Você está na página 1de 224

Índice

NOTA PRÉVIA ..................................................................................................................................... 5


PARTE1- TEORIA DA CONTABILIDADE FINANCEIRA ............................................................. 6
CAPÍTULO I – NOÇÕES GERAIS DE EMPRESA E CONTABILIDADE ................................... 7
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 8
1. EMPRESA......................................................................................................................................... 8
1.1. Finalidades ............................................................................................................................... 8
1.2. Meio Envolvente da Empresa .............................................................................................. 9
1.3. Classificação ......................................................................................................................... 10
1.3.1. Empresas Individuais ................................................................................................... 11
1.3.3. Do ponto de vista da dimensão ................................................................................. 12
1.3.4. Critérios quanto á actividade económica ............................................................... 12
1.2. CONTABILIDADE .................................................................................................................. 13
1.2.1 Definição ........................................................................................................................... 13
1.2.2. Breve historial da contabilidade ............................................................................... 13
1.3.4. Objecto e Objectivo ...................................................................................................... 15
1.2.4. Função da contabilidade ............................................................................................. 16
1.3. Técnicas .................................................................................................................................. 16
1.4. Princípios da contabilidade ............................................................................................... 16
CAPÍTULO II- O PATRIMÓNIO ................................................................................................... 20
2.1. CONCEITOS ........................................................................................................................... 21
2.2. NOÇÕES DE PATRIMÓNIO ..................................................... Erro! Indicador não definido.
2.2.1. Bens .................................................................................................................................. 22
2.2.2. Direitos ............................................................................................................................. 22
2.2.3. Obrigações ...................................................................................................................... 23
2.2.4. Representação do património ................................................................................... 23
2.3. EQUILÍBRIO PATRIMONIAL ............................................................................................... 24
2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS FACTOS PATRIMONIAIS ......................................................... 26
2.5. AS MASSAS PATRIMONIAIS ............................................................................................. 27
2.6. EXPRESSÕES PATRIMONIAIS OU CONTABILÍSTICA ................................................ 27
EXERCÍCIO Nº 1 ................................................................................................................................ 28
2.7. O INVENTÁRIO ...................................................................................................................... 31
2.7.3. Fases da elaboração do inventário .......................................................................... 33
EXERCÍCIOS Nº 2 ............................................................................................................................. 33
2.8. BALANÇO ............................................................................................................................... 37
i
2.8.1. Função do balanço ....................................................................................................... 37
2.8.2. Constituição do Balanço ............................................................................................. 38
2.8.3. Classificação do Balanço............................................................................................ 41
EXERCÍCIOS Nº 3 ............................................................................................................................. 45
2.9. AS CONTAS DO PGC........................................................................................................... 48
2.9.2. Classificação das contas ............................................................................................ 48
2.9.2.2. Classificação ............................................................................................................... 49
2.9.2.2.1. Função da conta ..................................................................................................... 50
2.9.3. Representação gráfica de uma conta ...................................................................... 50
2.9.3.1. Regra de movimentação da conta ......................................................................... 51
2.10. O Plano Geral de Contabilidade (PGC) ......................................................................... 52
2.10. 1. Agregação das contas do PGC .............................................................................. 53
2.11. LANÇAMENTOS NO DIÁRIO E RAZÃO......................................................................... 57
2.11.2. Diário .............................................................................................................................. 58
2.11.3. Razão .............................................................................................................................. 58
2.11.3.1. Espécie de razão ...................................................................................................... 59
EXERCÍCIO Nº 4 ................................................................................................................................ 61
PARTE 2- ESTUDO DAS CONTAS ........................................................................................... 66
CAPÍTULO III- CLASSE 1 ........................................................................................................ 67
3.1. NOÇÕES .................................................................................................................................. 68
3.2. IMOBILIZAÇÕES CORPÓREAS (11) ................................................................................ 68
3.2.1. Conta 11.1. Terrenos e recursos naturais .............................................................. 70
3.2.2. Conta 11.2. Edifício e outras construções ............................................................. 70
3.2.3. Conta 11.3. Equipamento básico .............................................................................. 71
3.2.4. Conta 11.4. Equipamento de carga e transporte .................................................. 72
3.2.5. Conta 11.5. Equipamento administrativo ................................................................ 72
3.2.6. Conta 11.6. Tara e vasilhame ..................................................................................... 73
3.3. IMOBILIZAÇÕES INCORPÓREAS (12) ............................................................................ 75
3.4. CONTA 13 – INVESTIMENTOS FINANCEIROS .............................................................. 79
3.5. CONTA 14 – IMOBILIZAÇÕES EM CURSO..................................................................... 89
3.6. CONTA 18 – AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS ............................................................. 93
3.6.1.1.1. Método das quotas constantes........................................................................... 97
3.6.1.1.2. Método das quotas degressivas....................................................................... 100
3.6.1.2. Reavaliação ............................................................................................................... 105
3.6.1.2.1. Aspectos que influenciam no processo das reavaliações dos activos
imobilizados............................................................................................................................. 106
ii
3.6.1.2.2. Cálculo e registo contabilístico das Reavaliações ...................................... 106
3.7. LEASING ............................................................................................................................... 110
3.7.1. Leasing operacional ................................................................................................... 110
3.7. CONTA 19 - PROVISÕES PARA INVESTIMENTOS FINANCEIROS ................... 116
CAPÍTULO IV- CLASSE 2...................................................................................................... 119
4.1. NOÇÕES ................................................................................................................................ 120
4.2. CONTA 21 – COMPRAS .................................................................................................... 121
4.2.1. Conta 21.7 – Devoluções de compras ................................................................... 123
4.2.2. Conta 21.8 – Descontos e abatimentos ................................................................. 124
4.3. SISTEMA DE INVENTARIAÇÃO ...................................................................................... 126
4.3.2. Sistema de inventário intermitente ou periódico ............................................... 129
4.3. CONTA 22 – MATÉRIA-PRIMAS, SUBSIDIÁRIAS E DE CONSUMO ....................... 131
4.4. – CONTA 23 – PRODUTOS E TRABALHOS EM CURSO .......................................... 133
4.5. – CONTA 24 – PRODUTOS ACABADOS E INTERMÉDIOS ...................................... 134
4.7. VALORIMETRIA DE EXISTÊNCIAS ................................................................................ 141
4.9. CONTA 28 – ADIANTAMENTO POR CONTA DE COMPRAS ................................... 150
4.10. CONTA 29 – PROVISÃO PARA DEPRECIAÇÃO DE EXISTÊNCIAS .................... 151
CAPÍTULO 5 – CLASSE 3 ............................................................................................................. 154
5.1 - NOÇÕES .............................................................................................................................. 155
5.2. CONTA 31 – CLIENTES ..................................................................................................... 155
5.2.1.3. Reforma de uma letra.............................................................................................. 165
5.3. CONTA 32 – FORNECEDORES ....................................................................................... 181

iii
iv
NOTA PRÉVIA

Este material de apoio para a Disciplina de Contabilidade Geraldo Curso de


Contabilidade e Gestão na Escola Superior Politécnica do Cuanza Norte, é resultado
de várias pesquisas feitas entre o docente e estudantes do referido curso. O mesmo
foi elaborado obedecendo o programa analítico consagrado no Projecto Pedagógico
do Curso de Contabilidade e Gestão da ESPol-C.N para o período de 2016 à 2025.

A obra tem como finalidade auxiliar os estudantes, empresários, gestores,


contabilistas e outros profissionais do ramo da economia na compreensão de
matérias relacionadas a contabilidade e Fiscalidade tendo como base o Plano Geral
de Contabilidade (Decreto 82/01) e a legislação fiscal angolana aplicável.

Para o seu melhor entendimento, foi dividido em três partes a saber:

Parte I: Aborda a Contabilidade de uma forma geral.

Parte II: Estuda de forma pormenorizada a regra de movimentação das contas do


Plano Geral de Contabilidade e suas implicações fiscais, através de exercícios
práticos.

Parte III: Orienta como elaborar as demonstrações financeiras (Balanço,


Demonstração dos Resultados Balancetes e Fluxos de caixa) e declarações fiscais.
Planos de Contas.

Partindo do pressuposto de que nenhuma obra é acabada, espera-se contribuições


por parte dos utentes para a sua melhoria.

Agostinho Santos

(Co-autor)

5
PARTE1- TEORIA DA CONTABILIDADE FINANCEIRA

6
CAPÍTULO I – NOÇÕES GERAIS DE EMPRESA E CONTABILIDADE
1.1. Introdução
1.1. Empresas
1.2.1. Finalidades
1.2.1.2. Meio Envolvente da Empresa
1.3. Classificação
1.3.1. Critérios jurídicos
1.3.1.1. Empresas Individuais
1.3.1.2. Sociedades Comerciais
1.3.2. Do ponto de vista da dimensão
1.3.3. Critérios quanto á actividades económica
1.4. Contabilidade
1.4.1. Breve historial da contabilidade
1.4.2. Objecto e Objectivo
1.4.3. Função da contabilidade
1.4.3.1. Planificação
1.4.3.2. Registo
1.4.3.3. Controlo
1.4.3.4. Avaliação
1.4.4. Técnicas
1.4.4.1. Escrituração
1.4.4.2. Demonstrações
1.4.4.3. Auditoria
1.4.4.4. Análise das demonstrações contabilísticas
1.4.5. Princípios da contabilidade

7
INTRODUÇÃO

1. Noções gerais de empresa e contabilidade

1.1 Empresa
Sabendo que a Contabilidade é uma ciência que estuda a forma como as pessoas
devem registar, organizar e interpretar os factos patrimoniais de uma determinada
pessoa física ou jurídica, a fim de contribuir para o controlo e o crescimento do seu
património, para que esta seja melhor compreendida, é necessário que se
compreenda primeiramente o funcionamento da empresa no circuito económico, já
que a Contabilidade considera-se como uma ferramenta indispensável na gestão da
mesma.

Segundo Carvalho (2014,p.19) a raiz da palavra empresa encontra-se no verbo


latino “prechendere”que significa tomar, atingir, chegar, se encontra também na
etimologia de aprender, compreender e empreender. Por isso, no seu significado
próprio, a empresa pressupõe iniciativa, decisão, dificuldade, esforço e risco.

A empresa não é, porém, uma comunidade isolada, insere-se na sociedade e não só


como célula de base da economia, mas também como factor influente na evolução
das condições de vida humana e na promoção do bem comum.

Em sentido lato, a empresa é um conjunto de actividades humanas colectivas e


organizadas, regidas por um centro regulador, com a finalidade de adaptar
constantemente os meios disponíveis aos objectivos pré-determinados, tendo em
vista a produção, a comercialização de bens e serviços.

1.1. 1. Finalidades

Toda e qualquer empresa possuem um determinado objectivo. Objectivo este que


será o fim a atingir, a intenção, a finalidade, esta última está dividida em duas:

1º Finalidades económicas da empresa

A empresa utiliza os seus trabalhadores para transformarem os recursos em bens ou


serviço que satisfaçam as necessidades dos consumidores. A esta actividade
realizada pela empresa chama-se produção. A produção é a actividade económica
que produz bens e serviços para a satisfação das necessidades dos necessitados.

8
2º Finalidades sociais da empresa

Actualmente as empresas para além de objectivos económicos têm também


objectivos sociais, objectivos esses que consistem na atribuição de um salário ao
trabalhador, que lhe permite algum poder de compra para satisfazer as suas
necessidades, proporcionando-lhe estabilidade na empresa e possibilidade de no
futuro ter uma reforma, realização profissional dos empregados e proporcionar
actividades de lazer através de festas sociais, campo de férias, bibliotecas,
infantários, creches e clubes desportivos.

1.1.2. Meio Envolvente da Empresa


A sobrevivência da empresa depende, em primeiro lugar, da lotação de interacção
com o meio envolvente. A constante evolução dos mercados e das indústrias gera
múltiplas oportunidades e ameaças ou risco potencial a que a empresa deve saber
responder. Portanto, competidores que forem menos eficientes e eficazes a
adequar-se as tendências do meio envolvente correrão sérios risco (perder os seus
clientes), que levará a falência ou extermínio dos seus negócios.

A análise do meio envolvente é feita de dois níveis:

1º Meio envolvente contextual (comum para todas as empresas): composto por


variáveis que definem a situação do mercado num certo momento e que pode
influenciar positivamente ou negativamente as decisões empresariais.

Estas variáveis são desagregadas em quatro contextos distintos:

 Contexto económico: determinar as trocas de bens e serviços, dinheiro e


informações na sociedade, inclui as seguintes variáveis económicas que
podem influir as decisões empresariais: PIB (Produto Interno Bruto), taxa de
inflação, taxa de juros, taxa de câmbio, taxa de desemprego, a balança
comercial, os custos energéticos.
 Contexto sociocultural: reflecte os valores costumes e tradições da
sociedade. Integra as seguintes variáveis: estilos de vida, valores sociais,
taxa de natalidade, estrutura etária da população, taxa de analfabetismo,
distribuição geográfica da população, nível educacional e composição étnica.

9
 Contexto político geral: condiciona a locação de poder e providencia o
enquadramento legal da sociedade. Inclui variável como: estabilidade política,
a legislação económica, legislação fiscal, laboral e anti monopólio.
 Contexto tecnológico: traduz o progresso técnico da sociedade. Integram
variáveis como as inovações tecnológicas, inovações em processo de fabrico,
programas governamentais de incentivo a investigação.

2º Meio envolvente transacional: composto por todos os elementos que têm


interesse em transacionar com a empresa. Os elementos do meio envolvente são:

 Clientes: consumidores actuais e potenciais dos bens e serviços oferecidos


pela empresa; em conjunto, constituem o mercado ou a procura.
 Concorrentes: competidores actuais e potenciais, bem como os produtos
substituídos, que satisfaçam as mesmas necessidades do mercado; em
conjunto constituem a oferta do mercado.
 Fornecedores: agentes económicos que prestam serviços ou vendem
produtos a empresa.
 Consumidores: organizações sociais, indivíduos e factores que partilham
recursos e tem interesse directa ou indirectamente relacionado com o
mercado e a empresa. É importante também identificar as tendências gerais
da localidade e pais onde as operações ou vendas são levadas a cabo, de
forma a antecipar o seu impacto no desempenho da empresa.

1.1.3. Classificação
As empresas são classificadas de acordo, no seu ponto de vista jurídico, da sua
dimensão e do ramo de actividade.

1.1.3.1. Critérios jurídicos

Classifica as empresas de acordo com as suas responsabilidades civis e comerciais


bem como os seus direitos.

Individuais
Empresas
Em nome colectivo
Por quota
Sociedades
Anónimas
Em comandita
10
Empresas Individuais
Trata-se de um tipo de empresas em que o proprietário do capital é uma única
pessoa. O património do proprietário da empresa é constituído por duas espécies de
bens: os seus bens particulares e os afectos às actividades económicas.

A responsabilidade do empresário é ilimitada porque o seu património pessoal


responde pelas consequências da actividade comercial.

Sociedades Comerciais

São sociedades comerciais aquelas que tenham por objecto a prática de actos de
comércio e se constituam nos termos da presente lei.

As sociedades comerciais são reguladas nos termos da lei nº1/04 de 13 de


Fevereiro.

 Sociedades em nome colectivo

São sociedades em que a responsabilidade dos sócios é solidária e ilimitada.


Ilimitadas, porque, perante as dívidas da sociedade, respondem não só bens afectos
à sua actividade económica, mas também os bens particulares de cada sócio.

Solidária, porque vigora o princípio de um por todos e todos por um, se os bens da
sociedade não chegarem para cobertura das dívidas, a parte restante pode ser
exigida na totalidade a qualquer um dos sócios. Exemplo: Sonhos & Vidas,
electrodoméstico.

 Sociedade em comandita

Neste tipo de sociedade existem dois tipos de sócios, os sócios comanditários (que
entram com o capital, não tomam decisões na empresa e por isso tem
responsabilidade limitada), e os sócios comanditados (que entram para a empresa
com o seu trabalho, são eles que tomam as decisões e por isso tem
responsabilidade ilimitada). Exemplo: Sonhos & CTA.

 Sociedade por quotas

São sociedades em que o capital social está dividido em quotas. Pelas dívidas
contraídas de acordo com a lei em nome da sociedade apenas responde o
património da sociedade, a não ser que exista disposição em contrário em que um
11
ou mais sócios respondam perante os credores até determinado montante. Exemplo:
MMPV, Lda.

 Sociedade Anónima

Neste tipo de sociedades, o capital social encontra-se dividido em acções. Quer o


capital quer as acções devem estar sempre expressos num valor nominal. A
responsabilidade dos sócios é limitada ao valor das acções que subscreveu.
Exemplo: Sonhos Vivos, S.A.

1.1.3.2. Do ponto de vista da dimensão


Quanto á este critério as empresas classificam-se em micros, pequenas, médias e
grandes empresas.

A lei 30/11 de 13 de Setembro das micros, pequenas e médias empresas consagra


o seguinte:

Quadro nº1: Critérios de classificação quanto a dimensão da empresa

Facturação Bruta
Dimensão Trabalhadores
Anual em USD

Micro 1-10 Até 250.000

Pequena 11-100 250.000 – 1000.000

Média 101-200 1000.000 – 3.000.000

Grande Mais de 200 Mais de 3.000.000

Fonte:

1.1.3.3. Critérios quanto á actividade económica


Com base a este critério as empresas são classificadas consoantes à actividade que
prestam.

 Empresas industriais são as que vendem aquilo que produzem.


 Empresas comerciais são aquelas que vendem aquilo que compram.
 Empresas de prestação de serviço.

12
1.2. CONTABILIDADE

1.2.1 Definição

Para Jaime Lopes de Amorim a “Contabilidade, é a disciplina que tem por objecto o
conhecimento do património de qualquer empresa no seu tríplice aspecto:
quantitativo, qualitativo e valorativo, e em qualquer momento da sua existência, e
por fim a análise da sua situação económica e financeira da respectiva empresa,
para racional orientação da sua administração”. (Magro & Magro, 2008, p. 17).

Portanto, por meio da contabilidade conseguimos ter uma visão geral do património
das empresas se a mesma está caminhar para um resultado positivo ou correndo
para fiasco. Todas e quaisquer empresas necessitam saber quanto de bens, direitos
e obrigações têm, que mecanismo usar para que as mesmas tenham um controlo
dos seus pertences e para que possam honrar os seus compromissos. Esse é o alvo
da contabilidade, fotografar o património das organizações de tal maneira que os
agentes económicos tomem suas decisões de forma assertiva.

1.2.2. Breve historial da contabilidade

A Contabilidade surgiu desde o aparecimento do homem, porque desde aurora dos


tempos o homem tem sabido controlar e planificar o seu património, ou seja,
produzir, contar e trocar, são próprios da natureza humana. Desde sempre o homem
foi um agente produtor e transformador da natureza. Assim a Contabilidade primitiva
visava principalmente suprir as limitações da memória humana, mediante um
processo de classificação e registo que lhe permitisse reter e recordar inúmeros
dados resultantes de operações de trocas comerciais realizadas. Os registos eram
os mecanismos que lhes possibilitava actualizar as operações efectuadas. Esta é
denominada por Contabilidade Natural ou Empírica.

“Com a queda do Império Romano, o mundo estagnou e a contabilidade também


padeceu desse mal, com as cruzadas, com a descoberta de um novo mundo, houve
um ressurgimento da contabilidade, nomeadamente nas Repúblicas Italianas, em
que destacamos Veneza 1494, onde frei Luca Paciole inventou o sistema de
partidas dobradas ou sistema digráfico”. (Magro & Magro, 2008, p. 33).
13
Através do Frei Franciscano Lucas Paciole, sendo considerado pai da contabilidade,
graças ao seu método de “partidas e dobradas”, conseguimos saber quantos de
bens, direitos e obrigações as entidades têm hoje, nós agora sabemos que um
débito corresponde a um crédito de igual valor e vice-versa.

O pai da contabilidade acreditava que a melhor forma de fazer os registos é debitar


uma conta e creditar a outra de igual valor, portanto, os contabilistas não trocaram a
regra do jogo, esse método “partidas e dobradas” agora faz parte das nossas vidas,
os iniciantes em contabilidade financeira aprendem a debitar e creditar uma conta, o
que é conta, como estão classificadas as contas e como funcionam os seus
movimentos, tais como as contas do activo, do passivo, de proveitos e de custos.
Hoje contabilidade está mais desenvolvida com novos documentos como balanço,
livros diários e razão, balancete de verificação todos eles surgiram do método criado
por Lucas paciole.

Alguns autores apontam como o princípio de uma contabilidade científica surge com
a obra “Summa de arithmetica” do italiano Lucas Paciole, que consistia em registos
simples dos dados, registo das operações como prova e conhecimento da situação
da empresa e como garantia aos credores.

Segundo Magro & Magro (2008, p. 34) Fábio Besta, foi um dos estudiosos que não
acreditou que Frei Luca Paciole, pudesse ter escrito “Summa de Arithmetica”, tendo
dito “não posso persuadir-me de que um homem como paciole, tivesse podido
sequer pensar em escrever tão minuciosamente livros mercantis, se outros não
tivessem preparado a matéria”, Porque Fábio Besta pensava que para escrever uma
obra era necessário conhecer a vida no seu ponto de vista prático, o Paciole era frei,
vivia num convento, por conseguinte não tinha essa vivência. Independentemente,
da polémica sobre a paternidade do sistema digráfico, foi indubitavelmente, um
verdadeiro marco na História da contabilidade, com este sistema passamos a ter:

 Existência de contas duplas;


 Dupla anotação do mesmo facto (Princípio das partidas dobradas);
 Registo do mesmo facto no diário e no razão;
 Existência de contas pessoais e de valores.

14
De 1920 a 1950 surgiu o alemão Schmalenbach com a obra “O balanço dinâmico”
que consistia no conhecimento da realidade económica passada, presente e futura,
para obtenção das informações indispensáveis a uma consciente tomada de
decisão.

Com a revolução industrial, formalizou-se a contabilidade, com destaque nesta


época ao canadiano Mattessich com a obra “Accounting and Analytical Methods”
que consistia na Elaboração dos princípios contabilísticos, formalizando as suas
reposições, submetendo-as a tratamento lógico e matemático.

Segundo Borges, Rodrigues e Rodrigues (2007, p.p. 33-34) Um técnico de


contabilidade deve estar apto a responder as seguintes questões:

 Que disponibilidade existe na empresa?


 Qual o valor dos stocks existentes no armazém?
 Qual é a posição devedora ou credora em relação aqueles com quem a
empresa estabelece relações comerciais?
 Como se estão a processar a liquidação dos débitos a terceiros e a
recebimentos dos créditos concedidos?
 Qual o montante dos resultados gerados até ao momento?

1.3.4. Objecto e Objectivo

A contabilidade é uma ciência porque possui um objecto de estudo, objectivos e


métodos.

O objecto de estudo da contabilidade é o património.

Para Muhongo (2012, p.14) a contabilidade geral tem como objectivos:

 Melhorar a situação económica e financeira da empresa;


 Garantir o pleno funcionamento da empresa;
 Facilitar a tomada de decisão;
 Conhecer a evolução permanente da situação da empresa.

Sendo a contabilidade um instrumento de gestão, o seu objectivo resume-se em


fornecer informações que demonstrem a situação económica e financeira da
empresa, para facilitar a tomada de decisões.
15
O método usado em Contabilidade é o das partidas Dobradas, que consiste no
seguinte: os valores lançados a débito têm que corresponder aos valores lançados
a crédito e vice-versa.

1.2.4. Função da contabilidade

A função de contabilidade é fornecer informações quantitativas e qualitativas de


natureza económica e financeira de uma entidade, de modo a facilitar a tomada de
decisões. Destacam-se as seguintes funções:

 Planificação
 Registo
 Controlo
 Função de avaliação.

1.3. Técnicas
 Escrituração
 Demonstrações
 Auditoria
 Análise das demonstrações contabilísticas

1.4. Princípios da contabilidade


Princípios: dão as grandes linhas filosóficas de respostas contabilísticas; são os
núcleos da doutrina contabilística. Os princípios contabilísticos geralmente aceites
são:

 Princípio da Entidade Contabilística

A contabilidade é mantida para as Entidades; os sócios não devem confundir entre o


capital investido na empresa e o direito de dividendos sobre ela.

A pessoa física não pode confundir os seus bens pessoais com das pessoas jurídica
(empresa), este princípio permite fazer distinção entre os bens dos proprietários com
ou da empresa.

 Princípio da continuidade

16
De acordo Gonçalves & Manuel (2018, p. 16) “presume-se que empresa continua as
suas actividades, não tendo intenções ou necessidade de entrar em liquidação ou
reduzir significativamente a sua actividade”.

Segundo Amaral (2004,p.149) “considera-se que a empresa opera continuamente,


com duração ilimitada. Desta forma, entende-se que a empresa não tem intenção
nem necessidade de entrar em liquidação ou reduzir significativamente o volume das
suas operações”.

Entretanto, princípio da continuidade permita que as actividades das empresas


sejam ilimitadas e continuam sem mesma a dissolver com desaparecimento do
proprietário.

 Princípio do custo histórico

De acordo Amaral (2004, p. 150) Os registos contabilísticos devem basear-se em


custos de aquisição ou de produção, excluindo-se, por conseguinte, todos aqueles
de carácter aleatório.

 Princípio do denominador comum monetário

As demonstrações contabilísticas, são expressas em termos da moeda nacional.

 Princípio da substância sobre a forma

“A contabilização deve atender à substância das operações e a sua realidade


financeira e não apenas à sua forma legal”. (Gonçalves& Neves, 2018, p. 17).

Segundo Magro & Magro (2008, p. 48) para a informação retratar fidedignamente as
operações e outros acontecimentos que tenha por fim representar é necessário que
sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade
económica e não meramente com a sua forma legal.

 Princípio da especialização temporal ou do acréscimo

17
De acordo com Gonçalves e Neves (2018, p.17) os proveitos e os custos devem ser
imputados ao respectivo período, independentemente de recebimento e de
pagamento.

Excepto quanto à demonstração dos fluxos de caixa, as demonstrações financeiras


devem ser preparadas na base do acréscimo. (PGC, 2001, p. 68)

 Princípio da realização da receita

A receita é considerada realizada e, portanto passível de registo contabilístico,


quando produtos produzidos ou serviços prestados pela entidade são transferidos
para outra entidade ou pessoa física mediante o pagamento ou compromisso de
pagamento perante a entidade produtora.

 Princípio da objectividade

Os procedimentos relevantes deverão ser comprovados por documentos e critérios


objectivos ou por consenso de pessoas qualificadas da profissão, reunidas em
comités de pesquisa ou em entidades que têm autoridades sobre princípios
contabilísticos.

 Princípio da Materialidade

A informação é considerada material se a sua omissão puder influenciar a decisão


económica dos utentes baseados nas demonstrações financeiras. (Magro & Magro,
2008,46).

De acordo Amaral (2004, 150) as demonstrações financeiras devem evidenciar os


elementos que sejam relevantes que possam afectar a avaliação ou decisões pelos
utentes interessados.

 Princípio da não compensação de saldos

“Não se devem compensar os saldos das contas activas com contas passivas
(Balanço) e contas de custos e perdas com contas de proveitos e ganhos
(demonstração de resultados). Daí que existam contas que podem ter
simultaneamente, saldos devedores e credores”. (Amaral, 2004, p.150).

18
Segundo PGC (2001) “Não devem ser actuadas compensações de saldos entre
Activos e Passivos. A apresentação de rubricas o balanço pelo seu valor líquido de
amortizações e provisões, não é considerada uma compensação de saldos”.

 Princípio da consistência

“As regras e procedimentos devem manter-se e generalizar-se em casos e situações


idênticas, é o caso dos critérios valorimétricos que não podem ser modificados de
um exercício para outro”. (Gonçalves & Manuel, 2018, p. 16)

Para Amaral (2004, p.149) “o princípio da consistência considera-se que a empresa


não altera as suas políticas contabilísticas de um exercício para outro. Se o fizer, e a
alteração, tiver efeitos materialmente relevantes, devem ser mencionadas em anexo
para permitir os ajustamentos necessários a quem analise a informação”.

Este princípio defende que as políticas, regras ou procedimentos contabilísticos não


podem ser alterado de exercício há exercício, porque algumas modificações na
política contabilística podem causa efeitos materialmente relevantes podem dificultar
o responsável da gestão que vai analisar a informação.

 Princípio da Prudência

“Ao preparador de Demonstração Financeira deparam-se incertezas, que rodeiam


muitos acontecimentos e circunstâncias. É possível entregar nas demonstrações
financeira um grau de precaução em condições de incerteza, sem que, todavia se
criem reservas ocultas ou provisões excessivas ou deliberadamente se quantifiquem
activos e proveitos por defeito ou passivos e custos por excesso”. (Magro & Magro,
2008, p. 47).

Segundo Gonsálves e Neves (2018, p. 17) “a escolha deve incidir sobre as


alternativas mais pessimistas ou prudentes: custos, sempre certos, proveitos, por
vezes, incertos”.

19
CAPÍTULO II- O PATRIMÓNIO
2.1. Conceitos
2.2. Noções de património
2.2.1. Bens
2.2.2. Direitos
2.2.3. Obrigações
2.2.4. Representação do património
2.3. Equilíbrio patrimonial
2.4. Classificação dos factos patrimoniais
2.5.As massas Patrimoniais
2.6. Expressões patrimoniais ou contabilísticas
2.7. O Inventário
2.7.1. Classificação do inventário
2.7.2. Finalidade da elaboração
2.7.3. Fases da elaboração do inventário
2.8. Balanço
2.8.1. Função do balanço
2.8.2. Constituição do Balanço
2.8.3. Classificação do Balanço
2.9. As contas
2.9.1. Noções
2.9.2. Classificação das contas
2.9.2.1. Partes constitutivas
2.9.2.2. Classificação das contas
2.9.2.2.1. Função da conta
2.9.3. Representação gráfica de uma conta
2.10. O Plano Geral de Contabilidade (PGC)
2.11.Lançamentos no diário e razão
2.11.1. Noção
2.11.2. Diário
2.11.3. Razão
2.11.3.1. Espécie de razão

2.11.3.2. Classificação de Lançamentos o razão

20
2.1. CONCEITOS

O património: é o conjunto de bens, direitos e obrigações, devidamente valorizados


ou mensurados, pertencentes a uma pessoa, num determinado momento.

Etimologicamente o património é de origem latina “patrimonium”, cujo significado é


herança familiar ou do pai (pater) que no império Romano detinha todo o poder.
(Magro & Magro, 2008, p.19)

Todas as entidades para exercerem suas as actividades, necessitam de certo


conjunto de elementos, ou seja, de equipamentos como edifícios, mercadorias,
dinheiro, ferramentas e outros. Digamos que no exercício de qualquer actividade
estão sempre afectos valores que são propriedades de alguém. Do ponto de vista
jurídico, os elementos utilizados por cada entidade pode considerar-se como sendo
de sua pertença, ainda que, normalmente, os seus direitos não incidam sobre a sua
totalidade.

O conjunto de elementos utilizados pelas entidades no exercício da sua actividade


constitui o seu património. Contudo, não são só os edifícios, equipamentos e
numerários utilizados que constituem o património. A empresa ou qualquer outro tipo
de entidade no desenvolvimento da sua actividade estabelece relações que
originarão um conjunto de direitos e obrigações. Assim, serão criadas dívidas a
receber (créditos da empresa ou débitos de terceiros) que apresentam os valores
pertencentes à empresa; e, dívida a pagar (débitos da empresa ou créditos de
terceiros) que representam valores pertencentes a terceiros e que a empresa se
obriga a liquidar. Tanto as dívidas a receber como as dívidas a pagar, são
considerados valores integrantes do património.

Como o património é um conjunto de elementos heterogéneos, existe a necessidade


de transformar ou expressar esses elementos numa mesma unidade. (Borges et all,
2007, p.p. 39-40).

Segundo Amaral (2004, p. 38) “o património é a universalidade dos bens, direitos e


obrigações em posse da empresa ou de terceiros para com a empresa,
considerados quanto a sua composição (quanto à natureza dos elementos que o
formam), valores (expressões monetárias) ou seu destino e aplicação”.

21
O património é o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencente uma
determinada pessoa física ou jurídica.

Portanto, os elementos que compõe o património são:

 Bens;
 Direitos;
 Obrigações.

2.2.1. Bens
Segundo Sá (2011, p.p. 15-16) “em contabilidade chamamos de bem” tudo que
possa satisfazer alguma necessidade da empresa, que esteja sujeito à avaliação
económica, ou seja, a qual se possa atribuir um valor expresso em moeda, e sobre
qual a empresa detenha a posse isto é, que esteja em seu poder e o domínio quer
dizer, seja o seu dono.

Quanto à natureza os bens podem ser tangíveis ou intangíveis.

Bens tangíveis: são aqueles que existem fisicamente que possuem volume, peso e
medida. Por exemplo, os imóveis, as máquinas, os equipamentos, as matérias-
primas, e os veículos são bens tangíveis porque podemos vê-los e tocá-los.

Bens intangíveis: por sua vez, possui valor sujeito a avaliação económica, mas não
existem fisicamente. Uma patente, por exemplo, é um bem intangível, apesar de não
podemos vê-la ou tocá-lo, a patente possui um valor para empresa e esse valor
pode ser avaliado economicamente. O mesmo acontece com a marca de um
produto.

Os bens são tudo aquilo que uma pessoa física ou jurídica possui e que esteja em
seu poder, por exemplo: Terreno, Edifício, máquinas, veículos, mobiliário,
Mercadorias para os bens intangíveis temos trespasses, a marca e patentes.

2.2.2. Direitos

“Direitos são representados pelos valores que a empresa tem a receber de terceiros,
ou seja, são valores pertencentes à empresa mas, que no momento não estão em
posse”. (SENAC, 2011, p.30)

Os bens que a empresa possui e que não estão em seu poder é considerado um
direito. Por exemplo, mercadoria em trânsito não está no poder da empresa por isso
22
não chamamos de bem, mais sim está em poder do fornecedor por isso um direito e
quando a mesma estiver na empresa tornando mercadoria é um bem, também o
mesmo acontece com o dinheiro em banco (depósito bancário) o dinheiro de uma
empresa depositada em conta bancária é um direito porque pertence à mesma, mas
está em poder do banco.

Entretanto, os direitos são: valores a receber de terceiros como de clientes,


adiantamento ao fornecedor, adiantamento ao pessoal, mercadoria em trânsito,
depósito bancário, empréstimo concedido e pagamento antecipado.

De acordo Borges et all (2007, p.40)os elementos que representam aquilo que
possui ou se tem a receber (ou seja, bens e direitos). Ao conjunto dos bens e
direitos designam-se “Activo”. Por outro lado, aqueles que representam aquilo que
se tem a pagar (ou seja, obrigações) ao conjunto de obrigações, designam-se
“Passivo”.

2.2.3. Obrigações
Obrigações representam todo o valor que empresa tem a pagar, como: empréstimos
bancários, empréstimo obtido dos fornecedores, recebimento antecipado, impostos
etc.

Segundo Borges et all (2007, p.40) Por outro lado, aqueles que representam aquilo
que se tem a pagar (ou seja, obrigações) ao conjunto de obrigações, designam-se
“Passivo”.

2.2.4. Representação do património

Para SENAC (2011, p.33) O património da empresa é representado graficamente da


seguinte maneira: O conjunto de bens e direitos formam o activo da empresa,
enquanto o conjunto de obrigações formam o passivo.

Activos Passivos
Bens + Direito Obrigações:
- Com terceiros
- Com os sócios

23
2.3. EQUILÍBRIO PATRIMONIAL

Segundo Magro & Magro (2008, p. 22), o equilíbrio patrimonial é dado pela equação
da contabilidade:

Activo = Passivo + Capital próprio.

A estrutura do património deve obedecer ao princípio da equivalência, que consiste


em uma equação bastante simples:

Activo = Passivo

Ou

Activo = Passivo + Situação líquido (Capital próprio)

Pela equivalência patrimonial, então, o total do activo tem de ser igual sempre ao
total do passivo.

Apesar do princípio de igualdade entre os totais do activo e do passivo,


eventualmente ocorre alguma diferença, essa diferença que porventura venha a
existir será coberta pela situação líquida, é o mesmo que património líquido (valor
patrimonial) ou capital próprio.

Portanto, podemos encontrar o valor patrimonial através da diferença entre o Activo


(bens + direitos) e o Passivo (obrigações): VP = A – P.

A situação líquida de uma empresa pode ser:

 Nula: quando total do activo (Bens + Direitos) é igual ao total do


passivo (Obrigações). (Borges et all, 2007, p.41) Veja:

Activo Valores Passivo Valores


Bens 50.000,00 Obrigações 60.000,00
Direitos 10.000,00
Total 60.000,00 Total 60.000,00

 Positiva: quando o total do activo (Bens + Direitos) é maior ao total do


passivo (obrigações). (Borges et all, 2007, p.41)Veja:

24
Activo Valores Passivo Valores
Bens 50.000,00 Obrigações 35.000,00
Direitos 10.000,00 SL (+) 25.000,00
Total 60.000,00 Total 60.000,00

 Negativa: quando o total do activo (Bens + Direitos) é menor que total


do passivo (obrigações). (Borges et all, 2007, p.42) Assim:

Activo Valores Passivo Valores


Bens 40.000,00 Obrigações 50.000,00
Direitos 6.000,00 SL (-) (4.000,00)
Total 46.000,00 Total 46.000,00

Observação:

- Quando o activo for maior que o passivo (A˃P), está perante á uma situação
líquida activa, quer dizer que a empresa tem capacidade para solver as suas
dívidas.

- Quando o activo for igual ao passivo (A = P) estamos diante de uma situação


nula. Está situação revela a inexistência de riqueza própria.

- Se o activo for menor que o passivo (A ˂ P) está perante a uma situação


negativa, porque o valor do activo é menor que o valor do passivo, para estes casos
a empresa esta caminho da falência.

25
2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS FACTOS PATRIMONIAIS

Segundo Borges et all (2007, p. 42) o património de qualquer entidade não se


mantém estático ao longo do tempo, pelo contrário, a uma contínua transformação.
Esta transformação pode ser motivada por duas espécies de acontecimentos:

 Os normais ou voluntários, que resultam das operações efectuadas,


voluntariamente, pela entidade, por exemplo: as operações correntes tais
como compras, pagamentos, vendas, saques, aceites, recebimentos, etc.
 Acontecimentos extraordinários ou involuntários, que são independentes
da sua vontade. Por exemplo: os incêndios, os robos, as quebra, etc.

O património de qualquer organização é sempre dinâmico, está em constante


mutação, és a necessidade de fazer o estudo profundo dos factos patrimoniais para
saber como funciona essa variação.

Os factos patrimoniais classificam-se em dois tipos:

 Factos permutativos ou qualitativos;


 Factos modificativos ou quantitativos.

De acordo Amaral (2004, p. 12) factos permutativos ou qualitativos, modificam


apenas a composição do património sem alterar o seu valor patrimonial.

Por exemplo: Pagamento a dívida do fornecedor, recebimento, depósito, reforço do


caixa, pagamento ao estado, compra a crédito e empréstimo obtido são operações
que causam alteração na composição do património mais não tem nenhum impacto
sobre o valor patrimonial.

Factos modificativos ou quantitativos: quando altera não só a composição do


património, mas também o seu valor patrimonial. (Magro & Magro, 2008, p.23).

Por exemplo: Venda de mercadorias, custo das mercadorias, perda por sinistros,
Custo com pessoal, são operações que alteram a composição do património e
também causa alteração no valor patrimonialda empresa.

26
2.5. AS MASSAS PATRIMONIAIS

Segundo Magro & Magro (2008, p. 23) Massas patrimoniais, são conjuntos de
elementos patrimoniais que têm as mesmas funcionalidades económicas.

Destacamos três massas patrimoniais:

 Activo, de acordo com o PGC, “são recursos (bens e direitos) controlados por
uma entidade, como resultado de acontecimentos passados e dos quais se
espera que fluam para a entidade benefícios económicos futuros”.
 Passivo, que de acordo com o PGC “são obrigações presentes da entidade,
provenientes de acontecimentos passados, do pagamento, dos quais se
espera que resultem Ex - fluxos de recursos da empresa, incorporando
benefícios económicos”.
 Capital Próprio, que de acordo com o PGC “é o interesse residual no Activo
depois de deduzido o passivo”.

2.6. EXPRESSÕES PATRIMONIAIS OU CONTABILÍSTICA

Os termos “a, ao, para e sobre” mantém a natureza da expressão, se é um direito


continua a ser um direito, por outro lado, se obrigação ao unir-se com esses termos
“a, ao, para, e sobre” a mesma continua a ser uma obrigação.
Os termos “de, do e da”, mudam a natureza da expressão, mudando direito para
obrigação e por fim obrigação para direito.

Temos a seguinte tabela das expressões contabilística:


Expressões Natureza
Crédito a, ao, sobre, para / Débito da, de, do. Direitos
Crédito da, de, do/ Débito a, ao, sobre, para. Obrigações
Saque a, ao sobre, para/ Aceite da, de, do. Direitos
Saque de, da, do/ Aceite a, ao, sobre. Obrigações
Dívida a, ao, para, sobre. Obrigações
Divida de, do, da. Direitos
Nosso Aceite / Vosso saque Obrigações

27
Vosso Aceite / Nosso saque Direitos
Factura a, ao para, sobre. Direitos
Factura de, do, da. Obrigações
Nossa factura Direitos
Vossa factura Obrigações
Empréstimo obtido Obrigações
Empréstimo concedido Direitos
Adiantamentos ao, a, sobre Direitos
Adiantamentos de, da, das, dos Obrigações

EXERCÍCIO Nº 1

A Empresa Kianga-alimentar Lda, que se dedica a compra e venda de bens


alimentares apresentou os seguintes elementos patrimoniais:

1- Dinheiro em cofre no valor de 350.000,00


2- Cinco sacos de arroz no valor de 3.000,00/1
3- Oito pacotes de massas 2.500,00/ 1
4- Depósito no BFA no valor de 500.000,00
5- Quatro cestos de tomates em trânsito no valor de 1.500,00/ cada
6- Imposto 100.000,00
7- Pagamento antecipado no valor de 150.000,00
8- Empréstimo bancário obtido no valor de 400.000,00
9- Crédito sobre o Senhor Domingos no valor de 30.000,00
10- Saque ao Cliente Bartolomeu Pedro Gaspar no valor de 25.000,00
11- Aceite sobre o Ango - alimentar Lda no valor de 300.000,00
12- Débito ao Pedro Lda o valor de 50.000,00

28
13- Nossa factura no valor de 100.000,00
14- Adiantamento sobre pessoal nos 35.000,00
15- Uma carrinha para o transporte de mercadorias no valor 500.000,00

Pretende-se:

 Identificar os bens, direitos e obrigações;


 Representar o Activo e Passivo:
 Demonstrar o valor patrimonial.
 Identificar a Situação patrimonial da empresa.

