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Nagata-chou, Tó quio.

Vamos voltar no tempo para cerca de meio mês atrá s, quando Itami e seu
grupo estavam rondando Rondel. Kano Taro, que foi nomeado Ministro das
Relaçõ es Exteriores do gabinete de Morita, está almoçando com Noji e os outros
secretá rios do Ministério As secretá rias, todas aspirantes a se tornarem políticas,
ouviam Kano atentamente enquanto comiam.

Eles nã o estavam apenas aceitando com apreço o que Kano tinha a dizer,
como à s vezes o refutavam e à s vezes, expressavam suas pró prias ideias e
opiniõ es. Entre as pessoas que trabalhavam sob Kano, havia uma atmosfera em
que eles podiam discutir qualquer coisa. Assim, eles sintetizam as ideias uns dos
outros e identificam as vantagens e desvantagens de seus argumentos.

“Porque a economia do Japã o está piorando enquanto os nú meros mostram


que os negó cios estã o crescendo… Resumindo, é porque há falta de empregos de
classe média.”

“Empregos de classe média?”

“Isso mesmo. Há muitos desses caras girando sobre o jargã o de negó cios, mas,
em suma, acho que era isso que todos eles queriam dizer. Trabalhos bem
remunerados exigem um alto nível de habilidade, bom senso e muito
conhecimento. . esse modo de pensar ainda existe de alguma forma no Japã o. No
entanto, eu odeio dizer isso, mas existem alguns trabalhos que podem ser feitos
mesmo sem ser japonês. Esses trabalhos estã o sendo levados para países
estrangeiros onde o custo do trabalho é mais barato para Isso significa que os
ú nicos empregos que restam sã o serviços com salá rios relativamente baixos. Além
disso, esses empregos estã o sendo preenchidos por estudantes de intercâ mbio e
estrangeiros. Isso deixa as pessoas de nosso país com falta de empregos para
aceitar.”

“É por isso que a disparidade aumentou?”

“Mais uma vez, nã o é que a disparidade tenha aumentado. Essa disparidade


sempre existiu. Só que a chamada classe média, que costumava trabalhar em
empregos de classe média e ganhar renda de classe média, desapareceu. É por isso
que essa disparidade se tornou evidente.”

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“Entã o, o que devemos fazer se quisermos uma recuperaçã o econô mica?”

“Na minha opiniã o, nã o devemos ser muito amigá veis com países
estrangeiros. Estou falando da China e da Coreia do Sul. É importante manter um
sentimento de tensã o ou distâ ncia desses países, na medida em que as empresas
relutam um pouco em instalar fá bricas ou filiais, que dã o à s pessoas empregos de
classe média, em países estrangeiros. Isso trará os empregos de classe média de
volta ao Japã o. Acredito que a visita de Houjou-san ao Santuá rio Yasukuni quando
ele era o primeiro-ministro teve esse propó sito. No entanto, esses burocratas
corporativos que lucram com o comércio exterior só estã o de olho nos lucros de
curto prazo, dizendo coisas como “viva a amizade”, nem mesmo percebendo que
estã o fazendo uma escolha que prejudicará seu país e seu povo ……”

“Entendo.”

“Se eu tivesse que usar uma analogia simples para descrever a forma como
administramos nossa naçã o hoje, seria nô made. Vacas e ovelhas sã o as
corporaçõ es de nosso país, enquanto nó s somos seus pastores. Precisamos atrair
as vacas e ovelhas para as pastagens do Japã o e enriquecer nosso povo com o leite,
a lã e a carne que produzem. No entanto, as vacas e ovelhas querem ir para outras
pastagens onde possam comer uma grama mais deliciosa. A melhor maneira de
evitar que o rebanho fuja é prendê-los em ……”

A globalizaçã o da economia significaria a remoçã o desse enclausuramento.

“Se fizéssemos isso… as vacas e ovelhas reclamariam, nã o é?”

“É por isso que precisamos criar uma situaçã o em que vacas e ovelhas sejam
desencorajadas a ir para as pastagens vizinhas de forma que nã o precisemos
encarcerá -las. No entanto, lembre-se de que há alguns idiotas que, sem pensar no
futuro, querem transformar todas as ovelhas e vacas em carne (aumentar a
alíquota do imposto corporativo) para que as pessoas possam comer até se fartar.
Se tal coisa for feita enquanto estamos em recessã o, o Japã o definitivamente cairia
tremendamente.”

“Se isso acontecer, todas as vacas e ovelhas fugirã o.”

“Certo? Bem, a verdade é que as corporaçõ es nã o sã o tã o fofas quanto vacas e


ovelhas. Antigamente, o estado era comparado a um leviatã , os leviatã s agora sã o
essas corporaçõ es. Cercados por tais seres, precisamos ser domadores de
monstros.”

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Sendo esse o caso, como eles controlariam esses monstros? Nã o querendo
perder suas palavras, os secretá rios se inclinaram para frente. Mas assim que Kano
estava prestes a falar, a porta do escritó rio foi aberta.

“Ministro. Desculpe-me por interromper sua refeiçã o.”

Sem esperar resposta, um dos conselheiros empurrou a porta e entrou


correndo com uma pilha de papéis na mã o.

“Qual é o problema, fazendo tanto barulho na hora das refeiçõ es?”

“Relató rio urgente da Regiã o Especial. Uma repressã o simultâ nea no campo
da paz começou na Capital Imperial.”

Colocando seus hashis de lado, Kano folheou a pilha de relató rios antes de
murmurar algumas palavras.

“O que diabos é isso?”

Uma ruga profunda apareceu entre suas sobrancelhas.

“Eles realmente foram e fizeram isso. Op... Oprichniya? Para Comitê para
Proteçã o e Restauraçã o da Soberania e Autoridade do Imperador”.

“Entã o, Shirayuri e os outros que estã o lá estã o seguros, certo?”

“Sim. Parece que o Império nã o tem intençã o de quebrar o acordo com nosso
país. O Palá cio de Jade, onde eles estã o hospedados, foi cercado pelos Cavaleiros da
Princesa Piñ a para garantir sua segurança, entã o eles devem ficar bem por
enquanto.”

“Por enquanto... hein. Isso significa que você nã o sabe quanto tempo essa
situaçã o vai persistir, certo?”

“Sim. Mas o problema mais urgente é que os senadores e nobres pró -paz estã o
sendo presos um apó s o outro”.

“Está tã o ruim assim?”

"Sim. O problema com essa lei Oprichnina especial é que a “Oprichnina”


determina subjetivamente o que constitui uma violaçã o dos direitos imperiais”.

“Isso significa que nã o importaria para eles se eles estivessem fingindo, hein?”

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"Sim. Sob a interpretaçã o de que “a recuperaçã o de uma situaçã o em que a
soberania e a autoridade do Imperador estã o ameaçadas tem precedência sobre
todas as outras”, essa lei especial permite buscas coercitivas e a prisã o e detençã o
de suspeitos mesmo sem provas concretas. Todo ser humano terá algumas
frustraçõ es com o status quo. Se for batido com força suficiente, até mesmo um
pano recém-tecido acumulará poeira. No entanto, esta lei determina que mesmo tal
animosidade contamina a autoridade do Império.”

“E nã o haveria pessoas neutras aos olhos daquela “Oprichnina” hein. Como eu


pensava……”

Mesmo que Kano tenha dito isso, ele pensou que nã o seria tã o ruim.

“Com base nas informaçõ es abrangentes do sitio, parece que todos sã o


compostos por pessoas que defendem ativamente a guerra. Além disso, sã o todos
jovens radicais, 400 deles. Seus nú meros ainda estã o aumentando rapidamente.
Com tal situaçã o, nã o podemos esperar nenhuma imparcialidade ou neutralidade.
Na verdade, o que esta “Oprichnina” está fazendo é quase o mesmo que o
“Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD)” fez, brandindo seu poder
na antiga Uniã o Soviética”.

O Comissariado do Povo para Assuntos Internos é a organizaçã o matriz da


KGB (a Polícia Secreta). Para se ter uma ideia de que tipo de gente eles eram,
retratados em filmes como “Stalingrado”, em vez de ajudar os generais aliados em
retirada, atiravam neles pelas costas e os obrigavam a “lutar se nã o queriam
morrer”. Resumindo, se você agise de forma suspeita, seria morto a tiros. Mesmo
se você nã o estivesse agindo de forma suspeita, eles eram sujeitos que atirariam
em alguém até a morte por um capricho. Por exemplo, Sulla da Roma Antiga criou
os Cornelli para massacrar as facçõ es populares, e Hitler criou as Waffen-SS. Há
também Mao Zedong que organizou os Guardas Vermelhos e realizou uma grande
opressã o sob o nome de Revoluçã o Cultural.

“Eles estã o governando completamente pelo medo. Será que aquele tal de
Zorzal realmente chegou tã o longe?”

"Sim. Se você disser uma palavra de crítica sobre eles, será pego. Os cidadã os
da capital têm tanto medo deles que ficam em casa e fecham as portas.”

Como se fosse jogar na frente dele, algumas fotos do cená rio ao redor da
Capital Imperial foram colocadas na frente de Kano. Era como se fosse uma cidade
morta, completamente desprovida de gente.

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“Isso é terrível.”

“Sim.”

Como a Capital Imperial estava quase sob lei marcial desde que Zorzal tomou
o poder, nã o se podia dizer que isso aconteceu de repente. No entanto, houveram
poucas respostas naquela época. E agora, isso aconteceu. Ao ouvir sobre este
relató rio, Kano se preocupou com a vida das pessoas que estavam na capital agora.

“De qualquer forma, o que devemos fazer sobre a facçã o pró -paz? Os ú nicos
lugares seguros para eles agora sã o Arnus ou o Palá cio de Jade.”

“Hmmm, o que você está querendo dizer?”

“Na verdade, fui abordado por alguns dos membros pró -paz para ver se
poderíamos abrigá -los …”

“…”

“Nã o podemos fazer isso, oi!”

Batendo sua mesa, Kano se levantou.

“Agora, tente imaginar a situaçã o em que apoiamos a facçã o pró -paz. Os


guerreiros da linha principal vã o pensar ainda mais que o que estã o fazendo é
certo. Eles diriam “Veja só , eu sabia que eles estã o aliados ao Japã o. Expulsem os
traidores!””

“Mas ministro, se continuarmos a ignorar isso, seremos criticados quando a


mídia souber disso. A imprensa está prestes a começar a entrar em Arnus, e eu
sugiro que você seja atencioso com isso…”

“Deixe aqueles que criticam por criticar em paz. Aqueles que prenderam ainda
nã o foram executados, foram?”

“No entanto, será apenas uma questã o de tempo.”

Os lá bios de Kano se contraíram em resposta. Entã o, como um superior


orientando um subordinado que nã o sabia tomar decisõ es, ele falou.

“Uma ajuda indiferente só vai piorar a situaçã o para aqueles que estã o sendo
mantidos em cativeiro. Se você vai ajudar, certifique-se de ajudar todos de uma
vez... Ao ajudar alguns deles, pense em como as pessoas que você deixou para trá s

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serã o tratadas. Tal situaçã o os levaria a rasgá -los em pedaços, certo?”

“Ahh... Você está certo.”

“Escute, certifique-se de conversar com os caras no local sobre isso também.


Nã o estou dizendo que nã o vamos ajudá -los. Estou dizendo a eles para ficarem de
olho na oportunidade. Além disso, entre em contato com o Ministro da Defesa,
Natsume-san, o mais rá pido possível. Precisamos fazer com que o JSDF discuta um
plano de resgate……”

“Por que nã o vamos em frente e ocupamos a Capital Imperial?”

“Isso nã o é bom. O Japã o atualmente nã o pode se dar ao luxo de ir tã o longe. A


estabilidade da Regiã o Especial deve ser mantida pelo Império. Se o fizéssemos,
acabaríamos exatamente como os EUA, que esgotaram sua força nacional
ocupando o Iraque e o Afeganistã o. Nã o podemos arriscar o pró prio Japã o
assumindo um fardo muito pesado apenas por um senso de justiça barato. Estou
limpo?”

"……Eu entendo."

Enquanto observava as costas do Conselheiro enquanto ele saía do escritó rio


do Ministro, a carranca de Kano se aprofundou e ele estalou a língua.

"Porra, que confusã o."

Tendo perdido completamente o apetite, Kano deixou a maior parte de seu


almoço intacto. No entanto, a situaçã o na Capital Imperial era muito pior do que foi
relatado a Kano. Pois, embora relatos tenham sido feitos a Kano de que muitas
pessoas estavam sendo mantidas em cativeiro, a descriçã o do que aconteceu com
aqueles que escaparam e estavam sendo perseguidos foi completamente omitida. A
“Oprichnina”, que foi descrita por funcioná rios do Ministério das Relaçõ es
Exteriores como a versã o do Império do NKVD, mostrou clemência ao prender, em
vez de executar no local, aqueles que obedientemente se deixaram ser capturados.
Mas uma vez que resistiram ou fugiram, nã o hesitaram em revelar sua verdadeira
natureza.

O marquês Casel, conhecido como a figura principal do movimento pró -paz,


estava se escondendo da facçã o pró -guerra na mansã o de um parente distante
desde pouco antes da proclamaçã o da lei especial Oprichnina. Ele tinha a opçã o de
escapar da Capital Imperial e retornar ao seu feudo na fronteira. Na verdade, ele
fez com que sua família e membros do clã fugissem da Capital Imperial junto com
seus servos e outros funcioná rios. Porém, na “Regiã o Especial”, onde a transmissã o

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de informaçõ es é lenta, estar longe da Capital Imperial significa que nã o dá para
entender a situaçã o. Se algo acontecesse, ele nã o seria capaz de responder
rapidamente. Tendo considerado isso um abandono de seus deveres como político,
Casel perdeu tempo para escapar.

Assim como ele esperava, enquanto ele permanecesse na Capital Imperial, as


informaçõ es continuaram a chegar. No entanto, tudo o que ele recebeu foram
relató rios ameaçadores de que seus colegas senadores e nobres haviam sido
capturados ou estavam sendo perseguidos. Além disso, havia até mensagens que
soavam como gritos, contando sua situaçã o e pedindo abrigo. No entanto, nã o
havia nada que Casel pudesse fazer. Ele tem o poder militar e a riqueza de um
senhor da fronteira, mas eles estã o localizados longe da capital e nã o têm utilidade
em um momento como agora.

Ele poderia trazer um exército particular para a Capital Imperial, mas isso
levaria tempo e nã o teria sentido sem o exército de certa escala. Em primeiro lugar,
chamar soldados para a Capital Imperial sem a ordem ou permissã o do Imperador
significaria iniciar uma rebeliã o. Por causa disso, ele passava os dias se
preocupando com o futuro do Império, sentindo-se impotente e incapaz de fazer
qualquer coisa.

“Casel-sama. Quer mais mingau de trigo?”

Como se quisesse animá -lo, a garota sorriu para ele. Casel se pergunta se
talvez a frustraçã o estivesse aparecendo em seu rosto. Nã o querendo envelhecer
demais para apreciar sua consideraçã o, Casel forçou suas bochechas contraídas a
sorrir e expressou sua gratidã o como um velho bem-humorado.

“Estou bem, Sherry. Na verdade, você deveria comer um pouco mais. Você
ainda está crescendo.”

Entã o, a jovem da casa que a servia sorriu timidamente.

“Por favor, nã o se preocupe, estou comendo bastante. Mas se eu comer


demais, meu estô mago ficará flá cido e Sugawara-sama pode nã o gostar de mim.”

Ter o corpo de uma criança já é uma desvantagem na hora de seduzir


Sugawara, assim a jovem desabafou. Ela ainda disse que, se fosse possível, gostaria
de ter um pouco mais de volume no peito. Quanto tempo se passou desde que as
portas da Capital Imperial se fecharam? As reservas da família Tyueli já devem
estar acabando. No entanto, a alegria da família Tyueli, como se nã o considerassem
esta vida de pobreza uma dificuldade, fez com que até Casel se sentisse salvo.

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“Oya oya, você já está na idade em que se preocupa mais com o apelo sexual
do que com a comida? Você é muito precoce, nã o acha?”

“Apelo sexual, por favor, nã o diga essas coisas, Marquês-sama. Mostrando


desprezo pelo puro amor de uma donzela, você tem jeito com as palavras, nã o é?”

“Oh, eu deveria me desculpar entã o.”

“Nã o, isso nã o vai funcionar. Como puniçã o, você vai comer todo esse mingau
de trigo.”

Com os lá bios cerrados, Sherry encheu o prato do Marquês com uma boa
porçã o de mingau. Quando o Marquês viu a pilha amontoada, ele ficou surpreso e
gritou exageradamente “Eu nã o posso comer tanto. Ajudem-me!”, ao que todos
riram.

"Você criou uma filha muito boa, né?"

Acariciando a cabeça de Sherry, Casel elogiou o jovem chefe da família Tyueli


e sua esposa.

“Infelizmente, ela também é um pouco atrevida.”

“Nã o, nã o, atrevimento é uma qualidade que deve ser elogiada. Isso significa
que ela tem uma visã o que nã o combina com sua juventude. E, no entanto, ela
permanece modesta. Acredito que sua sabedoria sustentará minha família no
futuro.”

“No entanto, para que isso tenha acontecido.”

Os ombros do chefe da família Tyueli caíram, mas Casel o animou.

“Nenhuma noite é escura demais. Até as tempestades acabarã o por passar. Até
entã o, a chave é resistir e sobreviver. Nó s só precisamos comer e economizar
nossas forças.”

Com essas palavras, Casel arregaçou as mangas e gentilmente enfiou a colher


na pilha de mingau no prato à sua frente.

De repente, porém, houve uma batida violenta na porta e gritos, e houve até
algo que soou como um grito vindos da porta da frente.

“Isto é péssimo! Mestre, os “varredores” invadiram!”

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Assim que ouviram o aviso do criado, o casal sentou-se.

“Marquês. Há uma passagem no porã o que leva ao rio lá fora. Por favor, use-o
para fugir!”

“Umu, tudo bem. Vocês também, preparem-se rapidamente!”

“Sim!”

Em pâ nico, os dois ordenaram que seus criados guardassem seus pertences


pessoais. Se eles escapariam para sobreviver, eles nã o poderiam simplesmente
deixar seu corpo. No mínimo, eles precisavam ter dinheiro e roupas. Especialmente
se eles estivessem fugindo sem ter para onde ir. Na entrada, já se ouvia o som de
algo pesado e só lido batendo na porta, como se estivessem tentando arrombá -la.

“Isso nã o é bom! Eles trouxeram os aríetes. A porta nã o vai durar tanto


tempo!”

Assim que o Marquês disse isso, ouviu-se o som de madeira sendo esmagada e
portas sendo arrombadas. Imediatamente depois, o som de inú meros passos
entrou na mansã o. Até mesmo os gritos e choros de desespero podiam ser ouvidos,
e a maioria das pessoas na sala podia adivinhar o que aqueles que haviam invadido
estavam fazendo.

“Marquês, por favor, corra! Sherry, é um aqueduto subterrâ neo. Leve o


Marquês para longe daqui. Entendido?”

"Sim. Mã e, pai, por favor, se apressem.

"Eu sei. Sua mã e e eu estaremos logo atrá s de você, entã o vá em frente!”

Assentindo com as palavras de seu pai, Sherry entrou no porã o puxando Casel
pela mã o. Depois de vê-los partir, o pai de Sherry se virou e trocou olhares com a
esposa, antes de acenarem com a cabeça. Movendo rapidamente um armá rio em
frente à entrada, eles o bloquearam e começaram a empilhar mesas, cadeiras e
outros mó veis na frente dela.

“Enquanto Sherry estiver viva, a família Tyueli viverá .”

“Nã o se preocupe. Ela tem o apoio do marido.”

“Sim, ela tem um bom olho para os homens. Ele pode parecer frio à primeira

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vista, mas por dentro é um homem de sentimentos fortes. Deve ter. Tenho certeza
que sim. Ela definitivamente estará segura.”

No final, a esposa pegou um par de garrafas de licor de cor â mbar que


guardava em um armá rio, tirou a tampa e disse: “A esperteza daquela menina foi
porque seu pai a ensinou bem”. Respondendo com "O que você quer dizer com ela
nã o absorveu suas habilidades de você?", O chefe da família puxou um castiçal
aceso para perto.

“Quero dizer, você me escolheu, certo? Isso é prova de que você tinha um bom
olho para mim. Nã o concorda?”

Percebendo que estavam apenas elogiando a si mesmos, os dois riram um do


outro. Mas entã o, sem nenhum tato, um membro da Oprichnina e os homens
comandados por ele apareceram. Os homens estavam vestidos com longas tú nicas
negras que os fariam parecer sacerdotes do templo, e usavam capacetes na cabeça
que lembravam Kobolds. Seguravam em suas mã os vassouras feitas sob medida,
feitas com o pelo de uma fera. Era um símbolo de sua vontade de morder traidores
como Kobolds e varrê-los da terra. Por causa dessa aparência, eles receberam o
epíteto de “varredores” do povo. O corredor era tã o estreito que o casal podia ver
apenas três ou quatro pessoas entre os intrusos, mas parecia haver um grupo
ainda maior esperando atrá s. Atrá s deles, viram a figura caída de um servo que
trabalhava para organizar sua vida cotidiana. Tendo enfrentado a morte de uma
pessoa que conheciam, os dois ficaram lado a lado de maneira relaxada e sem
força.

“Meu Deus, parece que temos convidados. Eu me pergunto qual é o propó sito
de sua visita repentina?”
“O chefe da família Tyueli e a madame, certo?”

Embora ele achase muito rude perguntar a alguém algo que já soubesse, o
chefe da família Tyueli respondeu de maneira calma.

"De fato. E quem é você?"

“Nó s somos a Oprichniina. Você é suspeito de infringir a autoridade imperial.


Obedientemente, deixem-se amarrar e sigam-nos”.

“Se é “traiçã o”…… eu sei o que isso significa, mas “infringir a autoridade
imperial”, esses sã o termos com os quais nã o estou familiarizado. Você poderia me
dizer o que exatamente constitui uma violaçã o da autoridade imperial para
referência futura?”

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“Nã o, nã o é que essas palavras sã o difíceis de entender. Em suma, toda palavra
e açã o desfavorá vel a sua majestade constitui uma violaçã o de sua autoridade
imperial.”

“Desfavorá vel a Sua Majestade... Posso ter falado mal ou insultado, mas é isso.
Tenho certeza de que nunca fizemos nenhum ato que fosse considerado como tal”.

“Isso seria um ato de profanar a autoridade do Império. Tal coisa, por sua
pró pria natureza, é inaceitá vel.”

“Espere, espere, pare um momento, ok? Isso significa que nã o podemos


reclamar ou expressar nossas emoçõ es ruins, como “eu nã o gosto deste país” ou
“eu odeio isso ou aquilo”? Nã o existe pessoa pura e inocente. Nunca vi uma pessoa
que permanecesse pura de coraçã o. Todo mundo já pensou ou até disse coisas
como “eu odeio essa pessoa” ou “essa raça é desagradá vel”, nã o é? Eu sei que tal
parte de uma pessoa nã o é louvá vel, mas isso nã o está dentro do escopo da
liberdade da mente interior e da liberdade de expressã o? E, de um modo geral,
quem pode julgar isso e por quais critérios?”

“Faremos nosso pró prio julgamento subjetivo com base na alegaçã o de que a
autoridade do Império foi manchada. Se você for inocentado de qualquer suspeita,
nã o será punido. A ú nica coisa que pedimos é que você nos diga onde está
localizado o marquês Casel, que já foi considerado culpado de diplomacia pessoal,
mesmo que tenhamos que obrigá -lo a falar à força.”

“Aliá s, posso perguntar de quem é a alegaçã o que o trouxe aqui?”

“A princípio, nã o seria capaz de responder à sua pergunta porque devemos


manter a existência do peticioná rio em sigilo, mas, nessas circunstâ ncias, suponho
que nã o me importo. Na verdade, é minha alegaçã o.”
“Como eu pensava. Vocês sã o os que interrogam e julgam também, certo?”

"Sim. Isso é exatamente certo.

“Nesse caso, eu odiaria ser obedientemente pego por você aqui.”

O chefe da família deu de ombros.

“Isso mesmo. Caia fora e nunca mais volte. Odeio homens feios e descarados
como você.”

A esposa também parecia recusar os avanços do homem persistente.

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“Nossa, até a senhora está dizendo essas coisas... Falando nisso, parece que
nã o vejo a jovem da casa. Suspeitamos que ela possa ser culpada das mesmas
acusaçõ es.”

Quando perguntados para onde a filha também havia fugido, os dois


responderam em uníssono que nã o sabiam.

“Ela é uma garota que está um pouco acostumada com a devassidã o, afinal, ela
provavelmente se apaixonou por algum homem e provavelmente está se
entregando a algum tipo de jogo sexual.”

“Marido. Isso nã o é um pouco demais? Ela tem apenas 12 anos.”

“Hmph! Se você me perguntar tanto faz se é daqueles que cumprimentam


educadamente ou dos que agem como um ladrã o sorrateiro, dá no mesmo quando
sua filha passa a ser de outra pessoa.”

“Nossa, você está com ciú mes? Você é muito maduro.”

O casal de repente começou a discutir e os membros da Oprichnina ficaram


surpresos.

“Ah, alô ? Olá !? Você e sua esposa poderiam deixar a briga para depois?

“Ara, me desculpe. Está vamos nos divertindo tanto com nossa conversa que,
olha, nossos convidados estavam se sentindo deixados de lado.”

“Parece que conversar com vocês é inú til. Agora usaremos apenas a força.”

Com suas palavras, os homens lentamente começaram a se aproximar do


casal.

“Ah, isso mesmo. Esqueci de servir uma bebida aos nossos convidados.”
“O que, você nã o precisa se preucupar conosco. Nó s terminaremos
imediatamente nossos trabalhos aqui... Ei, vocês.”

"Sim."

Em seguida, homens com cordas avançaram para agarrar o casal.

“Isso nã o serve. Seria uma desgraça para a família Tyueli nas pró ximas
geraçõ es se nã o dermos ao menos uma bebida para nossos convidados.”

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Quando a mã e de Sherry disse isso, ela jogou o á lcool da garrafa que estava
segurando nos homens. Esta garrafa estava entre as três oferecidas a eles por
Sugawara, saquê com 50% de teor alcoó lico. Os homens expostos ao á lcool nã o
esconderam a agitaçã o com a sensaçã o de frescor do á lcool que rapidamente tirava
o calor do corpo. Enquanto isso, aqueles que estavam encharcados na cabeça e com
á lcool nos olhos mantinham o rosto grudado, gemendo de dor.

“Uwaaahhh, o-o que é isso!!!?”

“Senhora. F- Fazer isso nã o vai te dar mais tempo!”

Olhando de soslaio para os homens enfurecidos, o chefe da família e sua


esposa engoliram o pouco saquê que lhes restava, como se estivessem fazendo um
brinde.

“Esse á lcool, com certeza, é do bom. Eu sempre sonhei em compartilhar uma


bebida com o homem que seria o marido de Sherry... mas é uma pena que tivemos
que gastá -lo em algo assim.

“Eu gostaria de ter segurado meus netos em meus braços.”

“É uma pena nã o poder vê-la no dia do casamento. Oh nã o, eu sempre fui um


homem tã o ganancioso? Todos esses arrependimentos continuam surgindo e
minha determinaçã o está sendo abalada.”

“Eu só espero que você esteja satisfeito com o fato de ter se casado comigo.”

"Eu suponho. A maioria dos meus desejos foram certamente realizados com
isso. Quanto ao resto dos meus desejos...”

