gênesis esta
redenção é feita através de indivíduos; em Êxodo é através de uma nação
(Israel).
III. AUTORIA:
Moisés
IV. DATA:
Cerca de 1556 a.C.
V. PROPÓSITO DO LIVRO:
Descreve à libertação do povo, o recebimento da lei no monte Sinai, e
os atos de Deus na preparação de uma nação singular, particular,
mostrando três momentos distintos e especiais na vida do povo:
 Redenção (Êx.. 12), Uma redenção através do sangue, pois foram
salvos pelo sangue, amparados pelo sangue e tendo acesso à Deus
pelo sangue.
 Revelação (Êx. 19), quando a nação foi salva e necessitou de uma
revelação de Deus, para orienta-la na conduta e na adoração, Deus lhes
deu a lei.
 Adoração (Êx. 40), quando através da santidade da lei foram
convencidos de seus pecados, sentem a necessidade de purificação,
Deus lhes prove o os sacrifícios. E quando sentem a necessidade de
culto Aquele que se revelou, Deus prove o tabernáculo e estabelece um
sacerdócio.
VI. O TABERNÁCULO (Êx. 25:40):
O tabernáculo era o centro de vida pessoal, social, politica e religiosa
dos Judeus no deserto, durante sua peregrinação em direção à Terra
Prometida; foi também nos primeiros séculos após a sua chegada a Canaã.
Mais tarde foi construído o templo em Jerusalém, que em muitos aspectos era
semelhante ao tabernáculo. O modelo do tabernáculo foi dado a Moisés no
monte (Êx. 25 à 27), em virtude de o mesmo ser figura e sombra das coisas
celestes ( Hb. 8 : 5). O tabernáculo no deserto foi um tipo, uma sombra da

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pessoa de Jesus Cristo (Hb 8:1-2). Cada detalhe do tabernáculo apontava
aspectos da Pessoa e Ministério do nosso Salvador, Ele é a realidade da
redenção, da qual o tabernáculo é figura e sombra.
Diz-se que Gn. 3:15 é o primeiro Evangelho. “O descendente da mulher
esmagará a sua cabeça,... (NTLV)”. A primeira promessa a respeito da
redenção.
VERDADES COMUNICADAS ATRAVÉS DO TABERNÁCULO:
O Povo saiu do Egito e estavam peregrinando no deserto, preparando-
se para entrar em Canaã. Eles Precisavam aprender muito sobre suas leis
civis, orientação quanto à propriedade, conduta moral, relacionamento com
outros povos, fundamentos da religião, etc.
O tabernáculo, cuja construção foi determinada por Deus foi a base para
toda esta aprendizagem e do desenvolvimento espiritual do povo. Era o lugar
onde as grandes verdades de Deus foram aprendidas pelo povo. Os
fundamentos da fé estavam sendo lançados, e era no tabernáculo através do
culto que elas seriam compreendidas.
 O tabernáculo tornava evidente que Deus habitava no meio deles (Êx.
25:8).
 A presença de Deus no meio deles despertava o desejo de santificação,
adoração e gratidão.
 Eram dominados pelo sentimento de profunda confiança, nada
precisavam temer, se tivessem a certeza de que Deus habitava no meio
deles.
 O tabernáculo era um meio definido para os Israelitas buscarem a Deus.
Precisavam estar sempre em comunhão com Deus. Em virtude da
fraqueza humana, esta comunhão poderia ser quebrada, por causa do pecado.
Era necessário haver a possibilidade de restabelecimento da comunhão.
Quando um israelita cometia uma falta que roubasse a comunhão, ele deveria
trazer ao tabernáculo um animal (Novilho, bode, rola ou pomba), cuja a vida
era oferecida por sua culpa. Desta forma a comunhão com Deus era
restabelecida.

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O tabernáculo para o israelita era a esperança de restabelecimento da
comunhão. É bom lembrar que o tabernáculo era sombra e figura. Cristo é a
realidade cuja sombra foi projetada sobre Israel (Hb 8:5).
Deus veio, e na pessoa de Jesus Cristo habitou entre os homens. Aquilo
que estava figurado no tabernáculo tornou-se realidade em Jesus ( Jo. 1 : 14),
nesse texto, a palavra habitou é a tradução de uma forma do verso grego
Skenõ, que significa em uma tenda, acampar, tabernácular..
Ver e analisar essas verdades da obra de Cristo.
 Jesus é a certeza de que Deus habita conosco. (Mt 1:23)
 Ele é o meio pelo qual podemos chegar à Deus. (I Tm 2:5)
 Nele temos absoluta certeza de que podemos restabelecer a nossa
comunhão com Deus ( I Jo. 1:7-9).
 Nele temos certeza de vida eterna, tudo preparado por Deus (II Cor 5:1)
TABERNÁCULO ou TENDA (Êx. 25:1-9):
A tenda era uma armação de madeira coberta de peles. Dividia-se em
duas partes: O lugar santo e o santo dos santos . No santo dos santos, o sumo
sacerdote uma vez por ano poderia entrar. Dentro era guardado o que havia de
mais sagrado, A arca da Aliança. No lugar santo estavam os três móveis:
Mesa dos pães da proposição, Altar do incenso e Candelabro. A separação do
lugar santo, do santo dos santos, era feita por uma cortina chamada véu.
Ao entrar na tenda e no lugar santo, verificava-se que as tábuas da
parede eram revestidas de ouro. Todos os móveis eram em ouro. A cortina
pesada que estava na porta, chamava-se reposteiro, era trabalhada em
linho fino e cores vivas, Recobria todo o interior e inclusive e teto.

Imagem 3:

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CORTINAS INTERNAS DA TENDA (Êx. 26:1-6):
É bom lembrar que o tabernáculo era figura e sombra, e que Jesus
Cristo é a realidade. Temos um exemplo nas cortinas da tenda, nas quais o
caráter de Jesus estava simbolizando, eram cortinas de lindo retorcido, estofo
azul, púrpura e carmesim.
 O linho retorcido é símbolo da justiça (Ap 19:8). As cortinas que formam
o interior da tenda, o véu que separa o santo dos santos, o reposteiro da
entrada da tenda e o reposteiro do portão do pátio. As roupas dos
sacerdotes eram confeccionadas de linho retorcido. Este material, falava
da justiça de Deus, “justo e perfeito”. Apontando para aquele que
haveria de vir e Ter uma natureza perfeita, Jesus Cristo. Nas cortinas de
linho havia estofos de azul, púrpura e carmesim. Não se tem certeza de
como essas cores eram empregadas. É provável que fossem fios
tingidos, entremeados, urdidos, no linho branco formando bordados
muito bonitos.
 Azul é a cor celestial. É símbolo do céu, fala da natureza de Jesus. Ele é
o homem do céu, de natureza celestial.
 Os fios azuis entremeados ao linho falam do mistério das duas
naturezas de Cristo. Foi gerado por um ato direto do céu, todavia era
homem. É o Deus-homem.
 Os fios de púrpura entrelaçados na cortina, era um tecido caríssimo
usado somente pelos ricos. Era um tecido de propriedade do rei. Por
isso tornou-se símbolo da realeza. Jesus é o Rei dos Reis.
 Carmesim era obtido mediante o esmagamento de um molusco.
Símbolo de sofrimento. Os fios de carmesim nas cortinas falavam do
sofrimento de Jesus. No entrelaçamento dos fios: Azul, púrpura e
carmesim esta figurado o mistério dos atributos de Jesus Cristo. Ele é
uma só pessoa com duas naturezas: Humana e divina. É Rei, mas o
caminho que seguiu até chegar ao trono foi a cruz. Vemos então um
paradoxo: Glória e humilhação, realeza e sofrimento.

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CORTINAS EXTERNAS (Êx 26:7;14):
As cortinas externas eram bem diferentes das internas. Eram feitas de
pelos de cabras, peles de carneiro e de peles de texugo. Eram bem rústicos,
contrastando com a beleza interior. Pode-se fazer um paralelo entre Jesus
Cristo e o tabernáculo. Em Isaias 53:2-14 vemos que, embora a pessoa de
Jesus Cristo receba toda beleza espiritual que conhecemos, Isaías descreve
como desfigurado. Assim o tabernáculo, com tanta beleza interior e exterior, é
tão rústico.

LUGAR SANTO DOS SANTOS

Imagem 4:
ARCA E PROPICIATÓRIO (Êx. 25: 10-22): A arca estava localizada no
santo dos santos. Era uma caixa de madeira de acácia, com 115cm de
comprimento, por 70cm de altura e largura. Revestida de ouro por dentro e por
fora. Era o móvel mais importante do tabernáculo. Estava na parte mais
sagrada da tenda, e continha as tábuas da lei. Mais tarde foram colocados
mais duas coisas na arca, um vaso de ouro contendo maná e a vara de Arão.
A arca era coberta pelo propiciatório (tipo da tampa que servia de cobertura
para a arca, com dois querubins fundidos nela). O propiciatório é chamado “A
Sede da Misericórdia”. É sobre essa peça que o sumo sacerdote aspergia o
sangue no dia da expiação. Esta reunião solene do povo era feita uma vez por
ano. A expiação era feita pelo sumo sacerdote que tomava dois bodes,
impunha as mãos sobre um deles e confessava as culpas do povo. Este bode
era enviado ao deserto. O outro era morto. Ao matá-lo, colhia-se o sangue e
dirigia-se para o altar do incenso no interior da tenda, onde apanhava um
incensário, entreva no santo dos santos, coberto da fumaça produzida pelo

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incenso queimado, ele aproximava-se da arca, aspergia o sangue sobre o
propiciatório. Então se manifestava a misericórdia de Deus.
As duas tábuas da lei dentro da Arca simbolizavam a santidade de
Deus. Isto requer santidade do homem. Este por sua vez não consegue
responder a essa exigência divina. Sendo assim o encontro entre Deus Santo
e homem pecador, só é possível através da expiação, que significa cobrir ou
purificar a ofensa. A expiação tem que ser feita com sangue, dum substituto.
Quando o sangue era apresentado ao Senhor ficava certo que uma vida tinha
padecido em lugar do pecador. O propiciatório fala do calvário, onde o sangue
das vítimas perfeitas era apresentado a Deus. Como evidência de que uma
vida foi tirada em lugar dos pecadores. É suficiente para todos os pecadores e
para sempre foi um sacrifício perfeito. O propiciatório é a figura do calvário; no
propiciatório o sumo sacerdote apresentava o sangue de um animal para
expiar o pecado do povo. No calvário, Jesus apresenta o seu sangue e faz
expiação por toda a humanidade.
LUGAR SANTO:

Imagem 5:
MESA DOS PÃES DA PROPOSIÇÃO (Êx. 25:23-30):
Era uma mesa de madeira de Acácia, revestida de ouro. Media 90cm de
comprimento, por 45cm de largura e 70 cm de altura. Localizada no lugar
santo, à direita de quem entrava na tenda. Sobre a mesa colocava-se os 12
pães da proposição para ficarem diante do Senhor. Eram os pães da presença.
Eram colocados em 2 fileiras e ficavam 7 dias sobre a mesa e após e após
eram comidos pelos sacerdotes. Cada Sábado eram substituídos.
Continuamente haveriam 12 pães diante do Senhor e sobre eles eram
colocados pequenos vasos, de ouro com incenso puro, que era queimado ao

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tirarem os pães. Os pães representavam 12 tribos de Israel, que à semelhança
dos pães estavam na presença do Senhor. O incenso simboliza a inteira
consagração de Israel ao Senhor. Tudo era figura e Jesus é a realidade. Desta
forma o Senhor Jesus quer nossa vida como um sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, Rm 12:1.
Aqueles pães pertenciam a Deus, quando os sacerdotes os comiam,
significa que Deus alimenta e sustenta aqueles que trabalham para Ele. É
necessário que os servos de Deus se alimentem de sua graça para realizarem
a obra ministerial. Os sacerdotes tinham uma atividade variada na casa de
Deus: imolavam os animais e os ofereciam a Deus; adoravam-no queimando
incenso; limpavam e acendiam o candelabro diariamente; levavam a Deus as
orações do povo. Na antiga dispensação havia só uma família sacerdotal: a
família de Arão da tribo de Levi, só eles podiam comer os pães da proposição.
Na nova dispensação, cada crente em Jesus é um sacerdote e todos precisam
se alimentar do Pão da Vida ( I Pd 2:5,9 e Jo 6:51 )
O CANDELABRO (Êx. 25: 31-40):
Era uma peça de ouro puro, composta de um tronco central, com 3
hastes de cada lado. Ficava à esquerda de quem entrava no lugar santo e
servia para iluminar. Dentro de cada haste era colocado o azeite de oliveira e
um pavio para acender e produzir luz ( Êx 27:20,21). Era símbolo de Jesus
Cristo, a luz do mundo.
Os sacerdotes tinham o alimento e a luz do candelabro, tudo
providenciado por Deus. Esta luz brilhando constantemente na tenda
simbolizava Israel que deveria brilhar entre as nações. Na nova dispensação
cada crente é uma luz a brilhar nas trevas deste mundo ( Mt 5:13-16).
O ALTAR DE INCENSO (Êx. 30:1-10):
Era feito de madeira e revestido de ouro. Estava localizado no lugar
santo. Tinha aproximadamente 45 cm de largura e comprimento (quadrado), e
90cm de altura (êx 30:1-10 e 37:25-28 ). Era também chamado de altar de
ouro e contrastava-se com o altar de bronze, pois neste se queimava incenso,
naquele queimava-se o holocausto. Ali era o local das intercessões pelo povo
de Deus, tendo na fumaça aromática do incenso um símbolo das orações
feitas ao Senhor. Somente o sacerdote tinha a permissão de queimar incenso
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ao Senhor, e isso era feito duas vezes ao dia, de manhã e a tarde, quando
também era reabastecido, para o oficio continuo de intercessão. O incenso
usado era um composto bastante perfumado e muito caro, sua fórmula tinha
sido dada por Deus a Moisés e Arão (Êx. 30:34-37)

O ÁTRIO ou PÁTIO (Êx. 27:9-19; 38:9-20)

Imagem 6:
É o nome dado para o pátio do tabernáculo. As bases e as colunas
eram de bronze. O bronze era um metal composto de cobre e estranho,
resistente ao fogo, usado para fazer armas de guerra, capacetes, lanças,
escudos, etc. As cercas eram de cortinas de linho, e os ganchos e as vergas
eram de prata. Tinha 45m de comprimento e 25m de largura. O portão de
entrada tinha 9m de largura (Êx. 27:16), simbolizando uma porta suficiente
para todos. Todo material usado para a construção do Átrio era de bronze e
prata. O bronze simbolizando julgamento, devido a sua capacidade de resistir
ao fogo. O que resiste à esse juízo, o juízo de Deus, não é a auto justiça do
homem, mas sim a justiça de Cristo, que tomou sobre si o julgamento efetuado
por Deus contra o pecado, que deveria merecidamente, ter recaído sobre nós (
Is 53: 5b; Rm 3: 22). A prata simbolizando a redenção que Cristo realizaria,
pois o preço da redenção do mundo seria considerado a peso de prata (Zc
11:12; Mt 26:14-15).
ALTAR DE BRONZE (Êx. 27:1-8 E 30:17-21): Era de madeira de
Acácia revestido de bronze, medindo 1m35cm de altura e 2m25cm de largura
e comprimento, (quadrado). Ficava no pátio do tabernáculo, logo à entrada do

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átrio, era o altar de holocaustos. Significava um “lugar elevado” ou “lugar de
sacrifício”, pois ali eram oferecidas as ofertas queimadas, ou literalmente
“aquilo que sobe”. No átrio, o pecador chegava com sua oferta que seria
oferecida, pelo sacerdote, em seu lugar, no altar. O pecador colocava a mão
na cabeça do animal (Lv 1:4) e confessava seu pecado. Desta forma, o
pecador transferia toda a sua culpa para o animal inocente e recebia para si o
valor da sua morte. A ira de Deus contra o pecado é menciona 585 vezes na
Bíblia. Devido ao seu caráter santo, Deus não pode deixar impune o mal, nem
tampouco fingir que o mal não existe, ou que não tem importância. No AT isto
era resolvido com a morte de animais, para quem era desviada a ira de Deus.
No NT Deus satisfaz a sua justa ira contra o pecado ao desviá-la do pecador e
concentrá-la em Jesus Cristo (Hb 2:17; I Jo 2:2).
A PIA DE BRONZE: ( Êx. 30:17-21): Era feita de bronze, e colocada no
pátio do tabernáculo, entre o altar de bronze (do holocausto) e a entrada do
lugar santo. Nela colocava-se água para que os sacerdotes lavarem as mãos
e os pés, antes de entrarem no lugar santo (era um meio ou símbolo de
purificação). Esse era mais um ritual em forma pedagógica, onde Deus ensina
e prepara o seu povo para compreender a realidade maior que se revelaria, na
manifestação histórica de Cristo. A pia de bronze deve ser ensinada e
interpretada como sombra dos bens vindouros. Em Rm 3: 23 afirma-se que
“todos se contaminaram com o pecado”, e desta forma necessitam ser lavados
para poder se aproximar do Deus santíssimo. Em Hebreus 10: 22, “fomos
lavados com a água pura.”, é usado esse símbolo para evocar o ministério
purificador de Jesus, através de seu sangue que nos lavou de todos os nossos
pecados. Em Jesus temos a pureza necessária para ministrar a palavra de
Deus.
AS VESTES SACERDOTAIS (Êx. 28:1-43 e 39:1-31))
Os sacerdotes tinham um papel muito importante no tabernáculo. Todas
as cerimônias dependiam dele. Representava Deus no meio do povo, e o
povo diante de Deus. As roupas que usavam seguiam um padrão divino e
tinham significado importantíssimo.
a. Peitoral: Êx. 39: 8) Era uma peça quadrada de 20cm, tinha uma
dobra para baixo, formando um bolso para carregar 12 pedras nas
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quais estavam gravadas os nomes das 12 tribos de Israel. Era feito
de ouro, pano azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino
torcido. Era símbolo de afeto e amor.
b. Estola Sacerdotal: Êx. 39:2) Era uma peça cujo comprimento ia
pouco abaixo da cintura e nela estava afixado o peitoral. Compunha-
se de 2 partes, uma cobria o peito e a outra as costas. Não tinha a
costura dos lados. Tinha as duas ombreiras que unia as 2 partes. Na
altura o peito eram ligadas por um cinto. Era feita do mesmo material
usado para fazer o peitoral. Nas ombreiras levavam 2 pedras, uma
na frente e outra atrás nas quais estavam inscritos os nomes das 12
tribos de Israel. Desta forma o sacerdote levava no peito e nos
ombros os nomes das tribos. Enquanto o peito fala da afeição, o
ombro fala da força. O sumo sacerdote é uma figura de Cristo, que
nos leva em seus ombros e nos tem junto ao seu coração de amor.
Ligado à estola sacerdotal estava o Urim e Tomim, eram usados
como meio de se conhecer a vontade de Deus. Hoje o crente está na
posição de sacerdote do Senhor, e tem o Espírito Santo para revelar-
lhe a vontade de Deus, mesmo em ocasiões difíceis.
c. Manto da Estola: Êx. 39:22-26) Ficava imediatamente abaixo
daquela. Esse manto sem mangas, é possivelmente sem costuras,
alcançava um pouco abaixo dos joelhos, era feito de estofo azul,
púrpura e carmesim. Em sua barra havia campainhas de ouro puro,
e uma romã, sendo intercalado na bordas da capa, em redor: uma
campainha e uma romã, outra campainha e outra romã. O manto era
colocado sobre o sumo sacerdote quando este ministrava, para que
se ouvisse o sonido das campainhas , pois este era o indicativo que
o sacerdote estava vivo e se movimentava na presença de Deus.
Enquanto as campainhas falam da vida, as romãs falam de
prosperidade, frutos do Espírito Santo.
d. Túnica: Êx. 39: 27) A túnica era usada por baixo do Manto da
Estola. Era feita de linho fino, tinha mangas compridas e significava
retidão diante de Deus.

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e. Mitra: (Êx. 39:28-30) Espécie de turbante usado para cobrir a
cabeça do sumo sacerdote. Na Mitra era fixada uma lâmina de ouro
onde eram escritas as palavras “Santidade ao Senhor”(Êx. 29:30).
Revelava autoridade para chegar à Deus.
f. Cinto: (Êx. 39:29) Era feito de ouro, e de fio azul, e de púrpura, e de
carmesim e linho fino torcido. Servia para firmar as vestes do
sacerdote para que tivesse firmeza para se movimentar no
desempenho das tarefas.

Imagem 7:
LEVÍTICO
INTRODUÇÃO:
O livro de Levítico consiste principalmente de leis. Tais leis na maior
parte foram dadas no Monte Sinai.
Os levitas, uma das doze tribos, eram separados para o serviço divino.
Arão e seus filhos foram separados para serem sacerdotes. Os demais
levitas tinham que ser assistentes dos sacerdotes. Seu dever era o cuidado e a
remoção do tabernáculo e, mais adiante, cuidaram do templo e funcionaram
como mestres, escribas, músicos, oficiais e juízes ( I Cr 23:4 )
Eram sustentados pelos dízimos (Nm 18:23-24). Foram lhes concedido
cidades, para terem onde morar (Nm 35:7 e Js 21:19).
I- TÍTULO:
O titulo original hebraico desse terceiro livro da lei provém da primeira
frase, traduzida por “E ele chamou” (Lv 1:1)
O titulo Levitico vem da versão grega (Septuaginta) do AT para o latim,
chamada Vulgata, Leuitikon, significa: “assunto dos levitas; pertinente aos

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levitas” (Lv 25:32-33). Embora O livro aborde as responsabilidades dos Levitas,
o o que é mais significativo é que todos os sacerdotes são instruídos sobre
como devem ajudar o povo quanto ao culto, e o povo é instruído sobre como
viver uma vida santa. pelo fato de ser um registro de leis referentes aos
levitas e seus serviços.
II- AUTORIA
Existe no livro 38 vezes a expressão “O Senhor falou à Moisés” Lv 18:1.
Quanto a autoria e data, essa questão é resolvida, no ultimo versículo (Lv.
27:34) “São estes os mandamentos que o Senhor ordenou a Moisés, para os
filhos de Israel, no monte Sinai”. Paulo também afirma a autoria de Moisés,
em Romanos 10:5 diz: “Ora, Moisés escreveu” Versão ARA.
III- TEMA
“O acesso à Deus é somente através de sangue”, e esse acesso exige
santidade do adorador. Somente um povo lavado pelo sangue sacrificial pode
aproximar-se do Senhor para adorá-lo e celebrar a Sua presença.