29
Resolução

1º: Identificação dos bens, direitos e obrigação – representação do Activo e Passivo.

Nº Descrição Bens Direitos Obrigações Activos Passivo


1 Dinheiro em cofre 350.000,0 ------------ --------------- 350.000,00 ---------------
0
2 Cinco Sacos de arroz 15.000,00 ------------ --------------- 15.000,00 ----------------
3 OitoPacotes de 20.000,00 ------------- ------------- 20.000,00 ----------------
massas
4 Depósito no BFA -------------- 500.000,00 ---------------- 500.000,00 ----------------
5 Quatro cestos de 6.000,00 ------------- ------------- 6.000,00 ----------------
tomates
6 Imposto ------------ -------------- 100.000,00 -------------- 100.000,00
7 Pagamento ------------- 150.000,00 -------------- 150.000,00 --------------
antecipado
8 Empréstimo obtido ------------- ----------- 400.000,00 --------------- 400.000,00
9 Crédito sobre -------------- 30.000,00 -------------- 30.000,00 --------------
10 Saque ao ------------- 25.000,00 ------------- 25.000,00
11 Aceite sobre ------------- -------------- 300.000,00 --------------- 300.000,00
12 Débito ao Pedro --------------- --------------- 50.000,00 --------------- 50.000,00
13 Nossa factura --------------- 100.000,00 -------------- 100.000,00 ----------------
14 Adiantamento s/ ------------- 35.000,00 ---------------- 35.000,00 ----------------
pessoal
15 Uma carrinha 500.000,0 --------------- --------------- 500.000,00 ----------------
0
Total 891.000,0 840.000,00 850.000,00 1.731.000,0 850.000,00
0 0

Activo = Bens + Direitos


A = 891.000 + 840.000
A = 1.731.000,00
 Demonstrar o valor patrimonial.

Valor Patrimonial = Activo – Passivo


V.P = 1.731.000,00 – 850.000,00
V.P= 881.000,00
 Identificação da situação da empresa.
A empresa Kianga Lda, encontra-se numa situação líquida activa (SLA) porque
Activo é maior que passivo (A> P), por este resultado tudo indica que a empresa
está caminhar bem.
30
2.7. O INVENTÁRIO

Segundo Amaral (2004, p. 47) O Inventário é o arrolamento (a listagem) de todos os


elementos patrimoniais Activos e passivos, com a indicação dos respectivos valores
em dinheiro, que constituam o património privado ou comercial de uma determinada
entidade (empresa).
Portanto, o inventário é a relação escrita (lista) dos elementos patrimoniais
concretos, com identificação das suas quantidades, preços e valores em
determinados momentos.

Diferença: o património e o inventário são noções convergentes, mas distintas,


por que; o património é o conjunto de bens direito e obrigações, já o inventário é o
documento onde estes elementos patrimoniais vão estar escritos de forma
organizada.

2.7.1. Classificação do inventário


O inventário encontra-se dividido em cinco classificações:
a) Quanto ao âmbito ou extensão: geral e parcial
 Inventário geral ou total: é quando nele figuram todos elementos
patrimoniais. (Amaral, 2004, p. 47).
 Inventário parcial: quando abrange alguns elementos patrimoniais. (Borges
et all, 2007, p. 50).
b) Quanto à disposição ou ordem: simples e classificado.
 Inventário simples: Quando os valores Activos e Passivos são inscritos uns
a seguir aos outros.
 Inventário classificado ou selectivo: quando os elementos patrimoniais são
agrupados segundo a sua natureza, característica ou função. (Amaral, 2004,
p. 47).
c) Quanto à periodicidade ou sua época de realização: inicial, periódico,
extraordinário e final.
 Inventário inicial: quando é realizado no início da actividade da empresa.
 Inventário periódico, anual ou ordinário:são aqueles que se realizam
periodicamente, de forma regular e previsível. (Amaral, 2004, p. 47).

31
 Obs.: Este inventárioé decarácter obrigatório e referido a 31 de
Dezembro. Este inventário é imprescindível para a elaboração de outro
documento obrigatório de extrema importância – o Balanço.
 Inventário extraordinário ou eventual: realizam-se em consequência de
condições excepcionais, sendo, por isso, a sua realização
imprevisível.(Amaral, 2004, p. 47).
 Obs.: Este inventário é normalmente realizado quando ocorre um
acontecimento anormal ou inesperado, que não depende da natureza
do homem como, por exemplo: roubo, incêndio, mudança de instalação
ou substituição do responsável pelo património da empresa.
 Inventário Final: este só é realizado quando a empresa se dissolver, isto é
se a empresa deixar de existir.

d) Quanto a sua apresentação: analítico e sintético.

Inventário analítico:é quando além do título da conta, nele são apresentados todos
osseus elementos integrantes devidamente valorizados.

Inventário sintético: é quando nele apenas apresenta as contas com os


respectivos títulos e extensão.

e) Quanto a sua representação gráfica: horizontal e vertical.


 Inventário horizontal: é quando os elementos patrimoniais do Activo situam-
se a esquerda e o Passivo a direito.
 Inventário vertical: é quando os elementos patrimoniais do Activo situam-se
em cima do Passivo.
Inventário Vertical

Referência Design Unidad Quantidade Preços Importância Observação


ações e unitários
Massa

***** Total ****** ********

32
Inventário Horizontal

Ref. Desig U/M Qt. P.U Importância Ref. Desig U/ Qt. P.U Importância
. . M

Total * * Total * *

2.7.3. Fases da elaboração do inventário

De acordo Borges et all (2007, p. 50) no inventário devemos considerar três fases:
a) Identificação, em que se verificam quais os elementos patrimoniais existentes;
b) Descrição e classificação, em que os elementos serão apresentados e
repartidos pelas classes a que dizem respeito;
c) Valorização, acto de atribuição de um valor a cada elemento patrimonial.

EXERCÍCIOS Nº 2

A empresa Dianguxi & Kianga Lda, com estabelecimento em Ndalatando dedica a


comercialização de tecidos diversos, 31 de Dezembro de 2018 o património da
empresa era constituído pelos seguintes elementos:
1. Edifício comercial no valor de 1.000.000,00
2. Numerário em cofre no valor de 450.000,00
3. 2000 metros de tecidos castanhos em trânsito no valor de 280,00/ metros
4. 5000 metros de tecidos brancos no valor de 250,00/ metros
5. Empréstimo contraído o BCI o valor de 800.000,00
6. Factura nº 001 da Ango - tecidos Lda no valor de 300.000,00
7. Crédito do empregado Sola no valor de 50.000,00
8. Depósito a prazo no BCI no valor de 500.000,00
9. Um Balcão e 50 Armários para mostra e conservo dos tecidoscada bem no
valor 30.000,00/1
10. Aceite nº 005 a empresa tecido-Africano Lda no valor de 700.000,00
11. Depósito à ordem no BCI no valor de 950.000,00
12. Três computadores no valor de 50.000,00/1
33
13. Saque nº 001 sobreBartolomeu Gaspar no valor de 200.000,00
14. Factura nº 001 ao João Guenge no valor de 50.000,00
15. 500 metros tecidos vermelhos no valor de 200/ metros
16. Uma carrinha no valor 500.000,00
17. Impostos a pagar no valor 40.000,00
18. Outras dívidas no valor 600.000,00
Pretende-se:
 Elaboração do Inventário analíticos, sintético, simples e o classificado no
dipositivo vertical

Inventário simples

Designações Qt. P.U Importância


Activo
Edifício comercial ------- -------------------- 1.000.000,00
Numerário em cofre ----- -------------------- 450.000, 00
Tecido castanho em trânsito 2000 280, 00 560. 000, 00
Tecidos brancos 5.000 250, 00 1.250.000, 00
Depósito a prazo no BCI ------- -------------------- 500.000, 00
Balcão 1 30.000, 00 30.000, 00
Armários 50 30.000, 00 1.500.000, 00
Depósito a ordem no BCI ------ -------------------- 950.000, 00
Computadores 3 50.000, 00 150.000, 00
Saque nº 001 sobre ------- -------------------- 200.000, 00
BartolomeuFactura nº 001 ao ------- -------------------- 50. 000, 00
João Guenge 1 500.000,00 500.000, 00
Carrinha 500 200, 00 100.000, 00
Tecidos vermelhos
Total do Activo 7 .240.000,
00
Passivo
Empréstimo Bancário ------ -------------------- 800.000, 00
Factura nº 001 da Ango - ------ -------------------- 300.000, 00
tecidos Lda Crédito do ------- -------------------- 50.000, 00
empregado Sola ------- -------------------- 700.000, 00
Aceite nº 005 a tecido- ------- -------------------- 40.000, 00
AfricanoImpostos a pagar ------- -------------------- 600.000, 00
Outras dívidas

Total do passivo 2.490.000,


00

34
Inventário analítico classificado no dispositivo vertical

Designações Qt. P.U Importância


Activo
Activo não corrente
Imobilizações corpóreas
Edifício comercial ------- ----------------- 1.000.000,00
Equipamento básico
*Balcão 1 30.000,00 30.000,00
*Armários 50 30.000,00 1.500.000,00
Equipamento de carga e transporte
*Carrinha 1 500.000,00 500.000,00
Equipamento administrativo
*Computadores 3 50.000,00 150.000,00
Subtotal das Imobilizações ------- ---------------- 3.180.000,00
corpóreas
Total do Activo não corrente 3.180.000,00
Activo corrente
Existências
Mercadorias
* Tecidos brancos 5000 250,00 1.250.000,00
* Tecidos vermelhos 500 200,00 100.000,00
Mercadoria em trânsito
* Tecidos castanhos 2000 280,00 560.000,00
Subtotal das Existências -------- ----------------- 1.910.000,00
Terceiros
Clientes correntes
* Factura nº 001 ao João -------- ------------------ 50.000, 00
Guenge
Clientes título a receber -------- ----------------- 200.000, 00
* Saque nº 001 sobre
Bartolomeu
Subtotal dos Terceiros -------- ------------------ 250.000,00
Disponibilidades
Depósito a prazo -------- ----------------- 500.000, 00
Depósito a ordem -------- ------------------ 950.000, 00
Caixa -------- ------------------ 450.000, 00

Subtotal das Disponibilidades -------- ------------------ 1.900.000,00


Total do Activo corrente 4.060.000,00
Total do Activo 7.240.000, 00
Passivo
Passivo não corrente
Empréstimo Bancário --------- ---------------- 800.000, 00
Total do Passivo não corrente 800.000, 00
35
Passivo corrente
Fornecedor corrente
* Factura nº 001 da --------- ----------------- 300.000, 00
Angotecidos
Fornecedor título a pagar --------- ---------------- 700.000,
* Aceite nº 005 a tecido- 00
Africano --------- -----------------
Estado 40.000, 00
* Impostos a pagar --------- -----------------
Pessoal-Remuneração 50.000,
* Crédito do empregado Sola --------- ----------------- 00
Outros valores a pagar
*Outras dívidas 600.000,
00
Total do Passivo corrente 1.690.000,
00
Total do Passivo 2.490.000,
00

Inventário Sintético no dispositivo vertical


Designações Qt. P.U Importância
Activo
Activo não corrente
Imobilizações corpóreas --------- ---------------- 3.180.000, 00
Activo corrente --------- ----------------
Existências --------- ---------------- 1.910.000, 00
Terceiros --------- ---------------- 250.000, 00
Disponibilidades --------- ---------------- 1.900.000, 00
Total do Activo 7.240.000, 00
Passivo
Passivo não corrente 800.000, 00
Passivo corrente 1.690.000, 00
Total do Passivo 2.490.000,
00

36
2.8. BALANÇO

Balanço: é um documento contabilístico que reflecte o património da empresa numa


determinada data descriminando todos os valores activos, todos os valores passivos
e relevando a diferença entre os somatórios dos valores activos e passivos de forma
a identificar o património líquido da empresa. Sousa (1990, p.73).

Segundo Borges (2007, p. 53) “Elaborado o inventário geral torna necessário


comparar o activo com o passivo para conhecer o valor e natureza do capital
próprio. Está comparação, constitui o balanço. Assim, enquanto o inventário constitui
apenas um arrolamento (listagem) dos valores do activos e passivos, o balanço por
sua vez leva a cabo a comparação (balanceamento) entre aquelas classes de
valores.O Balanço expressa a situação financeira de uma empresaem determinada
data.O conjunto de bens e direitos constitui o activo. O conjunto das obrigações
constitui passivo. O capital próprio e passivo representa a origens de fundos,
enquanto as contas do activo evidenciam as respectivas aplicaçõesde fundos”.

O Balanço é documento contabilístico que por meio da comparação do activo (bens


+ direitos) e o passivo (obrigação), expressa a situação financeira de uma
determinada organização num dado momento.

O mesmo documento diverge do inventário em função da situação líquida, o balanço


evidencia a situação patrimonial da empresa mediante a comparação entre o activo
e o passivo, ao passo, que passivo simplesmente faz umas listas desses elementos
patrimoniais. Numa óptica financeira o Activo corresponde as aplicações de fundos
ou investimentos e o Passivo e Capital próprio trata-se da origem de fundo, porque o
activo das empresas é financiado por capitais próprios e quer por passivos que
representam os capitais alheios.

Activo: é um recurso controlado pela empresa como resultado de acontecimentos


passados.

Passivo: é uma obrigação presente da empresa proveniente de acontecimentos


passados. (Rocha et all, 2016, p.p. 41,47 e 49).

2.8.1. Função do balanço


37
De acordo com Da costa (2011, p.37) “o balanço tem como objectivo mostrar
asituação patrimonial da empresa em um determinado período, isto é como se fosse
um retrato, uma fotografia tirada em momento específico, porém, essa foto não
estática, pois representa todos os fluxos futuros de benefícios e exigibilidade das
empresas”.

Entretanto, por meio dessa fotografia obtemos as seguintesinformações sobre


património:

 Composição do património
 Situação financeira da empresa
 Posição e rotação do stock
 Rentabilidade obtida

“O balanço também uma demonstração que indica que os accionistas de uma


empresa possuem, ou seja, activos (como caixas, stocks, instalações e
equipamentos), e o que devem, ou passivos (como dinheiro devido a banco e
fornecedores), em uma data específica (normalmente, no fim de um ano ou
trimestre). O valor contábil do capital próprio depende das convicçõescontábeis
utilizadas para estimar os activos e passivos da empresa”. (Hawawini e Viallet, 2009,
p.17).

As informações provenientes do balanço chegam aos vários interessados na


empresa, a saber:

 Sócios, accionistas;
 Os responsáveis da empresa;
 Fornecedores e financiadores
 Estado (Informação económica e fiscal);
 Outros organismos e entidades (Bancos, Investidores, seguradores e
organizações diversas).

2.8.2. Constituição do Balanço

38
Diferentemente do inventário, no balanço encontramos três massas patrimoniais:
Activo, Passivo e Capital próprio (Situação Líquida). Esta última é adquirida através
da equação geral do balanço:

ACTIVO – PASSIVO = CAPITAL PRÓPRIO

Sendo, portanto:

ACTIVO = PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO (equação fundamental do balanço)

Sendo o balanço é constituído por dois membros, o primeiro engloba os primeiros


conjuntos de valores Activo e o Passivo e capital próprio constituem o segundo
membro do balanço. Borges et all (2007, p. 53).

De acordo com PGC (2001, p.) Ao elaborar o balanço que é uma demonstração
financeira devem identificar os seguintes elementos:

 O nome da entidade que relata;


 Período de relato;
 A moeda de relato;
 A moeda de relato e a respectiva grandeza.

Como vimos o primeiro membro é constituído pelos elementos do Activo, que de


acordo com PGC (2001, p. 22) “São recursos (bens e direitos) controlados por uma
entidade como resultado de acontecimentos passados e dos quais se espera que
fluam para a entidade de benefícios económicos futuros”. Estes recursos podem
dividir-se em duas categorias principais:

1ª Activo não corrente;


2ª Activo corrente.
 Activo não corrente, que espera que permaneçam na posse da entidade por
um período superior a um ano. Nele são registados os elementos da classe
um nomeadamente:
 11. Imobilizações corpóreas;
 12. Imobilizações incorpóreas;
 13. Investimentos financeiros;
 14. Imobilizações em curso.

39
 Activo corrente, que se espera que permaneçam na posse da entidade por
um período até um ano. O mesmo é registado os seguintes elementos:
 Existências;
 Contas a receber dos terceiros
 31. Clientes (excluindo 31.3. clientes-título descontado e 31.9.
clientes-saldos credores);
 35.1. Entidades participantes (incluído conta subscrição e conta
adiantamento);
 37 Outros Valores a Receber:
o 37.2. Venda de imobilizado;
o 37.3. Proveito a facturar;
o 37.4. Encargos a repartir por período dos futuros.
 Disponibilidades (meios monetários).

O segundo membro é constituído pelos elementos do capital próprio epassivo,


segundo PGC (2001, p. 22) “as passivas são obrigações presentes das entidades
provenientes de acontecimentos passados, do pagamento, dos quais se espera que
resultem ex - fluxos de recursos da empresa incorporando benefícios económicos”.
Estas obrigações dividem-se em duas categorias principais:

1ª Passivo não corrente;

2ª Passivo corrente.

 Passivo não corrente, que se espera que venham a ser pagos pela entidade
num período superior a um ano.São registadas normalmente as seguintes
contas:
 33. Empréstimo (médio e longo prazo);
 39. Provisões para riscos e encargos (pensões de reforma,
provisões para acidentes de trabalho).
 Passivo corrente, que se espera que venham a ser liquidados pela entidade
num período até um ano. Na qual temos nomeadamente:
 32. Fornecedores (Exclui 32.9. Fornecedores-saldos devedores).
 34. Estado;
 35. Entidades participadas (conta de subscrição e conta de
adiantamento)

40
 36. Pessoal (excluindo a 36.3. adiantamento sobre pessoal);
 37. Outros valores a pagar
o 37.1. Compras de imobilizado;
o 37.5. Encargo a pagar;
o 37.6 Proveitos a repartir por período futuro.

Ao passo que o capital próprio é o interesse residual no Activo depois de deduzido o


Passivo. São registados os seguintes elementos classe um e a classe oito:

 Capital e reservas;
 Resultados
o 81. Resultado transitado;
o 88. Resultado líquido do exercício.

Para o primeiro membro, ou seja, para o activo o critério é o da liquidez (crescente


ou decrescente), sendo que o expoente máximo da liquidez é o dinheiro
propriamente dito, expresso em nota e moedas. Para segundo membro os valores
do passivo são ordenados pelo critério da exigibilidade crescente ou decrescente e o
capital próprio pela formação histórica dos respectivos valores. Feita a opção pela
ordem de apresentação, impõem-se que a mesma seja aplicada de forma consiste,
ao primeiro e ao segundo membro.

2.8.3. Classificação do Balanço

a) Quanto a sua representação gráfica: horizontal e vertical.


 Representação horizontal, em que o primeiro membro aparece do
lado esquerdo o Activo. O segundo membro vem do lado direito, sendo
a ordem: Capital Próprio e Passivo. Borges et all (2007, p. 53).

41
Modelo de BalançoPGC (2001, p. 23).

Empresa____________________________________________________________
___
Balanço em____________________________Valores expressos
em______________
Designação Nota Valores Designação Nota Valores
2xxx 2xxx- 2xxx 2xxx-
1 1
Activo não corrente Capital próprio
Imobilizações corpóreas Capital social
Imobilizações Reservas
incorpóreas Resultados transitados
Investimentos financeiros Resultado líquido do
Outros activos não exercício
correntes Passivo não corrente
Activo corrente Empréstimo de ML/P
Existências Impostos diferidos
Contas a receber Provisões para pensões
Disponibilidades Provisões para outros
Outros activos correntes riscos e encargos
Passivo corrente
Conta a pagar
Empréstimo de curto
prazo
Outro passivo corrente
Total doActivo Total do Cp e Passivo

42
 Representação Vertical, Em que o segundo membro (capital próprio e
passivo) vem imediatamente abaixo do primeiro membro (Activo).
Borges et all (2007, p. 53).

Modelo de Balanço segundo PGC (2001, p. 23).


Empresa____________________________________________________________
___
Balanço em__________________________ Valores expressos em
________________
Designações Notas Exercícios
2XXX 2XXX – 1
Activo não corrente
Imobilizações corpóreas
Imobilizações incorpóreas
Investimentos financeiros
Outros activos não correntes
Activo corrente
Existências
Contas a receber
Disponibilidades
Outros activos correntes
Total do Activo

43
Capital próprio
Capital social
Reservas
Resultados transitados
Resultado líquido do exercício
Passivo não corrente
Empréstimo de ML/P
Impostos diferidos
Provisões para pensões
Provisões para outros riscos e encargos
Outro passivo não corrente.
Passivo corrente
Conta a pagar
Empréstimo de curto prazo
Parte cor. Dos empr. a médio e longo
pazos.
Outro passivo corrente
Total do Capital Próprio e Passivo
Total do Capital próprio e Passivo

b) Quanto a sua apresentação: analítico e sintético.


 Balanço analítico: é aquele em que as contas encontram-se
desdobradas em subcontas. O balanço é sintético quando o grau de
pormenorização, isto é quanto mais discriminada for os valores do
activo e passivos. (Borges et all, 2007, p.55).
 Balanço sintético: é aquele em que as contas não se encontram
desdobrado em subcontas, ou seja, é aquele em que o grau de
pormenorização é mínimo. O mais sintético dos balanços é aquele que
nos dá apenas a conhecer os valores totais do activo, passivo e capital
próprio. (Borges et all, 2007, p.56).
c) Quanto à época de realização: inicial, ordinário, final e extraordinário.

Segundo Magro e Magro (2008, p.p 34-35) temos os seguintes:

 Balanço inicial ou de constituição: correspondem aos movimentos


de abertura da empresa.

44
 Balanço ordinário: correspondem ao balanço feito no final do
exercício económico, que corresponde ao ano civil.
 Balanço final ou de liquidação: correspondem aos movimentos de
encerramento de uma empresa, em que todas as cotas são saldadas,
ficando todos os movimentos reflectivos numa conta com a designação
de “Resultados de liquidação”.
 Balanço extraordinário: corresponde aos balanços feitos antes do
final do exercício económico, devido a qualquer decisão da
administração ou gerência da sociedade.

EXERCÍCIOS Nº 3

A empresa IMMA – FRAX, Lda, dedica-se comercialização de bens alimentares,


apresentou 31 de Dezembro de 2018 os seguintes elementos patrimoniais:

1. 100 sacos de arroz de marca tio- João no valor de 5600, 00 por saco.
2. Depósito à ordem no valor de 1.900.000, 00.
3. Aceite nº 001 sobre Ango-alimentar Lda 400.000, 00.
4. Saque nº 001 sobre Felícia Trindade no valor de 200.000, 00.
5. Débito ao Gestor de recursos humano Gomes Macedo Dala 375.645,00; IRT
60.855, 00; INSS 49.500, 00.
6. Factura nº 001 da Alimenta-Angola Lda no valor de 350.000, 00.
7. Empréstimo Bancário BCI num prazo de 4 anos no valor 1.000.000, 00.
8. 1000 caixas de peixe caxuxu em trânsito no valor de 5.000, 00/ caixa.
9. Depósito a prazo no valor 2.000.000, 00.
10. Perda do exercício anterior no valor 600.000, 00.
11. 100 Notas em Kwanza 2560/por nota
12. Factura nº 001 sobre José Mendes no valor de 550.000, 00.
13. 300 Caixas de massa no valor de 1000/ caixas
14. Dívidas correntes a empresa Alimento para todos Lda no valor de 600.000,
00.

45
15. Dois camiões 500.000, 00/ camião; 10 comutador no valor de 50.000,
00/cada, 6 arcas para armazenamento de mercadoria70.000, 00/ arca;
Edifício comercial 2.800.000, 00 e terreno no valor 700.000, 00.
16. Capital social 1.000.000, 00 e Reservas legais 400.000, 00.
17. Trespasses 30.000, 00 e investimento em imóveis 200.000, 00.
18. Adiantamento sobre sócios do grupo subsidiário no valor 300.000, 00.
 Pretende-se:
a. Balanço analítico e sintético inicial, representação horizontal.

Empresa: IMMA – FRAX, Lda


Balanço em: Ndalatando, 31 dezembro de 2018Valores expressos em:Kwanza.

DESCRIÇÃO VALORES DESCRIÇÃO VALORES


ACTIVO NÃO CORRENTE CAPITAL PRÓPRIO
Imobilizações corpóreas Capital social 1.000.000, 00
Terreno 700.000, 00 Reservas 400.000, 00
Edifício comercial 2.800.000, 00 Resultados transitados (600.000, 00)
Equipamento básico Resultado líquido do exercício 13.080.000,
* Arca 420.000, 00 00
Equipamento c. Transporte Total Capital próprio 13.880.000,
* Camião 1.000.000, 00 00
Equipamento administrativo
* Computador 500.000, 00 PASSIVO NÃO CORRENTE

Empréstimo Bancário ML/P 1.000.000, 00

Subtotal das Imob. Corpóreas 5.420.000, 00 Total do Passivo não 1.000.0000,


corrente 00
Imobilizações Incorpóreas
Trespasses 30.000, 00
Subtotal das Imob. Incorpóreas 30.000, 00 PASSIVO CORRENTE
Investimento Financeiro
Fornecedores correntes
Investimento em imóveis 200.000, 00
*Aceite nº 001 s/ Ango- 400.000, 00
Subtotal do Investimento 200.000, 00 ali. 350.000, 00
Financeiro *Factura nº 01 da Alim.. 600.000, 00
Activo não corrente 5.650.000, 00 * Dívidas correntes a

46
ACTIVO CORRENTE Esa. 60.855, 00
Existências Estado 49.500, 00
Mercadoria IRT 375.645, 00
* Sacos de arroz 560.000, 00 INSS
* Caixas de massa 300.000, 00 Pessoal-Remuneração
Mercadoria em trânsito
* Caixas de peixe 5.000.000, 00

Subtotal das Existências 5.860.000, 00


Terceiros
Clientes correntes
* Factura nº 001 sobre 550.000, 00
José M
Clientes títulos a receber 200.000, 00
* Saque nº 001 sobre 300.000, 00
Felicia
* Adiantamento S/ lucro
Subtotal dos Terceiros 1.050.000, 00
Disponibilidades
Depósito à ordem 1.900.000, 00
Depósito a prazo 2.000.000, 00
Caixa
* Notas em Kwanza 256.000, 00
Subtotal das Disponibilides 4.156.000, 00 Total do Passivo corrente 1.836.000, 00
Total do Activo corrente 11.066.000, Total do Passivo 2.836.000, 00
00
Total Activo 16.716.000, Total do C.p. e Passivo 16.716.000,
00 00

Observação: para encontrar o resultado líquido do exercício (RLE), temos primeiro


de fazer diferença entre ao activo e o passivo para obter o capital próprio então
temCapital próprio (Cp) = Activo – Passivo.

Capital próprio = 16.716.000 – 2.836.000

Capital próprio = 13.880.000, 00

Portanto, RLE = Cp – Capital Social – Reservas – Resultado transitado assim tem:

RLE = 13.880.000 – 1.000.000 – 400.000 – (- 600.000)

RLE = 13.080.000, 00

Empresa: Kianga Lda


Balanço em: Ndalatando, 31 dezembro de 2018 Valores expressos em: Kwanza.

47
Designação Valores Designação Valores
Activo não 5.650.000, 00 Capital próprio 13.880.000,
corrente 00
11.066.000, 00 Passivo não corrente
Activo corrente 1.000.0000,
Passivo corrente 00

1.836.000,
00
Total Activo 16.716.000, 00 Total do C.p. e Passivo 16.716.000,
00

2.9. AS CONTAS DO PGC

2.9.1. Noções
Segundo Borges et all (2007, p. 60) “O património de umas empresas é constituído
por um grande e complexo número de elementos diferente, contudo, esses
elementospodem ser mensuráveis, ou seja, traduzidos numa unidade de valor
comum.Isto é transformam-se as matérias ou os objectos em valores, possibilitando
a sua comensurabilidade, que é o mesmo, a comparação entre sí”.
“Daí que, consoante a sua natureza ou função que desempenhemna empresa, os
valores patrimoniais possam ser agrupados em classes com características comuns,
chegamos à noção de conta que podemos definir como conjunto de elementos
patrimoniais expresso em unidade de valor”.
Portanto, cada agrupamento de elementos patrimoniais com as características
semelhantes forma um subconjunto do conjunto de todos os elementos patrimoniais
da empresa a cada um deste subconjunto damos nome de “conta”.
Conta: é o conjunto de elementos patrimoniais com característica comum ou
semelhante expresso em unidade de valor.

2.9.2. Classificação das contas


2.9.2.1. Partes constitutivas
Em qualquer conta a que considerar os seus aspectos quantitativos, ou seja, sua
compreensão e a sua extensão.
De acordo com Magro e Magro (2008, p. 27) “compreensão, nome da conta ou
título (Caixa, Depósito à ordem…), ou seja, qualidade que caracteriza o conjunto”.

48
“Extensão, conjunto de elementos patrimoniais que satisfazem as condições
previamente definidas – saldo”.
Por exempo: 26. Mercadoria Compreensão
Extensão 20.000

Os requisitos essenciais a que a conta deve obedecer são:


 A homogeneidade, todos os elementos patrimoniais que compõem a conta
têm de ter essa característica. Por exemplo. A conta Depósito à ordem (conta
43 no PGC), destina-se a registar os meios de pagamento existentes em
contas à vista, nas instituições de crédito. Magro e Magro (2008, p. 27).
 A integralidade, a conta deve incluir todos os elementos que gozam da
característica comum por ela definida. Deste modo a conta mercadoria,
deverá incluir todos os tipos de mercadorias transaccionadas pela empresa,
assim como as suas variações. Borges et all (2007, p. 61).
 A imutabilidade da característica, nunca pode mudar.Magro e Magro (2008,
p. 28).
2.9.2.2. Classificação
De acordo com Borges et all (2007, p. 65) teremos numa primeira classificação:
 Contas do Activo;
 Contas do Passivo;
 Contas do Capital Próprio.
As contas podem, pois ter um âmbito mais ou menos simples, ou mais ou menos
complexas.
De um modo geral, denominam-se:
 Contas simples ou elementares, as que agrupam elementos com
características muito comuns e, portanto, não comportam maior divisão;
 Contas complexas, colectivas ou gerais, as que agrupam, contais simples
ou elementares, ou que nelas se subdividem.
As contas que são subdivisões de outras, chama-se subcontas ou contas
divisionárias.
As contas dizem-se do 1.º, 2.º, 3.º… grau, conforme sejam subdivisões de outras,
ou inversamente, integração delas.
Exemplo:

49
Contas colectivas Contas Divisionárias
1º grau 2º grau 3º grau 4º grau
Imobilizações corpóreas Equipamento Mobiliário
Administrativo
Clientes Clientes-correntes Grupo Subsidiárias
Entidades participantes Estado C/subscrição
Banco A
Depósito à ordem Moeda nacional Banco B
Banco C

Caixa A
Caixa Fundo fixo Caixa B
Caixa C

As contas colectivas irão corresponder, como adiante veremos, ao razão geral, por
sua vez, as contas divisórias corresponderão ao razão especial ou auxiliar,
entretanto o razão auxiliar corresponde ao desdobramento do razão geral.
2.9.2.2.1. Função da conta
Segundo Magro e Magro (2008, p. 28) As funções das contas são:classificativa,
histórica numérica e prospectiva.
 Classificativa, permite a escrituração mercantil;
 Histórica, permite comparações entre o passado e o presente;
 Numérica, têm expressão numérica-saldos;
 Prospectivas, permite fazer provisões.

2.9.3. Representação gráfica de uma conta


De acordo com Borges et all (2007, pp. 62-63) no aspecto gráfico, a conta
apresenta-se normalmente na forma de um T, sobre o traço horizontal indica-se o
título da conta, podendo ainda distinguem-se um lado esquerdo e um lado direito.

Esquematicamente:

Debito (Deve) Título da conta Crédito (Haver)

50
Extensão Extensão
Lado esquerdo Lado directo
Os valores registados no débito denominam-se débitos e os registados no crédito
denomam-se créditos.

 Debitar uma conta significa inscrever certa quantia no lado do débito;


 Creditar uma conta é efectuar o registo dum valor no lado do crédito.

A diferença entre o débito e o crédito duma conta, no momento considerado, chama-


se saldo dessa conta. Ao comparar o seu débito com o crédito, três hipóteses
podem ocorrer:

 D> C – o saldo diz-se devedor (Sd)


 D = C – o saldo diz-se nulo (Sn)
 D <C – o saldo diz-se credor (Sc)

2.9.3.1. Regra de movimentação da conta


O conhecimento das movimentações destas contas é tão importante para uma clara
e credível informações da situação económica e financeira da empresa.

a) Regra de movimentação da conta do Activo são debitadas pelo seu


saldo inicial (extensão inicial) e pelo aumento de extensão e são
creditadas pelas diminuições.

Esquematicamente:

Conta do Activo
Situação inicial (si) Diminuição de extensão
Aumento de extensão (+) (–)

b) Regra de movimentação da conta do Passivo são debita pelas


diminuições de extensão e é creditada pela situação (extensão inicial) e
pelo aumento.

Conta do Passivo
Diminuição de extensão Situação inicial (si)
(–) Aumento de extensão
(+)
51
c) Regra de movimentação da conta de Proveito debita-se pela
transferência para conta de resultados no final do exercício e pelas
devoluções e são credita sempre que a empresa obtém um proveito.

Conta de Proveito
Devoluções (–) Proveitos
Transferência (+)

d) Regras de movimentação da conta de custo são debitadas sempre


que a empresa suporta um custo e creditada pela transferência nas
contas de resultados no fim do exercício e pelas devoluções de custo.

Conta de Proveito
Devoluções (+) Proveito (+)
Transferência

2.10. O Plano Geral de Contabilidade (PGC)

Plano de contas é um conjunto de normas e procedimentos contabilísticos,


destinados a servir de guia e modelo para os trabalhos de registo e demonstração
dos factos patrimoniais. (Magro e Magro, 2008, p. 48).

Pelo facto da contabilidade ser uma ciência ela teve a necessidade de criar um
mapa que lhe pudesse ajudar e se basear se quando estivesse a e a organizar o
património de uma determinada empresa (inventario balanço, etc) mapa este que é
denominado como PGC (plano geral de contabilidade).

PGC: é o mapa contabilístico onde constam todas as informações contabilísticas no


que tange contas, organizadas por classes que vão sendo subdividida por subcontas
correlação a natureza de cada uma delas.

52
O PGC foi criado para maior facilidade de consulta através do método organizativo,
as classes que constituem o PGC são:

Classe 1- Meios fixos e Investimento

Classe 2 – Existências

Classe 3 – Terceira

Classe 4 – Meios monetários ou disponibilidades

Classe 5 – Capital e reservas

Classe 6 – Proveitos e ganhos por natureza

Classe 7 – Custos e perdas por natureza

Classe 8 – Resultados

Atendendo a conformidade com a natureza dos elementos que constituem o


património, as contas poder-se-ão classificar em: contas do activo, contas do
passivo, e as contas de gestão.

Genericamente o plano geral de contabilidade encontrasse dividido em duas únicas


contas, a saber:

 Contas patrimoniais: envolvem as contas de activo, passivo e as de capital,


contas estas que envolvem as classes 1, 2, 3, 4, e a classe 5.
 Contas de gestão: envolvem as contas de custo, proveitos e resultados,
contas estas que envolvem as classes 6, 7 e a classe 8.

2.10. 1. Agregação das contas do PGC


Tabela explicativa das contas

Classes Titulo das contas Compreensão de acordo com


PGC
Imobilizações corpóreas Inclui os elementos patrimoniais
(com existência física) móveis e
imóveis da empresa com carácter
de permanência superior a um
ano. Ex: Edifício, meio de
transporte (caminhão).
Imobilizações Inclui os elementos patrimoniais
Meios fixos e incorpóreas intangíveis (sem existência
investimento física), mas que representam
53
valores significativos para a
empresa. Trespasses, despesa
de constituição.
Investimentos Inclui as participações de capital
financeiros e outros títulos adquiridos pela
empresa com carácter
permanente ara o rendimento. Ex
acções, quotas, prédios de
arrendamento, empréstimos em
longo prazo, etc.
Imobilizações em curso Inclui imobilizações de adição,
melhoramento, substituição
enquanto não estiverem
concluídas.
Matérias – primas Inclui bens adquiridos para
subsidiaria e de utilizar na produção,
consumo. incorporando-se ou não
materialmente nos produtos
finais.
Produtos e trabalho em Inclui bens por ultimar no final do
curso período, não estando em
Existências condições de ser armazenados
ou vendidos.
Subprodutos Inclui bens secundários
desperdícios e refugos provenientes da actividade da
empresa materiais desperdiçados
resíduos da fabricação e
produtos defeituosos
Produtos acabados e Inclui principais bens
intermédios provenientes da actividade
produtiva da empresa
Mercadoria Inclui bens adquiridos pela
empresa com destino a venda, ou
seja, bens comercializáveis.
Inclui as dividas a receber
originadas por vendas a crédito
Clientes
de existências ou exercício
prestado ou serviço prestado
Inclui dividas a pagar originadas
Fornecedores
por compras a crédito.
Inclui dividas a pagar originadas
Terceiros Empréstimo por empréstimos obtidos em
bancos ou a outras empresas
Estado Inclui dividas a pagar ao estado
relacionadas com impostos,
taxas, multas, etc.
Inclui dividas a pagar a empresas
Entidades participantes
interligadas a empresa ou a
e participadas
sócios ou accionistas da mesma

54
empresa

Inclui dividas a pagar com o


pessoal que trabalha na
Pessoal
empresa. Ex: salário dos
funcionários
Esta conta é de carácter duplo.
Inclui dividas da empresa a pagar
a outras entidades. Ex: o
pagamento da energia.
Outros valores a pagar e
E ainda inclui dividas a receber
a receber
de outros devedores. (atendendo
o duplo carácter desta conta ela
pode fazer parte do activo e do
passivo)
Inclui aplicações de tesouraria de
curto prazo, ou seja, títulos
Títulos negociáveis
adquiridos para vendas ex:
Acções.
Disponibilidades Inclui dinheiro depositado a prazo
Ou Depósito a prazo em instituição de crédito. Ex:
(Meios monetários) Banco
Inclui dinheiro depositado a
Depósito a ordem ordem em instituição de crédito.
Ex: Banco
Inclui dinheiro em uma instituição
Outros depósitos de crédito, mas não a ordem nem
a prazo.
Inclui notas de cheque, moedas,
Caixa selos, etc. Que existem no cofre
da empresa para uso imediato.
Registam-se respectivamente os
Capital fundos aplicados pelos sócios ou
Capital e reserva
accionistas
Lucros adquiridos em
Reservas exercíciosanteriores retidos
nelas.
Inclui ganhos da empresa no
decorrer da sua actividade
Proveitos operacionais
económica. Ex: venda dos seus
produtos acabados.
Inclui ganhos da empresa fora
daquilo que é a sua actividade
Proveitos não
económica. Ex: a venda de um
operacionais
Ganhos e proveito carro que não seja do objecto de
comercialização da empresa.
Inclui ganhos da empresa no
Proveitos financeiros decorrer da sua transacção
financeira. Ex: recebimento com
55
juro dos valores emprestados a
outras entidades, descontos
obtidos na aquisição imobilizado
ou mercadoria.
Inclui ganhos da empresa
relativos a acontecimentos
naturais ou de políticas criadas
Proveitos extraordinários
pelo meio contextuais. Ex:
sinistros, expropriação de um
bem.
Inclui custos suportados pela
empresa no decorrer da sua
Custos operacionais actividade económica ou
produtiva. Ex: o pagamento de
água e energia
Inclui custos suportados pela
empresa fora daquilo que é a sua
Custos e perdas Custos não operacionais actividade económica. Ex:
doação de bens alimentícios a
uma instituição carente, etc.
Inclui custos suportados pela
empresa no decorrer da sua
actividade financeira da empresa.
Custos financeiros
Ex: o pagamento de juros de um
valor emprestado pela empresa a
um banco comercial
Inclui custos suportados pela
empresa criados por
Perdas extraordinárias
acontecimentos naturais ou
politicas criadas. Ex: sinistro
Esta conta destina-se a
concentrar no fim do exercício os
proveitos e os custos
Resultado operacional operacionais registados no
decorrer do exercício
respectivamente vindo das
Resultados contas de transição
Esta conta destina-se a
concentrar no fim do exercício os
proveitos e os custos não
Resultado não
operacionais registados no
operacional
decorrer do exercício
respectivamente vindo das
contas de transição
Resultado financeiro Esta conta destina-se a
concentrar no fim do exercício os
proveitos e os custos financeiros
registados no decorrer do
exercício respectivamente vindo

56
das contas de transição
Esta conta destina-se a
concentrar no fim do exercício os
proveitos e os custos
Resultado extraordinário extraordinários registados no
decorrer do exercício
respectivamente vindo das
contas de transição

2.11. LANÇAMENTOS NO DIÁRIO E RAZÃO

2.11.1. Noção
O património, como conjunto de valores activos e passivos sujeitos a uma gestão,
não se mantém constante. Pelo contrário, está sujeito a variações que mais não são
so que a consequência da própria actividade da empresa. Sendo assim, além da
representação dos valores patrimoniais, existe a necessidade de representar e
inscrever em documentos, livros e registos de vária natureza, os factos patrimoniais
que provocam a sua variação. Chama-se lançamento à notação de qualquer facto
patrimonial nos livros de contabilidade.
Os livros de contabilidade classificam-se em dois grupos: livros obrigatórios e livros
facultativos. Os livros obrigatórios são os que a lei enumera como indispensáveis a
qualquer comerciante. Os livros facultativos são os que se utilizam normalmente
como auxiliares do registo efectuado nos livros obrigatórios, também são
usualmente denominados de livros auxiliares.