Acenando com a cabeça, o chefe da família Tyueli deu um passo à frente com
um castiçal aceso. Sentindo o que ele estava prestes a fazer, a expressã o nos rostos
dos homens mudou imediatamente.

“E-Espere. Espere, espere, espere, podemos conversar sobre isso!

“Hmph. Nã o há nada que eu queira falar com vocês.

Dizendo isso, o chefe da família ateou fogo no á lcool ao seu redor. Em um


piscar de olhos, chamas branco-azuladas se espalharam por toda parte e, com seus
gritos, os membros da Oprichnina foram instantaneamente incendiados. As
chamas branco-azuladas queimaram impiedosamente nas roupas pretas dos

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homens, mudando sua cor para vermelho.

“Uwaaaahhhh!”

“Hiiiiiiiiii! Está quente! Isso dó i! Me ajude! Estou em chamas!”

Em meio aos gritos dos homens em fuga e à s risadas divertidas do casal, a


mansã o da família Tyueli foi rapidamente engolfada por chamas vermelhas e
começou a soltar fumaça negra.

O aqueduto subterrâ neo, como disse o chefe da família Tyueli, levava à beira
do rio, de onde se podia subir à superfície. Como esperado, a guarniçã o nã o parecia
pensar que o porã o da família estava conectado a tal lugar, e nã o haviam guardas
ou perseguidores à vista, tanto quanto podiam ver ao redor deles.

“Nossa, mamã e e papai realmente estã o demorando. Eu me pergunto se eles


ficaram tã o gananciosos com suas malas que ficaram presos ao longo do caminho?”

Sherry estava na beira do rio, esperando que seus pais aparecessem. Ela
estava ansiosa, olhando em volta e espiando o aqueduto subterrâ neo repetidas
vezes. Ao lado dela, o Marquês Casel estava pensando em como interpretar o aviso
do chefe da família Tyueli com o qual ele foi confrontado no momento de sua
separaçã o.

Se realmente fosse como ele pensava……. Nã o, talvez, podia ser apenas sua
imaginaçã o. No entanto, se ele continuasse hesitando, perderia o precioso tempo
que o casal havia dado a eles.

Mas mesmo que seja assim, mesmo que fosse esse o caso......

No final, ele nã o poderia ser implacá vel o suficiente para tomar uma decisã o
imediata. Incapaz de perder a esperança de que o casal escapasse com eles, Casel
decidiu se esconder no matagal da margem do rio. No entanto, enquanto eles se
escondiam lá , o medo de que os varredores pudessem chegar antes dos dois veio à
tona. O mero pensamento disso o deixava tã o nervoso que mesmo o menor
farfalhar de suas roupas ou o som do vento farfalhando nas folhas e na grama o
deixava incapaz de respirar.

No meio de tudo isso, Sherry finalmente nã o aguentou mais e sentou-se.

“Marquês. Vou voltar e buscar meus pais e os outros.”

Dizendo isso, ela tentou voltar ao aqueduto subterrâ neo. No entanto, Casel

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rapidamente estendeu a mã o e pegou o braço da garota.

“Você nã o deve voltar!”

“P- Por favor, deixe-me ir. Mamã e e papai devem ter se metido em problemas.

Casel pensou. Talvez essa garota esteja ciente das verdadeiras intençõ es de
seus pais. Deve ser por isso que essa filha inteligente deles está tã o ansiosa. Mas se
esse fosse realmente o caso, ele tinha que ser mais determinado. Como a pessoa a
quem a filha foi confiada, ele nã o podia deixá -la retornar à s garras da morte.

“Você nã o pode voltar!”

“Pare! Marquês, por favor, tire suas mã os de mim. Por favor, me solta!”

“Nã o. Precisamos sair daqui agora.”

Finalmente decidindo-se a partir... o que também é uma decisã o de abandonar


o casal, Casel carregou o pequeno corpo de Sherry. No entanto, mesmo com uma
constituiçã o maior do que ela, Casel ainda achava difícil continuar a carregá -la
quando ela resistia tã o desesperadamente que quase a deixou cair vá rias vezes ao
longo do caminho.

“Pai! Mã e!”

"Fique quieta!"

Casel tentou fazê-la ficar em silêncio, mas nã o conseguia pensar nas palavras
certas para dizer. Em um momento como este, tudo o que ele conseguia dizer era
um curto “Fique quieto”. Mesmo tendo idade suficiente para saber melhor, ele
estava ficando cansado de si mesmo por nã o ser capaz de pensar em palavras
sensatas.

Naquele momento, uma fumaça preta começou a subir da direçã o da mansã o.


Sherry, que testemunhou, soltou um grito estridente.

“NÃ OOOOOOOOOOOOOOOOOOO! PAI! MÃ E!”

“Meu Deus……”

Testemunhando ele mesmo, Casel também ficou parado involuntariamente.

“Marquês, por favor, me coloque no chã o! Papai e mamã e ainda estã o...!"

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“Nã o. Seus pais se sacrificaram para te salvar! Você vai desperdiçar os
sentimentos deles!”

“Isso é uma mentira! Papai disse que viria conosco!”

No final, Casel nã o conseguiu mais carregar Sherry, que se debatia


violentamente. Ele teve que colocá -la no chã o para evitar que a jovem fosse jogada
acidentalmente no chã o.

No entanto, a jovem tentou sair correndo assim que colocou os pés no chã o, ao
que Casel tentou desesperadamente segurá -la.

“Eu disse que você nã o pode. Nã o é seguro voltar!”

“Nã o. Eu quero, por favor, deixe-me ir. Pai! Mã e!”

Casel finalmente levantou a mã o e deu um tapa na bochecha de Sherry o mais


forte que pô de. Ele nã o teve escolha a nã o ser esbofeteá -la.
“Ouça o que estou dizendo!”

A dor e o choque do tapa de Casel fizeram Sherry cair no chã o, distraidamente


segurando sua bochecha.

“Venha, levante-se.”

Forçando a jovem a se levantar, Casel puxou sua mã o.

‘Puxada pelo velho, Sherry cambaleava, como uma marionete que precisava da
orientaçã o de outras pessoas.

“Uuuuu, uwuuuu……”

"Pare de chorar! É deprimente!

“Uuuuu, hic...”

Ele, que nã o conseguia nem encorajar uma ú nica garota em um momento


como este, deveria ser um político que devia ajudar o imperador e liderar o povo.
Como ele poderia salvar o país se nã o pudesse salvar apenas uma pessoa?
Repreendendo-se em sua mente, Casel se desesperou.

******

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O incêndio na casa dos Tyueli foi extinto espontaneamente naquela noite.

Felizmente, os prédios de pedra nã o pegaram fogo. No entanto, o interior da


casa estava em péssimo estado. Entrando no prédio, onde o ar ainda estava quente,
a cena lá dentro parecia como se alguém tivesse entrado em uma lareira. Os
rebocos internos, mó veis, escadas, painéis do teto, cortinas e outras coisas devem
ter sido queimados pelo fogo, e as paredes internas estavam pretas de fumaça e
fuligem. O chã o estava cheio de madeira carbonizada e detritos do fogo, e havia
objetos nas fendas que poderiam ser mó veis... ou talvez restos humanos.

Foi um lembrete gritante de como o fogo é aterrorizante.

Entre essas pilhas de escombros, os membros da Oprichnina desenterraram


pistas para encontrar sobreviventes, que provavelmente nã o permaneceram
naquela mansã o em chamas, e possíveis fugitivos. Sempre que encontravam um
objeto que tinham certeza de que era o cadá ver de um ex-companheiro e ex-
morador da mansã o, eles o cuidavam dele. Mas nã o importava como olhassem, nã o
havia pistas que lhes permitissem imaginar como eram antes de morrer. Portanto,
nã o tiveram escolha a nã o ser lamentar todos juntos.

Ao final dessa revista, os homens descobriram a entrada do aqueduto


subterrâ neo. A essa altura, entretanto, já havia se passado meio dia desde que eles
entraram na mansã o. Se alguém tivesse conseguido escapar, era altamente
duvidoso que fossem capaz de pegá -lo. Foi neste preciso momento em que se
confirmou que o aqueduto estava ligado a um rio pró ximo que o vice-pretor,
Luflus, acompanhado pelo representante do príncipe herdeiro, chegou ao local
para incitar os seus subordinados com o seu trabalho.

“Casel e as pessoas que escaparam com ele devem ter fugido por aqui. Vamos
persegui-los imediatamente.

O Comitê Hee da Oprichnina disse a Luflus que eles iriam perseguir.

“Agora é tarde demais. Você realmente acha que Casel iria apenas esperar por
nó s?”

"Ah, nã o, mas apenas no caso ...”

"…"

“Sua liderança desleixada resultou na perda de alguns de nossos excelentes


homens. Além disso, o chefe do grupo pró -paz escapou. Chefe do Comitê, o que
você vai fazer sobre isso?”

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“Eu-eu nunca esperei que a família Tyueli fosse tã o longe a ponto de colocar
fogo em sua casa.”

“Você realmente achou que toda a facçã o pró -paz era um bando de covardes?
Por mais podres que sejam, eles ainda sã o nobres. Houve até alguns deles que
escolheram morrer com orgulho. Nesse sentido, os momentos finais do chefe da
família Tyueli e sua esposa foram verdadeiramente magníficos. Merecem nosso
respeito. Se a situaçã o nã o fosse essa, eu os chamaria de amigos. O mesmo pode ser
dito de você? Tudo o que você faz é dar desculpas e nã o produzir resultados. Essas
nã o foram açõ es que deveriam ser menosprezadas, você nã o acha?”

“N- No entanto, Praetor-dono. Também prendi muitos membros da facçã o


pró -paz. Procurei em 65 casas e detive 263 pessoas. Dizer que eu nã o fiz nada é...”

“Nã o é sobre os nú meros. O que importa é o desaparecimento dos alvos


importantes.”

Interrompendo do lado é Tyuule. Atuando como representante do príncipe


herdeiro, seu tom soava frio e desdenhoso, e ouvir a palavra de todos parecia
compelir a todos como uma lâ mina invisível.

“Para onde fugiu o Príncipe Diabo? Por que o Marquês Casel, líder da facçã o
pró -paz, ainda nã o foi encontrado? Só posso assumir que a negligência de alguém
causou essa situaçã o. Deve haver alguém que fala bem, mas secretamente se rebela
contra Sua Alteza. Como você pode ver, meus ouvidos sã o bons em ouvir coisas. Se
alguma dessas pessoas estiver sendo negligente, apenas um pequeno sussurro será
suficiente, entã o eu agradeceria sua cooperaçã o também.”

Tyuule olhou para os membros ao redor da Oprichnina com uma risadinha.

“N- Nã o tem ninguém que sendo negligente. Com um senso de dever em


nossos coraçõ es, todos estã o buscando diligentemente”.

Lufluf endireitou sua postura, forçando os mú sculos das costas, que estavam
tentando se contrair, a se endireitarem.

“Gostaria de ver provas desse senso de dever. De preferência, de forma


tangível.”

Talvez sentindo o olhar penetrante de Tyuule, Luflus estremeceu


nervosamente e suor frio escorria por sua testa. Sendo o Vice-Pretor, ele deveria
ter o segundo cargo mais importante do Império depois do Ministro. Ele deveria

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estar em uma posiçã o em que deixa o trabalho para seus subordinados políticos
em seu escritó rio e apenas reclama do trabalho deles. Apesar disso, suor frio
escorria pelo corpo de Luflus no local, temendo e mostrando respeito a Tyuule, que
deveria ser nada mais que a escrava favorita do príncipe herdeiro.

Aqui mostra a realidade da sua posiçã o e a da Tyuule. Hoje em dia, dentro do


Império, tudo é determinado pela proximidade de alguém com o príncipe herdeiro
Zorzal.

“É uma pena que eu tenha que relatar isso a Sua Alteza.”

Tyuule disse aparentemente arrogante. Era um tom que parecia encurralá -lo,
provocá -lo e estimulá -lo.

“P- Por favor, espere, Tyuule-sama!”

Como se quisesse se agarrar a ela, Luflus chamou Tyuule antes dela se virar
para o chefe do comitê e pressioná -lo.

“Nã o nos decepcione! Você também tem sua pró pria família, certo!?”

“Ah, nã o, mas Praetor-dono. Mas, ummm……”

Se atrapalhado com suas palavras, Luflus falou.


“Pense bem antes de falar. O que é importante para você? Considere até onde
as consequências podem se estender, dependendo da sua decisã o.”

“…… C- Contanto que eu…… Contanto que eu assuma a responsabilidade, e a


minha família?”

“Está tudo bem. Sua Alteza nã o maltrata aqueles que caíram em batalha. Ele
odeia apenas os covardes e aqueles que nã o cumprem seus deveres.”

Dizendo isso, Luflus tira uma adaga do bolso e pressiona a lâ mina embainhada
contra o peito do Chefe do Comitê. A princípio, o chefe do comitê parecia nã o
entender o que estava sendo forçado a fazer. Lentamente, ele olhou para a espada
em sua mã o, entã o tirou a lâ mina de sua bainha e olhou para ela, finalmente
percebendo o que estava segurando. Eventualmente, com a mã o trêmula, ele
pressionou a ponta da lâ mina contra o pescoço.

Ao vê-lo fazer isso, Tyuule se virou, como se já tivesse perdido o interesse, e


começou a fazer perguntas a Luflus. Ela nem presta atençã o ao som de algo caindo
a uma curta distâ ncia.

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“Vocês sã o responsá veis por encontrar o Marquês. Estou errada? Nã o estou
enganada, sim? Portanto, vocês devem persegui-los. Nã o finja ser algo que você
nã o é. É apenas uma questã o de saber se você está cumprindo seus deveres ou
nã o...”

“S- Sim. Está correto. N-Vamos direto ao assunto.”

Luflus se virou e reuniu os membros da Oprichnina, mostrando como ele


estava apenas na posiçã o de decifrar e transmitir ordens.

“Como vamos procurar o Marquês e a jovem daquela família!? Alguém dê uma


sugestã o. Agora!”

O final da declaraçã o de Luflus mudou de tom para soar como um grito. Pode-
se até descrevê-lo como um grito desesperado. Talvez, contagiados por seu senso
de urgência, as expressõ es dos membros da Oprichnina tenham mudado e como se
todos tivessem algo a dizer, todos começaram a falar um apó s o outro.

“L-Vamos persegui-los imediatamente.”

“Vago. Dê-me algo concreto!”

“Coloque uma recompensa por suas cabeças para encorajar as pessoas a


revelarem suas localizaçõ es.”

“Já fizemos isso!”

“Vamos aumentar a recompensa!”

“Aumente entã o!”

“Vamos prender a família dele e fazer deles um exemplo.”

“A família de Casel está em um territó rio remoto. Quantos dias você acha que
levará para enviar tropas para lá ? Além disso, a maior parte de sua família na
Capital Imperial havia fugido antes que a lei fosse aplicada. Os ú nicos parentes que
ele deixou aqui foram a família Tyueli!”

“Entã o, vamos atrá s daquela família dele! Deve haver outros que fugiram para
fora da Capital Imperial. Devemos ir atrá s de todos eles, incluindo aqueles que
escaparam!”

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Entre os Oprichnina, um homem relativamente jovem deu um passo à frente.

“I-Isso vai dar muito trabalho, nã o é?”

“No entanto, é melhor do que ficar sentado sem fazer nada.”

“Você vai fazer isso entã o? Muito bem, pegue um ú nico esquadrã o da
guarniçã o e vá !”

“Sim!”

O homem que havia sugerido a perseguiçã o saiu heroicamente, como se


finalmente tivesse encontrado uma desculpa para fugir daquele lugar.

“Agora, o que o resto de vocês propõ e?”

“Podemos vasculhar a Capital Imperial.”

“É por isso que estou pedindo sua maldita sugestã o! Seja mais específico!"

"..."

Ao ser questionado, o homem tirou do bolso um mapa da Capital Imperial. Suas


mã os tremiam, como se ele estivesse nervoso.

“P- Por favor, dê uma olhada nisso.”

Apó s suas palavras, todos se aproximaram para olhar o mapa.

“O aqueduto subterrâ neo que sai da casa da família Tyueli estava ligado ao rio
Purom. Portanto, devemos bloquear todas as estradas e becos dentro de duas
léguas da margem do rio e revistar todas as casas lá .”

“Você acha que temos mã o de obra para tal coisa? Você tem ideia de quantas
casas teremos que revistar?”

“Nã o, na verdade, nã o acho que precisaríamos revistar tantas casas.”

“O que você quis dizer? Desembucha!.”

“Podemos deixar intencionalmente uma á rea do cerco sem pessoal. A busca


em casas por si só causaria uma comoçã o na cidade, entã o nã o precisamos gastar
tempo e esforço para revistar cada uma das casas. Seria apenas para manter as

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aparências.”

“E-eu entendo. Revistar casas é apenas para desmascarar a presa.”

“Sim. Casel atualmente nã o tem um esconderijo confiá vel. Portanto, eles


certamente aparecerã o na á rea com pouco pessoal. Com este plano, basta a força
necessá ria para o bloqueio, por isso deve ser suficiente para mobilizar toda a
guarniçã o da Capital Imperial.”

“Seu nome?”

“Hahh! Eu sou Gimlet Gin Lime.”

"..."

“Gimlet, essa foi uma sugestã o muito específica e boa. Excelente.


Verdadeiramente excelente. Eu, por meio desta, o nomeio para o cargo de Chefe do
Comitê. Você tem a responsabilidade e autoridade para executar este plano.”
“M- Muito obrigado.”

Vendo isso, um dos membros relativamente mais velhos da Oprichnina


levantou a mã o.

“P- Perdoe-me, vice-pretor. Posso falar?”

"O que é? Espero que você esteja dizendo algo construtivo.

“Ah, nã o, ummm, é só ...... Dentro de duas léguas daquele rio, ummm...... é o


Palá cio de Jade, entã o tudo bem?”

“Ahh? Ahh, você está falando sobre isso hein. Nã o há necessidade de se


preocupar com eles. Os guardas sã o os Cavaleiros da Princesa Piñ a. Podemos nã o
conseguir chegar perto dele, mas Casel e aquela jovem com ele também nã o.”

Ainda confuso, o membro da Oprichnina continuou.

“No entanto, se eles pedissem ajuda a esses cavaleiros...”

“Nã o podemos simplesmente pedir aos cavaleiros que os entreguem?”

“Será que as mulheres lá vã o realmente entregá -los assim?”

“Eles terã o que entregar. A lei especial Oprichnina foi aprovada pelo Senado e

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oficialmente proclamada por Sua Alteza, o Príncipe Herdeiro em nome de Sua
Majestade, o Imperador. Se tentarem desobedecer à lei especial Oprichnina,
estarã o se rebelando contra o Império.”

"Eu tenho uma sugestã o. Que tal enviarmos alguns homens para ficar de olho
neles?”

“Você está se voluntariando?”

“S- Sim. Vou ficar de guarda e ficar de olho na Ordem dos Cavaleiros.”

“Aprovo sua sugestã o. Bem, entã o, mã os à obra!”

Assim, os membros da Oprichnina começaram a se mover novamente.


Agitados pelo medo, como se fossem movidos pr eleo......

Depois de fazer todos os arranjos, Luflus timidamente se virou e espiou o


rosto de Tyuule. Mas pelo que ele viu, a Tyuule de aparência entediada parecia
apenas murmurar algo para si mesma, brincando com os dedos dos pés com uma
garrafa de licor que havia sido queimada e distorcida pelo calor intenso. Se ele
estivesse um pouco mais perto, poderia ter percebido que ela nã o estava falando
sozinha, e sim conversando com alguém. No entanto, a atmosfera ao redor de
Tyuule parecia tornar difícil para ele ou qualquer um se aproximar dela sem
pensar.

“Bouro, você está aí?”

Apó s suas palavras, uma voz de som insidioso ecoou baixo do outro lado dos
escombros.

“Sim, o que você deseja?”

“Que a situaçã o fique mais interessante. Acho que nã o preciso falar o resto.”

“Os cã es estã o perseguindo a presa em fuga. Vê-los pisoteando os canteiros de


flores e virando as mesas certamente seria muito divertido. Entendido, farei o
possível. Kuhihihihihi.”

******

Enquanto isso, Casel e Sherry, que haviam escapado da mansã o da família


Tyueli, caminhavam em uma á rea residencial da Capital Imperial que havia
perdido todos os sinais de vida e optaram por se mover apenas pelos becos. No

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entanto, embora continuassem caminhando, na verdade nã o tinham um destino
específico em mente, nem orientaçõ es sobre o que fariam para escapar. Mas se
ficassem em um só lugar, atrairiam a atençã o das pessoas. É por isso que eles
continuavam se movendo.

Se eles sentissem que estavam prestes a encontrar alguém, virariam uma


esquina, e se sentissem que alguém os seguia por trá s, virariam uma esquina e os
deixariam passar. Eles apenas continuaram repetindo isso mecanicamente.

Assim, eles continuaram dando voltas e mais voltas no mesmo lugar uma e
outra vez. Tornou-se um processo natural evitar a rua principal e os cruzamentos
onde os soldados montavam guarda. Eles sabiam que tinham que sair da Capital
Imperial. Se pudessem, teriam feito isso. No entanto, os muros que protegem a
Capital Imperial também podem servir de jaula em tempos como estes.

Nã o importa para onde corressem, no final, ainda estavam dentro de uma


jaula. A ú nica diferença é se eles vã o estar presos em uma gaiola pequena ou
grande. Sendo assim, sua mente exausta começou a entretê-los com o pensamento
de que seria melhor se deixarem capturar. No entanto, embora a Capital Imperial
seja muito maior do que uma prisã o real, pelo menos é possível que você decida
por si mesmo o que deseja fazer com o seu futuro.

“Estou cansado de tudo isso. Sherry, você está bem?”

Casel falou com a jovem, que havia permanecido em silêncio por um longo
tempo, como se tentasse deixá -la de bom humor.

“Teria sido ó timo se eu tivesse comido corretamente como você me disse.


Como esperado, estou ficando com fome também, hahaha.”

Até agora, por mais que o velho a chamasse, a jovem nã o dava sinais de
responder e simplesmente continuou andando enquanto Casel a conduzia. Era
como se ela tivesse perdido sua pró pria vontade.

"Eu suponho que nã o se pode evitar..."

—– visto que ela perdeu os pais assim. Além disso, aqui está ela, correndo sem
tempo para lamentar. Se ela parecesse realmente enérgica em uma situaçã o como
essa, Casel teria ficado preocupado. Caberia a ele, o adulto, pensar em sua situaçã o
atual. Ele deveria estar feliz por ela estar andando sozinha. Exortando seus velhos
ossos, Casel olhou em volta. O sol estava começando a se pô r. Eles deviam logo
encontrar um lugar para se esconder e descansar seus corpos cansados.

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“Agora, entã o, o que devemos fazer?”

“Primeiro seria bom obter comida.”

Para surpresa de Casel, Sherry respondeu a seus murmú rios. A jovem, que
nunca havia demonstrado intençã o de fazê-lo, falou com ele.

“Eu também estou com fome. De qualquer forma, precisamos comer algo e
aumentar nossas forças.”

“Seja como for, esqueci de trazer dinheiro.”

Mesmo quando Casel ficou intrigado com o fato de Sherry, que estava em
silêncio até entã o, de repente começar a falar, ele disse a ela que ficou tã o surpreso
com a comoçã o que nã o conseguiu levar sua carteira. Além disso, há escassez de
alimentos na Capital Imperial. As lojas estavam todas fechadas e mesmo que
tivessem dinheiro, comprar em si nã o é algo que nã o pudessem fazer.

Provavelmente consternada por ter esgotado sua energia andando


desnecessariamente em tais circunstâ ncias, Sherry parecia uma mã e olhando para
seu filho problemá tico. Mordiscando a unha do polegar, ela inclinou ligeiramente a
cabeça em contemplaçã o.

“Nesse caso, devemos apenas perguntar aos locais.”

Como se estimulada pelo momento, Sherry soltou a mã o de Casel e começou a


bater nas portas das casas da classe média em todos os lugares. Ela começou a falar
com os donos das casas e educadamente pedir que dividissem a comida. As
primeiras dez casas em que ela bateu se recusaram, dizendo-lhe “nã o têm o
suficiente para compartilhar”, mas depois de bater na décima primeira casa, o
dono da casa mostrou sua verdadeira face ao perguntar a ela: “O que você está
oferecendo? ”.

“Isso seria é o suficiente?”

Cortando o cordã o do colar de pérolas que Sugawara havia lhe dado, Sherry
tirou duas pérolas e as apresentou a ele.

"Tenho certeza de que sua esposa gostaria de brincos novos."

Olhando para as pérolas brancas brilhando na palma da mã o de Sherry, o


homem balançou a cabeça.

34
"Isso nã o é o bastante."

Uma pequena pérola como esta valia mais do que uma moeda de ouro. No
entanto, os preços dos alimentos pareciam estar disparando.

“Que tal quatro entã o?”

"Posso fazer negó cio com você se for pela coisa toda."

O homem exigiu o pró prio colar de Sherry. Ao ouvir isso, ela nã o vacilou e com
brilho nos olhos, o alertou.

“Embora eu nã o me importe de lhe dar tudo, isso só vai causar discó rdia em
sua casa.”

"Por que?"

“Este colar só é grande o suficiente para caber no pescoço de uma criança


como eu. Sua esposa deve ser uma mulher adulta, certo? Para ela poder usar isso,
você vai precisar de pelo menos... sim, pelo menos mais dez dessas pérolas. Mas
proprietá rio-sama, você nã o teria que fazer muito trabalho duro para comprar
mais?”

“Eu suponho que sim. Mas se for esse o caso, posso simplesmente pegar dois
deles e usá -los como brincos e vender o resto. Que tal isso?”

O homem parecia orgulhoso, como se tivesse tido uma ideia muito boa. No
entanto, Sherry nã o ficaria atrá s, pois ela respondeu a ele com um sorriso
provocador nos lá bios.

“Pelo contrá rio, isso nã o seria possível por causa da ganâ ncia de uma mulher.”

“Hmmm? Por que nã o?”

“Só os homens pensariam em usar dois deles como brincos e vender o resto
para suas necessidades diá rias. As mulheres inevitavelmente pensariam que, se
tivessem mais dez, poderiam exibir seu colar. Só mais dez. Só de pensar em como
elas precisariam apenas de mais dez deles, a cor de seus olhos mudaria, à s vezes
até o ponto em que sua personalidade também mudasse. E quem você acha que ela
vai começar a pressionar para dar isso a ela?

“H-Hmmm.”

35
""
Como se tivesse acabado de imaginar a cena que Sherry descreveu, o homem
estremeceu.

“Se você tivesse apenas duas para começar, tenho certeza de que sua esposa
ficaria satisfeita com os brincos.”

“Eu- Nesse caso, devo apenas esconder as outras peças da minha esposa e nã o
mostrá -las a ela. O que você acha dessa ideia?”

“Nossa, isso é ainda pior! Ahh, já posso imaginar. Mesmo que você o tenha
escondido em um lugar que nã o deveria ser encontrado por ninguém, antes que
você perceba, ela está ra na sua mesa. E ao lado dela está sua esposa, olhando para
você com os braços cruzados. Saudando você com as palavras “E para quem você
estava planejando dar isso? Mesmo que você só tenha me dado dois!””

“Whaaaaa, eu estou te implorando, por favor pare!”

Mesmo que ele nã o a tenha ouvido dizer isso, o homem empalideceu e ergueu
a cabeça, como se sua esposa tivesse gritado com ele.

“Parece que já você experimentou algo semelhante.”