IV- PROPÓSITOS DO LIVRO


O livro tem o propósito de mostrar a possibilidade de restauração do
homem pecador, através do sangue sacrificial. Levítico é o livro da caminhada,
adoração e serviço do povo redimido de Deus, do EGITO... SINAI... CANAÃ.
Entre o Egito e o Sinai o povo tem uma fé que visa receber os
benefícios divinos. Do Sinai em diante o povo deveria Ter fé, para viver em
comunhão com Deus.
V- ANÁLISE DO LIVRO
Os Sacrifícios são Instituídos:
O HOLOCAUSTO; 1:1-17
 Objetivo: Oferecer um sacrifício pelo pecado em geral.
 Objeto de oferta: Um animal, que deveria ser sem defeito.
 A forma de sacrifício: Tudo deveria ser queimado.
OFERTA DE MANJARES; 2:1-16
 Objetivo: Uma oferta ao Senhor
 Objeto de oferta: Cereais.

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 Forma de oferta: Uma parte queimada e outra entregue aos sacerdotes.
SACRIFÍCIOS PACÍFICOS, 3:1-17
 Objetivo: Comunhão com Deus.
 Objeto de oferta: animal.
 Forma de oferta: uma parte queimada e outra comida.
OFERTA PELO PECADO, 4:1-35
 Objetivo: Perdão (proposição) pelas transgressões específicas
 Objeto de oferta: animal
 Forma de oferta: uma parte queimada e outra do sacerdote.
OFERTA POR SACRILÉGIO 5:1-14
 Objetivo: propiciar pelas transgressões específicas com restituição.
 Objeto de oferta: animal.
 Forma de oferta: Uma parte queimada e outra do sacerdote.
A CONSAGRAÇÃO DE ARÃO E SEUS FILHOS, 8:12:36
 Ofereciam sacrifícios por si e pelo povo, 9:7
 Representava uma função especial entre os levitas
 Teriam deveres especiais, 10:8-20.
A MORTE DE NADABE E ABIÚ, 10:1-7
 Trouxeram fogo estranho para o altar, 10:1.
 Teriam agido sobre influência alcoólica, segundo o contexto, 10:9
SUCESSORES DE ARÃO 10:6-20
 Eleazar — filho de Arão que o sucedeu como sumo sacerdote de
Israel.
 Itamar — filho de Arão que também se tornou sumo sacerdote.
LEIS SOBRE A PURIFICAÇÃO DO POVO, 11:1 à 15:33.
 Abstinência de animais impuros, 11:23.
 Reprovado o contato com animais impuros, 11:24-42.
 O propósito de santificação do povo, 11:43-47.
 A santificação do primogênito, a purificação da mulher, 12:1-8
A PURIFICAÇÃO DO LEPROSO, 13:1; 14:57
 O reconhecimento, 13:1-59
 O ritual de purificação, 14:1-32.
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A PURIFICAÇÃO DAS PESSOAS, 15:1-33.
 As Imundícias do homem e da mulher,15: 1-27.
 Meios de purificação 15:28-33
O DIA DA EXPIAÇÃO 16:1-34
 O motivo: buscar a purificação do povo com humilhação, 16:31.
 A época: anualmente, no sétimo mês, aos dez dia do mês, 16:29-34.
 O ritual: era liderado pelo sumo sacerdote e envolvia a morte de um
novilho, um bode, e um outro bode que era levado ao deserto,
simbolizando a remoção das transgressões e iniquidade do povo, 16:11;
16:20,22.
O LUGAR DOS SACRIFÍCIOS, 17:1-9
 Havia somente um lugar para os sacrifícios, era na tenda da
congregação ( tabernáculo ). Posteriormente eram realizadas no templo.
A ABSTINÊNIA DO SANGUE, 17:10-16.
 Havia a proibição de comer sangue, 17:10, no AT; em At 15:20, no NT.
UNIÕES ILÍCITAS E ABOMINÁVEIS, 18:1-30
 Trata-se de uma prevenção contra os costumes existentes em noutras
nações, 18:3.
 Trata-se de mais uma recomendação de santificação, 18:30.
LEIS SOBRE OUTRAS PRÁTICAS CONDENÁVEIS, 19:1; 20:27.
 Penalidades sobre diversos crimes.
A SANTIDADE DOS SACERDOTES, 21:1; 22:33
 Separação para Deus, não deveriam se contaminar.
AS FESTAS SOLENES, 23:1-44
 O Sábado, um descanso semanal instituído, 23:3
 A páscoa e a festa dos pães asmos, 23:4-8
 A festa da primícias, 23:9-14
 A festa do pentecostes, 23:15-21
 A festa das trombetas, 23:24,25
 O dia da expiação, 23:26-32
 A festa dos tabernáculos, 23:33-44
O PECADO DE BLASFÊMIA , 24:10-23
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 Um exemplo de blasfêmia motiva uma condenação. Todo o que
blasfemar o nome do Senhor Deus de Israel deve ser morto, 24:16.
O ANO SABÁTICO, 25:1-7
 Seis anos colhia-se da terra, no sétimo ela descansava.
 O objetivo seria dar descanso a terra, lembrando que a terra também
pertence ao Senhor.
O ANO JUBILEU, 25:8-55
 O motivo: permitir que a terra vendida pelos mais pobres fosse
restituída, ficando cada um dentro dos limites de sua propriedade e
evitando-se a usurpação dos mais ricos sobre os mais pobres.
 Também os escravos tinham sua liberdade restituída e as dívidas eram
canceladas. Há quem afirme que uma das causas do cativeiro teria sido
a inobservância desta ordem.
 Sua comemoração: ocorria no ano qüinquagésimo (de 50 em 50 anos ),
25:10.
 Havia uma exceção: ver 25:29-30, as casas construídas dentro de
cidades muradas;
 Abrangia propriedades, pessoas e empréstimos.
LEIS A FAVOR DOS POBRES E ESCRAVOS, 25:35-55
 No caso de escravos hebreus, haveria resgate após o sexto ano, ver Dt
15:12-23.
AS BÊNÇÃOS DA OBEDIÊNCIA, 26:3-13
 Incluía chuvas abundantes, boas colheitas, paz sobre a terra, vitória
sobre os inimigos, prosperidade e a constante presença de Deus.
OS CASTIGOS DA DESOBEDIÊNCIA, 26:14-46
 Os castigos viriam caso o povo deixasse de observar a lei do Senhor e
os seus mandamentos, ou violasse a aliança estabelecida por Deus.
OS VOTOS PARTICULARES, 27:1-34
 Avaliação, 27:1-27
 Dízimo, 27:30-33.
NÚMEROS
INTRODUÇÃO:

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O serviço do Senhor não devia ser feito de uma maneira casual, razão
por que o livro nos apresenta o quadro de um acampamento, onde tudo é feito
segundo a primeira lei do céu, a ordem. O povo é numerado conforme as tribos
e famílias; a cada tribo é designado o seu lugar no acampamento; a marcha e
o acampamento são regulados com precisão militar; e no transporte do
Tabernáculo cada levita tem a sua tarefa especial. Além de ser um livro de
serviço e ordem, Números é um livro que registra o fracasso de Israel que, por
não crer nas promessas de Deus, não entrou na Terra de Canaã, e,
consequentemente, andava no deserto por castigo. Contudo, foi uma falta que
não frustrou os planos de Deus, porque o fim do livro deixa Israel nas fronteiras
da Terra Prometida, onde a nova geração de israelitas espera entrar. Desta
maneira quatro palavras: serviço, ordem, falha e peregrinação, resumem a
mensagem de Números. O Livro de Números nos mostra que Deus permanece
constante e fiel em seu compromisso, Ele esta empenhado em levar os seus, a
sua terra prometida.
I – TÍTULO:
Alguns títulos hebraicos são dados ao livro de Números, baseados no
primeiro versículo, Nm 1:1 “Falou o Senhor a Moisés...” enfatizando que
registra as palavras de Deus para o seu povo; outro titulo baseia-se “...no
Deserto do Sinai” onde enfatiza-se que é um registro da história de Israel,
durante sua peregrinação pelo deserto.
A Bíblia LXX dá o nome de “Arithmoi” ( Número ), de onde deriva a
palavra Aritmética; A Vulgata dá o nome de “Numeri”. Tanto a Vulgata como a
LXX, concedem este nome devido aos dois censos que são realizados no livro.
II – AUTORIA DO LIVRO:
Dúvidas da autoria de Moisés: Existem alguns interpretes que tem
dificuldades para aceitar a autoria de Moisés, alegando que este não
escreveria o que diz em Nm 12:3.
Autoria de Moisés: Várias são as evidências que nos levam a aceitar
Moisés como autor, Ex: Nm 1:1 “Falou mais o Senhor a Moisés”, Nm 33:2 “E
escreveu Moisés”.

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III – TEMAS:
 Deus se comunica com seu povo, através de Moisés, Nm 1:1;
7:89 e 12:6-8. Moisés tinham autoridade divina, e a resposta de
Israel a Moisés espelhava a obediência ou a desobediência do
povo ao Senhor. O povo de Deus só pode avançar na medida de
sua disposição em obedecer, e confiar totalmente nas promessas
e na força do Senhor.
 ELE é um Deus de juízo. (11:1,10,33; 12:9; 14:18; 25:3-4;

32:10,13-14). Ao longo de Números, a “ira” do Senhor foi

provocada em resposta ao pecado de Israel.


 A fidelidade do Senhor em guardar sua promessa de dar à
descendência de Abraão a terra de Canaã (15:2; 26:52-56; 27:12;
33:50-56; 34:1-29).
IV –MOMENTO HISTÓRICO:
O relato de Números começa com o primeiro censo que foi realizado, no
segundo mês do segundo ano da saída da terra do Egito, e conclui com o
relato de Israel nas planícies de Moabe, no ano quadragésimo da saída deles
do Egito ( Nm 33:38 ); (Nm 36:13 ).
Registra-se três períodos distintos do povo de Israel:
1. ACAMPAMENTO JUNTO AO SINAI
 Uns vinte dias conforme, (Nm 1:1 e 10:11), Abrangendo os
capítulos de 1:1 à 10:9.
2. VIAGEM DO SINAI À CADES-BARNÉIA
 Cades-Barnéia, Significa Deserto Sagrado, essa viagem abrange
os capítulos 10:11 à 20: 21
3. VIAGEM DE CADES-BARNÉIA ÀS CAMPINAS DE MOABE
 Abrangendo os capítulos de 20:22- 36:13
V – PROPÓSITO DO LIVRO:
 Registrar o tempo de peregrinação de Israel no deserto com a
finalidade de mostrar a fidelidade de DEUS no cumprimento de
suas promessas.

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 As conseqüências negativas da desobediência e incredulidade
 O triunfo que a fé verdadeira oferece.
VI – ANÁLISE DO LIVRO:
NO SINAI, O primeiro livro censo, Totalizando 603550 homens maiores
de 20 anos, excluídos os levitas1:1-54
 Procede de uma ordem do Senhor, v2;
 Tem o objetivo de fazer levantamento dos recursos militares, v3.
A Disposição (ordem) das tribos na viagem, 2:1-34
Cada pormenor foi fixado com precisão militar. Tornou-se necessário
fazer assim para poder movimentar tão vasta multidão. A disposição das tribos
foi a da maneira seguinte: imagem 8:

 No acampamento, 2:1-16
 O Oriente: Judá, Issacar e Zebulom;
 Ao Sul: Rúben, Simeão e Gade;
 Ao Ocidente: Benjamim, Manassés e Efraim;
 Ao Norte: Dã, Aser e Naftali.
CONTAGEM E O OFÍCIO DOS LEVITAS, 3:1-4:49
 Contagem de todo varão da idade de um mês para cima.
 Quantidade de 8.580,(Nm 4:48)
 Os três grupos: filhos de Gerson, 7.500, Nm 3:22; Filhos de
Coate, 8.600, Nm 3:28; Filhos de Merari, 6.200, Nm 3:34.
AS SUAS TAREFAS:
Os Gersonitas transportavam, em dois carros e quatro bois, a parte
externa do tabernáculo 4:25-28; Os Meraritas transportavam. Em quatro
carros e oito bois, as tábuas, varais, colunas e outros objetos do tabernáculo,

33
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4:29-33; Os Coatitas transportavam nos ombros os utensílios sagrados, 4:4;15
(ver 7:7-9).
 Leis sobre a santificação do arraial, 5:1-31;
 O voto do nazireu, 6:1-21;
 A benção sacerdotal, 6:22-27;
 As primeiras ofertas dos líderes das famílias, 7:1-89;
 As lâmpadas do santuário e consagração dos levitas, 7:1-26;
 A comemoração da páscoa junto ao Sinai, 9:1-14;
 A orientação visível de Deus ao seu povo, 9:15-23.
NO DESERTO DE CADES
 A partida do Sinai ao deserto de Cades, 10:11-36;
 A murmuração do povo, 11:1-35;
 A revolta de Miriã e Arão, 12:1-16;
 A missão dos espias, 13:1-33;
 A revolta do povo, 14:1-45;
 Novas leis promulgadas, 15:1-41;
 A revolta de Coré, Datã e Abirão, 16:1-50;
 A ratificação do sacerdócio de Arão, 17:1-19:22;
 Os deveres e direitos dos sacerdotes e levitas, 18:132
ACONTECIMENTOS EM CADES:
 A morte de Miriã, 20:1;
 Moisés feri à rocha, em vez de falar à rocha, 20:7-13;
 A recusa de Edom, 20:14-21;
 A morte de Arão, 20:22-29, comparar com 33:38,39
 A destruição dos cananeus, 21:1-3;
 A serpente de bronze, 21:4-9;
 Jornadas e Vitórias do povo, 21:10-35.
EM MOABE:
 O encontro entre Balaque e Balaão e suas consequências, 22
à 24.
JUNTO AO JORDÃO:
 O segundo censo, 26;
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 Vários Regulamentos e Eventos, caps, 27 à 36;
Filhas sem irmãos, cap. 27. Festas e ofertas, caps. 28, 29.
Votos, cap. 30. Matança dos midianitas, cap. 31. Duas tribos e
meia fixam-se a leste do Jordão, cap. 32. Diário resumido dos
40 anos, cap. 33. Instruções sobre a divisão da terra, cap. 34:
ver sobre Js 13. Cidades dos levitas, cap. 35: ver sobre Js 21 .
Filhas sem irmãos, cap. 36, também cap. 27.

DEUTERONÔMIO
INTRODUÇÃO:
O livro de Deuteronômio (segundo a lei) é situado em nossa bíblia como
o último dos cinco livros de Moisés, fazendo um resumo e pondo em evidencia
a mensagem que os quatro livros contém. Sua mensagem Recorda o amor de
Deus para com o seu povo durante as jornadas no deserto, para que
pudessem estar seguros quando entrassem em Canaã. Esta é a melhor
maneira de pensar sobre este livro. Não tanto uma "segunda lei", mas sim
como pregar ou reaplicação de certas leis dadas nos livros anteriores do
Pentateuco.
Afirma-se também, que este livro compõe-se de cinco grandes discursos
proferidos por Moisés na Planície de Moabe.
I- TÍTULO:
O título “Deuteronômio” provém da versão grega Septuaginta, que
traduziu incorretamente a expressão hebraica “cópia de lei”, de Deuteronômio
17:18, por “segunda lei”. Mais tarde, essa mesma expressão foi traduzida
como Deuteronomium na versão latina (Vulgata). O título hebraico original do
livro é traduzido “Estas são as palavras” a partir das primeiras duas palavras
hebraicas do livro. O título hebraico é uma descrição melhor do livro, já que
não é uma “segunda lei”, mas sim o registro das palavras de explicação de
Moisés a respeito da lei. Deuteronômio completa a unidade literária composta
pelas cinco partes chamada o Pentateuco, os primeiros cinco livros da Bíblia.
II- AUTORIA DO LIVRO:
Moisés tem sido tradicionalmente reconhecido como o autor de
Deuteronômio, uma vez que o próprio livro testifica que Moisés o escreveu
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(1:1,5; 31:9,22,24).
III- TEMA:
Israel é conclamado para que confie no Senhor de todo o coração e para que
se faça de sua lei o impulso contínuo de sua vida.
Deuteronômio contem uma série de discursos de Moisés, para o povo de
Deus, onde ele Admoesta-os a observar a lei a fim de que possam prosperar.
Recorda-os de suas apostasias e rebeliões passadas e os adverte das
consequências da desobediência futura. A mensagem de Deuteronômio pode
resumir-se em três exortações: Recorda! Resumo das jornadas (Caps. 1-4);
Obedece! Resumo da Lei (Caps. 5-27) e Cuidado! Profecia do futuro de Israel
(Caps. 28-34).
IV- MOMENTO HISTÓRICO:
Dos cinco livros do Pentateuco, Deuteronômio foi o que menos tempo
compreendeu: Genesis Compreendeu +- 1700 anos; Êxodo +- 13 meses;
Levítico não há cálculos; Números +- 39 anos e Deuteronômio apenas +- 37
dias segundo Dt 1:13-34:8; Js 1:2-3:2;4:19.
Quando este livro foi escrito, a nação de Israel se encontrava na terra de
Moabe, a leste do Rio Jordão e do Mar Morto, antes disto, Israel havia
fracassado por falta de fé, e não entraram na Palestina. Agora, passaram 38
anos e Moisés reúne o povo e procura infundir a fé que os capacitaria à entrar
na terra prometida. Moisés não somente foi um homem valoroso como escritor,
líder, político, mas também um exemplo de homem doutrinador.
V – PROPÓSITO:
Mostrar os privilégios e as obrigações de Israel diante da aliança com o
Senhor, e receber as orientações de como deve se comportar, quando
estivessem dentro da Terra de Canaã.
VI – ANÁLISE DO LIVRO:
DO CATIVEIRO À REDENÇÃO:
 O povo não deveria esquecer o que viu da parte do Senhor, ELE os
remiu, 4:9; 4:34; 5:6; 5:15; 7:8.
O AMOR DE DEUS DEVE SER CORRESPONDIDO:

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 Reconhecendo o amor de Deus, o povo deveria amar também ao
Senhor, 4:10; 4:29; 5:10; 10:20;
 Prova do amor, não ter outros deuses, 5:7.
MODO DE VIVER DE ISRAEL:
 Como um povo Santo, 7:6, praticar a justiça, cuidando dos órfãos e
das viúvas, dos estrangeiros que vivessem dentro de Israel, 10:18.
O LUGAR DE CULTO AO SENHOR:
 Somente um lugar seria indicado para adoração, e ali o povo deveria
Alegrar-se ”perante o Senhor, 12:5-7,11;.
O MEIO INSTITUÍDO DE PURIFICAÇÃO DOS PECADOS:
 O povo é chamado para não pecar, 15:9; também não falhar em
suas responsabilidades sociais, religiosas e morais, 7:25; 15:5; 7:11;
OUTRAS BÊNÇÃOS SÃO PROMETIDAS:
 O caminho da obediência, outras bênçãos são prometidas, 7:13;
3:20; 5:1; 4:40; 2:7; 6:11; 12:15
OUTROS TEMAS ABORDADOS POR MOISÉS:
Segundo o escritor Gleason L. Archer Jr, no livro “Merece Confiança o
A.T.”, pagina 172, há certos pontos de ênfase ou pensamentos-chaves
dominando os vários discursos. Entre eles constam os seguintes:
1. A Espiritualidade de Deus (4:12,15,16) e sua unicidade e unidade são
descritos aqui e espiritualidade (4:35,39; 6:4; 7:9 e 10:17).
2. O relacionamento entre Deus e seu povo sob a aliança, é mais de amor
do que de legalismo (4:37; 7:13; 33:3)
3. Para o que crê, o requerimento básico é o amor para com Deus, e este
amor tem que ser o principio básico da sua vida (6:5; 7:8; 10:12,15;
11:1,13,22; 13:3; 19:9; 30:6,16,20).
4. O aviso sobre o perigo da idolatria, 6:14,15; 7:4; 8:19,20; 11:16, 17:20;
13:2-12; 30:17,18.
5. O relacionamento com o Santo deve levar o povo a ser santo 7:6; 26;19;
29:9. Deve abster-se da impureza e expressar o amor para com o
próximo,

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6. A fidelidade à aliança recebe prêmios de benefícios materiais; a violação
e o desrespeito serão acompanhados por desastres e perdas materiais,
caps 28-30.
7. A admoestação característica é: “Lembrai-vos, e não vos esqueçais”
Deveriam guardar e obedecer a verdade revelada que uma vez para
sempre recebeu da fonte absoluta e imutável da verdade.
ÚLTIMAS RECOMENDAÇOÕES A JOSUÉ, 31:1-30
 Animando-o, 31:1-8;
 Recomendando a leitura da lei ao povo, 31:9-13;
 Prevenindo-o sobre a futura rebeldia, 31:14-23;
 Deixando o testemunho escrito, 31:24-29
O CÂNTICO DE MOISÉS, 32:1-43
 O motivo do cântico.
OS ÚLTIMOS DIAS DA VIDA DE MOISÉS
 O aviso de Deus sobre a sua morte, 32:48-52
 A benção proferida, 33:1-29;
 A sua morte, 34:1-8

OS LIVROS HISTÓRICOS:
Os livros históricos são doze e contém um relato mais ou menos contínuo,
apresentando a história do Povo de Deus desde a conquista da Terra
Prometida até o exílio na Babilônia. Josué é o primeiro livro a ser analisado.