Elementos dos lançamentos:


 Data: dia, mês e ano.
 Título: é a indicação da conta a debitar e a creditar.
 Descrição ou histórico: consiste na explicação resumida do facto
patrimonial que dá origem ao lançamento.

57
 Importância ou valor: é o montante correspondente às variações
patrimoniais provocada nas contas.(Borges et all, 2007, p.p. 75-76 e
81).

Em regra, apenas o diário se encontram todos estes elementos.


2.11.2. Diário

Segundo Borges ete all (2007, p. 86) o diário servirá para escriturar, dia a dia, por
ordem cronólogica, em assento separado, cada um dos actos que modifiquem ou
possam vir a modificar acomposição ou valor do património do comerciante.

De acordo Amaral (2004, p.p. 121) é no diário onde efectuados de forma cronológica
todos os registos dos factos patrimoniais ocorridos na empresa.

Nº ordem Preposição Descrição Fólio Importâcia


a) Débito Crédito
A B C D E F

Onde:

a – Serve para ordenar as operações de forma crescente.

b – É a coluna da preposição (a), percebendo a conta a creditar.

c –Designamos como corpo do diário e nele se escreve não só as datas dos


registos, mais também os lançamentos efectuado e o históricos.

d –Número de razão que nela foram abertas.

e –É acoluna que se destina a registaros valores da conta a debitar.

f - É a coluna que se destina a registar os valores da conta a debitar.

Observação: no caso de passar para outra página deve somar os valores de coluna
de débito e crédito, e a coluna c escreve a expressão “a transportar” e na página
seguinte escreve-se na coluna c “transporte” assim estamos em condições para
continuar os registos dos factos.

2.11.3. Razão

58
O razão também é conhecido por livro de contas por que nele se registam, de forma
sistemática (não diária) e por ordem de contas (não cronológica), os valores a Débito
e a Crédito que constamos Diário. (Amaral, 2004, p. 122).

Segundo Borges et all (2007, p. 86) servirá para transcrever o movimento de todas
as operações do diário, ordenadas a débito e crédito, em relação a cada uma das
respectivas contas, para se conhecer o estado e a situação de qualquer delas, sem
necessidade de decorrer ao exame de todos os lançamentos feitos os diários.

É importante que tenhamos em mente que o razão é representado graficamente em


“T” como já referido na qual tem dois membros o 1º membro esquerdo é o lado do
“débito” e o 2º membro o direito é o lado do “crédito”.

2.11.3.1. Espécie de razão


 Razão auxiliar

É o razão que agrupa as contas do 2º grau e também para demais conta


divisionárias. (Amaral, 2004, p. 122).

O razão auxiliar de uma conta resulta da necessidade de desdobrar as contas


principais e agrupa uma série de contas especiais da mesma natureza.

 Razão principal

Segundo (Amaral, 2004, p. 122) É o razão que agrupa as contas do 1º grau.

Portanto, é o razão que agrupa todas as contas que produzem os factos e actos da
gestão da empresa e podem ser desdobrados em contas colectivas.

2.11.3.2. Classificação de Lançamentos no razão


 Classificação segundo o número de contas movimenta
Segundo Amaral (2004, p.p. 118-119) Os lançamentos obedecem necessariamente
a uma das quatro fórmulas digráfica seguintes:
Lançamento da 1ª fórmula– é o registo contabilístico em que a uma conta a débito
corresponde uma a crédito e vice-versa, ou seja:
Um débito = um débito
Exemplo: Depósito no BFA no valor de 300.000, 00.
59
45. Caixa 43. Banco
300.000 300.000

Lançamento da 2ª fórmula – neste tipo lançamento a um débito correspondem


vários créditos, ou seja:
Um débito = vários crédito
Exemplo: Compra de um edifíco há 90 dias no valor de 3.000.000, 00 metade via
cheque e o resto a crédito.
37.1. Compra-Imobilizado 43.Banco 11.2.1. Edifício
1.500.000 1.500.000 3.000.000

Lançamento da 3ª fórmula – o movimento contabilístico é efectuado registando


várias contas a débito por contrpartida de uma só conta a crédito, ou seja:
Vários débitos = um créditos

Exemplo: Venda de mercadoria a 350.000, 00 metade via cheque e o resto a crédito.

61.2. Venda 43.Banco 31.1. Clientes


350.000 175.000 175.000

Lançamentos da 4ª fórmula – vários débitos correspondem vários créditos:


Vários débitos = vários créditos
Exemplo: Venda de mercadoria a 350.000, 00 metade via cheque e o resto a crédito.
Quehaviam custado 200.000, 00.
61.2. Venda 31.1. Cliente 26. Mercadorias 71. CMV
350.000 350.000 200.000 200.000

 Classificação segundo a natureza dos movimentos


Lançamentos de abertura – referem-se à situação patrimonial de uma empresa o
início da sua actividade. (Magro e Magro, 2008, p.31).
Lançamento de Estorno – têm por finalidade rectificar as omissões, duplicações e
erros cometidos nos lançamentos efectuados.
60
Lançamento de correntes – respeita ao registo das operações realizadas e dos
acontecimentos ocorridos durante cada exercício económico.
Lançamento de regularização – Visam rectificar os saldos das contas que não
correspondem à realidade. Normalmente são feitos no final do exercício económico
antes de se proceder ao apuramento de resultado e à elaboração. (Borges, 2007, p.
85).
Lançamentos de apuramento de resultados – são lançamentos feitos para
transferir os saldos das contas de custos (classe 7) e de proveitos (classe 6) para as
contas de resultados.
Lançamentos de encerramento – são efectuados após o apuramento de
resultados e a elaboração do balanço. Consiste em fechar as contas que
apresentem saldos devedores ou credores.
Lançamentos de reabertura – registam no início de novo exercício, os saldos finais
das contas do exercício anterior. (Magro e Magro, 2008, p. 31).

EXERCÍCIO Nº 4

A empresa Domatec Lda dedica a comercilização de bem eletrótica apresentou o


seguinte balanço inicial:
Descrição Valores Descrição Valores
Terreno 200.000, 00 Capital social 350.000, 00
Edifício 800.000, 00 Reservas 200.000, 00
Equipamento 500.000, 00 Resultados transitados (150.000, 00)
transporte 800.000, 00 Resultado Líquido do 2.980.000, 00
Mercadoria 300.000, 00 exercício 400.000, 00
Clientes correntes 30.000, 00 Empréstimo bancário de 250.000, 00
Clientes título a pagar 850.000, 00 ML/P
Banco 550.000, 00 Fornecedor-corrente
Caixa
Total do Activo 4.030.000, Total do Cp + P 4.030.000, 00
00

No ano de 2018 efectuou as seguintes operações:

61
1. Venda de mercadoria a prazo no valor de 30.000, 00 que havia custado
20.000, 00. Custo de mercadoria 15.000, 00.
2. Compras de dois computadores de marca HP no valor de 500.000,00 por
cada computadores sendo: 40% via caixa, 20% via cheque e o resto.
3. Compras de cinco computadores para o uso interno no valor de 70.000, 00
por cada computador, nas seguintes condições: ½ foram pagos o resto a
Crédito.
4. Venda de mercadorias a pronto pagamento no valor de 600.000, 00. Haviam
custado 500.000, 00.
5. Pagou ¼ da dívida de empréstimo-bancário.
6. Efectuou um depósito a prazo no BFA do valor da última venda.
Pretende-se:
 Fazer registo no diário e no razão.

62
Nº/ Prep. Descrição Fólio Importâc
O a) Débito C
11.1.4. Terreno 1 200.000, ------------------------------------------------------------
11.2.1. Edifício 2 00 -----
11.4. Equipamento 3 800.000, 250.000, 00
transporte 4 00
26. Mercadoria 5 500.000, 350.000, 00
31.1. Clientes 6 00
correntes 7 800.000,
31.2. Clientes título a 8 00
pagar 300.000,
a) 43.1.1. Banco 9 00
45. Caixa 10 30.000,
11 00
32.1. Fornecedor- 12 850.000,
corrente 13 00
33.1. Empréstimo 14 550.000,
bancário 00
51. Capital social
55. Reservas --------------
81. Resultados ----
transitados --------------
88. Resultado Líquido -----
do exercício --------------
(Lançamento de -----
abertura) --------------
------
--------------
-------
--------------
------
1ª a) 61.2. Venda- 15 --------------
mercadoria 5 -------
31.1. Clientes- 30.000,
correntes 16 00
a) (Venda de 4
mercadoria a prazo) 15.000,
71. CMV 00
26. Mercadorias --------------
(Custo de -------
mercadoria)
2ª 21.2. Compras 17 1.000.000,
a) 45. Caixa 8 00
a) 43.1.1. Banco 7 ---------------
a) 32.1. Fornecedores- 9 ------
correntes ---------------
a) (Compra de 17 ------
mercadorias) 4 ---------------
21.2. Compras ------
26. Mercadorias
(transferências da ---------------
merc. Armaz.) ------
1.000.000,
00
A transportar 6.030.000,

63
00

Transporte 6.030.000,
00
11.5. Equipamento 18 350.000,
3ª a) Administrativo 19 00
a) 37.1. Compras- 8 ---------------
imobilizado -------
45. Caixa ---------------
(compra ------
decomputador)
4ª a) 61.2. Venda 15 ---------------
43.1.1. Banco 7 ------
(Venda de 600.000,
mercadoria) 16 00
a) 71. CMV 4
26- Mercadoria 500.000,
(custo das 00
mercadorias) ---------------
------
5ª a) 43.1.1. Banco 7 ---------------
33.1. Empréstimo- 10 ------
bancário 100.000,0
(Pagamento do 0
empréstimo)
6ª 42.1.1. Banco a prazo 20 600.000,
a) 43.1.1. Banco 7 00
(Depósito a prazo) ---------------
-------
Total do diário 8.225.000,
00
Fonte: Amaral (2004, p. 121).
Registo no livro razão
11.1.4. Terreno 11.2.1. Edifício 11.4. Equipamento transporte
Si 200.000 Si 800.000 Si 500.000
Sd: 200.000 Sd: 800.000 Sd: 500.000
200.000 200.000 800.000 800.000 500.000 500.000

26. Mercadoria 31.1. Clientes correntes 31.2. Clientes título a pagar


Si 800.000 15.000 (1) Si300.000 Si 30.000
(2) 1.000.000 500.000 (1) 30.000

64
43.1.1. Banco 45.Caixa 32.1. Fornecedor-corrente
Si 850.000 400.000 (2) Si 550.000 200.000 (2) 250.000 Si
(4) 600.000 100.000 (5) 175.000 (3) 400.000 (2)
600.000 (6)

33.1. Empréstimo bancário 51. Capital social 55. Reservas


(5) 100.000 4000.000 Si350.000 Si200.000 Si

81. Resultados transitados 88.RLE 61.2. Venda- mercadoria


Si 150.000 2.980.000 Si 30.000 (1)
600.000 (4)

71.CMV 21.2. Compras 11.5. Equipamento Administrativo


(1) 15.000 (2) 1.000.000 1.000.000 (2) (3) 350.000 30.000 (1)
(4) 500.000

37.1. Compra-imobilizado 42.1.1. Banco a prazo


175.000 (3) (6) 600.000

65
PARTE 2- ESTUDO DAS CONTAS

66
CAPÍTULO III- CLASSE 1
3.1. Noções
3.2. Imobilizações corpóreas (11)
3.2.1. Conta 11.1. Terrenos e recursos naturais
3.2.2. Conta 11.2. Edifício e outras construções
3.2.3. Conta 11.3. Equipamento básico
3.2.4. Conta 11.4. Equipamento de carga e transporte
3.2.5. Conta 11.5. Equipamento administrativo
3.2.6. Conta 11.6. Tara e vasilhame
3.2.6. Conta 11.9. Outras imobilizações corpóreas
3.3. Leasing
3.3.1. Leasing Operacional
3.3.2. Leasing Financeiro
3.4. Imobilizações incorpóreas (12)
3.5. Investimento financeiro (13)
3.6. Imobilizações em cursos (14)
3.7. Valorimetria dos imobilizados
3.8. Amortização
3.8.1. Tipos de amortização
3.8.2. Amortização acumulada (18)
3.9. Provisões para investimentos financeiros (19)

67
3.1. NOÇÕES
Qualquer empresa, independentemente da sua natureza (agrícola, industrial,
comercial ou de serviço), necessita de possuir ao seu património de forma contínua
e permanente um conjunto de elementos que garantam o respectivo funcionamento
as melhores condições. Este conjunto de elementos destinados a servir de forma
duradoura à empresa constituem as imobilizações ou meios fixos e investimentos.
São elementos patrimoniais que se caracterizam, essencialmente, pelas seguintes
particularidades:

 Não se esgotam com a primeira aplicação, pelo contrário, permanecem


duradouramente à disposição da empresa, contribuindo para ela atinja os
objectivos pré definidos em prazo superior a um ano.
 Não se destinam nem à venda nem à transformação no decurso da actividade
normal da empresa. (Lousã, 2010, p. 71).

Segundo Almeida, Miranda, Nogueira, Aleixo e Nunes (2014, p. 133) esta classe
incluí os bens detidos com continuidade ou permanência e que não se destinem a
ser vendidos ou transformados no decurso normal das operações da entidade, quer
sejam sua propriedade, quer estejam em regime de locação financeira.

As contas da classe 1 – Meios fixos e investimentos, representam geralmente o


activo não corrente no balanço .

Esta classe é constituída pelas seguintes contas do 1º grau:

 11. Imobilizações corpóreas


 12. Imobilizações incorpóreas
 13. Investimentos financeiros
 14. Imobilizações em curso
 18. Amortizações acumuladas
 19. Provisões para investimentos

3.2. IMOBILIZAÇÕES CORPÓREAS (11)


De acordo com Magro e Magro (2008, p. 199) esta conta integra os imobilizados
tangíveis, móveis ou imóveis, que a empresa utiliza na sua actividade operacional,
que não pode ser transformados, com carácter de permanência superior.

68
As empresas devem considerar como imobilizados os bens que estejam na sua
posse. A mesma não deve considerar os bens alugados de terceiros que
permanecem na empresa. Esse imobilizado tem de ter uma característica de
permanência, distinguindo-se uma imobilização de uma existência, os imobilizados
permanecem a empresa num prazo superior a ano é duradouro.

Para aquisição de imobilizados a pronto pagamento ou a prazo deve-se fazer o


seguinte registo:

43.1.1. Banco / 45.1.1. Caixa 11. Imobilizações Corpóreas


Respectiva subconta

Aquisição pronto pagamento

37.1.1. Compra-Imobilizado

Aquisição a prazo ou crédito

Pela devolução ou anulação de aquisições, faz-se o seguinte registo:

11. Imobilizações Corpóreas 43.1.1. Banco / 45.1.1. Caixa

Respectiva subconta

Aquisição pronto pagamento

37.1.1. Compra-
Imobilizado

Aquisição a prazo ou crédito

As imobilizações corpóreas estão subdivididas da seguinte forma:

11.1. Terrenos e recursos naturais;

11.2. Edifícios e outras construções;

11.3. Equipamento básico;

11.4. Equipamento de carga e transporte;

11.5. Equipamento administrativo;

69
11.6. Taras e vasilhame;

11.9. Outras imobilizações corpóreas.

3.2.1. Conta 11.1. Terrenos e recursos naturais


Esta rubrica compreende os terrenos e recursos naturais (plantações, minas,
pedreiras etc.) afectos às actividades operacionais da empresa. São também
incluídos nesta rubrica os custos de desdobramento, movimentação de terras e
drenagem com eles relacionados. (PGC, 2001, p. 114).

 Tratamento contabilístico

Aquisição de um pomar (terreno) a prazo no valor de 2.000.000 Kwanzas + 14% IVA

11.1 – Terrenos 37.1.1 – Compra- Imobilizado


2.000.000 2.280.000

34.5.2.2 – IVA-Dedutível
280.000
Obs.: A respeito do IVA vamos tratar mais adianta na conta 34.5 – IVA.
Adquiriu um terreno, a pronto pagamento por 1.500.000 de Kwanza. Regime de
Exclusão.

11.1 – Terrenos 43.1.1 – Banco


2.000.000 2.000.000

3.2.2. Conta 11.2. Edifício e outras construções


Segundo PGC (2001, p. 114) esta rubrica destina-se a registar os edifícios fabris,
comerciais, administrativos e sociais, bem como instalações fixas que lhe sejam
próprias (águas, energia elétrica, ar condicionado etc.).

São incluídas nesta conta rubrica outras construções, tais como muros, silos,
parques, albufeiras, canais, estradas e arruamentos, vias – férias internas, pistas de
aviação, cais e docas.

Os terrenos e edifícios são activos separáveis e deverão ser tratados


separadamente para fins contabilísticos, mesmo quando adquiridos conjuntamente.
(PGC, 2001, p. 115).

70
Segundo o Código do Imposto Industrial em vigor será 20% do valor de aquisição
para separar o terreno do edifício.

 Tratamento contabilístico

Compra a crédito de um edifício para armazenamento das mercadorias o valor de


2.500.000 de Kwanza. Regime de exclusão.

11.2.1.2 – Edifício- Comercial 37.1.1 – Compra- Imobilizado

2.000.000 2.500.000

11.1.4.2 – Terreno com Edifícios

500.000

Note para encontrar o valor do terreno fez-se o seguinte: 2.000.000 × 20% =


500. 000; 80% é o valor real do edifício.

3.2.3. Conta 11.3. Equipamento básico


De acordo com PGC (2001, p. 114) esta rubrica destina-se a registar o conjunto de
instrumdentos, máquina, instalações e outros bens, com os quais a entidade realiza
a extracção, transformação e elaboração dos produtos ou a prestação dos serviços.
São também incluídos nesta rubrica os gastos adicionais com a adaptação da
maquinaria e de instalação ao desempenho das actividades da entidade.

Note que segundo o PGC (2001, p.115) quando o objecto da entidade respeite a
actividade de transporte ou de serviços administrativos, os equipamentos desta
natureza afectos a tais actividades devem ser contabilizados na rubrica de 11.3.
Equipamento básico.

 Tratamento contabilístico

A empresaTAXI Lda que dedica à prestação de serviço-transporte de passageiro


adquiriu um autocarro para mesma finalidade por meio de um crédito bancário no
valor de 3.000.000 de Kwanza. IVA incluído de 14%.

11.3 – Equipamento básico 33.1 – Empréstimo bancário

2.631.578,95 3.000.000

71
11.3 – Equipamento básico

368.421,05
𝟑.𝟎𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎 𝟑.𝟎𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎
Valor real da factura sem IVA = = = 2.631.578,95
𝟏−𝟎,𝟏𝟒 𝟏,𝟏𝟒

IVA = 2.631.578,95 × 14% = 368.421,05

3.2.4. Conta 11.4. Equipamento de carga e transporte


Segundo Magro e Magro (2008, p. 203) esta rubrica destina-se a registar os
veículos, barcos, vagões empilhadores, guindantes, e outra aparelhagem de carga
das empresas, cuja actividade não é a de transporte de carga ou de passageiro.

Portanto, os equipamentos de transporte que não são enquadráveis na conta 11.3


equipamento básico devem ser contabilizado na rúbrica 11.4. Equipamento carga e
transporte. (Ameida, 2014, p. 141).

 Tratamento contabilístico

A empresa TAXI Lda adquiriu uma viatura legeira para o transporte dos seguranças
da empresa no valor de 1.500.000 de Kwanzas, nas seguintes condições 50%
emissão de cheque e o resto há 90 dias.

43.1.1 – Banco 11.4 – Equipamento de carga e transporte

750.000 1.500.000

37.1.1 – Compra de imobilizado-corpóreo

750.000

3.2.5. Conta 11.5. Equipamento administrativo


Esta rubrica destina-se a registar o equipamento social e o mobiliário diverso. (PGC,
2001, p.114).

De acordo Magro e Magro (2008, p. 202) enquadra-se em equipamento


administrativo, o seguinte:

 Mobiliário;
 Computadores;
 Impressoras;
 Scaners;

72
 Faxes;
 Fotocopiadores;
 Artigos de conforto e decoração;
 Máquinas de calcular;
 Restante material de escritório.

Enquadra-se o equipamento administrativo social, o seguinte:

 Equipamento de refeitório, Postos médicos e Postos de enfermagem;

Se a empresa tiver como objecto de prestação de serviços administrativos ou


sociais, os bens afectos directamente à actividade, serão contabilizados na conta
“11.3. Equipamento administrativo”.

 Tratamento contabilístico

A empresa TAXI Lda comprou dois computadores via cheque no valor de 100.000
de Kwanza/ cada computadores.

11.3 – Equipamento administrativo 43.1.1 - Banco

200.000 200.000

3.2.6. Conta 11.6. Tara e vasilhame


Esta rubrica destina-se a registar os objectos destinados a conter ou acondicionar as
mercadorias ou produtos, quer sejam para uso interno da entidade, quer sejam
embalagens retornáveis com aptidão para utilização continuada. (PGC, 2008, p.
114).

Para Magro e Magro (2008, p. 2004) no conceito de embalagem, temos de atender


ao seguinte:

 Se se trata de embalagem, que faz parte do produto e sem o qual o mesmo


não pode ser vendido, mas pode ser devolvida pelo cliente.
 As taras e vasilhames servem para condicionar as mercadorias ou produtos,
mas são propriedade da empresa. Quando o cliente não as devolve, a
empresa procede a sua facturação.

73
 Tratamento contabilístico

Compra de 25 grades de coca-cola em garrafa ao preço de 1.500 de Kwanza por


grade.

11.6 – Taras e vasilhame 43.1.1 – Banco

37.500 37.500,00

3.2.6. Conta 11.9. Outras imobilizações corpóreas

De acordo com Almeida at. al. (2014, p. 141) esta rubrica destaca -se aas
imobilizações corpóreas não enquadráveis nas contas 11.1 a 11.8. De notar que as
contas 11.7 a 11.8 estão na lista de contas sem conteúdo específico para poderem
ser utilizadas pelas entidades em função das suas especificidades.

Podemos registar nessa conta os seguintes bens: Biblioteca, discos, cassetes para
formação do pessoal e reservatório de água, etc..

 Tratamento contabilístico

A empresa TAXI Lda, adquiriu 70 discos HD para formação do pessoal no valor de


5.000, Kz por disco. Sendo que 50% via banco, 30% em numerário e o resto a 30
dias.

11.9. Outras imobilizações corpóreas 43.1.1. Banco

350.000 175.000

45.1.1. Caixa 37.1.1. Compra de imobilizado-


corpóreo

105.000 70.000

74
3.3. IMOBILIZAÇÕES INCORPÓREAS (12)

Esta conta integra os imobilizados intangíveis, sendo um imobilizado incorpóreo, o


activo não monetário identificável, sem sustância física. (Magro e Magro, 2008, p.
223).

Portanto, as imobilizações incorpóreas registamos os bens intangíveis que tem uma


duração superior a um ano, e é agregado no activo não corrente.

Para aquisição de imobilizados a pronto pagamento ou a prazo deve-se fazer o


seguinte registo:

43.1.1 – Banco / 45.1.1 – Caixa 12 – Imobilizações Corpóreas


Respectiva subconta

Aquisição pronto pagamento

37.1.1 – Compra-Imobilizado

Aquisição a prazo ou crédito

Pela devolução ou anulação de aquisições, faz-se o seguinte registo:

12 – Imobilizações Incorpóreas 43.1.1 – Banco /


45.1.1 – Caixa

Respectiva subconta

Aquisição pronto pagamento

37.1.1 – Compra-Imob. Incorp.

Aquisição a prazo ou crédito

As imobilizações corpóreas estão subdivididas da seguinte forma:

 12.1 – Trespasses;
 12.2 – Despesas de investigação e desenvolvimento;
 12.3 – Propriedade industrial e outros direitos e contratos;
 12.4 – Despesas de constituição;
 12.9 – Outras imobilizações corpóreas.
75
3.3.1. Conta 12.1 – Trespasses

Segundo PGC (2001, p.p. 118-119) esta rubrica destina-se a registar a diferença,
quando positiva, entre o valor pago para aquisição de um conjunto de activos (e
passivos) que constituam uma actividade empresarial e o justo valor dos activos e
passivos adquiridos, desde que actividade adquirida seja continuada pela
adquirente. Na nomenclatura internacional este conceito de trespasse é denominado
por «goodwill» ou «aviamento».

O conceito similar ao de trespasse é o conceito de goodwill entendido este como um


dispêndio de capital com expectativas de benefícios futuros, como por exemplo, a
aquisição de uma participação financeira por um valor superior aos justos valores
dos activos e passivos da entidade adquirida, à data da aquisição. (Borges,
Rodrigues e Rodrigues, 2007, p. 553).

 Procedimento contabilístico

Por transferência bancária no valor de 5.000.000 Kz, Pagou o trespasse de um


estabelecimento, no mesmo valor foi incluído o Edifício industrial por 3.650.000 Kz e
o direito ao arrendamento por 200.000 Kz.

43.1.1 – Banco 11.2.1.1– Edifício Industrial

5.000.000 3.650.000

12.3 – Propriedade industrial e outros direitos 12.1 – Trespasses

200.000 1.150.000

3.3.2. Conta 12.2 – Despesas de investigação e desenvolvimento

Esta rubrica destina-se a registar as despesas de investigação e as despesas de


desenvolvimento.

Despesas de investigação, que são os encargos incorridos com a investigação


original e planeados destinados a obter novos conhecimentos científicos ou técnicos
e compreensão dos mesmos.

76
Despesas de desenvolvimentos, que são as despesas resultantes da aplicação das
descobertas da pesquisa e de outros conhecimentos a um plano ou concepção para
a cobertas da pesquisa e de outros conhecimentos a um plano ou concepção para a
produção de novos ou substancialmente melhorados materiais, mecanismos,
produtos, processos, sistemas ou serviços prévios ao início da produção comercial
ou uso. (PGC, 2001, p. 119).

 Procedimento contabilístico

A empresa TAXI Lda adquiriu uma descoberta de pesquisa da empresa Conduzi


connosco Lda para no valor de 40.000, 00 sendo que ½ em numerário e o resto por
cheque.

12.2.1 – Despesas de investigação 45.1.1 – Caixa 43.1.1 – Banco


40.000 20.000 20.000

3.3.3. Conta 12.3 – Propriedade industrial e outros direitos e contratos

De acordo com PGC (2001, 119) esta rubrica destina-se a registar patentes, marcas,
alvarás, licenças, privilégios, concessões, direitos de autor e outros direitos e
contratos assimilados.

Incluem-se nesta rubrica as quantias pagas com o objectivo de adquirir o direito ao


arrendamento de um determinado imóvel. Por não constituir a aquisição de uma
actividade empresarial, este direito encontra-se excluído do conceito de trespasse.

Portanto, os elementos que compõem está conta são:

 Alvará;
 Marca;
 Concessão;
 Patentes;
 Licença.

Alvará: é o direito que uma empresa obtém de um organismo oficial a fim de


efectuar as suas actividades devidamente constituída.

77
Marca: é o direito que as empresas têm de colocar nome, desenho ou sinal nos
seus produtos com intuito de permitir as entidades a identificar o bem no mercado e
distingui-lo dos demais Produtos.

Concessão: é um contrato pelo qual o proprietário mediante um pagamento de um


determinado valor concede o direito a um terceiro para utilizar a sua propriedade.

Patentes: é o título obtido por uma empresa para registar a invenção de uma
determinada organização a fim de apropriar do mesmo e pode ser garantido por um
documento oficial.

Licença: é a permissão concedida a uma determinada empresa por meio de um


pagamento a utilizar o exclusivo de outra organização.

 Procedimento contabilístico

A empresa Dianguxi & Kianga Lda, Adquiriu via cheque a identidade do produto da
empresa Alimentando Angola S.A. no valor de 700.000, Kz. A empresa no mesmo
mês pagou em numerário o direito de arrendamento de um armazém na cidade de
Ndalatando no valor de 450.000, Kz.

12.3.2 – Outros direitos 45.1.1 – Caixa 43.1.1 – Banco


700.000 700.000 450.000
450.000

3.3.4. Conta 12.4 – Despesas de constituição

Esta rubrica destina-se a registar as despesas iniciais de constituição e organização


da empresa, bem como as despesas subsequentes relacionadas com a sua
expansão, designadamente as despesas com aumento de capital, estudos e
projectos. (PGC, 2001, p.119).

 Procedimento contabilístico

A empresa Dianguxi & Benvindo Kianga Lda, Pagou ao Guiché único despesas com
escrituras, publicação no diário da república e registo comercial o valor de 70.000,

78
Kz nas seguintes condições: 30% por transferência, 35% em numerário e o Resto a
crédito.

43.1.1 – Banco 45.1.1 – Caixa

21.000 24.500

12.4 – Despesas de constituição 37.9.2 – Outros valores a pagar

70.000 24.500

3.3.5. Conta 12.9 – Outras imobilizações incorpóreas

Esta rubrica destina-se a registar as operações relacionadas com o imobilizado


incorpóreo, mas que pela sua natureza, não têm enquadramento nas contas atrás
referidas. (Magro e Magro, 2008, 57).

Entretanto o conjunto de direito de carácter plurianual que não são enquadrados


nas contas anteriores deve ser registadas nessa conta, então todos os factos
patrimoniais que não são possíveis registar nas contas anterior devemos enquadrar
a mesma (12.9).

 Procedimento contabilístico

A empresa Dianguxi e Kianga Lda, procedeu à compra a prazo software diversos no


valor de 200.000, 00.

37.1.2 – Compra-Imobilizado Incorpórea 12.9 – Outras imobilizações incorpóreas

200.000, 00 200.000, 00

3.4. CONTA 13 – INVESTIMENTOS FINANCEIROS

Os investimentos financeiros também podem ser denominados imobilizações de


rendimentos, as agregações de capitais da empresa noutra empresa, investimento
em imóveis são considerados investimentos financeiros desde que permaneçam na
empresa de forma duradoura num prazo superior a um ano (médio e longo prazo).
79
De acordo com Almeida et al. (2014, p. 148) esta conta destina-se a evidenciar as
participações de capital, obrigações e títulos de participação e empréstimos
concedidos em subsidiárias, associadas e noutras empresas bem como
investimentos em imóveis. Inclui ainda outros investimentos financeiros, tais como
diamantes, ouro, depósito bancários e os activos adstritos a fundos.

Devem ser reconhecidos como investimentos financeiros os activos que:

 Satisfazem as condições para o seu reconhecimento como activos;


 Sejam detidos por um período superior a um ano;
 Tenham como objectivo aumentar a riqueza através de uma das seguintes
formas:
o Distribuição, mediante o recebimento de juros, royalties, dividendos e
rendas;
o Valorização de capital, ou outros benefícios tais como os resultantes
de transacções comerciais.

Para aquisição ou subscrição de investimentos financeiros a pronto pagamento ou a


prazo deve-se fazer o seguinte registo:

43.1.1. Banco / 45.1.1. Caixa 13. Investimentos financeiros


Respectiva subconta

Aquisição ou subscrição de títulos à vista

37.1.3. Compra-Imobilizado

Aquisição ou subscrição de títulos a prazo ou crédito

Esta conta colectiva encontra-se desdobrada nas seguintes contas divisórias:

 13.1 – Empresas subsidiárias;


 13.2 – Empresas associadas;
 13.3 – Outras empresas;
 13.4 – Investimentos em imóveis;
 13.5 – Fundos.

80
A conta 13.1, 13.2, e 13.3 encontra-se divididas em subcontas nomeadamente:
Parte do capital, Obrigações e títulos de participação e Empréstimo. Na subconta
13.1.2, 13.2.2 e 13.3.2 “Obrigações e títulos de participação”, efectuamos os
seguintes movimentos:

43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa 13.1.2 ou 13.2.2. ou 13.3.2

Pela aquisição a cheque ou em numerário

66.1.1.1 ou 66.1.1.3

Pelo Rendimento

Reembolso, quando este é menor que o valor de subscrição.

13.1.2 ou 13.2.2. ou 13.3.2 43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa

Pelo Reembolso

76.6.1 – Perda - Invest. Financeiro

Respectiva subconta
Perda de alienação

Reembolso, quando este é maior que o valor de subscrição.

13.1.2 ou 13.2.2. ou 13.3.2 43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa

Pela aquisição a cheque ou em numerário

66.6.1 – Ganho – Invest. Financeiro

Ganho na alienação

Nestas contas divisórias 13.1.3, 13.2.3 e 13.3.3 “Empréstimo”, obedece a seguinte


movimentação:

43 ou 45 13.1.3 ou 13.2.3 ou 13.3.3 43 ou 45


Pela concessão do empréstimo Pelo reembolso do empréstimo

6.1.1.4 – Juro de empréstimo


Pelos juros recebidos do empréstimo
81
3.4.1. Conta 13.1 – Empresas subsidiárias

Segundo PGC (2001, p.p. 121-122) esta rubrica destina-se a registar as transações
com empresas pertencentes ao grupo, que não resultem das actividades
operacionais exercidas pela entidade.

Um grupo é composto pela empresa-mãe e todas subsidiárias.

As empresas subsidiárias são aqueles que é controlada por outra empresa


(conhecida como empresa-mãe).

O controlo é o poder de gerir as políticas operacionais e financeiras de uma empresa


a fim de obter benefícios das suas actividades.

Nesta mesma conta tem as seguintes subcontas:

 13.1.1 – Partes do capital


 13.1.2 – Obrigações e títulos de participação;
 13.1.3 – Empréstimos

 Procedimento contabilístico

A Dianguxi e Benvindo Kianga Lda, adquiriu por meio de um financiamento bancário


70% do capital social da empresa Alimentando Angola S.A no valor 4.000.000, Kz.

13.1.1 – Partes do capital 35.2.2.1 – Entidades Participadas – C/ Subscrição

4.000.000 4.000.000 4.000.000

33.1 – Empréstimos Bancário 43.1.1 – Banco

4.000.000 4.000.000 4.000.000

Observação: Pela subscrição credita 35.2.2.1 – Entidades participadas – C/


Subscrição e em contrapartidas debita-se na conta13.1.1 – Partes de capital, pela
liberação debita-se conta 35.2.2.1 – Entidades participadas – C/ Subscrição e será
creditada como contrapartida na conta 33.1 – Empréstimo bancário, debita na conta

82
43.1.1 – Banco pela entrada do financiamento e a crédito pelo pagamento da parte
do capital.

Aquisição de acções da empresa “Alimento de qualidade, Lda” no valor 2.000.000,


00 por transferência bancária.

43.1.1 – Banco 13.1.2 – obrigações e títulos de participação

2.000.000 2.000.000

3.4.2. Conta 13.2 – Empresas associadas

Esta rubrica destina-se a registar as transacções, com empresas associadas, que


não resultem das actividades operacionais exercidas pela entidade.

Empresa associada é aquela em que a detentora exerce uma influência significativa


e que não seja uma subsidiária.

A influência significativa é o poder de participar nas decisões de política operacional


e financeira, mas que não possa ser considerada como contrato dessas políticas.

Presume-se que existe influência significativa quando a investidora detiver directa ou


inderectamente, através das suas subsidiárias, mais de 20% do poder de voto da
investida, a menos que possa ser demonstrado que tal não se verifica. Ao contrário,
presume-se que não existe influência significativa quando a investidora detiver
directa ou indirectamente, através das suas subsidiárias, menos de 20% do poder de
voto da investida, salvo se tal influência poder claramente ser demonstrada. (PGC,
2001, p.p. 121-122).

Nesta mesma conta tem as seguintes subcontas:

 13.2.1 – Partes do capital;


 13.2.2 – Obrigações e títulos de participação;
 13.2.3 – Empréstimos.
 Procedimento contabilístico

A empresa Dianguxi & Kianga Associada Lda, em 2 de janeiro de 2015 concedeu


um empréstimo a empresa Alimentar Lda para liquidar a 4 anos no valor de
2.500.000, 00 com uma taxa de juro simples anual de 2%.

83
43.1.1 – Banco 13.2.3 – Empréstimo

2.500.000 2.500.000

Em 29 de Dezembro a empresa Alimentar Lda, pagou o juro do empréstimo


concedido.

66.1.1.4 – Juro de empréstimo 43.1.1 – Banco

200.000 200.000

Em 31 de Dezembro de 2018 a empresa Alimentar reembolsou o empréstimo, e


procedeu o pagamento de juro.

66.1.1.4 – Juro de empréstimo 43.1.1 – Caixa

200.000 2.700.000

13.2.3 – Empréstimo

S.i. 2.500.000 2.500.000

Nota: implicações fiscais

3.4.3. Conta 13.3 – Outras Empresas

Segundo PGC (2001, p.p. 121-122) esta rubrica destina-se a registar as


transacções, com outras empresas, que não resultem das actividades operacionais
exercidas pela entidade.

Outras empresas são aquele que não possam ser consideradas como empresas
subsidiárias nem como empresas associadas. Nesta rubrica apresenta as seguintes
contas divisórias:

 13.3.1 – Partes do capital;


 13.3.2 – Obrigações e títulos de participação;
 13.3.3 – Empréstimos.
 Procedimento contabilístico

A empresa Dianguxi & Kianga Lda, adquiriu 40% do capital social por transferência
bancária da Alimenta-Angola Lda no valor de 2.000.000, 00.

84
Subscriçãoe Liberação

13.2.1 – Partes do capital 35.2.4.1 – Entidades Participadas– C/ Subscrição

2.000.000 2.000.000 2.000.000

43.1.1. Banco
2.000.000

Observação: Pela subscrição creditamosna conta 35.2.4.1 – Entidade participada


C/ Subscrição e em contrapartida debita-se na conta 13.2.1 – Partes do capital.
Liberação credita-se na conta 43.1.1. Banco e debita-se na conta 35.2.4.1 –
Entidades Participadas – C/ subscrição.
3.4.4. Conta 13.4 – Investimento em imóveis

Esta rubrica destina registar os imóveis adquiridos que não se destinem a serem
usados pela entidade ou nas operações por ela realizadas.

O conceito de imóveis pode revestir a forma, quer de terrenos, quer de edifícios.


(PGC, 2001, p.121).

Portanto, para o melhor registo sugerimos de acordo Magro e Magro (2008, p. 202)
que esta conta esteja desdobrada nas seguintes contas divisórias:

 13.4.1 – Investimento em imóveis – Terrenos e recursos naturais;


 13.4.2 – Investimentos em imóveis – Edifícios e Outras construções.

Sempre que se adquirirem terrenos com edifícios implantados, por um valor único e
global, devem-se separar os valores da construção e do terreno, os que não são
afectos, serão contabilizados na conta 13.4.1 – Investimento em imóveis –
Terrenos e Recursos naturais.

 Procedimento contabilístico

Aquisição de um edifício para arrendamento sedeado na cidade de Ndalatando no


valor de 2.000.000, 00 nas seguintes condições 50% em cheque, 20% em numerário
e o resto a crédito.

13.4.1 – Invest. Em imóveis - Terreno 13.4.2 – Invest. Em imóveis - Edifício.

400.000 1.600.000
85
43.1.1 – Banco 45.1.1 – Caixa

1.000.000 400.000

37.1.3 – Compra – Imob. Financeiro

600.000

3.4.5. Conta 13.5 - Fundos

De acordo com PGC (2001, p. 121) esta rubrica destina-se a registar os bens
detidos pela entidade com o objectivo de fazer face a compromissos prolongados,
cujos rendimentos lhe estejam adstritos, como por exemplo, fundos de pensões.

A conta 13.5 – Fundos, salienta um património da empresa que está adstrito a


finalidade específica, neste caso, as pensões dos seus funcionários.

Esquematicamente temos:

39.1.1 – Provisões para pensões 76.5.1.4 – Provisões - Fundos

Dotação anual para o fundo

43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa 13.5.1 - Fundos

Afectação desses valores ao fundo

 Procedimento contabilístico

A empresa Dianguxi e Kianga Lda, decidiu fazer uma dotação anual de 2.000.000 de
Kwanza para fundo de pensões numa companhia de seguros.

78.1.3.1 – Provisões do exercício-Pensões 39.1 – Provisões para pensões

2.000.000 2.000.000

13.5.1 – Fundo – Pensões 43.1.1 – Banco

2.000.000 2.000.000

86
3.4.6. Conta 13.9 – Outros investimentos financeiros

Segundo Magro e Magro (2008, p. 244) esta rubrica destina-se a registar as


operações relacionadas com os investimentos financeiros, mas que pela sua
natureza, não têm enquadramento nas contas atrás referidas.

Esta conta 13.9 – Outros investimentos financeiros apresentam as seguintes


subcontas:

 13.9.1 – Diamantes;
 13.9.2 – Ouro;
 13.9.3 – Depósitos bancários.
 Procedimento contabilístico

A empresa Kianga Lda, procedeu o investimento em diamantes de 4.000.000, Kz.

13.9.1 – Outros invest. Finan. – Diamantes 43.1.1 – Banco

4.000.000 4.000.000

A mesma com passar do tempo vendeu os diamantes no valor no valor de


5.600.000 Kz.

13.9.1 – Outros invest. Finan. – Diamantes 43.1.1 – Banco

S.i. 4.000.000 4.000.000 5.600.000

66.6.1.9 – Ganhos na alienação de aplicações financeiras

1.600.000

 Procedimento contabilístico

A empresa Dianguxi e Kianga Lda, efectuou um investimento de 3.000.000 de Kz em


ouro.

43.1.1 – Banco 13.9.1 – Outros invest. Finan. – Diamantes

3.000.000 3.000.000

No ano seguinte, a Dianguxi e Kianga Lda vendeu a totalidade do ouro no valor de


1.500.000,00.

87
13.9.1 – Outros invest. Finan. – Diamantes 43.1.1 – Banco

S.i. 3.000.000 3.000.000 1.500.000

76.6.1.9 – Perdas na alienação de aplicações financeiras

1.500.000

3.4.6.1 - Subconta 13.9.3 – Depósitos bancários.

