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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

CIDADES DE TIRO E SIDOM

Nada é mais empolgante do que estudarmos o ministério de Jesus. Entretanto, é muito difícil estabelecer
uma ordem cronológica do ministério de Jesus, com base nas informações proporcionadas pelos
evangelistas. Isto é decorrente do fato de nenhum deles estava preocupado com uma cronologia, mas
sim, em consubstanciar a mensagem proclamada com os
fatos históricos a respeito de Jesus Cristo.
Mas um exercício muito proveitoso é utilizarmos os marcos geográficos que os evangelistas utilizam para
nos fornecer um esboço dos movimentos de Jesus durante seu intenso ministério.
Tendo o evangelho escrito por Mateus, como ponto de referência, iremos viajar com Jesus e seus
discípulos por toda região da Palestina testemunhando seus maravilhosos feitos.
REGIÃO DE TIRO E SIDOM (a filha de uma mulher Cananéia é curada – Mt 15.21-28; Mc 7.24-30)
É um momento critico do ministério de Jesus, pois seus adversários, vindos a mando das autoridades
eclesiásticas de Jerusalém, o estavam acusando de transgredir a tradição dos anciãos (não a lei de
Moisés), e espalhando de que ele e seus discípulos eram imundos e profanos, pois não observavam as
leis cerimônias, tais como o lavar as mãos. Após estes embates públicos, entre estes enviados e Jesus, o
clima torna-se mortal. A partir deste ponto não haverá mais espaço para qualquer espécie de conciliação
e o Senhor sabia disto. Assim Jesus prefere sair da região da Galiléia, como fizera anteriormente ao
deixar a Judéia, e vai se refugiar em território gentílico.
Alguns comentaristas, defendendo que Jesus jamais saiu das fronteiras da Palestina, interpretam aqui
que ele ficou apenas nos “limites” da fronteira com a Fenícia onde ficam os territórios de Tiro e Sidom.
Mas o texto de Mc contraria totalmente esta interpretação: “De novo se retirou das fronteiras de Tiro, e foi
por Sidom ao mar da Galiléia” (7.31). Sem qualquer dúvida Jesus penetrou no território gentílico e ali
permaneceu o tempo necessário. O que não trás nenhuma contradição com o fato de que sua missão era
exclusivamente para os judeus (Mt 15.24), pois não fora para aquela região para exercer seu ministério
(Mc 7.24), o que fica evidente no dialogo dele com aquela mãe fenícia, e quando teve que manifestar seu
poder, atraindo a atenção das multidões, ele se retira novamente.
Tiro e Sidom estão situadas na Fenícia (atualmente, o Líbano). Estas cidades estavam localizadas ao
norte da Galiléia, aproximadamente entre 65 e 95 quilômetros de Cafarnaum e fazem parte da história
desde antiguidade, quando os fenícios dominavam o mundo da navegação.
Tanto Tiro como Sidom possuíam baías naturais, o que lhes proporcionavam excelentes defesas naturais.
A Fenícia, que circundava quase que totalmente o norte da Galiléia, estava anexada à Síria. Esta
proximidade fronteiriça tornava natural que um viajante da Galiléia (como Jesus e seus discípulos)
atravessasse o território de Tiro.
Sidom sempre foi famosa pelo seu intenso comércio e por sua grande riqueza, além de ter se tornado um
centro das artes e das ciências. Era o mais antigo mercado dos fenícios. A moderna cidade de Saída, no
Líbano, assinala o local da antiga cidade, a 32 quilômetros ao sul da moderna cidade de Beirute.
Tiro é a mesma cidade cujos reis, haviam feito uma aliança com Davi e Salomão. Neste acordo eles
forneceriam madeira e hábeis artesões para Israel, que por sua vez enviaria ao rei Hirão, e seus
sucessores, mantimentos (cereais) que a população de tiro necessitava (cf 1 Rs 5; At 12.20). Mas as
conseqüências colaterais deste acordo comercial foram terríveis para a nação israelita, pois foi a partir
desta cidade que a adoração de Baal se introduziu em Israel e lhes causou tantos males e por fim o juízo
de Deus que desembocou nos cativeiros Assírio (reino do Norte) e Babilônico (reino do Sul).