Imagem 9:
JOSUÉ

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INTRODUÇÃO:
O livro de Josué é chamado o livro das grandes conquistas. Após a
morte de Moisés na terra de Moabe, a terra prometida estava a vista, Josué
recebe o chamado como o sucessor de Moisés (Js 1:2), tendo a missão de
liderar e conduzir o povo a terra de canaã. Ele Era da Tribo de Efraim, Nm
13:8. A forma helenizada de seu nome era “Jesus”.
Pelo fato de conduzir seu povo à Terra da Promessa, pode ter sido um
protótipo de seu sucessor maior, o qual está levando os seus à Terra
Prometida da glória eterna. Josué fora atendente pessoal de Moisés através
dos 40 anos de peregrinação no deserto. Esteve com Moisés no monte, êx
24:13. Foi um dos doze espias, Nm 13:8-16. Diz Josefo que ele tinha 85 anos
quando sucedeu a Moisés. Julga-se que levou uns 6 anos na subjugação da
terra; o resto da sua vida passou estabelecendo e governando as doze tribos;
seu governo sobre Israel, ao todo, durou uns 25 anos. Morreu aos 110; foi
sepultado em Timnate-Sera, em Efraim. Foi guerreiro notável; disciplinou suas
tropas; enviou espias; mas orava e confiava em Deus.
Podemos dividir assim a sua história: Descendente de Efraim, Nm
13:8, 6; Comandante militar, Êx 17:8-16; Esteve com Moisés no Sinai, Êx
24:13; Foi um dos doze espias, Nm 13:, 2, 8; Foi um espia confiante, Nm 14:6-
9; Foi recompensado com a promessa de entrar em Canaã, Nm 14:30 e Dt
3:28; Foi nomeado o sucessor de Moisés, Nm 27:18; Foi líder de inteira
confiança, Js 1:1 a 5:9.
I – AUTORIA DO LIVRO
Evidências favoráveis à autoria de Josué:
Embora o autor não seja mencionado, o candidato mais provável é
Josué, que foi a testemunha-chave ocular dos acontecimentos registrados (cf.
18:9; 24:26). Um assistente a quem Josué preparou pode ter concluído o livro,
acrescentando comentários como os que dizem respeito à sua morte (24:29-
33). Alguns têm sugerido que essa seção foi escrita pelo sumo sacerdote
Eleazar ou seu filho, Fineias.
Evidências desfavoráveis à autoria de Josué:

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 9:27 “Até o dia de hoje” (chamada linha de: interpolação. Interpolar é
numa obra, introduzir palavras, passagens, capítulos inteiros que não
fazem parte dela, com o propósito de esclarecê-la)
 .24:31 “Serviu, pois, Israel ao Senhor todos os dias de Josué e todos os
dias dos anciãos que ainda viveram muito depois de Josué”. ( O mesmo
que ocorre em Deuteronômio com a autoria de Moisés, pois afirma-se
que as palavras de Moisés compõem a maior parte do livro, que tem
sido tradicionalmente o considerado como o autor. No entanto, é
evidente que alguém deve ter sido responsáveis pela última parte do
livro, uma vez que Moises é referido como "ele", incluindo a conta de
sua morte 34:7.
II – TÍTULO DO LIVRO
Este livro recebe o nome de seu personagem central, que domina o
cenário do começo ao fim, Josué significa “Javé salva” , “o SENHOR é a
salvação” , “só o SENHOR é a salvação” e corresponde ao nome “Jesus” no
NT.
III- MOMENTO HISTÓRICO
Após a morte de Moisés, Deus confirma-o líder, e grande seria a sua
tarefa, ou seja, conquistar a terra de canaã. Esta área a ser conquistada
tinha as seguintes dimensões: desde o deserto do Sul até o Líbano, ao
Monte da Palestina, virando a leste, até o Eufrades, e para o Ocidente, até
o Mediterrâneo. Abrange um período de 25 anos aproximadamente, deste
período 7 anos foram em lutas.
IV - ANALISE DO LIVRO::
A entrada na Terra Prometida (1:1—5:15)
 A terra prometida (1:1- 5:15)
A conquista da Terra Prometida (6:11—12:24)
 A campanha no centro (6:1—8:35)
 A campanha no sul (9:1—10:43)
 A campanha no norte (11:1-15)
 Resumo das conquistas (11:16—12:24)
A Terra Prometida é repartida (13:1—22:34)

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 Resumo das instruções (13:1-33)
 A oeste do Jordão (14:1—19:51)
 As cidades de refúgio (20:1-9)
 As cidades dos levitas (21:1-45)
 A leste do Jordão (22:1-34)
A retenção da Terra Prometida (23:1—24:28)
 O primeiro sermão de Josué (23:1-16)
 O segundo sermão de Josué (24:1-27)
Pós-escrito (24:29-33).
V – TEMA
“O poder de Deus agindo em favor do seu povo, levando-os a vencer as
guerras, entrar e tomar posse da sua herança prometida.”
No livro estão presentes muitas evidencias do caráter de DEUS, destacamos
três: 1) Fidelidade em suas promessas. 2) Santidade que o leva à combater o
pecado. 3) Graça exercida em favor do seu povo.
VI – PROPÓSITO DO LIVRO
Mostrar a fidelidade de Deus, quando dá a Terra Prometida aos
descendentes de Abraão — (5:14—6:2; 11:23; 21:45; 22:4; Gn 12:7; 15:18-21;
17:8; Êx 33:2; Nm 34:2-15; Dt 12:9-10; 25:19; Hb 4:8).

JUÍZES
INTRODUÇÃO:
O livro dos Juízes descreve a época de contínua opressão e reação. A
nação hebraica não tinha mais um governo central e forte, era uma
confederação de doze tribos independentes sem qualquer força unificadora,
exceto o seu Deus. A forma de governo nos dias dos juizes era
“TEOCRÁTICA”, isso é, acreditava-se que Deus era o governador das nações.
Após a morte de Josué, aquela geração robusta que se criara nas durezas do
deserto, a qual, sob a direção de Josué, conquistara a terra, a nova geração,
estabelecida numa região de fartura e desprovida de um governo central, logo
resvalou para o comodismo dos seus vizinhos idólatras. Cada pessoa fazia

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como parecia bom aos seus olhos, afastando-se de Deus e caindo no culto aos
ídolos. Quando isto acontecia, Deus os entregava nas mãos dos seus
opressores. E quando, em seu sofrimento e aflição, voltavam e clamavam a
Deus, o SENHOR se compadecia deles e suscitava juízes que os livravam dos
seus inimigos. O Juiz tinha a função de liderar, aconselhar e julgar os
problemas do povo, é essa função aparece bem antes na história (Êx. 18:21,
22; Dt 16:18).
I. TÍTULO:
Na Bíblia o nome é SHOPTHETIM, significando “JUÍZES ou líderes
executivos”, Líderes que procuravam trazer justiça ao povo em situação aflitiva
de sujeição estrangeira.
Na Bíblia LXX aparece “KRITAI”, tem o significado “JUÍZES”. O titulo é
derivado do tipo de governo que a TEOCRACIA israelita gozava durante
intervalo da morte de Josué e a coroação do rei Saul.
II – AUTORIDADE DO LIVRO:
Várias pessoas apontam Samuel como o autor do livro.
Outros lutam em afirmar que teria sido um autor mais recente tomando
como preferência o texto de 18:30, onde aparece “Até o dia do cativeiro do
povo”. Esta expressão pode Ter sido um acréscimo posterior ou uma
referência a uma invasão sofrida na época dos Juízes.
III- TEMA:
Enquanto Josué é o livro da vitória; Juízes é “o livro do fracasso”. O
capítulo 2:7-19 representam um resumo da história do livro.
Israel abandonou a TEOCRACIA (Governo de Deus), pois não
conseguiu ser leal à aliança de Deus.
IV – MOMENTO HISTÓRICO
É incerta a duração exata do período de Juízes. Os anos de opressão
são considerados, 111 anos, ver abaixo, os governos dos Juízes com período
de descanso, 299 anos, somam 410 anos. Porém não existe exatidão quanto
ao período, pois Jefté que viveu perto do fim do período, fala deste como
sendo de 300 anos, (Jz 11:26), mais ou menos 1400-1100 a.C. Do êxodo a
Salomão, incluídos também os períodos do deserto, de Eli, Samuel, Saul e
Davi, são 480 anos, como se diz em I Rs 6:1.
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OPRESSÃO PELOS: JUÍZES OU PERÍODO DE DESCANSO
Mesopotâmios 8 anos Otniel de Quiriate-Sefer, em Judá 40 anos.
Moabitas
Amonitas 18 anos Eúde, de Benjamim 80 anos.
Amalequitas
Filisteus Sangar
Cananeus 20 anos Débora de Efraim, Baraque de Naftali 40 anos.
Midianitas
Amalequitas 7 anos Gideão de Manassés 40 anos.
Abimeleque (usurpador) de Manassés 3 anos.
Tola de Issacar 23 anos.
Jair de Gileade em Manassés Oriental 22 anos.
Jefté de Gileade em Manassés Oriental 6 anos.
Amonitas 18 anos Ibsã de Belém de Judá 7 anos.
Elom de Zebulom 10 anos.
Absom de Efraim 8 anos.
Filisteus 40 anos Sansão de Dã 20 anos.
TOTAL DOS -------------- ------------
PERÍODOS: 111 anos. 299 anos

“40 ANOS”
Otniel, Débora e Baraque, e Gideão, cada um, conforme se diz, julgou
Israel durante 40 anos; Eúde duas vezes 40. Mais adiante Eli julgou 40 anos;
Saul, Davi e Salomão cada qual reinou 40 anos. “40 anos” parece um número
redondo, indicando uma geração. Notem-se as vezes que o número 40 ocorre
em toda a Bíblia: no dilúvio choveu 40 dias; Moisés fugiu aos 40 anos; esteve
em Midiã 40 anos; no monte, 40 dias. Israel peregrinou 40 anos no deserto. Os
espias estiveram 40 dias em Canaã. Elias jejuou 40 dias. Um prazo foi dado à
Nínive de 40 dias. Jesus jejuou 40 dias e ainda permaneceu na terra 40 dias
após ressurgir.
V – A SITUAÇÃO DO POVO NA ÉPOCA DOS JUÍZES
 Uma nova geração, 2:10.
 Um tempo de apostasia, 3:7;
 Cada um fazia o que era reto aos seus olhos, 17:6; 21:25;
 Um tempo de libertação ocasionais, 2:16;
 Um tempo de crise, moral, social e espiritual, 2:7-19.
VI – PROPÓSITO DO LIVRO:
Descrever a situação confusa de Israel nos primeiros séculos em
Canaã, quando “cada um fazia o que achava mais reto” (17:6; 21:25),
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mostrando também a filiação de Deus, sempre que arrependidos confiavam no
Senhor.
VII - ESBOÇO:
A DESOBEDIÊNCIA DE ISRAEL (1:1—3:6)
 A vitória parcial sobre os cananeus (1:1-36)
 O declínio e o castigo de Israel (2:1—3:6)
A LIBERTAÇÃO DE ISRAEL (3:7- 16:31)
 O primeiro período: Otniel contra os mesopotâmicos (3:7-11)
 O segundo período: Eúde e Sangar contra os moabitas (3:12-31)
 O terceiro período: Débora contra os cananeus (4:1—5:31)
 O quarto período: Gideão contra os midianitas (6:1—8:32)
 O quinto período: Tolá e Jair contra os bens de Abimeleque (8:33—10:5)
 O sexto período: Jefté, Ibsã, Elom e Abdom contra os filisteus e os
amonitas (10:6—12:15)
 O sétimo período: Sansão contra os filisteus (13:1—16:31)
O DESAMPARO DE ISRAEL (17:1—21:25)
 A idolatria de Mica e os danitas (17:1—18:31)
 O crime em Gibeá e a guerra contra Benjamim (19:1—21:25)

RUTE
INTRODUÇÃO:
De modo consistente, as versões antigas e as traduções modernas têm
intitulado esse livro de Rute em memória da heroína moabita, mencionada
doze vezes (1:4 a 4:13). Somente dois livros do AT recebem como título nomes
de mulheres: Rute e Ester. Esse livro contém outra distinção: é o único livro do
AT cujo nome vem de um antepassado de Jesus. Nenhum outro livro do AT faz
referência a Rute, e no NT ela é mencionada apenas uma vez — no contexto
da genealogia de Cristo (Mt 1:5; cf. Rt 4:18-22). “Rute” provavelmente vem de
uma palavra moabita e/ou hebraica que significa “amizade”. Ela chegou a
Belém como estrangeira (2:10), tornou-se serva (2:13), casou-se com o rico
Boaz (4:13) e foi incluída na linhagem de Cristo (Mt 1:5).

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Neste livro de Rute temos a constituição da família, dentro dessa nação
que traria o Salvador. Rute foi bisavó de Davi.
I – TÍTULO
O nome de livro deriva da pessoa central da narrativa , chamada Rute, a
moabita. O nome Rute significa a “Amizade”.
Quanto aos Moabitas, a sua origem aparece em Gn. 19:37. No tempo
do Êxodo procuraram impedir a passagem de Israel pelo seu território, Nm.
22:1ss. Os Moabitas mantiveram um clima de rivalidade com Israel durante
quase toda a sua história.
II. – AUTORIA DO LIVRO
A autoria do livro é desconhecida, porém a tradição judaica credita a
autoria do livro a Samuel, o que é possível, já que ele morreu (1Sm 25:1)
somente depois de ter ungido Davi como o rei escolhido por Deus (1Sm 16:6-
13). No entanto, nem referências internas nem testemunhos externos são
conclusivos na identificação do autor. Essa história extraordinária muito
provavelmente surgiu um pouco antes ou durante o reinado de Davi em Israel
(1011-971 a.C.), já que Davi é mencionado no livro (4:17,22), mas não
Salomão.
III – MOMENTO HISTÓRICO
 O Livro abrange um período de aproximadamente dez anos.
 O livro pertence a época dos juízes, 1:1, provavelmente durante o tempo
de Gideão, quando houve a opressão dos midianitas, Jz. 6:4.
 Descreve um tempo de fome para Israel, 1:1. Elimeleque foi para o
Campos de Moabe, ele e sua mulher e seus dois filhos, os quais
casaram-se com mulheres Moabitas. Em Moabe morreram Elimeleque,
e seus dois filhos. Após esse incidente, Noemi decide voltar para Israel,
e sua nora Rute volta com ela, devido ao apego (1:14).
IV – TEMA
É a história da conversão de uma mulher chamada Rute, 1:16. Rute
enquanto não entrara na família de Noemi, não conhecera a religião de Israel.
Feita nora de Noemi, posteriormente teve a oportunidade de afastamento,
porém o amor não lhe permitiu. Rute tomou posse de todos os valores de

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Israel, família, costumes e Religião, (1:16) “o teu povo é o meu povo, O TEU
DEUS É O MEU DEUS”.
V - PROPÓSITO DO LIVRO
Seu objetivo é explicar a introdução de sangue gentio na linhagem do rei
Davi, mostrando a providência de Deus na vida daqueles que confiam Nele. .
Também nos ensina o grande alcance da graça de Deus, sua prontidão
em dar as boas vindas aos convertidos gentios. Talvez o aspecto de maior
importância desta curta narrativa, é exibir a função de gõel, ou “parente
remidor ”.
VI – ANÁLISE DO LIVRO
 Noemi em Moabe, 1:1-14;
 A decisão de Rute, 1:16-18 (comparar com Dt. 23:3);
 A chegada em Belém, 1:19-22;
 A bondade de Boaz, 2:1-13;
 A promessa do casamento, 3:1-8;
 O casamento de Boaz e Rute, 4:1-22;
 Os descendentes de Boaz e Rute, 4:13-22.

I e II SAMUEL
INTRODUÇÃO:
Os livros de I e II Samuel registram a transição de Israel de uma
Teocracia, para a Monarquia.
Samuel é o último dos Juízes, foi um dos fundadores da nacionalidade
hebraica. Moisés foi o seu fundador, mas Samuel o seu consolidador. Se um
livrará o povo do poder de um grande Estado Escravagista, o outro livrou-o da
Anarquia que reinou por muitos anos.
Samuel foi notável, não apenas porque foi fundador das escolas de
profetas, e com essa iniciativa deu início à Teocracia com os seus interpretes
máximos, mas ainda no conceito de um Deus Espiritual e Verdadeiro.

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Samuel é o último dos Juízes, a ele coube o papel de ungir o primeiro
rei (Saul), e o segundo (Davi).
I – NOME DO LIVRO:
O NOME SAMUEL (Shemuel tem sido interpretado como o nome de
Deus) “seu nome é Deus, ou até “ouvido de Deus” – forma abreviada de
Shemuel.
II – AUTORIA DO LIVRO:
Segundo o Manual Bíblico, de Macarthur, pagina 140, “A tradição
judaica atribuía a autoria de “Samuel” ao próprio Samuel ou a Samuel, Natã e
Gade (com base em 1Cr 29:29), mas Samuel não pode ser o autor, já que sua
morte foi registrada em 1Samuel 25:1, antes mesmo dos acontecimentos
associados ao reino de Davi. Além disso, Natã e Gade foram profetas do
Senhor durante a vida de Davi e não estariam vivos quando o livro de Samuel
foi escrito. Embora os registros escritos desses três profetas pudessem ter sido
usados como fonte de informação para escrever 1Samuel e 2Samuel, o autor
humano desses livros é desconhecido. Essa obra chega ao leitor como uma
composição anônima, isto é, o autor humano fala em nome do Senhor e dá a
interpretação divina dos acontecimentos narrados”.
III – TEMA:
Em 1Samuel e 2Samuel há quatro temas teológicos predominantes. O
Primeiro é a aliança davídica. O segundo tema é a soberania de Deus, vista
claramente nesses livros. Um exemplo é o nascimento de Samuel em resposta
à oração de Ana (1Sm 9:17; 16:12-13). Terceiro, a obra do Espírito Santo na
capacitação de homens para desempenhar tarefas designadas por Deus é
evidente. O Espírito do Senhor veio sobre Saul e Davi após terem sido ungidos
como reis (1Sm 10:10; 16:13), e o poder do Espírito Santo trouxe profecia
(1Sm 10:6) e vitória na batalha (1Sm 11:6). Quarto, os livros de Samuel
demonstram as consequências pessoais e nacionais do pecado. Os pecados
de Eli e de seus filhos resultaram na morte 149 deles (1Sm 2:12-17,22-25;
3:10-14; 4:17-18).
IV – CONTEUDO DO LIVRO:
O conteúdo deste livro abrange três pessoas principais: Samuel um
patriota e juiz de coração humilde e consagrado, servindo obedientemente a
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Deus; Saul, um rei egoísta, pródigo, ciumento e obstinado, faltoso e infiel,
Davi, um homem segundo o coração de Deus, varão de oração e louvor,
provado, disciplinado e finalmente coroado monarca de todo o Israel.
IV – DATA:
Incerta, porém existe a possibilidade de ser entre os anos 930 e 722
a.C., isto porque o autor nada fala sobre a queda de Samaria, ocorrido no ano
de 722 a.C. (o. Manual Bíblico, de Halley, prefere uma data mais antiga 1.100
– 1.050 a. C.).
V – MOMENTO HISTÓRICO:
O livro de I Samuel começa com o relato do nascimento de Samuel, e
encerra com a morte de Saul.
O livro de II Samuel inicia com Davi recebendo a notícia da morte de
Saul, e encerra com Davi edificando um altar ao Senhor.
Os livros de 1 e 2Samuel formam naturalmente uma unidade e, a
princípio, constituíam um só volume. Juntos abrangem o período de transição
dos juízes à instituição da monarquia, incluindo os reinados de Saul e Davi.
Apesar de a Septuaginta juntar os livros de Samuel aos de Reis com o título
"Reinos", o texto hebraico, tradicionalmente, denomina esses escritos "livros de
Samuel", reconhecendo seu papel importante no estabelecimento da
monarquia.

VI – PROPÓSITO DO LIVRO:
O propósito do livro era de registrar a fundação da monarquia hebraica,
incluindo portanto:
 A carreira de Samuel, fundador de reis.
 A carreira de Saul, o rei infiel, que abandonando a aliança, se
transformou em tirano.
 A carreira de Davi, rei verdadeiramente Teocrático, que fundou a
dinastia permanente a válida de cuja descendência surgiria o Messias.

VII – ANÁLISE DO LIVRO DE I SAMUEL:

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 As tradições de Siló (lSm 1.1-4.1a)
 A narrativa da arca (lSm 4.1b-7.1)
 A instituição da monarquia (lSm 7.2-12.25)
 O reinado de Saul (lSm 13-15)
 Ascensão de Davi ao poder (ISm 16.1-2Sm 5.10)
 Sucessos de Davi (2Sm 5.11-9.13)
 Fracassos de Davi (2Sm 10-24)
 Enfrentando a ação humana: a narrativa da sucessão (2Sm 10-20)
 Enfrentando a ação divina: apêndice (2Sm 21-24)

CRONOLOGIA DE SAMUEL, SAUL e DAVI:


 Nascimento de Samuel, 1.094 a. C., I Sm. 1:20;
 Data da vocação, 1.084 a. C, I Sm. 1:3: 1-14;
 Morte de Eli, 1.070 a. C., I Sm. 4:18;
 Eleição de Saul, 1.044 a.C., I Sm. 10:24;
 Morte de Samuel, 1.019 a. C., I Sm. 25:1;
 Morte de Saul em Gilboa, 1.074 a. C., I Sm. 31:8;
 Davi, rei de Judá, 1004 a. C., II Sm. 2:4;
 Davi, rei de todo Israel, 997 a. C., II Sm. 5:1-5.

I e II REIS
INTRODUÇÃO:
Estes livros mostram a história de Israel sobre os reis, apesar de
governarem muitos reis de caráter reto, a história da maior parte deles é a de
governar mau e de iniquidade.
De acordo com a sua promessa em Is. 12:1-6, o Senhor não deixou de
abençoar o seu povo quando o buscava, mas por outra parte, nunca deixou de
castigá-los quando se separavam dele.
I – NOME DOS LIVROS:

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 O nome desses livros deriva-se do seu conteúdo: a história dos reis de
Judá e Israel.
 Na Bíblia hebraica dos dois livros formam um só, tendo o nome de
Malakim (reis).
 Na LXX chamam-se 3º e 4º livros dos Reis (Reino), enquanto os de
Samuel chamam-se 1º e 2º.
II – AUTORIA DOS LIVROS:
Tradicionalmente, o profeta Jeremias tem sido apontado como o autor
do livro de Reis, por ser ele considerado como porta voz de Deus naquela
época.
III – TEMA DOS LIVROS:
O Tema destes livros é demonstrado, na base histórica de Israel: “O
bem-estar da nação dependia da sinceridade e da fidelidade à aliança com o
Senhor”.
IV – MOMENTO HISTÓRICO:
Os livros de Reis narram à história dos Reis de Judá e Israel,
começando com: 1. O reinado de Salomão. 2. A Divisão do reino e a história
paralela dos dois reinos. 3. A história subsequente de Judá até ao Cativeiro. 1
Reis começa com a nação judaica no seu apogeu. 2 Reis termina com a nação
arruinada. Juntos os dois cobrem um período de uns 400 anos,
aproximadamente, 1000-600 a.C.