Nesta subconta são registadas todos depósitos bancário superior a um ano, devem
ser debitado na subconta 13.9.3 – Depósitos bancário e creditada na conta 43 –
Depósito a ordem ou conta 45 – Caixa.

43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa 13.9.3 – Depósito bancário

Pelo depósito à prazo

Pelo se rendimento será debitado na subconta da conta 43 – Depósito a ordem e


creditada na conta de proveito 66.1.1.9 – Juros de investimentos financeiros –
outros.

66.1.1.9 – Outros Juros 43 – Depósito à ordem

Pelo Juros de depósitos à prazo

 Procedimentos contabilísticos

No dia 3 de Janeiro de 2016, a empresa Dianguxi & Kianga Lda, constitui um


depósito à Prazo a 3 anos no valor de 3.750.000 de Kz.

43.1.1 – Banco 13.9.3 – Depósito bancário

3.750.000 3.750.000

Em 3 de Janeiro de 2017, faltando um ano para o vencimento:

13.9.3 – Depósito bancário 42.1.1 – Depósito à prazo – Banco

S.i. 3.750.000 3.750.000 3.750.000

No ano 2018, o depósito foi vencido e beneficiou de um juro simples 225.000, Kz


(taxa de 2% a.a).

88
42.1.1 – Depósito à prazo – Banco 43.1.1 – Depósito a ordem - Banco

S.i. 3.750.000 3.750.000 3.950.000

66.1.1.9 – Outros juros

225.000

3.5. CONTA 14 – IMOBILIZAÇÕES EM CURSO


De acordo com Vigário (2007, p. 93) engloba os custos associados as grandes
reparações gerais e beneficiações efectuadas no activo imobilizado, enquanto não
estiverem concluídas, bem como os adiantamentos feito por conta de imobilzados,
cujo preço esteja previamente fixado.

Portanto, a conta 14 – Imobilizações em curso, abrangeas imobilizações de


adição, melhoramento ou substituição, enquanto não estiverem concluídas. Inclui
também osadiantamentos feitos por conta de imobilizado, quando o preço do
imobilizado está previamente fixado. (Magro e Magro, 2008).

Esta rubrica encontra-se desdobrada pelas seguintes contas divisórias:

 14.1 – Obra em curso;


 14.2 – Obra em curso;
 14.7 – Adiantamentos por conta de imobilizado corpóreo;
 14.8 – Adiantamentos por conta de imobilizado incorpóreo;
 14.9 – Adiantamentos por conta de imobilizado financeiro.

43.1.1. ou 45.1.1. ou 37.1. 14 – Imobilizado em curso


Respectiva subconta
Custo de aquisição e despesas

Após concluir a obra em curso ou investimento, o seu saldo deverá ser transfirido
para as respectivas contas imobilizados.

89
14 – Imobilizados em curso 11 – Imobilizações corpóreas
Respectiva subconta Respectiva subconta
Obra de imobilizado concluido

13.4 – Investimentos em imóveis


Obra de imobilizado investido concluído

3.5.1. Conta 14.1 – Obra em curso

Engloba os custos inerentes as benfeitorias de adição, melhoramento ou de


substituição não concluídas (ou seja, em curso), abrange as aquisições ou produção
de imobilizados, bem como os respectivos gastos adicionais (tais como prémio de
seguro, juros, fretes pagos, direitos alfandegários, gastos de instalação, impostos,
despesas de contencioso e notariado) necessários à sua entrada em funcionamento
nas condições necessárias para serviços que dele se pretende. (Álvaro, 2007, p.
93).

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Dianguxi e Kianga Lda, procedeu em 2017 compra a prazo de edifício


para ser arrendada no 2.000.000, 00, o mesmo encontra-se em construção na qual
suportou as seguintes despesas em numerário:

 Mão-de-obra 500.000, 00;


 Gastos indirectos 100.000, 00 e Gastos directos 350.000, 00.

37.1.3 – Compra de imobilizado financeiro 14.1 – Obra em curso

3.000.000, 00 3.950.000, 00

45.1.1 – Caixa

950.000, 00

Em 01 de Janeiro de 2018, Dianguxi e Kianga Lda concluíram a construção do


edifício.

90
14.1 – Obra em curso 13.4.2 – Investimentos em imóveis-Edifício

S.i. 3.950.000 3.950.000 3.950.000

3.5.2. Conta 14.7 – Adiantamentos por conta imobilizados corpóreos

Segundo Vigário (2007, p. 94) compreende os adiantamentos por conta, na


aquisição de imobilizado corpóreo cujo preço esteja previamente fixado (se o preço
não estiver fixado, esses adiantamento são registados a débito da conta 37.1.1).

O PGC deixa em aberto o desdobramento desta conta, todavia, pode ser dividida em
subcontas conforme a sua natureza. Temos nomeadamente:

 14.7.1 – Adiantamento – Terrenos e recursos naturais;


 14.7.2 – Adiantamento – Edifícios e outras construções;
 14.7.3 – Adiantamento – Equipamento Básico;
 14.7.4 – Adiantamento – Equipamento carga e transporte;
 14.7.5 – Adiantamento – Equipamento administrativo.
 14.7.6 – Adiantamento – Taras e vasilhame;
 14.7.9 – Adiantamento – Outras Imobilizações corpóreas.
 Procedimentos contabilísticos

Pagamento de 2.000.000, 00 para adquirir uma viatura pesada que se encontre em


trânsito (Preço é previamente estabelecida).

43.1.1 - Banco 14.7.4 – Adiantamento – Eq. De transporte.

2.000.000 2.000.000

A viatura já se encontra no poder da empresa procedeu a pagamento das seguintes


despesas: frete 50.000, 00, Seguro 20.000, 00, alfandega 40.000, 00.

43.1.1 – Banco 14.7.4 – Adiantamento – Eq. De transporte.

110.000 S.i. 2.000.000 2.110.000


11.4 – Equip. Carga transporte 110.000
2.110.000

91
Veremos posteriormente que as empresas podem construir os seus próprios
imobilizados e teremos uma ideia como fazer os seus registos.

3.5.3. Conta 14.8 – Adiantamentos por conta imobilizados incorpóreos

De acordo com Álvaro (2007, p. 94) Compreende os adiantamentos por conta, na


aquisição de imobilizado incorpóreo cujo preço esteja previamente fixado (se o preço
não estiver fixado, esses adiantamentos são registados a débito da conta 37.7.2).

O PGC deixa em aberto o desdobramento desta conta, todavia, pode ser dividida em
subcontas conforme sua natureza:

 14.8.1 – Adiantamento – Trespasses;


 14.8.2 – Adiantamento – Despesas de investigação desenvolvimento;
 14.8.3 – Adiantamento – Propriedade industrial e outros direitos e contratos;
 14.8.4 – Adiantamento – Despesas de constituição
 14.8.9 – Adiantamento – Outras imobilizações incorpóreas
 Procedimentos contabilísticos

Nosso adiantamento de 35.000,00 à NCR para aquisição de programa primavera no


valor de 170.000, 00.

45.1.1 - Caixa 14.8.9 – Adiantamento – Outras Imob. Incorp.

35.000 35.000

37.1.2 – Compras de imob. Incorpóreas 12.9 – Outras imobilizações incorpóreas

170.000 170.000

3.5.4. Conta 14.9 – Adiantamento por conta imobilizados financeiros

Segundo Vigário (2007, p. 94-95) Compreende os adiantamentos por conta, na


aquisição de investiemento cujo preço esteja previamente fixado (se o preço ão
estiver fixado, esses adiantamentos são registados a débito da conta 37.1.3).

O PGC deixa em aberto o desdobramento desta conta, todavia pode ser dividida em
subcontas conforme sua natureza.

 14.9.1 – Empresas subsidiárias


92
 14.9.1.1 – Partes de capital
 14.9.1.2 – Obrigações e títulos de participações
 14.9.1.3 – Empréstimos
 14.9.2 – Empresas associadas

3.6. CONTA 18 – AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS

Segundo Magro e Magro (2008, p. 62) esta rubrica reflete o valor acumulado das
amortizações dos bens imobilizados. A amortização é um contabilístico que pretende
reflectir a realidade económica do deperecimento dos bens em função da sua
participação no processo produtivo da empresa, através do desgaste físico, das
perdas de valor por obsolescência.

De acordo Vigário (2007, 101) Esta conta compreende a acumulação das


amortizações sofridas nas imobilizações corpóreas e incorpóreas, resultante da sua
depreciação, quer por desgaste funcional quer por desgaste espontâneo, quer ainda
por desgaste de obsolescência.

Por desgaste funcional entende-se o desgaste resultante do uso do bem


imobilizado.

Por desgaste espontâneo entende-se o desgaste resultante da falta de uso por


corrosão ou inundações.

Por desgaste de obsolescência entende-se o desgaste resultante do progresso


tecnológico.

Portanto a mesma rubrica encontrar-se subdividida nas diversas contas na qual


destacamos:

 18.1 – Amortizações acumuladas – Imobilizações corpóreas


 18.2– Amortizações acumuladas – Imobilizações incorpóreas
 18.3 – Amortizações acumuladas – Investimentos financeiros em imóveis

A movimentação das subcontas de amortizações acumuladas, está em consonância


com as contas de imobilizações que estão a ser utilizadas naquele registo.

93
O seu registo efeito em função de dois métodos: directo e o indirecto.
Esquematicamente temos:

11. ou 12. 73. Amortizações do exercício


Respectiva subconta Respectiva subconta
Método directo

13.4 – Investimento finan- em imóveis 76.4 – Amort. de invest. em imóveis


Respectiva subconta Respectiva subconta
Método directo

Segundo Borges (2007, p. 511) no que tange o método directo regista-se


directamente a redução sofrida (quota de amortização) na conta de imobilizado
correspondente. Portanto,no método directo, a possível depreciação do bem é
registada desde o momento da sua utilização efectuando directamente o bem.

18. Amortizações acumuladas 73. Amortizações do exercício


Respectiva subconta Respectiva subconta
Método indirecto

18.3 – A. Ac. Invest. Finan. em imóveis 76.4 – Amort. de invest. em imóveis


Respectiva subconta Respectiva subconta
Método indirecto

O método indirecto cria-se uma nova conta (amortizações e reintegrações


acumuladas) onde estão registadas as quotas de amortização no fim do período
correspondente. (Borges, 2007, p. 511).

O saldo da conta amortizações acumuladas será sempre credor ou nulo, nunca


devedor, do lado do activo no balanço, e sempre a deduzir aos respectivos valores
de imobilizado.

94
3.6.1. Mapa de reintegração e amortizações

Segundo António Borges et al (2007,p.500) Amortizar consiste em registar de forma


sistemática a perda de valor de um activo imobilizado, ou de outra maneira, em
repartir o custo de uma imobilização pelos exercícios abrangidos pela sua vida útil
ou económica.

Amortização é um termo que representa a depreciação de um imobilizado


incorpóreo. Portanto a reintegração representa a depreciação sofrida por um
imobilizado corpóreo. As vezes confundem-se tais termos por causa da ambiguidade
do PGC.

Ao período em que o bem é utilizado, chama-se vida útil ou vida económica. É


necessário ter em conta que no decorrer deste período, o bem ou o imobilizado,
perde valor ou deprecia-se. Os factores que influenciam esta depreciação são:

 Factores Físicos ou de uso: tem a ver com o desgaste físico do bem


proporcionado pela utilização do mesmo e pelo tempo.
 Factores económicos ou tecnológicos: por intermédio de inovações
tecnológicas a empresa decidiu substituir ou deixar de utilizar um bem e
adquirir outro.

Os imobilizados não se consomem num só exercício económico, mas sim pelo


período previsto para a sua vida económica, na qual vai depreciando-se ao longo
dos exercícios económicos e a empresa vai suportando custos. As sucessivas
perdas de valor a que os imobilizados estão sujeitos, chama-se Amortização.

Amortização é a depreciação ou desgaste e perda de valor progressiva a que os


imobilizados estão sujeitos em função do uso e do tempo.

As amortizações devem ser, exercício a exercício, o espelho fiel da depreciação real


sofrida pelo bem sofrida pelo bem imobilizado incorpóreo. No entanto, a avaliação
da depreciação feita por especialistas seria um trabalho moroso e caro, e mesmo
assim subjectivo, pelo que, na maior parte das vezes, as empresas recorrem às
disposições fiscais estabelecidas nos seus países.

O ministério das finanças estabelece regras para amortização dos bens


imobilizados, evitando amortizações de valor elevado, que conduziriam as empresas

95
a resultados fracos e, consequentemente, a pagamentos de impostos mais baixos.
(Vigário, 2007, p. 113).

3.6.1.1. Cálculo das amortizações

Quota de amortização: é a parcela que representa a depreciação sofrida pelo


imobilizado, em determinado exercício, expressa em valor. É obtida através da
repartição do valor de aquisição do bem, durante o número de anosque se espera
usá-lo.

Valor aquisição: entende-se por valor de aquisição o valor de compra, de fabrico ou


de construção, acrescido de todas despesas necessárias para colocar os elementos
patrimoniais em condições de utilização. (de acordo com o ponto 2, do artigo 31º, do
Código do Imposto Industrial-Diploma legislativo nº 35/72).

Nota: O bem se foi adquirido no exterior o custo de aquisição engloba “seguro,


fretes, direitos alfandegários, gastos de instalação, imposto por conta do comprador,
despesas de contencioso e notariado”. No caso se os bens foram produzidospelas
empresas devem incluir “custos com as matérias-primas e materiais utilizados na
produção, custos com a mão-de-obra directa, depreciação dos activos tangíveis
usados na produção os gastos gerais relacionados directamente com a produção”.

Vida útil de um bem: é o período durante qual se espera que um bem venha a ser
usado. Esse período é estimado, tal estimativa vária de empresa para empresa, de
acordo com uso dado ao bem, com sua qualidade ou com os cuidados despendidos
na sua conservação.

Para efeitos fiscais, o período de vida útil de um bem é o período que se deduz da
respectiva taxa de reintegração ou amortização aplicável ao bem (isto é, n =
100/taxa).

Valor residual: corresponde ao valor pelo qual um imobilizado espera a ser vendida
uma vez terminada sua utilização pela empresa. Trata-se de um valor subjectivo,
portanto, sujeito a erros.

O valor residual tem de ser definido antes de utilização do bem, pois uma vez
definido é subtraído ao valor de aquisição e corresponderá assim ao valor
amortizável do bem.

96
Taxa de amortização: corresponde ao valor da quota de amortização expresso em
percentagem. As taxas anuais de reintegrações e amortizações estabelecidas por
lei, e em vigor na república de Angola, são as que se encontram definidas em
tabelas publicadas pela portaria número 75/72. (Vigário, 2007, p. 113-114).

De acordo com lei 19/14 do imposto industrial as taxas de amortizações devem ser
as previstas no decreto 207/15.

Segundo Amaral (2004, p. 169-170) Os critérios utilizados para determinação das


quotas anuais da amortização têm consideração às causas de perda de valor dos
bens do imobilizado, tais causas podem ser proporcionais ao tempo independentes
do uso, aplica-se, nesse caso critérios rígidos. E proporcionais ao uso e
independentes do tempo utilizando-se, para efeito, critérios elásticos.

Os critérios rígidos mais utilizados na determinação das quotas anuais de


amortização são as seguintes:

 Quotas constantes;
 Quotas degressivas.

3.6.1.1.1. Método das quotas constantes

Segundo Vigário (2007, p. 115) O método da quota constante neste critério as


quotas de amortização são fixadas no momento de aquisição, e são constantes de
exercício a exercício.

Portanto, este método consiste em repartir equitativamente o valor de aquisição


(custo de aquisição) do imobilizado de exercício a exercício, durante o seu período
de vida útil.

O cálculo do valor da amortização no fim do exercício é proporcionalao período de


vida técnica ou economicamente útil. (Amaral, 2004, p. 170).

𝑽𝒐 − 𝑽𝒓
𝐐𝐢 =
𝒏
Onde: Qi = Quota de amortização constante; Vo = Valor de aquisição do imobilizado
no ano zero; Vr = Valor residual; n = Tempo de vida útil.

97
Observação: Para calcular a depreciação anual, caso não foi apresentado o valor
residual tem a seguinte fórmula Qi = Vo / n. Outra fórmula para determinarmos a
depreciação anual é o seguinte: Qi = Vo × tx (tx – corresponde à taxa de
amortização do bem).

 Caso pretendemos calcular a depreciação mensal, teremos:

Qi = (Vo / n) / 12 ou Qi = (Vo / tx)/ 12

Exemplo 1:

A empresa Kianga & Dianguxi Lda., adquiriu em 2010 uma viatura pesada no valor
2.500.000, 00, com um valor residual de 250.000, 00 e tempo de vida útil de 6 anos.

Dados Resolução

2.500.000 − 250.000 2.250.000


Vo = 2.500.000, 00 𝐐= =
6 6

Vr = 250.000, 00 Q = 375.000, 00

n = 6 anos

Ano de Valor de Amortização Valor


Descrição Aquisição Aquisiçã Vo – Vr N Tx Contabilístico
o Anual Acumulada

Viatura 2010 2.500.00 2.250.000 6 16,67 375.000 375.000 2.125.000


0 %

// 2011 // 2.250.000 6 16,67 375.000 750.000 1.750.000


%
// 2012 // 2.250.000 6 16,67 375.000 1.125.000 1.375.000
%

// 2013 // 2.250.000 6 16,67 375.000 1.500.000 1.000.000


%

// 2014 // 2.250.000 6 16,67 375.000 1.875.000 625.000


%

// 2015 // 2.250.000 6 16,67 375.000 2.250.000 250.000


%

 Procedimento contabilístico do ano 2010.


98
43.1.1 - Banco 11.4 – Equipamento Carga e
Transporte
2.500.000 2.500.000
Pela aquisição

18.1.4 – A. ac. Equip. C. e Transporte 73.1.4 – Amort. Exerc. Equip. C.


Transporte
375.000, 00 375.000, 00
Pela amortização do exercício

Nota: Quando utilizamos o valor residual temos que deduzir no valor de aquisição, e
o valor resultante desta diferença é que se irá reintegrar durante o período de vida
útil e o valor contabilístico no fim da reintegração tem que ser igual ao valor residual.

Para calcular valor contabilístico (Vt) subtrai o valor de aquisição (Vo) com a
Amortização Acumulada (A. ac.): Vt = Vo – A. ac.

Exemplo 2 sem o valor residual:

A empresa Kianga & Dianguxi Lda., adquiriu em 2010 uma viatura pesada no valor
2.500.000, 00, 00 e tempo de vida útil de 6 anos.

Ano de Valor de Amortização Valor


Descrição Aquisição Aquisição N Tx Contabilístico
Anual Acumulada

Viatura 2010 2.500.000 6 16,67 416.666,6 416.666,67 2.083.333,33


% 7

// 2011 // 6 16,67 416.666,6 833.333,34 1.666.666,66


% 7

// 2012 // 6 16,67 416.666,6 1.250.000 1.250.000


% 7

// 2013 // 6 16,67 416.666,6 1.666.666,6 833.333,33


% 7 7

// 2014 // 6 16,67 416.666,6 2.083.333,3 416.666,66


% 7 4

// 2015 // 6 16,67 416.666,6 2.500.000 0


% 7

99
 Procedimento contabilístico do ano 2010

43.1.1 - Banco 11.4 – Equipamento Carga e Transporte


2.500.000 2.500.000
Pela aquisição

18.1.4 – A. ac. Equip. C. e Transpor 73.1.4 – Amort. Exerc. Equip. C. Transporte


416.666,67 416.666,67
Pela amortização do exercício

3.6.1.1.2. Método das quotas degressivas

De acordo com Vigário (2007, p. 115) neste critério as quotas de amortização são
fixadas no final de cada exercício e não são constantes de exercício a exercício.

Este método consiste num método de depreciação acelerada nos primeiros anos de
vida útildo bem, pois entende-se que o consumo do bem é geralmente maior nos
primeiros anos de utilização, uma vez que é nos primeiros anos de vida útil que o
bem se deteriora menos e as despesas (tais como despesas de melhoramento,
adição o reposição) são menores ou nulas.

Este método tem por objectivo fazer incidir o maior volume das amortizações nos
primeiros anos de funcionamentos dos equipamentos. (Amaral, 2004, p. 172).

A empresa Kianga & Dianguxi Lda., adquiriu em 2010 uma viatura pesada no valor
2.500.000, 00, com um valor residual de 250.000, 00 e tempo de vida útil de 6 anos.

A = Vo – Vr
A = 2.500.000 – 250.000
A= 2.250.000
6
Q1 =2.250.000 × = 642.857, 14
21
5
Q2 = 2.250.000 × = 535.714, 29
21
4
Q3 = 2.250.000 × = 428.571, 43
21
3
Q4 = 2.250.000 × = 321.428, 57
21

100
2
Q5 = 2.250.000 × = 214.285, 71
21
1
Q6 = 2.250.000 × =107.142, 86
21

Ano de Valor de Base de Amortização Valor


Aquisiçã Aquisiçã cálculo Contabilístico
Descriçã Anual Acumulada
o o N Tx
o (Vo – Vr)

Viatura 2010 2.500.00 6 6 16,67 642.857, 642.857, 14 1.857.142,86


2.250.000×
0 21 % 14

// 2011 // 5 6 16,67 535.714, 1.178.571,4 1.321.428,57


2.250.000×
21 % 29 3

// 2012 // 4 6 16,67 428.571, 1.607.142,8 892.857,14


2.250.000×
21 % 43 6

// 2013 // 3 6 16,67 321.428, 1.928.571,4 571.428,57


2.250.000×
21 % 57 3
// 2014 // 2 6 16,67 214.285, 2.142.857,1 357.142,86
2.250.000×
21 % 71 4

// 2015 // 1 6 16,67 107.142, 2.250.000 250.000


2.250.000×
21 % 86

 Procedimento contabilístico do ano 2010.

43.1.1 - Banco 11.4 – Equipamento Carga e


Transporte
2.500.000 2.500.000
Pela aquisição

18.1.4 – A. ac. Equip. C. e Transporte 73.1.4 – Amort. Exerc. Equip. C. Transporte


642.857, 14 642.857, 14
Pela amortização do exercício

101
Exemplo 2 sem o valor residual:

A empresa Kianga & Dianguxi Lda., adquiriu em 2010 uma viatura pesada no valor
2.500.000, 00, 00 e tempo de vida útil de 6 anos.

6
Q1 =2.500.000 × = 714.285,71
21
5
Q2 = 2.500.000 × = 595.238, 10
21
4
Q3 = 2.500.000 × = 476.190, 48
21
3
Q4 = 2.500.000 × = 357.142, 86
21
2
Q5 = 2.500.000 × = 238.095, 24
21
1
Q6 = 2.500.000 × = 119.047, 62
21
Ano de Valor de Base de Amortização Valor
Aquisiç. Aquisiç. cálculo Contabilístico
Anual Acumulada
Descriç. N Tx

Viatura 2010 2.500.00 6 6 16,67 714.285,7 714.285,71 1.785.714,29


2.500.000×
0 21 % 1

// 2011 // 5 6 16,67 595.238,1 1.309.523,8 1.321.428,57


2.500.000×
21 % 0 1

// 2012 // 4 6 16,67 476.190,4 1.785.714,2 892.857,14


2.500.000×
21 % 8 9

// 2013 // 3 6 16,67 357.142,8 2.142.857,1 571.428,57


2.500.000×
21 % 6 5
// 2014 // 2 6 16,67 238.095,2 2.380.952,3 357.142,86
2.500.000×
21 % 4 9

// 2015 // 1 6 16,67 119.047,6 2.500.000 0


2.500.000×
21 % 2

As muitas formas de calcular depreciação de acordo com o método das quotas


degressivas, uma delas vimos acima.

102
O método das quotas degressivas aplica-se apenas ás imobilizações corpóreas
novas, visto que sua aplicação é justificada no facto de que:

 Quanto mais novo é um bem imobilizado (sobretudo máquinas, equipamento


transporte) maior é a sua produtividade.
 Quanto mais anos de utilização tem um bem imobilizado corpóreo (sobretudo
máquina instalações, equipamento de transporte) maior são os gastos de
uma manutenção e reparação e maiores os períodos de inactividadepara
assim proceder a sua manutenção e reparação.

A quota de amortização neste método é determinada aplicando-se ao valor actual ou


contabilístico do imobilizado, de cada exercício, a taxa de imobilização multiplicada
pelos seguintes coeficientes geralmente usados:

a) 1,5; se o período de vida útil do elemento é inferior a cinco anos.


b) 2; se o período de vida útil do elemento é inferior a cinco anos.
c) 2,5; se o período vida útil do elemento é superior a seis anos.

Neste método de reintegração, no fim do período de reintegração do imobilizado há


sempre um valor por reintegra que podemos considera o valor residual. (Vigário,
2007, p. 117-118).

Exemplo 3 sem o valor residual:

A empresa IMMA – FRAX, Lda, adquiriu em 2010 uma viatura pesada no valor
2.500.000, 00, 00 e tempo de vida útil de 6 anos. Nesse exercício trabalhamos com
a taxa.

Dados Fórmula

Vo = 2.500.000,00 Qd = Vo × (Coeficeinte × tx)


N=6
Tx =16,67%
Coeficiente = 2
Qd =?

103
Ano de Valor de Amortização Valor
Coefici
Descrição Aquisiçã Aquisição N Tx Contabilístico
e Anual Acumulada
o

Viatura 2010 2.500.00 6 2 16,67 833.500 833.500 1.666.500


0 %
// 2011 2.500.00 6 2 16,67 277.888, 1.111.388,9 1.388.611,10
0 % 9
// 2012 2.500.00 6 2 16,67 92.648,1 1.204.037,0 1.295.962,94
0 % 6 6
// 2013 2.500.00 6 2 16,67 30.888,9 1.234.925,9 1.265.074,04
0 % 0 6
// 2014 2.500.00 6 2 16,67 10.298,3 1.245.224,3 1.254.775,68
0 % 6 2
// 2015 2.500.00 6 2 16,67 3.433,47 1.248.657,7 1.251.342,21
0 % 9

 Procedimento contabilístico do ano 2010.

43.1.1 - Banco 11.4 – Equipamento Carga e Transporte


2.500.000 2.500.000

18.1.4 – A. ac. Equip. C. e Transporte 73.1.4 – Amort. Exerc. Equip. C. Transporte


833.500 833.500

3.6.1.3. Algumas implicações Fiscais das amortizações

 As quotas de amortizações e reintegração são calculadas pelo método


das quotas constantes. Usa-se outros métodos quando a situação
económica ou natureza do bem justifiquem, mas com uma prévia
autorização da direcção nacional de imposto (DNI). (Art. 34º do CII).
 Na falta do valor de aquisição do imobilizado, pode se utilizar o valor de
registos contabilísticos mais antigos, mas com a autorização da DNI (Art.
31º CII).

104
 O valor do terreno e edifício deverá ser tratado separadamente para fins
contabilísticos, mesmo quando adquiridos conjuntamente. Para efeito
atribui-se um valor de 25% do valor global.
 O terreno não é um bem depreciável, no entanto não deve ser reintegrado,
com excepção dos terrenos de exploração, e este somente a parcela
sujeita a depreciação. (Art. 31º CII)
 O período mínimo de vida útil do bem é o que se obtém da divisão de 100
pela sua respectiva taxa de amortização e o período máximo é aquele que
se obtém da divisão de 100 pela metade da respectiva taxa. (Art. 31º CII).
 Não são considerados custos de reintegração a depreciação de edifícios
habitacionais. (Art. 31º CII).

3.6.1.2. Reavaliação

Segundo Magro e Magro (2008, p. 279) a reavaliação consiste numa correcção dos
valores contabilísticos, actualizando-os em determinados momento, para que a
estrutura empresarial da empresa, apresente valores próximos da realidade.

A reavaliação pode ser levada a cabo por duas formas:

 Por iniciativa e responsabilidade da empresa;


 Por via legal, apoiada em diploma específico.

A reavaliação permite ajustar o valor actual da moeda; para tal efeito recorre-se
normalmente a factores de conversão cujo cálculo pode, consoante os casos
basear-se num índice denominados por coeficientes.

Um dos argumentos utilizados a favor da reavaliação, é justificado pela necessidade


que resulta do facto dos níveis de amortização, calculados com base nos valores
históricos se tornarem insuficientes, com vista a recuperar o valor investido do
imobilizado. Os bens possíveis de reavaliação são:

 Imobilizado corpóreo;
 Investimentos em imóveis.

A administração fiscal, permite proceder à reavaliação dos activos imobilizados para


efeitos fiscais.

105
De acordo Vigário (2007, p. 147) Devido a perda da moeda, isto é do Kwanza, e
como os registos contabilísticos devem ser efectuados em kwanza tendo em conta o
princípio do denominador monetário, os valores dos elementos patrimoniais
registados nos documentos contabilísticos ficam sujeitos à desvalorização.

A reavaliação do imobilizado corpóreo é normalmente feita de acordo com diplomas


legais, donde resultam efeitos positivos para as empresas. A mesma consiste numa
correção monetária dos bens imobilizado corpóreo, através da aplicação de
coeficientes, emitidos anualmente por despacho do Ministro das finanças ao valor de
aquisição e das amortizações acumuladas, por forma que sua expressão monetária
esteja mais próxima da realidade.

3.6.1.2.1. Aspectos que influenciam no processo das reavaliações dos activos


imobilizados

 A inflação que é tida como o aumento generalizado e continuo do nível geral


do preço, sejam eles preços de bens de consumo, preços de capitais, salários
ou renda.
 A depreciação é sem dúvida um dos factores que mais influenciam o valor
dos activos, fazendo com que o valor dos mesmos progressivamente diminua.
Quanto maior for a taxa de depreciação de um bem maior a necessidade de
realizar a reavaliação do mesmo.

3.6.1.2.2. Cálculo e registo contabilístico das Reavaliações

Conforme foi referido, o nº1 do artigo 2º do decreto 6/96, determina que, para o
cálculo das reavaliações, devem ser utilizadas os coeficientes de correcção
monetária, que foram estabelecidos pelo Ministro das Finanças.

Entende-se por correcção monetária segundo Magro e Magro (2008, P.285) é o


reajuste periódico de certos preços na economia, com objectivo de compensar a
perda do poder aquisitivo da moeda.

Coeficiente de correção monetária: é a medida matemática que expressa o valor


de reposição da desvalorização sofrida pelo imobilizado corpóreo em cada ano, a
contar do ano da sua aquisição.

106
Cálculo da reavaliação: é efectuado multiplicando-se o coeficiente de correcção
monetária pelo valor do imobilizado corpóreo a reavaliar-se e pelas respectivas
amortizações acumuladas na data de reavaliação.

Os valores sobre os quais devem incindir a reavaliação, ou seja, os valores de


base são:

a) O valor de aquisição, para os bens ainda não reavaliados;


b) O valor da última reavaliação, para os bens já reavaliados, desde que
autorizado pelo Ministro das finanças;
c) O valor registado na contabilidade em consequência da constituição, da fusão
ou da decisão de sociedades, desde que coincidam com o valor da
contabilidade, de onde provêm. (Vigário, 2007, p. 149-150).

Portanto, devem ser efectuado os registos contabilísticos da seguinte forma:

56.1.1 – Reservas de reavaliação 11 – Imobilizações corpóreas


Respectiva Subconta Respectiva subconta
Pela reavaliação efectuada no valor de aquisição

13.4 – Investimentos em imóveis

No caso de investimento financeiro em imobilizado

Como acima esquimatizado pela reavalição efectuada no valor de aquisição, no ano


em que se efectuou a reavaliação, credita-se a conta 56.1.1 – Reservas de
reavaliação – legais – Decreto-Lei n.º 7/ 96 por débito da respectiva subconta da
conta 11 – Imobilizações corpóreas ou na conta 13.4 – Investimento em imóveis.

No caso de reavaliação efectuada no valor da amortização acumuladas, no ano em


que foi efectuada a reavaliação, credita-se a respectiva subconta da conta 18.1 –
Amortizações acumuladas – Imobilizações corpóreas ou na subconta da conta 18.3
– Investimentos financeiros em imóveis, por débito na conta 56.1.1 – Reservas de
reavaliação – Legais – decretos-lei n.º 7/96, o valor obtido pela diferença entre
amortização acumulada reavaliada, pela amortização acumulada anterior à
reavaliação.

107
18.1 – Amort. Acum. – Imob. Corpóreas 56.1.1 – Reservas dereavaliação

Respectiva subconta Respectiva subconta

Pela reavaliação efectuada nas amortizações acumuladas

18.3 – Amort. Acum. – Inv. Em imóveis

Respectiva subconta

Pela reavaliação efectuada nas amortizações acumuladas

 Procedimentos contabilísticos

Procedeu-se à reavaliação, reintegração e contabilização, em 31/12/2001, de um


computador de marca HP, pertencente a empresa MMPV, Lda. Adquirida em 4 de
Fevereiro de 1997, sabendo que a taxa de reintegração é de 14,28 e o coeficiente
de reavaliação estabelecido para os bens adquiridos em 1997 é de 2,3491.

Dados

Vo = 25.000.00
Tx=14,28%
Data de aquisição= 1997
Data actual= 31/12/2001
Coeficiente= 2,3491
Resolução

1º Passo: Actualização do valor de aquisição


Actualização do valor de aquisição = 2 5.000.00 × 2,3491 = 58.727,5
Acréscimo registado= 58.727,5 – 25.000.00 = 33.727,5
2º Passo: Actualização das reintegrações acumuladas
QI (quota de amortização) =25.000,00 × 14,28%
QI= 3.570.00

Reintegração acumulada = 3.570,00×5 (anos decorridos de 1997 a 2001)


Reintegração acumulada = 17.850,00
108
Actualização das reintegrações acumuladas = 17.850,00 × 2,3491 = 41.931,4
Acréscimo registado= 41.931,4 – 17.850,00
Acréscimo registado= 24.081,4
3º Passo: reserva de reavaliação
Reserva de reavaliação = valor de aquisição reavaliado – amortização acum.
Reavaliada
Reserva de reavaliação= 58.727,5 – 41.931,4
Reserva de reavaliação= 16.796,1
Após à actualização do valor de aquisição, das reintegrações acumuladas e a
reserva de reavaliação, estamos em plena condição em fazer apresentação da
reavaliação no quadro:

Ano de Valor de Reintegração Coef Valores actualizados Reserva de


aquisição reavaliação
Aquisição Acumulada
V. Aqui. Am. Ac. Débito Crédito
Reav Reav

4 de 25.000,00 17.850,oo 2,3491 58.727,5 41.931,4 24.081,4 33.727,5


Fevereiro de
1997

Se se tratar da reavaliação de um bem não totalmente reintegrado e já


anteriormente reavaliado, obviamente, o valor de base para a nova reavaliação
passa a ser o valor de aquisição e das amortizações acumuladas resultantes da
reavaliação anterior. (VIGÁRIO, 2007, P.153).

Registo contabilístico a efectuar no ano em que foi feita a reavaliação:


18.1.5 - Amortizações
11.5 - Equipamento administrativo acumuladas
25.000,00 17.850,00
33.727,50 24.081,40
Sd=58.727,5 Sc=41.931,4

56.1.1 - Reservas de reavaliação


24.081,40 33.727,50

Sc 9.649,1

109
Observação: Falaremos mais a respeito das reservas de reavaliação no capítulo 7,
onde daremos mais tratamentos sobre as reavaliações e contabilização de bens não
totalmente reintegrado e de bens totalmente reintegrado.

3.7. LEASING

Segundo Magro e Magro (2008) O termo leasing tem a sua origem no verbo “to
lease” que significa locar, alugar… constituindo uma nova modalidade ou técnica de
financiamento e está regulamentada no quadro jurídico da locação.

A locação: é um acordo, pelo qual o locador transfere para o locatário, por


contrapartida de um pagamento ou série de pagamentos, o direito à utilização de um
determinado bem, por um período de tempo acordado.

A locação pode revestir a forma de locação operacional e locação financeira.

O contrato de leasing deve ser sempre por escrito, os elementos que devem fazer
parte ao contrato:

 Identidade das partes (do locador e do locatário).


 O valor do bem;
 No caso de leasing financeiro VRG o valor residual do garantido do bem;
 Prazo do contrato (nunca pode ser inferior ao período de vida útil do bem).

3.7.1. Leasing operacional

“O leasing operacional define-se como sendo locação, em que o locador,


proprietário de bens duradouros e de baixo risco de obsolescência, cede a sua
utilização temporária a um terceiro, o locatário, mediante o pagamento de uma renda
ou aluguer”.

Pederá, no entanto, o contrato conter três opções para o locador:

Compra novo contrato e devolução, ficando a determinação do valor residual e


das novas prestações, sujeitas a novo clausuladas, conferindo-lhe um carácter
aleatório, decorrente da valorização temporal do bem.

Neste caso, os riscos e as vantagens inerentes à propriedade jurídica dos bens


locados, não são transferidos na totalidade para terceiros, sendo esta, a
110
característica fundamental, para que possamos distinguir esta locação, da locação
financeira. (Magro e Magro, 2008, p.207).

O leasing operacional os possíveis riscos e encargos inerentes ao bem são


imputáveis ao locador.

Quando estamos diante a acedência de direito de exploração trata-se de leasing


operacional, na mesma locação no final do contrato a as seguintes possibilidades ou
hipóteses:

 Devolver o bem;
 Renovar o contrato.

No caso leasing operacional, por causa de ser concedido em aluguer ou


arrendamento deve regista a crédito na conta 43 – Depósito à ordem – Banco ou
45 – Caixa e debita-se na subconta da conta 75.2.21 – Fornecimento de terceiros
– Renda e aluguer.

43.1.1. Banco / 45.1.1. Caixa 75.2.21 – Rendas e alugueres

Pela prestação de renda ou do aluguer

Segundo Vigário (2007, p. 41) o valor da opção de compra, equivalente ao valor


residual constante do contrato – que não se deve confundir com o eventual valor
residual do imobilizado – deve expressamente incluído no plano financeiro, ficando
assim implicitamente considerado no valor do imobilizado.

 Procedimento contabilístico

Compra via leasing operacional de uma carrinha MITSUBICHI CANTER 4 anos no


valor de Kz 12.000.000, 00 com uma taxa de juro de 2% a.a. do mesmo valor. Em
Dezembro a empresa pagou a primeira prestação.

75.2.21. Aluguer 43.1.1. Banco

240.000 240.000

111
No ano seguinte a empresa pagou a segunda prestação.

75.2.21. Aluguer 43.1.1. Banco

240.000 240.000

No mesmo ano procedeu a reparação do bem no valor de 240.000, 00 com


retenção na fonte 6,5%.

75.2.21. Aluguer 43.1.1. Banco

240.000 224.400

34.9.1.1. Imposto industrial

15.600

Obs.: Os gastos inerentes ao bem como já acima referido, é da responsabilidade do


proprietário (locador) por esta razão descontamos no valor da renda as despesas
suportada.

Para retenção na fonte segundo o imposto industrial é de 6,5% na qual temos:


240.000 × 6,5% = 15.600 Depois, 240.000 – 15.600 = 224.400.

3.7.2. Leasing financeiro

Segundo Magro e Magro (2008) define o leasing financeiro como sendo uma
locação, em que em substância, o locador transfere para o locatário todos os riscos
evantagens inerentes à detenção de um dado activo, independentemente de o título
de propriedade poder ou não, vir a ser transferido.

No fim do contrato, o locatário, poderá optar por uma das três hiposteses seguinte:

1. Aquisição do bem pelo valor residual;


2. Celebração de novo contrato de locação;
3. Restituição do bem.

Neste contexto, uma locação é considerada financeira quando, à data do ínicio da


operação, se verifica uma das seguintes situações:

112
a) Haja acordo de transferência da propriedade no final do prazo de
locação;
b) Exista uma opção da compra a um preço que se espera seja
suficientemente inferior ao justo valor do bem, à data do exercício da
opção, de tal modo que à data do início da locação. Seja quase certo
que a opção venha a ser exercida.
c) O prazo da locação abranja a maior parte da vida útil do bem, mesmo
que a propriedade ao seja transferida;
d) À data do início da locação, o valor presente, (actual ou descontado)
dos pagamentos da locação (incluindo o de opção de compra e
expurgados de quaisquer encargos adicionais, como por exemplo
seguros) seja igual ou superior ao justo valor do bem;
e) Os activos locados sejam de tal especificidade, que apenas o locatário
os possa usar, neles fazendo modificações importantes.

Apontam-se como características principais, as seguintes:

 O bem locado é escolhido ou encomendado pelo locatário;


 O locador mantém a propriedade jurídica do bem durante o período do
contrato;
 O preço de aquisição é conhecido no momento do contrato;
 O locatário, mediante o pagamento das rendas e o cumprimento do restante
clausulado do contrato, tem o direito de usar e fruir o bem locado no período
de locação;
 O período de locação corresponde ao período de vida económica do bem
cedido.

De acordo com Vigário (2007) as reintegrações das imobilizações que se encontrem


em situação de leasing devem ser calculadas de acordo com a política contabilística
adaptada pela empresa locatária (a saber: para efeito de cálculo da quota de
amortização de verá aplica-se a taxa aplicável ao bem tendo em conta o ramo de
actividade em que o mesmo estiver a ser utilizado) e registadas nas contas de
amortizações acumuladas e amortizações do exercício da empresa locatária.

No mercado angolano existem transacções que se revestem nesta figura contratual


de leasing (isto é, a obtenção e concessão de bens em regime de locação ou
113
leasing); todavia, até ao momento não existe uma legislação específica sobre esse
tipo de contrato.

Portanto, no prazo convencionado no contrato, e caso a locatária se tenha obrigado


a adquirir o bem locado, a locatária fá-lo-á por um preço já determinado no contrato
ou a determinar-se mediante critérios fixados o mesmo.