“Sinto muito, peço desculpas, entã o nã o diga mais nada.”

Tenho certeza que a mesma coisa acontecerá mesmo se você trocá -las por
dinheiro. “Como você conseguiu tanto dinheiro e em que pretende gastá -lo? Ou
talvez... em que você já gastou?" Posso assegurar-lhe que fazer tal coisa o
condenaria ao grau mais severo.

“Se for minha esposa, ela definitivamente faria isso. Isso é quase certo. É
exatamente isso que vai acontecer.”

“É por isso, eu vou te dizer isso. Por favor, se contente com quatro... nã o, cinco.

“Por que cinco?”

“Uma delas seria para você gastar. As outras quatro seriam para você dar a
sua esposa. Diga a ela que isso é tudo que você tem por enquanto, mas que um dia
você coletará o suficiente para pendurar no pescoço dela.”

“Com o dinheiro que ganho, isso nã o parece muito realista…”

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“O fato de ser irrealistas é o motivo de ser ó timo. Se for um sonho tã o
ultrajante, sua esposa nã o vai realmente esperar por isso e portanto, ficará
realmente feliz com seu presente.”

Os homens sã o criaturas que veem a realidade no final de seus sonhos, mas as


mulheres sã o criaturas que sonham dentro da realidade. Eles olham calmamente
para a realidade e conhecem sua falta de gosto. É por isso que elas adoram homens
com grandes sonhos, dizendo-lhes para fazer o melhor. E se é para o bem delas,
por que elas o odiariam por fazer tal coisa?

“M- Mocinha. Quantos anos você tem? Você parece muito jovem para mim.”

“Recentemente fiz 12 anos.”

“Na sua idade, você é assustadora... Estou começando a sentir pena do homem
que será seu marido, mocinha. Quero dizer, se você for muito astuta, nã o
encontrará muitos pretendentes assim.”

“Nã o precisa se preocupar, eu já tenho um parceiro.”

“Sinto muito por aquele cara. Ele deve ter sido uma pessoa ousada. ……Tudo
bem. Vou me contentar com cinco, como a jovem disse.”

Depois que o homem entrou na casa, ele entregou a ela um saco de comida
que carregava. Sherry também entregou cinco pérolas ao homem, que se curvou
profundamente em agradecimento e inspecionou o conteú do da bolsa.

“Ara, está em japonês...”

Dentro estavam as raçõ es de combate do JSDF. O exterior pintado de verde-


oliva dizia “refeiçã o de biscoito” em letras pretas, e os valores nutricionais estavam
escritos abaixo dele.

“Hmmm, você consegue ler isso? A verdade é que trabalhei como criado no
Palá cio de Jade. Implorei a um convidado para compartilhar um pouco disso
comigo. É por isso que tínhamos de sobra. Caso contrá rio, eu nã o seria capaz de
compartilhar minha comida com os outros, nã o importa o que fosse oferecido.”

“Os japoneses estã o bem?”

“O Palá cio de Jade é totalmente protegido pelos Cavaleiros da Princesa Piñ a.


Enquanto eles estiverem lá , eles estarã o em paz.”

37
"É assim mesmo……"

Sherry assentiu aliviada. Aparentemente tendo pensado em algo, e ao ver a


expressã o de Sherry, o homem olhou em volta desconfiado.

“………………………. Mocinha.”

“Sim o que é?”

“Eles têm dois turnos de guarda por dia, um pela manhã e outro à noite. As
cavaleiras ali sã o muito formais, e elas têm que passar por essa cerimô nia
exagerada de troca de guarda toda vez. A segurança deles naquele momento era
tã o frouxa que até eu percebi.”

Depois de momentaneamente perder o controle com suas palavras, Sherry


abaixou profundamente a cabeça novamente e educadamente agradeceu. Ela entã o
saiu daquela casa.

“Acho que, quando conseguirmos deixar a Capital Imperial, seremos capazes


de alguma forma. Por que nã o vamos a uma aldeia ou assentamento em algum
lugar, encontramos cavalos e comida e depois voltamos para o meu territó rio?”

Alugando um quarto em uma casa particular, Casel sugeriu o que fazer a


seguir enquanto comia um bife de presunto da refeiçã o de biscoito que Sherry
havia comprado. Parecendo um esquilo com bochechas inchadas enquanto sua
boca estava cheia de biscoitos, Sherry perguntou de volta.

“O territó rio do Marquês fica longe?”

“O Império é vasto. Mesmo se viajá ssemos a cavalo, levaríamos cerca de 30


dias.”

“Com essa distâ ncia, acho que nossas despesas de viagem nã o durariam.”

Sherry agarrou suas poucas pérolas, que nã o podiam mais ser chamadas de
colar. A princípio, eles tentaram descansar e comer à beira da estrada. No entanto,
em uma época de escassez de alimentos, fazê-lo na Cidade Imperial atrairia olhares
assassinos de pessoas em busca de comida para suas famílias e filhos. Entã o,
bateram apressadamente na porta de uma casa e oferecendo algumas pérolas e
metade de suas provisõ es, conseguiram um lugar para pernoitar. Se o dono da casa
era confiá vel ou nã o, era uma coisa na qual eles só podiam apostar.

"...... Mesmo que tenhamos que percorrer uma distâ ncia tã o longa a partir de

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agora, atualmente nã o podemos deixar o pequeno intervalo de 1 ou 2 léguas em
todas as direçõ es."

“Afinal, estamos cercados.”

“Tenho certeza que esses varredores vã o começar a apertar a rede que eles
espalharam.”

“Umu. Você está certo... mas que método você acha que poderíamos usar?

“Claro, já que eles nã o estã o realmente lançando uma rede, eles provavelmente
estã o tentando nos encurralar em algum lugar.”

“Entendo, entã o eles querem nos expulsar. Nã o tenho certeza de como eles
farã o isso, mas faz sentido.”

“Tenho certeza de que eles prepararam algum tipo de rota de fuga em algum
lugar.”
“Entendo, entã o deve ser onde eles estã o esperando por nó s.”

Pensando em tal situaçã o, Casel suspirou profundamente. Ele percebeu que,


se fizessem isso, teriam que pular mesmo sabendo que era uma armadilha. Eles se
encontraram em uma situaçã o desesperadora antes que percebessem. Naquele
momento, Sherry falou.

“Marquês. Vamos pedir asilo”.

“Mas como? Você acabou de dizer que nã o poderíamos passar pelas paredes
da Cidade Imperial. Meu territó rio está longe e as fronteiras do Império estã o
ainda mais distantes.”

“Nã o. Na verdade, existe um solo estrangeiro dentro da Capital Imperial.”

“De que bobagem você está falando?”

“Nã o, é verdade. Devido a um acordo diplomá tico, o Palá cio de Jade pode ser
descrito como outro país. Ninguém do Império seria capaz de fazer qualquer coisa
dentro de seu territó rio.”

“Que surpreendente. Quer que nos refugiemos no Palá cio de Jade? No entanto,
você acha que os enviados japoneses nos receberã o de braços abertos?”

“Vou me torcer pela pena de Sugawara-sama. Nã o há mais nada que possamos

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fazer agora.”

Ao ouvir o nome mencionado, Casel grunhiu, aparentemente pensando em


alguém.

“Vai causar-lhe alguns problemas.”

“Essa Sherry vai expiar seus pecados servindo a ele pelo resto da vida.”

“Aposto que nã o vai ser só isso. Fazer isso provavelmente causará problemas
para muitas pessoas. Essa açã o pode causar mais tumulto do que a palavra
“problema” pode descrever.”

"Marquês. Na verdade, sou uma garota bastante intrigante.

"Hoho ...... Uma garota intrigante, você diz?"

“Eu me aproximei de Sugawara-sama pelo bem da família Tyueli, que estava à


beira do colapso.”

“Umu, para uma criança da sua idade, você é incrivelmente engenhosa.”

“Por estar tudo indo bem entre o Império e o país do Japã o, pensei que
poderíamos nos beneficiar muito.”

“De certa forma, tal decisã o foi acertada. Se isso nã o tivesse acontecido, seu
nome teria um peso considerá vel na diplomacia.”

“No entanto, tal decisã o também causou... Mã e e Pai...”

"Isso nã o é verdade. Isso é só porque sua família me abrigou em segurança.

“Nã o, acho que a Oprichnina teria vindo até nossa casa mesmo que o Marquês nã o
tivesse vindo. Eles nã o gostavam daqueles que eram amigos dos japoneses.”

“Isso pode realmente ser o caso. Mesmo quando nã o queremos ser amigá veis
com eles...”

“Essa garota intrigante aqui está se perguntando... se há uma maneira de


vingar seus pais.”

“Contra os varredores?”

40
“Nã o, contra algo muito maior. No entanto, para lutar contra algo maior,
precisarei de muito mais poder do que tenho agora. E agora, estou pensando em
como trazer esse poder para o meu lado.”

"...... Isso incomodaria muitas pessoas."

“Sim. Um grande poder é algo difícil de se lidar. É preciso ser delicado e


atento, pois tal poder pode estilhaçar todo tipo de coisa, inclusive as rochas mais
duras. No entanto, espero que todos recebam o peso de tal poder.”

“Você acha que nó s... nã o, você acha que tem o direito de fazer isso?”

“Nã o. Mas nã o posso evitar, nã o quero que simplesmente acabe assim. Tenho
apenas 12 anos e pretendo viver mais uns 70 anos, vendo, ouvindo, provando e
apreciando todo tipo de coisas. Por esse motivo, farei o que for preciso para
superar essa situaçã o.”

“Talvez, o alvo principal daqueles varredores deveria ter sido você.”

“Aprendi com a histó ria que é sempre apenas aqueles que estã o dispostos a
lutar, nã o aqueles que sã o justos, que sobrevivem. Existem dois tipos de paz: a paz
pela qual se luta e se conquista através da batalha, e a paz conquistada fazendo
com que os outros se submetam, roubada dos outros. Aqueles que nã o estã o
dispostos a lutar por medo de sacrifícios e sujam as mã os com o pecado serã o
privados para sempre e forçados à submissã o. Nã o é essa a ordem natural das
coisas? Ou talvez seja apenas a sociedade humana que é especial? Eu nã o acho que
seria o caso. Portanto, ao prosseguir, mancharei minhas mã os com sangue. Nã o me
importo com aqueles que serã o incomodados por minhas açõ es. Se mais tarde
alguém me culpar, mostrarei a eles um pedido de desculpas digno de elogio,
enquanto mostro minha língua para eles pelas costas”.

“Eu entendo. Também arcarei com o fardo desses pecados”.

"Tenho certeza ...... isso vai mover as coisas muito bem."

Olhando para Sherry, que falava baixinho sobre sua decisã o com um olhar
abatido no rosto, Casel nã o conseguia desviar os olhos.

“Sherry. Eu quero me desculpar com você.”

“Por quê?”

“Por te bater naquela hora.”

41
""

"Bem. Acho que você nã o teve escolha.

“No entanto……”

“Consegui me resolver graças a isso, pois nã o tenho mais o luxo de chorar


como uma criança. Obrigado por se preocupar comigo, mas estou bem agora.
Entã o, nã o há necessidade de você se desculpar.”

Casel estava se sentindo muito arrependido, pois foi ele quem nã o permitiu
que ela fosse uma criança. Pode-se dizer que as circunstâ ncias ditaram isso, mas
era um fato inescapá vel que ele foi uma das razõ es pelas quais isso aconteceu.
Mesmo tendo sendo uma criança inteligente que carecia de infantilidade, até
mesmo o pouco de infantilidade que permaneceu nela foi cortado à força e ela foi
apressada para se tornar uma adulta. Além disso, ela teve que se transformar em
alguém irracional. Esta foi definitivamente uma experiência trá gica para ela.

Depois da meia-noite, Sherry acordou de sua cama improvisada, esfregando


os olhos sonolentos. Em seguida, ela sacudiu Casel, que dormia ao lado dela.

“Marquês, Marquês.”

Depois de um tempo, Casel levantou-se, parecendo bastante descontente.

"Qual é o problema? Ainda está escuro. Você nã o pode me deixar dormir um


pouco mais?”

“Nã o é hora para isso. Você nã o ouviu isso?”

Ouvindo com atençã o, eles ecutaram o som de algo se aproximando à


distâ ncia, como o bater de gongos e tambores. Parecia batedores despertando suas
presas ao caçar nas florestas ou montanhas.

“I-Isso é...”

Ao ouvir aquele som, Casel murmurou consternado.

“Nã o somos ursos cinzentos. Isso nã o é algo que você faz na rua.”

“No entanto, é extremamente eficaz.”

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Sherry segurou o peito ao dizer isso.

“Está fazendo meu coraçã o bater mais rá pido. Isso me deixa inquieta.”

“Sim. Nã o é muito, mas esses sons me impedem de ficar parado.”

Como provavelmente nã o vasculham cuidadosamente as casas de porta em


porta, eles têm a opçã o de fechar a porta e se manter escondidos. No entanto, esse
era um método permitido apenas quando o dono do esconderijo era confiá vel. Se
permanecessem enfurnados na casa, há uma grande possibilidade de sermos
avisados pelos familiares que entraram em pâ nico. Sentiam a necessidade de
desconfiar nã o só das pessoas da casa, mas também dos vizinhos.

"Vamos fugir, garantindo que as pessoas aqui nã o percebam..."

Sherry e Casel fizeram as malas. No entanto, eram duas pessoas que haviam
saído de casa sem nada além de roupas. Eles apenas empacotaram os restos de
comida que sobraram. Os sons se aproximaram do oeste. Em outras palavras, eles
estã o tentando conduzir suas presas para o leste.

“Vamos para o norte, direto para o Palá cio de Jade.”

“Se formos para o Palá cio de Jade, eu teria preferido quando os turnos da
guarda estavam mudando, quando haveria uma brecha na segurança deles.”
“nã o podemos fazer nada. Em tal situaçã o, nã o temos escolha a nã o ser
arriscar ao acaso.”

Sem mais nem menos, os dois fecharam a porta silenciosamente para nã o


acordar os donos da casa e sumiram na escuridã o da cidade.

No entanto, essa preocupaçã o pode ter sido desnecessá ria. O dono da casa
estava em um estado que nã o poderia ser incomodado se eles fizessem barulho,
pois ele estava caído no chã o em uma poça de sangue, segurando um cartaz de
procurado na mã o. Pelo que parece, alguém deve tê-lo esfaqueado nas costas
quando ele tentou avisar a Oprichnina sobre a presença dos dois nesta casa.
Sombras carregando espadas encharcadas de sangue riram enquanto observavam
os dois partirem.

“Agora, dance para nó s e torne as coisas mais interessantes.


Kuhihihihihihihihi.

******

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“O que é esse som?”

Emergindo da grande tenda para a Comandante em Serviço, Bozes perguntou


à sentinela que estava de guarda em seu campo de visã o.

“Bozes-sama……”

Depois de recuperar a compostura, a sentinela rapidamente saú da e levantou


a voz.

“Tenda Norte No. 1, Sentinela No. 4, Private Mark, vigiando. Estou relatando
uma anomalia. Algum tipo de barulho parece estar vindo do oeste.”

A á rea ao redor do Palá cio de Jade é grande o suficiente para incluir jardins e
nã o é imediatamente delimitada pela cidade. Apesar disso, podia-se ouvir a
comoçã o na cidade, entã o era claramente uma situaçã o incomum.

“Privado Mark. Sob minha responsabilidade e autoridade, estou


temporariamente liberando você de seu serviço de guarda. Chame todos os oficiais
de plantã o que estã o tirando uma soneca. Depois disso, você retornará à s suas
funçõ es atuais. Entregue qualquer relató rio ao oficial jú nior de plantã o.”

“S-Sim.”

O soldado deixou seu posto e correu. Bozes olhou em volta para as fileiras de
tendas montadas nos jardins do Palá cio de Jade e viu que nã o havia agitaçã o, pelo
menos nã o dentro da Ordem dos Cavaleiros. As ú nicas pessoas circulando seriam
as sentinelas de plantã o. Logo, os cavaleiros de alta patente se reuniram na tenda
de comando. Em vez de Panache, que estava trabalhando na coleta de informaçõ es
enquanto estudava idiomas em Alnus, Beefeater, que havia assumido o papel de
líder dos Cavaleiros da Rosa Branca, apareceu para garantir que todos estivessem
presentes.

“Pessoal, sinto muito por acordá -los no meio da noite, mas quero que
descubram do que se trata todo esse alarido.”

Em seguida, Beefeater respondeu: “Já enviei batedores.”

“Isso nos ajuda muito. Há tanta agitaçã o na Capital Imperial que nã o seria
estranho que ocorresse uma revolta. Enquanto isso, todos os plantõ es que estã o
tirando uma soneca devem aguardar de prontidã o. Além disso, dependendo da
situaçã o, podemos fazer uma chamada de emergência para todos os soldados.
Alguma pergunta? Parece que nã o, entã o vocês estã o dispensados...”

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Depois de dar essas instruçõ es, Bozes pegou uma cesta de frutas cítricas sobre
a mesa. Ultimamente, ela frequentemente se pega mastigando uma pilha de frutas
cítricas amarelas da cesta, muitas vezes comendo-as com a casca intacta. O aroma
flutuou pela tenda do centro de comando, quase fazendo as pessoas que a
observavam sentir o gosto amargo na pró pria boca. Vendo tal Bozes, as meninas,
que eram candidatas a oficiais de 14 a 15 anos, perguntaram timidamente.

“Bozes-sama. Você tem comido muitas frutas cítricas ultimamente.

“Sim. Por alguma razã o, tenho desejado comidas azedas de um tempo pra cá .”

Lambendo o suco da fruta cítrica de seu polegar, Bozes pegou outro pedaço de
fruta.

“Eu-eu duvido que seja esse o caso, mas...”

“Qual é o problema?”

"Nã o, é só , ummm..."

Como as meninas mais novas pareciam ter dificuldade em encontrar as


palavras para dizer, Bozes curiosamente inclinou a cabeça. A beldade de cabelos
curtos Beefeater, observando todos os eventos que aconteciam, falou francamente.

“Essas garotas estã o preocupadas que você possa estar grá vida. Nã o que isso
seja verdade, ahahahahahahahahahaha.”

“Grá vida……………………….. Talvez eu esteja.”

“Hahahahaha…………….. Huh!?”

“Eeeeeeehhhhhhh!?”

As vozes atô nitas das mulheres ecoaram pela tenda.

“B-Bozes-sama!”

“I- Isso é uma grande notícia. O que deveríamos fazer!?”

“Qual é o problema? Você diz as coisas mais estranhas. Eu também sou uma
donzela. Nã o seria estranho se eu engravidasse uma ou duas vezes, você nã o
acha?”

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“Nã o, nã o, nã o, nã o é disso que estamos falando aqui.”

“Entã o, qual é o problema?”

“De qualquer forma, sugiro que você descanse um pouco imediatamente,


Onee-sama…… Este nã o é o momento para estar no serviço militar. Precisamos
ferver a á gua.

“Além disso, precisamos de um médico. Vou trazer um médico aqui!”

As meninas começaram a se mover para a esquerda e para a direita, dizendo e


fazendo coisas sem coerência. Era como se tivessem a impressã o equivocada de
que Bozes está prestes a entrar em trabalho de parto imediatamente, dizendo
coisas como ferver á gua e chamar um médico. Em suma, eles estavam em pâ nico e
confusos. A mençã o da gravidez de Bozes os abalou muito.

“Vocês, acalmem-se!”

Com as palavras de Beefeater, Bozes assentiu.

“Isso mesmo. Mesmo se eu estiver grá vida, já que minha barriga ainda nã o
começou a inchar...”

Dizendo isso, ela contou com os dedos e disse calmamente: “ainda faltam sete
ou oito meses para isso”.

“Nã o, nã o, nã o, nã o, nã o, nã o, eu entendo o que você está dizendo, mas você


nã o pode ficar um pouco mais abalada? Além do mais, o problema aqui é que você
ainda é solteira. Ou, você já tem um parceiro?”

“Claro. Nã o é como se um dos Deuses tivesse descido e se esgueirado para a


minha cama à noite, entã o se eu engravidasse, tinha que ser com uma pessoa,
certo?.”

“C-Como eu disse! O problema aqui é exatamente esse parceiro! É ele? Talvez


seja aquele homem? Aquele sujeito estranho chamado Tomita!?”

“Sim. Ele é o ú nico com quem transei. Nã o consigo pensar em mais ninguém.
Além mais, só estou dizendo isso agora, mas ele nã o é um sujeito estranho.”

“Você nã o pode ficar um pouco mais abalada!?”

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Agarrando Bozes pelos ombros, Beefeater a sacudiu violentamente, fazendo
os cachos verticais do luxuoso cabelo loiro de Bozes girarem para cima e para
baixo.

“Você pode, por favor, parar? Além disso, em primeiro lugar, por que eu
deveria estar abalada? Mesmo que esse fosse o resultado, eu já estava preparada
para me entregar nas mã os dele quanto passava o tempo.”

“Isso é ainda pior!”

"Eu gostaria que você nã o dissesse isso. Estou me sentindo muito feliz agora.
Sim, essa sensaçã o macia e fofa que tenho agora...... pode ser o significado da
felicidade."

Ouvindo o que Bozes proclamou, algumas simplesmente balançaram a cabeça


enquanto outras se sentiram tontas.

"Uwaaaaa, alguém faça algo sobre ela!"

Segurando a cabeça com as mã os, Beefeater virou-se para seus colegas.

“Beefeater-sama, n-nã o seria bom que a parabenizasemos e desemos nossas


bênçã os a ela?”

“Nã o, eu realmente nã o acho que isso seria bom. Sendo filha da família Palesti,
você acha que seria bom?”

“Está tudo bem. Eu já estive preparada para oferecer meu corpo a alguém com
quem nã o queria ficar, mas agora sou abençoado com um filho de quem escolhi. Se
você nã o chama isso de felicidade, entã o como você chama? Se meu pai está infeliz
com isso, estou preparada para abandonar meu nome de família.”

"Espere, isso, ehhh ......"

“Q-que maravilha...”

Se alguém chamasse o que ela sentia de Doença de Bozes, as garotas ao seu


redor certamente foram infectadas com ela em um instante, pois expressõ es
sonhadoras apareceram em seus rostos.

"Comunicando."

Naquele momento, a tenda foi aberta de repente e um soldado de

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reconhecimento entrou para dar seu relató rio.

"Ummm, estou interrompendo alguma coisa?"

No entanto, sentindo como se tivesse entrado em algum lugar onde nã o


deveria ter entrado como homem, ele se ficou desconfortá vel. Olhando ao redor,
inquieto, o batedor-chefe perguntou, perplexo.

"Nã o, nã o se preocupe... A conversa sobre mim termina aqui. Obrigado por


esperar, vamos ouvir o seu relató rio."

“Os soldados relataram que a comoçã o que se aproximava do oeste era um


distú rbio criado pelos varredores para expulsar os fugitivos. Parece que o Palá cio
de Jade está completamente cercado.”

“Qual equipe está de guarda esta noite?”

“Esse seria o meu time, Onee-sama.”

No lugar de Bozes, que agora era a Comandante Interina e estava no comando


de todo o grupo, Nikolashka, sua protegida, estava agora no comando dos
Cavaleiros da Rosa Amarela.

"Nesse caso, Nikolashka, faça uma convocaçã o especial para todos os


Cavaleiros da Rosa Amarela. Estabeleça uma formaçã o de batalha e fique em alerta
má ximo. Beefeater, seus Cavaleiros da Rosa Branca devem permanecer em
espera."

Quando a ordem de Bozes foi dada, a atmosfera relaxada que reinava até
entã o desapareceu repentinamente. Até mesmo as expressõ es nos rostos dos
Oficiais e Aprendizes, que estavam soltando vozes estridentes apenas alguns
minutos antes, tornaram-se sérias e dignas. , como se fossem arcos prontos para
serem retesados.

"Convocaçã o especial para os Cavaleiros da Rosa Amarela! Equipe o


Equipamento Tipo 2 e reú na!"

Com a voz de repreensã o dos Oficiais Subalternos ecoando, os soldados se


levantaram, vestindo seus equipamentos e saindo de suas tendas em massa. A
Ordem dos Cavaleiros é um lugar onde soldados veteranos que estiveram ativos na
fronteira originalmente vêm para desfrutar de uma aposentadoria confortá vel.
Portanto, o nível de habilidade de cada um de seus membros individuais era
extremamente alto, e nenhuma confusã o ocorreu mesmo quando uma chamada

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aconteceu na calada da noite. Em um piscar de olhos, os soldados foram alinhados
em formaçã o.

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O Palá cio de Jade ocupa um terreno bastante grande na Capital Imperial para
servir como pousada no Império. Depois de passar pelo arco do portã o principal, o
visitante verá uma elegante construçã o de pedra no centro de um espaço aberto
recortado na floresta e coberto de grama. Este é um ambiente cobiçado pelos
habitantes deste bairro que, devido à escassez de terrenos, constroem casas onde
há um pequeno espaço onde um ser humano possa deitar. Existem também
pequenas nascentes e riachos na floresta. É como um parque natural com pá ssaros
selvagens e pequenos animais selvagens. Se alguém comparasse essa atmosfera a
um lugar, seria como "Shinjuku Gyoen" ou "Hibiya Koen", um oá sis de vegetaçã o no
meio de uma selva de concreto, pode chegar perto.

No entanto, em termos de propó sito de existência, para abrigar convidados do


estado e seus equivalentes, nã o era um lugar onde os cidadã os pudessem
simplesmente se divertir um pouco. Pelo contrá rio, se alguém entrasse no local,
seria expulso ou preso pelos guardas. Portanto, os moradores da á rea só poderiam
aproveitar o ambiente natural pró ximo caminhando ao longo da borda externa da
floresta que cercava o Palá cio de Jade.

Mesmo assim, Sherry e Casel se aventuraram na floresta ao redor. Como


esperado, seu caminho foi bloqueado pelos Cavaleiros de Piñ a. Mesmo que o céu a
leste tivesse apenas começado a clarear ligeiramente, a estrada que levava ao
portã o principal do Palá cio de Jade estava firmemente fortificada com cavaleiros
fortemente armados. Eles pensaram que seria melhor entrar no terreno pela
floresta da estrada lateral, mas esta também era fortemente guardada, com
soldados carregando lanças e espadas espalhadas aqui e ali em patrulha.

"Hmmm. Eu tinha ouvido falar que a Ordem dos Cavaleiros de Alteza Imperial
Princesa Piñ a era um grupo formado por velhos soldados que só queriam ter uma
aposentadoria tranquila, e mulheres e crianças brincando de soldados, um grupo
apenas para cerimô nias, mas olhando assim,nã o parece que eles estã o pra
brincadeira.

Mesmo em um momento como este, uma jovem que parece ser uma Cavaleira
Aprendiz está patrulhando com um velho oficial subalterno, recebendo instruçõ es
sobre como ficar de olho nas coisas e como estar atento. Os soldados que estavam
sendo instruídos pela menina também olhavam para ela como se estivessem
cuidando de sua filha ou neta, e nã o se importavam com o menor erro, mas sim
davam-lhe palavras de conselho para corrigir a situaçã o de maneira adequada. A
garota também nunca torceu o nariz para a diferença de status. Ela ouviu

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atentamente as palavras dos velhos soldados, cuja profundidade de experiência no
campo de batalha era incompará vel. É provavelmente por isso que, olhando para a
direita ou para a esquerda, nã o há brechas na segurança da Ordem dos Cavaleiros.