V – PROPÓSITO DOS LIVROS:


Escrever os eventos mais importantes do tempo dos reis, sob o ponto
de vista de seu relacionamento com Deus e a lei, usando no relato histórico um
método didático, no qual apresenta o “rei, descreve os seus erros em vista dos
acontecimentos”.
VI - ANÁLISE DOS LIVROS:
 A ascensão de Salomão ao  O afastamento dos
trono, I Rs 1:1-53; suspeitos, 2:12-46;
 Ultimas recomendações de  O pedido de Salomão ao
Davi, 2:1-11; Senhor, 3:3-15;

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 Um exemplo de sabedoria de  Jeú reina, Israel, 9:1-10:36;
Salomão, 3:16-28;  Atalia reina, Judá, 11:1-21;
 Edificação templo, 5:1 à  Joáz reina, Judá, 12:1-21;
7:51;  Amazias reina, Judá 12:21;
 Dedicação do templo, 8:1-66;  Jeoacaz reina, Israel 13:1-9;
 Outros relatos sobre  Jeoás reina, Israel 13:10-13;
Salomão, 9:1à 11:43;  Jeroboão II reina, Israel,
 Causas da divisão de reino, 14:23-29;
12:1-15;  Azarias, Jotão e Acaz
 A divisão do reino, 12:1-33; reinam em Judá, 15:1 à 16:9;
 Modificações religiosas no  Últimos reis de Israel,
reino do norte, 12:15-33; Zacarias, Salum, Menaém,
 O profeta de Judá, 13:1-32; Pecais, Peca e Oséias, 15:8
 A profecia de Aías para à 17: 6;
Jeroboão, 14:1-16;  O cativeiro de Israel, 15:19-
 O reino Roboão, 14:21-31; 17:41;
 O reinado de: Asa até Onri,  Ezequias, Manassés e
15:9 à 16: 28; Amom reinam, em Judá,
 Acontecimentos no reino de 18:1-á 21:26;
Acabe e de Josafá, 16: 1 à  Josias, Joacaz, Eliaquim
22: 54. (Jeoaquim), Joaquim e
 A doença de Acazias, II Rs. Matatias (Zedequias) reinam
1:1-18. em Judá, 22:1 à 25:7;
 Eliseu como sucessor de  Os últimos anos do reino de
Elias, 2:1-25; Judá, 23:11à 25:30.
 O profeta Eliseu, 3:1à 8: 6;  O cativeiro de Judá, 25:8-22.
 Jeorão rei de Judá, 8:16-24
 Acazias reina, Judá,8: 25-29;

Reis Israel Situação Tempo Reis Judá situação Tempo


Jeroboão Mau 22 anos Roboão Quase sempre mau 17 anos
Nadabe Mau 2 anos Abias Idem 3 anos
Baasa Mau 24 anos Asa Bom 41 anos
Elá Mau 2 anos Josafá Bom 25 anos
Zinri Mau 7 dias Jeorão Mau 8 anos
Onri Muito mau 12 anos Acazias Mau 1 ano
Acabe O pior 22 anos Atalia Demoníaca 6 anos
Acazias Mau 2 anos Joás Quase sempre bom 40 anos
Jorão Quase sempre mau 12 anos Amazias Idem 29 anos
Jeú Idem 28 anos Azarias(Uzias)Bom 52 anos
Jeoacaz Mau 17 anos Jotão Bom 16 anos
Jeoás Mau 16 anos Acaz Perverso 16 anos
Jeroboão II Mau 41 anos Ezequias O Melhor 29 anos
Zacarias Mau 6 meses Manassés O Pior 55 anos
Salum Mau 1 mês Amom O Pior 2 anos
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Manaém Mau 10 anos Josias O Melhor 31 anos
Pecaias Mau 2 anos Jeoacaz Mau 3 meses
Peca Mau 20 anos Jeoaquim Perverso 11 anos
Oséias Mau 9 anos Joaquim Mau 3 meses
Zedequias Mau 11 anos

I e II CRÔNICAS
INTRODUÇÃO:
Os doze livros precedentes da Bíblia findaram com a narrativa do
cativeiro da nação hebraica. Estes dois livros de Crônicas contam de novo a
mesma história e terminam no mesmo ponto. São uma recapitulação de tudo
quanto ocorreu, dando especial atenção aos reinados de Davi, Salomão e aos
reis subsequentes de Judá.
1 Crônicas é, em parte, o mesmo que 2 Samuel. Trata apenas da
história de Davi, prefaciando-a com 9 capítulos de genealogias. Estas cobrem
o período inteiro de Adão à volta dos judeus do cativeiro; é uma espécie de
epítome de toda a história sagrada anterior.
I. NOME DOS LIVROS:
Originalmente, os livros de Crônicas, era apenas um livro, e o
titulo em hebraico, é “Os anais (isto é, acontecimentos, palavras ou eventos)
da época”, no sentido mais estrito da palavra um diário. O nome Crônicas
vem da tradução Vulgata feita por Jerônimo, traduziu como “crônica de toda
história divina”, e esse nome vem de uma abreviatura da sugestão de
Jerônimo. Na LXX o nome é “PARALEIPOMENON” (o livro das coisas
omitidas).

II. DIFERENÇA ENTRE REIS E CRÔNICAS:


 Os “Reis” foram escritos pouco depois do principio do cativeiro em
Babilônia; As “Crônicas” foram escritas pouco depois do regresso do
cativeiro.
 Os “Reis” foram compilados por um profeta- Jeremias; As “Crônicas” por
um sacerdote- Esdras.

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 Os “Reis” põem em relevo o trono dos reis terrestres; As “Crônicas”, o
trono terrestre (o templo) do rei celeste.
 Os “Reis” tratam de Judá e Israel; As “Crônicas” de Judá, sendo Israel
mencionado apenas incidentalmente.
 Os “Reis” é um livro político e régio; As Crônicas, eclesiástico e
sacerdotal.
III. AUTORIA DOS LIVROS:
Não se sabe ao certo quem foi o autor das “Crônicas”, mas
provavelmente é correta a crença prevalecente dos judeus como se encontra
no Talmude. Ali se declara Esdras como o redator dos registros escritos e
preservados por homens dignos de confiança. Esses registros por tais homens
como Samuel, Natã, Gade, Ido, etc., foram inspirados por Deus; Esdras foi
inspirado, além disso, para fazer a seleção entre eles e reuni-las, numa
narração contínua. Há pouca dúvida de que a história em “Crônicas” fosse
escrita por Esdras ao regressar do cativeiro babilónico, a fim de animar o povo
a construir o templo.
IV. FONTES USADAS PELO AUTOR:
 Livros dos Reis de Judá e Israel, II Cr. 16:11; 25:26; 28:26.
 Crônicas de Samuel, Natã e Gade, I Cr. 29:29; II Cr. 9:29.
 Escritos de Isaias, II Cr. 26:22; 32:32.
 História dos Reis, II Cr. 24:27
 História dos Rei de Israel, II Cr. 33:18.
V. TEMA:
Recapitulação do reinado de Davi, Salomão e dos Reis subsequentes
de Judá.

VI. ÉPOCA DOS LIVROS:


Os livros das Crônicas apresentam a história dos reis de Judá,
desde Davi e Salomão, até o cativeiro. Começa com uma genealogia
desde Adão até Davi, destacando assim a linhagem davídica.
PROPÓSITO DOS LIVROS:

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Registrar a história do povo escolhido desde o inicio da raça
humana até o cativeiro demonstrando o privilégio do relacionamento
com Deus da Aliança e mostrando o comportamento a luz desse
compromisso.
O Reino do Norte só é mencionado quando relacionado
historicamente com o reino de Judá. O interesse do autor é mostrar a
história dos reis de Judá sob o ponto de vista religioso.
Recapitulando a história de Israel desde a ordem da raça humana
até o cativeiro na Babilônia, e o edito da restauração; também o
propósito destes livros é demonstrar que a verdadeira glória da nação
hebraica se acha feito entre o povo e o seu Deus.
VII. DIVISÕES DOS LIVROS:
 I CRÔNICAS C. História militar selecionada
I. Genealogia seletiva (1:1— 9:34) (18:1—21:30)
A. De Adão até antes de Davi D. Os preparativos para a
(1:1—2:55) construção do templo (22:1—
B. De Davi até o cativeiro (3:1-24) 29:20)
C. As doze tribos (4:1—9:2) E. A transição p/ Salomão (29:21-
D. Os habitantes de Jerusalém 30)
(9:3-34)
II. A ascendência de Davi (9:35—  II CRÔNICAS
12:40) I. O reinado de Salomão (1:1—9:31)
A. O legado e a morte de Saul A. A coroação e o início (1:1-17)
(9:35—10:14) B. A construção do templo (2:1—
B. A unção de Davi (11:1-3) 7:22)
C. A conquista de Jerusalém C. Riqueza/realizações (8:1—9:28)
(11:4-9) D. Morte (9:29-31)
D. Os homens de Davi (11:10— II. Os reinados dos reis de Judá
12:40) (10:1 à 36:21)
III. O reinado de Davi (13:1—29:30) A. De Roboão à Zedequias (10:1 à
A. A arca da aliança (13:1— 36:21)
16:43) III. O decreto de retorno de Ciro
B. A aliança de Deus com Davi (36:22-23)
(17:1-27)

ESDRAS
INTRODUÇÃO:
Três livros, a saber, Esdras, Neemias e Ester, contam a história da volta
dos judeus da Babilônia, a reedificação do Templo e de Jerusalém, e o

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restabelecimento da vida nacional judaica em sua terra natal. Os três livros
abrangem um período de aproximadamente 100 anos.
Os livros de Esdras e Neemias relatam-nos à história do povo de Deus,
depois da derrota da monarquia judaica.
I. NOME DO LIVRO:
O nome ESDRAS segundo alguns escritores é uma forma aramaica do
hebraico EZER, “AJUDA”ou “O Senhor ajuda”.
II. AUTORIA DO LIVRO:
Alguns apontam Esdras como o autor do livro, devido ao emprego da
primeira pessoa do singular “EU”, em Esdras 7 e 9.
Duas secções do livro foram escritas em aramaico, cap. 4:8- 6:18 e
7:12-16. Esta linhagem semítica era comumente empregada por todo o oriente
próximo naquele tempo. Atribui-se a mesma autoria as “Crônicas” pois há um
forte tom sacerdotal, e Esdras descendia da linhagem de Arão, (7:1-5). Outra
evidencia da mesma autoria, é o fato de 2 Crônicas 36:22-23, ser idêntico aos
versículos iniciais de Esdras 1:1-3.
III. DATA DO LIVRO:
É Incerta. Alguns escritores colocam a data de 330 a. C.
IV. TEMA:
A ideia predominante de Esdras é: restauração, reconstrução,
purificação, condução, separação e fidelidade. O autor mostra-nos o regresso
do povo de Israel, em duas etapas:
1º. O retorno sob Zorobabel, 1-6.
2º. O retorno sob Esdras, 7-10.
V – PROPÓSITO:
É demonstrar que Deus usa até mesmo governantes pagãos, para o
cumprimento de seus propósitos, e fornecer encorajamento e advertência ao
povo de Deus.
VI – MOMENTO HISTÓRICO:
Deus usou os babilônios para destruir e quase despovoar Jerusalém.
Pelo fato de Judá persistir em sua infidelidade à aliança, Deus castigou o seu
povo com setenta anos de cativeiro (Jr 25:11), do qual esse povo retornou para
Jerusalém, como nos informa os relatos em Esdras e Neemias. Ciro, o persa,
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derrotou a Babilônia em 539 a.C., e o livro de Esdras começa com o decreto
de Ciro um ano mais tarde, autorizando os judeus a retornarem para
Jerusalém (538 a.C.) e narrando o restabelecimento do calendário nacional de
Judá com suas festas e sacrifícios, inclusive a reconstrução do segundo templo
(iniciada em 536 a.C. e concluída em 516 a.C.).
Assim como houve três levas de cativos de Israel para a Babilônia (605
a.C., 597 a.C. e 586 a.C.), também ocorreram três retornos para Jerusalém,
durante um período de mais de nove décadas. Zorobabel retornou primeiro em
538 a.C. Ele foi seguido por Esdras, que liderou o segundo retorno em 458
a.C. Neemias fez o mesmo treze anos depois, em 445 a.C.
VII – DIVISÃO DO LIVRO:
1) O retorno do exílio p/
reconstrução 2) Esdras, 7: 1 à 10: 44
 Ciro envia o retorno de exilados e  Introdução de Esdras, 7:1-10
utensílios do templo, 1:1-11;  A comissão de Esdras, 7:11-28;
 A lista dos exilados, 2:1-70;  jornada de Esdras a Jerusalém,
 A restauração da adoração, 3:1 à 8:1-36;
4: 5;  Relatório de casamentos mistos
 A oposição aberta, 4:6-24; e confissão de Esdras, 9:1-15;
 Reconstruindo o Templo, 5:1 à  O problema dos casamentos
6:22; mistos é resolvido. 10: 1-44.

NEEMIAS
INTRODUÇÃO:
O livro é uma lição sobre sacrifício e tenacidade. O personagem
principal é Neemias, este deixou um cargo de grande responsabilidade perante
o rei da Pérsia em 445 a.C., a fim de reedificar os muros de Jerusalém e reunir
os judeus como uma nação, 1:1-3:32.
Sua obra despertou intensa oposição por parte de homens poderosos
ao derredor, mas Neemias venceu as ameaças de ataques, tomando sábias
medidas defensivas e ofensivas, 4:1-23.
I –NOME DO LIVRO:

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O nome Neemias no hebraico (NEHEM-YAH) quer dizer “consolo do
Senhor; Deus é meu deleito”. Esdras e Neemias são tratados originalmente
como sendo um livro só, na Septuaginta e na Vulgata. No texto Massorético
não há espaço, entre o fim de Esdras 10 e o começo de Neemias 1.
II. AUTORIA DO LIVRO:
Embora grande parte desse livro tenha sido nitidamente extraído dos
diários pessoais de Neemias e escrito de seu ponto de vista pessoal (1:1 à 7:5;
12:27-43; 13:4-31), tanto a tradição judaica como a cristã reconhecem Esdras
como seu autor.
III. TEMA DO LIVRO:
É a autobiografia de um homem que sacrificou uma vida de luxo e
prazeres para poder ajudar a seus irmãos necessitados em Jerusalém.
Descreve um homem que combinou a espiritualidade com a prática, um que
sabia tanto orar como trabalhar.
IV. DATA:
Incerta, porém alguns escritores colocam a data até 330 a.C.
V. MOMENTO HISTÓRICO:
Neemias foi a Jerusalém 445 a.C., Esdras estivera lá 13 anos. Este,
porém, era sacerdote que ensinava religião ao povo. Neemias veio como
governador civil, com autoridade do rei Pérsia, para reconstruir o muro e
restaurar Jerusalém como cidade fortificada.
Os judeus já estavam na pátria perto de 100 anos, e pouco progresso,
fizeram, além da reedificação do templo, e até este era muito insignificante,
porque quando quiseram começar a obra do muro, seus vizinhos, mais
poderosos, ou os intimidaram pela força ou mediante intriga obtiveram ordem
da corte persa para que a obra cessasse.
VI. DIVISÃO DO LIVRO:
 A viagem de Neemias a  A aliança e a dedicação do
Jerusalém 1- 2; muro, 9-12;
 As portas são reparadas, 3;  O fim da obra de Neemias,
 O muro é edificado. 4-6; 13;
 A leitura do livro da lei, 7-9;

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VII. ANALISE DO LIVRO:
I. O primeiro mandato de Neemias como governador (1:1 à 12:47)
A. O retorno de Neemias e a reconstrução (1:1 à 7:73a);
1. Neemias vai para Jerusalém (1:1 à 2:20);
2. Neemias e o povo reconstroem os muros (3:1 à 7:3);
3. Neemias relembra o primeiro retorno sob Zorobabel (7:4-73a);
B. O reavivamento e a renovação de Esdras (7:73a—10:39);
1. Esdras expõe a lei (7:73b—8:12);
2. O povo cultua e se arrepende (8:13—9:37);
3. Esdras e os sacerdotes renovam a aliança (9:38 á 10:39);
C. O restabelecimento e regozijo de Neemias (11:1 à 12:47);
1. Jerusalém é repovoada (11:1—12:26);
2. O povo dedica os muros (12:27-47);
II. O segundo mandato de Neemias como governador (13:1-31).

ESTER
INTRODUÇÃO:
O livro de Esdras e Neemias ocupa-se somente dos fatos relacionados
á Judá, o de Daniel e Ester, das ocorrências dos Persas. Ester nos dá um
retrato dos hábitos, costumes e formas do reino, e também um retrato da
situação dos judeus, que não voltaram a Judá com Zorobabel, Esdras e
Neemias. Muitos judeus eram comerciantes, preferido continuar na terra do
cativeiro, onde tinham vida relativamente fácil e próspera, talvez melhor do que
aquela que poderiam ter em Jerusalém, mesmo sabendo que eram
estrangeiros e mal vistos, por qualquer outro povo.
O livro também tem uma peculiaridade que distingue de qualquer outro
livro da Bíblia; a saber, nele o nome de Deus não é mencionado nenhuma vez,
nem tampouco há referencia à lei ou religião judaica. Apesar do nome de Deus
não ser mencionado, há abundantes sinais de que Ele estava operando e
cuidando do seu povo. Henry Halley afirma que: “Se a nação hebraica tivesse
deixado de existir 500 anos antes de trazer Cristo ao mundo, isso alteraria o
destino da humanidade: sem a nação hebraica não haveria o Messias: sem o
Messias o mundo se perderia. Essa formosa judia de tempos idos, ainda que

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não o soubesse, contribuiu com sua parte na preparação do caminho para a
vinda do Salvador do mundo Jesus Cristo”.
I – TÍTULO DO LIVRO:
O nome do livro deriva-se da pessoa central da narrativa, chamada
“ESTER” este nome é aparentemente derivado da palavra persa indicando
“ESTRELA”, STARA.
II – AUTORIA DO LIVRO:
O livro não indica seu autor. Há uma crença de ter sido escrito por
Mardoqueo (Mordecai), conforme Et 9:20, porém, existem outros nomes como:
Esdras e Neemias.
III – DATA:
Incerta. O capítulo 10:2-3 nos leva a pensar numa data depois da morte
de Assuero ou Xerxes I, aproximadamente em 465 a.C.
E no máximo até 330 a. C. Época quando já não havia nenhum sinal de
influência grega, na linhagem, seja na linha de pensamento de Ester.
IV – TEMA DO LIVRO:
A providência triunfante do Deus soberano, libertando e preservando o
Seu povo das mãos dos pagãos, que tramavam sua destruição.
V – PROPÓSITO DO LIVRO:
“É de mostrar que assim, como Deus salvou o seu povo do poder de
Faraó, Ele salvou Israel das mãos de Hamã. Sendo que no primeiro caso, o
salvamento foi efetuado pela manifestação do Seu poder e uma revelação de
Si mesmo, mas no último caso, Deus permaneceu invisível ao Seu povo e
Seus inimigos, efetuando a salvação por intermédio de instrumentos humanos
e meios naturais”. É esta ausência do nome de Deus que constitui sua beleza
principal, e não uma mancha sobre Ele mesmo. Henry disse: “Se o nome de
Deus não está aqui, está o seu dedo”. Segundo o Dr. Pierson, este livro é: “O
Romance da Providência”.

VI - MOMENTO HISTÓRICO:
“O livro de Ester mostra-nos a luta dos judeus, que viviam no Império
Persa, durante Reinado de Assuero, contra a conspirarão do cortesão Hamã,
pois este odiava o judeu Mordecai. Ester Também conhecida como Hadassa,
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era uma jovem judia, da tribo de Benjamim, cujos pais morreram na época do
exílio babilônico. Foi criada por um primo, chamado Mordecai (Et 2.5-7).
Estavam entre os judeus que habitavam na fortaleza de Susã, sob o reinado
de Assuero (Xerxes). A vida de Ester mudou quando a rainha recusou-se a
mostrar sua beleza durante um banquete oferecido pelo rei. Devido a essa
atitude de rebelião, Vasti foi banida da casa real e iniciou-se a procura por uma
jovem bonita e virgem, que ocupasse seu lugar. Depois de doze meses de
tratamento de beleza e treinamento, Ester foi eleita pelo rei como a mais linda
jovem entre todas as que foram apresentadas; escolhida como a nova rainha,
não divulgou, contudo, sua origem judaica. Ester floresceu em sua nova
posição, assim como seu primo Mordecai. Sua fé, entretanto, foi realmente
provada quando o primo aproximou-se dela e transmitiu- lhe a sentença de
morte de seu povo. Ele descobrira um complô organizado por Hamã, um alto
oficial do rei, para aniquilar os judeus e sabia que somente Ester era capaz de
ajudar a salvar o povo de Deus.
VII – ESBOÇO DO LIVRO:
 O rei Xerxes destrona a Rainha Vasti, 1: 1-22;
 Ester é escolhida para ser rainha, 2: 1-18;
 Mordecai descobre uma trama, 2: 19-23;
 Plano de Hamã contra os judeus, 3: 1-15;
 Ester aceita interceder, 4: 1-17;
 Ester toma a iniciativa, 5: 1-8;
 Complô contra Mordecai, 5:9-14;
 O Rei Honra Mordecai, 6: 1-14;
 O rei ordena que Hamã seja enforcados, 7: 1-10;
 O decreto de Hamã, 8: 1-17;
 Os judeus são vitoriosos, 9: 1-19 ;
 A origem do Purim, 9: 20-32;
 O sucesso de Mordecai,10:1-3.