O lançamento contabilístico deve ser feito da seguinte forma:

43. Banco / 45. Caixa 37.1.1. Compra de imobilizado 11. Imob. Corpóreas
Respectiva subconta

Pelo pagamento das amortizações No momento da celebração do contrato

Ao contabilizarmos o leasing, no momento da celebração do contrato como acima


esquematizado, o valor do bem (que normalmente coincide com o valor de
aquisição), reportado no momento de celebração do contrato, deverá ser debita a
respectiva subconta 11. Imobilizações corpóreas e em contrapartida creditar a
conta 37.1.1- Compra de imobilizado corpóreo.

Note que no caso de pagamento das amortizações financeiras incluídas as rendas


mensais ou anuais, Credita-se a conta 43.1.1 - Depósito a ordem – Banco ou em
caso de pagamento em dinheiro 45 - Caixa e por débito na conta 37.1.1 - Compra
de imobilizado corpóreo.

Pelas reintegrações mensais ou anuais, deverá por crédito registar na subconta da


conta 18.1. Amortizações acumuladas e debitarna respectiva subconta da conta

73.1. Amortizações do exercício. Esquematizadamente temos:

18.1-Amort. Acumuladas 73.1. Amort. do exercício


Respectiva subconta Respectiva subconta

Pelas reintegrações

Pelos juros suportados, associados à dívida no caso da opção de compra, deverá


creditar a conta 43 - Depósito à ordem ou 45 - Caixa e em contrapartida na
respectiva subconta da conta 76.1 – Custos e perdas financeiras – Juros.

114
43.1.1. Banco / 45.1.1. Caixa 76.1. Custos e perdas financeiras-juros
Respectiva subconta

Pelos juros suportados

 Procedimentos contabilísticos

Compra via leasing operacional de uma carrinha MITSUBISHI CANTER 4 anos no


valor de Kz 12.000.000, 00 com uma taxa de juro de 2% a.a. do mesmo valor. Em
Dezembro a empresa pagou a primeira prestação.

37.1.1 – Compra de Imobilizado corpóre 11.4. Equipamento de carga e transporte

3.000.000 12.000.000 12.000.000

43.1.1 – Banco 76.1.5. Juro de aluguer

3.240.000 240.000

18.1.4– A. Ac.- Eq.c.transporte 73.1.4 – A. Exerc. – Eq. C. Transporte

3.000.000 3.000.000

Observação: O valor a débito 3.000.000 da conta 37.1.1 – Compra de imobilizado,


12.000.000 / 4 anos = 3.000.000.

Pagou a segunda prestação: 12.000.000 – 3.000.000 = 9.000.000

9.000.000 × 2% = 180.000.

43.1.1 – Banco 76.1.5. Juro de aluguer

180.000 180.000

115
3.7. CONTA 19 - PROVISÕES PARA INVESTIMENTOS
FINANCEIROS

Nesta conta registada as diferença entre os custos de aquisição dos títulos e outras
aplicações financeiras e o respectivo preço de mercado quando este for inferior
aquele, bem como riscos de cobrança dos empréstimos de financiamento.

A provisão será constituida ou reforçada através da correspondente conta de custos,


sendo debitada na medida em que se reduzirem ou deixarem de existir as situações
para que foi criada. (Vigário, 2007, 109).

As provisões para investimentos financeiros podem ser aceites como custos fiscais
do exercício nos termos do artigo 25º CII (o que se consedera custos e perdas) em
conjugação com o artigo 36º deste mesmo código, refere que é aceite como custo a
parte do valor devidamente justificada e documentada com fiabilidade, e desde que
aceite pela Direcção Nacional de Impostos. (Almeida at al., 2014, 31).

Segundo Magro e Magro (2008, p.437-438) as provisões para investimentos


financeiros, devem as mesmas ser registadas no momento em que: “existam
razões fundamentadas que levem a crer que o custo excede o seu provável valor de
realização”.

O artigo 36º do CII estabelece taxativamente as provisões que são fiscalmente


dedutíveis. Refere aquela disposição, que se encontra nesta categoria,
exclusivamente:

1. As que se destinam a ocorrer a obrigações e encargos derivados de


processos judeciais em curso, por factos que determinariam a inclusão
daqueles entre os custos e perdas do exercício;
2. As que visarem a constituição para reserva técnica, necessária à cobertura
dos encargos das entidades patronais que não transfiram para outrem as
responsabilidades emergentes de acidentes de trabalho e doenças
profissionais, não podendo o montante anual das provisões, exceder 80% dos
prémios que seriam devidos, se o seguro fosse efectuado em qualquer
empresa seguradora nacional;

116
3. As que tiverem por fim a cobertura de créditos de cobrança duvidosa,
calculadas em função da soma dos créditos resultantes da actividade normal
da empresa, existentes o fim do exercício;
4. As que se destinarem a cobrir as perdas de valor que sofrerem as existências;
5. As que tiverem sido constituídas de harmonia com a disciplina imposta pela
Inspecção Nacional de Créditos e Seguros de Créditos, às empresas
submetidas à fiscalização.

Relativamente ao cálculo das provisões constantes do ponto 3 e 4, atender-se-á ao


disposto no nº 2 do artigo 36º do CII, o qual refere que, as taxas e os limites das
provisões constantes destes pontos, serão fixadas em despacho do Ministro das
Finanças, para cada ramo de comércio ou indústria, ouvidos os organismos
representativos das actividades comerciais ou industriais da província.

O PGC divide esta conta ao nível do 2º grau em 5 contas:


19.1 – Empresas subsidiárias

19.2 – Empresas associadas

19.3 – Outras empresas

19.4 – Fundos

19.9 – Outros investimentos financeiros

19 – Provisões para invest. Financeiros 76.5.1 – Provisões P/ aplic. – Invest. Finan.


Respectiva subconta Respectiva subconta

Pela constituição ou reforço desta provisão

76.5.1. ou 66.7.1 – Rep. de prov. Invest. Financ. 19 – Provisões para invest. Finan.
Respectiva subconta Respectiva subconta

Pela anulação ou reposição

Obs.: Reposição ou anulação é a anulação parcial destas provisões por crédito da


conta 76.5.1 – Custos e perdas financeiras – Investimentos Financeiros se trata
da reposição ou anulação numa provisão constituída no mesmo exercício. 66.7.1 –
Custos e perdas financeiras gerais – Reposições de provisões - Investimentos
117
financeirosse tratam da reposição ou anulação numa provisão constituída no
exercício anterior.

 Procedimentos contabilísticos

A Sociedade Dianguxi & Kianga Lda, adquiriu a 15 Setembro do ano 2017 (a pronto
pagamento) 1000 acções da empresa KLB-S. Ao preço unitário 500 kz ao que
corresponde a percentagem de participação de 10 %. A esta aquisição acresceram
um custo de transação num montante de 20.000, 00. As acções da KLB-S.A são
negociadas em bolsas de valores.

A 31 Dezembro do mesmo ano, o capital próprio da empresa é de 10.000.000, 00


sabe-se que teve capital próprio de 14.000.000, 00 pelo que as suas acções
desvalorizaram-se na ordem de 20%. No entanto a Dianguxi & Kianga Lda procedeu
a provisões para investimento financeiro.

43.1.1 – Banco 13.3.2 – Obrigações e título de partic.

520.000 520.000

19.3.2 – Provisões – Outras Empresa- Título 76.5.1.3 – Provisões –O. Esa. Tít.

104.000 104.000

Obs.: 1000 × 500 = 500.000, soma-se o mesmo valor com as despesas de


transicção tendo em conta o princípio custo histórico (500.000 + 20.000 = 520.000).
No caso da provisão 520.000× 20% = 104.000

118
CAPÍTULO IV- CLASSE 2
4.1. Noções

4.2 . Conta 21 – Compras

4.2.1. Conta 21.7 – Devoluções de compras.

4.3. Sistema de Inventariação

4.3.1. Inventário permanente

4.3.2. Inventário intermitente ou periódico

4.3. Conta 22 – Matérias-Primas, subsidiárias e de consumo

4.4. Conta 23 – Produtos e trablhos em curso

4.5. Conta 24 – Produtos acabados e intermédios

4.6. Conta 25 – Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos.

4.7. Conta 26 – Mercadorias

4.8. Conta 27 – Matérias-primas, mercadorias e outros materiais em trânsito.

4.9. Conta 28 – Adiantamentos por conta de compras

4.11. Valorimetria das existências

4.11.1. Ficha de armazém

4.11.1.1. FIFO

4.11.1.2. LIFO

4.11.1.3. CMP

4.12. Conta 29 – Provisão para depreciação de existências

119
4.1. NOÇÕES

Existências: são activos detidos para venda no decurso normal da actividade


operacional da empresa que resultem do processo de produção e se destinem à
venda, ou activo que se destinem a ser consumidos no processo de produção ou na
prestação de serviços, e querevistam a forma de materiais ou materiais de consumo.
(Almeida at al. 2014, p. 113).

De acordo com o PGC, devem ser reconhecidos como existências, os bens que:

 Respeitem as condições gerais para o reconhecimento como activos;

Satisfaçam uma ou mais, das seguintes condições:

 Sejam detidos para venda no decurso normal da actividade operacional da


empresa;
 Resultem do processo de produção da empresa e se destinem à venda;
 Se destinem a ser consumidos no processo de produção ou a prestação de
serviços e que revistam a forma de matérias ou materiais de consumo.
(Magro e Magro, 2008, p. 303).

Esta classe fundamental para sobrevivência da empresa, a mesma contribui para


actividadescomerciais e industriais, a classe 2 encontra-se desdobra pelas seguintes
contas:

 21 – Compras;
 22 – Matérias-primas, subsidiárias e de consumo;
 23 – Produtos e trabalhos em curso;
 24 – Produtos acabados e intermédios;
 25 – Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos;
 26 – Mercadorias;
 27 – Matérias-primas, mercadorias e outros materiais em trânsito;
 28 – Adiantamentos por conta de compras;
 29 – Provisão para depreciação de existências.

120
4.2. CONTA 21 – COMPRAS

De acordo com o PGC (2001, p. 122-123) esta rublica destina-se a registar o custo
das aquisições de bens destinados a serem consumidos pela empresa no seu
processo produtivo ou destinado a venda e que satisfaçam os critérios para
reconhecimento como existências. Face ao exposto, no final de cada exercício está
rublica deverá apresetar saldo nulo.

45.1.1 – Caixa ou 43.1.1 – Banco 21 – Compras

Pela aquisição a pronto pagamento Respectiva subconta

32 – Fornecedor

Aquisição a prazo

A conta 21 – compras é dividida em sucontas, cada aquisição de um


bem devemos prestar atenção na conta divisoria, a saber:

 21.1 – Matérias-primas, subsidiárias e de consumo;


 21.2 – Mercadorias;
 21.7 – Devoluções de compras;
 Descontos e abatimentos;
 21.9.................................
 Procedimentos contabilísticos

A empresa Dianguxi e Kianga, Lda dedica a comercialização de tecidos diversos, no


dia 3 de fevereiro adquiriu 100 tecidos vermelhos no valor de 20.000, 00/ cada.
Sendo 50% via por transferência bancário e o resto num prazo de 90 dias.

43.1.1 – Banco 21.2 – Compras-Mercadorias

1.000.000 À pronto pagamento 2.000.000

32.1 – Fornecedor Corrente

1.000.000 À Prazo

121
Obs.: Temos no exercício 100 tecidos multiplicamos com o preço unitário 20.000
(100 × 20.000 = 2.000.000) no caso do pagamento por transferência: 2.000.000
×50% = 1.000.000 registamos a crédito na subconta 43.1.1 – Banco e o resto
2.000.000 – 1.000.000 = 1.000.000 (Corresponde a 50%) registamos a crédito na
subconta 32.1 – Fornecedor-corrente.

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Kianga transformadora, Lda dedica a comercialização e tranformação de


sumo adquiriu em dinheiro 2.000 mangas no preço de 50 kz /cada a fim de
transforma-lo.

45.1.1 – Caixa 21.1.1 – Compras-Matérias-primas

100.000 100.000

Segundo Borges (2007, p. 465) Esta conta é debitada pelos valores de compras
efectuadas e despesas em compras. Será creditada pelas deduções em compras –
descontos e abatimentos e devoluções, e pela transferência do saldo para a
respectiva conta de existências.

21 – Compras

-Aquisição de bens armazenáveis - Devoluções de compras

-Despesas em compras -descontos e abatimentos em compras


de natureza comercial
-Transferência do saldo para a
adequada conta de existências
-Despesas em compras

A conta 21 – compras não é conta de balanço, é uma transitória, daí que seu saldo
deva ser transfirido para adequada conta de existências.

122
4.2.1. Conta 21.7 – Devoluções de compras

Esta uma subconta de natureza credora, portanto será credita sempre que a
empresa decidir devolver as mercadorias ao fornecedor.

21.7 – Compras-Devoluções 32 – Fornecedor


Respectivasubconta
No caso de compra efectrua à prazo

43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa

No caso de compra a pronto pagamento

 Procedimento contabilístico

A empresa AGRONOVIC, Lda. devolveu 600 mangas que não estão em bom estado
no valor de 50/cada. A compra foi efectuada em dinheiro.

21.7 – Devoluções de compras 45.1.1-Caixa

30.000 30.000

Registo da dedução em compras

21.7 – Devoluções de compras 21.1.1 – Matérias-primas

(t) 30.000 30.000 Si. 100.000 30.000 (t)

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Dianguxi e Kianga Lda, tenha uma dívida inicial com o fornecedor no
valor de 200.000, 00 a mesma no ano em curso devolveu 50% das mercadorias.

21.7 – Devoluções de compras 32.1 – Fornecedores-correntes

100.000 100.000 200.000 S.i

123
Registo da dedução em compras

21.7 – Devoluções de compras 21.1.1 – Matérias-primas

(t) 100.000 100.000 100.000 (t)

4.2.2. Conta 21.8 – Descontos e abatimentos

Esta rubrica destina-se a registar os descontos e abatimentos em compras de


natureza comerciais, os descontos comerciaisestão relacionados com a quantidade
e qualidade dos bens transaccionados, também são registado os seguintes
descontos:

 Descontos de revenda;
 Descontos de bónus de quantidade;
 Descontos de abatimentos acidentais;
 Desconto de bom preço;
 Descontos rappel.

Descontos de revenda: são realizados por parte dos produtores aos armazenistas
(grossistas) estes por suas vezes consedem aos retalhistas.

Descontos de bónus de quantidade: ocorre quando os clientes ultrapassam um


volume de compras, por está razão são concedidos um bónus de quantidade.

Descontos de abatimentos acidentais: resulta quando o produtor atrasa entrega


do bem ou quando os bens se encontram em más qualidades.

Descontos de bom preço:

Descontos rappel: éum desconto que se faz em função das quantidades vendidas.

124
Contabilização

21.8 – Compras-Descontos e Abatimentos 32 – Fornecedor


Respectiva subconta
No caso de compra efectrua à prazo

43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa

No caso de compra a pronto pagamento

 Procedimento contabilístico

A empresa Dianguxi & Kianga Lda, adquiriu mercadorias no valor 2.000.000,00 nas
seguintes condições: 20% em numerário, 60% por transferência e o resto 90 dias,
Ango-alimentar Lda concedeu um desconto de bónus de quantidade de 6%.

21.2 – Compras-Mercadorias 45.1.1 - Caixa

2.000.000 376.000

21.8 – Descontos e abatimento 43.1.1 - Banco

120.000 1.128.000

32.1 – Fornecedor- corrente

376.000

Nota: O desconto comercial efecta o valor de aquisição do bem, portanto temos:


2.000.000 – 120.000 = 1.880.000, nesse caso 1.880.000 × 20% = 376.000
registamos a crédito a conta 45 – Caixa; 1.880.000 × 60% = 1.128.000 a crédito no
43.1.1 – Banco e o resto 1.880.000 × 20% = 376.000 a crédito na conta fornecedor.

125
4.3. SISTEMA DE INVENTARIAÇÃO

4.3.1. Sistema de inventário permanente

Segundo Magro e Magro (2008, p. 304) no sistema de inventário permanente ou


contínuo, é possível determinar, permanentemente, o valor das existências em
armazém e também os resultados obtidos nas vendas, sem necessidade de recorrer
à inventariação física das existências. Para tal, regista-se as entradas e as saídas
das existências de armazém a um mesmo preço, que é o preço de custo.

A conta 21 – Compras é uma conta transitória são reflectidas nas seguintes contas:

 22 – Matérias-primas, subsidiárias e de consumo;


 26 – Mercadorias.

De acordo Lousã (2010) Este método de inventário permanente apresenta as


seguintes características fundamentais:

 Da-nos a conhecer a margem bruta obtida pela empresa após cada


operação de venda, pois, ao mesmo tempo em que se regista o proveito
resultante de cada venda, regista-se igualmente o custo suportado com a
entrega da mercadoria. É desta característica que lhe advém o nome de
Inventário Permanente, pois conseguimos saber permanente, pois
conseguimos saber permanentemente qual o resultado bruto que a empresa
vai obtendo com as suas vendas.
 O Saldo final apresentado pela conta mercadorias é representado pelo valor
das existências que a empresa tem em armazém. Isto é possível porque as
entradas em armazém foram sendo sempre registadas ao preço de custo, e
as saídas para venda igualmente a preços de custo.
 O valor acumulado do custo da mercadoria, que é vendida durante o
exercício, é obtido a partir do saldo apresentado pela conta de custo das
existências Vendidas.
 O Resultado bruto do exercício obtém-se pela diferença entre os saldos das
contas de Vendas e Custo das existências vendidas, após a sua transfrência
para a conta de Resultado Operacional. No final do exercício, aquelas duas
contas encontrem-se saldadas.

126
 Aconta de compra é transitória no final do exercício, encontram-se saldadas,
uma vez que os valores nela registados são transferidos para conta de
mercadorias, compra a compra, após apuramento do custo de entrada em
armazém do lote adquirido. Dá-nos a conhecer o valor das compras
efectuadas pela empresa em determinado período, preço de custo.

Temos ter enconta algumas equações fundamentais, a saber:

RBV = VL – CMVMC

CMV = Ei + C – Ef

Onde:

RBV: Resultado bruto da venda; VL: Vendas líquidas; CMVMC: Custo das
Mercadorias Vendidas e das Materiais Consumidas; CMV: Custo das Mercadorias
Vendidas; Ei: Existência Inicial; Ef: Existência Final; C: Compras.

Esquema de movimento das mercadorias em sistema de inventário permanente


(S.I.P):

45.1.1 ou 43.1.1 21.2 – Compras – Mercadorias 26 – Mercadorias

Pela aquisição a P.P. Ei


Transferência de compras CMV

32 – Fornecedor

Aquisição a prazo EF

71 – CMVMC 82 – R. Operacional 61.3 – Vendas 43.1.1 ou 45.1.1

Transferência do saldo Transferência Venda a P.P

31 – Clintes
Respectiva sub.
Venda a prazo

127
 Procedimento contabilístico

A Empresa Dianguxi & Kianga Lda, principiou a sua actividade com 800.000,00 de
mercadorias, a mesma efectuou as seguintes operações: Compras de mercadoria a
prazo no valor de 300.000,00, no mesmo mês empresa venderam as mercadorias
pronto pagamento no valor 450.000,00 das mercadorias compradas a prazo.

26 – Mercadoria 21.2 – Compras - Mercadorias

Si 800.000 300.000 (1) 300.000 300.000 (t)


(t) 300.000 Sd: 800.000
1.100.000 1.100.000

32.1 – Fornecedor-Corrente 71 – Custo das Existências Vendidas

(1) 300.000 S.c: 300.000 300.000

300.000 300.000

CMV = Ei + C – Ef

CMV = 800.000 + 300.000 – 800.000

CMV = 300.000

61.3 – Vendas-Mercadorias 43.1.1 - Banco

(t) 450.000 450.000 (2) 450.000 S.d: 450.000

450.000 450.000

82 – Resultados Operacional

(t) 300.000 450.000 (t) RB = VL – CMV S.c150.000

RB = 450.000 – 300.000

450.000 450.000 RB = 150.000

Obs.: No caso dos CMV, a empresa tinha um Saldo inicial de 800.000, no mês
seguinte a mesma comprou mercadoria no valor de 300.000, 00 representando
entrada (+) e vendeu o mesmo a 450.000, 00 a saída é no seu preço de aquisição

128
de 300.000,00 (-) portanto o seu saldo final temos seguinte: 800.000 (Si) + 300.000
(C) – 300.000 (V) = 800.000, 00.

4.3.2. Sistema de inventário intermitente ou periódico


Segundo Borges et al. (2007) este sistema defere do anterior, por quanto para se
determinar o valor das existências e consequentemente do resultado das vendas
tem que se proceder previamente à inventariação directa dos bens em stock. Assim
sendo:

RBV = VL – CMVMC

Apenas VL é dado directamente pelo saldo da conta 71, para determinar o CMVMC,
também deverá contabilisticamente utilizar a seguinte fórmula:

CMVC = Existências iniciais (Ei) + Compras (C) – Existências Finais (EF)

Neste sistema as aquisição são também movimentas na conta 21 – Compras.


Periodicamente, em regra no final do exercício, o saldo da conta 21 – Compras é
transferido para a adequada conta de existências (no nosso caso a 26 –
Mercadorias).

Portanto, sendo que “ o valor da existência inicial é obtido do balanço no início do


período (conta mercadoria); O valor das compras efectuadas durante o exercício é
obtido a partir da conta 21 – Compras, Ao passo que o valor da existência fial é
obtido depois de uma contagem física e respectiva valoração das mercadorias
existentes em armazém em 31 de Dezembro”. (Lousã, 2010, p. 16).

32 - Fornecedor 21.2 – Compras 26 - Mercadoria 71 - CMVMC

Aquisição à Prazo S.I Regularização do saldo

43 ou 45 Transferência

Aquisição P.P Tranferência

82 – Resultado operacional 61.3 – Vendas 31 - Clientes

Transferência Venda a prazo

43 ou 45

Venda a pronto pagamento (P.P)

129
 Procedimento contabilístico

A Empresa Dianguxi & Kianga Lda, principiou a sua actividade com 800.000,00 de
mercadorias, a mesma efectuou as seguintes operações: Compras de mercadoria a
prazo no valor de 300.000,00, no mesmo mês empresa venderam as mercadorias
pronto pagamento no valor 450.000,00 das mercadorias compradas a prazo.

32.1 – Forecdor corrente 21.2 – Compras - Mercadorias

S.i 800.000 300.000 (1) 300.000 300.000 (t)

(t) 300.000 Sd: 800.000


1.100.000 1.100.000

61.3 – Vendas-Mercadorias 43.1.1 – Banco

(t) 450.000 450.000 (2) 450.000 S.d: 450.000

450.000 450.000

Dia 31 de Dezembro efectuou a transferência da compra e o apuramento.

26 - Mercadoria 71 – Custo das Existências Vendidas

S.i 800.000 800 0000 300.000


(t) 300.000 S.c: 300.000
1100 000 1100 000

CMV = Ei + C – Ef
CMV = 800.000 + 300.000 – 800.000
CMV = 300.000
82 – Resultados Operacional

(t) 300.000 450.000 (t) RB = VL – CMV S.c: 150.000

RB = 450.000 – 300.000

450.000 450.000 RB = 150.000


130
Obs.: No caso dos CMV, a empresa tinha um Saldo inicial de 800.000, no mês
seguinte a mesma comprou mercadoria no valor de 300.000, 00 representando
entrada (+) e vendeu o mesmo a 450.000, 00 a saída é no seu preço de aquisição
de 300.000,00 (-) portanto o seu saldo final temos seguinte: 800.000 (Si) + 300.000
(C) – 300.000 (V) = 800.000, 00.

4.3. CONTA 22 – MATÉRIA-PRIMAS, SUBSIDIÁRIAS E DE CONSUMO


Esta uma conta do activo, representa os bens que as empresas transformadora têm
a fim de trasforma-lo, a mesma conta encontra-se desbobrada pelas seguintes
contas divisiorias:

 22.1 – Matérias-Primas;
 22.2 – Matérias subsidárias;
 22.3 – Materiais diversos;
 22.4 – Embalagens de consumo;
 22.5 – Outros Materiais.

4.3.1 – Conta 22.1 – Matérias-Primas

As Matérias-primas são bens que as empresas adquirem a fim de transformá-lo e


que se destinam a ser incorporados normalmente nos produtos finais. (Lousã, 2010,
p. 13).

Segundo PGC (2001, p. 123) Esta rubrica destina-se a registar os bens que irão ser
incorporados materialmente nos produtos resultantes da produção.

 Procedimentos contabilísticos

Aquisição a prazo de matérias-primas no valor de 350.000 Kz.

32.1 – Fornecedores – Correntes 21.1.1 – Compras – Matérias-primas

350.000 350.000

Transferência de compras para conta de matérias-primas.

21.1.1 – Compras – Matérias-primas 22.1 – Matérias-primas

S.i. 350.000 350.000 350.000

131
4.3.2 – Conta 22.2 – Matérias subsidiárias

De acordo Lousã (2010, p. 13) são os bens necessário a produção que não se
incorporam materialmente nos produtos finais.

O PGC (2001, p. 123) Confirma que está rublica destina-se a registar os bens que
irão ser usado a produção, mas que não serão incorporados materialmente nos
produtos delas resultantes.

 Procedimentos contabilísticos

Factura-recibo nº 101 referente a compra de matérias subsidiárias via cheque no


valor de 24.000 Kz.

43.1.1 – Banco 21.1.2 – Compras – Matérias subsidiárias

24.000 24.000

Transferência de compras para conta de matérias subsidiárias.

21.1.2 – Compras – Matérias Subsidiárias 22.2 – Matérias Subsidiárias

S.i. 24.000 24.000 24.000

4.3.3 – Conta 22.4 – Embalagens de consumo

São bens envolventes ou recepientes das mercadorias ou produtos, indispensáveis


ao seu acondicionamento e transacção. (Borges, 2007, p. 477).

Segundo PGC (2001, p. 123) esta rubrica destina-se a registar os bens envolventes
ou recepientes das mercadorias e produtos, indispensáveis ao seu
acondicionamento e transacção e que não sejam retornáveis.

 Procedimentos contabilísticos

A empresa comprou a prazo 1 000 embalagens de consumo no valor de 20.000,00


por unidade.

32.1.1 – Forncedorcorrente 21.1.3 – Compras – Embalagem de consumo

20.000.000 20.000.000

132
Transferência de compras para conta de embalagens de consumo.

21.1.3 – Compras – Embalagem de consumo 22.4 – Embalagem de consumo

S.i. 20.000.000 20.000.000 20.000.000

4.4. – CONTA 23 – PRODUTOS E TRABALHOS EM CURSO


De acordo PGC (2001, p. 23) esta rubrica destina-se a registar os bens que se
encontram em curso de fabricação ou produção e não estão em condições de ser
armazenados ou vendidos.

Produção em curso: são os bens que se encontram numa certa fase do processo
produtivo, sem no entanto, terem atingido a fase final de fabrico, ou seja, estarem
aptos para venda. (Magro e Magro, 2008).

Segundo Gonçálves e Manuel (2018, p. 54) o valor desta conta deve ser apurado
através das contas da classe 9 – contabilidade analítica ou através de mapas para o
efeito, caso a entidade não disponha de meios para determinar os custos, então
será determinado pela diferença entre as existências iniciais e finais.

23 – Produto e trabalho em curso 64.1 – Variação – Produtos e trabalho em curso

E.f E.i Existências iniciais E.i E.f

Existências finais

 Procedimentos contabilísticos

O valor das existenciais iniciais dos produtos em fabricação era de 200.000, Kz. No
final do exercício, as existências de produtos em fabricação totalizavam 230.000 Kz

23 – Produto e trabalho em curso 64.1 – Variação – Produtos e trabalho em curso


S.i. 200.000 200.000 200.000

230.000 230.000
A conta 23 – Produto e trablho em curso mercê muito a nosso atenção porque uma
conta que necessita da conta 64.1 – variação de inventário de produto em curso a
fim de fazer os registos. Depois da produção em curso for conluído o seu saldo será
transferido na conta 24.1 – Produto acabado.

133
 Procedimentos contabilísticos

A empresa Ango-bebi & Alimenta Lda, apresentou situação inicial no valor 500.000,
Kz de matérias-primas e a mesma encontram-se num processo de produção no
momento apresentou os seguintes custos em curso: mão-de-obra directa 445.000,
Kz, Gastos industriais de produção 300.000, Kz. Sabendo-se os ainda não está
concluído.

Resolvendo segundo Almeida at al. (2014, p. 128) temos os seguintes lançamentos:

22.1 – Matérias-Primas 71.1 - CMVMC

S.i. 500.000 500.000 500.000

64.1 – Variação do inventário de produto em curso 23.1 – Produto em curso

1.245.000 1.245.000

4.5. – CONTA 24 – PRODUTOS ACABADOS E INTERMÉDIOS


A conta 24 – produtos acabados e intermédios uma conta de natureza devedora,
são debitadas sempre que as empresas transformam matérias-primas em produtos
acabados ou intermédios uma conta depende de outras contas como por exemplo,
64.2 - Variação nos inventários de produtos acabados e intermédios.

Esquematizadamente temos:

24 – Produto Acabado e interméd. 64.1 – Variação – Produtos e trabalho em curso

E.f E.i Existências iniciais E.i E.f

Existências finais

A presente conta encontam-se desdobrada pelas seguintes contas divisiorias:

 24.1 – Produtos acabados;


 24.2 – Produtos intermédios;
 24.3 – Em poder de terceiros.

Segundo Borges at all. (2007, p. 474) está conta inclui os principais bens
provenientes da actividade produtiva da empresa assim como os que embora
normalmente reentrem no fabrico podem ser objecto de venda.

134
4.5.1. Subconta 24.1 – Produtos acabados

Segundo Magro e Magro (2008, p. 304) Produtos acabados são produtos resultantes
do processo produtivo da empresa ou fase final, estão prontos para serem vendidos.

Nesta conta são registadas os bens produzidos pela empresa e que atingiram a fase
final de produção, estando aptos para serem vendidos.

De acordo com PGC (2001, p. 123) esta rubrica destina-se a registar os bens
resultantes do processo produtivo, que se destina a armazenagem ou vends por se
encotrarem acabados.

 Procedimentos contabilísticos

O valor das existências iniciais no armazém de produtos acabados era de 2.000.000,


Kz, no final do exercício, as existências de produtos acabados totalizaram
3.000.000, Kz.

24.1– Produto Acabado 64.2 – Variação – Produtos Acabado


S.i. 2.000.000 2.000.000 2.000.000

3.000.000 3.000.000
 Procedimentos contabilísticos

A empresa Ango-bebi & Alimenta Lda, apresentou situação inicial no valor 700.000,
Kz de matérias-primas e a mesma foi transformado em produtos acabados,
apresentou os seguintes custos suportado durante produção: mão-de-obra directa
445.000, Kz, Gastos industriais de produção 300.000, Kz.

Resolvendo segundo Almeida at al. (2014, p. 130) e outros autores temos os


seguites lançamentos:

22.1 – Matérias-Primas 71.1 - CMVMC

S.i. 700.000 700.000 700.000

64.2 – Variação do inventário de produto em curso 24.1 – Produto em curso

1.445.000 1.445.000

135
Obs.: O valor a débito na conta 24.1 – Produto acabado é resultado do somatório do
consumo de matérias-primas (700.000) e mão-de-obra e gastos industriais de
produção (445.000 + 300.000).

4.5.2. Subconta 24.2 – Produtos intermédios

Produtos inetermédios são bens produzidos ou adquiridos pela empresa que ainda
não atingiram a fase final de fabrico, mas que possam ser objecto de venda. (Borges
at al., 2007, p. 474).

Segundo PGC (2001, p. 123) esta rubrica destina-se a registar os bens resultantes
do processo produtivo que embora normalmente se destinem a reentrar no processo
de fabrico se encontram, igualmente, em condições de armazenagem ou venda no
estado em que se encontram.

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Ango-bebi & Alimenta Lda, apresentou situação inicial no valor 700.000,
Kz de matérias-primas, no ano em curso transformou as matérias-primas iniciais. Os
produtos transformados ainda não atingiu fase final de fabrico, mas estão aptos a
serem vendidos e apresentou os seguintes custos de produção: mão-de-obra directa
445.000, Kz, Gastos industriais de produção 300.000, Kz.

22.1 – Matérias-Primas 71.1 - CMVMC

S.i. 700.000 700.000 700.000

64.3 – Variação do inventário de produto em curso 24.2 – Produto intermédios

1.445.000 1.445.000

4.5.3. Subconta 24.9 – Produtos em poder de terceiros

Os produtos em poder de terceiros compreende os produtos de propriedade da


empresa que se encontrem à aguarda de terceiros ou tenham saído em regime de
consiganação. (Borges at. al., 2007, p. 475).

Esta rubrica encontra-se desdobra pelas seguintes contas divisórias como sugestão:

 24.9.1 – Produtos acabados em poder de terceiro;


 24.9.2 – Produtos intermédios em poder de terceiro.

136
24 – Produto acabado e intermédio 24.9 – Produtos em poder de terceiros

Respectiva subconta Respectiva subconta

Pela saída do produto do armazém

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Ango-bebi & alimenta Lda, depois de concluir a produção de 1.445.000,


00 de produtos acabados, a empresa fez a remessa dos produtos acabados ao um
intermediário Ango- transformadora Lda, os produtos encontram-se agora em seu
poder.

24.1 – Produtos acabados 24.9.1 – Produto Acabados em poder de terceiros


S.i.1.445.000 1.445.000 1.445.000

No mês de Agosto, o consignatário (Ango-Transformadora Lda), vendeu os produtos


acabados via cheque com uma margem de lucro de 25%.

61.1- Vendas - P.A 43.1.1 - Banco

1.806.250 1.806.250

(1.445.000 × 25% = 361.250, portanto soma-se: PA 1.445.000 + 361.250 =


1.806.250)

24.9.1 – Produtos acabados em poder de terceiro 64.2 - Variação


S.i.1.445.000 1.445.000 1.445.000 1.445.000 S.I

4.6. – CONTA 24 – SUBPRODUTOS, DESPERDÍCIOS, RESÍDUOS E


REFUGOS

Os movimentos nesta conta, pelo sistema de inventário intermitente ou periódico,


devem ser registados a débito pelo valor das existências finais e a crédito pelo valor
das existências iniciais. (Gonsável e Manuel, 2018, p.55).

137
25 – Subproduto, Disperdícios, resíduos e refugos 64.4 – Variação – sub. Disp. Res.

E.f E.i Existências iniciais E.i E.f

Existências finais

Esta conta estas dividida pelas seguintes subcontas:

 25.1 – Subprodutos;
 25.2 – Desperdícios, Resíduos e Refugos;
o 25.2.1 – Disperdícios;
o 25.2.2 – Resíduos;
o 25.2.3 – Refugos.

4.6.1 – Subconta 25.1 – Subprodutos

Segundo Borges at al. (2007, p. 475) os subprodutos são bens de natureza


secundária provienentes de actividade produtiva e obtidos simultaneamente com os
principais. Diz respeito a produtos secundários, resultantes do processo produtivo,
geralmente com um valor comercial baixo, nulo ou mesmo.

Esta rubrica destana-se a registar os bens de natureza secundária resultantes do


processo produtivo e que são obtidos simultaneamente com os produtos principais.
(PGC, 2001, p. 123).

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Ango-bebi & Alimenta Lda, apresentou situação inicial no valor 600.000,
Kz de matérias-primas, no ano em curso transformou as matérias-primas iniciais. Os
produtos transformados atingiu fase final de fabrico, mais estão aptos a serem
vendidos num preço comercial baixo, apresentou os seguintes custos suportado
durante produção: mão-de-obra directa 445.000, Kz, Gastos industriais de produção
300.000, Kz.

22.1 – Matérias-Primas 71.1 - CMVMC

S.i. 600.000 600.000 600.000

64.3 – Variação do inventário-Subproduto 25.1 – Subproduto

1.345.000 1.345.00

138
Segundo Magro e Magro (2008, p. 304) Mercadorias são os bens adquiridos para
venda, não sofrendo qualquer transformação dentro da empresa.

Mercadoria bens adquiridos pela empresa com destino à venda, desde que não
sejam objecto de trabalho posterior de natureza industrial. Por outras palavras,
adquirem-se com a finalidade de os tornar a vender, não sofrendo, qualquer tipo de
transformação de fundo. (Lousã, 2010).

De acordo com o PGC (2001, p. 124) esta rubrica destia-se a registar os bens
adquiridos pela entidade e destinados à venda sejam objecto de qualquer
modificação.

 Procedimentos contabilísticos

Compras de mercadorias no valor de 1.000.000, Kz nas seguintes condições: 50%


Cheque e o resto a crédito, (critério de inventariação permanente).

21.2 – Compras-Mercadorias 43.1.1 - Banco


1.000.000 1.000.000 T 500.000

26 – Mercadoria 32.1 – Fornecedor – corrente


T 1.000.000 500.000

A presente conta 26 – Mercadorias apresenta as seguintes subconta, a qual


destacamos:

 26.1 – Mercadorias ……………


 26.2 – Mercadoria …………….
 26.9 – Em poder de terceiro

4.7.1 – Mercadoria em poder de terceiro

Segundo Borges at al. (2007, p. 472) compreende as mercadorias em propriedade


da empresa que se encontram aguarda de terceiros em tenham saído em regime de
consigninação.

139
Esta conta tem um interece especial nas empresas que vendem mercadorias em
regime de consignação. Este regime consiste na entraga temporária de existêcias a
um intermediário – o consigantário que as irá vender por conta e ordem do
consigninante, advindo para o referido intermediário uma remuneração – a
comissão.

Esquematizadamente:

 Quando da remessa ao intermediário (consignátario)

26 – Mercadoria 26.9 – Mercadoria em poder de terceiro

Saída de armazém (custo)

 Quando da venda por parte do consignatário

61.2 – Vendas - Mercadorias 31.1 – Clientes-correntes

Preço de venda a prazo

 Pelo custo das mercadorias vendidas

26 - Mercadorias 71 – CMVC

Preço de custo

 Procedimentos Contabilísticos

A Empresa Dianguxi & Kianga Lda começou a sua actividade com 1.000.000 Kz as
mesma mercadorias no momento se encontram no poder da Ango-Alimentar Lda.

26 – Mercadoria 26.9 – Mercadoria em poder de terceiro

S.i. 1.000.000 1.000.000 Saída de armazém (custo) 1.000.000

No mês seguinte as Ango-Alimentar Lda vendeu as mercadorias no valor de


1.800.000 Kz.

140
61.2 – Vendas - Mercadorias 31.1 – Clientes-correntes

1.800.000 Preço de venda a prazo 1.800.000

26 - Mercadorias 71 – CMVC

S.i. 1.000.000 1.000.000 Preço de custo 1.000.000

4.7. VALORIMETRIA DE EXISTÊNCIAS


As existências são valorizados pela sua entrada e saídas, assume um relevo tanto
mais especial quanto maior for o volume de stocks de empresa. Relectivamente as
entradas, as existências devem ser valorizada pelo preço de custo, consistindo este
em todos os encargos (preço de factura, fretes, seguros, etc.). (Borges, 2007, p.457-
458).

A valorimetria das existências pode ser:

 Valorização das entradas;


 Valorização das saídas.

4.7.1. Valorização entradas

As entradas devem ser valorizadas pelo preço de custo que engloba: o preço de
compra, os direitos de importação e outros impostos que não sejam posteriormente
recuperáveis, os custos de transporte, os custos de manuseamente, outros custos
directamente atribuíveis à compra bens, os custos acima enumerados devem ser
considerados líquidos de descontos comerciais, abatimentos e devoluções. (Magro e
Magro, 2008, p.308).

 Procedimentos contabilísticos

A Empresa Dianguxi & Kianga Lda, adquiriu por transferência bancária mercadorias
no valor de 2.000.000 Kz suportou em numerário as seguintes despesas: frente
300.000 Kz, alfandegas 150.000 Kz.

21.2 – Vendas de mercadorias 43.1.1 - Banco


2.450.000 2.450.000 T 2.000.000

141
26 - Mercadorias 45.1.1. Caixa
T 2.450.000 450.000

Nota: Somamos o custo de aquisição e as despesas 2.000.000 + 450.000 =


2.450.000 Kz.

4.7.2. Valorização saídas

As saídas devem ser valorizadas, utilizando para o efeito, um dos critérios referidos
pelo PGC:

1) Os custos históricos correspondem a custos passados, ou seja aos que foram


suportados na aquisição das existências. Os métos de custeios são:
a) Método de custeio de identificação específica: custo específico.

Segundo Borges at al. (2007, p.458) neste método os produtos são avaliados pelo
seu preço real ou efectivo, ou seja, por todos os encargos de compra que lhe sejam
directamente imputáveis. É de aplicação difícil, sendo utilizado apenas por alguns
ramos de actividade onde os bens comercializados são de elevado valor unitário,
nomeadamente, ourivesarias e joalharias, comércio de automóveis e máquinas
industriais, isto é, artigos de elevado valor unitário.

b) Método de custeio, primeiro entrado, primeiro saído, cronológico directo FIFO


(First in, first out).

O método FIFO pressupõe que os elementos de inventário que foram primeiro


comprados são os primeiros a serem vendidos. Portanto, as saídas são avaliadas ao
custo das entradas dos lotes mais antigos. Sendo as saídas calculadas aos preços
mais antigos, então as existências finais, são avaliadas aos custos mais recentes.
(Magro e Magro, 2008, p. 308).

 Procedimentos contabilísticos

A Empresa Ango-bebi & alimenta Lda, dedica a comercialização de bebidas á


grosso, no dia 1 de Janeiro tinha um stock inicial de 405 grades de coca-cola ao
preço unitário de 2.000,00.

 No dia 02 de Janeiro comprou 300 grades ao preço unitário de 1.000,00.


 No dia 02 de Janeiro vendeu 500 grades ao preço unitário de 1.200,00.
142
 No dia 03 de Janeiro comprou 150 grades ao preço unitário de 1.100,00 e
vendeu 305 grades ao preço de 1.250,00.
 No dia 04 de Janeiro comprou 600 grades ao preço de 1.200,00, e vendeu
550 grades ao preço unitário de 1.300,00.

Trabalho pretendido

Calcular o valor das existências final tendo em conta Método FIFO.