Percebendo isso, os dois sabiam que seria impossível chegarem perto do


Palá cio de Jade sem serem vistos pelos guardas. Enquanto ele murmurava “Acho
que realmente nã o tivemos escolha a nã o ser esperar pela cerimô nia de troca de
guarda, hein”, Casel se escondeu atrá s do tronco de uma grande á rvore.

“Marquês. Com a situaçã o como esta, acho que devemos apenas revelar nossa
presença com confiança e fazer com que eles nos guiem.”

Sherry, agachada na cobertura da vegetaçã o rasteira, disse.

“O que?”

“Se nã o conseguirmos chegar perto o suficiente enquanto estivermos


escondidos, acho que nã o temos escolha.”

“Depois de revelarmos nossa presença, o que acontece?”

“Nã o podemos apenas dizer a eles... que temos negó cios com o Palá cio de
Jade?”

“Por que temos que nos esgueirar?” Sherry perguntou com uma expressã o
séria no rosto.

“Nã o, certamente pode ser esse o caso, mas eles vã o mesmo nos deixar passar
quando dissermos isso a eles?”

“Os Cavaleiros nã o parecem ter bloqueado o acesso ao Palá cio de Jade, entã o
acredito que permitiriam a passagem daqueles que vêm a negó cios.”

“Isso pode realmente ser o caso. No entanto, ainda nã o acho que eles nos
permitirã o visitá -lo.

“Mas isso caberia aos japoneses, nã o é? É por isso que acho que, se nos
apresentá ssemos com confiança, eles, pelo menos, tentariam anunciar nossa
chegada aos japoneses.”

"Suponho que sim... De fato."

Casel reconheceu a exatidã o das palavras de Sherry. Voltando ao caminho que

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seguiam, ele e a jovem pegaram a estrada até o portã o principal do Palá cio de Jade.
Ali, vestidos com roupas leves, os dois formaram uma fila e seguiram sem se
esgueirar. Entã o, com uma mã o levantada no ar, eles caminharam até a unidade de
Cavaleiros que estava bloqueando o portã o.

A resposta dos guardas à sua abordagem nã o foi de questionamento porque


uma pessoa suspeita se aproximou, mas, em vez disso, eles o receberam de
maneira educada. Mesmo com a aparência sombria de Casel, foi uma sorte que o
que ele vestia se parecesse com o que um nobre proeminente usaria.

“De acordo com o Decreto Imperial de sua Majestade, o Imperador, o Palá cio
de Jade está atualmente restrito a visitantes. Vou falar isso como parte do nosso
trabalho, mas posso perguntar qual é o seu negó cio aqui?”

“Umu, você cumpriu bem seu papel. Eu sou o senador Casel. Vim visitar os
enviados japoneses para um assunto muito importante.”

“Eu- Se nã o é o Marquês Casel... Você e a jovem vieram sozinhos a esta hora, a


pé, sem uma escolta?”

O soldado que saiu para responder olhou em volta para encontrar a montaria
em que Casel deveria ter vindo e o pessoal que o acompanhava. Parece que ela
confundiu Sherry com a filha de Casel.

“Umu. Além da urgência da situaçã o, a cidade também estava em alvoroço. É


por isso que estamos neste estado. Minhas desculpas, mas eu agradeceria se você
pudesse anunciar nossa chegada o mais rá pido possível.”

“S- Sim. Vou relatar aos meus superiores imediatamente, entã o, por favor,
espere um momento.”

E assim, um soldado mensageiro foi forçado a ficar sem fô lego. Depois de um


tempo, uma cavaleira chegou para cumprimentá -lo. Parece que a tentativa deles de
se apresentar com confiança foi correta. Assim, os dois cruzaram com sucesso a
linha de vigilâ ncia da qual haviam sido cautelosos anteriormente.

O Palá cio de Jade ficava a uma curta distâ ncia. Agora que estavam no círculo
interno dos Cavaleiros, nã o precisavam mais se preocupar em serem pegos de
surpresa pelos varredores. Talvez por causa disso, eles ainda tiveram a
compostura mental para brincar um com o outro. Casel, que se tornou falador,
perguntou à cavaleira que o guiava sobre vá rias coisas.

"Você disse que agora está agindo como a pessoa encarregada dos

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Cavaleiros?"

“Sim. Sua Alteza, a Princesa Piñ a, está atualmente no Castelo Imperial.”

“Entã o, quem é o comandante interino agora?”

“É a Cavaleira Comandante Bozes Co Palesti.”

“Hoho, a jovem da casa Palesti hein. Ela é ó tima, de fato.”

Quando eles finalmente chegaram à frente da tenda de comando, a cavaleira


disse-lhes para esperar um momento, antes de abrir a porta e começar a trocar
palavras com alguém lá dentro. Enquanto isso, os olhos de Sherry estavam
grudados no prédio do Jade Palace. Este lugar onde ela está agora tecnicamente já
está dentro do terreno do Palá cio de Jade. No entanto, a julgar pela maneira como
os soldados da Ordem o guardavam, parecia que havia uma linha invisível em
algum lugar, que eles estavam guardando.

Qual é essa linha que separa o Palá cio de Jade do local onde Sherry está
atualmente? Cadê? Pensando nisso, Sherry procurou por ela.

“Ei, mocinha, você nã o pode ir mais longe do que isso.”

Em seguida, um soldado de quarenta e poucos anos, que estava em posiçã o de


sentido com uma lança na mã o, chamou Sherry. O soldado, que estava parado
como um manequim, moveu-se repentinamente, deixando Sherry tã o surpresa que
ela caiu de bunda. O soldado pegou a mã o de Sherry e a ajudou a se levantar.

“Além deste ponto estaria o Palá cio de Jade. A fronteira, por assim dizer.”

Ao ouvir suas palavras, os olhos de Sherry deram alguns passos em direçã o ao


Palacio para qual o soldado apontou com sua lança. No entanto, ela nã o conseguiu
encontrar nada que parecesse uma linha em qualquer lugar, entã o Sherry nã o
conseguiu entender o que o soldado quis dizer por um momento.

“Nã o importa o quanto você procure por ela, você nã o encontrará nenhuma
linha traçada em lugar nenhum. É apenas um limite conveniente que foi
estabelecido para a implementaçã o do acordo entre o Império e os japoneses. Caso
você esteja se perguntando, este gramado aqui marca o territó rio do outro lado.”

"Eu vejo. Entã o, além desta á rea estaria o territó rio japonês, hein.”

Dizendo isso, Sherry olhou para o limite onde a cor da terra muda de marrom

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terra para verde grama. Os soldados disseram que apenas decidiram por
conveniência, mas mesmo assim, além desta linha foi definido como um outro
mundo onde nem o Império poderia alcançar. Para Sherry, ameaçada pelas leis do
Império, essa linha é a barreira mais confiá vel com a qual ela pode contar. E agora,
está bem na frente dela.

Qando cruzar esta linha, ela estará segura.

Apenas o pensamento disso a fez querer começar a correr para aquele lado
imediatamente. Na verdade, seria fá cil para ela passar por esse soldado se de
repente ela começasse a correr sem avisar. No entanto, parece que as intençõ es de
Sherry foram claramente expressas pelo olhar em seus olhos. Provavelmente foi
por isso que o soldado da guarda falou, aparentemente chamando a atençã o dela.

“Só nã o vá além disso, ok? Nosso trabalho é garantir que ninguém cruze essa
linha sem permissã o. Até nos dizem para fazer o que for preciso para evitar isso.
Você sabe o que significa, certo? A menos que você tenha permissã o, você nã o pode
entrar.”

“Sim, eu entendo.”

Deixando escapar um suspiro, Sherry assentiu. Naquele momento, uma voz


gritou atrá s dela.

"Cherry!"

Quando Sherry se virou, ela encontrou Casel esperando por ela. Atrá s dele,
uma cavaleira abria a entrada da tenda, como se dissesse que podem entrar.
Encontrando-se com eles ao longo do caminho, Bozes primeiro ofereceu-lhes uma
cadeira. Quando os dois se sentaram, Casel e Sherry nã o puderam deixar de relaxar
os ombros em alívio. Aparentemente, ele nã o teve tempo para relaxar até aquele
momento, “Ahh, eu adoraria ir para a cama agora”, Casel resmungou.

“Fico feliz em ver que você está segura.”

“Sim, de alguma forma eu consegui. No entanto, a maioria das pessoas da


minha família foi abatida.”

Casel agradeceu a escudeira pela bebida que ela ofereceu e estendeu a mã o.


Sua figura parecia ter envelhecido uma década nos ú ltimos dias. Sherry, por
outro lado, parecia intrigada ao ver uma garota quase de sua idade servindo no
exército, mesmo como escudeira.

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“A propó sito, em relaçã o ao seu pedido de anunciar sua presença aos enviados
japoneses, a pessoa que enviei como mensageiro voltou. Infelizmente, a resposta
da outra parte foi: “Nã o temos motivos para nos encontrar com você, entã o
recusamos”.

"...... Uma recusa plana, hein."

Os ombros de Casel caíram.

“Como eu pensei, você pretendia buscar asilo no Japã o, hein? Eles pareciam
estar muito cautelosos com isso.”

“Você viu através do plano imediatamente, hein. Presumo que outros tenham
tentado o mesmo?”

“Sim. Vá rias pessoas vieram até nó s, pedindo proteçã o.”

“Pelo que parece, parece que seus apelos nã o funcionaram. A propó sito, como
eles estavam agora?”

“Desde que nã o atraiamos a atençã o dos varredores, podemos conseguir guiá -


lo para fora da Capital Imperial, mas a partir daí você terá que se virar com suas
pró prias habilidades…”

“ Entendo. Nesse caso, tudo bem se pedirmos isso a vocês também? Nã o


podemos sair deste lugar com o alvoroço que estã o fazendo.”

Mesmo quando alguém nã o ouve com atençã o, eles ainda conseguem escutar o
som de batedores afugentando suas presas. Como se esses sons realmente
tivessem levado suas presas a fugir, Casel nã o consegueria se aproximar desses
sons.

“Se você concorda, te levariamos você para fora da Capital Imperial... Isso
seria apenas enquanto nã o fô ssemos descobertos.”

Se eles fossem descobertos, seriam ordenados a entregá -los. Se isso


acontecesse, os Cavaleiros nã o teriam escolha a nã o ser obedecer.

“Isso é bom o suficiente para mim.”

Seria até difícil sair da Capital Imperial, entã o se isso pudesse ser feito, seria o
suficiente, ou assim pensava Casel. No entanto, Sherry nã o estava satisfeita com
isso. Ela nã o se contentou com apenas uma ida e volta do mensageiro, pois nã o

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acreditava que as negociaçõ es com os japoneses tivessem sido conduzidas
adequadamente. Eles disseram que haviam recusado, mas essa era realmente a
intençã o de Sugawara? Em primeiro lugar, eles deram o nome dela? Se Sugawara
soubesse que ela tinha vindo, ele deveria ter reagido um pouco diferente.

“Ummm, bem, eu poderia pelo menos encontrar Sugawara-sama?”

“Sherry-sama, o lugar em que eles estã o é um país estrangeiro. Por favor, nã o


peça o impossível.”

Beefeater, ao lado de Bozes, repreendeu-a.

“Mas se você deixá -lo saber que estou aqui, Sugawara-sama pode nos
receber.”

“Ohh, você é bastante confiante. Qual é a sua relaçã o com Sugawara-dono?”

“S- Sugawara-sama é o homem que eventualmente se tornará meu marido.”

“……………………”

Apó s suas palavras, Casel apenas deu de ombros, Bozes sorriu calorosamente
para ela e Beefeater perguntou novamente, aparentemente surpresa com suas
palavras.

“O que você disse?”

“Como eu disse, ele é meu marido.”

Ouvir uma jovem falar sobre seus sonhos para o futuro é muito divertido. No
entanto, para tal criança brandir seus sonhos em uma situaçã o como essa, apenas
incomodaria os adultos ao seu redor. Além disso, se eles confiassem em
informaçõ es tã o vagas em uma situaçã o em que suas vidas estã o em jogo, seria
como dizer: "Há um oá sis ali" e em seguida, partir para as profundezas do deserto
quente com um palpite aleató rio sem nem mesmo olhando um mapa.

Tal forma de pensar deve ser interrompido a todo custo.

"Quantos anos você tem?"


"Eu tenho doze anos."

"Isso seria muito cedo para alguém se casar, você nã o acha?"

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Neste mundo, a idade para ser considerado adulto é quinze.

“Cabe à pessoa em questã o decidir o que pensa, nã o aqueles ao seu redor.”

“Isso é verdade em nosso Império. Mas pelo que li, as leis japonesas
determinam que uma mulher deve ter pelo menos 16 anos para se casar”.

Bozes, que pesquisou o sistema de casamento japonês durante seu


treinamento de idiomas em Alnus, compartilhou seu conhecimento. Mas isso só
serviu para deixar Sherry ainda mais teimosa.

“Entã o, teremos apenas o casamento oficial quando eu fizer 16 anos!”

Se ela insistisse com tanta força, até Beefeater nã o teria escolha a nã o ser se
mover. Eles devem se ir para confirmar os fatos e fazer com que a garota enfrente
adequadamente a realidade.

“Eu entendo. Se é sobre isso que você quer falar, discutiremos esse assunto
novamente com Sugawara e mencionaremos seu nome.”

“Posso deixar com você?”

A pedido de Bozes, Knight Leader Beefeater sentou-se enquanto respondia


casualmente.

“Sim. Nã o é muito complicado.”.”

Assim, Beefeater foi para o Palá cio de Jade como mensageiro. O sol ainda nã o
havia nascido e ainda era crepú sculo. Mesmo à quela hora, os diplomatas e
militares do Palá cio de Jade, incluindo o vice-ministro Shirayuri, já estavam
acordados, reunindo e analisando informaçõ es. Eles estavam trabalhando há
algum tempo, dificilmente fazendo uma pausa satisfató ria. Mesmo no Palá cio de
Jade, pode-se sentir que a Capital Imperial está envolvida em uma atmosfera
turbulenta desde que Zorzal tomou o poder, e basta ler as entrelinhas para
entender que a implementaçã o da Lei especial Oprichnina levaria a situaçã o a um
direçã o imprevisivel.

De fato, a rede de inteligência do JSDF espalhada por toda a capital informava


em tempo real que as prisõ es e detençõ es feitas pela Oprichnina estavam
progredindo ao nível de um expurgo de sangue. Principalmente desde ontem, a
prisã o deles se tornou uma verdadeira caça e coleta de pessoas, como se por
instigaçã o de outra pessoa. Era como se pudessem ouvir o chã o tremendo e
desmoronando de todos os esforços que fizeram até agora para fazer as pazes.

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“Ahh, pode ser impossível concluir pacificamente um acordo de paz agora.”

“Eu me pergunto se algo pode ser feito sobre isso. Com uma situaçã o como
esta, nã o podemos nem negociar a devoluçã o das pessoas que eles levaram
cativas.”

Estalando a língua em voz alta, Sugawara levantou a voz, como se estivesse


desesperado.

"………."

“Estamos agora em uma situaçã o em que todos os nossos esforços sã o


arruinados pela lentidã o com que os políticos decidem. Nã o podemos pelo menos
tentar esconder ou resgatar a facçã o pró -paz ou invadir a capital imperial? O Japã o
e o Império estã o em guerra, entã o nã o importa se os bombardeamos ou nã o.”

“O-Oi, Sugawara.”

Sugawara manteve a boca fechada com o aviso de seu colega. O representante


dos políticos que ele estava insultando, Shirayuri, também estava nesta sala.
Shirayuri riu e disse: “Nã o me importo. Nã o vou ficar com raiva apenas por
reclamaçõ es inú teis”. No entanto, ficou claro que um sentimento estranho tomou
conta da reuniã o. Talvez por isso Sugawara se virou para o colega e falou.

“Você poderia tentar entrar em contato com o Ministério novamente……”

No entanto, a resposta que recebeu ainda foi a mesma: “Abstenha-se de fazer


açõ es precipitadas. Espere e veja.”

Claro, ele podia entender a ló gica de que salvar uma pessoa significaria ter
que salvar mais duas, e salvar mais duas significaria ter que salvar mais quatro ou
cinco, e assim por diante sem limites, o que irritaria a Oprichnina e tornaria a
situaçã o ainda mais complicada. Mas é o coraçã o humano que ainda quer estender
a mã o e sofrer. É por isso que, aos olhos deles, Kano e o primeiro-ministro Morita
parecem carecer de determinaçã o e o faz querer cuspir um palavrã o ou dois.

Naquele momento, uma mensagem veio de um dos cavaleiros que guardavam


o Palá cio de Jade. Como telefones nã o existem neste mundo, o Cavaleiro, que é o
mensageiro, veio até eles e contou-lhes verbalmente sua mensagem. Este nã o seria
o caso se fosse um contato de negó cios diá rio e regular, mas na maioria das vezes,
aqueles que os visitam abruptamente sã o pessoas que querem pedir asilo. Em
momentos como este, Sugawara e sua equipe lamentavam que deveriam ter a linha

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telefô nica conectada, mesmo que nã o fosse razoá vel da parte deles.

Recusar um pedido enquanto faz contato visual com a outra parte, mesmo que
nã o esteja lidando com uma pessoa com quem está conectado, pode ser um fardo
mental bastante pesado.

Se nã o fosse por Lady Beefeater, que veio como mensageira e que era
particularmente fria em seu papel, a culpa de abandonar um conhecido que
procurava ajuda certamente teria sido mais do que suficiente para fazê-lo querer
desistir do trabalho. Excepcionalmente, no entanto, Lady Beefeater veio visitá -los
consecutivamente na mesma manhã . Ela também apontou Sugawara pelo nome e
disse que tinha algo a dizer a ele. Sugawara, enquanto seus colegas observavam,
ofereceu uma cadeira para Beefeater e foi se sentar na cadeira em frente a ela.

"O que é? Outro pedido de asilo?

“Nã o, é sobre aquelas pessoas que acabaram de pedir asilo antes.”

“Se fosse esse o caso, acredito que já deveria ter sido recusado.”

Provavelmente se sentindo irritado por terem trazido à tona algo que ele uma
vez recusou, seu tom era um tanto forte.

“O Marquês Casel é uma figura importante na facçã o pró -paz. Nó s realmente


gostaríamos de ajudá -lo, mas a decisã o do governo do nosso país ainda é a
mesma.”

No entanto, Beefeater, que costuma se retirar com um direto “entendo”, como


se para se opor ao tom de suas palavras, respondeu com um tom mais forte.

“No entanto, a companheira do Marquês me pediu para pedir que repita este
pedido…… e especialmente nomeando Sugawara-dono, ela tem uma mensagem
para você.”

Naquele momento, a voz de uma garota ecoou do lado de fora da janela.

“Sugawara-sama! É Sherry!

Levantando-se espontaneamente de seu assento, Sugawara olhou para fora.

“Sugawara-sama! Sherry veio ver você!

Muito além da janela, ele podia ver soldados guardando o Palá cio de Jade e

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uma garota que se parecia com Sherry. Todos aqui a conhecem. Ela era querida por
todos, pois havia falado palavras de boas-vindas em japonês fluente na celebraçã o
da repatriaçã o dos prisioneiros de guerra. É por isso que os olhos de todos se
voltaram para Sugawara.

“Eu trouxe uma mensagem para você daquela garota.”

“De Sherry?”

“Ah? Isso significa que as palavras dela nã o eram necessariamente uma


mentira, huh.”

Os olhos de Beefeater se arregalaram de surpresa. No mínimo, provou que a


mençã o de Sherry a um relacionamento pessoal com Sugawara nã o havia sido
construída inteiramente em seus sonhos mais loucos. Isso significa pelo menos
fazê-la entender que parecia nã o haver dú vidas de que o relacionamento era mais
do que um conhecido.

“Pelo que ela me disse, ela aparentemente pretende ter Sugawara-dono como
marido.”

“Sem chance.”

Quanto a Sugawara, ele nã o teve escolha a nã o ser responder com essas


palavras. Na verdade, ele nunca havia feito tal promessa e nunca havia dito ou feito
nada que despertasse tal expectativa nela. Beefeater acenou com a cabeça em
compreensã o.

“Nã o, está tudo bem. Nã o acho que você a enganou ou fez algo pelo qual tenha
que assumir a responsabilidade. Eu experimentei algo semelhante quando tinha a
idade dela. Eu corri loucamente por causa de algo que eu nã o entendi. Apenas um
pouco de gentileza transformou minha mente em um jardim de flores rosa. Eu fico
desesperada quando estou sendo protegida e coisas assim.”

Talvez lembrando de alguma doce experiência que teve no passado, Beefeater


riu com um leve rubor nas bochechas.

“E-Estou feliz que você entenda.”

Sugawara suspirou de alívio. No entanto, Beefeater continuou com uma


carranca nos lá bios.

"No entanto……"

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Dizendo isso, a voz da jovem ainda ecoava no Palá cio de Jade ao amanhecer.

“Ainda assim, nã o é como se minhas suposiçõ es simplesmente corressem


soltas sem nenhum gatilho. Como você pode ter tanta certeza de que nã o disse ou
fez algo para fazê-la pensar isso? Eu entendo. Eu sei que você nunca encostaria um
dedo nela. Mas, pelo contrá rio, isso torna a situaçã o ainda mais difícil. Isso a faz
sentir que você a achou preciosa.

Dizendo isso, Beefeater desviou o olhar da janela e olhou para Sugawara.

"………."

“Ela veio até aqui porque confiou em sua bondade, esse processo de
pensamento em que você a fez acreditar. Ela literalmente colocou sua vida em
risco para vir aqui. Bem, que tal? Por que nã o agir como um homem aqui para ela?”

Essas palavras nã o eram algo que Sugawara pudesse suportar. Recusar um


pedido de asilo equivale a cortar a vida da outra parte. Além disso, foi apontado
para ele que ele tinha uma boa parte da responsabilidade por sua adoraçã o por ele.
Até agora, como funcioná rio do Ministério das Relaçõ es Exteriores, uma
engrenagem na má quina, Sugawara pensou e agiu com as palavras “ordens de
cima” como desculpa, mas agora que ele foi solicitado a mostrar seu valor como um
indivíduo e como homem, nã o pode fugir usando o interesse nacional como
escudo.

“Se você nã o pode fazer isso, tampe os ouvidos e feche os olhos. Ela acabará
desistindo e indo para outro lugar.”

“Para outro lugar? ……Para onde exatamente?”

“Nã o sei. ...... Tape os ouvidos e feche os olhos, e você nã o precisaria saber
disso, nã o acha?”

Nã o querendo ceder à sua pergunta, Beefeater nã o respondeu. Ela descansou


o corpo cuidadosamente contra o encosto e olhou para o teto.

“Sugawara-sama! Por favor, você nã o vai pelo menos me deixar ouvir sua
voz?”

“Tanto faz”, murmurando isso, Beefeater levantou-se. Entã o, aparentemente


tendo se lembrado da mensagem que trouxe, ela narrou exatamente como Sherry
havia falado.

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“Estou muito ciente do problema que vou causar a você, mas imploro que
tenha misericó rdia de mim. Se isso nã o for possível, diga que nã o me conhece e vá
para outro lugar. Dessa forma, posso desistir ”…… ou entã o ela disse. Sério, que
criança corajosa ela é.”

Como se ela tivesse terminado seus negó cios neste lugar, Beefeater se afastou.
No entanto, Sugawara nã o conseguiu se aproximar da porta para se despedir dela.
Se ele se aproximasse da porta, seria capaz de ver Sherry de lá . Também o tornaria
visível para ela.

"Por favor. Apenas deixe-me ver você!

Sherry continuou levantando a voz de fora da rede de segurança da Ordem


dos Cavaleiros, como um passarinho chamando sua mã e. Ela pode ser uma jovem,
mas sua voz ressoa surpreendentemente bem. Sugawara queria que ela parasse
agora. Se continuasse levantando a voz assim, certamente atrairia os predadores
que perseguiam suas presas enfraquecidas.

No entanto, era tarde demais.

Os membros da Oprichnina apareceram ameaçadoramente.

“Bozes-sama.”

Entrando na tenda, um mensageiro sussurrou algo aos ouvidos do


Comandante Interino.

"O que você disse? Um esquadrã o de varredores?”

“Sim, um esquadrã o de cerca de cem homens. Vieram exigir a extradiçã o do


Marquês Casel e de Lady Sherry.”

A rapidez com que isso foi feito superou suas expectativas, e roendo as unhas,
“Eles nã o chegaram um pouco cedo demais?”, disse Bozes.

“Eles podem estar vigiando este lugar. Houve relatos de sombras suspeitas
sendo avistadas nas proximidades.”

"Nó s nã o temos escolha. Traga o representante deles aqui.”

Depois de instruí-lo a fazer isso, Bozes olhou para Casel e falou desapontado.

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"Marquês. Nã o podemos mais tirá -lo da Capital Imperial.”

“Sim, eu ouvi você. Eles com certeza estã o bastante entusiasmados com seu
trabalho.”, Casel disse em resposta, com as mã os cobrindo o rosto. Ele entã o
ergueu a cabeça, esfregando as mã os da testa até a nuca.

“Aqueles varredores sã o um pouco obstinados.”

“Eles provavelmente têm suas pró prias razõ es. Nã o que isso importe para
nó s.”

Naquele momento, a entrada da tenda foi totalmente aberta e Gimlet, o chefe


do comitê da Oprichnina, apareceu com vá rios de seus subordinados. Olhando ao
redor da tenda, ele viu Casel e riu.

“Bem, bem, se nã o é o Marquês. Você estava aqui? Está vamos procurando por
você.”

"Eu nã o esperava visitas de você, afinal."

Encolhendo os ombros com a atitude curta do marquês, o chefe do comitê


caminhou até Bozes.

“Esplendidamente feito. Com isso, tenho certeza de que a opiniã o de Sua


Alteza Zorzal sobre a princesa Piñ a vai melhorar.”

Ao ouvir a mençã o do nome da princesa Piñ a, Bozes inclinou a cabeça. Ela nã o


conseguia entender por que o nome de Piñ a foi mencionado.

“Sim está certo. A posiçã o da princesa Piñ a é bastante precá ria no momento. A
posiçã o dela é tã o delicada que suas açõ es podem colocá -la em perigo...”

Ao ouvir isso, Bozes empalideceu e seu corpo tremeu levemente.

"Sua Alteza pode estar em perigo...... por minha causa......"

Vendo isso, Gimlet confirmou o poder de suas palavras e afirmando as


palavras dela, sorriu satisfeito.

“A propó sito, sinto como se estivesse ouvindo uma garota cantando há algum
tempo, mas o que diabos foi isso?”

“Eu- Parece que ela queria encontrar alguém no Palá cio de Jade.”

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"Eu vejo. E, no entanto, essa pessoa está ignorando seus apelos. Que
lamentá vel.

O chefe do comitê da Oprichnina parecia simpá tico de uma maneira bastante


exagerada. Vendo isso, Casel bufou, como se tivesse acabado de ouvir algo
estú pido.

“Duvido que ela queira alguma simpatia do bando que matou seus pais.”

“Nó s mesmos perdemos muitos de nossos camaradas. Você deveria estar


grato por nã o estarmos tentando vingá -los aqui.”

Caminhando até ele, o chefe do comitê condescendentemente instou Casel a


deixar seu assento.

“Acho que nã o tenho escolha. Parece que este é o fim da estrada.”

Com Piñ a como prisioneiro, Bozes nã o podia fazer nada além de assistir em
silêncio.

“Seu comportamento é admirá vel, mas seria melhor para ela se desistisse
antes. Ela está apenas perdendo seu tempo.