OS LIVROS POÉTICOS
JÓ é o primeiro do grupo de livros do Antigo Testamento chamados poéticos;
os outros são SALMOS, PROVÉRBIOS, ECLESIASTES, CÂNTICO DOS
CÂNTICOS.

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Imagem 10:
Muitos trechos de tais livros são escritos em forma poética. Este grupo
de livros, na maior parte do seu conteúdo, pertence à Idade de Ouro da história
dos hebreus, a era de Davi e Salomão; Jó é geralmente atribuído a uma data
mais remota; e alguns dos Salmos são mais recentes. Contudo, grande parte
dos Salmos se atribui a Davi; e os três livros, Provérbios, Eclesiastes e
Cantares, são geralmente atribuídos a Salomão. Assim, não é fora de
propósito classificá-los de um modo geral, não em sentido exclusivo, como
pertencentes à era de Davi e Salomão.
A Poesia hebraica não tem métrica nem rima, como a nossa. Consiste
antes em paralelismos, ou ideias rítmicas. O mesmo pensamento é repetido
com palavras diferentes, o segundo contrastando-se com o primeiro, ou
levando-o a uma culminância, formando uma parelha de versos, sinônimos ou
antitéticos. ‘Os sentimentos de uma linha repercutem na seguinte.” “Às vezes
as parelhas são duplas, triplas, ou quádruplas, formando dísticos, quadras,
sextilhas ou oitavas.” Jó é o primeiro livro do grupo chamado poéticos.


INTRODUÇÃO:
Este livro trata de um dos maiores mistérios, o do sofrimento. A
pergunta que ressoa por todo o livro é : Por que sofrem os justos ? Jó, um
homem descrito como perfeito, é despojado da riqueza, dos filhos e da saúde.
Suporta estas aflições com constância. Jó não compreende a causa dessas
calamidades, mas resigna-se com o pensamento de que Deus envia aos
homens, tanto o mal como o bem, e que Deus tem o direito de fazer com as

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Suas criaturas o que Lhe aprouver. Assim, pois, os homens devem aceitar o
mal sem fazer queixa. Os amigos de Jó argumentam que, sendo o sofrimento
o resultado do pecado e sendo Jó o mais aflito dos homens, deveria ele ser o
mais ímpio de todos. Jó fica indignado e nega a acusação de ter cometido
pecado, levando sua negação até o ponto de autojustiça. Na conclusão da
discussão entre Jó e seus amigos, Eliu fala, condenando Jó por sua autojustiça
e os outros pela sua
áspera condenação de Jó. Continua, explicando que Deus tem um propósito
ao enviar o sofrimento aos homens; que Ele castiga o homem com a intenção
de trazê-lo mais perto de Si mesmo. Deus usou as aflições para experimentar
o caráter de Jó e como um meio de revelar lhe um pecado do qual até então
não se tinha dado conta, a autojustiça.
I - NOME DO LIVRO:
O significado do nome “JÓ” (yyõb em hebraico), possivelmente é
derivado duma raiz que significa “voltar” ou “arrepender-se”, e pode significar
“quem volta para Deus”. Esta interpretação é baseada no árabe ‘ãba
“arrepender-se” ou “voltar pra trás” (frequentemente seguido pela frase ‘ilã
‘llãhi, “para Deus”). Outra etimologia possível de ‘Iyyõb é “o perseguido”, do
hebraico ‘ãyeb “odiar, estar em inimizade”, ou objeto de inimizade. Vale a pena
notar, em favor da etimologia árabe, que Jó era nativo do norte da Arábia, e
todo o pano de fundo da história é mais árabe do que hebreu.
II – AUTORIA DO LIVRO:
O autor do livro não nos é conhecido. Uma velha tradição judaica
atribuía o livro a Moisés. Enquanto este esteve no deserto de Midiã, Êx 2:15, o
qual servia de limite ao país dos edumeus, pode facilmente ter ouvido a história
de Jó dos lábios dos descendentes imediatos deste patriarca; ou mesmo o
próprio Jó podia ainda estar vivo e ter contado pessoalmente a história a
Moisés, dando-lhe uma cópia dos registros de sua família. Sendo Jó
descendente de Abraão, naturalmente Moisés pôde reconhecê-lo como
estando dentro do círculo da revelação divina. A crítica moderna, alardeando
erudição, presume que o livro de Jó é de data muito posterior; mas isso não
passa de uma teoria. Cremos que o ponto de vista tradicional tem mais
probabilidade de estar certo.
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III – DATA:
Incerta. Há cinco pontos de vista principais mantidos pelos estudiosos
da Bíblia: 1. Na época patriarcal; 2. No reinado de Salomão; 3. No reinado de
Manassés; 4. No período de Jeremias e 5. Durante ou depois do exílio.
Destas épocas a mais possível é a do período patriarcal, por que:
a. O livro indica um tipo de organização patriarcal.
b. O chefe de família que oferece sacrifício, ao invés dum sacerdote
oficial.
IV – TEMA DO LIVRO:
Segundo Gleason, no livro “Merece confiança o Antigo testamento”,
Este livro trata do problema teórico da dor na vida dos fiéis. Procura responder
à pergunta: Por que os justos sofrem? Esta resposta chega de forma tríplice:
1. Deus merece nosso amor à parte das bênçãos que concede; 2. Deus pode
permitir o sofrimento como meio de purificar e fortalecer a alma em piedade; 3.
Os pensamentos e os caminhos de Deus são movidos por considerações
vastas demais para mente de o homem compreender; já o homem não pode
ver os grandes assuntos da vida com a mesma visão ampla do Onipotente.
Mesmo assim Deus realmente sabe o que é melhor para Sua própria glória e
para nosso bem final. Esta resposta é dada em contraste aos conceitos
limitados dos três “consoladores” de Jó Elifaz, Bildade e Zofar.
V – MOMENTO HISTÓRICO:
Macarthur define o momento histórico do livro, no seu Manual Bíblico,
pag 215, da seguinte maneira: O livro começa com uma cena no céu que deixa
tudo claro ao leitor (1:6 à 2:10). Jó estava sofrendo por causa de uma disputa
entre Deus e Satanás. Jó nunca soube disso, nem seus amigos; por isso todos
se esforçaram para explicar o sofrimento a partir da perspectiva da ignorância,
até que, no fim, Jó apoiou-se unicamente em sua fé na bondade de Deus e na
esperança da redenção. O fato de Deus ter defendido a confiança de seu
servo é a mensagem dominante do livro. Quando não há nenhuma explicação
racional, nem mesmo teológica, para a dor e o sofrimento, confie em Deus.
VI – PROPÓSITO DO LIVRO:
É de transmitir lições praticas. A primeira lição: Satanás tem acesso a
Deus. O seu papel destruidor, esta enquadrado nos eternos planos de Deus, e
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deste círculo não pode sair 1:10. Isso se torna visível pela leitura dos caps.
1:12 e 2:6. Podemos descansar, pois Satanás não faz o que deseja. É bem
verdade que as provações trazem muitas amarguras e sofrimentos, mas
também é certo que o governo do mundo esta nas mãos do Deus Onipotente,
Senhor e Criador de todas as coisas. A Segunda lição: não devemos pensar
que um Deus Onisciente, careça de informações, sejam de Satanás, ou seja,
de qualquer outra força. Tudo Ele sabe e conhece, nada escapa do seu
domínio. A terceira lição: nos mostra que precisamos sempre ter em vista que
não conhecemos o pensamento divino, nem os Seus planos para a vida de
cada um de nós. Devemos descansar nas mãos do Senhor Todo-Poderoso,
sabendo que Ele cuida dos passarinhos, e dos servos muito mais.
ESBOÇO DE CONTEÚDO:
 Prólogo, 1: 1 à 2:13;
 Diálogos diversos, 3: 1-31: 40;
 Discursos de Eliú, 32: 1 à 37: 24;
 Discursos do Senhor, 38: 1 à 42:6;
 Epílogo, 42: 7-17.

SALMOS
INTRODUÇÃO:
Os Salmos é uma coleção de poesia hebraica inspirada, mostrando a
adoração e descrevendo as experiências espirituais do povo judaico. É a parte
mais íntima do Antigo Testamento, dando-nos uma revelação do coração do
judeu santo, e percorrendo todas as escalas de sua experiência com Deus e a
humanidade. Nos Salmos também vemos o homem falando a Deus,
descobrindo o seu coração em oração o elogia e falando a Deus e a
humanidade. Nos Salmos também vemos falando acerca de Deus,
descrevendo e exaltando-o pela manifestação de seus atributos.
I – NOME DO LIVRO:
 O título hebraico do livro é tehillim ou (Cântico de louvores);
 A tradução grega Psalmoi na LXX literalmente significa “Cânticos a
serem acompanhados por instrumentos de cordas”.

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 Enquanto o texto hebraico enfatiza o conteúdo, o grego destaca a
forma.
II – AUTORIA DO LIVRO:
De uma maneira geral, a única informação definida sobre a autoria acha-se
nos títulos dos salmos. Não são todos os Salmos que contém os nomes dos
autores, mas quando consta o nome, produz o seguinte quadro tradicional:
 Davi, 73 Salmos, Ex. Sl.23;  Hemã o Ezraíta, 1 Salmo
 Moisés, 1 Salmo, Sl. 90; (88);
 Asafe, 12 Salmos, Ex. Sl. 73;  Etã o Ezraíta, 1 Salmo (89).
 Filhos de Coré, 10 Salmos;
 Salomão, 2 Salmos, (72 e
127);
III – DIVISOES DO SALTÉRIO:
O Saltério parece ter sido dividido em cinco livros, talvez para
corresponder aos cinco livros da lei (TORÁ):
 Livro I: Salmos 1- 41;  Livro IV: Salmos 90-106;
 Livro II: Salmos 42-72;  Livro V: Salmos 107-150.
 Livro III: Salmos 73-89;
IV – DATA:
 Salmo 90, escrito por Moisés, chefe e legislador de Israel, é o mais
antigo pressumimente escrito por volta de 1.405 a. C.;
 Salmos de Davi (a maioria se acha nos livros I e II) devem ter surgido
entre 1.020-975 a. C.;
 Salmos de Asafe, constituído para o oficio do canto no templo (I Cr.
6:31-39 e II Cr. 29:30), total 12, possivelmente escrito no mesmo
período dos Salmos davídicos.
 Salmos de Salomão (72 e 127) possivelmente 950 a.C.;
 Salmos Filhos de Coré (II) dirigentes da adoração em Israel, supõe- se
que foram escritos antes do exílio;
 Salmo de Hemâ (cantor e profeta do rei I Cr 6:33; 15:19; 25:5-6) (Sl 88)
e Etã (89) cantor (I Cr. 15:19) supõe-se que foram escritos antes do
exílio;

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 Salmos sem títulos pensa-se que alguns destes podem ser atribuídos ao
autor do Salmo precedente.
 Salmos pertencentes ao período do Exilio ou posteriores a ele (126 e
137).
 Nenhuma evidencia convincente, porém, tem sido oferecida para atribuir
uma data de depois de 500 a.C. a qualquer Salmo.
V – PECULIARIDADES DO SALMOS:
Sobre a numeração:
 Na LXX, os Salmos, 9 e 10; 114 e 115, o salmo posterior (10 e 115),
consta como sendo parte do salmo anterior (9 e 114).
 Salmo 116 e 147 ambos estão divididos em dois Salmos separados.
 Sobre a numeração dos versos: Em geral no texto hebraico o título é
contado como primeiro verso, ocasionando uma diferença no número
total dos versos.
 A LXX, a VULGATA e a tradução católica seguem uma ordem diferente
do texto hebraico, acrescentando o Salmo 151.
VI TERMOS TÉCNICOS NOS TÍTULOS DOS SALMOS (TIPOS DE SALMOS):
1. Maskil – ou poema contemplativo ou didático, 13 Salmos;
2. Mizmõr ou “Salmo” cântico feito para ser acompanhamento por
instrumento musical (originalmente instrumento de corda), 57 Salmos;
3. SHIR ou “cântico) sem acompanhamento musical, só cântico, 27
salmos;
4. Miktam, Cântico de cobrir ou expiar o pecado, 6 Salmos;
5. Tepillah, significa “oração”, 5 Salmos;
6. Tehillah, significa “Cântico de louvor”, 5 Salmos;
7. Shiggãyõn, Salmo de “cântico irregular ou errante”, Ex. Sl 7.
Termos musicais nos títulos:
1. Lam-mensseah, “ao mestre do canto”. Tem sido plausivelmente
sugerido que este termo foi acrescentado aqueles Salmos que
formavam uma antologia especial feita pelo líder do corpo do coro do
templo para conveniência dos cantores, ao invés de incluir o grupo

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inteiro de 150 Salmos no repertório normal dos seus grupos corais. 55
dos Salmos recebem este titulo.
2. Neginot significa “instrumento de cordas”, ou “cânticos a serem
cantados com o acompanhamento de instrumentos de cordas”.
3. Nehillot significa “instrumento de sopro”(cf. hãlil, “flauta”).
4. Sheminit parece ser ou “alaúde de oito cordas, ou possivelmente “uma
oitava” (i.é uma oitava mais baixo do que o soprano ou alãmõth).
5. Alãmõth ou “virgens” pode significar “soprano” ou “tom alto” ( cf. I Cr.
15:20).
6. Mahalath quer dizer “doença/tristeza”, e, pode, portanto, sugerir um
cântico de lamentações.
VII - PAUSA (SELÁ):
Em hebraico, selah — 3:2; 24:10; 39:11; 47:4; 60:4; 76:3; 88:10; 140:3 —,
derivada do verbo salal, “elevar”, “pausar”, essa palavra ocorre em 39 salmos e
na “Oração de Habacuque” (Hc 3). Não se conhece o sentido exato de “selá”,
isto é, o que exatamente deve ser elevado. Alguns acreditam que seja uma
palavra enfática, exortando-nos a elevar o pensamento a Deus. Entretanto, a
maioria dos estudiosos acredita que seja simplesmente uma forma de
orientação musical, por exemplo, um marcador de interlúdio musical, um sinal
de pausa ou de mudança de tom.
VIII - USO LITÚRGICO DOS SALMOS:
Eram usado nas três principais festas, Sl 145 e também em outros
momentos.
Na páscoa, Sl 135; No dia da expiação, Sl 130; Na festa do tabernáculo
(Salmos 120-134 degraus); No sábado, Sl 90-100; Nos eventos dos reis
(exaltando as vitórias ), Sl. 18.

IX - CLASSIFICAÇÃO DOS SALMOS: (Manual Biblico – Macarthur)


 LAMENTO INDIVIDUAL E COMUNITÁRIO: 3-7; 12-13; 22; 25-28; 35;
38-40; 42-44; 51; 54-57; 59-61; 63-64; 69-71; 74; 79-80; 83; 85-86; 88;
90; 102; 109; 120; 123; 130; 140-143;
Objetivo: Expressar a necessidade da libertação de Deus.

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 AÇÃO DE GRAÇAS: 8; 18-19; 29-30; 32-34; 36; 40-41; 66; 103-106;
111; 113; 116-117; 124;129; 135-136; 138-139; 146-148; 150;
Objetivo: Alertar para as bênçãos de Deus e expressar gratidão.
 ENTRONIZAÇÃO: 47; 93; 96-99,
Objetivo: Descrever o governo soberano de Deus.
 PEREGRINAÇÃO: 43; 46; 48; 76; 84; 87; 120-134,
Objetivo: Estabelecer uma atmosfera de adoração.
 REALEZA: 2; 18; 20-21; 45; 72; 89; 101; 110; 132; 144,
Objetivo: Retratar Cristo como Rei, o governante soberano.
 SABEDORIA: 1; 37; 119,
Objetivo: Instruir com relação à vontade de Deus.
 IMPRECATÓRIOS: 7; 35; 40; 55; 58—59; 69; 79; 109; 137; 139; 144,
Objetivo: Invocar a ira e o castigo de Deus contra seus inimigos.

X - MYER PEARLMAN, NO LIVRO “ATRAVÉS DA BIBLIA”, SUGERE A


SEGUINTE CLASSIFICAÇÃO DOS SALMOS:
1. SALMOS DE INSTRUÇÃO: Sobre o caráter dos homens bons e
maus, sua felicidade e sua miséria; (Sal.1) sobre a excelência da lei divina (19,
119); sobre a futilidade da vida humana (90); deveres dos que governam (82);
humildade (131).
2. SALMOS DE LOUVOR E ADORAÇÃO: Reconhecimento da bondade
e do cuidado de Deus (23; 103); reconhecimento de Seu poder e de Sua glória
(8, 24, 136, 148).
3. SALMOS DE AÇÕES DE GRAÇAS: Pelas misericórdias para com os
indivíduos (18, 34); pelas misericórdias para com os israelitas em geral (81,
85).
4. SALMOS DEVOCIONAIS: os sete Salmos penitenciais (6, 32, 38, 51,
102, 130, 143); expressivos de confiança sob a aflição (3, 27); expressivos de
extrema aflição, mesmo assim não sem esperança; (13, 77); orações em empo
de aflição severa; (4, 28,120); orações quando privado do culto público (42);
orações em tempo de aflição e perseguição (44); orações de intercessão (20,
67).

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5. SALMOS MESSIÂNICOS: 2, 16, 22, 40, 45, 72, 110 e 118.
6. SALMOS HISTÓRICOS: 78 105 e 106.

XI - SALMOS MESSIÂNICOS:
Muitos Salmos, foram escritos mil anos antes de Cristo, contêm
referências a Ele, e de modo nenhum se aplicam a outra pessoa da História.
Algumas referências a Davi parecem prenunciar o futuro Rei da família
davídica. Além de passagens claramente messiânicas, há muitas expressões
nos Salmos, que, de modo menos direto, parecem referir-se veladamente ao
Messias. Os Salmos mais claramente messiânicos são os seguintes: SI 2, A
Deidade e o reinado universal do Ungido de Deus; SI 8, O Homem, mediante o
Messias, torna-se dominador da criação. SI 16, Sua ressurreição dentre os
mortos. SI 22, Seus sofrimentos. SI 45, Sua noiva real e Seu trono eterno. SI
69, Outra vez, os sofrimentos do Messias. SI 72, A glória e a eternidade do
Seu reinado. SI 89, O juramento divino que Seu trono não terá fim. SI 110, O
Rei e Sacerdote eterno. SI 118, Será rejeitado pelos chefes do Seu povo. SI
132, O Herdeiro eterno do trono de Davi.
PASSAGENS MESSIÂNICAS:
Vão aqui declarações de salmos que o N.T. aplica explicitamente a Cristo ( ver
mais sobre 2º Sm 7 e Mt. 22:22):
 “Tu és meu filho: eu hoje te gerei”, Sl. 2:7; At. 13:33.
 “Sob seus pés tudo lhe puseste”, Sl. 8:6; Heb. 2:6-10.
 “Não deixarás minha alma na morte, nem permitirás que teu santo veja
corrupção”, Sl. 16:10; At. 2:27.
 “Repartem entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançam
sortes”, Sl. 22:18; Jo. 19:24.
 “Eis que estou para fazer a tua vontade, ó Deus”, Sl. 40:7; Hb. 10:7.
 “Até o meu amigo intimo... que comia do meu pão, levantou contra mim
o seu calcanhar “Sl. 109:8; At. 1:20.
 “Disse o senhor ao meu Senhor: Assenta-te a minha direita, ate que eu
ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés”, Sl. 110:1; Mt. 22:44.