O propósito salvifico de Deus, por meio de Jesus, nunca foi exclusivista (apenas os judeus), mas sempre,
desde as primeiras promessas redentivas, incluíam todos os povos. O salmista (87.4) declara em alto e
bom som que chegaria o dia em que o povo de Tiro e circunvizinhança haveriam de usufruir das bênçãos
messiânicas.
Esta profecia já começa a se cumprir quando as pessoas desta região invadem a Galiléia para poderem
ouvir os ensinos de Jesus e obterem a cura de suas enfermidades (cf Mt 4.24,25; Mc 3.8; Lc 6.17). Agora
é o próprio Senhor Jesus quem se faz presente entre eles.
Mc parece indicar que Jesus prefere ficar ali por um determinado tempo, a fim de preparar seus próximos
movimentos na Galiléia e também para que a temperatura das controvérsias esfriasse. É provável que
Jesus buscava descanso físico e mental para si e para seus discípulos, como havia já feito anteriormente
(Mc 7.31).
O profeta Elias também procurou refugio nesta região, e como Jesus, também realiza um milagre na casa
de uma viúva na cidade de Sarepta (1 Reis 17.9; cf. Lc 4.26).
O território era situado na costa oriental do mar Mediterrâneo, e se estendia por cerca de 240 quilômetros
entre os rios Litani e Arv arde (hoje Líbano e Latáquia). Fazia fronteira com Israel, através da Galiléia, ao
norte e a oeste. Como escreveu Josefo a Fenícia “cercava a Galiléia”. Após o martírio de Estevão, os
cristãos encontraram refugio nesta região (cf Atos 11.19). Paulo e Barnabé optam por passar neste
território ao se dirigirem à Jerusalém para participarem do Concílio (cf Atos 15.3). Mais tarde Paulo
embarcou perto de Tiro, quando de sua última viajem a Jerusalém (cf Atos 21.2,3).
Foi de Tiro e Sidom que saíram os primeiros marinheiros que orientavam pelas estrelas. Os finicios
circunavegaram o Mediterrâneo e abriam rota através das Colunas de Hércules chegaram às ilhas
britânicas e às minas de estanho de Cornwalles. É bem provável que em suas aventuras houvessem
circunavegado o continente africano.
Sidom estava a uns quarenta e dois quilômetros a Nordeste de Tiro e a noventa quilômetro ao Norte de
Cafernaum. Como Tiro tinha um quebra-mar natural de rochas e sua origem como porto e cidade era tão
antigo que ninguém sabia dizer quem a havia fundado.
Tiro significa “rocha” e decorre do fato de que na sua costa encontram-se duas grandes rochas unidas por
um recife de mil metros de comprimento, formando um paredão natural e fazendo de Tiro um dos
principais portos naturais do mundo antigo. Mas estas rochas não apenas formavam um quebra mar, mas
também tornava-se um instrumento de defesa natural, fazendo de Tiro uma fortaleza.
Ainda que estas cidades fenícias fossem parte da Síria, elas eram independentes e eram rivais. Tinham
seus próprios reis, seus próprios deuses e sua moeda própria. Exerciam suprema dentro de um raio de
vinte ou trinta quilômetros. Exteriormente estavam diante do mar; e no interior tinham Damasco; pelo mar
afluía o intenso comércio naval e por terra as incontáveis caravanas advindas de todas as regiões.
A cidade de Tiro estava situada ao norte do monte Carmelo e ao sul de Sidom. Em sua campanha bélica,
Alexandre, o Grande, a tomou, tendo construída uma fortaleza nessa cidade.
Etbaal, sucessor de Hirão, firmou aliança com Israel (reino do norte) mediante o casamento de sua filha,
Jezabel, com o rei Acabe. Jezabel introduziu o culto ao deus Baal e tornou-se símbolo da maldade e no
livro do Apocalipse seu nome é usado com tal sentido (cf. Ap. 2.20).
Inferno, Seol, Hades, Gehena, Tártaro
Existe mesmo um lugar de fogo literal, onde os pecadores perdidos vão ficar presos, por toda a
eternidade? A Bíblia foi escrita em três línguas: hebreu, caldeu e grego. A Bíblia que temos hoje em dia foi
traduzida para o português destas três línguas. Há muitas traduções da Bíblia. A mais popular é a
Corrigida. A Corrigida ultrapassa a maioria das versões da Bíblia em exatidão, beleza e legibilidade.
Também tem por sua base o manuscrito grego "Texto Recebido".