O chefe do comitê sinalizou para seus subordinados o levarem embora. Em


seguida, os membros da Oprichnina deixaram a tenda com Casel a reboque. Do
lado de fora, Sherry, parada bem em frente ao gramado que separava o Palá cio de
Jade do Império, gritava sem parar. A jovem parecia uma criança chorando
separada de seus pais. Sua garganta estava rouca de tanto gritar, e seu rosto
parecia um cachorrinho abandonado na beira da estrada, com lá grimas brotando
de seus olhos.

Um soldado estava ao seu lado, impedindo-a de cruzar a fronteira. Apó s tal


Sherry, um dos Oprichnina se aproximou para agarrá -la e pegou sua mã o, dizendo:
"Vamos, vamos." No entanto, Sherry sacudiu sua mã o e continuou chamando o
nome de Sugawara.

Dentro do Palá cio de Jade, Sugawara nã o conseguia esconder sua irritaçã o. Ele
se levantou da cadeira, sentou-se e levantou-se novamente, repetindo esse ciclo.
Quando parecia que ele havia se decidido e tentou sair de seu assento, seus colegas
de repente se reuniram e o seguraram nos ombros.

“Nã o faça isso, Sugawara.”

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"Isso mesmo. Aguente, você precisa se controlar!”

Pressionado pelos colegas ao seu redor, Sugawara sentou-se novamente.

"Merda, por que estou tã o irritado!"

Nã o se importando com as pessoas ao seu redor, Sugawara gritou.


Aparentemente adversos de um tumor crescente, todos se afastaram dele.

“Nã o tem como evitar. A outra parte é alguém que você realmente conhece.
Além disso, ela é uma criança. É natural que você fique chateado. No entanto, você
tem que suportar. É o seu trabalho. Entendeu?"

“Merda.”

Sugawara só conseguia segurar a cabeça com as mã os.

“Chega disso!”

O chefe do comitê torceu o braço de Sherry e gritou. A intimidaçã o provocada


por sua voz fez o corpo de Sherry tremer. Mas ainda assim, ela lutou para ficar
onde estava. Ela estava determinada a nã o perder a esperança, a menos que
Sugawara lhe dissesse diretamente para desistir. Caso contrá rio, ela simplesmente
nã o poderia desistir.

Ela entende que estava sendo egoísta.

Sugawara nã o tinha obrigaçã o de ajudar Sherry, nem razã o para dizer a ela
para desistir. Seria um erro esperar que ele fizesse isso. Tudo até este ponto foram
apenas suas pró prias suposiçõ es egoístas que despertaram dentro dela. Ela estava
claramente incomodando Sugawara. E, no entanto, mesmo que seja assim. Nã o,
provavelmente é porque era assim, que ela se perguntava se seus pensamentos
haviam chegado a Sugawara.

E ela queria saber o que Sugawara realmente pensava dela.

Ela queria descobrir. Por esse motivo, estava tudo bem para ela, mesmo que
Sugawara dissesse a ela: “Nã o posso ajudá -la, entã o desista”. Se Sugawara dissesse
isso, ela teria aceitado obedientemente com um sorriso e uma mente aberta,
sabendo que seria o fim dela, nã o impuraria isso contra ele. É por isso que ela nã o
se moveu.

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Até ouvir a resposta de Sugawara, ela moveria nem um mú sculo de onde
estava. Um dos Oprichnina, talvez aborrecido, estalou a língua e começou a
carregá -la como se fosse uma bagagem. Sherry tentou revidar, agarrando-se à s
ervas daninhas que cresciam no chã o. No entanto, ele era um adulto, enquanto ela
era apenas uma criança. Até o velho Casel conseguiu carregá -la. Nã o havia como o
forte membro da Oprichnina nã o ser capaz de levantá -la.

Em um piscar de olhos, suas pernas deixaram o chã o, e com o som de ervas


daninhas rasgando em suas mã os, ela foi erguida no ar.

“Aaaahhh!”

Um grito irrompeu da garganta de Sherry.

"Nã o! S-Sugawara-sama! Me ajude!"

Se tudo o que ela tivesse feito fosse chamar seu nome repetidamente, ele
poderia de alguma forma ter conseguido aguentar. No entanto, ao ouvir a voz dela
pedindo ajuda, ele nã o aguentou mais. Como se tivesse surtado, Sugawara se
levantou, empurrou para o lado seus colegas que tentavam detê-lo e saiu correndo
em um piscar de olhos.

"Aquele idiota!"

Os colegas de Sugawara olhavam com rostos pá lidos enquanto observavam


suas costas. Enquanto isso, a vice-ministra Shirayuri suspirou profundamente com
uma expressã o deprimida no rosto. Ela entã o acenou com a cabeça para os oficiais
da Autodefesa Marítima que haviam se juntado à delegaçã o, como se já tivessem
combinado algo. Entã o, com um sorriso um tanto renovado, ela olhou para os
burocratas.

“Tudo bem. Nã o importa o quanto nos debatamos, nossas mã os acabarã o se


sujando. Nesse caso, podemos também escolher agir para salvar alguém que
conhecemos. Entre em contato com o ministro Kano o mais rá pido possível. Neste
momento, vamos começar a aceitar aqueles que procuram asilo……”

"…"

A Sherry, carregada como uma bagagem pela Oprichnina, continuou a resistir,


agitando os braços e as pernas. No entanto, ela era tã o forte quanto uma criança
fazendo birra. E foi facilmente dominada pelo poder de um adulto.

“Tire suas mã os imundas dela, seu maldito varredor!”

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Naquele momento, a voz de Sugawara soou. Ao ouvir suas palavras, todos se
viraram ao mesmo tempo. Sugawara, que havia entrado ofegante, estava se
apoiando com as mã os nos joelhos. Parecia que ele tinha corrido o mais rá pido que
podia.

Ao vê-lo, Gimlet disse com desdém: “Meu, oh meu, Enviado-dono. Você tem
negó cios conosco?” Ele perguntou.

Entã o, como se tentasse suprimir suas emoçõ es crescentes “Eu disse para
você tirar as mã os dela”, respondeu Sugawara. No entanto, ele foi impedido de
pisar fora da linha de grama pela lança estendida dos sentinelas e, incapaz de se
aproximar, repetidamente apontou seu dedo indicador para Sherry.

“Por que devemos seguir as instruçõ es de um inimigo?”

“Eu apreciaria se pessoas nã o relacionadas se mantivessem fora de nossos


assuntos.”

Os membros da Oprichnina disseram sua fala. No entanto, Sugawara refutou


suas palavras.

“Eu sou parente daquela garota, entã o a conheço! Eu tenho todo o direito de
interpor!”

Ouvindo suas palavras, porém, Beefeater interveio irritantemente.

“Oh vamos lá . Você dizendo que é parente dela nã o convence ninguém aqui.
De que tipo de relacionamento você está falando? Você apenas dizendo que é
parente dela nã o vai mudar a situaçã o.”

Em resposta a esta pergunta provocativa, Sugawara respirou fundo e gritou


desesperadamente.

“Quando ela fazer 16 anos, eu estava planejando torná -la minha esposa! Esse é
o tipo de relacionamento que temos! É por isso, solte essa garota! Vou levá -la de
volta!”

“Tudo bem, ela tem a aprovaçã o! Traga aquela garota para dentro!”

Se alguém fosse pensar sobre isso, é uma ló gica estranha. Mesmo que
Sugawara declarasse que ela seria sua esposa, nenhum procedimento havia sido
concluído. No entanto, para fazer as pessoas agirem, elas precisam de um motivo

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convincente. Por outro lado, desde que o motivo seja emocionalmente satisfató rio,
funcionará como um gatilho suficiente. Para os Oficiais da Ordem dos Cavaleiros,
que ficaram zangados com a arrogâ ncia da Oprichnina, Sugawara declarando
“Sherry é minha esposa” teve poder suficiente para fazê-los se mexer.

Reagindo rapidamente à ordem de Beefeater estava o soldado que estava


impedindo Sherry de cruzar a fronteira. Ele agarrou a garota, que estava sendo
carregada no ombro do varredor, e a jogou em direçã o a Sugawara, como se
estivesse jogando alguma bagagem.

“Certifique-se de pegá -la, garranhã o!”

O varredor estendeu a mã o para recuperá -la. No entanto, assim que seus pés
pisaram na grama marcando o territó rio do Palá cio de Jade, Beefeater rapidamente
sacou sua espada e cortou o homem. Em seguida, ela suas ordens

“Em formaçã o!”

Como se estivessem esperando por esta ordem, os soldados da Ordem dos


Cavaleiros pararam na frente dos membros do inimigo. Todos eles encaravam a
Oprichnina com olhos de predadores sedentos de sangue, com a mã o no punho da
espada ou alinhada com o escudo e a lança. Atrá s deles, Sherry se agarrava ao
homem, enquanto ele segurava a garota em seus braços. Esta teria sido a cena mais
emocionante e famosa em uma peça de teatro. No entanto, era uma pena que eles
tivessem que virar as costas para tal palco.

“Embora você tenha me dado aquele colar de pérolas, acabei usando-o no


caminho até aqui.”

“Nã o se preocupe com isso. Posso simplesmente comprar outro para você.

Ouvindo a conversa pelas costas, já dava para imaginar a cena acontecendo.

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No entanto, isso por si só tornou a cena bastante emocionante. Nã o, é
justamente por terem que confiar na imaginaçã o que o índice de embelezamento é
tã o alto, tornando-a ainda mais emocionante. A Ordem dos Cavaleiros, com sua alta
proporçã o de mulheres e idosos, era extremamente vulnerá vel a tais cenas de
romance. Na mente de todos, uma composiçã o foi cuidadosamente formada, como
costuma acontecer em peças com o tema recompensar o bem e punir o mal, onde
duas pessoas apaixonadas e os bandidos covardes que se interpõ em no caminho de
seu amor.

E agora, o heroico papel de exterminar esses rufiõ es era exercido por eles.
Naquele momento, eles se sentiram como se estivessem em um grande palco. Uma
onda de poder brotando de dentro deles, a hostilidade encheu seus corpos. Tanto é
assim que eles até lutaram para esperar por ordens. Ainda assim, sendo bem
treinados, eles eram como flechas desembainhadas, esperando o momento em que
seus superiores soltariam suas cordas e os dispararem contra suas presas. A
Oprichnina, enfrentando-os de frente, respondeu com fú ria. Eles acreditavam que
sã o os justos. As pessoas podem agir de forma mais brutal quando estã o
convencidas de que estã o fazendo a coisa certa.

E porque sabem que estã o agindo com brutalidade, sã o incapazes de abrir


mã o de sua posiçã o de que sã o justos. Os sussurros de medo do que aconteceria se
eles falhassem em sua missã o também contribuíram para sua ferocidade. A
repreensã o desenfreada do pretor entrante ficou gravada em seus ouvidos como
uma alucinaçã o auditiva, e a imagem de um colega punido simplesmente por nã o
ser proativo em seus deveres tembem ficou gravada em suas mentes.

Mesmo o menor sinal de apreensã o poderia indicar a um colega que o homem


nã o estava à altura da tarefa. Se você nã o delatar ninguém, até isso pode ser
acusado de ser um sinal de negligência. Desde a formaçã o da Oprichnina, eles
sempre sentiram como se uma lâ mina fria fosse pressionada contra suas costas. A
ú nica maneira de escapar de sua borda afiada era seguir em frente. Com esses
pensamentos em mente, os membros da Oprichnina olharam para os Cavaleiros à
sua frente.

“S-Seus bastardos! Vocês pretendem se rebelar contra o Império!?”

Em resposta à s essas palavras, “Hmph, nã o seja ridículo”, Beefeater riu.

“Nossas açõ es sã o perfeitamente legais, uma açã o de segurança baseada no


Acordo Diplomá tico. De acordo com o Decreto Imperial, qualquer pessoa que cruze
essa fronteira deve ter a aprovaçã o do governo japonês. Você tem permissã o do
governo japonês para entrar?”

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“Nó s nã o precisamos de nada disso para capturar criminosos!”

A Oprichnina, que estava tentando forçar seu caminho para o terreno com
grande vigor, também mudou de suas vassouras para suas armas, e alguns
momentos de impasse se seguiram entre eles e os Cavaleiros.

“Expulse-os!”

Vendo os dois ao alcance de seus braços, o chefe do comitê, nã o querendo


desistir, ordenou que seus subordinados entrassem correndo. Como ele nã o podia
recuar, ele nã o teve escolha a nã o ser dar a ordem.

“Vocês, protejam a noiva! Desebanhem suas espadas!”

Com o grito de guerra de Beefeater, os Cavaleiros desembainharam suas


armas deslumbrantemente belas. Mesmo que seus oponentes fossem pessoas sob
o comando do príncipe herdeiro Zorzal, eles nã o mostraram nenhum sinal de
hesitaçã o.

“Você só está pedindo por uma surra! Mulheres e velhos deveriam sair do
caminho!”

“Qualquer um que interfira na vida amorosa de outra pessoa ficará melhor


comido vivo por Kobolds!”

Em meio a uma enxurrada de maldiçõ es, Beefeater proclamou com veemência.

“Esta é a mansã o do enviado protegida por imunidade diplomá tica! Um país


estrangeiro além do alcance da Autoridade Imperial! Eu, Beefeater E Caty, juro em
nome do Imperador que derrubarei qualquer um que tentar forçar a entrada!
Comando! Avançar!"

Com o confronto dos dois exércitos, a batalha finalmente começou. Em um


piscar de olhos, as baixas ocoreram em ambos os campos. Ainda assim, os soldados
da Ordem dos Cavaleiros, que ficaram mais do que um pouco comovidos com a
menina chorando e o homem que correu para protegê-la, nã o se intimidaram. Seus
coraçõ es estavam cheios de animosidade e raiva contra os varredores. E
obviamente foi um fardo pesado para os varredores, que estavam levemente
armados e só haviam enfrentado oponentes desarmados até entã o.

No momento do confronto, eles estavam empatados, mas quando viram seus


companheiros caindo um apó s o outro, sua vontade de lutar começou a diminuir e

71
eles foram facilmente esmagados. Eles foram atingidos por lanças, derrubados com
escudos e apunhalados por espadas, morreram sem tempo para lamentar seus
infortú nios. Seus capacetes modelados em forma de Kobolds foram esmagados, e
uma grande quantidade de sangue jorrou impiedosamente, formando um riacho
preto-avermelhado na terra.

Diante da tragédia provocada pela decisã o que tomou, Sugawara tremeu de


medo. Ele entã o cobriu os olhos de Sherry, tentando nã o mostrar o inferno
sangrento que estourou diante de seus olhos. Mas Sherry, com o rosto molhado de
lá grimas, balançou a cabeça para escapar das mã os de Sugawara e falou.

“Nã o, eu tenho que olhar. Por favor, cuide de mim, Sugawara-sama, e regozije-
se por ter escolhido a segurança de Sherry em vez da tragédia que se abateu sobre
essas pessoas cujos nomes desconheço. Se te incomoda, pode me desprezar, pois
vim aqui sabendo que isso aconteceria. Assim, para meu pró prio bem, nã o posso
desviar meus olhos daqueles que estã o morrendo aqui. Por favor, permita-me
olhar para eles.”

Ao ouvir isso, Sugawara ficou impressionado com a enormidade de sua


determinaçã o. Entã o, ele percebeu algo. Salvar ou proteger alguém é um ato que
pode resultar em tal sacrifício. Claro, pode haver situaçõ es em que ninguém
precise se sacrificar. Pode haver momentos em que tudo corra bem e a situaçã o
termine com um grande final feliz.

No entanto, essa nã o é a norma.

Sempre existe a possibilidade de que, em alguns casos, tudo saia pela culatra e
ocorra uma série de baixas. Eles devem estar preparados para isso. Mas mesmo
que seja assim, as pessoas ainda enviarã o especialistas para o fogo, para as vá rias
cenas de crimes e para o campo de batalha para ajudar os outros. Caso contrá rio,
eles nã o poderã o proteger ninguém da malícia do destino, muito menos da malícia
da humanidade. Quem tem medo de derramar sangue, seja de um amigo ou de um
inimigo, deve menosprezar a si mesmo, nã o poderá proteger ninguém.

Diante de tal situaçã o, Sugawara pensou. Por que ele nã o percebeu algo tã o
simples? Nã o, ele sabia, mas nã o compreendia. Ver pessoalmente assim o fez
perceber, mesmo que nã o quisesse. Que ele antes disso teve uma vida abençoada.

Sabendo que poderiam lidar com criminosos aleató rios fugindo e ligando para
o 110, eles nã o pensaram no fato de que a possibilidade de o policial que corre
para o local morrer em seu lugar nã o é zero. Quando eles gritam por socorro para
as crianças presas em um incêndio, eles nã o imaginam que esse ato levará os
bombeiros à beira da morte. Quando eles correm para o hospital por medo de um

72
surto de doença contagiosa desconhecida, eles nã o consideram a probabilidade de
os médicos e enfermeiros que os tratam serem mais propensos a serem infectados
com a doença, em comparaçã o com a pessoa média que vive no país. comunidade.
Quando planejam uma escalada imprudente nas montanhas ou sofrem um
acidente enquanto preparam seu equipamento de pesca em uma praia perigosa no
meio do mau tempo, eles pensam que um helicó ptero de resgate voaria em seu
resgate em qualquer lugar, a qualquer hora. No entanto, eles nunca pensaram
sobre a probabilidade de a aeronave perder o controle repentinamente e cair. Eles
podem seguir suas vidas diá rias sem considerar essas coisas. No entanto, isso nã o
é de todo surpreendente. Em certo sentido, é tã o antinatural quanto algo
repentinamente flutuando no ar. Se esse estado de felicidade persiste, é porque
alguém trabalhou muito para mantê-lo.

Eles devem estar preparados para isso antes mesmo de comparecerem ao


funeral daqueles que foram mortos no cumprimento do dever. Isso é algo que se
deve entender. Eles estã o dispostos a morrer, nã o porque sã o pagos para isso, mas
para cumprir a missã o que estabeleceram para si mesmos. Quando visto em
termos de preço da vida, o salá rio que recebem é surpreendentemente pequeno.

Ele deve refletir sobre isso novamente.

Ele se perguntou... A fó rmula numérica de colocar dezenas de pessoas em


risco para salvar apenas uma pessoa é realmente viá vel? Mesmo assim, responder
ao pedido de ajuda torna a pessoa humana. É impossível para as pessoas
considerar lucros e perdas nessas horas.

Sua comunidade é composta por uma sociedade altamente dividida. Em nome


da divisã o do trabalho, deixam a outros os infortú nios que, na era primitiva, teriam
sido algo que eles mesmos deveriam cuidar. Por nã o terem força para isso, pedem
à queles que acumularam habilidades e força que assumam o controle por eles. Ao
fazer isso, eles criam um espaço seguro e ganham tranquilidade no dia a dia. Ao
fazer isso, eles também podem permanecer nã o envolvidos.

Enquanto alguém se beneficia da segurança que vem de alguém se colocar em


perigo, mesmo que nã o esteja diretamente envolvido, suas mã os estã o sem dú vida
manchadas pelo sangue que alguém derramou. É estranho alguém pensar que elas
nã o estã o sujas. É o equivalente a comer carne e peixe todos os dias e afirmar que
nunca matou um animal. É a covardia de fechar os olhos para esse fato e acreditar
que as mã os estã o limpas e que se é uma boa pessoa que leva a todo tipo de erro.

Sugawara nã o se considera uma boa pessoa, mas nã o tinha consciência


definitiva de que suas mã os foram manchadas. Mas pela primeira vez, diante da
batalha, ele teve que aceitar que era um dos perpetradores. Ele nã o conseguia mais

73
desviar o olhar. E assim, os dois, banhados em sangue e com correntes de sangue
encharcando seus pés, olharam para a batalha que se desenrolava à sua frente,
para as mortes de outros que se desenrolavam diante deles.

“Sugawara-sama. Você se arrepende de sua decisã o?”

Se ele temesse fazer o sacrifício, ele poderia ter escolhido ficar de fora e
assistir de longe. No entanto, balançando a cabeça, Sugawara disse: "Nã o, nã o me
arrependo".

Se ele tivesse ficado de lado e assistido as coisas acontecerem, estaria


abandonando Sherry... Em outras palavras, ela se tornaria o sacrifício que ele faria.
Ou seja, nã o importa qual decisã o tomasse, suas mã os ficariam sujas. A ú nica
diferença entre sua escolha é se o sangue em suas mã os seria o sangue dos
inimigos ou o sangue de Sherry.

Sim, nã o importa o que ele tenha feito, suas mã os ficarã o sujas e a mancha
continuará a crescer. Nã o é algo que ele possa simplesmente lavar. Nem o remorso
nem o arrependimento jamais purificarã o seu ser. Esse ato pecaminoso que ele
havia cometido seria algo que ele deveria carregar consigo pelo resto de sua vida.
Nesse caso, qual seria a melhor coisa que ele poderia fazer? O que ele poderia
dizer? Como perpetrador, ele deve arcar com a culpa desse pecado. Se ele quer
fazer algo, deve pensar em como pode fazer “o mínimo de sacrifício”. Essa foi a
conclusã o que Sugawara chegou. Pensando nisso, porém, pensou sobre o que Kano
havia dito a ele.

“Entã o é por isso que o ministro Kano nos disse para esperar, hein.”

Kano nã o disse a eles para nã o fazerem nada. O que ele lhes disse foi
“esperar”, porque estava traçando os caminhos e as medidas, e inferindo o
momento que exigiria o menor sacrifício. No entanto, os cá lculos de Kano eram
frá geis. Sugawara via Sherry sozinha como mais importante do que as outras. Para
ele, a segurança de Sherry vinha em primeiro lugar, e as dezenas ou centenas de
mortes que ela causou foram um sacrifício trivial. Este é o crime de Sugawara e
percebendo isso, ele segurou a cabeça com as mã os.

“Talvez eu nã o consiga comprar outro colar de pérolas.”

Quando alguém comete um erro no trabalho, pode ser demitido e ficar


desempregado. Se isso acontecer, ele nã o terá condiçõ es de comprar coisas caras.
No entanto, Sherry riu suavemente e respondeu.

“O fato de você ter a intençã o de comprar um para mim deixa Sherry feliz.”

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Sherry tinha um pequeno sorriso nos lá bios. Talvez ela nunca mais consiga
sorrir tã o inocentemente quanto antes. Isso é o que Sugawara pensava. Entrando
no gramado do Jade Palace, Casel se aproximou dos dois e deu um tapinha em seus
ombros.

"Genro. Sherry... Devemos ir agora?

De acordo com a Alfâ ndega Imperial, Casel deveria ser o guardiã o de Casel. Em
outras palavras, ele seria o padrasto de Sherry. Pela ló gica de Beefeater, se ele for o
padrasto dela, ele teria que acompanhar a enteada ao casamento dela como
padrasto. Assim, Sugawara dirigiu-se ao Jade Palace acompanhado por Sherry e
Casel.

******

No gabinete do primeiro-ministro, o ministro das Relaçõ es Exteriores Kano e


o ministro da Defesa Natsume, que foram diretamente ao gabinete do primeiro-
ministro depois de perceberem que sua conversa por telefone nã o estava levando a
lugar nenhum, estavam envolvidos em negociaçõ es difíceis com o primeiro-
ministro Morita. Kano, por exemplo, parecia tã o intenso que alguém poderia
pensar que ele estava ameaçando o primeiro-ministro com uma gangue yakuza
com os olhos semicerrados e o tom de voz beligerante.

“Quero que você autorize o plano de evacuar a vice-ministra Shirayuri e seu


grupo imediatamente!”

Morita, no entanto, estava apenas levando isso na esportiva.

“Errr, nã o. Nã o podemos.

Ouvindo a resposta, Natsume, contendo o enfurecido Kano, falou.

“E por que isto?”

“Se fizermos grandes movimentos agora, aqueles que estavam observando a


situaçã o e a mídia em Alnus saberã o disso. É por isso que nã o podemos fazer isso.”

“Acho que nã o temos escolha neste momento, nã o é? É mais importante tirar


Shirayuri e seu grupo daquele lugar perigoso. Estou enganado?”

“Eles nã o ficariam bem? Nã o é como se eles estivessem indefesos. Os


Cavaleiros de lá farã o o melhor que puderem, nã o farã o?”

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“Desculpe minha grosseria, primeiro-ministro, mas quanto tempo você acha
que eles podem resistir? Francamente falando, eles nã o têm muito tempo
sobrando.”

“Mas este plano de evacuaçã o nã o exige a ocupaçã o temporá ria de uma parte
da Capital Real? Por que você simplesmente nã o captura toda a Capital Real e
acabar com essa guerra? Com o nosso pessoal, podemos definitivamente fazer
isso.”

“Assim como havíamos explicado ao pú blico, o Japã o nã o tem a capacidade de


financiar completamente um império inteiro agora…”

Como se para encobrir a explicaçã o de Morita, Morita disse.

“Você sabe, isso nã o é apenas sobre o nosso povo. Vá rios outros países
também estavam observando nossos movimentos.”

“É como eu disse, nã o é? Eu lhe disse para nã o aceitar os observadores deles,


mas você simplesmente ignorou isso e decidiu aceitá -los. Você quer agir como um
bom par de sapatos para todos, e este é o resultado.”

Apó s suas palavras, a boca do primeiro-ministro se contorceu.

“Qual é o sentido de trazer isso à tona agora!?”

As bochechas rosadas de Natsume, que muitas vezes o provocavam como um velho


menino, ficaram ainda mais vermelhas quando ele interveio no que foi visto como
uma brincadeira sem sentido.

“Deixe-me perguntar-lhe entã o, primeiro-ministro. O que você pretende fazer


nesta situaçã o?”

“Eu já nã o disse isso? Vamos esperar, pelo menos até que os observadores e a
mídia deixem a Regiã o Especial. Depois que eles forem embora, você pode fazer o
que quiser.”

“Você quer dizer que devemos deixá -los assim por mais uma semana, sem
fazer nada!?”
“Só teremos que fazê-los se esforçar para resistir a essa situaçã o.”

Batendo as mã os na mesa do primeiro-ministro, Natsume se inclinou para


frente, aproximando o rosto de Morita.

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“E eu já te falei isso, mas isso é impossível! Você pode imaginar o que
acontecerá com a facçã o pró -paz que se refugiou no Palá cio de Jade assim que a
Ordem dos Cavaleiros e seus soldados forem violados? ……No final, será você quem
será criticado por sua inaçã o.”

“O fato de isso ter acontecido seria responsabilidade de Kano-san. Em


primeiro lugar, você nã o deveria aceitar o pedido de refú gio da facçã o pró -paz, nã o
é? É por isso que eu estava aliviado antes disso. E, no entanto, por que isso está
acontecendo?”

“É uma decisã o de quem está no local. Nada mais nada menos."

“Nesse caso, faça com que aqueles que estiveram no local façam algo a
respeito. Por que eles estã o trazendo sua bagunça para nó s?”

“É nosso trabalho limpar a bagunça feita por quem está no local, nã o é?


Estamos aqui, em um lugar seguro, e nã o importa o que façamos, nã o podemos ver
o que está acontecendo no campo. Se eles decidirem que devem agir, nã o temos
escolha a nã o ser aceitar!”

“Você está dizendo que devemos apenas deixar aqueles que estã o no lá
correrem soltos?”

“Você está errado! Somos nó s que devemos acompanhá -los para evitar que
fiquem loucos! Se ficarmos parados aqui, o campo pode ficar ainda mais fora de
controle!”

“Nesse caso, nã o seria melhor se apenas assumíssemos a Capital Imperial? Já


que vocês querem que esta guerra termine rapidamente, vocês querem inclinar o
país a favor de transformar o campo em um inferno ardente para restaurar a
estabilidade naquela regiã o devastada pela guerra?”