FICHA DO ARMAZÉM (FIFO)


Dat Descrição Entradas Saídas Existência
a
QT PU PT QT PU PT QT PU PT
1/01 Saldo Inicial …… ………. ……... …… …… ……...…. 405 2000 810.000

2/01 Compra 300 1000 300.000 …… ……. …………. 405 2000 810.000
300 1000 300.000
2/01 Venda …… ………. ………… 405 2000 810.000
95 1000 95.000 205 1000 205.000
3/01 Compra 150 1100 165.000 ……. ……... …………. 205 1000 205.000
150 1100 165.000
3/01 Venda …… ………. …………. 205 1000 205.000
100 1100 110.000 50 1100 55.000
4/01 Compra 600 1200 720.000 ……. ……… …………. 50 1100 55.000
600 1200 720.000
4/01 Venda ....... ………. …………. 50 1100 55.000
500 1200 600.000 100 1200 120.000

O método FIFO é também conhecido por PEPS as primeiras mercadorias a entrarem


são primeiras a saírem, note no exercício anterior entrou primeiro 405 quantidade
ao preço unitário de 2000 depois entrou 300 quantidade ao preço unitário de
1000, ao fazer a valorização da saída no método FIFO deve ter encontra a primeira
quantidade e o seu preço unitário, a mesma vendeu 500 grades de Coca-Cola,
regista a saída primeira quantidade 405 ao preço unitário 2000 se primeira
quantidade não atingiu a quantidade vendida como caso do exercício faz quantidade
143
vendida subtraindo com as quantidade já registada na saída (500 – 405 = 95 é o
resto) registamos na saída 95 como quantidade e sai com mesmo preço de
existências que 1000.

Para fazer o registo custos das mercadorias vendidas temos ter encontra, a fórmula
já apresentado no tema de sistema de inventariação, a seguinte:

CMV = Existência inicial (Ei) + Compras (C) – Existência final (Ef)


C = 300.000 + 165.000 + 720.000
C = 1.185.000
CMV = 810.000 + 1.185.000 – 120.000
CMV = 1.875.000

26 – Mercadorias 71 - CMV

S.i. 810.000 1.875.000 1.875.000

1.185.000 Sd: 120.000

1.995.000 1.995.000

c) Método de custeio do último entrado, primeiro saído, cronológico inverso LIFO


(Last in, First out).

Neste método, valorizam-se as existências pelo preço mais antigo, sendo as saídas
movimentadas, em consequência, pelos mais modernos. Tal procedimento origina,
em períodos inflacionistas, o aparecimento de lucros mais baixos, dado o custeio
mais elevado das vendas, havendo no entanto o inconveniente da subavaliação dos
stocks em armazém situação inversa ocorrerá em períodos deflacionistas. (Borges
at. al., 2007).

Segundo Magro e Magro (2008, p. 309) O método LIFO pressupõe que os


elementos de inventário que tenham sido comprados ou produzidos em últimos
lugares, sejam os primeiros a serem vendidos. Entretanto, se as saídas são
avaliadas aos custos das entradas mais recentes, então as existências finais, são
avaliadas aos custos das entradas mais antigas.

 Procedimentos contabilísticos

144
A Empresa Ango-bebi & alimenta Lda, dedica a comercialização de bebidas á
grosso, no dia 1 de Janeiro tinha um stock inicial de 405 grades de coca-cola ao
preço unitário de 2.000,00.

 No dia 02 de Janeiro comprou 300 grades ao preço unitário de 1.000,00.


 No dia 02 de Janeiro vendeu 500 grades ao preço unitário de 1.200,00.
 No dia 03 de Janeiro comprou 150 grades ao preço unitário de 1.100,00 e
vendeu 305 grades ao preço de 1.250,00.
 No dia 04 de Janeiro comprou 600 grades ao preço de 1.200,00, e vendeu
550 grades ao preço unitário de 1.300,00.

Trabalho pretendido
Calcular o valor das existências final tendo em conta Método LIFO.
FICHA DO ARMAZÉM (LIFO)
Data Descrição Entradas Saídas Existência
QT PU PT QT PU PT QT PU PT
1/01 Saldo Inicial …… ………. ……... …… …… …….…... 405 2000 810.000

2/01 Compra 300 1000 300.000 …… ……. ………… 405 2000 810.000
300 1000 300.000
2/01 Venda …… ………. ………… 300 1000 300.000
200 2000 400.000 205 2000 410.000
3/01 Compra 150 1100 165.000 ……. ……... …………. 205 2000 410.000
150 1100 165.000
3/01 Venda …… ………. …………. 150 1100 165.000
155 2000 310.000 50 2000 100.000
4/01 Compra 600 1200 720.000 ……. ……… …………. 50 2000 100.000
600 1200 720.000
4/01 Venda ....... ………. …………. 550 1200 660.000 50 2000 100.000
50 1200 60.000

145
Presente método LIFO é também conhecido por UEPS as últimas mercadorias a
entrarem são as primeiras a saírem, por exemplo exercício entrou em armazé dois
lotes primeiro 405 ao preço unitário de 2000 e segundo 300 ao preço unitário de
1000, as últimas mercadorias em stocks é a primeira a saírem, mesma empresa
vendeu 500 quantidade, vivendo o método LIFO, primeiro sai a quantidade de 300
ao preço unitário de 1000 para 500 restam 200, então registamos 200 ao preço de
2000.

CMV = Existência inicial (Ei) + Compras (C) – Existência final (Ef)

C = 300.000 + 165.000 + 720.000

C = 1.185.000

CMV = 810.000 + 1.185.000 – 160.000

CMV = 1.835.000

26 – Mercadorias 71 - CMV

S.i. 810.000 1.835.000 1.835.000


1.185.000 Sd: 160.000
1.995.000 1.995.000

d) Método de custeio do custo médio ponderado

O custo unitário das existências em armazém é determinado pela média ponderado


do custo de compra e do valor dos stocks, ou seja, do custo dos elementos
existentes. O custo médio é obtido da seguinte forma:

𝐜𝐮𝐬𝐭𝐨 𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 𝐝𝐨𝐬 𝐛𝐞𝐧𝐬 + 𝐜𝐮𝐬𝐭𝐨 𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 𝐝𝐚𝐬 𝐧𝐨𝐯𝐚𝐬 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐚𝐝𝐚𝐬


𝐂𝐮𝐬𝐭𝐨 𝐦é𝐝𝐢𝐨 =
𝐐𝐮𝐚𝐧𝐭𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐞𝐱𝐢𝐬𝐭𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 + 𝐍𝐨𝐯𝐚𝐬 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐭𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞𝐬 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐚𝐝𝐚𝐬

O custo médio ponderado, pode obter-se por duas vias:

 Após cada nova compra ou entrada, chamado custo médio progressivo;


 Após o total das entradas durante um certo período.

As saídas, salvo as devoluções, quebras ou extravios, não alteram o custo unitário


das existências, pois processam-se ao custo médio. (Magro e Magro, 2008, p. 309).
146
De acordo Borges at al. (2007, p. 459) O critério do custo médio situando-se numa
posição intermédia do LIFO e do FIFO elimina vantagens e incovenientes destes
últimos. Ainda que sua aplicação origine menos riscos, apresenta o inconveniente de
o custo actual de um dado produto, ao ser ponderado com um preço mais antigo,
poder vir a ser substancialmente alterado, afastando-se deste modo do seu valor
real. É, entatanto, o critério mais utilizado na prática e o de mais fácil aplicação aos
processos computorizados.

 Procedimentos contabilísticos

A Empresa Ango-bebi & alimenta Lda, dedica a comercialização de bebidas á


grosso, no dia 1 de Janeiro tinha um stock inicial de 405 grades de coca-cola ao
preço unitário de 2.000,00.

 No dia 02 de Janeiro comprou 300 grades ao preço unitário de 1.000,00.


 No dia 02 de Janeiro vendeu 500 grades ao preço unitário de 1.200,00.
 No dia 03 de Janeiro comprou 150 grades ao preço unitário de 1.100,00 e
vendeu 305 grades ao preço de 1.250,00.
 No dia 04 de Janeiro comprou 600 grades ao preço de 1.200,00, e vendeu
550 grades ao preço unitário de 1.300,00.

Trabalho pretendido
Calcular o valor das existências final tendo em conta Método CUMP.
FICHA DO ARMAZÉM (CUMP)
Data Descrição Entradas Saídas Existência

QT PU PT QT PU PT QT PU PT

1/01 Saldo …… ……... ……... …… ………. …... 405 2000 810.000


Inicial

2/01 Compra 300 1000 300.000 …… ……. …… 705 1574,47 1.110.000


2/01 Venda …… ……… ………… 500 1574,47 787.235 205 1574,47 322.766,35

3/01 Compra 150 1100 165.000 …… ……... ………. 355 1373,99 487.766,35

3/01 Venda …… ……… ………… 305 1373,99 419.066,9 50 1.373,99 68.699,50


5

4/01 Compra 600 1200 720.000 …… ……… ………. 650 1213,38 788.699,50
4/01 Venda …… ……… …………. 550 1213,38 667.359 50 1213,38 60.669

147
𝟖𝟏𝟎. 𝟎𝟎𝟎 + 𝟑𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎
𝐂𝐮𝐬𝐭𝐨 𝐦é𝐝𝐢𝐨 =
𝟒𝟎𝟓 + 𝟑𝟎𝟎

𝟏. 𝟏𝟏𝟎. 𝟎𝟎𝟎
𝐂𝐮𝐬𝐭𝐨 𝐦é𝐝𝐢𝐨 =
𝟕𝟎𝟓

Custo médio = 1574, 46808510638

CMV = Existência inicial (Ei) + Compras (C) – Existência final (Ef)

C = 300.000 + 165.000 + 720.000

C = 1.185.000

CMV = 810.000 + 1.185.000 – 60.669

CMV = 1.934.331

26 – Mercadorias 71 - CMV

S.i. 810.000 1.934.331 1.934.331


1.185.000 Sd: 60.669
1.995.000 1.995.000

2) Os custos de reposição representam preços de substituição:


e) Método do Preço de reposição ou NIFO (Next in, first out)

De acordo Borges at al. (2007, p. 459) neste método as existências são valorizadas
pelo preço que a empresa teria de suportar se substituísse as suas existências, nas
condições em que se encontravam as actuais.

f) Método dos custos padrões

Quando determinados em função de condições ideias de aproveitamento e


funcionamento de todos os factores produtivos: capacidade máxima do
equipamento, produtivamente óptima do trabalho, etc. Sendo um custo “ideal”,
constitui mais mas uma meta a atingir que uma verdedeira valorização de stocks.
(Borges at. al., 2007).

Segundo PGC (2001, p. 125) O método dos custo-padrão é uma técnica de medição
do custo que toma em consideração os níveis normais de:

148
 Matérias e materiais consumidos;
 Mão-de-obra;
 Eficiência;
 Utilização da capacidade.
g) Método do retalho

De acordo PGC (2001, p. 125) esta técnica de medição do custo é normalmente


usada no sector de retalho para medir grande quantidade de unidades que:

Mudam rapidamente (têm grande rotação).

Têm margens semelhantes, para as quais não é praticável usar outros métodos de
custeio. Exemplos de custos excluídos do custo dos inventários, encontram-se
excluídos do custo dos inventários, devendo ser reconhecidos como gastos no
período em que ocorrem, entre outros, os seguintes custos:

 Quantias anormais de matérias desperdiçadas, de mão-de-obra ou de outros


custos de produção;
 Custos de armazenamento, a menos que esses custos sejam necessários no
processo de produção, anterior a um novo estágio de produção;
 Gastos administrativos que não contribuam para colocar os inventários os
seus locais actuais e na sua condição de uso ou venda;
 Custo de venda.
h) Custos orçamentados

Segundo Borges at al. (2007, p. 459) determinados com base em quadros


discriminativos da actividade a desenvolver um futuro imediato, ponderados todos os
factores que a afectam ou poderão vir a afectar. Utilizados pela Gestão Orçamental
e Previsional, são objecto de estudo e análise, conjuntamente com o custo padrão,
neste ramo da contabilidade.

4.8. Conta 27 – MTÉRIAS-PRIMAS, MECADORIAS E OUTROS


MATERIAIS EM TRÂNSITO

Segundo PGC (2001, p. 124) esta rubrica destina-se a registar os bens adquiridos
que ainda não tenham sido recepcionados pela entidade, mas para os quais já tenha
sido recebida a correspondente factura ou documento equivalente.

149
Esta presente conta encontra-se desdobrada pelas seguintes subcontas:

 27.1 – Matéria-prima em trânsito;


 27.2 – Outros materiais em trânsito;
 27.3 – Mercadorias em trânsito.
 Procedimentos contabilísticos

Foi recebido pelo correio a factura do fornecedor referente à compra de


mercadorias, no valor de 2.000.000 Kz.

27.3 – Mercadorias em trânsito 32.1 – Fornecedor corrente

2.000.000 2.000.000

No ano seguinte, deram entrada no armazém as mercadorias facturadas o exercício


anterior.

27.3 – Mercadorias em trânsito 21.2 – Compras de Mercadoria

S.i. 2.000.000 2.000.00 2.000.000 2.000.000 T

26 – Mercadorias

T 2.000.000

4.9. CONTA 28 – ADIANTAMENTO POR CONTA DE COMPRAS


De acordo PGC (2001, p. 124) Esta rubrica destina-se a registar os adiantamentos
feitos pela entidade relativos a compras cujo preço esteja previamente fixado. Esta
conta esta desdobrada pelas seguintes contas divisória:

 28.1. Adiantamento por conta de Matérias-Primas e outros materiais.


o 28.1.1. Matérias-primas.
o 28.1.2. Outros materiais.
 28.2. Adiantamento por conta de Mercadorias.
 Procedimentos contabilísticos

Por meio de um cheque a Empresa Ango-bebi e alimenta Lda., procedeu


adiantamento relativo a compra de matérias-primas no valor 950.000 Kz, a favor do
fornecedor Ango-transformadora Lda.

150
43.1.1 – Banco 28.1.1 – Adiantamento por conta de matérias-primas

950.000 950.000

No dia seguinte, recebemos as matérias-primas acompanhadas da factura, no valor


de 1.000.000 Kz.

32.1 – Fornecedor-corrente 21.1.1 – Compras de matérias-primas

1.000.000 1.000.000

Registo da factura do fornecedor

28.1.1 – Adiantamento por de matérias-primas 32.1 – Fornecdor-corrente

S.i. 950.000 950.000 Regularização do Adiantamento 950.000 1.000.000 S.i.

Pagamento do restante do valor 50.000

43.1.1 - Banco

50.000

4.10. CONTA 29 – PROVISÃO PARA DEPRECIAÇÃO DE


EXISTÊNCIAS

Segundo PGC (2001, p. 124) esta rubrica destina-se a registar as diferenças


relativas ao custo de aquisição ou produção, resultantes da aplicação dos critérios
de valorimetria definidos para as existências, isto é, a diferença apurada entre o
valor de custo e o valor realizável líquido, quando o primeiro for superior ao
segundo.

Em relação à valorização das existências é referido o ponto 7.2.5 das políticas


contabilísticas (Existências), que “as existências devem ser mensuradas pelo custo
ou valor realizável líquido, dos dois o mais baixo”.

O valor realizável líquido é o preço de venda esperado de um bem deduzido dos


necessários custos previsíveis de acabamento de acordo com o ponto 6.2 das notas
explicativas (Definições especificas – Valor realizado líquido) e deve ser usado

151
quando o valor do custo não puder ser recuperável pelo uso ou pela venda.
(Almeida, 2014, p. 132).

Nota: Preço de venda (Pv) < Custo, quando os bens está se aproximar a data de
expiração, podemos proceder a provisão.

De acordo com Magro e Magro (2008, p. 442) em termos fiscais, pode-se colocar
dois cenários no que respeita à anulação da provisão, decorrentes do tratamento
que tenha sido dado à provisão, aquando da sua contribuição:

1. A provisão foi criada em obediência aos requisitos para aceitação fiscal do


custo, (artigo 36 º do CII) situação que não determina agora, qualquer
procedimento especial a determinação do resultado fiscal; ou,
2. Aprovisão não foi criada em obediência aos requisitos do artigo 36º, tendo
sido acrescida o quadro 05 da declaração de rendimentos Modelo 1, sendo
que neste caso, também não deverá ser considerada a sua anulação e como
tal, deve o valor ser deduzido para efeitos determinação do resultado fiscal.

Esta conta divide-se pelas seguintes subcontas:

 29.2 – Matérias-primas, subsidiárias e de consumo


o 29.2.1 – Matérias-primas
o 29.2.2 – Matérias subsidiárias
o 29.2.3 – Matérias de consumo
 29.3 – Produtos e trabalho em curso
o 29.3.1 – Produtos em curso
o 29.3.2 – Trabalho em curso
 29.4 – Produtos acabados e intermédios
o 29.4.1 – Produtos acabado
o 29.4.2 – Produtos intermédios
 29.5 – Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
o 29.5.1 – Subprodutos
o 29.5.2 – Desperdícios
o 29.5.3 – Resíduos
o 29.5.4 – Refugos
 29.6 – Mercadorias

152
Esquematizadamente temos:

29 – Provisão para dep. de existência 78.1.1 – Provisões do exercício de existências

Respectiva Subconta Respectiva subconta

Pela provisão das existências

68.1.1 – Redução de provis. das existências 29 – Provisão para dep. De existência

Respectiva subconta Respectiva subconta

Pela reposição ou anulaçãodas provisões

Deve-se ter atenção que a provisão para depreciação de existências tem fiscalmente
um limite anual de 1% e um limite acumulado de 4% de acordo com a tabela das
taxas dos limites de que se refere ao decreto presidencial nº 204/15, 28 de Outubro.
Imagem da tabela encontra-se fixada no anexo.

 Procedimentos contabilísticos

Em Setembro do ano 2017 adquiriu-se via cheque mercadorias no valor de


2.000.000 kz ao custo unitário de 2000, kz com pretenção de serem vendidas 2400
kz. Ao 31 de Dezembro de 2017 procedeu-se a provisão para existência pelo facto
da mesma apresentar um valor realizável líquido 1900 kz.

21.2 – Compras Mercadoria 43.1.1 – Banco

2.000.000 2.000.000 T 2.000.000

26 - Mercadorias

T 2.000.000

29.6 – Provisão das mercadorias 78.1.1.5 – Provisão de mercadorias

80.000 100.000 100.000

Sc: 20.000

100.000 100.000

153
68.1.1.5 – Reposição de provisão das mercadorias

80.000

Nota: O valor realizável é 1.900.000 (1000 × 1900 = 1.900.000), a possível perda é


100.000 (2.000.000 – 1.900.000 = 100.000). Portanto, a provisão é de 20.000
(2.000.000 × 1% = 20.000) reposição da provisão é de 80.000 (100.000 – 20.000 =
80.000)

CAPÍTULO 5 – CLASSE 3
5.1 – Conta 31 - Clientes

154
5.1 - NOÇÕES

Nesta classe 3 – terceiro é uma das classes onde encontramos as contas do activo
e as contas do passivo, onde são registados as relações que as empresas
estabelecem com os terceiros, como por exemplo clientes, fornecedor, estado e etc.
Todas dívidas a pagar ou receber pela empresa são devidamente agregada nesta
classe.

Segundo Almeida (2014, 157) incluem-se ainda nesta classe as contas que
permitem cumprir a base de acréscimo, isto é, permitem o reconhecimento das
operações e outros acontecimentos quando ocorrem, “independentemente da data
em ocorre o respectivo recebimentoou pagamento”, nomeadamente as contas de:
proveitos a facturar; Encargos a repartir por período futuro; Encargos a pagar e
proveitos a repartir por período futuro.

A classe 3 – terceiro, encontram-se desdobradas pelas seguintes contas colectivas:

 31 – Clientes;
 32 – Fornecedores;
 33 – Empréstimos;
 34 – Estado;
 35 – Entidades participantes e participadas;
 36 – Pessoal;
 37 – Outros valores a receber e a pagar;
 38 – Provisões para cobranças duvidosas;
 39 – Provisões para outros riscos e encargos.

5.2. CONTA 31 – CLIENTES


Registamos como clientes aquelas entidades físicas ou jurídica que adquirem os
bens e serviço a prazo ou crédito prestado pela empresa. Portanto, todo aquele que
estabelece relação com a empresa comprando os seus bens e serviços torna-se um
cliente.

155
Segundo Lousã (2010, p.127) Assim, a conta clientes engloba todos os compradores
de mercadorias, produtos e serviços da empresa. Quandoas vendas forem
efectuadas a crédito (a prazo) os créditos daí resultantes serão registadas nesta
conta. Todavia, há que distinguir os créditos correntes dos créditos titulados.

Nesta conta colectiva é debita pelas vendas a crédito, nota de débito e são
creditadas pelas cobranças sobre os clientes, nota de crédito inclui as devoluções de
vendas e por fim também creditamos pelo adiantamento. Esquematicamente temos:

31 - Clientes

Vendas a crédito Cobranças dobre clientes


Notas a crédito Notas de crédito (incluindo devolução de vendas)
Adiantamentos

Esta rubrica encontra-se desdobrada pelas seguintes contas divisórias principal:

 31.1 – Clientes – correntes;


 31.2 – Clientes – títulos a receber;
 31.3 – Clientes títulos descontados;
 31.8 – Clientes de cobrança duvidosa;
 31.9 – Clientes – saldos credores.

5.2.1. Conta 31.1 – Clientes-correntes

Nesta conta são registados os clientes que compram os bens e serviços a empresa
a crédito corrente, um cliente normal da empresa.Entretanto, os créditos que estão
titulados a letras ou outros títulos a receber não devem ser registados nesta rubrica
31.1 – Clientes correntes.

Segundo Borges at al. (2007, p. 225) regista, esta conta todo movimento corrente
efectuadopela empresa com os seus clientes. Debita-se pelos aumentos das dívidas
correntes dos clientes e credita-se pelas diminuições das mesmas. Consideram
dívidas correntes todas aquelas que não sejam titulados, como acima referido,
comprovadas apenas por facturas, notas de débito, ou de lançamento, mas não por
títulos de crédito assim como as que não sejam de cobrança duvidosas.

156
 Procedimentos contabilísticos

Nota de factura n º ao Clientes Bartolomeu Pedro Gaspar no valor de 850.000 Kz.

61.3 – Vedas de mercadorias 31.1 – Clientes correntes

850.000 Pela factura emitidas 850.000

No ano seguinte o Bartolomeu Pedro Gaspar pagou a sua dívida.

31.1 – Clientes correntes 43.1.1 - Banco

S.i 850.000 850.000 Pelo pagamento da sua dívida 850.000

34.7 – Imposto de selo 75.3.1.1 – Imposto de selo

8.500 8.500

Nota: imposto de selo 1% do valor recebido, portanto 850.000 × 1% = 8.500 este


resultado é nosso imposto de selo, na conta 34 falaremos mas respeito dos
impostos de selo.

A conta 31.1 – Clientes correntes estão divididas pelas seguintes contas do 3º grau:

 31.1.1 – Grupo
o 31.1.1.1 – Subsidiárias
o 31.1.1.2 – Associadas
 31.1.2 – Não grupo
o 31.1.2.1 – Nacionais
o 31.1.2.2 – Estrangeiros

Para melhor compreensão, temos movimentos esquematicamente:

31.1 – Clientes correntes

Facturas emitidas (vendas, P. Serviços) Pagamentos (de clientes)

Notas de débito (encargos c/ clientes, tais Saques de letras ou outros


como fretes, seguros, encargos bancários, títulos de crédito
etc.) Nota de crédito
Anulação de letras (reforma, devolução, Devolução de vendas
recâmbio).
Dívidas de cobrança duvidosa
Anulação de adiantamentos 157
Observação: Uma vez que na conta 31 – Clientes são creditadas pelas devoluções,
no capítulo oito tratará dos proveitos portanto falaremos das devoluções em questão
de vendas.

5.2.1. Conta 31.2 – Clientes títulos a receber

Segundo PGC (2001, p. 130-131) esta conta destina-se a registar as letras sacadas
a clientes e por estes aceites. Reflecte portanto, em qualquer momento, as dívidas
de clientes que estejam representadas por títulos ainda não vencidos, quer estejam
em carteira, quer tenham sido descontados.O valor das letras a que constar no
balanço deverá dizer respeito às letras em carteira pelo que para o respectivo
apuramento deverá ser determinada a diferença entre o saldo desta conta e a conta
clientes – títulos descontados.

Normalmente esses tipos de clientes surgem quando há um saque de uma letra.


Saque é emissão de título de crédito ou ordem de pagamento contra alguém. Ainda
de acordo com Lousã (2010, p. 129) estamos perante um saque, quando a empresa
emite uma letra para titular um crédito sobre um seu cliente. Enquantointervenientes,
a empresa é o sacador e o seu cliente o Aceitante ou Sacado. Contabilisticamente,
esta operação consiste na transferência de conta corrente para títulos a receber pelo
valor nominal da letra sacada, como seguinte.

31.1 – Clientes correntes 31.2 – Clientes títulos a receber


Respectiva subconta Respectiva subconta
Valor nominal da letra

A conta 31.2 – Clientes títulos a receber está dividida pelas seguintes contas do 3º
grau:

 31.2.1 – Grupo
o 31.2.1.1 – Subsidiárias
o 31.2.1.2 – Associadas
 31.2.2 – Não grupo
o 31.2.2.1 – Nacionais
o 31.2.2.2 – Estrangeiros

Para entendermos bem a movimentação dessa conta temos o seguinte esquema:

158
31.2 – Clientes – Títulos a receber
Saques Endossos a terceiros
Endossos de terceiros Descontos
Reforma (anulação)
Cobranças
Protestos (letras em carteiras)
O seu saldo, sempre devedor, indica-nos o montante das letras em carteiras. Só um
registo auxiliar poderá efectuar-se através da utilização da conta a ordem nos dará o
montante das letras emitidas sobre clientes e ainda vencidas, o que traduz a
verdadeira responsabilidade da empresa como garante de pagamento de tais títulos.
(Borges at al. 2007, p.233).

 Procedimentos contabilísticos

A Cliente Quésia Júlia Soiépia do grupo associada tinha uma dívida inicial com
Empresa Diaguxi & Kianga Lda. no valor de 1.000.000 Kz, a empresa sacou uma
letra (saque nº 0073) sobre a cliente no montante 50% da dívida inicial.

31.1.1.2 – C/C-Grupo-associada 31.2.1.2 – C/ títulos a receber-Grupo associada


S.i. 1.000.000 500.000 500.000

Nota: 1.000.000 × 50% = 500.000.

Além de fazermos registo nesta conta pelo saque de uma letra, também são
registadas pelo endosso de uma letra. Segundo Lousã (2010, p. 130) Endosso
consiste na transmissão de uma letra a um terceiro. É feito pelo portador da letra. As
letras enquanto títulos transmissíveis, podem ser utilizadas como meios de
pagamentos, através do respectivo endosso a terceiros.

Esquema:

Primeiro, o endossado verifica-se uma entrada de letras a receber, registo:

31.1 – Clientes correntes 31.2 – Clientes títulos a receber


Respectiva subconta Respectiva subconta
Valor nominal da letra

159
Segundo, endossante verifica a saída de letras a receber, registo:

31.2 – Clientes títulos a receber 32 – Fornecedores


Respectivas subcontas Respectivas subcontas
Valor nominal (Vn)

37 – Outros valores a receber ou pagar


Respectivas subcontas
Vn

 Procedimentos contabilísticos

Em 08 de Marços, a Empresa Kianga, Lda. Endossou uma letra s/ saque nº 0073 a


cliente Quésia Júlia Soiépia no valor de 500.000 Kz ao seu Fornecedor Ango -
Alimenta Lda. Sabendo que a empresa tenha uma dívida inicial com fornecedor de
500.000 Kz.

31.2.1.2 – C/ títulos a receber 32.1 – Fornecedor - corrente

S.i. 500.000 500.000 500.000 500.000 S.i

5.2.1.1. Desconto bancário de uma letra

Segundo Lousã (2010, p. 131) através do desconto bancário de uma letra, o seu
portador recebe antecipadamente, isto é, antes da data de vencimento, o respectivo
valor líquido de desconto, que corresponde à diferença entre o seu valor nominal e
os encargos de desconto (juros e outras despesas, cobrados pelo banco).

Para efeito, o portador da letra terá de a endossar ao banco acompanhada de uma


proposta de descontos. Posteriormente, no caso de a proposta ser aceite o banco
envia um aviso de lançamento, comunicando à empresa (endossante) qual o valor
colocado a sua conta bancária, assim como encargos de descontos.

Para fazer desconto bancário aqui se ter em conta seguinte equação:

VL = VN – ED

160
Onde:

VL – Valor actual ou líquido de desconto

VN – Valor Nominal da letra descontada

ED – Encargos do desconto (juros, comissões de cobrança, imposto, portes e outras


despesas).

Quando do desconto deve-se fazer o seguinte registo: debitar a conta 43 – Depósito


a ordem pelo valor líquido (VL) e também debita-se pelo encargos do desconto a
conta 76.1.4 – Juro de desconto de título e encontra partida credita-se na conta 31.2
– Clientes títulos a receber pelo valor nominal da letra. Temos esquematicamente:

31.2 – Clientes títulos a receber 43 – Depósito a ordem

Respectiva subconta Respectiva subconta

VN VL

76.1.4 – Juros de descontos de título

ED

Depois do cliente suportar os encargos do desconto por meio de uma nota de débito,
anula-se a conta 76.1.4 – Juros de descontos de títulos com um crédito. Deve-se
fazer o seguinte lançamento contabilístico:

76.1.4 – Juros de descontos de título 31.1 – Clientes corrente

Respectiva subconta

Encargos do desconto

Observação como sugestão: em vez de registarmos a crédito a conta custo 76.1.4


– Juros de descontos de títulos a fim de anular conforme esquematizado por Borges
(2007, p. 228), como sabemos todos custos podem ser anulado por proveito,
portanto podemos registar da seguinte forma a fim de anular o custo resultante do
Encargo descontado:

161
66.1.4 – Juros de descontos de título 31.1 – Clientes corrente

Respectiva subconta

Encargos do desconto

Tanto o custo e o proveito resultante dos encargos descontados serão anulados


quando fazermos o apuramento de resultados, que vamos considerar no capítulo
doze.

Em termos de actividade comercial é usual as empresas debaterem-se com


problemas de liquidez em termos de tesouraria, o que implica o recurso constante a
meios de financiamento de curto prazo, nomeadamente ao desconto de letras.
(Lousã, 2010, p. 131).

 Procedimentos contabilísticos

A empresa DOMATEC Lda. Apresentou a dívida inicial do Cliente título a receber


Bartolomeu Pedro Gaspar no valor 4.000.000 Kz. Saque nº 0101 s/ Bartolomeu
Pedro Gaspar no valor 2.500.000 Kz o mesmo foi descontado em 10 de Outubro no
Banco ascendendo os encargos de desconto a 900.000 Kz debitados ao clientes
(Nota de débito nº 002).

31.2 – Clientes títulos a receber 43.1.1 - Banco

S.i. 4.000.000 2.500.000 1.600.000

76.1.4 – Juros de descontos

900.000

Nota: Para encontra o valor líquido registado na conta 43.1.1 – Banco, a faz o
seguinte VL = VN – ED (VL = 2.500.000 – 900.000, então o VL = 1.600.000).

Os encargos do desconto será suportado pelo, faz o seguinte registo:

31.2 – Clientes Corrente 66.1.4 – Juros de descontos de títulos

900.000 900.000

162
5.2.1.2. Cobrança de um saque

De acordo com Lousã (2010, 132) A cobrança de uma letra é a operação pela qual,
a data de vencimento, o seu portador apresenta a pagamento ao sacado, com o
objectivo de receber o respectivo valor.

O mesmo autor salienta que há duas modalidades de cobrança nomeadamente:

 Cobrança directa;
 Cobrança bancária.

Cobrança directa: é quando o portador da letra faz a cobrança ao sacado


(devedor). Contabilisticamente temos:

31.2 – Clientes título a receber 45.1.1 – Caixa


Respectiva subconta Respectiva subconta
Cobrança de uma letra

 Procedimentos contabilísticos

A empresa DOMATEC Lda. efectuou cobrança da letra nº 0101 no valor 1. 500.000


Kz. Da dívida inicial do clientenão grupo nacionais detítulos a receber Bartolomeu
Pedro Gaspar no valor de 2.400.000 Kz.

31.2.2.1 – C/ títulos a receber - não grupo-nacionais 45.1.1 - Caixa

S.i. 2.400.000 1.500.000 1.500.000

Cobrança bancária: é quando o banco faz a cobrança da letra pelo pedido do


portador e o mesmo banco suporta as despesas resultantes à prestação do serviço
como por exemplo comissão de cobrança, impostos de selo e os portes.

É evidentemente que por esse serviço o Banco cobra determinado montante, que
representa um encargo para o cliente.

 A comissão,que constitui uma percentagem ou permilagem sobre o valor


nominal da letra;

163
 O impostos de selo, que se traduz uma percentagem sobre o valor da
comissão;
 Os portes, que resultam de despesas com gastos postais, telegráficos ou
telefónicos. (Lousã, 2010, p. 133).

Após a recepção do aviso de lançamento, efectuam-se os seguintes registos:

31.2 – Clientes títulos a receber 31.1 – Clientes corrente

Respectiva subconta Respectiva subconta

Envio para cobrança do saque nº

Pelo pagamento da cobrança, faz o seguinte registo contabilístico:

31.1 – Clientes correntes 43.1.1 – Banco


Respectiva subconta Respectiva subconta
Valor depositado
76.1.6 – Juros e serviços bancários
Encargos bancários

 Procedimentos contabilísticos

A empresa DOMATEC Lda. Solicitou ao Banco para proceder a cobrança da letra nº


0101 no valor 1. 500.000 Kz. Da dívida inicial do cliente não grupo títulos a receber
Bartolomeu Pedro Gaspar no valor de 2.400.000 Kz supondo os seguintes encargos:
Comissões 8%, Imposto de Selo 1% e portes 3%.

31.2.2.1 – C/ títulos a rec. - não grupos-nacionais 31.1.2.1 C/C – Letras à cobrança

S.i. 2.400.000 1.500.000 1.500.000 1.500.000

43.1.1 – Banco 76.1.6 – Juros e serviços bancário

1.320.000 180.000

Nota: Para comissão – 1.500.000 × 8% = 120.000; Imposto de selo – 1.500.000 ×


1% = 15.000 e no caso do Portes – 1.500.000 × 3% = 45.000 portanto os encargos

164
totalizaram 180.000 (120.000 + 15.000 + 45.000 = 180.000). O valor líquido
registado na conta 43.1.1 – Banco é resultado da diferença do valor a crédito do
cliente corrente de letras de cobrança com os encargos (1.500.000 – 180.000 =
1.320.000).

5.2.1.3. Reforma de uma letra


Na data de vencimento da letra, o aceitante (sacado), não tendo condições
financeiras que permitam a respectiva liquidação, pode solicitar ao seu portador a
sua substituição, total ou parcial, por um ou mais títulos, evitando, assim que ela
seja protestada. Caso o portador concorde com a respectiva substituição,
concretizar-se-á a operação de reforma, que assumirá uma das
seguintesmodalidades:

 Reforma total: é quando o saque vencido é anulado e substituído por novo


aceite no mesmo ano, acrescido ou não de despesas de reforma;
 Reforma parcial: é quando o sacado paga uma parte do saque vencido e
aceita nova letra pelo valor em dívida, acrescido ou não de despesas de
reforma inerentes à parte por liquidar. (Lousã, 2010, p. 133-134).
a) Reforma total

Segundo Lousã (2010, p. 134) a reforma é total quando o sacado não efectua
qualquer pagamento a data do vencimento, e a letra vencida é substituída por outra
ou outras com vencimento posterior.

A nova letra poderá ser o mesmo montante da letra vencida, caso as despesas da
reforma e o custo da nova letra ou letras sejam pagos à parte, ou de montante
superior, caso a nova letra as inclua.

No caso da reforma total temos que destacar, duas situações:

165
 Os juros e encargos são incluídos na nova letra

31.2 – Clientes títulos a receber 31.1 – Clientes correntes


Respectiva subconta Respectiva subconta
Anulação do saque nº…

Pela anulação do saque antigo


66.1.1.9 – Juros – outros
Pelos juros e encargos a incluir na nova letra
Nota de débito para o cliente

31.1 – Clientes correntes 31.2 – Clientes títulos a receber


Respectiva Subconta Respectiva subconta
Emissão do saque nº…
Pela emissão do novo saque

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Dianguxi & Kianga Lda. principiou a sua actividade com cliente título a
receber não do grupo nacionais no valor de 2.600.000, 00, o mesmo reformou
totalmente o saque nº 0102 da dívida inicial e pagou juros incluído na nova letra no
valor de 450.000 Kz.

31.2.2.1 – C/ t. a r. Não grupo-nacionais 31.1.2.1 – C/c Não grupo nacionais


S.i. 2.600.000 2.600.000 2.600.000 3.050.000
3.050.000
450.000
66.1.1.9 – Juros – Outros
450.000
Nota: pela anulação do saque antigo credita-se na conta 31.2.2.1 (2.600.000) e
débito na cota 31.1.2.1 (2.600.000). Pelos juros e encargos credita-se na conta
166
66.1.1.9(450.000) e em contrapartida a débito a conta 31.1.2.1(450.000),no caso da
emissão de uma letra credita-seo somatório (2.600.000 + 450.000 = 3.050.000) na
conta 31.1.2.1 e a débito a conta 31.2.1.1 (3.050.000).

 Os juros e encargos são pagos à parte.


31.2 – Clientes títulos a receber 31.1 – Clientes correntes
Respectiva subconta Respectiva subconta
Anulação do saque nº…
Pela anulação do saque antigo
66.1.1.9 – Juros – Outros 43.1.1 – Banco
Respectiva subconta
Recebi relativo aos juros e encargos
Pelo recebimento dos juros e restantes encargos

31.1 – Clientes correntes 31.2 – Clientes títulos a receber


Respectiva subconta Respectiva subconta
Emissão do saque nº…
Pela emissão do novo saque

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Dianguxi & Kianga Lda. principiou a sua actividade com cliente título a
receber não do grupo estrangeiro no valor de 2.600.000, 00, o mesmo reformou
totalmente o saque nº 0102 da dívida inicial e pagou a parte os juros da nova letra
no valor de 450.000 Kz.

31.2.2.2 – C/ t. a r. Não grupo-nacionais 31.1.2.2 – C/c Não grupo nacionais


S.i. 2.600.000 2.600.000 2.600.000 2.600.000
2.600.000
66.1.1.9 – Juros – Outros 43.1.1 - Banco
450.000 450.000

Nota: Pela anulação do saque antigo do saque credita-se na conta 31.2.2.2 –


Clientes títulos a receber de clientes estrangeiros (2.600.000) e a débito na

167
conta 31.1.2.2 – Clientes correntes não grupo estrangeirosde igual valor
(2.600.000). Registamos a crédito na conta 66.1.1.9 – Juros –
Outros(450.000)pelos juros ou encargos eem contrapartida a débito na conta 43.1.1
– Banco (450.000).Pela emissão do saque nº 0102 registamos a crédito na conta
31.1.2.2 – C/c não grupo estrangeiros(2.600.000) e a débito na conta 31.2.2.2 –
Clientes títulos a receber não grupos – estrangeiros (2.600.000).

b) Reforma parcial
Segundo Borges at al. (2007, p. 229) Na reforma parcial, aliás, a mais frequente,
deveremos três momentos para efeito de registo contabilístico:

 Pedido de reforma por parte do cliente que, sendo aceite, irá originar o
lançamento de anulação da letra que atingiu a data de vencimento;
 Amortização de parte do valor da dívida devendo efectuar-se o lançamento da
correspondente entrada de fundos;
 Emissão da nova letra, com ou sem encargos incluídos, a que
corresponderão lançamentos correntes de saque e de encargos.

Nem sempre a reforma é total! A reforma diz-se parcial quando a letra vencida for
substituída por uma ou mais cujo montante é inferior ao da letra vencida. Assim, diz-
se parcial quando, na data de vencimento, o sacado paga uma parte do valor da
letra e aceita outra ou outras pelo montante que resta em dívida. (Lousã, 2010, p.
136).

 A nova letra inclui juros e encargos

31.2 – Clientes títulos a receber 31.1 – Clientes correntes


Respectiva subconta Respectiva subconta

Anulação do saque nº…


Pela anulação do saque antigo

31.1 – Clientes – correntes 43.1.1 – Banco ou 45.1.1 - Caixa


Respectiva subconta Respectiva subconta
Recebimento do Cliente
Pelo recebimento parcial
168
66.1.1.9 – Juros – Outros 31.1 – Clientes correntes
Respectiva subconta
Nota de débito para o cliente: juros e encargos
Pelos juros e encargos debitados ao cliente

Pela emissão do novo saque


31.1 – Clientes correntes 31.2 - Clientes títulos a receber
Respectiva subconta Respectiva subconta
Emissão do novo saque com juros e encargos incluídos

 Procedimentos contabilísticos
A empresa Benvindo Kianga Lda. principiou a sua actividade com cliente título a
receber do grupo subsidiário no valor de 2.600.000, 00, o mesmo reformou
parcialmente o saque nº 0102 evia cheque recebeu por partes dos clientes
1.600.000, Kz da dívida inicial. Pagou os juros incluído na nova letra no valor de
450.000 Kz.

31.2.1.1 – C/ t. a r. Do grupo-subsidiário 31.1.1.1 – C/c Do grupo subsidiário


S.i. 2.600.000 2.600.000 2.600.000 1.600.000
1.450.000 450.000 1.450.000
66.1.1.9 – Juros – Outros 43.1.1 - Banco
450.000 1.600.000

Nota: Pelo recebimento e anulação do saque Credita-se todo valor da letra


(2.600.000) na conta 31.2.1.1 – Clientes títulos a receber do grupo – subsidiárioe
a débito na conta 31.1.1.1 – Clientes correntes do grupo subsidiário (2.600.000).
Pelo recebimento parcial debita a conta 43.1.1 – Banco (1.600.000) e em
contrapartidacredita-se (1.600.000) na conta 31.1.1.1 – Clientes correntes do
grupo subsidiária. Pelos juros e encargos debita-se (450.000)na conta 31.1.1.1 –
Clientes correntes do grupo – subsidiário e o mesmo juro incluído a crédito na
conta 66.1.1.9 – Juros – Outros (450.000). Portanto, no caso da emissão do novo
saque faz-se a subtracção de (3.050.000 – 1.600.000 = 1.450.000) e credita-se na

169
conta 31.1.1.1 – Clientes correntes – do grupo subsidiário (1.450.000) e a débito
na conta 31.2.1.1 – Clientes títulos a receber do grupo subsidiário (1.450.000).