A PALAVRA "INFERNO" NA VERSÃO CORRIGIDA

Há quatro palavras para "inferno" na versão corrigida. Destas quatro, só uma é usada no Velho
Testamento. É a palavra hebraica "Seol". No Novo Testamento as outras três palavras para"Inferno" são:
"Hades", "Gehena" e "Tártaro"; todas naturalmente são palavras gregas.

QUAL O SIGNIFICADO DESTAS PALAVRAS?

Temos de olhar no hebreu e no grego para entender o significado destas palavras. A palavra inferno, no
português, não nos dará o significado nem no hebreu nem no grego.
1. A palavra hebraica "Seol" no Velho Testamento é traduzida assim:
"Inferno", 28 vezes: Deuteronômio 32:22; 1 Samuel 22:6; Jó 11:8, 26:6; Salmos 9:17, 16:10, 18:5, 116:3;
Provérbios 5:5, 9:18, 15:11, 15:24, 23:14, 27:20; Isaías 14:9, 14:11, 14:15, 28:15, 28:18, 57:9; Ezequiel 31:15,
16, 17, 32:21; Oséias duas vezes 13:14; Amós 9:2; Jonas 2:2.
"Sepultura", 27 vezes: Gênesis 37:35, 42:28, 44:29. 44:31, 1Samuel 2:6; 1Reis 2:6, 2:9, Jó 7:9, 14:13, 17:13,
21:13, 24:19; Salmos 30:3, 31:17, 49:14, 49:15, 86:13, 116:3, 139:8, 141:7; Provérbios 1:12, 7:27, 30:16;
Eclesiastes 9:10, Cantares de Salomão 8:6; Isaías 5:14, 38:10, 38:18.
"Sepulcro", 5 vezes: Números 16:30, 16:33; Salmo 6:5; Ezequiel 32:27; Habacuque 2:5.
"Enterrado", 1 vez: Salmo 49:14.
"Terra", 1 vez: Salmo 55:15.
"Seol", 2 vezes: Jó 17:16; Salmo 139:8.
"Mundo Invisível", 1 vez: Salmo 89:48.
O Dicionário Hebreu e Caldeu de Strong diz que "Seol" é "o mundo dos mortos".
A Concordância Analítica de Young diz que "Seol" é "o estado invisível".
O Dicionário de Smith diz que "Seol" é "sempre a habitação dos espíritos dos mortos".
O dicionário e Enciclopédia Bíblica de Fausset diz que "Seol" é "o receptáculo comum dos mortos.