“Você nã o consegue ouvir o que as pessoas estã o dizendo? Em primeiro lugar,


você deve explicar adequadamente ao pú blico que nã o seria razoá vel ocupar a
Capital Imperial. Nosso país nã o mandou o JSDF para o outro lado do “portã o” para
conquistar o Império. Queremos apenas paz e reparaçõ es. Nã o foi essa a nossa
política bá sica que Houjou-san estabeleceu quando ele era o primeiro-ministro?”
“Mas você vê, nã o há como a mídia idiota se lembrar de tal coisa. Todos eles
definitivamente vã o nos criticar. Eles dirã o que estamos deliberadamente parando
a guerra. Que estamos de braços cruzados sem fazer nada em uma guerra vencível.
Existem até alguns espertinhos em nosso pró prio partido que estã o nos dizendo
para ocupar o Império e aproveitar até a ú ltima gota de seus recursos. Se

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desertarem em massa, certamente haverá moçã o de censura ao Ministério. Entã o
aconteceria uma eleiçã o, que perderíamos. Você tem certeza disso?”

Morita insistiu que, à sua maneira, estava pensando de uma perspectiva mais
ampla. No entanto, um abismo incompreensível se desenvolveu entre Morita, que
via as coisas apenas do ponto de vista do líder do partido governante, e Kano e
Natsume, que falavam do ponto de vista do Japã o.

“Prefiro perder uma eleiçã o a me arrepender de nã o ter feito o que deveria ter
feito.”

“Eu também acredito que é nossa responsabilidade tomar decisõ es quando


elas precisam ser tomadas.”

Ao ouvir as palavras de Kano e Natsume, Morita balançou a cabeça em


descrença.

“Entã o vocês dois estã o me dizendo para deixar de ser o primeiro-ministro?”

Morita olhou para os dois com uma expressã o de decepçã o no rosto.

“Eu entendo. Se vocês dois insistem tanto, eu dou minha aprovaçã o. No


entanto, você estará assumindo a responsabilidade por isso. Tudo bem?”

“Sim está bem. Qualquer que seja a consequência, eu a aceito.”

“Faça o que quiser entã o!”

E assim, os dois deixaram a residência do primeiro-ministro. Enquanto eles se


sentavam no banco de trá s do carro oficial do estado, Kano falou.

“Desculpe por isso, Natsume-san. Você também tem a ponta curta do bastã o.”

Depois que Natsume respondeu com “Nã o se preocupe com isso. Eu estava
preparado desde o início ” com um leve sorriso nos lá bios, ele tirou o telefone do
bolso.

“É o Natsume. A permissã o do primeiro-ministro foi recebida. Inicie a


operaçã o imediatamente.

Com essas palavras, o carro preto oficial do estado em que viajavam misturou-
se à noite de Nagata-chou.

78
******

Para Mochizuki Noriko, a vida em Alnus era uma vida de ociosidade. Ela nã o
tinha esperança para o futuro e passava os dias esperando o tempo passar. No
entanto, quando uma delegaçã o das Naçõ es Unidas e um grupo de repó rteres da
mídia chegaram a Alnus, ela de repente se viu muito ocupada. Ela foi vista pela
mídia …… especialmente por jornalistas estrangeiros como um talento cobiçado,
pois eles competem entre si por seus serviços. Claro, também existem outros que
podem simplesmente traduzir o idioma. Por exemplo, há outras pessoas do lado da
Regiã o Especial, como o Sá bio Anciã o Cato da Comunidade Alnus, as crianças que
fazem negó cios com os japoneses e os vendedores.

Mas eles nã o eram cooperativos, para dizer o mínimo.

A mídia desistiu rapidamente da ideia de pedir que interpretassem para eles.


A interpretaçã o nã o é apenas uma questã o de ser capaz de comunicar seus
pensamentos. Para a imprensa, a interpretaçã o é uma compreensã o das culturas e
modos de pensar de ambos os lados, bem como da pró pria linguagem. Foi difícil
para as crianças da Regiã o Especial, onde nã o existia o conceito de “reportagem de
notícias”, entender o significado da coleta de notícias. Nesse sentido, as estagiá rias
enviadas pela Princesa Imperial Piñ a seriam mais adequadas para o trabalho. Elas
foram originalmente planejadas para servir como intérpretes e estavam
trabalhando duro para entender a língua japonesa, a sociedade japonesa e a
cultura japonesa (embora estivessem indo em uma direçã o um tanto distorcida).

Infelizmente, no entanto, nã o é mais possível pedir a eles que interpretem


para eles

Elas desenvolveram uma séria antipatia pela mídia sobre o que a mídia
considerou um “pequeno mal-entendido”. Sã o nobres damas da nobreza Imperial.
É por isso que elas odiavam pessoas que nã o têm senso de propriedade. No
entanto, desde o primeiro dia em que pisaram na Regiã o Especial, a mídia fez
perguntas rudes, exibindo seu dinheiro para se exibir, e quase caiu em um
derramamento de sangue por sua tentativa de subornar as mulheres orgulhosas.
Desde entã o, as meninas desconsideraram completamente a mídia.

No entanto, como as meninas sã o imperiais na á rea imediata, elas foram alvos


muito importantes de entrevistas. O fato de nã o poderem mais falar com eles faz
com que a equipe se pergunte se eles serã o capazes de fazer seu trabalho
adequadamente no futuro. Na verdade, tais incidentes sã o um grande obstá culo ao
seu trabalho. Voltando ao assunto em questã o, é o Japã o que possui o maior pool
de intérpretes. Mais de 200 oficiais do JSDF e burocratas do Ministério das
Relaçõ es Exteriores, liderados por membros de seis unidades de reconhecimento,

79
já sã o proficientes no idioma da Regiã o Especial a ponto de nã o terem problemas
para se comunicar. já seria mais do que suficiente. No entanto, os jornalistas nã o
podiam confiar neles.

Sã o todos funcioná rios do governo. Um jornalista verdadeiramente autô nomo


gostaria de entender a situaçã o na Regiã o Especial sem o filtro colocado pelo
governo japonês. E assim, eles perguntaram.

"Nã o há nenhum civil que possamos perguntar?"

E assim, Noriko, que era a ú nica civil com permissã o para permanecer na
Regiã o Especial, foi selecionada para esse trabalho. Pedidos dessa natureza vinham
incessantemente em seu caminho. Claro, qualquer jornalista em sã consciência
saberia o motivo de sua presença na Regiã o Especial. A tragédia que se abateu
sobre ela e sua família foi amplamente divulgada. No entanto, eles veem isso como
nenhuma razã o para desperdiçar as habilidades que ela adquiriu em suas
tentativas desesperadas de sobreviver, ou seja, o idioma da regiã o. Eles
negociaram, persuadiram, imploraram e a convenceram. Noriko, que a princípio
pareceu achar o pedido incô modo, foi compelida pela â nsia de seus requisitores. E
assim começaram seus dias agitados.

“Noriko. Gostaríamos de entrevistar aquela gata da loja, mas podemos pedir


que você interprete para nó s amanhã ?”

“Mesmo com algumas lacunas no vocabulá rio dela, ela fala japonês, sabia?”

“Por favor. Na verdade, meu pessoal nã o era muito bom em japonês. Eles
querem fazer a entrevista em francês. Além disso, depois do que aconteceu ontem,
acho que aprenderam a liçã o. Contamos com você.”

“Nesse caso, pare de fazer qualquer pergunta estranha. Vocês que vã o ter
problemas.”

Outro dia, esse francês fez uma pergunta um tanto vulgar a uma garçonete
com orelhas de gato que trabalhava em um restaurante, o que lhe rendeu um forte
soco na lateral do rosto. Noriko nã o é o tipo de pessoa que traduziria até mesmo
essas perguntas brincalhonas com uma cara séria, mas quando se trata dessas
observaçõ es, Noriko mostra sua seriedade e atitude intransigente. Isso porque
quando ela foi sequestrada pelo Império, ela foi forçada a sofrer muito devido a
mal-entendidos e problemas causados por sua incapacidade de entender o idioma.
O temperamento de Noriko tornou-se tal que ela nã o tolera mentiras, frouxidã o ou
impropriedade.

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“Noriko! Gravaçã o de uma entrevista em um bar. Vamos começar!”

“Eh, eu pensei que você disse que começaria à s 20h? Além disso, isso nã o é um
bar, é um restaurante.”

“Nã o importa como eu olhe para este lugar, isso realmente parece um pub...
Além disso, já sã o 20h.”

“Ahh, isso nã o vai dar. Temos de ir agora.

Noriko correu com o cinegrafista e outros. Eles entraram no restaurante à


noite com um grupo de repó rteres da América do Norte, que pareciam estar
cansados de esperar. Um grande helicó ptero Chinook voou sob as estrelas
cintilantes. O som de seus rugidos explosivos eram tã o altos que suas gravaçõ es
foram interrompidas vá rias vezes. A JGSDF tem mais de 50 Chinooks em sua frota,
mas apenas 11 deles, incluindo sobressalentes, foram trazidos para a Regiã o
Especial.

E esta noite, dez deles decolaram. Uma grande formaçã o de outros


helicó pteros que também partiram os seguiu.

“Eles sã o tã o barulhentos. É sempre assim?"

“Esse nã o é o caso. Parece que há algo especial acontecendo hoje.”

Quando olharam para cima, os helicó pteros desapareceram a leste.

"“Tudo bem, vamos voltar aos trilhos e retomar a gravaçã o!”

Há algumas pessoas difíceis no refeitó rio que se incomodam com o fato de


terem uma câ mera de TV apontada para elas e ficaram com raiva, mas as que se
sentiam incomodadas saíram rapidamente de seus lugares, deixando apenas
aqueles que geralmente reagem bem. Os que ficaram geralmente estã o de bom
humor e respondem basicamente da mesma maneira que ao lidar com um cliente
bêbado. Eles nã o parecem entender o propó sito das perguntas, mas responderiam
amigavelmente, desde que nã o interferissem em seu trabalho, entã o a equipe de
reportagem conjunta…… América do Norte, UE, a Coalizã o de Naçõ es Emergentes e
O Japã o, que pô s os pés na Regiã o Especial, cada um tinha, pelo menos, uma
câ mera no refeitó rio. bom material para televisã o.

(N/T: Coalizão de Nações Emergentes pode estar se referindo a BRICS, Brasil,


Rússia, Índia, China e África do Sul.)

81
A visã o de tantos tipos diferentes de demi-humanos reunidos em um só lugar
é um bom material para a televisã o. Os tó picos comuns que foram levantados
foram, em primeiro lugar, seus sentimentos em relaçã o ao Japã o e como eles viam
as atividades do JSDF em Alnus. Em seguida, eles passavam para perguntas que
questionavam seus pensamentos pessoais sobre a guerra e a extensã o de seu
conhecimento sobre outros países. Além disso, perguntas sobre cultura e costumes
à s vezes se seguiram, com base no interesse pelo demi-humano que estã o
entrevistando.

Embora nã o fosse o jornalista francês mencionado anteriormente, perguntas


que embaraçariam a pessoa que estavam sendo feitas à s vezes eram feitas com
uma cara séria, e Noriko muitas vezes tinha dificuldade em limpar as pequenas
tragédias que ocorriam a cada vez. No entanto, a impressã o de Noriko do JSDF
expressa aqui em Alnus foi que tudo era muito bom.

“Eles estã o falando a verdade?”

No entanto, nã o foi a equipe de reportagem enviada dos países emergentes,


cujo foco principal era o uso da ideologia antijaponesa em suas políticas, que
perguntou isso, mas sim a equipe do Japã o que expressou ceticismo sobre essas
reaçõ es dos moradores de Alnus. Ele diz que é estranho receber tanta boa vontade
dos habitantes de uma terra devastada pela guerra. Esta foi uma declaraçã o de um
homem chamado Komurazaki ou algo assim. Este homem era o membro mais
antigo da equipe enviada do Japã o, entã o ele era admirado por todos nesta equipe
conjunta, que incluía pessoal de vá rios meios de comunicaçã o, como emissoras e
jornais.

“Mas, dadas as origens da cidade, nã o haveria nenhum fator que justificasse


sua animosidade, entã o nã o acho que haja nada de estranho nisso.”

Nanami Kuribayashi, membro da equipe de reportagem conjunta, levantou a


mã o e rebateu. Nanami é a irmã mais nova daquela Kuribayashi que desempenhou
um papel importante no resgate de Noriko. Embora nã o por esse motivo, Noriko
complementou a opiniã o de Kuribayashi com o conhecimento que ela adquiriu
durante sua estada em Alnus.

“As pessoas aqui nunca estiveram envolvidas na batalha ou sofreram qualquer


dano. Entã o, quando perguntamos a eles sobre suas impressõ es sobre a guerra,
acho que eles nã o tem uma ideia clara do que estã o falando. Mesmo o JSDF apenas
deu a eles a impressã o de que estavam protegidos do banditismo”.

Alnus era essencialmente um deserto vazio. A cidade começou como moradia

82
temporá ria para refugiados da vila protegida de Coda. Desde entã o, Alnus nunca se
envolveu em uma guerra.

“Em outras palavras, esta é uma aldeia Potemkin.”

Aldeias Potemkin sã o as aldeias e cidades visitadas pela Imperatriz Yekaterina


durante suas peregrinaçõ es imperiais russas. Eram sempre estruturas grandes e
bem projetadas, com edifícios mais novos e esplêndidos, e os servos que ali viviam
eram bem alimentados e vestidos com boas roupas. A imperatriz Yekaterina, no
entanto, estava aparentemente satisfeita com o bom andamento de seu reinado. A
vila foi ironicamente nomeada em homenagem a um trapaceiro e chamada de
Aldeia de Potemkin.

Komurazaki resumiu Alnus como uma vila encenada para a mídia.

“Em primeiro lugar, você nã o acha estranho como nã o podemos nos mover
livremente pela Regiã o Especial? Este lugar é definitivamente encenado. Assim que
deixarmos a á rea onde o JSDF respira, as reaçõ es das pessoas em relaçã o a eles
devem ser exatamente o oposto. O fato de haver restriçõ es para que as pessoas nã o
saiam da á rea por questõ es de segurança é prova disso.”

As pessoas muitas vezes projetam sombras de si mesmas nos outros e depois


as questionam ou criticam com base nessas sombras. Por exemplo, existe um
grupo religioso que continua sendo investigado pela polícia por causa de
incidentes do passado, e as partes envolvidas criticam cada investigaçã o,
chamando-a de supressã o da liberdade religiosa. No entanto, o grupo religioso
chama outras religiõ es de “seitas do mal” e nã o permite que seus seguidores
questionem ou mesmo saiam do grupo.

Outro grupo de ideologia política afirma veementemente que sua liberdade de


expressã o e associaçã o é ameaçada sempre que é investigado pela polícia, mas, na
verdade, nã o existe liberdade de pensamento ou expressã o dentro do grupo, e o
estado, que opera no mesma ideologia, tem até uma prisã o de ideologia. Em suma,
as pessoas pensam que “o que elas costumam fazer é algo que os outros também
fazem”. A declaraçã o de Komurazaki também destaca sua atitude em relaçã o ao
trabalho diá rio.

Folheando sua agenda, Noriko fez uma sugestã o.

“Acho que amanhã uma equipe de inspeçã o vai a um vilarejo pró ximo. Eu
poderia acompanhá -lo.”

“O JSDF só vai nos mostrar o que eles querem nos mostrar, certo? É inú til.”

83
Noriko, como esperado, riu disso.

“Vocês simplesmente cortam o que querem e mostram ao pú blico o que


querem também, nã o é? Isso nã o significa que o que você está fazendo também é
inú til?”

Ao ouvir isso, Komurazaki levantou a voz.

“Estou cumprindo minha missã o de jornalista!”

“Sério? Nã o vejo como você está mantendo a neutralidade por ter uma noçã o
preconcebida de que é estranho nã o haver opiniõ es negativas entre as pessoas que
você entrevistou. A verdade é o que você vê e ouve, certo……””

“Nã o existe neutralidade no jornalismo!”

Noriko ficou chocada com isso. É bom ter um senso de missã o. A questã o é
para qual direçã o esse senso de missã o está apontando. No entanto, se um
jornalista nega sua pró pria neutralidade, as informaçõ es que ele fornece nã o sã o
mais confiá veis. Apesar de ser leiga, ou melhor, é por ser leiga que Noriko pensou
nisso. Intrigada, perguntou.

“Isso está certo? Mesmo que seja difícil ser completamente neutro, você nã o
deveria pelo menos fazer um esforço para permanecer neutro? Se vocês nã o sã o
neutros, em quem nó s, o pú blico, devemos confiar?”

“Isso nã o é responsabilidade da mídia. Estamos apenas fazendo negó cios aqui.


Fazemos o que podemos para ganhar dinheiro.”

“Isso é bastante irresponsá vel da sua parte. Isso explica por que você nã o
pisca ao relatar coisas estranhas.”

É por isso que eles nã o se opõ em à divulgaçã o violenta propaganda em estilo


documentá rio, compostos de planos ocultos, ediçã o maliciosa e narraçã o,
saturados com o poder do dinheiro, em nome da liberdade de expressã o. Isso
porque eles nã o se importam com as reivindicaçõ es daqueles que estã o retratados
no filme. Quando as pessoas apontaram isso a eles, a resposta é “Diga suas
reclamaçõ es depois que você realmente assistiu”. À primeira vista, isso pode soar
como uma afirmaçã o razoá vel, mas em outras palavras, o que eles estã o dizendo é
“Pague primeiro”.

Isso mostra claramente que eles estã o determinados a girar um sistema que

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irá encher seus pró prios bolsos primeiro. Eles fingem dar ouvidos à s críticas que
saem disso, dizendo: “Isso é um assunto para o futuro”, mas acham que podem
simplesmente deixar isso para trá s, dizendo: “Sim, sim, vamos em frente, pró ximo
tó pico”, e isso é bom o suficiente para eles. Tudo o que deixaram para trá s foi um
“algo” bagunçado e pisoteado com o que haviam feito.

Essa é a natureza do show de horrores da mídia de massa.

Nã o é que o que eles estã o fazendo seja mau. Eles também ganham a vida
girando o sistema, entã o se alguém perguntasse se o que estã o fazendo é natural,
dizer que é o seu trabalho. Também é bom que eles façam o possível para manter
seus negó cios. E nã o é errado eles estejam dispostos a lidar com qualquer tipo de
informaçã o, desde que o produto com o qual estã o lidando seja algo que possa
despertar o interesse das pessoas e atrair sua atençã o. A ú nica coisa que Noriko
nã o pode perdoar é como eles proclamam que “relatam a verdade”.

Para Noriko, esse Komurazaki parecia simbolizar a pró pria mídia japonesa.

“Que diabos há com esses comentá rios rudes? Você está tentando me
insultar?”

“Ah, nã o, de jeito nenhum. Só de pensar em como eu seria denunciada se


insultasse Komurazaki-san realmente me apavora. Mesmo agora, há muitas coisas
terríveis sendo escritas sobre mim. Deve ficar bem claro para mim como a mídia
japonesa nã o é o que nó s, o pú blico, esperamos que seja.”

Desde seu resgate, Noriko tem sido alvo de olhares curiosos. Em particular, ela
foi mentalmente torturada por revistas semanais, jornais esportivos e programas
de variedades que tentam complementar os eventos de seu cativeiro por Zorzal
com suas fantasias vis. O fato de o conteú do desses programas muitas vezes ser
preciso tornava ainda mais difícil para ela lidar com eles. A razã o pela qual Noriko
está permanecendo na Regiã o Especial e nã o voltando para Tó quio, nã o é apenas
porque ela perdeu sua casa e sua família.

Claro, Furumurazaki sabe disso.

É por isso que ele ficou assustado com o olhar desdenhoso de Noriko. Ele
tinha medo de ser visto como um deles. Ele já estava no mesmo barco, e já era
tarde para isso, mas a forma como ele se achava diferente é irremediá vel.

“Ah, esqueci. Isso mesmo, nã o é? Você foi salva pelo JSDF. Claro que isso faria
você ficar do lado do JSDF. Se você é uma dessas pessoas, ficaria ofendida se
alguém olhasse para o JSDF de maneira crítica. E a irmã de Kuribayashi-kun

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também nã o é uma oficial? Isso certamente explicaria por que você nã o pode ver
as coisas de forma neutra. No entanto, que tal você dar uma olhada lá ?

Komurazaki apontou na direçã o da pista. A longa pista vertical se estende até


o extremo sul da colina e pode ser vista das ruas de Alnus. As luzes da noite
iluminaram um grupo de cerca de duzentos homens deitados ali com seus
equipamentos servindo de travesseiro.

“Olhe para aquele bando de preguiçosos. Quando o pú blico nã o está prestando


atençã o neles, é isso que eles estã o fazendo. O JSDF é simplesmente uma reuniã o
dessas pessoas.”

Furumurazaki rapidamente encerrou a conversa, aparentemente como se nã o


houvesse sentido em ter uma discussã o séria com Noriko, e disse essas coisas em
voz alta. Resumindo, ele decidiu ignorar-la. E neste momento, Noriko estava
pensando a mesma coisa. Ela também pensou que nã o fazia sentido lidar com um
homem assim. Ele é bom em usar o sistema de lucro da mídia para divulgar seus
pensamentos. Se um show de horrores que se autodenomina jornalismo pode usar
o poder do dinheiro para espalhar informaçõ es convenientes para eles, ele pode
fazer o que quiser.

E naquele momento, pensou Noriko. Ela também vai tirar vantagem disso. Ela
distribuirá as informaçõ es realmente necessá rias para os destinatá rios. De um
ponto de vista diferente, é possível dizer que Komurazaki é um benfeitor de
Noriko. A partir desse momento, Noriko, que nã o teve escolha a nã o ser
simplesmente passar o tempo enquanto era arrastada por ai, decidiu ativamente
como viver sua vida, mesmo que fosse por animosidade.

******

Por outro lado, ao contrá rio dos meios de comunicaçã o de massa do Japã o, os
membros da equipe de observadores enviados pelo governo de vá rios países
pareciam satisfeitos com os intérpretes fornecidos pelo JSDF. Hoje, eles
caminhavam pela á rea de Alnus Hill, guiados por ums relaçõ es pú blicas enviado
pelo governo japonês. De qualquer forma, eles estavam se sentindo cobiçosos e
dispostos a ver, ouvir e tocar tudo e qualquer coisa, fossem oficiais militares
uniformizados ou civis à paisana. Eles querem ver que tipo de lugar é a Regiã o
Especial e confirmar o tamanho da discrepâ ncia entre as informaçõ es divulgadas
até agora pelo governo japonês e a realidade.

O roteiro de observaçã o foi ir a um restaurante onde puderam ver de relance


o grande nú mero de raças que vivem na Regiã o Especial, onde trocaram algumas
palavras com o povo da regiã o, ainda que entrassem em conflito com outras

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emissoras de TV por recuperaçã o de informaçõ es e em seguida, visitaram o
Escritó rio da Uniã o e as casas temporá rias que foram construídas quando Alnus
também era conhecido como campo de refugiados.

“Entã o, você está dizendo que os refugiados dessas duas unidades de


acolhimento temporá rio formaram uma entidade empresarial chamada Joint
Cooperative e começaram a fazer negó cios, o que, por menor que seja, levou à
construçã o desta cidade?”

“Sim. Isso está correto, mas nosso envolvimento foi o menor possível e apenas
no início. Nó s apenas demos aos moradores a chance de construir este lugar.”

A oficial de relaçõ es pú blicas, primeira-tenente Himeji, enfatizou que foram os


refugiados que criaram esta cidade. Ainda assim, uma mulher despachada pelo
governo francês exclamou em japonês com admiraçã o: “É maravilhoso”. Como o
japonês está se tornando um bom meio de comunicaçã o em Alnus, os membros da
equipe de observadores eram todos fluentes em japonês. Talvez seja porque eles
queriam negociar diretamente com os moradores locais. A questã o é o que eles
esperavam ganhar com negociaçõ es diretas, e como eles foram autorizados a
visitar, o JSDF nã o pode restringi-los, pode apenas monitorá -los.

“Este é um programa de autossuficiência bem implementado. Gostaria de


apresentá -lo como um programa de ajuda para regiõ es em desenvolvimento em
nosso país. Podemos ver alguns dos papéis mais detalhados mais tarde?”

Entã o, Himeji parecia que nã o conseguia encontrar as palavras para dizer.

“……Errr, bem, você vê…”

“O que, você vai manter até isso em segredo? Espero que você nã o seja tã o
mesquinha.”

“N- Nã o, nã o é que estamos sendo mesquinhos. Vou perguntar ao responsá vel


por isso.”

O primeiro-tenente Himeji, que nunca esperava uma avaliaçã o tã o minuciosa,


“Tínhamos algum programa de autossuficiência em vigor?” ela pensou consigo
mesma, enquanto o suor começava a escorrer de sua testa. Era difícil acreditar que
o segundo-tenente Itami tivesse construído esse campo de refugiados com esse
“programa de autossuficiência” em mente. Em sua opiniã o, provavelmente foi uma
decisã o casual, impulsiva, e acabou sendo a certa.

“Posso perguntar quem é o responsá vel por isso? Eu gostaria de conhecê-los.”

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“U- Ummm, é ...... S- Segundo Tenente Itami.”

Ao ouvir essas palavras, os olhos de todos se iluminaram.

“Aquele tenente Itami!?”

“Você o conhece?”

“Do que você está falando, primeira-tenente? Ele é o aquele que salvou muitos
civis na defesa da Ponte Dupla e também foi chamado para a Dieta Nacional por
afugentar um Dragã o para proteger os refugiados nesta cidade, certo? E mais
recentemente, nã o houve também a vez em que ele foi para a capital inimiga para
resgatar aqueles abduzidos? Isso é uma grande conquista, se você me perguntar.”

“Sim, bem, eu suponho.”

“Arehh?”

Himeji inclinou a cabeça. Embora eles devessem estar falando sobre a mesma
pessoa, ela nã o pode deixar de sentir que estavam falando sobre pessoas
completamente diferentes. Em vez disso, ela pensou que eles definitivamente
estavam falando sobre outra pessoa.

Mas quando ela pensou sobre isso novamente, a conversa era sobre Itami.

Corre um boato na unidade de que ele também se tornou um nobre que possui
uma grande quantidade de bens (um enorme minério de diamante) que lhe
garante facilidade e conforto para o resto de sua vida e até recebeu o título de Lord
neste Regiã o Especial.

"Arehh?"

Himeji sentiu que sua avaliaçã o de Itami estava prestes a se tornar


incrivelmente distorcida. O que deu errado? O monstro que deveria parecer tã o
hediondo e desagradá vel de repente parecia lindo. Ter um pensamento tã o
assustador fez a pele de Himeji se arrepiar.

“Eles estão falando sobre... aquele otaku preguiçoso e ladrão de impostos, certo?
Aquele burro que não tem esperança de progredir na vida?”

Himeji tentou se lembrar dos rumores que ouviu sobre Itami regularmente e
reconfirmou sua percepçã o e a avaliaçã o derivada disso. No entanto, os convidados
do exterior desconheciam a atitude diá ria de trabalho de Itami, e sua reputaçã o era

88
muito alta, provavelmente devido à s informaçõ es enganosas divulgadas pelo
Grupo de Forças Especiais da JGSDF.

“Entendo, entã o foi ele quem criou o programa de autossuficiência, hein.”

“O programa com certeza ficou excelente, mas isso só é possível pelas


oportunidades de negó cios aqui na Regiã o Especial. Acho que também devemos
ficar de olho nesse aspecto. Se eles podem se desenvolver em uma escala tã o
grande apenas trazendo algumas necessidades diá rias do Japã o, tenho grandes
expectativas de quã o longe eles podem ir se uma grande empresa comercial for
encarregada desse projeto a sério.”