 Os juros e restantes encargos são recebidos à parte

31.1 – Clientes títulos a receber 31.1 – Clientes correntes


Respectiva subconta Respectiva subconta
Pela anulação do saque antigo
Pelo recebimento de parte da dívida e dos juros e encargos
31.1 – Clientes correntes 45.1.1 - Caixas ou 43.1.1 – Banco
Respectiva subconta Respectiva subconta
Parte da dívida

Parte da dívida + juros e encargos

Juros e encargos

31.1 – Clientes correntes 31.2 – Clientes títulos a receber


Respectiva subconta Respectiva subconta
Pela emissão do novo da letra

 Procedimentos contabilísticos
A empresa Dianguxi & Kianga Lda. principiou a sua actividade com cliente título a
receber do grupo subsidiário no valor de 2.600.000, 00, o mesmo reformou
parcialmente o saque nº 0102 e via cheque recebeu por partes dos clientes
1.600.000, Kz da dívida inicial. Pagou os juros a parte por transferência na nova letra
no valor de 450.000 Kz.

31.2.1.1 – C/ t. a r.do grupo – subsidiária 31.1.1.1 – C/c do grupo – subsidiária


S.i. 2.600.000 2.600.000 2.600.000 1.600.000
550.000 450.000
550.000
43.1.1 - Banco
2.050.000
170
Nota: Pela anulação do saqueCredita-se pelo valor total da letra (2.600.000) na
conta 31.2.2.1 – Clientes títulos do grupo subsidiáriae em contrapartida a débito
(2.600.000) 31.1.1.1 – Clientes correntes não grupo subsidiária. Pela parte da
dívida e pelos juros e encargos (1.600.000 e 450.000) credita-se a conta 31.1.1.1 –
Clientes correntes do grupo subsidiária e o somatório da parte da dívida com os
juros (1.600.000 + 450.000 = 2.050.000)debita na conta 43.1.1 – Banco(2.050.000).
O Pela emissão da nova letra a crédito (2.600.000 – 2.050.000 = 550.000)na
conta31.1.1.1 – Clientes correntes do grupo subsidiária (550.000)e a debita-sena
conta 31.2.1.1 – Clientes títulos a receber do grupo – subsidiária (550.000).

5.2.1.4. O recâmbio e protesto

Segundo Borges at al. (2007) o recâmbio é a devolução duma letra por falta de
pagamento e que havia sido, ou não, descontada envolve sempre o débito, por parte
da instituição de crédito das partes e eventualmente, de outras despesas. Sejam
então:

 VN – Valor nominal da letra recambiada;


 Despesas de recâmbio (portes e outros).

43.1.1 – Banco 31.1 – Clientes correntes


Respectiva subconta Respectiva subconta
VN + D VN + D
Pela letra que havia sido descontada no Banco

a. A letra estava em carteira mas havia sido enviada à cobrança através do


Banco:

31.2 – Clientes títulos a receber 31.1 – Clientes correntes


Respectiva subconta Respectiva subconta
VN VN + D
43.1.1 - Banco
D

171
Note que os encargos deverão ser sempre debitados directamente ao cliente.

 Procedimentos contabilísticos

A empresa DOMATEC Lda. Apresentou a dívida inicial do Cliente título a receber


Bartolomeu Pedro Gaspar no valor 4.000.000 Kz. Fez recâmbio do saque nº 0101 s/
no valor 2.500.000 Kz o mesmo ascendendo os encargos de desconto a 900.000 Kz
debitados ao clientes (Nota de débito nº 002).

31.2 – Clientes títulos a receber 43.1.1 - Banco


S.i. 4.000.000 2.500.000 900.000

31.1 – Clientes correntes


3.400.000

No que tange o protesto, de acordo com Borges at al. (2007, p. 232) tal como o
recâmbio também as despesas de protesto devem ser debitadas directamente ao
cliente. Como protesto corresponde a uma acção coerciva movida sobre o cliente
para recebimento do seu débito, consideramos que por tal facto, este último deverá
ser considerado de cobrança duvidosa daí o interesse em ser transferido o seu valor
da conta corrente para conta de cobrança duvidosa se tal procedimento não estiver
ainda adaptado:

 Momento

31.2 – Clientes – títulos a receber 31.1 – Clientes – correntes

Respectiva subconta Respectiva subconta


VN Pelo protesto de letra em carteira VN

43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa 31.1 – Clientes correntes


Respectiva subconta Respectiva subconta
P Pelas despesas de protesto P

172
31.1 – Clientes correntes 31.8–Clientes de cobrança duvidosa
Respectiva subconta Respectiva subconta
Pela transferência do saldo da conta

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Dianguxi & Kianga Lda. Principiou a sua actividade inicial com Clientes
títulos a receber no valor 2.385.400, Kz a mesma letra no mês de Março a empresa
protestou e suportou despesas de protesto 400.000 Kz.

31.2 – Clientes título a receber 31.1 – Clientes correntes


S.i. 2.385.400 2.385.400 2.385.400 2.785.400
400.000
43.1.1 – Banco 31.8.1 – Clientes de cobrança duvidosa
400.000 2.785.400

5.2.2. Conta 31.3 – Clientes títulos descontados

De acordo com PGC (2001, p. 131) Esta conta tem natureza credora e destina-se a
registar as letras descontadas. Na data de vencimento das letras esta conta deverá
ser debitada da seguinte forma:

 Por contrapartida da conta 31.2 – Clientes – títulos a receber, caso na data de


vencimento a letra não seja devolvida por falta de pagamento;
 Por contrapartida da conta bancária onde o desconto haja sido efectuado,
caso a data de vencimento a letra seja devolvida por falta de pagamento. Em
simultâneo, deverá ser efectuada a transferência da letra reflectida em 31.2 –
Clientes – títulos a receber para conta 31.1 – Clientes correntes.

Saldo desta conta reflecte, portanto, em qualquer momento, o valor das letras
descontadas ainda não vencidas que deverá figurar numa nota das Notas às contas,
dado que a responsabilidade da entidade o banco se mantém.

A apresente conta encontra-se desdobrado pelas seguintes subcontas:

 31.3.1 – Grupo
o 31.3.1.1 – Subsidiárias

173
o 31.3.1.2 – Associadas
 31.3.2 – Não grupo
o 31.3.2.1 – Nacionais
o 31.3.2.2 – Estrangeiras

Esquematicamente temos:

31.3 – Clientes – Títulos descontados 43.1.1 – Banco


Respectiva subconta Respectiva subconta

Letra descontada 37.4.3 – Encargos a repartir por


períodos futuros – Juros

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Dianguxi & Kianga Lda. Sacou uma letra da dívida inicial no valor de
2.000.000 do clientes corrente do subsidiário Kz, no dia seguinte, esta letra foi
descontado no BFA e a conta bancária creditada apenas por 1.450.000 Kz e a
diferença refere-se a encargos bancários.

31.1.1.1 – C/ c.Dogrupo subsidiário 31.2.1.1 – C. Título a receber do grupo subsid.

S.i. 2.000.000 2.000.000 2.000.000

31.3.1.1 – C/ títulos descontados do grupo subsidiário 43.1.1 – Banco


2.000.000 1.450.000

37.4.3 – Enc. A repart. Por período – Juros


550.000

Se os encargos fossem por conta do cliente:


37.4.3 – Enc. A repart. Por período – Juros 31.1.1.1 – C/ c. do grupo subsidiária
S.i. 550.000 550.000 550.000

174
Na data do vencimento a letra foi paga pelo aceitante:
31.2.1.1 – C. título a receber do grupo subsid. 31.3.1.1 – C. títulos descontados
S.i. 2.000.000 2.000.000 2.000.000 2.000.000 S.i.
Observação: Se a letra tivesse sido devolvida por falta de pagamento, faz o
seguinte lançamento.

43.1.1 – Banco 31.3.1.1 – C. títulos descontados


2.000.000 2.000.000 2.000.000 S.i

31.1.1.1 – C/c. do grupo subsidiária 31.2.1.1 – C. títulos a receber do grupo


2.000.000 S.i. 2.000.000 2.000.000

5.2.3. Conta 31.8 – Clientes de cobrança duvidosa

Para esta conta devem ser transferidas as dívidas de clientes cuja cobrança se
apresenta duvidosa, quer estejam ou não em litígio. A transferência será efectuada
em contrapartida da conta 31.1 – Clientes correntes, quando se levantarem dúvida e
reservas sobre a cobrabilidade dos créditos. (Borges, 2007, p. 233).

Segundo PGC (2001, p. 131) Esta conta, conforme o próprio nome indica, destina-se
a registar os clientes cujos saldos tenham uma cobrabilidade duvidosa. Quando
cessarem as razões que determinam a transferência dos saldos para esta conta, o
respectivo lançamento deverá ser revertido.

Portanto, consideramos um cliente de cobrança duvidosa quando o cliente excedi o


prazo estabelecidopara o pagamento e o mesmo encontra-se incapaz de honrar os
seus compromissos por razões de ser declarado judicialmente insolvente.

Esta conta encontra-se desdobrada pelas seguintes conta divisórias:

 31.8.1 – Clientes correntes;


 31.8.2 – Clientes títulos a receber.

Esquematicamente regista-se:

175
31.1 – Clientes correntes 31.8 – Clientes de cobrança duvidosa
Respectiva subconta Respectiva subconta

31.2 – Clientes títulos a receber Créditos de cobrança duvidosa


Respectiva subconta

Segundo Lousã (2010, p. 152) este lançamento de transferência não afecta de forma
directa os resultados da empresa, uma vez que se efectua entre duas subcontas
pertencentes à mesma conta do activo. Tal lançamento fornece, no entanto,
informações úteis à administração da empresa em relação à sua política de crédito.

 Pelo recebimento do crédito de cobrança duvidosa.

31.8 – Clientes de cobrança duvidosa 43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa


Respectiva subconta Respectiva subconta
Cobrança do crédito

 Pela incobrabilidade do crédito já considerado de cobrança duvidosa.


31.8 – Clientes de cobrança duvidosa 78.5 – Dívidas incobráveis
Respectiva subconta
Valor do crédito de cobrança duvidosa

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Dianguxi & Kianga Lda. Em 02 de Maio vendeu mercadorias a 20 dias o


valor de 4.000.000, Kz.

61.3 – Vendas mercadorias 31.1 – Clientes correntes


4.000.000 4.000.000

Em Outubro, a Dianguxi & Kianga Lda. Verificou que os clientes ainda não pagaram
a dívida, depois de 5 dias o tribunal declarou falência ao cliente e não houve
provisão constituída.

176
31.1 – Clientes correntes 31.8.1 – Clientes de cobrança duvidosa
S.i. 4.000.000 4.000.000 4.000.000 4.000.000

78.5 – Dívidas incobráveis


4.000.000

Supondo que o mesmo não foi declarado falência e pagou a sua via cheque dívida
depois de 5 dias.

31.8.1 – Clientes de cobrança duvidosa 43.1.1 – Clientes correntes


S.i. 4.000.000 4.000.000 4.000.000

5.2.4. Conta 31.9 – Clientes - Saldos credores

Esta rubrica como nome indica é uma conta de natureza credora e mesma
desdobrada pelas seguintes contas:

 31.9.1 – Clientes – Saldos credores – Adiantamentos;


 31.9.2 – Clientes – Saldos credores – Embalagens a devolver;
 31.9.3 – Clientes – Saldos credores – Material à consignação.

5.2.4.1 – Subconta 31.9.1 – Clientes – Saldos credores - Adiantamentos

Segundo PGC (2001, p. 131) Esta conta regista feitas à empresa relativas a
fornecimentos a efectuar a terceiros, cujo preço não esteja previamente fixado. A
quando da emissão da factura, estas verbas serão transferidas para as respectivas
contas na rubrica 31.1 – Clientes - correntes

De acordo com Borges at al. (2007) nesta conta são registada as entregas
adiantadas por conta de fornecimentos de bens e serviços com preços ainda não
totalmente determinado.

A conta 31.9.1 – Adiantamentos credita-se pela entrega dos clientes por conta de
futuros fornecimentos de bens e serviços e debita-se pela anulação das entregas
adiantadas, aquando da emissão da factura correspondente à transmissão definitiva

177
do bem ou serviço. Independentemente do valor da transmissão definitiva, o
adiantamento deve anulado pela sua totalidade, por crédito da conta 31.1 – Clientes
correntes. Assim, a conta 31.9.1 – Adiantamento terá saldo credor ou nulo, sendo
evidenciada no passivo, na respectiva rubrica.Esquematicamente:

31.9.1 – C/ saldos credores – Adiantamentos 43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa

Adiantamento
Pela entrega adiantado do cliente

31.1 – Clientes correntes 31.9.1 – C/ saldos credores Adiantamentos


Anulação do adiantamento
Pela emissão da factura

 Procedimentos contabilísticos

A Cliente Quésia Júlia Soiépia do grupo associado adiantou 850.000 por


transferência bancária Kz a empresa Dianguxi & Kianga Lda.

31.9.1 – C/ saldos credores – Adiantamento 43.1.1 - Banco


850.000 850.000

Depois de um mês a foi enviada a factura referente a venda das mercadorias o valor
de 1.000.000 Kz, no mesmo mês a empresa regularizou o adiantamento e a cliente
pagou a totalidade da dívida por transferência bancária.

61.3 – Vendas – Mercadorias 31.1.1.2 – C/ do grupo associado


1.000.000 1.000.000 850.000
150.000

31.9.1 – C/ Saldos credores adiantamentos 43.1.1 – Banco

850.000 850.000 S.i 150.000

Nota: Regularização credita-se na conta 31.1.1.2 (850.000) e a débito na conta


31.9.1 (850.000) para anular o desconto. No que tange o pagamento total da dívida
subtrai-se 1.000.000 – 850.000 = 150.000 credita-se na conta 31.1.1.2 (150.000) e a
débito na conta 43.1.1 (150.000).
178
5.2.4.2 – Subconta 31.9.2 – Clientes – Saldos credores – embalagens a
devolver
Segundo PGC (2001, p. 131) esta conta de natureza credora, regista o valor das
embalagens enviadas aos clientes por irem a acondicionar os bens vendidos mas
que se destinam a ser devolvidas.

Esta conta será saldada da seguinte forma:

 Por contrapartida da respectiva conta de clientes – correntes, na data da


devolução por parte do cliente;
 Por contrapartida da respectiva conta de vendas. Caso as embalagens não
sejam devolvidas dentro dos prazos acordados.

Esquematicamente:

31.9.2 – C/ – Saldos credores – Embalagens a devolver 31.1 – Clientes correntes

Pela embalagens a devolver

31.1 – Clientes correntes 31.9.2 – C/ - Saldos credores – Embalagens a devolv.

Pela devolução da embalagem

 Procedimentos contabilísticos

Nota de factura referente aos tonéis que transportaram vinho ao cliente Taberna,
Lda. No valor 460.000 Kz. (Gonçalvese Neves, 2014).

31.9.2 – Clientes corrente 31.1 – Clientes – correntes


460.000 460.000

Nota de débito do cliente referente à devolução dos tonéis.


31.9.2 – Clientes correntes 31.9.2 – C/ - Saldos credores - Embalagens
S.i. 460.000 460.000 460.000 460.000 S.i.

179
Os clientes não devolveram os tonéis.

61.4 – Venda 31.9.2 – C/ saldos credores – embalagens a devolver

460.000 460.000 460.000 S.i.

5.2.4.3 – Subconta 31.9.3 – Clientes – Saldos credores – material à


consignação
De acordo com PGC (2001, p. 132) esta conta de natureza credora é criada por
contrapartida da respectiva conta de clientes – correntes e regista o valor dos bens
enviados à consignação para os clientes. Esta conta será saldada da seguinte
forma:

 Por contrapartida da respectiva conta de vendas, na data em que os bens


tenham sido vendidos deixando, portanto, de estar à consignação.
 Por contrapartida da respectiva conta de clientes correntes, em caso de
devolução dos bens por não terem sido vendidos.

Esquematicamente temos:

31.9.3 – C/ material à consignação 31.1 – Clientes correntes


Respectiva subconta
Pela consignação porte dos clientes

61 – Vendas 31.9.3 – C/ material à consignação


Respectiva subconta
Pelos bens totalmente vendidos
Note que em questão de devolução credita-se na conta 31.1 – Clientes correntes e
em contrapartida a débito na conta 31.9.3 – Material consignação. Faz o seguinte
lançamento:

31.1 – Clientes correntes 31.9.3 – C/ Material de consignação


Respectiva subconta
Pela devolução

180
 Procedimentos contabilísticos

A Empresa Dianguxi & Kianga Lda. No mês de Fevereiro Mercadoria foram enviada
à consignação ao Cliente não grupo nacionais Eduardo Kudilonga o valor de
2.870.000 Kz da Nota de guia de remessa nº 0203.

31.9.3 – C/ material à consignação 31.1.2.1 – C/c não grupo nacionais


2.870.000 2.870.000

No mês seguinte devolveu 500.000 Pelo Cliente Eduardo Kudilonga.

31.1.2.1 – C/c não grupo nacionais 31.9.3 – C/ material à consignação


S.i. 2.870.000 500.000 500.000 2.870.000 S.i.

A Dianguxi & Kianga Lda. no mês de Agosto vendeu a totalidade das mercadorias e
a mesma recebeu o restante do valor das vendas.

61.3 – Vendas 31.9.3 – C/ material à consignação

2.370.000 2.370.000 2.370.000 S.i.

31.1.2.1 – C/c não grupo nacionais 45.1.1 - Caixa

S.i. 2.370.000 2.370.000 2.370.000

5.3. CONTA 32 – FORNECEDORES


Fornecedores são todas as entidades que as empresas compram os seus bens e
serviços, mas que devem eventualmente ser registado as possíveis compras a prazo
ou crédito de bens e serviços.

Segundo Borges at al. (2007) constatamos que nessa presente conta engloba todas
as dívidas a pagar resultante de bens e serviços utilizados ou consumidos pela
empresa no exercício da sua actividade corrente, ou seja, dívidas resultantes de
transacções correntes.

181
Entretanto todas dívidas correntes resultantes das compras de bens e serviços
devem ser registado na conta 32 – Fornecedores exceptoas compras de imobilizado
considerado no capítulo três não devem ser registados as compras a prazo ou
crédito de imobilizados os bens fixos e de investimentos a presente.

Conforme o esquema anterior considerado no capítulo quatro concretamente na


conta 21 – compras, temos esquematicamente:

32 –Fornecedores 21 – Compras
Respectiva subconta Respectiva subconta
Compras a prazo ou crédito de existências

21.7 – Compras 32 – Fornecedores

Respectiva subconta

Devolução de existências

Esta rubrica é de natureza passiva, razão pela qual o seu saldo credor, mas
algumas contas divisórias como veremos mais abaixo são de natureza devedora.

A conta 32 – Fornecedores encontra-se desdobrada pelas seguintes contas


divisórias do 2º grau:

 32.1 – Fornecedores – correntes;


 32.2 – Fornecedores – títulos a receber;
 32.3 – Fornecedores – títulos descontados;
 32.8 – Fornecedores – facturas em recepção e conferência;
 32.9 – Fornecedores – Saldos devedores.

5.3.1. Conta 32.1 – fornecedores - correntes

Nesta rubrica registam-se os débitos correntes a fornecedores todas as possíveis


dívidas que surgem das compras recepcionadas e conferidas e não sejam tituladas.

Segundo Borges at al. (20067, p. 240) à semelhante da conta 31.1 Clientes –


correntes, pensamosque todos os movimentos havidos com fornecedores, devem

182
passar pela conta corrente, como processo de “historiar” os mesmos quando da
necessidade de análise das suas contas.

Para melhor compreensão temos esquematicamente:

31.1 – Fornecedores – correntes


 Pagamentos  Saldo inicial
 Notas de crédito de fornecedores  Factura de fornecedores
 Devoluções de compras  Notas de débito de fornecedores
 Aceites de letra e outros títulos  Anulação de letras e outros títulos
 Anulação de aditamentos

Está subconta estão dobradas pelas seguintes contas divisórias:

 32.1.1 – Grupo
o 32.1.1.1 – Subsidiária
o 32.1.1.2 – Associadas
 32.1.2 – Não grupo
o 32.1.2.1 – Nacionais
o 32.1.2.2 – Estrangeiros

 Procedimentos Contabilísticos

A empresa Ango – alimenta Lda. Com sede em Ndalatando dedica a


comercialização de bens alimentar, inicial a sua actividade com valor em Banco de
2.450.000 Kz e dívida com fornecedor não grupo a nacionais no valor de 1.400.000
Kz. No mês de Março efectuou as seguintes operações:

 Dia 10 Factura nº 003, a 26 dias referente a compra de mercadorias o valor


de 500.000 Kz.
 No dia 15 Devolveu 50% das mercadorias.
 Dia 25Pagou a dívida inicial com o fornecedor.

43.1.1 – Banco 32.1.2.1 – F/ Não grupo - Nacionais


S.i. 2.450.000 1.400.000 (3) (2) 250.000 1.400.000S.i
(3) 1.400.000 500.000(1)

183
21.2 – Compras – Mercadorias 21.7 - Devolução
(1)500.000 250.000 (2 T) (2 T) 250.000 250.000(2)
250.000 (T)

26 – Mercadorias
(T) 250.000

Nota: devolução 500.000 × 50% = 250.000.

5.3.2. Conta 32.2 – fornecedores – títulos a receber

Este tipo de fornecedores é entidades que aceitam as nossas letras. Segundo Lousã
(2010, p. 130) o aceite é o acto pelo qual o sacado (aceitante), mediante a
assinatura da letra, se compromete a efectuar o seu pagamento de acordo com as
condições nelas estipuladas.

Entretanto, todas dívidas com fornecedores dessa natureza é representada por uma
letra, e as mesmas são provenientes de uma dívida corrente.

De acordo com PGC (2001, p 132) esta conta destina-se a registar as letras sacadas
pelos fornecedores e aceites pela entidade. O saldo desta conta deverá reflectir, em
qualquer momento, as dívidas a fornecedores não vencidas que se encontrem
representadas por letras ou outros títulos de crédito.

O movimento das letras a pagar deve ser registado num livro próprio – registo de
letras a pagar, aonde serão indicados entre outros: data nº do aceite, sacador, data
do saque, valor nominal do aceite em moeda nacional (e moeda estrangeira se for o
caso), vencimento e outros elementos de interesse informativo. (Borges at al., 2007,
p. 240).

Está presente conta esta dividida pelas seguintes subcontas:

 32.2.1 – Grupo
o 32.2.1.1 – Subsidiárias
o 32.2.1.2 – Associadas
 32.2.2 – Não grupo
o 32.2.2.1 – Nacionais
o 32.2.2.2 – Estrangeiro
184
Esquematicamente faz-se o seguinte lançamento:

32.2 – Fornecedores – títulos a pagar 32.1 – Fornecedores – Correntes


Respectiva subconta Respectiva subconta
Valor nominal do aceite

43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa 32.2 – Fornecedores – títulos a pagar


Respectiva subconta Respectiva subconta
Pelo pagamento para anular a letra

 Procedimentos contabilísticos
Factura nº 012 do Fornecedor do grupo subsidiária Silva Capaxi – Transformadora
Lda. Referente aquisição no mês de Novembro de matérias-primas no valor de
4.580.000 Kz.

32.1.1.1 – F/c Do grupo – subsidiária 21.1.1 – Compras de matérias-primas

4.580.000 4.580.000

No ano seguinte do mês de Fevereiro, a empresa aceitou uma letra sacada pelo
fornecedor Silva Capaxi.

32.1.1.1 – F/c Do grupo – subs. 32.2.1.1 – F. título a pagar – do grupo sub.


4.580.000 4.580.000 S.i. 4.580.000

No mês de Maio a empresa pagou via cheque dívida que tinha com o fornecedor
Capaxi.

43.1.1 – Banco 32.2.1.1 – F. título a pagar do grupo subsidiária

4.580.000 4.580.000 4.580.000 S.i

5.3.2.1. Reforma de uma letra


Segundo Lousã (2010, p. 140) quando na data de vencimento o aceitante (sacado)
não tiver capacidade financeira para pagar o valor da letra, pode solicitar ao
fornecedor a sua reforma total ou parcial.

185
Como já acima referido na reforma de letra no caso de clientes, no que tange o
fornecedor não foge a regra, há dois tipos de reforma nomeadamente:

 Reforma total;
 Reforma parcial.

5.3.2.1.1 – Reforma total

De acordo com Lousã (2010, p. 140) verifica-se uma reforma total quando a letra
vencida é substituída por novos aceites somando o mesmo montante, acrescido ou
não de despesas de reforma.

 O novo aceite inclui os encargos de reforma.

32.1 – Fornecedores –correntes 32.2 – Fornecedores – títulos a pagar


Respectiva subconta Respectiva subconta
Pela anulação do aceite n.º …

32.1 – Fornecedores – correntes 76.1.1.9 – Juros - Outros


Respectiva subconta Respectiva subconta
Pelos juros e encargos a incluir na nova letra
Nota de débito do fornecedor

32.1 – Fornecedores – correntes 32.2 – Fornecedores – títulos a pagar


Respectiva subconta Respectiva subconta
Pela emissão do novo aceite n.º …
Juros incluídos
 Procedimentos contabilísticos
A empresa Dianguxi & Kianga Lda. principiou a sua actividade com fornecedor título
a pagar não do grupo nacionais no valor de 2.600.000, 00, o mesmo reformou
totalmente o aceite nº 0102 da dívida inicial e pagou juros incluído na nova letra no
valor de 450.000 Kz.

186
32.2.2.1 – F. títulos a receber Não grup. Nac. 32.1.2.1 – F/ c. Não grupo-nacionais
2.600.000 2.600.000 S.i. 3.050.000 2.600.000
3.050.000 450.000
76.1.1.9 – Juros – Outros
450.000
Nota: pela anulação do aceite antigo debita-se na conta 32.2.2.1 (2.600.000) e
também crédito a conta 32.1.2.1 (2.600.000). Pelo juroa débito na conta
76.1.1.9(450.000) em contrapartida e a crédito a conta 32.1.2.1 (450.000),no caso
da emissão de uma letra a debita-se o somatório de (2.600.000 + 450.000 =
3.050.000) na conta 32.1.2.1 e a crédito na conta 32.2.1.1 (3.050.000).

 Os juros e encargos são pagos por fora.

32.1 – Fornecedores – correntes 32.2 – Fornecedores – títulos a


pagar
Respectiva subconta Respectiva subconta
Pela anulação do aceite antigo

43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa 76.1.1.9 – Juros – outros


Respectiva subconta
Pelo pagamento dos juros e encargos por fora

Recibo do fornecedor
32.2 – Fornecedores – títulos areceber 32.1 – Fornecedores – correntes
Respectiva subconta Respectiva subconta
Pelo novo aceite n.º …

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Dianguxi & Kianga Lda. principiou a sua actividade com fornecedor título
a pagar não do grupo estrangeiro no valor de 2.600.000, 00, o mesmo reformou
totalmente o aceite nº 0102 da dívida inicial e pagou a parte os juros da nova letra no
valor de 450.000 Kz.

32.1.2.2 – F/c Não grupo-estrageiros32.2.2.2 – F. t. a p. – Não grupo estrageiros


187
2.600.000 2.600.000 2.600.0002.600.000 S.i.
2.600.000
43.1.1 – Banco 76.1.1.9 – Juros – Outros
450.000 450.000

Nota: Pela anulação do saque antigo do saque debita-se na conta 32.2.2.2 –


Fornecedor títulos a receber não grupo estrangeiros(2.600.000) e a crédito na
conta 32.1.2.2 – Clientes correntes não grupo estrangeiros de igual valor
(2.600.000). Registamos a débito na conta 76.1.1.9 – Juros – Outros (450.000)
pelos juros ou encargos e em contrapartida a crédito na conta 43.1.1 – Banco
(450.000). Pelo novo aceite nº 0102 registamos a débito na conta 32.1.2.2 – F/c não
grupo estrangeiros(2.600.000) e a crédito na conta 32.2.2.2 – Fornecedores
títulos a receber não grupo – estrangeiros(2.600.000).

5.3.2.1.2 – Reforma parcial

Segundo Borges at al. (2007, p. 241) como se disse, a reforma ocorre sempre que
não haja disponibilidade financeira para liquidação total (ou parcial) da letra aceite, o
seu vencimento normalmente a reforma é parcial, sendo esta que tomaremos como
base para explicitar a sua movimentação. Esta será compreendida mais facilmente,
admitido as três fases sucessivas dessa operação contabilística:

 A nova letra inclui juros e encargos.

32.1 – Fornecedores – correntes 32.2 – Fornecedores títulos a pagar


Respectiva subconta Respectiva subconta
Pela anulação do aceite n.º…

43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa 32.1 – Fornecedores correntes


Respectiva subconta Respectiva subconta
Pelo pagamento parcial
Recibo do fornecedor

188
32.1 – Fornecedores – correntes 76.1.1.9 – Juros – Outros
Respectiva subconta
Pelo juros encargos a incluir no novo aceite
Nota de débito do fornecedor

No caso do novo aceite pelo valor ainda com dívida.


32.2 – Fornecedores – títulos a pagar 32.1 – Fornecedores
correntes
Respectiva subconta Respectiva subconta
Aceite n.º …
Juros incluídos

 Procedimentos contabilísticos
A empresa Dianguxi & Kianga Lda. principiou a sua actividade com cliente título a
receber do grupo subsidiário no valor de 2.600.000, 00, o mesmo reformou
parcialmente doaceite nº 0102 e via cheque pagou por partes dos fornecedores
1.600.000, Kz da dívida inicial. Pagou os juros incluído na nova letra no valor de
450.000 Kz.

32.1.1.1 – F/c. grupo subsidiária 32.2.1.1 – F. Título a pagar do grupo


subsidiária
1.600.000 2.600.0002.600.000 2.600.000 S.i.
1.450.000 450.000 1.450.000
43.1.1 –Banco 76.1.1.9 – Juros – Outros
1.600.000 450.000
Nota: Pelo pagamento e anulação do aceite debita-se todo valor da letra (2.600.000)
na conta 32.2.1.1 – Clientes títulos a receber do grupo – subsidiário em
contrapartida na conta credita-se na conta 32.1.1.1 – Fornecedores correntes do
grupo subsidiária (2.600.000). O crédito na conta 43.1.1 – Banco (1.600.000) pelo
pagamento parcial e em contrapartida debita-sena conta 32.1.1.1 – Clientes
correntes do grupo – subsidiário(1.600.000). Pelos juros incluídoscredita-sena
conta 32.1.1.1 – Fornecedor corrente do grupo subsidiário e débito na
conta76.1.1.9 – Juros – Outros (450.000). No que tange o novo aceite debita

189
32.1.1.1 (3.050.000 – 1.600.000 = 1.450.000) e em contrapartida na conta 32.2.1.1 –
Fornecedores títulos a pagar do grupo subsidiário.

 Os juros e encargos são pagos por fora


32.1 – Fornecedores – corrente 32.2 – Fornecedores títulos a
pagar
Respectiva subconta Respectiva subconta
Pela Anulação do aceite n.º reformado

Pelo pagamento de parte da dívida e dos juros e encargos


43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa 32.1 – Fornecedores –
correntes
Respectiva subconta Respectiva
subconta
Pagamento
Recibo do fornecedor 76.1.1.9 – Juros – Outros
Juros e encargos
32.2 – Fornecedores – títulos a pagar 32.1 – Fornecedores –
correntes
Respectiva subconta Respectiva subconta
Pelo novo aceite n.º do valor ainda em dívida

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Dianguxi & Kianga Lda. principiou a sua actividade com Fornecedores
título a pagar do grupo subsidiário no valor de 2.600.000, 00, o mesmo reformou
parcialmente o Aceite nº 0102 e via cheque pagou por partes dos fornecedores
1.600.000, Kz da dívida inicial. Pagou os juros a parte por transferência na nova letra
no valor de 450.000 Kz.

32.1.2.1 – F/ c.do grupo – subsid. 32.2.2.1 – F/título a pagar do grupo – subsidiária


1.600.000 2.600.000 2.600.000 2.600.000 S.i.
1.000.000 1.000.000
43.1.1 – Banco 76.1.1.9 – Juros – Outros
2.050.000 450.000

190
Nota: Crédito pelo valor total da letra (2.600.000) na conta 31.2.2.1 – Clientes
títulos do grupo subsidiária e em contrapartida a débito (1.000.000) 31.1.2.1 –
Clientes correntes não grupo nacionais e também debita-se pelo recebimento
(1.000.000) a conta 43.1.1 – Banco e a mesma conta pelo juros (1.000.000 +
450.000 = 2.050.000) e a crédito na conta 66.1.1.9 – Juros – Outros (450.000). O
Pela emissão da nova letra debita-se na 31.2.2.1 – Clientes títulos a receber do
grupo subsidiária (1.000.000)e a crédito na conta 31.1.1.1 – Clientes correntes do
grupo – subsidiária (1.000.000).

5.3.3. Conta 32.8 – fornecedores – facturas em recepção e conferência

Segundo PGC (2007, p. 132) esta conta destina-se a reflectir as compras, relativas a
material recebido, cujas facturas:

 Não chegaram à entidade até à data;


 Embora tenham chegado à entidade, ainda não se encontrem conferidas.

Aquando da contabilização definitiva da factura esta conta deverá ser saldada por
contrapartida da respectiva conta de fornecedores – correntes.

Sendo esta conta creditada pelas facturas recebidas de fornecedores e ainda não
conferidas, poderá não ser totalmente aconselhável a sua utilização, visto poder
retardar essa conferência sob pretexto de tais documentos estaremjá contabilizados.
No entanto, poderá ser aconselhada sempre que, pela sua natureza, a conferência e
recepção de facturas sejam demoradas, ou quando se verifique a recepção das
existências em datas à da recepção das existências em datas anteriores à da
recepção da factura do fornecedor. (Borges at al., 2007).

Esquematicamente:

 Pelas facturas recebidas e não conferidas, ou cuja chegada se aguarde.

32.8 – F. – Facturas em recepção e conferência 21 - Compras


Respectiva subconta Respectiva subconta
Pelas facturas e não conferidas
 Pela contabilização definitiva da factura (após esta estar devidamente
conferida).
191
32.1 – Fornecedores – correntes 32.8 – F. Facturas em recepção e conferência
Respectiva subconta Respectiva subconta
Pelo lançamento definitivo da factura

A presente conta encontra-se desdobrada pelas seguintes contas divisórias:

 32.8.1 –Fornecedores – facturas em recepção e conferência – Correntes;


 32.8.2 - Fornecedores – facturas em recepção e conferência – títulos a pagar.

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Dianguxi & Kianga Lda. Recebeu pelo correio uma guia de remessa e
respectivas mercadorias do Fornecedor Ango – Alimenta Lda. o valor de 2.450.000,
Kz.

21.2 – Compras – mercadorias 32.8.1 – Facturas em recepção e conferências


2.450.000 2.450.000

No dia seguinte foi recebida a factura.


32.8 – Facturas em recepção e conferências 32.1 – Fornecedores correntes
2.450.000 2.450.000 S.i. 2.450.000
5.3.4. Conta 32.9 – fornecedores – Saldos devedores

Esta rubrica como título apresenta é de natureza devedora, são debitas pelos
adiantamentos, embalagens a devolver e material à consignação. Nessa presente
conta encontra-se desdobrada pelas seguintes subcontas:

 32.9.1 – Saldos devedores – Adiantamentos;


 32.9.2 – Saldos devedores – Embalagens à devolver;
 32.9.3 – Saldos devedores – material de consignação.

5.3.4.1. Conta 32.9.1 – fornecedores – Saldos devedores - Adiantamentos

Trata-se de entregas adiantados que não assumam a características de “sinal”, por


quanto este utiliza-se em transacções com preço já definido. Sempre que as
entregas adiantadas correspondam a bens e serviços com preços previamente
fixados, deverá utilizar-se a conta 28 – Adiantamento por compras.
192
A conta 32.9.1 – Adiantamentos é uma conta do activo, visto apresenta sempre
saldo devedor ou nulo. É debitada pela entrega adiantada a fornecedores por conta
de futuros fornecimentos e será creditada aquando da facturação desses
fornecimentos. (Borges at al., 2007, p. 244).

Segundo PGC (2001, p. 132) Esta conta destina-se a regista as entregas feitas pela
empresa com relação a fornecimentos a efectuar por terceiros, cujo preço não esteja
previamente fixado. Aquando da recepção da factura, esta estas verbas deverão ser
para que as respectivas contas fornecedores – correntes.

Esquematicamente:

43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa 32.9.1 – F/ saldos devedores – Adiantamentos

Adiantamento
Pela entrega adiantado ao fornecedor
31.9.1 – C/ saldos devedores Adiantamentos 32.1 – Fornecedores correntes
Respectiva subconta
Regularização do adiantamento
Pela emissão da factura

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Benvindo Kianga Lda fez um adiantamento por transferência bancária


aFornecedora Ango bebi & alimenta Lda. do grupo associado no valor de 850.000
Kz.

43.1.1 - Banco 32.9.1 – F/ saldos credores – Adiantamento


850.000 850.000

Depois de um mês a foi enviada a factura referente a compra de mercadorias o valor


de 1.000.000 Kz, no mesmo mês a empresa regularizou o adiantamento e a
empresa pagou a totalidade da dívida do fornecedor em numerário.

21.2 – Compras - Mercadorias 31.1.1.2 – C/ do grupo associado


1.000.000 850.000 1.000.000
150.000
193
32.9.1 – C/ Saldos credores adiantamentos 45.1.1 – Caixa

S.i 850.000 850.000 150.000

Nota: Regularização credita-se na conta 32.9.1(850.000) e a débito na conta


31.1.1.2 (850.000) para anular o desconto. No que tange o pagamento total da
dívida subtrai-se 1.000.000 – 850.000 = 150.000 debita-se na conta 31.1.1.2
(150.000) e a crédito na conta 45.1.1 (150.000).

5.3.4.2. Conta 32.9.2 – fornecedores – Saldos devedores – Embalagens a


devolver

Segundo PGC (2001, p. 132) esta conta de natureza devedora, regista o valor das
embalagens enviadas pelos fornecedores por virem a acondicionar os bens
comprados mas que se destinam a ser devolvidas ao fornecedor. Esta conta será
saldada da seguinte forma:

 Por contrapartida da respectiva conta de fornecedores – correntes, da data da


devolução ao fornecedor;
 Por contrapartida da respectiva conta de compras, caso as embalagens não
sejam devolvidas ao fornecedor dentro dos prazos acordados.

Esquematicamente:

32.1 – Clientes correntes 32.9.2 – C/ – Saldos credores – Embalagens a


devolver

Pela embalagens a devolver

32.9.2 – C/ - Saldos credores – Embalagens a devolver 32.1 – Clientes


correntes
Pela devolução da embalagem

 Procedimentos contabilísticos

Factura do fornecedor Vinul, Lda. referente aos tonéis que transportaram vinho no
valor 460.000 Kz. (Gonçalves e Neves, 2014).

194
32.1 – Clientes – correntes 32.9.2 – F/ embalagens a
devolver
460.000 460.000

Nota de débito à Vinul referente à devolução dos tonéis.


32.9.2 – C/ - Saldos credores - Embalagens 32.1 – Clientes
correntes
S.i460.000 460.000 460.000 460.000 S.i.

Os túneis não foram devolvidos.

21.4 – Compras 32.9.2 – F/ saldos devedores – embalagens a


devolver

460.000 S.i. 460.000 460.000

5.3.4.3. Conta 32.9.3 – fornecedores – Saldos devedores – Material à


consignação

De acordo com PGC (2001, p. 132) esta conta, de natureza devedora, é criada por
contrapartida da respectiva conta de fornecedores – correntes e regista o valor dos
bens recebidos à consignação dos fornecedores. Esta será saldada da seguinte
forma:

 Por contrapartida da respectiva conta de compras, na data em que os bens


tenham sido vendidos a clientes deixando, portanto, de estar à consignação;
 Por contrapartida da respectiva conta fornecedores – correntes, em caso de
devolução dos bens ao fornecedor por não terem sido vendidos.

Esquematicamente temos:

32.1 – Clientes correntes 32.9.3 – F/ material à consignação


Respectiva subconta
Pela consignação porte dos clientes

32.9.3 – F / material à consignação 21 – Compras


Respectiva subconta
Pelos bens totalmente compras
195
 Procedimentos contabilísticos

A Empresa Dianguxi & Kianga Lda. No mês de Fevereiro recebeu uma guia de
entrada de Mercadoria à consignação do Fornecedor não grupo nacionais
Transformadora Lda. o valor de 2.870.000 Kz da Nota de guia de remessa nº 0203.

32.1.2.1 – C/c não grupo nacionais 32.9.3 – F/ material à


consignação
2.870.000 2.870.000

Vendeu 500.000 das mercadorias.

32.9.3 – F/ material à consignação 21.3 – Compras

S. i. 2.370.000 500.000 500.000

A Dianguxi & Kianga Lda. no mês de Agosto comprou a totalidade das mercadorias
e a mesma devolveu as restantes.

32.9.3 – C/ material à consignação 32.1.2.1 – C/c não grupo


nacionais
S.i. 2.370.000 2.370.000 2.370.000

45.1.1 - Caixa

2.370.000

5.4. CONTA 33 – EMPRÉSTIMO

Esta conta é de natureza credora, destina-se a registar todos empréstimos obtidos


pelas empresas querem seja de curto, médio e longo prazo.