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 “O Senhor jurou e não se arrependerá: tu és sacerdote para sempre,
segundo Melquisedec”, Sl. 110:4; Hb. 21:42.
 “Bendito o que vem em nome do Senhor”, Sl. 118:26; Mt. 21;9.
 “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal
pedra, angular”, SI 118:22; Mt 21:42.
 “Bendito o que vem em nome do SENHOR”, SI 118:26; Mt 21:9. Ver
mais sobre 2 Sm 7 e Mt 2:22.
XII - O CARÁTER DE DEUS NOS SALMOS:
Deus é acessível, 15:1; 16:11; 23:6; 24:3-4; 65:4; 145:18. Deus nos
liberta, 106:43-45. Deus é eterno, 90:2; 102:25-27; 106:48. Deus é
glorioso, 8:1; 19:1; 57:5; 63:2; 79:9; 90:16; 93:1; 96:3; 102:16; 104:1,31;
111:3; 113:4; 138:5; 145:5,11-12. Deus é bom, 23:6; 25:8; 31:19; 33:5;
34:8; 52:1; 65:4; 68:10; 86:5; 104:24; 107:8; 119:68; 145:9. Deus é
gracioso, 116:5. Deus é grande, 86:10. Deus é santo, 22:3; 30:4; 47:8;
48:1; 60:6; 89:35; 93:5; 99:3, 5, 9; 145:17. Deus é imutável, 102:26-27.
Deus é justo, 5:8; 7:9,17; 9:4; 11:7; 19:9; 22:31; 25:8; 31:1; 35:24,28;
36:6,10; 40:10; 48:10; 50:6; 51:14; 69:27; 71:2,15-16,19,24; 73:12-17;
85:10; 89:14; 92:15; 96:13; 97:2,6: 98:2,9; 99:3-4; 103:17; 111:3; 116:5;
119:7,40,62,123,137-138,142,144,172; 143:1,11; 145:7,17. Deus é
amoroso, 17:7; 24:12; 25:6; 26:3; 31:21; 36:7,10; 40:10-11; 42:7-8; 48:9;
63:3; 89:33,49; 92:2; 103:4; 107:43; 117:2; 119:76,88,149; 138:2; 143:8.
Deus é longânimo, 78:38; 86:15. Deus é misericordioso, 6:2,4; 25:6;
31:7; 32:5; 36:5; 51:1; 52:8; 62:12; 86:5,15; 89:28; 103:4,8,11,17; 106:1;
107:1; 115:1; 118:1-4; 119:64; 130:7; 145:9; 147:11. Deus é o Altíssimo,
83:18. Deus é onipresente, 139:7. Deus é o onisciente, 139:1-6. Deus é
poderoso, 8:3; 21:13; 29:5; 37:17; 62:11; 63:1-2; 65:6; 66:7; 68:33,35;
79:11; 89:8,13; 106:8; 136:12. Deus cumpre suas promessas, 89:3-
4,35,36; 105:42. Deus é providente, 16:8; 31:15; 33:10; 36:6; 37:28; 39:5;
73:16; 75:6-7; 77:19; 91:3-4,11; 104:5-9,27-28; 119:15; 121:4; 127:1-2;
136:25; 139:1-5,10; 140:7; 145:9,17; 147:9. Deus é soberano, 2:4-5; 3:3;
72:5. Deus é verdadeiro, 9:14; 11:7; 19:9; 25:10; 31:5; 33:4; 57:3,10;

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71:22; 85:10; 86:15; 89:14,49; 96:13; 98:3; 100:5; 119:160; 139:2; 146:6.
Deus é o único Deus, 83:18; 86:10.8.
XIII - IDÉIAS DOMINANTES NOS SALMOS: (Manual Bíblico – Halley)
“Confiança” é a primeira e principal ideia do Livro, muitas vezes
repetida. Qualquer que fosse a ocasião, de alegria ou de terror, essa ideia
levava Davi diretamente a Deus. Fossem quais fossem suas fraquezas, Davi
VIVIA EM DEUS.
“Louvor” era palavra que estava sempre em seus lábios. Ele sempre
estava pedindo alguma coisa a Deus, e sempre agradecia-Lhe de toda a sua
alma as respostas às suas orações.
“Regozijai-vos” é outra palavra favorita de Davi. As constantes
tribulações não podiam nunca ofuscar seu regozijo em Deus. Exclama sempre:
“Cantai”, “celebrai a Deus com júbilo”. Assim também Paulo em Fp 4:4.
“Benignidade” e “Misericórdia” ocorrem centenas de vezes. Davi se
referiu muitas vezes à justiça, retidão e ira de Deus. Mas a “benignidade” divina
era a coisa em que se gloriava.
“Os ímpios”. A impiedade reinante afligia-o grandemente. Para Davi,
como para outros escritores bíblicos, havia só duas classes de pessoas: os
retos e os iníquos.
“Inimigos”. Fica-se surpreso ante a incessante referência a inimigos.
Não sabemos como vivia perpetuamente assediado de inimigos um rei justo e
bom como Davi. Os inimigos aos quais se refere, em alguns casos, são
inimigos pessoais; outras vezes são inimigos de Israel, ou de Deus.
XIV - INSTRUMENTOS MUSICAIS:
Eram instrumentos de corda, principalmente a harpa e o saltério;
instrumentos de assopro: a flauta, a gaita, a corneta e a trombeta; e
instrumentos de percussão: o pandeiro e os címbalos. Davi tinha uma
orquestra de 4.000 instrumentistas, 1Cr. 23:5.

PROVÉRBIOS
INTRODUÇÃO:
O termo hebraico “mashal” , que se traduz pela palavra “provérbio”, vem de
uma raiz significa “comparação” , “similitude”, e é aplicado a muitos discursos,
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sentenças e expressões que não poderíamos classificar como provérbios,
como geralmente se faz (“um dito enérgico”). A profecia de Balaão (Nm 23:7) é
assim chamada; da mesma forma o poema didático de Jó; também as
parábolas em Ezequiel 17:2; e 20:49. Há no livro de Provérbios, muitas
passagens que são provérbios no sentido estrito ( cf. 13:12, 14:10, 14:12, 16:2,
16:3, 17:22, 22:1). Entretanto, há muitas que não podem ser consideradas
dessa natureza. Mesmo se, como o próprio significado hebraico faz deduzir os
“provérbios”, foram a princípio restritos aos ditos, contendo algo de similar, e
logo saíram do limite de tais aplicações. Um provérbio hebraico é
simplesmente uma declaração sábia, dita de qualquer forma. Os provérbios
podem ser dividido em cinco classes:
1. PROVÉRBIOS HISTÓRICOS:
Nos quais um acontecimento do passado passou para o vulgo popular (cf.
“Está Saul também entre os profetas?”). Entretanto, não parece haver
qualquer exemplo desses no livro de Provérbios.
2. PROVÉRBIOS MATAFÓRICOS:
Estes são os que devemos realmente chamar de provérbios.
3. ENIGMAS:
Estes são adivinhações ou perguntas absurdas (Cp, 30)
4. PROVÉRBIOS PARABÓLICOS:
Estes são os que apresentam verdades em forma alegórica. O melhor
exemplo desta classe são os que tratam da sabedoria.
5. PROVÉRBIOS DIDÁTICOS:
Que dão informações e instruções preciosas quanto à conduta
especialmente os capítulos 1-9.
TEMA:
“A sabedoria que tem o seu princípio em Deus”
CENÁRIO E CONTEXTO:
O livro afirma que há um só Deus. Não há alusões ao templo,
sacerdotes, anjos e idolatria. O messias não é mencionado nem Moisés, o
cativeiro ou qualquer evento da história de Israel. O livro consta em si mesmo
de sabedoria, da qual apresenta dois diferentes significados em suas
passagens: (1) religião prática, retidão inteligente, uma qualidade humana (10-
72
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31); (2) sabedoria personificada como soberana, sobre a vida, a ajudadora da
YAHWEH, em sua criação, diretora dos negócios dos homens (1-9). O quadro
da sabedoria no capítulo 8 é semelhante ao conceito de LOGOS, em Jo. 1:1.
Esta concepção é certamente o embrião, de onde se desenvolve essa
doutrina. É uma sombra apenas de uma grande idéia, que somente séculos de
revelação poderiam finalmente esclarecer.
AUTORIA:
A tradição tem atribuído toda a autoria do livro de Salomão, rei de Israel. É
verdade que três partes do livro são prefaciadas com seu nome, mas duas
partes são atribuídas, uma a Agur e a outra a Lemuel. Assim o livra, em si
mesma, informa que têm três partes, diferentes autores e inclui duas partes,
contendo “palavras de sábio. No entanto, há quem diga e tente explicar o fato,
dizendo que Agur e Lemuel são outros nomes dados a Salomão, embora não
tenha base para tal aplicação, entretanto existe uma quantidade de evidências
de que a autoria do livro está dividida. O fato que nos interessa é a verdade
contida nessas passagens inspiradas.
SUMÁRIO DO LIVRO:
1. Louvor de sabedoria. O estilo é fluente e poético. Os textos mais longos
predominam. (1-9).
2. Coleção de provérbios curtos atribuídos a Salomão. Predomínio de
sentidos pares em contrastes. (10:1 a 22:16).
3. Dois grupos de ditos de sábio. Mais um corpo de máximas, do que
estritamente de provérbios. Prevaleceram maiores provérbios. (22:17 a
24:34).
4. Várias coleções de provérbios atribuídos a Salomão. Prevaleceram os
grupos de pares comparativos. Há mais agrupamento pelo assunto de
qualquer outra parte. (25-29).
5. Discurso de Agur (30), mãe de Lemuel (31:1-9) e um poema acróstico
sobre a dona de casa ideal (31:10-31).
CLASSIFICAÇÃO DE PROVÉRBIOS:
É proveitoso agrupar ou classificar as passagens de acordo com
seus ensinamentos sobre conduta moral.
 Preguiça – 6:6-10; 10:4-5; 10:26; 15:12; 18:9; 19:24; 22:13.
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 A língua – 6:12-19; 14:29; 15:1; 16:32; 18:8; 18:13; 18:21; 26:L2; 26:20;
29:20.
 Contraste entre o tolo e o sábio – 9:8; 11:14; 12:15; 13:20; 14:7-8;
14:15; 15:20; 17:10; 20:3; 26:1; 29:9.
 Embriaguez – 20:1; 23:29-35.
 A vida reta e o tratamento com os inimigos – 1:10-19; 31-12”; 4:18-19,
23; 11:17; 11:30; 12:10; 13:15; 14:34; 15:16; 23:71; 24:12; 24:29;
25:21, 22; 28:13; 29:01.
 Tratamento dos amigos e vizinhos – 3:27-29; 10:12; 17:09; 17:17;
18:19; 18:24; 21:14; 25:17; 25:19; 25:20; 26:18; 27:5;27:6; 27:14; 29:6.
 Orgulho e Ostentação – 16:18; 25:14; 26:12; 27:1; 27:2.
 Relação entre pais e filhos – 1:8; 4:2-4; 10:1; 13:24; 20:11; 22:06; 22:15;
30:17.
 Êxito no trabalho: indústria – (20:4; 24:30-34); honestidade (11:1; 15:27;
20:10-14); veracidade (12:19-22); cuidado no falar (12:16; 13:3”; 16:24;
19:11) evitar contrair débitos (6:1-5; 11:15; 22:26 e ss); uma sábia
beneficência (11: 24-26; 13:7; 14:31; 19:17); boa companhia *15:22;
27:9-10); confiança em Deus ( 3:5-6; 16:3).
 Mulheres: mulher estranha (5:6-7; 9:13-189); rixosa (15:17; 17:1; 21:9-
19; 25:24; 27:5; 15:16); tola e indiscreta (11:22; 12:14; 14:1); digna
(18:22; 31:10-1); que é industriosa (631:13-16, 19, 24, 27); boa dona de
casa (versos 1, 22, 25); sábia e gentil (26) caridosa (20); religiosa (30);
recompensada no êxito do esposo e filhos (23, 28-31.)
ECLESIASTES
INTRODUÇÃO:
No livro dos Provérbios tomamos conhecimento da sabedoria que tem o
seu princípio em Deus. Agora, em Eclesiastes, tratamos da sabedoria
meramente natural, que, aparte de Deus procura encontrar a verdade e
felicidade. Ambos os livros foram escritos por Salomão; o primeiro, durante a
primeira parte de seu reinado, quando andava com Deus; o segundo, durante
a última parte de seu remado quando o pecado o separava de seu Criador.
Nos Provérbios se ouve dos seus lábios uma nota de gozo e contentamento ao

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meditar sobre as bênçãos da sabedoria divina; em Eclesiastes um tom de
tristeza, desalento e perplexidade, ao ver o fracasso da sabedoria natural ao
tentar resolver os problemas humanos e obter a perfeita felicidade.
TÍTULO:
A palavra “ECLESIASTES”, significa “o pregador”, pode ter sido
chamado assim, pelo fato de Ter Salomão, depois de sua triste experiência de
desviar-se, ensinado publicamente as suas experiências e as lições
aprendidas.
AUTORIA DO LIVRO:
Este livro originou-se no triste afastamento de Salomão, do Criador. Não
existe dúvida, quanto à autoria deste livro ser de Salomão.
TEMA:
“Sem a bênção de Deus, a sabedoria, posição e riquezas não
satisfazem, muito pelo contrário, trazem cansaço e decepção”.
CONTEÚDO DO LIVRO:
 A futilidade do prazer e da sabedoria humana, Caps. 1-2;
 A felicidade terrestre, seus obstáculos, e meios de progresso, Cp. 3 a 5;
 A sabedoria verdadeira e prática, 6:1 a 8:15;
 A relação entre a verdadeira sabedoria e a vida do homem, Caps. 8:16 a
10:20.
 Conclusão- 11:1 a 12:14.

 A fidelidade na benevolência e na vocação – 11:1-6;


 Gozar desta vida de uma maneira tranqüila e feliz – 11:7-10;
 O temor de Deus para jovens, e velhos, em vista de um juízo vindouro –
12:1-7;
 O temor de Deus e a obsevêancia de Seus mandamentos, 12;13, 14.
ANÁLISE DO LIVRO:
O problema, 1:1-3,
Como satisfazer-se e viver feliz sem Deus?
A experiência, 1:4-12; 12.

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 Ele buscou satisfazer-se com: Ciência, 1:4-11, mas colheu enfadonha
monotonia; Sabedoria e filosofia, 1:12-18. Tufo sem nenhum proveito;
Prazeres, 2:1-11 em alegria, 1 – em beber, 3 – em construir, 4 – em Ter
grandes possessões, 5-7 – em riquezas e músicas, 8 – tudo em vão.
 Experimentou também: Materialismo, 2:12-26, vivendo só para o
presente; Fatalismo, 3:1-15; Deísmo; 3:14 até o fim do cap. 4, aí, tudo
falho; Religião (sem Deus) – 5:1-8; Riquezas, 5:9 até o fim do cap. 6, sem
satisfação.
 Finalmente experimentou: Moralidade 7:1 a 12:12. Aqui ele respira numa
atmosfera mais pura. Eleva-se um plano superior. Mas, nem a moralidade
o satisfez.
Conclusão:
 Salomão surge aos nossos olhos como homem de: ciência e de prazer;
como fatalista e materialista; como cético, epicurista e estóico, com poucos
intervalos ardentes e brilhantes, até o fim do livro. Mas no fecho da obra,
ele se desliza de todas as vaidades enganosas e se firma, aos nossos
olhos, como o mais nobre tipo humano: o arrependido e o crente.
 Note: “dever” está em grifo, isto é, “este homem íntegro”. Como que
dizendo: fazendo isto serás o todo e não a metade de um homem, santo!
 Somente Deus pode satisfazer.

CANTARES DE SALOMÃO
INTRODUÇÃO:
Este é um dos livros mais mal entendidos da Bíblia. Não poucos são os
cristãos que lhe negam lugar no cânon sagrado.
Antes de condená-lo, notemos a opinião de outros. Os judeus sempre o
tiveram em elevado apreço e o reconheciam entre os mais santos dos livros.
Comparavam “Provérbios” ao átrio exterior do Templo, “Eclesiastes” ao lugar
santo e “Cantares” ao santo dos santos. Jonathan Edwards, de venerada
memória, escreveu: - “O livro inteiro me era agradável e lia-o em todo o tempo,
achando nele, cada vez que o lia, uma doçura sempre crescente que me

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elevava na minha contemplação”. O fato é, que, os homens mais espirituais
que o mundo conheceu, encontraram gozo profundo nas suas páginas.
A causa de ele ser mal interpretado esta no fato de os críticos severos não
se lembrarem de que é:
 Poesia e não prosa. Damos aos poetas ampla licença. Esquecendo-se
também que é:
 Um poema oriental. Os orientais se comprazem em figuras de retórica,
nós ocidentais elas nos aborrecem. Aqui nada há que melindre ao mais
modesto oriental.
 Tratando-se de uma parábola, temos que nos ater mais à questão da
interpretação do que a da inspiração.
 É importante notar que foi cantado, anualmente, no oitavo dia da Festa
da Páscoa. Portanto, somente os que reconhecem em Jesus Cristo, seu
Cordeiro Pascal, é que podem compreendê-lo.
TÍTULO DO LIVRO:
O nome deste livro na Bíblia hebraica é “Cantares de Salomão”
chamado evidentemente assim, pelo fato de ser cântico, o principal de todos
os cânticos de Salomão (I Rs. 4)
AUTOR:
“Salomão: , (1:1)
TEMA:
A história de amor, que glorifica o amor puro e natural e focaliza a
simplicidade e a santidade do matrimonio.
CONTEÚDO:
Neste estudo vamos nos limitar a um breve esboço da história contida
no cântico, e dois diálogos entre Salomão e sua noiva.
“A história em que está entrelaçado neste idílio (poema curto) parece
ser esta: O rei Salomão visita sua vinha no Monte Líbano, chega de improviso
onde está uma formosa donzela sulamita. Ela foge, mas ele vai visitá-la,
disfarçado de pastor e a persuade a casar-se com ele. Logo vem recebê-la
como rainha. Encaminham-se para o palácio real. Aqui começa o poema e
relata a história de amor” – Dr. Haas.

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TRÊS FASES DO AMOR:
1. “O primeiro pensamento da alma é “o meu amado é meu”, “ e eu sou dele”,
2:16; a esta altura pensamos, principalmente, que Cristo é nosso, e para
nosso gozo.
2. Chegamos a “eu sou do meu amado, e o meu amado é meu” 6:3. O desejo
de sermos propriedade dele é nosso primeiro pensamento.
3. Por fim, chegamos à “eu sou do meu amado e Ele me tem afeição”, 7:10.
Segurança perfeita.

PROFETAS MAIORES:
São cinco os profetas maiores. São classificados como profetas maiores
devido a extensão de seus livros. Imagem 14

ISAIAS
INTRODUÇÃO:
É o mais belo e sublime de todos os escritos proféticos. Com exceção
de 4 capítulos, do 36 ao 39, o livro é todo profético, e que poesia magnífica. O
livro é exuberante em metáforas, 2:19 e 24:20. Para um estudo em tópico da
Bíblia, o livro possui uma reserva extraordinária de material.
TÍTULO:
O livro deriva o seu título do nome de seu autor, que significa “O
SENHOR é salvação”, semelhantemente aos nomes Josué, Elias e Jesus.
Isaías é citado diretamente no NT em torno de 65 vezes, muito mais que
qualquer outro profeta do AT, além de ser mencionado por nome cerca de
vinte vezes.
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DIVISÃO DO LIVRO:
O livro de Isaias está dividido em três partes: 1ª parte, principia com o
Senhor dando a razão do julgamento e cativeiros iminentes de Israel, porém
finaliza com a sua benção e restauração. 2ª parte, focaliza na intervenção do
Senhor, e no livramento de Israel. 3ª parte, tem três secções, duas terminam
com as palavras: “Mas os ímpios não têm paz, diz o Senhor, ” e a terceira
anuncia o messias. No seu conteúdo não estão intercaladas apenas ameaças
de julgamento, mas há também promessas animadoras de bênçãos e
garantias de uma gloriosa restauração.
TEMA:
A ira de Deus resultando na condenação e tribulação de Israel; a graça
de Deus resultando na sua salvação e exaltação.
AUTOR:
“Isaias”. Isaías, o maior dos profetas, foi chamado de ministério no
reinado de Uzias, cap. 6. Seu nome, que significa “salvação de Jeová”
descreve bem o seu ministério e mensagem. Profetizou durante os reinados de
Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias e talvez durante profeta, porque o encontramos
falando e tratando dos assuntos públicos da nação. Isaias é chamado Profeta
Messiânico porque viveu completamente imbuído da ideia de que seu povo
seria uma nação messiânica para o mundo, isto é, nação mediante a qual, um
dia, grande e prodigiosa bênção desceria de Deus para todas as nações. E
continuamente sonhava com o tempo em que aquela ingente e maravilhosa
obra seria realizada entre as nações.
O Novo Testamento diz que Isaías “viu a glória de Cristo e Dele falou”,
Jo 12:41.
A tradição nos diz que foi morto, por resistir aos decretos idolatras
Manassés, sendo preso, imprensado entre duas pranchas de madeira e
serrado ao meio.
ESFERA DE AÇÃO:
Os acontecimentos históricos registrados em Isaías abrangem um
período de mais ou menos 62 anos, (760-698 a.C.).
DIVISÃO DO LIVRO:

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 O livro de admoestações e promessas, caps. 1-6; possivelmente
pregados, na maior parte, durante os reinos de Jotão e Acaz;
 O livro de Emanuel, caps. 7-12 (discursos proferidos, talvez nos reinos de
Acaz e Ezequias);
 O livro das profecias contra os estrangeiros, caps. 13-23; datas diversas;
 O primeiro livro do julgamento geral, caps. 24-27; tem geral deste trecho
parece-se com Joel, em íntima relação com 13-23. Data ignorada;
 O livro de Sião (Livro de Ais), caps. 28-33; no reinado de Ezequias;
 Segundo a descrição do juízo geral, caps. 34-35; data ignorada;
 O livro de Ezequias, interlúdio histórico; caps 36-39;
 O livro do conforto, caps. 40-66.

JEREMIAS
INTRODUÇÃO:
“Este livro, depois dos Salmos, impõe-se até hoje, como um dos mais
espirituais do A.T.”.
Na leitura deste livro, algumas palavras são freqüentes: “deixai”,
“deixade”, 24 vezes; “apostasia”, “apostando”, 13 vezes; estas últimas, só se
encontram em Jeremias, salvo uma vez em Provérbios e três vezes em Oséias
– “voltai”, 47 vezes, por isso, Jeremias é um livro cheio de mensagens para os
apóstatas. Judá deixara o Senhor – Jeremias advertiu-o quanto ao juízo
iminente, e incitou para que voltassem ao Senhor endireitassem suas veredas,
pois o Senhor ainda os amava eternamente.
MENSAGEM DO LIVRO DE JEREMIAS:
“A certeza do juízo de Deus em face do pecado, todavia benignidade e o
caráter do amor de Deus”.
TEMA:
Isaías e Jeremias ambos levaram mensagem de condenação ao Israel
apóstata. Enquanto que o tom de Isaías é vigoroso e severo, de Jeremias é
moderado e suave. O primeiro leva uma expressão da ira de Jeová contra
Israel; o último, uma expressão de seu pesar por causa dele. Ao repreender
Israel, Isaías imergiu sua pena no fogo e Jeremias a suas lágrimas. O que

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abaixou se segue servirá como tema de seu livro: “O amor imutável de Jeová
para com seu povo apóstata e sua tristeza por causa da condição deste”.
AUTOR:
Jeremias. Era filho de Hilquias, um sacerdote de Anatote em terra de
Benjamin. Foi ao ministério quando era jovem ainda, (1:6) no ano décimo-
terceiro do rei Josias, mais ou menos setenta anos depois da morte de Isaías.
Mais tarde, provavelmente por causa da perseguição dos seus patrícios e de
duas próprias famílias (11:21; 12:6). Deixou Anatote e foi para Jerusalém. Ali e
em outras cidades de Judá, exerceu seu ministério durante quarenta anos.
Durante os reinados de Josias e Jeoacaz, foi lhe permitido continuar seu
ministério sem embaraços, mas durante os reinados de Jeoiaquim e
Zedequias, sofreu perseguição severa. No reinado de Jeoiaquim foi
aprisionado por audácia em profetizar a deslocação de Jerusalém. Durante o
reinado de Zedequias foi preso como desertor, e permaneceu na prisão até a
tomada da cidade, época em que foi posto em liberdade por Nabucodonozor
que lhe permitiu voltar a Jerusalém. Quando do seu regresso, procurou
dissuadir o povo de voltar par o Egito para escapar do que acreditavam ser um
perigo eminente. Recusaram seus apelos e emigraram para o Egito levando
consigo Jeremais. No Egito continuou os seus esforços para levar o povo de
volta ao Senhor. A tradição antiga conta que, encolerizados por suas contínuas
admoestações, os judeus mataram-no no Egito.
ESFERA DE AÇÃO:
Desde o ano 13 de Josias até a primeira parte do cativeiro de Babilônia,
cobrindo um período de mais ou menos 40 anos.
ANÁLISE DO LIVRO:
O livro é uma mistura de história, biografia e profecia. Não está escrito em
ordem cronológica.
 A preparação de Jeremias:
Contexto, 1:1-3; Chamada, 1:4-10; Unção, 1:9-10; incumbência, 1:11-
19;
 A condenação de Judá, (Caps. 2 à 38):
Iniciativa de Deus, “veio a Palavra do Senhor”, 2:1; diversas mensagens
de condenação, 2:2 á 29:32;
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 Consolação para Judá:
A nova aliança, 30:1 á 33:26; A previsão de Restauração, 30:1 à 31:40;
a fé na restauração, 32:1-44; a previsão de restauração parte 2, 33:1-
26;
 Calamidades que virão sobre Judá:
Antes da queda de Judá, 34:1 á 38:28; durante a queda de Judá, 39:1-
18; depois da queda, 40:1 á 45:5;
 Proclamação de castigo às nações:
Contra o Egito, 46:2-8; Contra a Filístia, 47:1-7; Contra Moabe, 48:1-47;
Contra Amon, 49:1-6; Contra Edom, 49:7-22; contra Damasco, 49:23-
27; Contra Quedar e Hazor, 49:28-33; Contra Elão, 49:34-39; Contra
Babilônia, 50:1 à 51:64;
 A queda de Jerusalém:
A destruição de Jerusalém, 52:1-23; A deportação dos judeus, 52:24-30;
A libertação de Joaquim, 52:31-34.

LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS
INTRODUÇÃO:
O livro e lamentações é um apêndice a profecia de Jeremias, registrando
a tristeza aguda e dolorosa do profeta pelas misérias e desolações de
Jerusalém, resultantes de seu sítio e destruição. A dor e lamentações
exprimidas na profecia de Jeremias encontram aqui o seu auge; o rio de
lágrimas que correu ali, chega a transbordar neste livro.
OBJETIVO PRINCIPAL DO LIVRO:
O objetivo principal do livro era ensinar os judeus que reconhecessem a
mão castigadora de Deus, em suas calamidades, e que voltassem a Ele com
arrependimento sincero.
TEMA:
“As desolações de Jerusalém e o resultado de seus pecados; e o castigo
do Deus fiel, que visava conduzi-los ao arrependimento”.
AUTOR:
O livro foi escrito por Jeremias após o terceiro sítio e queda de Jerusalém.
Na versão septuaginta, o livro traz um prefácio com estas palavras: “E

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aconteceu que depois que Israel foi levado cativo e Jerusalém ficou desilada,
Jeremias assentou-se chorando e lamentando com estas lamentações sobre
Jerusalém...”
ANÁLISE DO LIVRO:
Há cinco poemas conforma indicam os capítulos. Em cada poema, exceto
no último, há referências às condições miseráveis da cidade, seguidas de
justificação de Deus quanto ao tratamento drástico aplicado ao seu povo.
 Primeiro poema: A cidade representada como uma viúva chorando (cap.
1).
 Segundo poema: A cidade representada como uma mulher com véu,
chorando em meio das ruínas (cap. 2).
 Terceiro poema: A cidade representada como e pelo profeta que chora,
lamentando ante Jeová, o Juiz (cap. 3).
 Quarto poema: A cidade representada como ouro embaçado, mudado e
degradado (cap. 4).
 V. Quinto poema: A cidade representada como um suplicante rogando
ao Senhor (cap. 5).
Este livro ainda hoje o usam os judeus para exprimir o seu pesar pelos
sofrimentos e pela dispersão de Israel. As Lamentações se leem anualmente
para relembrar o incêndio do Templo.

EZEQUIEL
INTRODUÇÃO:
Cada um dos três grandes profetas enfatizou uma pessoa da
Santíssima Trindade. Ezequiel é o profeta do Espírito; como Isaías é do Filho e
Jeremias é do Pai. O ministério do Espírito é muito notável neste livro, há pelo
menos, 25 referências ao Espírito. O nome EZEQUIEL significa “a quem Deus
fortalece”, e o agente deste fortalecer foi o Espírito Santo.
Existe no livro de Ezequiel, algumas verdades notáveis, tais como:
 Ezequiel fala de Israel no Egito mais que qualquer outro profeta.
Somente neste livro, (20:1-9), são informados da idolatria de Israel no
Egito e do pensamento de Deus em destruí-lo naquele país, por esta
razão.
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 Somente em Ezequiel nos revela a história de Satanás, (28:11-19),
lemos aqui um vislumbre da história do nosso grande adversário.
 Somente neste livro, temos a história, em detalhes, do templo a ser
edificado, (cap. 40-44) e do rio de aguas purificadoras, ( Cap. 47).
TEMA:
O afastamento da glória de Deus de Israel, em vista do juízo vindouro; e a
volta da sua glória em vista da restauração futura.
AUTOR:
Tanto Ezequiel, como Jeremias, eram ao mesmo tempo sacerdote e
profeta. Foi levado cativo juntamente com o rei Jeoiaquim, por Nabucodonozor,
cerca de dez anos antes da destruição de Jerusalém. Seu lar foi em Telabib
em Babilônia. Ali ministrou aos desterrados, os quais em sua maioria,
resistiam às suas palavras aderindo à esperança falsa de um regresso rápido.
A tradição informa que foi morto por desterrados que ele repreendera por
causa da sua idolatria.
ESFERA DA AÇÃO:
Os acontecimentos históricos registrados neste livro abrangem um
período de cerca de 21 anos desde o ano 595 ate 574 a.C.
ANALISE DO LIVRO:
Este é um livro do qual muitos se desinteressam em ler. A razão reside no
fato de que não compreendem sua chave, sua estrutura, e não alcançam sua
mensagem.
Sua frase chave é : “A glória do Senhor” que ocorre 14 vezes nos
primeiros 11 capítulos. No V.T., “a glória do Senhor” significa a luz visível que
brilhava entre os querubins no lugar do Santo dos Santos, no Tabernáculo e no
templo e que proclamava a presença de Deus. Antes da destruição do Templo,
Ezequiel viu em visão a “Glória do Senhor” deixando o Templo. Há, em 9:3,
uma descrição breve, deste fato, do qual tem mais particularidade no cap. 10.
Enquanto olhava, viu acima dos querubins a semelhança do trono de Deus
com rodas, e portanto, uma espécie de carro real, 10:1. Daí a “Glória do
Senhor” dirigiu-se para entrada da casa, 10:4 e daí, do Templo para o meio da
cidade e em seguida para o monte que está ao Oriente, 10:18,19,e daí, do

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Templo para o meio da cidade do Senhor, 11:22 e 23 assim aos poucos, com
pesar porém majestosamente, a “Glória do Senhor” deixou o santuário e a
cidade. Mas, a glória, certamente, voltara cap. 43. O ministério de Ezequiel
principiou com uma visão de Deus e termina com uma visão de Deus entre o
seu povo. Sua mensagem é a severidade de Deus ao seu povo desviado e
impenitente, e a sua bondade para penitente.
DIVISÕES DO LIVRO :
1. Profecias contra Jerusalém:
 Visão e chamado de Ezequiel (1-3); Representações simbólicas e
oráculos (4-7); Visão de Jerusalém (3-11); Representações simbólicas
e oráculos (12-15); Alegoria (16); Parábola e Provérbios (17 e 18);
Lamento (19); O Israel rebelde (20-22); As duas irmãs adúlteras (23); A
panela (24);
2. Profecias contra as nações:
 Amam (25.1-7); Moabe (25.8-11); Edom (25.12-14); Filístia (25.15-17);
Tiro e Sidom (26-28); Egito (29-32);
3. Profecias do Israel restaurado:
 Representações simbólicas e oráculos (33-35); Novo coração, ossos
secos e os 2 pedaços de madeira (36 e 37); Gogue e Magogue (38 e
39); O novo templo (40-43); O príncipe, os levitas e os sacerdotes (44);
O ritual do templo (45 e 46); Os limites do Israel restaurado (47); Divisão
da terra (48).

DANIEL
INTRODUÇÃO:
O livro de Daniel é, na sua maior parte, uma história profética dos poderes
gentílicos mundiais, desde o período de Nabucodonozor até a vinda de Cristo.
Os profetas em geral salientam o poder e a soberania de Deus com relação a
Israel, e O revelam como quem determina os destinos de seu povo escolhido
através dos séculos até a sua restauração final. Daniel, por outra parte,
destaca a soberania de Deus com relação aos impérios gentílicos do mundo,
e revela Deus como Aquele que domina e governa os negócios desses, até o
tempo de sua destruição, na ocasião da vinda de seu filho.
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“A visão é a de um Deus que governa, por meio de sabedoria e poder, de
reis que desaparecem, de dinastias e impérios que surgem e caem enquanto
Deus entronizado no céu governa seus movimentos” Campbell Morgan.
Por causa de suas muitas visões, o livro de Daniel tem sido chamado “O
Apocalipse do V.T.”.
TEMA DO LIVRO:
Deus revelado como o que domina a elevação e a queda dos reinos
deste mundo até a sua destruição final e que estabelece seu próprio reino.
AUTOR:
Daniel. Daniel era da Tribo de Judá e provavelmente membro da família
real (1:3-6). Quando ainda muito jovem, foi levado cativo à Babilônia no 3º ano
do rei Jeoaquim (II Cr. 36:4-7), e oito anos antes de Ezequiel. Juntamente com
outros três jovens foi colocado na corte de Nabucodonozor a fim de obter uma
preocupação especial na educação dos caldeus. Ali chegou a um dos postos
mais elevados do reino, posição que reteve durante o governo persa, que se
seguiu ao babilônico. Profetizou durante todo o cativeiro, sendo proferida a sua
última profecia durante o reinado de Ciro, dois anos antes da nação à
Palestina. Por causa da sua vida imaculada em meio da corrupção de uma
corte oriental, é um daqueles mencionados por Ezequiel como exemplos
notáveis de piedade. O mesmo profeta dá testemunha de sua sabedoria (Ez.
28:3).
ESFERA DE AÇÃO:
Desde Nabucodonozor até Ciro, abrangendo um período de
cerca de 73 anos, 607-534 a. C.
DIVISÕES DO LIVRO:
O reino de Deus e a fidelidade de seus servos, 1: 1-21:
 1: 1, 2 homem propõe e Deus dispõe
 1: 3-7 Reprogramação na Babilônia
 1: 8-21 Salvando o primeiro teste
O reinado de Deus para subjugar os reinos, 2: 1-49:
 2: 1-13 Os sonhos perturbadores de Nabucodonosor
 2: 14-23 Daniel recebe iluminação
 2: 24-49 O sonho, explicação
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O reinado de Deus nos testes difíceis, 3: 1-30:
 3: 1-18 A idolatria e a morte
 3: 19-30 "As chamas não vai tocar"
O reinado de Deus humilha Nabucodonosor, 4: 1-37:
 4: 1-18 O sonho da árvore cósmica
 4: 19-27 Um aviso do julgamento
 4: 28-37 Humilhado e curou
O reino de Deus através da remoção de Belsazar, 5: 1-30:
 5: 1-9 A escrita na parede
 5: 10-17 Daniel é lembrado
 5: 18-31 Um pesado rei na balança de Deus
reinado de Deus sobre os animais selvagens, 6: 1-28
 6: 1-9 Dario enganado
 6: 10-17 obedecer a Deus do que aos homens
 6: 18-28 Eu Coberto pelo poder de Deus através da fé
O reinado de Deus sobre os reinos bestiais, 7: 1-28 :
 7: 1-14 quatro animais, um homem
 7: 15-28 O chifre fazia guerra
O reinado de Deus dura para sempre, 8: 1-27:
 8: 1-4, 15-20 O carneiro de dois chifres
 8: 5-8, 21, 22 O bode um chifre
 8: 9-14, 23-27 O chifre pequeno que cresceu
O reinado de Deus fortalecendo profecia e oração, 9: 1-27:
 9: 1-3 Daniel procura as Escrituras
 9: 4-19 Oração: um contrato de trabalho
 9: 20-27 Outros "setenta"
O reinado de Deus sobre toda a história, 10: 1 12: 4:
 10: 1-3 Em duelo espiritual
 10: 4-9 Uma visão gloriosa
 10: 10-11: 1 "espíritos do mal, nas regiões celestes"
 11: 2-45 Os reis do norte e sul
 12: 1-4 Últimas Coisas
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O reino de Deus e o resto de seus servos, 12: 5-13.

LIVROS PROFÉTICOS MENORES


São 12 livros, os proféticos menores. Estes livros são chamados
“menores”, não com relação à sua importância, mas com relação a
extensão de seus livros. Imagem 13

OSÉIAS
INTRODUÇÃO
O livro de Oséias é o primeiro dos livros proféticos menores. A
mensagem de Oséias foi, particularmente, dirigida a Israel, (às 10 tribos). O
nome de Efraim aparece, neste livro, mais de 35 vezes e o nome de Israel com
igual freqüência. Enquanto que a Judéia é mencionada só 14 vezes, e
Jerusalém, não é mencionada uma vez sequer.
Os escritos de Oséias são mais poéticos do que a maioria dos profetas;
são ricos em notáveis metáforas.
O atributo divino mais usado por Oséias, é: “Senhor”. O aspecto do
caráter de Deus, sobre o qual, Oséias medita mais carinhosamente, é aquele
que simboliza o esposo e a esposa. (Israel é a Noiva de Jeová enquanto que, a
Igreja é a noiva do Cordeiro).

TEMA:
Israel, a esposa infiel abandonando seu esposo compassivo, que a
acolhe novamente. Esposa, Israel. Esposo, Jeová.
AUTOR:
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Oséias, Seu nome significa “salvação”. Foi um profeta do reino do Norte
(as dez tribos). Profetizou no mesmo tempo que Amós, Isaias e Miquéias, em
Judá. Seu ministério, de cerca de 60 anos, é o mais longo de todos os
profetas.
ESFERA DE AÇÃO:
Os acontecimentos históricos a que se refere o livro de Oséias cobrem
um período de mais ou menos 60 anos, desde 785 a.C., até o tempo do
cativeiro das dez tribos.
CONTEUDO:
I. Separação: Israel, a esposa infiel de Jeová (caps. 1-3):
II. Condenação: Israel, a Nação Pecaminosa (caps. 4 a 13:8).
III. Reconciliação: Israel, a Nação Restaurada (caps. 13:9 a 14:9).

JOEL
INTRODUÇÃO:
Destacadas autoridades literárias são unanimes em afirmar que, quanto
ao seu estilo, este pequeno livro é uma verdadeiro gema literária. “Seu estilo, é
evidentemente, puro e se caracteriza pela suavidade, fluência, força e ternura”.
Três cousas o tornam, por demais, notável: 1º) Contém a maior
descrição, conhecida em toda a literatura, de uma devastação por gafanhotos;
2º) É o livro que, em primeiro lugar, nos prediz o derramamento do “Espírito
sobre toda a carne”, 2:28 e 29; 3º) Suas profecias se notabilizam pelo seu
escopo (alvo), e se estendem, desde aqueles dias, até o final dos tempos.
A missão de Joel foi mostrar que a condição tristíssima da vida espiritual
da nação, foi a cauda de lhe ser enviado a praga, e exortar ao arrependimento
toda a nação como passo essencial para voltar-se a Deus.
TEMA:
O dia do Senhor visto como imediato (na invasão dos gafanhotos), como
iminente (na vinda da invasão Assíria), e como futuro ( na invasão final).
MENSAGEM:
Joel tem sido chamado o “profeta do avivamento religioso”, seu nome
significa “O Senhor é Deus”. Ele compreendeu que o arrependimento sincero é
a base de todo o avivamento verdadeiro; e era para isto que ele se esforçava.
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Este é o livro do arrependimento. Ao coração rasgado segue-se o véu e o céu
rasgados, isto é: acesso a Deus e as bênçãos do Pentecostes seguem ao ver
o arrependimento.
CHAVE DO LIVRO:
Para se compreender o livro, a chave é a frase: “O dia do Senhor”, 1:15;
2:1, 1:31 e 3:14. O profeta vê nesta calamidade uma visitação do Senhor e se
refere a ela como um tipo de castigo final do mundo o dia do Senhor (1:15).
“O dia do Senhor” começará com o arrependimento da igreja. É o dia
em o que o Senhor julgará e intervirá, mais uma vez, diretamente no curso
político deste mundo, e reinará por mil anos.
AUTOR:
Pouco se sabe acerca de Joel. Acredita-se que profetizou durante o
tempo de Joás, rei de Judá, II Rs. 12.
ESBOÇO:
 A praga de Gafanhotos Tipifica o dia do Senhor, 1:1 á 2:11;
 Chamada ao arrependimento, 2:12-19;
 A promessa das chuvas de Bênçãos, 2:20-32;
 O triunfo final de Deus no dia do Senhor, 3:1-21.

AMÓS
INTRODUÇÃO:
Israel estava no auge da prosperidade, mas em descarada idolatria e
exalando o mau cheiro e sua podridão moral: era uma terra de falsos
juramentos, furtos, injustiças, opressões, roubalheiras, adultérios e homicídios.
Fazia uns 200 anos que as dez tribos haviam separado do reino de Davi
(931 a.C.) e estabelecido o reino independente do Norte, tendo como religião o
culto do bezerro, II Rs. 12:25-33. Durante parte desse tempo o culto de Baal
também fora adotado, e muitas das praticas abomináveis da idolatria cananita
ainda predominavam. Entrementes, Deus enviara Elias, depois Elizeu e mais
ainda Jonas. Mas sem nenhum efeito sobre o povo. Israel, empedernido na
idolatria e perversidade, descambava agora, veloz para a ruína. Foi então que
Deus enviou Amós e Oséias, num derradeiro esforço por frear a nação na sua
arremetida para a morte.
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TEMA:
A exposição dos pecados de um povo privilegiado, cujo privilégios lhes
trouxeram grande responsabilidade e cujas faltas sob essa responsabilidade
lhes acarretaram um castigo de acordo com a luz que tinha recebido.
MENSAGEM:
O peso de Amós era concernente ao castigo. Possuía uma mensagem
rigorosa para aquela época de luxo e indulgência. Era o profeta da ira e dos
ais. O livro mostra que o pecado da nação resulta no julgamento da nação. O
pecado individual será julgado no Trono Branco, ao passo que, as nações
serão julgadas, a seu tempo, neste mundo. A história dos povos e da
civilização confirma isto.
AUTOR:
Amós era natural de Tecoa, situada cerca de seis milhas (9.65km) ao
Sul de Belém, habitada na sua maioria por pastores e cuja classe Amós
pertencia, sendo também um dos que recolhia figos silvestres. Seu nome é
derivado do verbo “ãmas” que significa provavelmente “aquele que carrega
fardos”.
Amós foi contemporâneo de Oséias e Jonas. Embora natural de Judéia,
profetizou contra Israel.
ESBOÇO DO LIVRO:
 Uma séria de profecias contra as nações, culminando na sua
condenação (caps. 1-2);
 Três discursos sobre Israel e sua iniquidade, cada um introduzido por:
“Ouvi esta palavra” (caps. 3-6);
 Cinco Visões concernentes a Israel (7:1 à 9:10).
 Promessas de restauração, (9:11-15).

OBADIAS
INTRODUÇÃO:
Este é o menor livro do A.T., tendo apenas 21 versículos, porém seu
conteúdo é um brilhante precioso da profecia. Forma um manifesto severo
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contra os ferozes Edomitas, inimigos perpétuos de Israel. Mostra o caráter, a
condenação e a queda de Edom.
AUTORIA:
Nada se sabe, absolutamente, quanto ao autor deste livro, pois vários
Obadias são mencionados no A.T. , mas, nada há que indique a ser um deles
o autor deste livro. É difícil positivar quando foi escrito o livro, no entanto
alguns estudiosos atribuem a autoria a uma data imediatamente após á queda
de Jerusalém, em 585 a.C..
TEMA:
O grande pecado de Edom, seu castigo e extinção nacional.
MENSAGEM:
Este pequenino livro tem um dupla mensagem: um aviso contra o
barulho pecaminoso e o desfio do ímpio, v.3, e ainda contra o odiar e maltratar
os judeus, cuja causa Deus defenderá, e cuja inimigos Ele destruirá.
ESBOÇO DO LIVRO:
 A futura destruição de Edom, vv. 1-9: A queda da cidade
inexpugnável (que é impossível se apoderar pela força) 1-4; A cidade
será saqueada, devastada e abandonada, 5-9;
 A causa do julgamento de Edom: Sua malicia contra Israel 10-14;
 O futuro Dia do Senhor, 15-21: Julgamento iminente contra Edom e os
demais pagãos, 15-16; Futura libertação de Israel, 17-21; O reino
Messiânico, depois de tudo, 21.
RAZÕES PARA A DESTRUIÇÃO, 10-14:
 Alienação, Esaú esquecera-se completamente do Deus de seu pai, 9-
10;
 Falta de fraternidade, não teve piedade de seus irmãos, 11-12;
 Alianças erradas, uniu-se aos espoliadores “era um deles, v11-14.
O DIA DO SENHOR, 15-21:
 A destruição de todos os inimigos do povo de Deus, juntamente com
Edom, 15-16;
 Israel perseguirá as suas antigas fronteiras e Deus reinará, 17-21.