Um funcioná rio do governo dos EUA falou como se estivesse falando pela
comunidade empresarial. Talvez, eles realmente possam ter enviado para tal
propó sito.

“Será interessante ver como o governo japonês planeja prosseguir com o


desenvolvimento da Regiã o Especial. Será interessante ver quanto do mercado
nosso país é capaz de se envolver.”

“Mas pelo que vejo nesses materiais, acho que seria melhor começar com uma
joint venture com a Alnus Community. Parece que eles estã o expandindo suas
filiais na Capital Imperial e nos países vizinhos, centralizando-se em Alnus. É só
que nã o tenho certeza se eles já entenderam o conceito de uma empresa conjunta.”

“Se vai haver um problema, é a estreiteza do “Portã o”. Tem cerca de 16 metros
de largura, certo? Também estou preocupado com as condiçõ es geográ ficas de
Ginza. Se as estradas estiverem tã o congestionadas, o transporte de massa é
impossível. Isso reduziria sua atratividade pela metade. O governo japonês deve
considerar medidas para lidar com isso o mais rá pido possível.”

“Em vez de privar a Regiã o Especial de bens e recursos, nosso país estava
considerando a aprovaçã o de imigrantes. Está vamos sugerindo isso fortemente ao
governo japonês. Espero que eles concordem com esse pedido.”

Um homem de aparência acadêmica enviado da China estava dizendo algo


assim. Os outros sorriram ironicamente quando ouviram isso. Ficou claro que ele
estava falando diretamente da política de seu governo natal, que queria evitar um
declínio em sua influência como país exportador de recursos. A China é conhecida
por sua diplomacia de intimidaçã o, ameaçando embargos de recursos naturais e
invasõ es indiretas usando imigrantes.

“A propó sito, como está a ordem pú blica por aqui? Já que você ainda está em

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guerra com o império, nã o pode ser bom, certo? Mesmo hoje, as coisas pareciam
estranhamente tensas. Parece que você está prestes a realizar uma operaçã o em
grande escala.”

A isso, Imazu, Chefe do Segundo Departamento, respondeu.

“Alnus e o vilarejo pró ximo que visitaremos amanhã estã o firmemente sob
nosso controle. Mas além dessa á rea, a segurança está se deteriorando devido ao
banditismo e à s atividades da guerrilha imperial. Especialmente recentemente,
houve uma agitaçã o política no Império e os militares estiveram ativos. Como
podem imaginar, as tropas estã o tensas, porque estã o preparadas para responder
aos nosos movimentos.”

Ao contrá rio do habitual, Imazu estava falando com um sotaque quebrado


hoje. Ele parecia estar tentando falar em japonês usando palavras fá ceis de
entender para os convidados estrangeiros.

“Vocês nã o estavam no meio de negociaçõ es de paz?”"

Ouvindo suas palavras, a francesa de antes fez uma pergunta.

“Ainda nã o assinamos um acordo de cessar-fogo. Era possível que o Império


estivesse conduzindo operaçõ es militares para tornar a paz o mais favorá vel
possível para eles.”

“Do lado do Império, se as coisas continuarem como estã o agora, assinar tal
acordo de cessar-fogo equivaleria a uma rendiçã o incondicional. Eles
provavelmente estã o tentando reverter um pouco essa situaçã o.”

Um oficial militar enviado da Rú ssia acrescentou.

“A questã o é como eles vã o fazer isso.”

Um militar enviado pelos EUA murmurou. O fato é que nã o há tantas opçõ es


disponíveis para o lado desfavorecido em termos de força, armas e outros fatores.
Se eles nã o conseguirem vencer, mesmo que tentem fazê-lo corretamente, as
ú nicas tá ticas que o lado inferior pode escolher sã o construir uma forte fortificaçã o
para protegê-la ou usar a guerra de guerrilha para se esconder e explorar uma
abertura. As expressõ es dos oficiais militares dos EUA eram amargas por causa de
sua experiência de serem atormentados pela guerra de guerrilha no Vietnã ,
Somá lia, Iraque e Afeganistã o. Oficiais militares russos também tinham uma
expressã o semelhante em seus rostos porque sofreram muito no Afeganistã o e na
Chechênia.

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“De acordo com nossas informaçõ es, os imperiais decidiram mudar para
tá ticas de guerrilha.”

“Lidar com isso exigirá um grande esforço. Desejo-lhe boa sorte em suas
negociaçõ es de paz.”

Os soldados uniformizados pareciam ter uma premoniçã o de que esta guerra


poderia ser surpreendentemente arrastada. Naquele momento, olhando para o
reló gio, Himeji falou.

“Bem, entã o vamos em frente. Vamos ver alguns produtos locais especiais no
armazém da Uniã o. O jantar e o tempo livre serã o depois disso.

A equipe de observadores seguiu Himeji em grupo até o depó sito da


Comunidade. Depois de confirmar no armazém da Comunidade que tipo de
colheitas que poderiam ser cultivadas na Regiã o Especial, ou pelo contrá rio, que
tipo de produtos seriam procurados na Regiã o Especial, o grupo jantou, passou
algum tempo livre no PX (Guarniçã o Departamento de Compras) e depois entrou
na á rea da JASDF no sopé do morro.

O objetivo era ver as instalaçõ es e circunstâ ncias do JSDF. A á rea JASDF era no
fundo, a zona envolvente à pista e aos hangares que a acompanham. No entanto,
nã o há divisã o estrita entre as duas á reas, entã o eles também podiam ver o pessoal
indo e vindo, e a cobertura de vá rios canhõ es de artilharia ao alcance das luzes
noturnas. Em alguns lugares, as luzes foram apagadas de forma nã o natural,
sugerindo que havia algo ao alcance daquelas luzes que eles nã o queriam que os
observadores vissem.

Nesse momento, eles ouviram o som de motores a jato e olharam para a pista.
Dois F-4 Phantoms estavam prestes a decolar. Mais dois Phantoms estavam saindo
do hangar, elevando o nú mero total de Phantoms enviados para a á rea para
quatro. Os oficiais militares russos e americanos gemeram quando viram isso.

“Essas sã o as antiguidades que eles têm lá .”

“Umu. O JSDF com certeza gosta de guardar as coisas por um longo tempo.”

“No entanto, como nã o há satélites ou equipamentos eletrô nicos na Regiã o


Especial, essas antiguidades certamente seriam mais fá ceis de usar.”

Embora os olhares dos observadores civis tenham mudado ao ver esses


equipamentos, eram os militares uniformizados que realmente pareciam

91
interessados nesse aspecto. O que chamou a atençã o deles em particular foi uma
aeronave de transporte de tamanho médio C1, com seus motores rugindo no que
parecia ser um teste além do radar meteoroló gico mó vel e da torre de controle
mó vel. É uma aeronave de transporte com a lenda de que seu alcance foi
intencionalmente encurtado por vá rias razõ es políticas e como o Phantom,
também é uma aeronave antiga prestes a ser desativada.

“Ohh, eu me pergunto como eles conseguiram passar por aquele “Portã o”


estreito?”

“Nã o, nã o, nã o seria mais difícil passar pelo distrito de Ginza?”

"Sim. Desmontamos, trouxemos e montamos aqui.”

Himeji disse isso como se ele mesma tivesse feito, mas foi a equipe de
manutençã o da JASDF que fez o trabalho duro.

“Aviõ es de transporte sã o usados para transportar mercadorias de aeró dromo


para aeró dromo. Mas a ú nica base do Japã o aqui na Regiã o Especial é aqui em
Alnus.”

“Isso significa que é extremamente limitado em seu uso... Acho que estou
contando cerca de 5 desses aviõ es agora.”

“Pelo que me lembro, a distâ ncia até a Capital Imperial é de aproximadamente


600 quilô metros.”

“Há um pouco mais de distâ ncia do que isso, mas é o certo. Isso vai expandir
muito nosso raio de atuaçã o.”

Os militares viram uma linha de tropas caída no final da pista. Os militares já


haviam adivinhado quem eram esses homens e o que estava para acontecer.

“Essas aeronaves sã o perfeitas para uma viagem de ida e volta.”

Diante disso, o militar alemã o rapidamente desvendou um mapa desenhado


que havia obtido no PX da cooperativa Arnus e confirmou a localizaçã o da Capital
Imperial indicada no mapa. A razã o é que, usando a distâ ncia entre Alnus e a
Capital Imperial como base, ele poderia estimar a escala do mapa que havia obtido.
Isso foi feito no Império, e sua precisã o é semelhante à dos mapas antigos feitos
antes do mapa de Ino Chukei. Era centrado no Império e mostrava o tamanho e a
localizaçã o dos países vizinhos de uma forma geral. A razã o pela qual o oficial
militar alemã o obteve tal mapa foi porque o governo japonês nã o havia publicado

92
mapas detalhados da Regiã o Especial.

As informaçõ es sobre a geografia da Regiã o Especial foram classificadas como


segredo protegido, e apenas um simples mapa esquemá tico foi fornecido aos
membros da equipe de observadores. Claro, por meio de acordos de bastidores e
troca de informaçõ es em vá rios níveis, uma certa quantidade de informaçõ es foi
transmitida a países com os quais o Japã o mantinha relaçõ es estreitas. No entanto,
como havia participantes nesta equipe de observadores de países que nã o haviam
recebido nenhuma informaçã o, basicamente todos estavam conversando na
suposiçã o de que nã o sabiam sobre as informaçõ es nã o divulgadas. Apesar disso,
informaçõ es que deveriam ser importantes vazaram de maneira extraordiná ria. Na
verdade, eles acabaram de encontrá -lo à venda em uma loja.

“Nunca pensei que haveria um mapa na estante do PX.”

“Nó s mesmos nã o sabíamos disso.”

“No entanto, para um item que custa 380.000 ienes ser vendido lá ...”

“Estamos bem cientes do valor da informaçã o. Se alguém pode comprar


informaçõ es por 380.000 ienes, é natural que isso faça com que as pessoas tenham
um olhar diferente. Por favor, mantenha seus olhos abertos em torno dessas
coisas……”

Mais tarde, Imazu reiterou a seus colegas a importâ ncia da preservaçã o da


informaçã o. Nã o perceber como as coisas preciosas ao seu redor os colocava em
perigo. Isso se aplica a “informaçã o” e “tecnologia” também. “Os japoneses
deveriam ser um pouco mais astutos e mesquinhos”, reiterou Imazu. Na verdade, o
oficial militar alemã o ficou tã o animado quando pegou um mapa enquanto
vasculhava o PX.

“Ohhh, eles vendem um mapa completo do mundo da Regiã o Especial!”

Os olhos dos membros da equipe de observadores brilharam. Imediatamente,


eles começaram a brigar por esta ú nica có pia do mapa. O problema, no entanto, era
que custava 380.000 ienes, um preço caro para um ú nico item. Isso era caro. Muito
caro. A diferença no valor deste item foi refletida em seu preço. Particularmente
aqui na Regiã o Especial, onde a impressã o ainda nã o era um método comum, a
escrita à mã o em pergaminho era o método dominante, entã o o preço dos itens
publicados era inevitavelmente alto. No entanto, este nã o era o problema. A
empolgaçã o nos olhos dos membros da equipe de observadores foi porque eles
viram o preço de 380.000 ienes como barato.

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O problema surgiu um pouco mais em outro lugar. Mais especificamente, as
carteiras de todos continham apenas três ou quatro notas de 10.000 ienes no
má ximo. Quando todos abriram suas carteiras e mais uma vez confirmaram esse
fato, todos pareciam desesperados. O primeiro a agir foi um oficial militar da
China, que recentemente estava desfrutando de um boom econô mico. Ele tirou o
cartã o de crédito da carteira e enquanto todos os outros estavam congelados
olhando o conteú do de suas carteiras, ele pegou o mapa sem pressa e foi pagar a
balconista que esperava por ele na caixa registradora.

No entanto, a balconista com orelhas de gato respondeu apenas com "O que é
isso nya?".

Na Regiã o Especial, as transaçõ es de mercadorias sã o realizadas basicamente


em moedas de ouro e prata, que possuem valor pró prio. Somente em Alnus as
notas de ienes, que sã o simplesmente impressas em um pedaço de papel, podem
ser aceitas. Portanto, os cartõ es de plá stico nã o sã o mais ú teis do que uma placa de
identificaçã o. Para fazer compras aqui, você precisa ter pelo menos algum dinheiro
em mã os. No entanto, na era dos cartõ es de crédito, é raro as pessoas carregarem
uma quantia tã o grande de dinheiro quando viajam para o exterior. Sendo assim,
eles nã o tiveram escolha a nã o ser desistir de compras individuais e trazer o iene
japonês em cada uma de suas carteiras para elevar o total a 380.000 ienes.

Primeiro, pessoas do mesmo país começaram a juntar dinheiro. Mas nã o foi o


suficiente. Este foi um momento em que o cará ter de cada país, ou melhor, o grau
de amizade entre eles, realmente entrou em jogo. Assim como os países conectados
pela OTAN, Reino Unido, Alemanha, França e Estados Unidos formaram uma
aliança, a China e a Rú ssia formaram uma aliança contra eles e roubando os
despachados pelos emergentes, fizeram com que revirassem suas carteiras, e
raspassem todas as Moedas de 500 ienes, moedas de 100 ienes, moedas de 50
ienes e moedas de 10 ienes, eles faziam barulho com cada 100.000 ienes que
reuniam.

“Ainda sobrou algum no seu bolso?”

Um oficial militar uniformizado podia ser visto pulando para cima e para
baixo enquanto outros oficiais o cercavam, parecendo que ele era um estudante
jú nior sendo chantageado para tirar seu dinheiro do bolso. A propó sito, o oficial
militar sul-coreano abordou todos os oficiais do JSDF nas proximidades e pediu
dinheiro emprestado. No entanto, por mais bondosos que fossem os japoneses,
eles nã o eram tã o bondosos a ponto de acreditar que um estrangeiro que
acabavam de conhecer devolveria o dinheiro emprestado, mas já era tarde demais
para o militar sul-coreano encontrar pessoas e formar uma aliança.

94
Assim, o papel principal foi para o oficial militar alemã o. Afinal, o fator
decisivo foi o nú mero de amigos que eles tinham. Quando Imazu recebeu a notícia,
ele correu para o local, ofegante, para descobrir que o oficial alemã o já havia pago
pelo mapa com uma expressã o presunçosa no rosto. Já era tarde demais.

Imazu suspirou.

Ninguém pensou no quã o estranho é que um mapa, uma valiosa fonte de


informaçã o, esteja sendo vendido na estante de uma livraria. Ele ficou consternado
com a falta de sensibilidade sobre o conceito de inteligência por parte de seus
colegas, que simplesmente ficaram parados e assistiram enquanto a equipe de
observadores parecia um bando de leõ es ao ver a presa.

“Se eles viram isso acontecendo, deveriam pelo menos impedi-los de vendê-lo.
Caso contrá rio, eles pró prios poderiam ter comprado!”

No final, seria ele quem deveria assumir a responsabilidade pelo vazamento


de informaçõ es sigilosas. Aliá s, houve uma continuaçã o desse fiasco.

“Eles estã o vendendo escamas de dragã o!”

Desde que a Dieta Nacional discutiu os danos causados pelos animais de


primeira classe e sua capacidade de voar foi descrita como compará vel à de um
tanque de batalha voador, o interesse pelas criaturas que habitam a Regiã o
Especial aumentou enormemente. Em particular, a resistência das escamas de
dragã o foi amplamente divulgada, e oficiais militares de muitos países
demonstraram grande interesse em saber que tipo de material é. Portanto, a
obtençã o de amostras era uma prioridade. E, no entanto, aqui estavam eles,
expostos no PX como lembranças. Claro, todos esses itens foram danificados, os
chamados “itens imperfeitos”.

Eles eram pequenos demais para serem vendidos no atacado para


comerciantes de armas, ou tinham buracos de bala ou lascas e precisavam ser
descartados. Quando foram transformados em alças pra celular e chaveiros, os
oficiais da JSDF ficaram encantados com eles como lembranças. Naturalmente, os
olhos dos membros da equipe de observadores brilharam novamente, assim como
haviam feito com o mapa anteriormente. Eles poderiam obter uma amostra de um
novo material que poderia ser usado em armas secretas, informaçõ es tã o
importantes que um filme de espionagem inteiro poderia ser feito sobre isso, por
aproximadamente o mesmo preço de alguns trocados.

“H- Ei. Eu gostaria de comprar isso... Quanto custa cada peça?

95
“500 ienes.”

“Vou levar tudo o que você tem.”

Naquele momento, uma pilha de notas de 10.000 ienes amassadas foi colocada
na frente da caixa registradora de onde a balconista observava o espetá culo.
Quando todos se viraram, Imazu estava lá , e atrá s dele estavã o os oficiais da JSDF
com os olhos marejados, suas carteiras vazias.

“Vamos levar isso como lembrança, entã o nã o deixe nada para trá s e
embrulhe tudo…”

Assim, o vazamento de informaçõ es foi evitado com danos mínimos, graças


aos esforços dedicados de Imazu e outros oficiais do JSDF.

No entanto, essa sensaçã o de alívio criou uma brecha na vigilâ ncia.

“Algo está errado, Diabo-sama?”

“Nã o e nada. É que eles estã o fazendo um grande alvoroço com um ú nico
mapa. Entã o, eu só achei engraçado, pensando quanto eles pagariam por um
príncipe do Império.”

Diabo, escondido na floresta nos arredores da cidade de Alnus, observava os


observadores como se estivesse cobrando pedagio deles enquanto caminhavam de
um lugar para outro como um bando de caipiras do campo.

“Isso é um habito extremamente ruim de você, comparar-se a um escravo que


está sendo leiloado.”

“Nã o diga isso, Metomes. Na verdade, posso muito bem ser um escravo agora.
Eu nã o posso nem criar meu pró prio destino sozinho. Entã o, por que nã o me vendo
pelo lance mais alto?

“Mas isso é perigoso. Estou preocupado sobre como Sua Alteza será tratada. E
se você fosse usado como uma ferramenta de barganha contra Zorzal-sama?”

“Acho que você está certo. Tudo bem, aqui está o que faremos.”

Aparentemente tendo pensado em algo, Diabo bateu palmas e começou a se


despir.

“O-O que você está fazendo?”

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“Metomes, por que você nã o se despe também?”

“Me dizendo para tirar a roupa, do que diabos você está falando? Vou dizer
isso com antecedência, mas nã o sinto atraçã o por homens.

“Como diabos estou fazendo tal comportamento neste lugar. Estou dizendo
para você trocar de roupa comigo. — Trocar de roupa?”

“Sim está certo. A partir de agora você é Diabo, Príncipe do Império. Eu devo
me chamar de servo, Metomes. Dessa forma, estarei seguro mesmo que você se
torne uma ferramenta de barganha.”

“Entã o o que vai acontecer com esse Metomes?”

“Você nã o precisa se preocupar. Mesmo que seja usado como instrumento de


barganha com Zorzal, é fato que nã o passa de um empregado. Quando chegar a
hora, você pode dizer a eles que é apenas um camareiro, e nenhum deles vai te
machucar.”

"Entendo, entã o é isso que você quer dizer."

Metomes ficou satisfeit e rapidamente tirou as roupas e as trocou.

"Sua Alteza. Sendo assim, recomendo que você escolha como seu parceiro de
negociaçã o alguém que falhou na luta pelo mapa.”

"Por que?"

“Porque aqueles que cometem um erro afrouxam os cordõ es das bolsas mais
do que o normal, na tentativa de recuperar a desvantagem em que incorreram.”

“Eu vejo. Que visã o aguçada.”

Diabo assentiu com as palavras de Metomes e voltou sua atençã o para o oficial
militar chinês, que Ficou decepcionado por nã o ter comprado o mapa.

“Tudo bem, vamos tentar negociar com aquele cara.”

“O problema é que nã o falamos a língua para negociar com eles. O que


devemos fazer?”

“Podemos deixar o contato inicial para um dos subordinados de Piñ a. Quanto

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ao resto, podemos ir com calma...... Estufe o peito, Metomes. Mostre seu orgulho. De
agora em diante, você é o Príncipe Imperial Diabo.”

Tendo trocado de posiçã o com seu servo, Diabo dirigiu-se à cidade de Alnus,
em busca de uma oportunidade de fazer contato com um enviado.

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A paisagem do Palá cio de Jade havia mudado drasticamente. A floresta
verdejante havia se tornado um campo de batalha, e o sangue que manchava o
gramado curto estava se aglomerando em uma massa preto-avermelhada. Pilhas
de cadá veres se espalhavam por todo o chã o, e flechas estavam fincadas aqui e ali
parecendo espinhos em um canteiro de sarças.

Tornou-se literalmente um deserto de montanhas mortas e rios de sangue.

A causa foi um ataque da Oprichnina. Claro, nã o havia como eles terem criado
tal devastaçã o por conta pró pria. A Oprichnina trouxe cerca de mil soldados
imperiais que haviam sido designados para defender a Cidade Imperial e
receberam ordens de carga na direçã o apontada pelas vassouras da Oprichnina
feitas de pelo de besta. Os soldados imperiais, que haviam sido trazidos sem serem
informados do motivo, ficaram perplexos. Todos os envolvidos na defesa da Capital
Imperial sabem que os enviados estrangeiros ficavam ali.

O Palá cio de Jade era um lugar cuja segurança era garantida pelo Imperador.
Além disso, sã o os Cavaleiros liderados pela Princesa Piñ a que o guardam agora, ou
seja, seus aliados. Onde você encontraria alguém que nã o ficaria confuso quando
ordenado a atacar um aliado? No entanto, houve quem nã o tenha percebido que tal
coisa que deveria ser ó bvia.

“O que vocês estã o fazendo!? Avante! Ataquem, seus bastardos


incompetentes!”

Que tipo de piada é essa? Mesmo quando eles se perguntaram isso, os


Oprichnina ainda falvam essas coisas com expressõ es sérias em seus rostos. Se
eles estavam dando tal ordem com toda a seriedade, os Oprichnina devem ser um
grupo coletivo de doentes mentais. O Chefe dos Soldados Imperiais intuitivamente
pensou assim. Na verdade, os Oprichnina estavam tã o encurralados mentalmente
que perderam a capacidade de pensar corretamente.

Eles foram derrotados em sua primeira batalha com os Cavaleiros e foram


recebidos nã o com palavras de elogio ou tratamento para os feridos, mas com uma
reprimenda do pretor que se aproximava e o medo que se seguiu. Luflus puniu
Gimlet, a quem ele acabara de nomear como chefe do Comitê, sem lhe dar tempo
para desculpas. Ele entã o tornou sua morte visível para todos e pediu a cada
membro da Oprichnina que fizesse uma confissã o masoquista, um resumo do
desempenho de suas funçõ es e condenou os acusados de fugir nã o cruzando

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espadas com o inimigo a sentença de um décimo.

O tal décimo consiste em escolher uma das dez pessoas que cometeram tal ato
e espancá -la até a morte pelas nove restantes. Aqueles que eram forçados a
espancar seus companheiros até a morte ficariam aterrorizados com isso. Quando
chegaria o momento deles receberem tal espancamento? Dentro de tal situaçã o, a
linha que separava o agressor e a vítima era muito nebulosa.

Uma atmosfera fria enchia a á rea ao redor da Oprichnina, como se alguém


pudesse ser enviado para o lado daqueles que sã o culpados por terem seus nomes
sussurrados. Todos lamentavam muito sua situaçã o, pensando se ao menos a
Oprichnina nã o existisse… se seus arrependimentos fossem divulgados, eles
seriam mortos. A ú nica maneira de escapar desse medo é mostrar aos que os
cercam que eles sã o obstinadamente dedicados a seus deveres com um zelo mais
feroz, mais intenso e quase insano.

“O que você está fazendo, novo Praetor Luflus o'Raines?”

Os Oprichnina congelaram de medo, incapazes de piscar um olho ao ouvir


aquela voz, mas apenas Luflus se virou de alegria ao ouvir a voz de Tyuule.

“T-Tyuule-sama! Por que você veio aqui?”

“Eu estava curiosa para saber por que você estava atrasado em seus
relató rios, entã o vim aqui para ver o porquê. O príncipe Zorzal espera muito de
você, entã o, por favor, nã o o decepcione.”

“M-Mas......”

“Isso nã o serve. Sem 'mas'. Nã o queremos ouvir essas palavras de você.”

Tyuule caminhou até Luflus e falou com ele, sua voz fazendo có cegas em sua
orelha.

“Tudo o que você precisa dizer é 'sim'. Você entendeu?”

“S-Sim!”

“Isso é bastante incomum. Por que vocês os escolhidos estã o perdendo para
uma reuniã o de garotas e velhos? Vocês talvez sejam... incompetentes?”

Perguntando isso, Tyuule curiosamente inclinou a cabeça. Luflus quase quis


dizer “esse nã o é o caso”, mas ele estava frustrado por só poder responder com

100
"sim". No entanto, Tyuule nã o prestou atençã o em seus pensamentos enquanto ela
contínuo.

“Devo voltar para o lado de Sua Alteza em breve. Luflus, você realizou grandes
feitos para estabelecer a Oprichnina. Pelo menos, é o que eu penso.”

"S-Sim!"

“No entanto, nã o sei o que Sua Alteza pensará quando ouvir meu relató rio.

Talvez ele fique muito desapontado. No entanto, nã o queremos que isso


aconteça, nã o é? Eu pessoalmente nã o quero ser a ú nica a te entregar a adaga. Você
entende isso, certo?

“S-Sim.”

“Nesse caso, espero que as boas notícias sejam dadas o mais rá pido possível.
Com uma situaçã o como essa, forçar a si mesmo ou se machucar é algo que nã o
tem como evitar. Nã o é mesmo? É tudo tã o que você poderia nos dar as boas novas,
nã o é mesmo?”

“S-Sim.”

“Ouvir uma resposta tã o boa me deixa feliz. Bem, entã o nã o estaremos


esperando nada além de boas notícias.”

Saindo com essas palavras, Tyuule gentilmente acariciou o queixo de Luflus


antes de partir. Ao vê-la partir, Luflus estremeceu loucamente. Ele coçou a cabeça,
rosnou como uma fera.

Na frente deles estava o Palá cio de Jade, e atrá s deles estava a Oprichnina que
os empurrava decisivamente para uma batalha desesperada. Eles seriam atingidos
por uma flecha de ambos os lados ou perfurados por uma lança, desabando no
chã o. Uma cena para ser chamada de batalha. Uma pessoa de sensibilidade normal
nã o gostaria que tal cena fosse repetida. E ainda assim, isso estava se repetindo
uma e outra vez.

Os Cavaleiros conseguiram evitar ataques repetidos dos soldados imperiais.


No entanto, seria melhor reconhecer isso como resultado da boa sorte dos
Cavaleiros, e nã o de suas pró prias habilidades. Uso de antes, empurrando os
soldados para frente, querendo subjugar os Cavaleiros com seus nú meros
superiores, eles nã o tinham compostura para criar tá ticas ou estratégias para
soldados que eram movidos apenas pelo medo e só conseguiam empurrá -los para

101
frente.

Mesmo assim, os ataques que continuaram dia apó s dia, noite apó s noite,
deixaram os Cavaleiros com um fluxo constante de feridos e mortes que nã o foram
poucas. Nem uma ú nica pessoa, dos comandantes aos soldados, saiu ilesa. Quando
eles nã o pudessem mais se sustentar, chegaria um ponto crítico nessa situaçã o.
Todos tinham a sensaçã o de que esse era o caso. E, no entanto, os soldados da
Ordem dos Cavaleiros continuaram a lutar.