Nesta senda contacta-se que existem dois tipos de empréstimos nomeadamente:

 Empréstimos obtidos;

196
 Empréstimos concedidos.

Por enquanto nesta conta vamos nos centra, nos empréstimos obtidos, esse
empréstimo ocorrer quando uma empresa adquirir um financiamento por parte de
um terceiro e o mesmo é considerado um capital alheio e são registados como
passivo não corrente no caso de o empréstimo obtido for de médio e longo e se for
de curto prazo são registados como passivo corrente. Portanto, todos meios líquidos
pertencentes uma entidades obtidos ou cedidos para ser utilizado pela empresa
temporariamente podemos considera como empréstimo.

Segundo Lousã (2010, p. 146) as empresas, quando dispõem de meios financeiros


suficientes para cumprir as suas responsabilidades correntes ou para realizar os
investimentos de que necessitam, recorrem ao crédito sob a forma de empréstimos.

O empréstimo obtido está dividido em dois tipos de empréstimos, a saber:

 Empréstimos de funcionamento;
 Empréstimos de financiamento.

De acordo com Borges at al (2007, p. 246) O empréstimo de funcionamento é que


têm como finalidade suprir insuficiências temporárias de tesourarias resultantes da
actividade corrente. Como própriadesignação o indica, visa permitir à empresa a
continuação do exercício das suas funções comercial, industrial, agrícola ou outra.

O principal objectivo de se contrair esse tipo de empréstimo é para cobrir uma


insuficiência temporária de tesourarias.

Empréstimo de financiamentos: é quando visam possibilitar os investimentos


fixos, por forma expandir a capacidade produtiva comercial da empresa.

Normalmente, são empréstimos a médio e longo prazo, ou seja, reembolsáveis num


prazo superior a um (1) ano. Pela utilização dos capitais alheios, obtidos através de
empréstimos, a empresa suporta juros, em conformidade com as condições
acordadas com o financiador. (Lousã, 2010, p. 146).

A conta 33 – Empréstimo está desdobrada pelas seguintes subcontas:

 33.1 – Empréstimos bancários;


 33.2 – Empréstimos por obrigações;

197
 33.3 – Empréstimos por títulos de participação;
 33.9 – Outros empréstimos obtidos.

5.4.1. Conta 33.1 – Empréstimos bancários

A presente conta, de acordo com Borges (2007, p. 248) são os mais correntes e
englobam todos tipos de empréstimos contraídos junto à banca, desde o não
caucionado ao hipotecário. Uma forma corrente é o empréstimo bancário
caucionado com livranças da empresa, e avalizadas, normalmente, pelos sócios ou
outras entidades consideradas idóneas pelo banco.

Nesta rubrica devem ser registados todos empréstimos contraído em instituição


bancárias, e mesmo é registado a crédito na subconta da conta 33.1 – Empréstimos
bancários por contrapartida da conta 43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixas. A mesma
conta é debitada no momento do pagamento do empréstimo obtido. A 33.1 –
Empréstimos bancários encontra-se pelas seguintes contas divisórias:

 33.1.1 – Moeda nacional;


o 33.1.1.1 – Banco;
 33.1.2 – Moeda estrangeira;
o 33.1.2.1 – Banco.

Segundo Almeida (2014, p. 201) caso se trate de um empréstimo em moeda


estrangeiras deve-se atender ao reconhecimento das diferenças de câmbio na da
data do relato.

Esquematicamente pode-se fazer o seguinte lançamento:

33.1 – Empréstimos bancários 43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa


Respectiva subconta Respectiva subconta
Pela obtenção do empréstimo

Pelo pagamento do empréstimo

43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa 76.1.1.1 – Juros de empréstimos


bancários
Respectiva subconta Respectiva subconta

198
Pelo pagamento do juro

De acordo com Gonçalves e Manuel (2018, p. 70) a empresa terá de pagar os


seguintes encargos: primeiro no momento da concessão do crédito e segundo no fim
do prazo.

No momento da concessão do crédito:

 0,4% de imposto de selo de abertura de crédito, segundo o artigo1.º da tabela


geral do imposto de selo;
 Comissão de gestão 1%;
 Imposto do selo sobre comissões 0,7%, segundo artigo 114.º - A, da tabela
geral do imposto do selo.

No fim do prazo:

 Juro à taxa de 12% a pagar, no final do prazo;


 Imposto de selo sobre juros, segundo a tabela geral do imposto do selo.

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Dianguxi e Kianga Lda. Em 3 Fevereiro contraiu um empréstimo bancário


no BFA o valor de 2.500.000 kz para serem vencido num período de 1 ano.

33.1.1.1 – Empréstimos bancários – Moeda nacional 43.1.1 – Banco


2.500.000 2.500.000
10.000
25.000

17.500

76.1.1.1 –Juros bancários 37.4 – Encargos a repartir para


período futuro 26.250
26.250

199
Nota: Imposto de selo de abertura 2.500.000 × 0, 4 % = 10.000, comissão de gestão
2.500.000 × 1% = 25.000 e no caso imposto de selo sobre a comissão 2.500.000 ×
0,7% = 17.500. Os valores (10.000, 25.000 e 17.500) regista-se a crédito a conta
43.1.1 – Banco e o somatório (10.000 + 25.000 + 17.500 = 52.500) o mesmo valor
deve-se 52.500 ÷ 2 = 26.250 regista a débito na conta 76.1.1.1 – Juros (26.250) e
também a débito na conta 37.4 – Encargos a repartir para período futuro (26.250).

Em 6 de Fevereiro do ano seguinte a Dianguxi & Kianga Lda. Pagou 10% dos juros
anual e também o empréstimo bancário.

43.1.1 – Banco 33.1.1.1 – Empréstimo


bancário

2.750.000 2.500.000 2.500.000 S.I.

76.1.1.1 – Juros de empréstimo bancário

250.000

5.4.2. Conta 33.2 – Empréstimos por obrigações

De acordo Almeida (2014, p. 202) Esta conta os empréstimos por obrigações. As


obrigações são unidades de medida, de igual valor, de cada empréstimo.

As obrigações correspondem, portanto, a uma dívida da sociedade emitente para


cada um dos possuidores de títulos.

Portanto, nesta rubrica devem ser registados os empréstimos que a empresa


mediante a emissão de obrigações.

Uma obrigação representa uma fracção de um empréstimo sendo o seu portador um


credor, da entidade que a emitiu, ou seja, representa para esta última, capital alheio.

Esta forma de empréstimo é utilizada normalmente por grandes empresas ou pelo


próprio estado, visando dois objectivos básicos:

 A obtenção de grande volume de capitais;


 A dilação do prazo de reembolso, porquanto representa financiamento a
médio e longos prazos.

200
As sociedades cujo capital está representado por acções, as sociedades por quotas
e as empresas públicas, podem emitir empréstimos por obrigações estando,
necessárias. O seu montante não pode exceder o valor do capital já realizado e
existente nos termos do último balanço aprovado. (Borges, 2007).

A conta 33.2 – Empréstimos por obrigação desdobrada pelas seguintes contas


divisórias:

 33.2.1 – Convertíveis;
o 33.2.1.1 – Entidade_____
 33.2.2 – Não convertíveis;
o 33.2.2.1 – Entidade_____

Segundo Borges (2007) a subconta 33.2.1 – Empréstimos convertíveis: trata-se de


empréstimos representados por obrigaçõesque sejam convertíveis em acções (as
sociedades só podem emitir obrigações convertíveis quando as suas acções
estejam cotadas na bolsa);

Esta conta destina-se a registar, pelo valor nominal, as obrigações subscritas por
terceiros que sejam convertíveis em capital. (PGC, 2001, p. 133).

33.2.2 – Empréstimos não convertíveis: correspondem aos empréstimos por


obrigações que não sejam convertíveis por acções.

As obrigações podem ser classificado em:

 Obrigações Simples – Não conferem qualquer direito especial ao seu


proprietário, além do juro acordado;
 Com prémio – no reembolso é pago ao obrigacionista não só o valor nominal
da obrigação como também uma importância suplementar: o prémio de
reembolso (fixo ou dependentemente dos lucros realizados pela empresa).
 Participantes – além do juro acordado, poderão em determinadas
circunstâncias dar direito a participação nos lucros, se os houver, ou ainda a
um juro suplementar dependente daqueles.
 Convertíveis são quando sejam convertíveis em acções.
 Não convertíveis são quando não sejam convertíveis em acções.

Para essa conta esquematicamente faz-se os seguintes lançamentos:

201
33.2 – Empréstimos por obrigações 43.1.1 – Banco ou
45.1.1 – Caixa
Respectiva subconta Respectiva
subconta
Valor liberado
37.6.1 – Prémios de emissão de obrigações
Prémios de emissão

43.1.1 – Banco 33.2 – Empréstimo por obrigações


Respectiva subconta Respectiva subconta
Valor do reembolso
76.1.1.2 - Juros de empréstimos de
obrigações
Pelo pagamento do juros

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Dianguxi & Kianga Lda. Emitiu um empréstimo obrigacionista convertível


em capital no valor de 3.500.000 a ser vencido num período de um ano e o foi
subscrito e liberado na totalidade.

33.2.1 – Empréstimo por obrigação – convertíveis 43.1.1 –


Banco
3.500.000 3.500.000 3.500.000

51 – Capital
3.500.000

Nota: no vencimento o empréstimo foi convertido em capital razão pela qual debita-
se 33.2.1 e em contrapartida na 51.

 Procedimentos contabilísticos

202
A empresa DOMATEC Lda. Empréstimo obrigacionista não convertíveis em capital
num período de 3 anos de 4.000.000, Kz, pelo valor de 5.000.000 e a taxa de juros
anual de 20%. Sendo subscrito e liberto na totalidade.

33.2.2 – Empréstimos por obrigações – não convertidos 43.1.1 –


Banco
4.000.000 5.000.000

37.6.1 – Prémios de emissão de obrigações


1.000.000

No final do ano empresa pagou o juro.

43.1.1 – Banco 76.1.1.2 – Juros de empréstimos de


obrigações
720.000 800.000
34.9.2 – Imposto s/ aplicação de capital
80.000

Obs.: A débito (800.000) na conta 76.1.1.2 pelo juro e em contrapartida pelo imposto
de aplicação de capital 800.000 × 10% = 80.000 credita-se na conta 34.9.2 –
Imposto s/ aplicação de capital. A diferença (800.000 – 80.000 = 720.000) a crédito
na conta 43.1.1.

 Atingindo os 3 anos o empréstimo foi vencido, mesma efectuou pagamento


do empréstimo.

43.1.1 – Banco 33.2.2 – Empréstimo por obrigação – Não


convertíveis

4.000.000 4.000.000 4.000.000


S.i.

5.4.3. Conta 33.3 – Empréstimos por participação

203
Os títulos de participação correspondem a um misto entre acções e as obrigações e
que têm vindo a ser emitidos por empresas públicas e sociedades anónimas
pertencentes maioritariamente ao estado. (Borges at al., 2007).

De acordo com o PGC (2001, p. 133) Esta conta destina-se a registar, pelo valor
nominal, os títulos de participação subscritos por terceiros.

Portanto, os títulos de participação correspondem a uma dívida da sociedade


emitente para com cada um dos possuidores dos títulos.

 Procedimentos contabilísticos

A empresa Dianguxi & Kianga Lda., obteve um empréstimo de títulos de participação


no valor de 2.800.000, Kz, o mesmo foi subscrito e libertado na totalidade.

43.1.1 – Banco 33.3.1 – Empréstimos por títulos de


participação

2.800.000 2.800.000

No fim de um ano, a empresa pagou 10% de juros sobre 50% do empréstimo e no


momento pagou ½ do mesmo.

43.1.1 – Banco 76.1.1.3 – Juros de títulos de


participação
126.000,00 140.000, 00
1.400.000,00
34.9.2 – Imposto s/ aplicação de capitais 33.3.1 – Empréstimos por títulos de
participação
14.000, 00 1.400.000
2.800.000,00 S.i

Nota: 2.800.000 × 50% = 1.400.000 é o empréstimo pago, o juro é 140.000,00


(temos 1.400.000 × 10% = 140.000) e o imposto de aplicação de capitais é 14.000
(140.000 ×10% = 14.000) e o pagamento do juro é registo a crédito na conta 43.1.1
– Banco 126.000,00 (resultado de 140.000 – 14.000 = 126.000).

5.4.4. Conta 33.9 – Outros empréstimos obtidos

204
Nesta conta são movimentadas todos os empréstimos contraídos pela empresa, não
contemplados nas contas anteriores, nomeadamente:

 Conta 33.1 – Empréstimo bancário;


 Conta 33.2 – Empréstimo por obrigação;
 Conta 33.3 – Empréstimo de títulos de participação.

 Procedimentos contabilísticos

A empresa DOMATEC Lda. contraiu um empréstimo no valor de 1.000.000,00 da


empresa Tecno-Torre Lda.

33.9 – Outros empréstimos 43.1.1 – Banco


1.000.000,00 1.000.000,00

5.5. CONTA 34 – ESTADO

Esta conta principal destina-se a registar as relações que a empresa estabelece com
estado em caso de imposto, subsídios a preços e taxas. Não devem ser registado a
realização de operações de compra e venda de existências e de imobilizados e
também as operações de financiamento.

Segundo Lousã (2010, p. 150) em termos genéricos esta conta é creditada pelas
dívidas dos agentes económicos ao Estado, autarquias locais e segurança social,
sendo debitada pelos pagamentos dessas dívidas e pelos pagamentos por conta de
impostos.

O imposto: é a prestação pecuniária, definitiva e unilateral, estabelecida por lei, a


favor de uma pessoa colectiva de direito público, para realização de fins públicos.

Ao passo que a taxa é uma receita tributária em que há uma contraprestação


individualizada de um serviço público prestado a quem a paga. (Gonçalves, 2017).

Esquematicamente temos:

34 – Estado

205
Pagamento das dívidas Dívidas ao Estado,
Autarquias
Pagamentos por conta e segurança social

Nesta conta o seu saldo credor representa o que empresa deve ao estado e
às restantes instituições. A mesma encontra-se desdobrada pelas seguintes contas
divisórias:

 34.1 – Imposto sobre os lucros;


 34.2 – Impostos de Produção e Consumo (IPC);
 34.3 – Imposto de Rendimento de Trabalho (IRT);
 34.4 – Imposto de circulação;
 34.8 – Subsídios a preços;
 34.9 – Outros impostos.

5.5.1. Subconta 34.1 – Impostos sobre os lucros

Segundo PGC (2001, p. 133) Esta conta destina-se a evidenciar a dívida da


entidade relativa a imposto sobre os lucros.

De acordo com o mesmo decreto devem ser registadas da seguinte forma:

 A Débito, deverão ser registados os pagamentos por conta efectuados e as


eventuais retenções efectuadas por terceiros aquando da colocação de
rendimentos à disposição da entidade;
 A Crédito, deverá ser registada a estimativa de imposto a pagar relativa ao
exercício, por contrapartida da conta 87 – Imposto sobre lucros e da conta 81
– Resultados transitados.

Quando se entender conveniente, esta conta poderá ser subdividida por exercícios.

No capítulo dose do presente livro, ao apurarmos os resultados veremos que o


imposto sobre os lucros surge quando uma determinada empresa obtêm lucros
durante a sua actividade comercial.Para melhor lançamento da mesma
conta,sugerimos que seja dividida pelas seguintes contas divisórias:

 34.1.1 – Imposto corrente;


 34.1.2 – Pagamentos por contas;
206
 34.1.3 – Retenção na fonte
o 34.1.3.1 – Juros bancários (Rendimentos de capitais);
 34.1.4 – Imposto industrial estimado;
o 34.1.4.1 – Imposto industrial estimado – Colecta;
o 34.1.4.2 – Imposto Industrial estimado – Tributações Autónomas;
 34.1.5 – Imposto Industrial – Apuramento;
 34.1.6 – Imposto Industrial – Recuperar;
 34.1.7 – Imposto Industrial – Pagar;
 34.1.8 – Regularizações.

5.5.1. Subconta 34.2 – Impostos de produção e consumo

Esta subconta é de natureza credora destina-se registar o imposto aprovado pelo


decreto legislativo presidencial n.º 3-A/14, de 21 de Outubro (Imposto de consumo).
O imposto de consumo é um imposto indirecto com uma taxa prevista de 10%, a
liquidação do imposto cabe: aos produtores, nos casos dos bens produzidos no país;
Aos serviços aduaneiros, no caso de importação de bens; Ao serviço que realizar a
arrematação ou venda; Às entidades que fornecem ou prestem serviços; Às
entidades residentes que contratem serviços a não residentes e À repartição fiscal
nos restantes casos. São sujeitos passivos os que:

 Praticam operações de produção, fabrico ou transformação de bens;


 Procedam à arrematação ou venda de bens em hasta pública;
 Procedam à importação de bens;
 Forneçam os restantes serviços incluídos na incidência objectiva.

De acordo com a Lei fiscal no artigo #### o imposto de produção e consumo incide
sobre: A produção e importação de mercadorias, seja qual for a sua origem; A
arrematação ou venda realizadas pelos serviços aduaneiros ou outros quaisquer
serviços públicos; A utilização dos bens ou matérias-primas fora do processo
produtivo e que beneficiaram de desoneração do imposto; O consumo de água e
energia; Os serviços de comunicações electrónicas e telecomunicações; Os serviços
hoteleiros e outras actividades conexas ou similares; Locação de áreas para recolha
ou estacionamento de veículos; Locação de máquinas, excluído as que estão

207
sujeitos a IAC (Imposto sobre Aplicação de Capitais); Locação de áreas para
conferência, colóquios e outros eventos; Serviços de consultorias; Serviços
fotográficos e de informática; Serviços de segurança privada; Serviços de turismo e
viagens promovidos por agências de viagens ou operadores turísticos equiparados,
mas, apenas sobre o valor de agenciamento ou de intermediação; Serviços de
gestão de cantinas, refeitórios, dormitórios, imóveis e condomínios; Aluguer de
viaturas e Acesso a espectáculos ou eventos culturais de recreação e desperto.

A conta 34.2 – Imposto de consumo e produção esta dividido pelas seguintes


subcontas:

 34.2.1 – Imposto de Consumo;


 34.2.2 – Imposto de Produção.

Esquematicamente faz-se os seguintes lançamentos:

34.2 – Imposto de Produção e consumo 43.1.1 – Banco ou 45.1.1


- Caixas

1 3

61 – Vendas ou 62 – Prestação de serviços

1 – Corresponde ao valor do imposto;

2 – Corresponde ao valor da venda ou da prestação de serviços;

3 – Corresponde ao valor total da factura.

43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa 34.2 – Imposto de produção e


consumo
Respectiva subconta
Pagamentos de imposto de consumo

Segundo artigo 10º do IC a taxa desde o imposto é de 10% do valor do bem


produzidos ou serviços prestados.

208
 Procedimentos contabilísticos

A empresa Restaurante – Alimenta Lda., prestou serviços ao Cliente Martinho


Gaspar a pronto pagamento via cheque no valor 100.000,00 sujeito ao imposto de
consumo incluído à taxa de 10%. O total da factura é de 110.000, 00.

62.1 – Prestações de serviços 43.1.1 – Banco


100.000, 00 110.000

34.2.2 – Imposto de consumo


10.000,00

Observação: 100.000 × 10% = 10.000 é o valor do imposto de consumo, depois


somamos o valor da presta cão com o valor do imposto de consumo regista-se a
débito na conta 43.1.1 – Banco (100.000 + 10.000 = 110.000,00).

5.5.2. Subconta 34.3 – Impostos de rendimentode trabalho

De acordo com PGC (2001, p. 133) Esta conta, de natureza credora, destina-se a
registar o imposto deduzido aos empregados pelo rendimento do seu trabalho,
apurado aquando do processamento de salários. Esta conta será saldada por
contrapartida de meios monetários aquando do respectivo pagamento Estado.

O imposto sobre Rendimentos do trabalho, incide sobre os rendimentos de trabalho


por conta de outrem e sobre os rendimentos de trabalho por conta própria,
“expressos em dinheiro ou em espécie, de natureza contratual ou não contratual,
periódicos ou ocasionais, fixos ou variáveis, independentemente da sua
proveniência, local, moeda, forma estipulada para o seu cálculo e pagamento”.
(Segundo Magro e Magro (2008, p. 343, Conforme redacção do n.º 1 do artigo 1º

Portanto, é um tipo de imposto directo e progressivo, expresso em dinheiro que


incide sobre rendimentos dos trabalhadores por contas próprios ou de outrem, que
podem ser de natureza contratual ou não contratual, fixos ou variáveis, periódicos ou
ocasionais.

NOVA TABELA DE IRT


REF. Nº 1 DO ARTIGO 16º DO CÓDIGO DE IRT

209
RENDIMENTOS EM KWANZA IMPOSTO

Até 34.450,00. Isento


De 34.451,00 à 35.000,00 Excesso de 34.450,00

De 35.001,00 à 40.000,00 Parcela Fixa 550,00 + 7% Sobre o Excesso de 35.000,00

De 40.001,00 à 45.000,00 Parcela Fixa 900,00 + 8% Sobre o Excesso de 40.000,00

De 45.001,00 à 50.000,00 Parcela Fixa 1.300,00 + 9% Sobre o Excesso de 45.000,00

De 50.001,00 à 70.000,00 Parcela Fixa 1.750,00 + 10% Sobre o Excesso de 50.000,00

De 70.001,00 à 90.000,00 Parcela Fixa 3.750,00 + 11% Sobre o Excesso de 70.000,00

De 90.001,00 à110.000,00 Parcela Fixa 5.950,00 + 12% Sobre o Excesso de 90.000,00

De 110.001,00 à 140.000,00 Parcela Fixa 8.350,00 + 13% Sobre o Excesso de


110.000,00

De 140.001,00 à 170.000,00 Parcela Fixa 12.250,00 + 14% Sobre o Excesso de


140.000,00

De 170.001,00 à 200.000,00 Parcela Fixa 16.450,00 + 15% Sobre o Excesso de


170.000,00
De 200.001,00 à 230.000,00 Parcela Fixa 20.950,00 + 16% Sobre o Excesso de
200.000,00

Mais de230.001,00 Parcela Fixa 25.750,00 + 17% Sobre o Excesso de


230.000,00

Esquematicamente faz-se o seguinte lançamento:


43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa 34.3.1 – IRT
Pelo pagamento do imposto

5.5.2.1. Subconta 34.6 – Contribuições para a Segurança Social

Esta subconta credita-se pelas importâncias a entregar nas respectivas instituições


de segurança social, por débito das subcontas 72.5. – Custo com pessoal –
Encargos com remuneração, por contrapartida da classe 4 – Meios monetários.

Segundo Gonçalves (2017) a contribuição para segurança social incide sobre


pessoal ou subjectiva é de carácter obrigatória a inscrição dos trabalhadorese das
respectivas entidades empregadoras dos trabalhadores por conta própria. As
mesmas estão definidas nos decretos 38/08 de 19 de Junho, e 42/08 de 3 Julho, as
taxas de contribuições são:
210
 8% Para as entidades empregadoras;
 3% Para os trabalhadores por conta de outrem;
 8% Para os trabalhadores por conta própria ou 11% se optarem por um
esquema alargado de prestações.

No que tange a liquidação, a entidade empregadora tem de entregar mensalmente a


folha de remunerações até ao 10.º dia subsequente àquele a que se refere o
pagamento da remuneração, à entidade gestora da protecção Social obrigatória.

No caso de incidência real ou objectiva, constituem base de incidência as


remunerações devidas aos trabalhadores por conta de outrem, nomeadamente:

 O vencimento base;
 A retribuição por trabalho por turnos e nocturno com carácter regular;
 A retribuição correspondente ao período de suspensão de trabalho com perda
de salário como acção disciplinar;
 A indemnização por despedimento sem justa causa;
 A participação nos lucros da empresa;
 O subsídio de regime de disponibilidade com carácter regular.

Observação: os estrangeiros residentes que exerçam a actividade por conta própria


são excluídos deste regime desde que provem o seu enquadramento em regime de
protecção obrigatória de outro país.

Portanto, o pagamento das contribuições deve ser efectuado até 10.º dia do mês
seguinte àquele a que disserem respeito. As entidades ou contribuintes que não
cumpram com os prazos para os pagamentos das contribuições estão sujeitos a:

 Multas de uma a seis vezes o salário médio mensal praticado a empresa;


 Juros de mora à taxa mensal de 2,5 %.

Esquematicamente faz-se o seguinte lançamento:


43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa 34.6– INSS
Pelo pagamento do imposto

 Procedimentos contabilísticos

211
A Empresa Dianguxi e Kianga Lda., processou salário mensal do colaborador
Emanuel Quissanga 60.000, 00.

Cálculos:

Descontos para a Segurança Social: 60.000 × 3% = 1800

Consultando a tabela do IRT concluímos:

IRT = 60.000 – 1800 = 58.200

58.200 – 50.000 (Excesso) = 8.200

8.200 × 10 % (taxa) = 820

820 + 1.750 (parcela fixa) = 2.570

72.2 – Custo com pessoal 34.3.1 - IRT


60.000 2.570
Encargos com remuneração: 60.000 × 8% = 4.800

INSS = Desconto para Segurança social (3%) + Encargos com remunerações


(8%)

INSS = 1800 + 4.800

INSS = 6.600 (Obs.: é mesmo que fazermos 60.000 × 11% = 6.600)

72.5.2 – Encargos com remuneração 34.6 - INSS


4.800 6.600
36.1.2 – Pessoal remuneração

55.630

Remuneração = 60.000 – 1.800 (Desconto para segurança social 3%) – 2.570 (IRT)

Remuneração = 55.630

5.5.3. Subconta 34.4 – Imposto de circulação

De acordo com Magro e Magro (2008, p. 344) Esta conta destina-se a registar o
imposto que incide sobre todos os veículos automóveis que se encontrem ou
venham entrar em circulação no país.

212
Para melhor compreensão faz-se os seguintes lançamentos:

34.4.1 – Imposto de circulação 75.3.1.2 – Imposto - Taxa de circulação

Pela entrada de um automóvel no país

No que tange o pagamento, faz-se o seguinte:

43.1.1 – Banco 34.4.1 – Imposto de


circulação
Pagamento do imposto ao Estado via cheque

45.1.1 - Caixa
Pagamento do imposto ao Estado em dinheiro

 Procedimentos contabilísticos

A Dianguxi & Kianga Lda., Processou e pagou a taxa de circulação das viaturas
Volvo no valor de 20.000, Kz.

34.4.1 – Imposto de circulação 75.3.1.2 – Imposto – taxa de


circulação
20.000 20.000 20.000
45.1.1 – Caixa
Pagamento do imposto em dinheiro 20.000
5.5.4. Subconta 34.7 – Imposto de Selo

Segundo Magro e Magro (2008, p. 346) Esta conta destina-se a registar todos os
movimentos, de modo a possibilitar o conhecimento claro e inequívoco dos
elementos necessários à verificação do imposto do selo liquidado e suportado, bem
como a permitir o seu controlo.

O mesmo é um imposto indirecto regulado pelo Decreto Legislativo Presidencial n.º


2/14, de 21 de Outubro. Estão sujeitas a Imposto de selo todos os: Actos; Contratos;
Documentos; Títulos; Operações; Outros factos previstos na Tabela Geral do
Imposto.

As taxas aplicáveis no imposto de selo são muito numerosas e diversificadas. Assim,


temos:

213
 Definição de um montante fixo: 300 Kz, 500 Kz, 1.000 Kz, 3.000 Kz, etc.
 Taxa percentual: 1%.
 Permilagem: 1%, 2%, 3%, 4%, 5%, 7%, etc.

No que tange as obrigações contabilísticas, os contribuintes com contabilidade


organizada nos termos do plano geral de contabilidade de vem fazer um registo das
operações e actos, de modo a possibilitar a verificação do imposto selo liquidado, da
seguinte forma:

 O valor das operações e dos actos realizados sujeitos a imposto;


 O valor das operações e dos actos realizados isentos;
 O valor do imposto liquidado;
 O Valor do imposto compensado.

A documentação de suporte deve ser guardada durante 5 anos. (Gonçalves, 2017).

Observação: Para mais informação sobre a tabela do imposto do selo queria


consultar obra literária de Fiscalidade de Gonçalves (2017, p. 169 -173).

Portanto, este tipo de imposto recai no recebimento de uma determina entidade


física ou jurídica, segundo o n.º 23.3 da tabela a taxa é 1% do recebimento.

Esquematicamente faz-se o seguinte lançamento:

43.1.1 ou 45.1.1 34.7 – Imposto de selo 75.3.1.1 –


Imposto de Selo

Pelo pagamento Pelo processamento do imposto

 Procedimentos contabilísticos

A empresa DOMATEC, Lda. Apresentou no ano 2018 a sua actividade inicial com
Cliente Karina Moreira no valor 2.000.000, 00, no ano corrente a mesma pagou½
dasua divida.

31.1 – Clientes – corrente 43.1.1 - Banco


S.i. 2.000.000 1.000.000 1.000.000

214
34.7 – Imposto de selo 75.3.1.1 – Imposto de selo
10.000 10.000

A nota: Matéria colectável é de 1.000.000, 00 Kwanzas; A colecta será = 1.000.000


× 1% = 10.000, 00.

Quando falarmos da subconta 37.4 – Encargos a pagar, veremos uma outra forma
achar o imposto de selo quando o cliente não conclui pagamento da sua dívida.

5.5.5. Subconta 34.8 – Subsídios a preços

De acordo com PGC (2001, p. 133) Esta conta, de natureza devedora, destina-se a
registar o complemento a receber do Estado, resultante do diferencial entre o preço
de venda estabelecido pela empresa e o preço de venda ao público. O débito deverá
ser efectuado por contrapartida da conta 61.5 – Subsídios a preços.

Esta conta será saldada por contrapartida de meios monetários aquando do


respectivo recebimento do Estado.

Na luz do PGC a presente conta são registados o complemento a receber do Estado


que surge da diferença entre o preço de venda estabelecido pela empresa e o preço
de venda ao público, faz esquematicamente a seguinte movimentação:

61.5– Subsídios a preços 34.8 - Subsídios a


preços

Quando a empresa se torna credora da diferença

34.8 – Subsídios a preços 43.1.1 – Banco ou 45.1.1 – Caixa

Quando a empresa recebe o dinheiro do Estado

 Procedimentos contabilísticos

A Empresa IMMA – FRAX,Lda., efectuou uma venda de quinhentas mil (500.000)


unidades a 6 Kz por cada unidade, mas tinha estabelecido que o preço de venda
seria 8 Kz. O Estado irá pagar a diferença de 2 Kz.

215
61.5.1 – Subsídios a preços 34.8.1 – Subsídios a preços
1.000.000 1.000.000

Obs.: 500.000 × 2 (diferença) = 1.000.000,00

No ano seguinte, recebeu o subsídio:

34.8.1 – Subsídios a preços 43.1.1 – Banco


S.i. 1.000.000 1.000.000 1.000.000

5.5.6. Subconta 34.9.1 – Outros Impostos

Esta conta, a registar outros impostos que não abrangem as rubricas anteriores. Na
qual destacamos a seguintes subcontas principais:

 34.9.1.1 – Imposto Predial Urbano (IPU);


 34.9.1.2 – Sisa;
 34.9.1.3 – Imposto sobre Sucessões e Doações;
 34.9.1.4 – Imposto de Aplicação de capitais (IAC);
 34.9.1.5 – IVA (Imposto sobre Valor Acrescentado).

5.5.6.1. Subconta 34.9.1.1 – Outros Impostos – Imposto Predial Urbano

O Imposto Predial Urbano, incide sobre o rendimento dos prédios urbanos,


arrendados e não arredados, situados em Angola. No caso de prédios:

 Arrendados; o imposto incide sobre o valor da respectiva renda;


 Não arrendados; o imposto incide sobre o valor patrimonial.

O mesmo foi aprovado pelo Diploma Legislativo n.º 4044/70, de 13 de Outubro, e


18/11, 21 de Abril. (Gonçalves, 2017).

De acordo com Magro e Magro (2008) Prédio Urbano pode ser definido como toda
fracção de território, incluindo os edifícios e as construções de qualquer natureza,
nela incorporados, tem de fazer parte de um património de uma pessoa singular ou
colectiva, produzir rendimento e por fim o rendimento tem de estar afecto a qualquer
fim que não seja: a agricultura, a silvicultura ou a pecuária.
216
O rendimento, para prédio urbano arrendado é rendimento para efeito deste
imposto:

 O valor que o senhorio receba do arrendatário, pela cedência do prédio ou


serviços, que porventura nele tenha estabelecido;
 O valor que o arrendatário paga pelo aluguer de maquinismos e mobiliários
dos estabelecimentos fabris e comerciais, instalados nesses prédios;
 O valor que o senhorio recebe, pelo arrendamento de casas mobiladas.

O rendimento, para prédio urbano não arrendado: é o valor inscrito na matriz


predial respectiva e sujeita a actualização periódica e ao rendimento obtido, serão
deduzidos determinados valores, que irão dar origem ao rendimento colectável,
obtendo-se assim a base sobre a qual irá incidir a taxa do imposto.

Segundo Gonçalves (2017, p. 115) a taxas para prédios:

 Arrendados; a taxa é de 25%; Mas não pode haver imposto a pagar inferior a
1% do valor patrimonial.
 Não arrendados; será:

Valor patrimonial Taxa

Até 5.000.000,00 Kz 0

Superior a 5.000.000,00 Kz, sobre o 0,5%


excesso

De acordo com Magro e Magro (2008, p. 355) estes valores são:

 Para os prédios arrendados: às rendas efectivamente recebidas em cada


ano, deduz-se uma percentagem para as despesas de conservação e dos
encargos, quando suportados pelo senhorio.
 Para os prédios não arrendados: ao valor inscrito na matriz predial, deduz-
se uma percentagem, para despesas de conservação.

Importante salientar que ficam isento deste imposto:

217
 O Estado, institutos públicos e associações que gozem do estatuto de
utilidade pública;
 Os Estados estrangeiros, quanto aos imóveis destinados à respectivas
representações diplomáticas e consulares, quando haja acordos de
reciprocidade;
 As instituições religiosas legalizadas, quanto aos imóveis destinados
exclusivamente ao culto.

No tange a liquidação, A matéria colectável é determinada em função da renda e


deve constar na caderneta predial devido ao depósito do contrato de arrendamento
no bairro fiscal.

O rendimento colectável é igual ao valor das rendas menos 40% correspondentes a


despesas relacionadas com o imóvel, como:

 Assistência técnica e energia para elevadores, monta-cargas e elevação de


água;
 Remunerações de porteiros e pessoal de limpeza;
 Iluminação de vestíbulos e escadas;
 Climatização central;
 Administração de condomínio, quando o número de condomínios não for
inferior a 10;
 Seguro do prédio.

No caso de prédios não arrendados, o rendimento colectável corresponde ao valor


patrimonial.

O imposto será liquidado anualmente e os contribuintes que disponham ou devam


dispor de contabilidade organizada, a quem competir o pagamento das rendas
relativas a imóveis, devem fazer a retenção na fonte à taxa de 15%, no memento do
pagamento da renda. (Gonçalves, 2017).

No tange a contabilização desse imposto segundo Magro & Magro (2008, p.356)
Atendendo a que, só no ano N+1, se irá proceder ao pagamento do Imposto Predial,
que incide sobre os rendimentos obtidos mo ano N, deverá ser respeitado o princípio
de especialização do exercício, considerando o custo no ano N.

218
Esquematicamente temos:

37.5.9 – Encargos a Pagar 75.3.2.2 – Contribuição predial


No ano N, com base na estimativa do imposto a pagar

34.9.1.1 – IPU 37.5.9 – Encargos


a pagar
No ano N+1, pelo pagamento, se coincidir com a estimativa

No ano N+1, pelo pagamento, se for superior à estimativa, faz-se o seguinte


lançamento:

34.9.1.1 – IPU 37.5.9 – Encargos a pagar

A+B78.10 – Correcção relativo a exercício anterior

No ano N+1, pelo pagamento, se for inferior à estimativa, faz-se o seguinte


registo:

34.9.1.1 – IPU 37.5.9 – Encargos a pagar

A A+B

68.10 – Correcção relativo ao exercício anterior

43.1.1- Banco Ou 45.1.1 – Caixa 34.9.1.1 - IPU

Pagamento do Imposto

 Procedimentos contabilísticos

A empresa DOMATEC Lda. Pagou a empresa TECNO-TORRE Lda. A renda do


edifício administrativo do corrente mês no valor de 450.000, 00.

219
43.1.1 - Banco 75.2.21 – Renda e aluguer
382.500 450.000
34.9.1 – IPU
67.500

Nota: O Imposto Predial Urbano foi encontrado da seguinte forma: 450.000 × 15% =
67.500; valor em Banco foi a diferença entre o valor da renda e o do IPU (450.000 –
67.500 = 382.500).

A Empresa DOMATEC Lda. Processou o Imposto Predial Urbano do valor de


15.000, 00 Estimadamente.

37.5.9 – Encargos a pagar - IPU75.3.2.2 – Contribuições predial


15.000 15.000

No mês seguinte efectuou o pagamento em numerário do Imposto predial e o


mesmo coincidiu com a estimativa.

37.5.9 – Encargo a pagar - IPU 34.9.1.1 – IPU


15.000 15.000 S.i 15.000 15.000

45.1.1 – Caixa
15.000
A empresa DOMATEC Lda. Estimou pagar 20.000,00 de Imposto Predial Urbano.
No mês seguinte a mesma pagou o Imposto no valor de 15.000.

37.5.9 – Encargos a pagar – IPU 75.3.2.2 – Contribuições predial


A120.00 20.000 20.000

68.10 – Correcção relativo ao exercício anterior 34.9.1.1 – IPU


5.000A2B 15.000 15.000 A1 – A2

45.1.1 – Caixa
15.000 B

220
5.5.6.2. Subconta 34.9.1.2 – Outros Impostos – Sisa

Este imposto incide sobre:

 Todos os actos relacionados com a transmissão temporária ou perpétua, de


propriedade imobiliária a título oneroso.
 Exceptuam-se as transmissões efectuadas pelo governo para exploração de
empresas industriais, sejam elas de qualquer natureza e que tenham ou não
principiado a exploração.
 Constitui matéria colectável para efeitos de Sisa:
o O valor declarado no contrato de transmissão da propriedade; ou
o O valor correspondente a 20 vezes o rendimento das avaliações
inscritas na matriz;
o O valor correspondente a 20 vezes rendimento das avaliações
inscritas na matriz, quando estas forem efectuadas. (Magro & Magro,
2008).

O presente imposto apresenta as seguintes características: é Imposto sobre o


Património, é Indirecto (tributam manifestações indirectas da riqueza, através da
despesa) e Real (visa a tributação dos rendimentos das pessoas colectivas sem
atender à sua situação pessoal), é Estadual (O Estado é o sujeito activo) e é
Proporcional (a taxa mantém-se constante).

Incidência - Artigos 1º a 6º:

 Contrato de compra e venda, escambo ou troca;


 Transmissão de propriedade perpétua ou temporária, por título oneroso, das
concessões feitas pelo Governo para a exploração de empresas industriais de
qualquer natureza.

Segundo Magro & Magro (2008, p. 358) O Sisa actua sobre a transmissão de bens
imobiliários, a taxa aplicar é de 10%, não incidindo sobre ela qualquer adicional. A
liquidação da Sisa será efectuada pela repartição de finanças, onde se encontram
registados os bens objecto de transmissão.

221
5.5.6.4. Subconta 34.9.1.4 – Outros Impostos – Imposto sobre Valor
acrescentado (IVA)

5.6. CONTA 35 – ENTIDADE PARTICIPANTES E PARTICIPADAS

5.7 – CONTA 36 – PESSOAL

5.8 – CONTA 37 – OUTROS VALORES A RECEBER E PAGAR

5.9 – CONTA 38 – PROVISÕES PARA COBRANÇAS DUVIDOSAS

5.10 – CONTA 39 – PROVISÕES PARA OUTROS RISCOS E ENCARGOS

CAPÍTULO 6 – CLASSE 5 – MEIOS MONETÁRIOS

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MAGRO, J. L. F.& MAGRO, A. (2008) Manual de contabilidade Angolano. 2ª ed.


Dezembro/

CARVALHO, J. E. (2014) Gestão de empresas - princípios fundamentais. 1ª Ed Abril/

BORGES, A. RODRIGUES, A. & RODRIGUES, R. (2007) Elementos da


Contabilidade geral24ª ed., Áreas, Portugal.
MUHONGO, A. D. (2012) Contabilidade Geral, Edição do autor, Luanda.
222
GONÇALVES, F. e MANUEL, N. (2018), Práticas contabilísticas, 3ª ed. texto,
Luanda.
Plano Geral de Contabilidade, Aprovado pelo decreto nº 82/ 2001 de 16/11.

NEVES, J. C.das Análise e relato financeiro - Uma visão integrada de gestão,


5ªEd Janeiro de 2012.

ROCHA, D. AZEVEDO, G. e RODRIGUES, A. M.G., Contabilidade para todos –


Iniciação a contabilidade 2ª Ed Junho/ 2016.

SOUSA, António de, Introdução à gestão, 1ª Ed Outubro/ 1990.

BORGES, A.; RODRIGUES, A. & RODRIGUES, R.(2007) Elementos de


contabilidade geral, 24ª Ed Novembro.

DA COSTA, Rodrigo Simão, Contabilidade para iniciante em ciências contábeis


e cursos a fins, 2ªEd 2011.

HAWANI, Gabriel e VIALLET, Claude, Finanças para executivos – Gestão para


criação de valor, 3ªEd Norte-Americana, 2009.

AMEIDA, R. M. P.; MIRANDA, S. J.; NOGUEIRA, A.; DA SILVA, J. L.; PIHEIRO, P.


M. (2014) Plano Geral de Contabilidade Angolano – Explicado. 1ª ed. De Feveriro.

SÁ, C. A. (2011) Contabilidade para não contadores, 6ªEd Rio de Janeiro.

SENAC (2011) Básico de contabilidade + finanças. 7ªEd Rio de Janeiro

VIGÁRIO, A. (2007) Consultoria contabilística-Aspectos contabilísticos e fiscais das


imobilizações. 1ª ed de fevereiro, Luanda

LOUSÃ, Aires (2010) Contabilidade 11. 1ª ed Reforma do ensino técnico-


profissional.

Amaral (2004) Contabilidade Geral - Conceitos fundamentais 1ª

223
224

Você também pode gostar