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JONAS
INTRODUÇÃO:
Este livro é um campo de trabalho ao criticismo destruidor do
modernismo. É considerado, por muitos, uma simples alegoria sem fundo
histórico algum; porém, II Rs. 14:25 prova que Jonas era um personagem
histórico. Ainda o caráter histórico deste homem é confirmado pelo Senhor
Jesus em Mt. 12:39-41, quando deu testemunho da existência de Jonas, e do
livramento milagroso e do seu oficio profético. Portanto não hesitamos em
afirmar que, temos aqui um fato e não ficção; uma história e não fábula.
TEMA:
“O amor de Deus para com os gentios revela-se ao enviar-lhe um
profeta que os chama ao arrependimento”.
O PROFETA:
Jonas era natural de Gate-hefer perto de Nazaré, seu nome (Yõnãh)
quer dizer “pombo”. Os fariseus não repararam isso, quando disseram que:
“da Galiléia nenhum profeta surgiu” (Jo. 7:52). Naum e Malaquias, também
eram da Galiléia. Jonas iniciou sua carreira profética quando, Eliseu terminou a
sua. Algumas autoridades antigas dos judeus eram de opinião de que Jonas
era filho da viúva de Zrefate que Elias ressuscitará.
ESBOÇO DO LIVRO:
 A chamada de Jonas e sua inútil tentativa de fugir da presença do
dever, cap.1;
 O Salmo da Libertação, seguido, do ato que jogou Jonas à praia, cap.2;
 O sucesso fenomenal da pregação de Jonas, cap.3;
 Deus repreende a Jonas, por seu descontentamento, cap.4.
LIÇÕES:
Mostram quão inúteis são os esforços humanos para impedir os divinos
propósitos da Graça.
A lição principal é a declaração em Rm. 3:29, que visava ensinar o povo
de Deus, que Ele é Deus dos gentios, como é dos judeus, e que tinha
propósito de graça e amor, tanto para gentios como para judeus. No entanto,

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Israel nunca aprendeu esta lição mesmo apesar do ensino eloquente deste
livro.
PROPOSITO DE DEUS PARA O LIVRO:
 Uma coisa é que o fato pode ter adiado o cativeiro de Israel, visto que a
ganância de conquista foi um dos pecados de que se arrependeram,
3:8.
 Principalmente, parece que a intenção de Deus foi dar a entender ao
Seu próprio povo que Ele também estava interessado em outras
nações.
 Demais disto, o lar de Jonas ficava em Gate-Hefer (2 Rs 14:25), perto
de Nazaré, residência de Jesus, de quem Jonas era um “sinal”.
 Mais ainda: Jope, onde Jonas embarcou para não pregar a uma outra
nação, foi o lugar exato, escolhido por Deus 800 anos mais tarde, para
ali dizer a Pedro que recebesse pessoas de outras nações, At 10.
 E ainda mais: Jesus citou o caso como figura profética de Sua própria
ressurreição ao “terceiro” dia, Mt 12:40.
 Assim, em tudo, a história de Jonas é uma grandiosa figuração histórica
da ressurreição do Messias e da Sua missão a todas as nações.

MIQUÉIAS
INTRODUÇÃO:
Miquéias profetizou, mais ou menos na mesma época de Isaias com o
qual provavelmente teve contato, havendo semelhanças notáveis nas suas
profecias (como por exemplo, Is 2:1-4, com Mq. 4:1-5). Muitos afirmam que a
profecia de Isaias é uma ampliação da de Miquéias.
AUTOR:
Seu nome “quem é como Jeová”, e reflete seu caráter. Embora fosse
um camponês, seu ministério foi dedicado às cidades. Para ele, Deus era tudo.
Tinha em alto conceito a Santidade, a Justiça, e a Compaixão de Deus.
Termina seu livro exclamando “Quem ó Deus, é semelhante a ti...?”, 7:18, e
Ele compreende muito bem o que dizia . Julgar pelos seus escritos , era um
homem de poder notável, calmo, juízo são, coração terno, todavia fiel e
contudo reconhecia ser Deus a fonte, 3:8.
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TEMA:
Israel destruído pelos chefes falsos e salvo pelo Chefe verdadeiro, o
Messias.
ANÁLISE DO LIVRO:
Alguns sustentam que o livro contém duas secções principais:
Denunciadora (1-3): Na primeira seção começa apresentando um quadro de
uma nação pecaminosa condenada ao cativeiro. Na primeira divisão Israel esta
iludida e destruído por governadores falsos.
Consoladora (4-7): Na segunda seção, um povo redimido desfrutando as
bênçãos. Na segunda divisão Israel esta restaurado pelo Messias, o
verdadeiro Regente.

NAUM
INTRODUÇÃO
Naum é um livro poema, vivido, pintado, concernentes à grandeza poder
e justiça de Deus, e sobre o conflito entre Jeová e o cruel império desafiador
de Nínive. Um grande estudioso dos profetas, escravo: “Nenhum dos profetas
menores parece igualar-se a Naum em ousadia, ardor e sublimidade. Sua
profecia é um poema perfeito, o prefácio não é simplesmente magnífico, é,
verdadeiramente majestoso. A preparação para destruição de Nínive e a
descrição de sua queda e desolação, se expressa, vivamente, nas cores mais
fortes, são ousadas, luminosas no mais alto grau”.
TEMA:
O livro de Naum tem um único tema saliente: “a destruição de Nínive”.
AUTOR:
Pouco se sabe a respeito de Naum. Seu nome significa “consolação”.
Era nativo de El-Kosh, uma aldeia que alguns creem ter sido situada em
Galileia. Ele profetizou durante o reinado de Ezequias e foi testemunha do sitio
de Jerusalém por Senaqueribe, acontecimento esse que pode ter sido a
ocasião da sua profecia.
ASSUNTO:

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Este livro focaliza apenas um tema como já dissemos: “destruição de
Nínive”. Foi escrito 150 anos após a missão de Jonas. O avivamento ou o
arrependimento ocasionado pela pregação de Jonas, por mais sincero que
fosse, não foi duradouro, dando lugar a uma completa e deliberada apostasia
contra Deus. Não eram simplesmente desviados, mas bem piores, eram
apóstatas deliberados, rejeitando e desafiando ao Deus que tinham aceitado e
adorado, II Rs. 18:25; 18:30; 18:35 e 19: 10-13;. O Senhor aceitou e desafiou o
orgulho da Assíria, II Rs. 19:22-23 e Naum foi escolhido para recordar a
profecia pela violência e opressão cruel, mas sentenciada a perecer duma
maneira toda especial e violenta. Toda esta profecia se cumpriu 86 anos
depois. O livro de Naum é um grande “Duma Vez”.
MENSAGEM:
A sentença e o fim horrível dos apóstatas.
ESBOÇO DO LIVRO:
I. Epígrafe (1:1)
II. Pronunciamento sobre a destruição de Nínive (1:2-15)
 A ilustração do poder de Deus (1:2-8)
 Declaração do castigo de Deus (1:9-15)
III. Detalhes sobre a destruição de Nínive (2:1-13)
 O ataque à cidade (2:1-10)
 O descrédito da cidade (2:11-13)
IV. É exigida a destruição de Nínive (3:1-19)
 A primeira acusação (3:1-3)
 A segunda acusação (3:4-7)
 A terceira acusação (3:8-19)

HABACUQUE
INTRODUÇÃO:

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Este livro é notável pelo fato de que quase dois terços dele constituem
diálogos entre o profeta e Deus.
O profeta está rodeado por todos os lados, pela injustiça triunfante e
não castigada. A princípio seu clamor era de julgamento, aparentemente não é
ouvido por Deus. Quando finalmente é respondida a sua oração e pronunciado
o julgamento, ele fica ainda mais surpreendido, por que os agentes do
julgamento de Deus, os Caldeus, são mais ímpios e mais dignos de castigos
do que suas vítimas. Leva à sua inquietação a Deus que logo a dissipa, e
apresenta uma solução dos seus problemas resumida na declaração que é o
coração do livro: “...o justo, pela sua fé, viverá”, 2:4.
TEMA
Resumiremos o tema de Habacuque da seguinte maneira: “O conflito e
triunfo final da fé”.
AUTOR:
Seu nome é raro, e seu significado incerto; possivelmente significasse
um “abraço ardente” de “hãbaq”, “abraçar”. Pouco se sabe de Habacuque, a
não ser o que se pode deduzir de tradições contraditórias, Hb. 3:1, 19, conclui-
se que era levita e participava da música no templo. Como Naum predisse a
destruição da nação Assíria e Obadias a de Edom, assim Habacuque
profetizou a queda do Império Caldeu. Sendo que ele fala do poder crescente
da última nação mencionada, e da eminência de sua invasão por Judá,
conclui-se que Habacuque profetizou durante os reinados de Jeoacaz e
Jeoiaquim.
O AVÔ DA REFORMA:
Este profeta foi um autêntico avô da Reforma. A grande doutrina da
justificação pela fé, Paulo aprendeu com Habacuque, e Martinho Lutero
aprendeu com Paulo.
Pode-se concluir que este livro foi um dos prediletos de Paulo, porque
ele cita Hc 1:5, na sua advertência aos judeus incrédulos, em Antioquia, (At.
13:41); e quanto a célebre declaração de Hc 2:4, Paulo a cita em Rm. 1:17; Gl
3:11.
MENSAGEM CENTRAL:

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O homem justo não deve julgar pelas aparências, mas sim pela Palavra
de Deus.
ESBOÇO DO LIVRO:
 Castigo de Judá, Cap.1.
 O castigo dos Caldeus, cap.2.
 A oração do profeta (visão) (Cap.3) título (v.1).

SOFONIAS
INTRODUÇÃO:
A repetição frequente da frase “O dia do Senhor”, sugere imediatamente
que Sofonias tinha uma mensagem de julgamento. Mas, como sucedeu com
quase todos os demais profetas, ele tem também uma mensagem de
restauração.
Alguns críticos modernos afirmam que: é perfeitamente evidente que
este último capítulo (cap.3) não foi escrito por Sofonias, porque o contraste é
muito grande entre o quadro do juízo terrível, devastador, irrevogável e o de
restauração. Ninguém pode imaginar, afirmam Eles, que o mesmo homem
escrevesse ambas. Tudo isso é resultado da cegueira dos críticos. O último
quadro é o de Jeová entronizado, o quadro de uma nova ordem: cânticos em
vez de tristeza, serviço em vez de egoísmo, e solidariedade em lugar de
deposição. A intenção do juízo não é somente mostrar uma ferida, mas
mostrar também o caminho da cura. O próprio contraste mostra a unidade da
autoria do livro.
TEMA:
Pode-se resumir da seguinte maneira: A noite do Juízo sobre Israel e sobre as
nações, seguida pela manhã da restauração do primeiro (Israel) e da
conversão das últimas (nações).
PALAVRA CHAVE:
“Zelo”.
VERSOS CHAVE:
1:18 (Juízo) e 3:15 (Restauração).
MENSAGEM CENTRAL:

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“Eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso”.
AUTOR:
Muito pouco se sabe de Sofonias, o autor deste livro. Através de 1:1
aprendemos que, provavelmente, era um príncipe da casa real de Judá, sendo
um dos descendentes de Ezequias. Acredita-se que tenha profetizado ainda
moço. Seu nome, que significa: “Escondido em Jeová”, talvez tivesse influído
quando escreveu, 2:3. Ele profetizou durante o reinado de Josias, rei de Judá.
No período entre a cessação das profecias de Isaías, Miquéias e Naum nos dia
de Sofonias e Jeremias, houve um período de 50 anos, durante o qual reinou o
ímpio Manassés. Durante esse tempo o espírito profético estava adormecido.
Reviveu durante o reinado de Josias, quando o monarca começou a sua
grande reforma, na qual Sofonias provavelmente desempenhou uma parte
importante.
ESBOÇO DO LIVRO:
Título 1:1. Texto da mensagem divina (1:2-6). O dia YAHWEH significa
destruição de tudo, especialmente da idolatria de Judá.
 Judá será punida severamente, 1:7 - 2:3.
 Os pagãos também serão punidos, 2:4-15.
 Ainda que realmente todos mereçam a destruição, um remanescente de
Judá e dos gentios será salvo, 3:1-20.

AGEU
INTRODUÇÃO:
Dezesseis anos haviam decorrido após a volta do cativeiro. Esdras,
cap.3, declara que a primeira idéia do povo foi reconstruir o Altar e o Templo,
porém, surgiram dificuldades. Finalmente as intrigas políticas paralisaram o
trabalho, zelo e entusiasmo do povo arrefeceu em face destas dificuldades.
Mesmo depois de apaziguada a tempestade, o povo não voltou ao trabalho.
Surgiu logo depois, um tempo de aflição, a colheita falhou, houve seca,
aflições e tristeza, 1:6, 9, 10, 11. Ageu foi enviado para interpretar lhes as
calamidades e incentivá-los a deixar sua indolência e desânimo pecaminoso. O
resultado foi bom. Em vinte e quatro dias, o povo se pôs ao trabalho da obra.
TEMA:
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O resultado de relaxamento na obra de terminar o templo trouxe o
desagrado divino e castigo; o resultado da terminação do templo traria a
benção divina e a promessa de glória futura.
FRASE CHAVE:
“A palavra do Senhor”.
MENSAGEM:
“Deus em primeiro lugar”, na vida e no serviço, é a mensagem do livro.
É uma ilustração e um comentário de I Co. 15:58.
TEMPO:
O “segundo ano de Dario” no qual Ageu profetizou foi de 520 a.C.
quando o célebre filósofo chinês Confúcio, brilhava e progredia na China.
AUTOR:
Pouco se sabe a respeito de Ageu, além do fato de que trabalhava em
harmonia com Zacarias. Provavelmente, nasceu na Babilônia durante o
cativeiro. Seu nome significa: “Minha festa” e, podem muito bem ser que assim
o acharam antecipando a alegria da volta do cativeiro. Ele começou a
profetizar dois meses depois de Zacarias, no entanto, Zacarias profetizou
durante 3 anos, enquanto que Ageu não o fez durante 3 meses e 24 dias.
ESBOÇO:
Houve cinco mensagens transmitidas em ocasiões especialmente distintas:
 Primeira Mensagem: rigorosa e de repreensão, 1:1-11.
 Segunda Mensagem: confortadora e de Recomendação, 1:12-15.
 Terceira Mensagem: Alegre e de Animação, 2:1-9.
 Quarta Mensagem: Confirmadora concernente à purificação e Benção,
2:10-19.
 Quinta mensagem: Firmeza concernente a Segurança, 2:20-23.

ZACARIAS

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INTRODUÇÃO:
O livro de Zacarias é consideravelmente maior que o de Ageu.
Apresenta abundantes traços, rápidos e brilhantes, do Messias, mencionando
literalmente muitos pormenores da vida e obra de Cristo.
Dos antigos e inspirados videntes, Zacarias era um dos maiores. Seus
14 capítulos estão repletos das mais notáveis visões do A.T. Era um grande
poeta, e assim um companheiro apropriado para o simples e prático Ageu.
O livro não se compõe de profecias já cumpridas como muitos a
desejariam; é, na maior parte, sem cumprimento ainda. Mesmo algumas
profecias que pareciam cumpridas estão evidentemente, só parcialmente
cumpridas.
TEMA:
Resumiremos o tema da seguinte maneira: um estímulo à nação para
servir fielmente ao Seu Deus por meio de aflição atual, com a visão das glórias
futuras dos tempos do Messias.
CHAVE:
Cap. 1:12; 2:8 e 8:2.
MENSAGEM CENTRAL:
“O amor e cuidado de Deus pelo seu povo”.
AUTOR:
Zacarias provavelmente nasceu em Babilônia. Entrou no ministério
ainda jovem (2:4), começou a profetizar pouco depois de Ageu, sendo seu
companheiro. A sua missão era animar o zelo debilitado do povo e encorajá-
lo, desviando o seu olhar da tenebroso presente, e dirigindo-o para um futuro
refulgente.
ESBOÇO DO LIVRO:
 Introdução. Volta a YAHWEH, 1:1-6.
 Mensagem de encorajamento aos construtores, 1:7 à 8:23.
 O castigo de Hadraque e de outras cidades pagãs, juntamente com as
mensagens cheias de promessas e avisos para Israel, Cap. 9-11.
 Um grupo de profecias sobre Israel, Cap. 12-14.

MALAQUIAS
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INTRODUÇÃO:
Em Neemias lemos a última página da história do Antigo Testamento;
no livro do profeta Malaquias, contemporâneo de Neemias, lemos a última
página da profecia do Antigo Testamento. Malaquias, o último dos profetas,
testifica, como fazem os seu predecessores, o triste fato de que Israel falhou.
Ele apresenta um quadro de um povo exteriormente religioso, mas
interiormente indiferente, falso, um para o qual o serviço de Jeová se tornou
um formalismo vazio, desempenhado por um sacerdócio corrompido que não o
respeitava. Sob o ministério de Ageu e Zacarias, o povo estava disposto a
reconhecer suas falhas e corrigi-las, mas eles, endureceram-se tanto que
negam insolentemente as acusações de Jeová, 1;1, 2; 2:17; 3:7. Pior ainda
muitos professam ceticismo quanto à existência de um Deus de Juízo e outras
perguntas se valem a pena servir a Deus (2:17; 3:14,15). Qual raio de luz nesta
noite escura, brilha a promessa da vinda do messias, que chegará para libertar
o resto dos fiéis e julgar as nações. O livro termina com uma profecia da vida
de Elias, o precursor do Messias, cerra-se a cortina sobre a revelação do A.T.,
para não mais se levantar até 400 anos mais tarde, quando o Anjo do Senhor
anunciou a vinda daquele que irá adiante Dele e sua vitória virá com o espírito
de Elias, Lc. 1:17.
TEMA:
Pode-se resumi-lo assim: “ A última profecia do Antigo Testamento, uma
revelação de um povo rebelde e falso, de um remanescente fiel e do Messias
vindouro que julgará e purificará a nação”.
FRASE CHAVE:
“Vós dizeis”v.2.
MENSAGEM CENTRAL:
“Lembrai-vos, arrependei-vos, voltai, relatai’.
AUTOR:
Nada se sabe da história pessoal de Malaquias. Crê-se que profetizou
durante o tempo de Neemias e o apoiou, como Ageu e Zacarias anunciaram a
Zorobabel. O livro de Malaquias adapta-se à situação em que Neemias agiu,
como o anel no dedo. O profeta anunciou os mesmos males que existiam no
tempo de Neemias, (comp. Ne. 13:10-12 e Mal. 3:8-10; Ne. 13:29 e Mal. 2:4-8;
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Ne. 13:23-27 e Mal. 2:10-16). Escreveu tanto acerca de Cristo que alguém
disse: “A profecia do A.T. expirou com o Evangelho já em sua língua”.
ESBOÇO DO LIVRO:
 Título, 1:1;
 Introdução: O amor de Jeová por Israel é visto na história de Israel e
Edom, 1:2-5;
 Negligência de Israel para com Jeová, especialmente pelos próprios
sacerdotes, 1:6 e 2:9;
 Tomando por esposas mulheres pagãs e divorciando-se de esposas
judias, o que era proibido, 2;10-16;
 Ceticismo censurado, 2:17 à 4:3;
 Conclusão: Conservai a lei de Moisés, e aguardai o precursor, que trará
o amor e a unidade, 4:4-6.

BIBLIOGRAFIA:
 CLYIO, FRANCISCO. Introdução do Antigo Testamento. Juerp, 1979.
 HALLEY, HENRY H. Manual Bíblico – Um Comentário Abreviado da
Bíblia. Edições Vida Nova.
 WILLMINGTON, HAROLD L. A Bíblia em esboços. (tradução de Eros
Pasquini Junior). São Paulo: Hagnos 2001.
 LEE, ROBERT – Editora duas irmãs Ltda.
 GILBERT, FLOYD LEE. A pessoa de Cristo no Tabernáculo. Editora
Fiel.
 PEARLMAN, MYER. Através da Bíblia livro por livro. (tradução de N.
Lawrence Olson). Rio de Janeiro: Editora Vida.
 RICHARDS, LAWRENCE OLSON. Guia do Leitor da Bíblia. Rio de
Janeiro: CPAD.
 CARSON D.A. Comentário Bíblico. Editora Vida Nova.
 GLEASON L. ARCHER JR. Merece Confiança o Antigo Testamento.
São Paulo: Editora Vida Nova.

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 MACARTHUR, JOHN. Manual Biblico Macarthur. Rio de Janeiro:
Thomas Nelson Brasil.
 ANDREW E. HILL & J. H WALTON. Panorama do Antigo Testamento.
Rio de Janeiro: Vida.
 GARDNER PAUL. Quem é quem na Bíblia Sagrada. Rio de Janeiro:
Vida.
 IMAGENS (1-13). Google Imagens.

CURSO TEOLÓGICO POR EXTENSÃO.

AEEB- ASSOCIAÇÃO EVANGÉLICA EDUCACIONAL BENEFICIENTE.

ESTE MATERIAL FOI REVISADO NO MÊS DE JANEIRO DO ANO DE


2023, POR MARCIO GONÇALVES DA SILVA, PASTOR DA IGREJA
PRESBITERIANA RENOVADA DE CRUZEIRO DO OESTE, NO ESTADO DO
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SEMINÁRIO PRESBITERIANO RENOVADO
PARANÁ 2008/2023, CASADO COM JANETE AP. PRECISO DA SILVA; PAI
DE: RODRIGO, GUSTAVO E GIOVANA; SOGRO DA AMANDA E AVÔ DO
DAVI.

FORMAÇÃO:
 BACHAREL EM TEOLOGIA, PELO SEMINÁRIO PRESBITERIANO
RENOVADO DE CIANORTE-PR, 2005;
 MESTRANDO, EM MINISTÉRIO PASTORAL, SEMINÁRIO
PRESBITERIANO RENOVADO DE CIANORTE-PR, 2012;
 BACHAREL EM TEOLOGIA, UNICESUMAR, MARINGÁ-PR, 2014;
 LICENCIADO EM LETRAS (PORTUGUES/INGLÊS), UNICESUMAR
MARINGÁ-PR, 2018;
 LICENCIADO EM HISTÓRIA, UNICESUMAR, MARINGÁ-PR, 2020;
 FORMADO EM PSICANALISE CLINICA, PELA FATEC - FACULDADE
DE TEOLOGIA E CIENCIAS, VOTUPORANGA, SP, 2020;
 PÓS GRADUADO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR E
TUTORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, IPEMIG, MG, 2020.
CONTATO: E-MAIL: prmarciogdasilva@gmail.com
FONE: (44) 9 9945-6820.

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