Fica claro, então, que Seol não é só inferno, mas é o lugar dos espíritos, não importa se salvos ou
perdidos. É simplesmente um termo "significando o estado do morto, em geral, sem qualquer restrição de
felicidade ou miséria". Contudo, em muitos exemplos onde a palavra é usada, a referência torna claro que
era na parte de Seol (Inferno) que os maus eram castigados. Salmo 9:17. Em outros exemplos a
referência torna claro que era na parte de Seol (Paraíso) que os salvos eram abençoados.
2. "Hades" é a palavra grega no Novo Testamento, que é traduzida deste modo na versão Corrigada:
"Inferno", 8 vezes: Mateus 11:23, 16:18; Lucas 10:15; 1 Coríntios 15:55; Apocalipse 1:18, 1:18, 6:8, 20:13,
20:14.
"Hades", 3 vezes: Lucas 16:23; Atos 2:27, 2:31.
Mas "Hades" como o "Seol" não é só o inferno. Na verdade, "Hades" é a palavra correspondente ao
hebraico "Seol" e as duas tem o mesmo significado.
O Dicionário Grego do Novo Testamento de Strong diz que "Hades" é o lugar (estado) das almas".
A Concordância de Young afirma: "O mundo invisível".
A. T. Robertson, mundialmente conhecido como erudito grego, afirma: "O Hades é tecnicamente o mundo
invisível, o Seol hebreu, a terra dos mortos". Pedimos ao leitor que leia Lucas 16:19-31, onde há uma
ilustração para o Seol (Hades). Esta passagem abre a cortina e nos deixa dar uma olhada na "terra dos
mortos". Portanto, é óbvio que "Hades" (Seol) tem dois lados (compartimentos): um lado que é chamado
o "Inferno", um outro lado que é chamado o "Paraíso". Lucas 16:19-31. Entre os dois lados tem um grande
abismo que está posto, de sorte que os que quisessem passar de um lado para outro não poderiam. O
inferno é onde os perdidos estão sofrendo a ira de Deus agora. Eles ficarão no inferno até o Grande Trono
Branco quando serão julgados por Deus e lançados no Lago de Fogo (Gehena) para a eternidade. Antes
da ressurreição de Cristo os salvos foram para o Paraíso. Quando Jesus Cristo ressuscitou dos mortos
Ele levou todos os crentes que estavam no Paraíso para ficar com Ele lá no céu para sempre. Então, agora
todo crente que morre vai logo ficar com Jesus no céu. Efésios 4:8-10. 2, Coríntios 5:8.
"Gehena" ou "Lago de Fogo" é a palavra grega que realmente significa inferno. Ela nunca é traduzida por
nenhuma outra palavra. É sempre inferno, e dez das onze vezes em que é usada, foi pronuciada pelo
próprio Jesus Cristo. Aqui está uma lista com as passagens onde a palavra "Gehena" aparece: Mateus
5:22, 5:29, 10:28, 18:9, 23:15, 23:33; Marcos 9:43, 9:45, 9:47; Lucas 12:5; Tiago 3:6.
A palavra "Gehena" é de origem hebraica; vem de "vale" e "Hinom". "É o Vale de Hinom, onde o fogo
queimava sem cessar", A. T. Robertson.
O Vale de Hinom era um lugar perto de Jerusalém, onde Acaz iniciou a adoração aos deuses do sol e do
fogo, Baal e Moloque. Os judeus sob o domínio do ímpio Manassés, ofereciam seus filhos como ofertas
queimadas nesta adoração idólatra, Jeremias 7:31. Esta adoração cruel foi finalmente abolida, e mais
tarde, Josias tornou o lugar um receptáculo de carcaças de animais e corpos de malfeitores (criminosos),
nos quais os vermes se reproduziram continuamente. Um fogo perpétuo era mantido para consumir a
matéria apodrecida. O lugar ainda existia no tempo de Cristo e o Salvador o usou para ilustrar as
condições do inferno, "O inferno de fogo", ao se referir a este vale. Jesus se referiu ao Inferno como o
"inferno de fogo", no qual tanto "o corpo quanto a alma" serão lançados. Ele disse que lá "o fogo nunca se
apaga" e onde "o seu bicho (o homem) não morre".
O Inferno não é uma lenda como os ateus, Testemunhas de Jeová, Adventistas, Universalistas e
Modernistas gostariam que você acreditasse. Cristo não avisou sobre o Inferno só para fazer medo aos
homens. Ele fez isto porque o Inferno é real!
4. "Tártaro", a quarta palavra traduzida por "inferno" é usada só uma vez no Novo Testamento grego, 2
Pedro 2:4.
O Dicionário Grego do Novo Testamento de Strong diz que "Tártaro" é "o abismo mais profundo do Hades"
(exemplo - Apocalipse 20:3) e que a palavra significa "encarcerar (aprisionar) em tormento eterno". A. T.
Robertson define: "A habitação tenebrosa e sombria dos mortos ímpios, como o Gehena dos judues".
O Dicionário de Fausset define: "O profundo ou abismo ou poço do abismo".

Unknown às 17:42

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