Eles já haviam perdido a noçã o de tempo. Sempre que encontravam um


pequeno espaço para deitar seus corpos, eles se deitavam e adormeciam, nã o
importa se era dia ou noite. Exaustos e incapazes de ter uma boa noite de sono
devido aos ataques contínuos dia e noite, eles se deitavam se tivessem um pouco
de tempo. Quando nã o havia batalha acontecendo, o campo de batalha ficava
estranhamente quieto, e as ú nicas pessoas que se moviam eram os soldados de
guarda ou as meninas que ainda reuniam as flechas utilizá veis. Foi uma breve
pausa até que a Oprichnina trouxesse o pró ximo grupo de soldados imperiais para
serem sacrificados por sua causa.

Olhando de sua tenda de comando para o pô r do sol lá fora, Bozes perguntou a


seu colega quem a estava apoiando.

“Beefeater. Como estã o os soldados?”

“Gostaria de dizer que o moral de todos está alto, mas temo que a situaçã o
esteja ruim.”

Com a pouca visibilidade ao seu redor, Beefeater chamou os escudeiros para


aumentar a luz na á rea. No entanto, os Cavaleiros Aprendizes estavam dormindo
em um canto do centro de comando, abraçados. Eles deviam estar cansados depois
de trabalhar duro para cuidar dos feridos e preparar as refeiçõ es de todos.
Sentindo pena de acordá -los, Beefeater optou por iluminar ela mesma a á rea ao
redor deles.

"..."

"Porra, estamos sem ó leo para a luz."

“Sério...”, resmungando, Bozes abaixou a cabeça, escondendo a afliçã o que


está va sentindo. No entanto, isso só serviu para tornar seu estado de espírito
deprimido conhecido por aqueles ao seu redor. Claro, ela nã o sabia disso. Bozes
lançou um olhar de reprovaçã o para Beefeater, lamentando que ela tivesse
começado a guerra contra a Oprichnina. Muitas vezes, ela quis perguntar a ela “Por

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que você foi em frente sozinha?”.

No entanto, é dever do comandante fazer isso.

Como Comandante, ela tinha que dar instruçõ es claras de que, mesmo que os
varredores quebrassem o acordo diplomá tico e invadissem os terrenos do Palá cio
de Jade, nã o haveria combates. No entanto, ela nã o deu tal comando. Esse é o
arrependimento de Bozes. E agora, ela se preocupava com o que essa açã o trará
para Piñ a. Era isso que a estava incomodando. Beefeater, que nã o sabia com o que
Bozes estava lutando, insensivelmente a interrompeu falando sobre outra coisa.

“O que piora é que estamos ficando sem comida e forragem. Ninguém


esperava isso. Nã o temos tanto em estoque.”

Bozes ficou tentada a dizer sarcasticamente que era porque ela abriu
hostilidades no calor do momento, mas as palavras que saíram de sua boca foram

“Temos á gua suficiente?”.

“Sim. Podemos usar o poço no Palá cio de Jade. Quanto à comida, parece que os
japoneses têm alguns estocados. Por exemplo, isso.”

Beefeater jogou um saco plá stico para Bozes.

“O que é isso?”

“Elas sã o chamadas de “ameixas secas”. Ficamos sem frutas cítricas. Achei que
você poderia querer algo azedo, entã o perguntei se eles tinham, e ele me deu isso.

Tirando de dentro do saquinho a fruta vermelha cheia de aroma azedo, Bozes


colocou na boca. Em seguida, ela segurou suas bochechas enquanto seus lá bios se
franziam.

“Mhmmmmm, a- azedo! É muito azedo!”

A acidez acentuada, um pouco diferente da dos citricos, pareceu ter um forte


impacto na Bozes. Vendo ela franzindo tanto os lá bios, Beefeater deu uma
gargalhada.

“Ahaha. Eles com certeza têm algumas coisas estranhas do outro lado.

“Você fica falando que eles estã o do outro lado, mas já estamos do lado
japonês da propriedade, sabe?”

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“Agora que você mencionou, você está certa. Eu me sinto uma idiota por
aderir a limites que podem ou nã o existir. Em primeiro lugar, por que estamos
fazendo isso de novo?”

“Claro, o que estamos defendendo sã o nossos acordos diplomá ticos, a vontade


de sua majestade e a honra do Império. Nã o é verdade?

“Isso mesmo. Foi como você disse.”

Aparentemente aliviada, Beefeater assentiu. Parece que ela viu o que estava
dentro da mente de Bozes.

“Se você entende o propó sito e o significado desta batalha, entã o você deve
ficar bem”, disse Beefeater. No entanto, Bozes simplesmente deixou isso de lado,
dizendo.

“O que você está dizendo? Nã o sei do que você está falando.”, e voltou a falar
em comida.

“O que devemos fazer. Se pedirmos aos japoneses, eles nos darã o um pouco de
comida, mas acho que nã o vai dar para todos nó s”.

“Estou pensando em matar os cavalos feridos. Nã o temos muita forragem,


entã o vai reduzir as bocas para alimentar.”

“Os cavalos!?”

“Sim”, Beefeater assentiu, ao que as sobrancelhas de Bozes se franziram,


parecendo preocupadas. Dentro da Regiã o Especial, os cavalos sã o um meio de
transporte, uma ferramenta de produçã o e uma arma valiosa. Além disso, dentro
da Ordem dos Cavaleiros, os cavalos sã o a razã o pela qual os Cavaleiros sã o
considerados Cavaleiros e sã o amados e cuidados diariamente. Para os Cavaleiros,
eles nã o sã o meras armas, mas sim companheiros preciosos e companheiros de
armas. Um Cavaleiro em sua ordem teria ficado muito abalado se alguém sugerisse
comê-los. E, no entanto, o fato de ela ousar dizer isso significa que a situaçã o era
terrível.

Apó s um momento de hesitaçã o, “……Tudo bem. Faça isso.”, Bozes deu sua
permissã o.

“Isso é ó timo. Com isso, adiamos um dos nossos problemas”.

“Isso é fá cil para você dizer, mas acho que será difícil fazer com que todos

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comam os cavalos.”

Em sua Ordem dos Cavaleiros, quando um cavalo morre, eles até realizam um
funeral para eles. Eles têm certeza de que ninguém ficaria feliz em comer um
cavalo. Com certeza haveria alguns deles que nem tocariam na comida.

“Você nã o precisa se preocupar com isso, eu mesmo cuido disso. A pró xima
pergunta é o que fazer depois disso. Comandante Interino, você tem um plano?”

Depois que seus lá bios se franziram sobre a segunda ameixa que ela jogou em
sua boca, Bozes falou.

“Precisá vamos falar sobre isso com os japoneses, mas quando for a hora certa,
estou pensando em levar todos comigo e forçar a passagem.”

“E para onde iremos quando passarmos por este cerco? Em primeiro lugar, se
deixarmos este lugar, nã o teremos base legal para lutar?”

“Está tudo bem. Estaremos avançando pelo bem da segurança do povo


japonês. Afinal, essa batalha foi desencadeada pela quebra do acordo da
Oprichnina. Além disso, nosso destino será Itá lica. A maioria dos Cavaleiros da
Rosa Vermelha e a maioria de nossa infantaria ainda estã o lá , entã o vamos nos
juntar a eles e reconstruir.”

Isso nã o melhoraria a posiçã o de Piñ a, mas, pelo menos, parecia melhor do


que ficar enfurnado aqui e continuar lutando.

“Aquele lugar se tornou completamente nossa base agora. Eu me sinto meio


mal pela Casa Formal, no entanto.”

“O problema é que a princesa Piñ a está no Palá cio Imperial. Eu me pergunto se


ela está bem lá .”

"Vamos lá , mesmo que seja deles que estamos falando aqui, mesmo eles nã o
iriam tã o longe a ponto de prejudicar a realeza."

Apó s esta declaraçã o descarada, Bozes ficou atô nita ao olhar para o céu.

“Só porque eles nã o podem fazer nada diretamente, nã o significa que nã o


tenham maneiras de atormentá -la.”

“T- Pode ser o caso, mas nã o tem como eles fazerem isso, certo? Quero dizer,
estamos falando sobre a princesa aqui.

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Para Beefeater, que disse que isso nã o seria possível, Bozes disse “Nã o, só
estou pensando no pior cená rio. É por isso que precisaremos levá -la conosco
quando partirmos. Se possível, você nã o vai pensar em um jeito?”.

“V-Precisamos primeiro descobrir onde ela está e fazer contato com ela. No
entanto, acho que seria um pouco difícil entrar furtivamente no Palá cio Imperial.”

“Isso é preocupante. Eu me pergunto o que Hamilton está fazendo. Ela deveria


ter sido capaz de entregar pelo menos uma carta. Afinal, ela é uma garota sensata.
Ahh, caramba!” Bozes coçou a cabeça.

“Nã o, com o quã o difícil é para o nosso lado ir para lá , provavelmente seria tã o
difícil chegar aqui.”

Nesse momento, a tenda foi aberta vigorosamente, e o Cavaleiro de vigia


gritou.

“Ataque inimigo! É um ataque noturno!”

Gritos de “Ataque inimigo! Ataque inimigo!” ressoou em vá rios lugares, alertando


seus aliados do perigo. Todos os que estavam dormindo pularam e saíram
correndo com as armas na mã o. As meninas que dormiam nas proximidades
também acordaram, esfregando os olhos sonolentos e se levantaram
apressadamente.

“Todos, para suas posiçõ es! Ataque noturno inimigo! Pressa!”

Bozes correu para assumir o comando com Beefeater.

******

Ao mesmo tempo, no gabinete do príncipe herdeiro, como Bozes temia, a


princesa Piñ a enfrentava uma tempestade de denú ncias dos senadores, reduzidos
a menos da metade de seus nú meros originais. Isso porque muitos dos Oprichnina
que morreram em batalha no Palá cio de Jade eram filhos e parentes daqueles que
defendiam a guerra.

“Princesa Imperial, quã o bem você conhece sobre a autoridade do Senado?”

"Isso mesmo. Você nã o entende o quanto trabalhamos duro para aprovar a Lei
Oprichnina especial.

O Senado estava latindo gritos desbocados para Piñ a, mas Piñ a permaneceu

107
em silêncio. Mesmo que eles estivessem xingando ela de uma forma que a fez
querer cobrir os ouvidos, ela nem tentou responder. Seu espírito estava vagando
no deserto do desespero, tanto pelo agravamento da situaçã o que havia começado
com os métodos inescrupulosos do imperador quanto pelo abandono de Diabo por
ela. Entã o, veio essa tempestade de abuso. Enfraquecida como estava, Piñ a nã o
podia fazer nada além de suportar em silêncio. Claro. Nã o que Piñ a nã o tivesse
aliados. Ao lado dela estava Hamilton, a ú nica que ficou ao seu lado e a defendeu.

“Por favor, nã o fale como se Sua Alteza nã o entendesse. Sua Alteza claramente
entende isso. Ela simplesmente nã o tolera.”

Depois de lançar um argumento desesperado contra a esmagadora maioria


dos senadores em defesa de Piñ a, Hamilton estava sendo alvo de uma enxurrada
de críticas.

“Eu digo que ela claramente carece de compreensã o. Nã o é como se


aprová ssemos essa lei porque quiséssemos. Nó s mesmos suportamos a dor em
nossos coraçõ es.”

Ao ouvir isso, Hamilton bufou.

“É ilusó rio da sua parte pensar que, desde que possamos entendê-lo, podemos
tolerá -lo. Há muitas coisas que podemos entender e simpatizar, mas ainda nã o
tolerar. É apenas egoísmo tentar culpar a falta de compreensã o da outra parte pelo
motivo de seu argumento nã o ser aceitá vel.”

Em seguida, os senadores amaldiçoaram Hamilton em uníssono. Quando


Hamilton fechou a boca sob a pressã o, o conde Woody, a ponta de lança daqueles
que defendem a guerra, fez sua entrada.

“De qualquer forma, espero que Sua Alteza concorde em que a Oprichnina
prenda aqueles que fugiram para o Palá cio de Jade.”

“Eu já te disse vá rias vezes, mas isso nã o é possível. O Palá cio de Jade é um
local de estada para os enviados que recebem privilégios diplomá ticos pelo
Decreto Imperial. É um lugar fora do alcance da Lei Imperial, e nó s somos o escudo
que o protege. Somos nó s que devemos fazer perguntas a vocês, senadores. Você
realmente aprova as açõ es da Oprichnina que ameaçam a segurança dos enviados?
Você nã o entende que sã o exatamente os atos deles que minam a autoridade de
Sua Majestade, o Imperador e a honra do Império!?”

“Eles nã o estã o tentando minar a vontade do imperador, nem estã o tentando


prejudicar os enviados. Tudo o que pedimos é a entrega daqueles que fugiram para

108
o Palá cio de Jade. Em primeiro lugar, visto que eles estavam guardando o Palá cio
de Jade, nã o era dever de seus Cavaleiros pegar qualquer um que tentasse
invadir?”

“Isso é certamente verdade. Se alguém tentar invadir ilegalmente, nó s o


pegaremos. Se for alguém que a Oprichnina está atrá s, naturalmente iremos
entregá -los a eles.”

Entã o, vozes se levantaram de todos dentro da sala.

“Entã o, por que você nã o os entregou!?”

Hamilton olhou na direçã o daquelas vozes.

“Nã o temos escolha a nã o ser anunciar a chegada de um convidado quando ele


chega decentemente à porta e nos pede para anunciar sua chegada para eles.”

“Mesmo que sejam criminosos!?”

“Mesmo que sejam criminosos. Cabe aos enviados japoneses decidir quem eles
vã o encontrar e quem nã o vã o”.

“E é por isso que estou dizendo para você fazer algo a respeito!”

“Isso nã o seria possível. Essa é uma das coisas garantidas pela imunidade
diplomá tica”.

“Nã o existe tal clá usula no contrato!”

“É tudo uma questã o de interpretaçã o. A clá usula afirma que as atividades dos
enviados nã o devem ser prejudicadas”.

“Você está apenas expandindo a interpretaçã o!”


“Nã o, esse é um termo indispensá vel dentro do acordo.”

A discussã o quase se transformou em uma discussã o interminá vel. No entanto,


Halmilton ficou mais do que feliz em perder tempo discutindo detalhes sem
importâ ncia do assunto. O que ela estava tentando fazer aqui nã o era ganhar a
discussã o, mas se usar como isca, desviando as denú ncias de Piñ a. Uma partida de
lama é exatamente o que ela quer. No entanto, havia alguém do outro lado que nã o
gostava de tal situaçã o. O barã o Clayton, militar, levantou-se e mudou o rumo da
conversa.

109
“Nesse caso, por que nã o pedimos aos japoneses que entreguem esses
criminosos?”

Hamilton interiormente estalou a língua. Ela sentiu que a conversa estava


tomando um rumo nada divertido. Ela saltou para o campo de batalha, incitou o
inimigo e de alguma forma, conseguiu fazer com que seus inimigos perdessem a
compostura e chamassem a atençã o para si mesma, mas agora havia um inimigo
calmo prestes a avançar em direçã o ao acampamento principal de Piñ a.

“Os japoneses responderam que os colocariam sob sua proteçã o.”

Entã o, “Pronto, vê isso?”, os senadores se entreolharam com aquele olhar em


seus rostos.

“Eu sabia que eles estã o ligados aos japoneses!”

“Sua Majestade Molt concedeu imunidade diplomá tica ao Palá cio de Jade para
facilitar a negociaçã o de um tratado de paz com o enviado, nã o para abrigar
aqueles derrotistas!”

“Revogue a imunidade diplomá tica!”

“Eu digo, cancele a pró pria conferência de paz. É apenas uma perda de tempo.”

“Ataque Alnus! Lance uma contra-ofensiva!”

A gritaria chegou ao nível da raiva e se tornou incontrolá vel. Entã o, o conde


Woody estendeu as mã os para acalmá -los. Claro, ele nã o estava tentando proteger
Hamilton, apenas expressando seu desejo de falar seus pensamentos.

“Mesmo nó s nã o queremos incorrer em mais baixas. Queremos evitar


derramamento de sangue em lutas inú teis. Com o comando de Sua Alteza, os
Cavaleiros vã o parar de proteger o Palá cio de Jade. Sua Alteza, você nos daria a
permissã o?”

“Isso é impossível. Proteger o Palá cio de Jade é responsabilidade dos


Cavaleiros.”

“Hamilton-dono, nã o estamos pedindo a você. Estamos conversando com a


princesa Piñ a.”

“Isso mesmo, isso mesmo!”

110
“Gostaríamos de uma resposta da princesa Piñ a!”

Como se tentasse esconder Piñ a, Hamilton se colocou apressadamente na


frente dela. No entanto, os senadores ficaram furiosos com ela por sua atitude.

“O que o faz pensar que uma mera secretá ria pode falar pela princesa? Isso é
bastante insolente da sua parte.”

No entanto, Hamilton continuou insistindo.

“Sua Alteza atualmente nã o está bem...”

“É tã o ruim assim que ela ficou muda!?”

“Você está em silêncio há algum tempo e só permitiu que sua secretá ria
falasse por você. Você acha que somos tolos?”

“Isso mesmo, isso mesmo!”

“V-Sua Alteza...”

Consternada por nã o poder mais cobri-la, Hamilton chamou Piñ a. Em seguida,


Piñ a deu um tapinha nas costas de Hamilton e ouviu seu chamado.

“Já chega, Hamilton.”

"S-Sim?"

“Eu disse que basta. Nã o adianta eu ficar aqui. Está ficando tarde, entã o eu
voltarei.”

“Eh, ahh, Alteza! H- Porém……”

“Eles têm feito todas essas perguntas, mas nã o querem que eu responda. O
que eles querem é que eu faça o que eles dizem. Se minha resposta nã o validar suas
reivindicaçõ es, eles nã o ficarã o satisfeitos com o que eu disser.”

Dizendo isso, a princesa levantou-se de seu assento. Entã o todos os senadores


fecharam a boca ao mesmo tempo, como se pensassem que Piñ a ia falar. Eles
pareciam estar curiosos para ver o que a princesa, que havia permanecido em
silêncio por tanto tempo, diria.

“Cavalheiros. Estou deprimida, entã o vou me despedir. Desejo a todos um bom

111
dia.”

No entanto, a resposta de Piñ a foi diferente do que eles esperavam,


provocando animosidade e insultos, correndo atrá s de Piñ a quando ela partiu.

“O que é isso!?”

“Mesmo se você for da realeza, você foi longe demais para zombar de nó s!”

“Sua Alteza. Por quanto tempo Vossa Alteza acha que seus Cavaleiros
compostos por mulheres e velhos podem continuar lutando?”

Parecia uma ameaça de que, se nã o fosse controlada, essas mulheres seriam


exterminadas. Ao ouvir essas enxurradas de palavras, porém, Hamilton retrucou.

“De quem sã o as mã os que queimam quando se deparam com essas mulheres


e velhos? Quem é que ordenou desnecessariamente um ataque, desperdiçando
desnecessariamente a vida de generais e soldados e minando o exército do
imperador?”

“Isso é porque os Cavaleiros estã o se opondo a eles!”

“Se você acha que é porque eles estã o pegando leve com eles, isso deixa sua
mente tranquila, entã o você está livre para pensar como quiser.”

“Prefiro cortar o orçamento dedicado a eles.”

“Isso mesmo, isso mesmo! Vote pela dissoluçã o da Ordem dos Cavaleiros!”

Voltando-se para os outros, o Conde Woody pediu-lhes que ficassem quietos.


Em seguida, voltou-se para Piñ a novamente e falou.

“Essas vozes se declararam como tal. Sendo assim, nã o poderemos manter a


Ordem dos Cavaleiros. Os soldados acabariam perdendo suas careiras. Mesmo nó s
nã o queremos tomar tais medidas.”

Um ultimato foi dado. Diante de tal declaraçã o, porém, Piñ a respondeu com
um bufo preguiçoso.

“Faça o que quiser.”

“O que?”

112
“Eu disse para fazer o que quiser. O país já está em uma bagunça de qualquer
maneira. Nã o me importo mais com o que acontecer a seguir.”

“O que você está falando? Estamos fazendo isso para evitar que o pior
aconteça?”

“O Primeiro Imperador disse uma vez, o motivo inicial por trá s de qualquer
coisa é ó timo…… mas na maioria das vezes, mais tarde acabaria sendo apenas uma
desculpa. Todo mundo vai apenas dizer que as coisas nã o foram feitas para
acontecer dessa maneira. Em primeiro lugar, mesmo que o Senado Imperial esteja
sendo reconstruído, o que diabos está acontecendo, para realizar uma reuniã o em
um lugar como o escritó rio do Príncipe Herdeiro? Só posso pensar nisso como um
sinal de que o Senado já caiu nas mã os de uma instituiçã o que apenas segue a
decisã o do meu irmã o.

“Eu sei que Vossa Alteza nã o gostou de nó s no passado, mas você passou a nos
desprezar tanto assim?”

“Isso é extremamente desrespeitoso!”

Ao contrá rio de antes, mesmo sem os gritos, o ar parecia pesado. Foi um


momento que os fez perceber que a raiva e a animosidade ainda podiam ser
transmitidas mesmo quando nã o eram expressas abertamente. À menor
provocaçã o, os senadores imediatamente avançaram. Diante de tal atmosfera,
Hamilton foi pressionada a recuar.

“Piñ a...... Cuidado com o que você diz.”

O príncipe herdeiro Zorzal, que estava em silêncio até agora, finalmente falou.

“Nã o tenho intençã o de interromper as negociaçõ es de um tratado de paz com


o Japã o. No entanto, como a situaçã o política ainda é instá vel e a segurança nã o
pode ser garantida, gostaria de pedir aos enviados que deixem a Capital Imperial
por enquanto. Claro, vou garantir a segurança deles na ida e na volta da Capital em
meu nome. Entã o, depois que a situaçã o política se estabilizar, eles serã o
convidados a voltar ao Palá cio de Jade. O que você acha?”

Ouvindo suas palavras, os senadores concordaram verbalmente.

“E quando eles forem deportados, eles serã o solicitados a entregar aqueles


que escaparam.”

“Entendo. Se for esse o caso, nã o seria uma violaçã o da imunidade

113
diplomá tica”.

Zorzal entã o se virou para a irmã mais nova com um sorriso triunfante nos
lá bios.

“É isso mesmo, Piñ a. O que todos vocês fizeram nada mais é do que uma luta
inú til.”

No entanto, Piñ a apenas se virou e descartou as palavras de Zorzal como


triviais, assim como fez com as palavras que ouviu antes.

“……Faça o que quiser, irmã o. Isso é o que venho lhe dizendo há algum tempo.”

Enquanto Hamilton se agarrava a ela, implorando “Sua Alteza, por favor, nã o


me descarte”, Piñ a deixou o escritó rio do príncipe herdeiro, abandonando tudo, até
mesmo Hamilton.

******

Os céus acima da Capital Imperial.

Um dragã o alado estava voando alto no céu enquanto os céus do leste estavam
sendo tingidos com um vermelho mais intenso e o sol revelava sua forma de
bronze avermelhado. Desde o bombardeio do prédio do Senado, o Exército
Imperial tem tomado medidas frenéticas para proteger a Capital Imperial. Em
particular, Calasta, que havia sido nomeado General recentemente, ficou alarmado
com o fato de o inimigo controlar à vontade um veículo voador chamado
“eiyakraft” e propô s fortalecer seu sistema de defesa aérea.

Para isso, os Cavaleiros do Dragã o, que estavam estacionados nas íngremes


regiõ es montanhosas do oeste do país, foram convocados e deveriam monitorar e
alertar sobre qualquer tentativa de abordagem da Capital Imperial. Graças aos seus
esforços, eles conseguiram detectar aqueles que tentavam entrar nos céus da
Capital Imperial e emitiram um alarme. Esta manhã , três Cavaleiros do Dragã o, que
haviam decolado antes do nascer do sol, estavam circulando lentamente logo
acima do limite de altitude em uma formaçã o triangular.

“O ar parece pesado e viscoso. O tempo provavelmente pioraria à noite.”

O murmú rio do Capitã o Dragã o podia ser ouvido levemente ao longo do vento.

“Se vai chover, espero que seja logo.”

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Se o tempo ficasse ruim, eles podiam acabar com sua formaçã o e este vô o de
vigilâ ncia. Enquanto Michael, o cavaleiro de esquerda, estava pensando nisso, ele
notou o que parecia ser um ponto no céu ocidental, uma á rea na qual os resquícios
da noite ainda perduram, e gritou um aviso.

“Capitã o Dragã o. Sobre o céu ocidental! ……Lá vem eles."

“Seu idiota, reporte para aqueles que estã o no chã o imediatamente assim que
avistar um inimigo! Solte as bandeiras de sinalizaçã o!”

“Ataque inimigo! Ataque inimigo!”

Soltar flâ mulas vermelhas do céu deveria ser o alarme de um ataque inimigo.
Seguindo o comando de seu superior, Michael soltou as flâ mulas que haviam
preparado uma apó s a outra.

“Mas isso é inú til. Eu me pergunto se alguém está olhando para nó s enquanto
estamos aqui em cima. Isso nã o parece ser possível……”

Nã o importa o quã o proeminentes fossem as cores vermelhas das flâ mulas,


elas eram difíceis de detectar em sua altitude. Mesmo se alguém com boa visã o
olhasse para cima do chã o, eles seriam capazes de ver apenas uma tênue faixa
vermelha no céu azul. Além disso, mesmo que avistem o inimigo, eles ainda se
sentem impotentes para fazer qualquer coisa a respeito. O tamanho do inimigo que
começou a aparecer recentemente está no nível dos Dragõ es Antigos. Além disso,
os movimentos do inimigo nã o eram lentos ou pesados, e ele era capaz de fazer
uma curva fechada inclinando suas asas estendidas horizontalmente até que se
tornassem verticais.

Por causa de sua capacidade de movimento superior, os Dragon Riders nã o podiam


nem se aproximar dele. Mesmo que pudessem se aproximar, os soldados inimigos
contra os quais estã o lutando nã o têm seus corpos expostos ao mundo exterior.
Era como se todo o corpo do dragã o estivesse coberto por uma enorme armadura e
escondido por dentro. Contra tal oponente, o que eles fariam com uma ú nica Lança
Dracô nica?

“Teríamos que pegar pelo menos um dragã o recém-nascido para ter a


esperança de derrubá -lo.”

O inimigo, aproveitando-se de sua incapacidade de tocá -los, invadiu os céus da


Capital Imperial e voou facilmente. Eles nã o podem fazer nada além de assistir
tudo isso passar com indignaçã o. Mesmo xingá -los nã o era possível.

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“E, no entanto, os superiores estã o relatando que a invasã o à Capital Imperial
foi impedida.”

Aparentemente, o general Calasta relatou isso ao príncipe herdeiro como uma


vitó ria para os Cavaleiros do Dragã o.

“Era um fato que os havíamos repelido. O inimigo partiu para a Capital


Imperial com medo de nos enfrentar. Estou enganado? Além disso, vamos mostrar
a eles desta vez. A terceira vez é o charme!”

O Capitã o Dragã o explicou e emitiu a ordem. Michael e seu grupo entã o


fizeram uma descida íngreme em direçã o à terra. O inimigo havia tentado invadir a
Capital Imperial duas vezes antes. Nas duas vezes, eles seguiram para o curso de
largar algo nas planícies nos arredores da capital antes de voar para longe. Eles
acham que provavelmente seguiriam o mesmo caminho desta vez. A razã o pela
qual eles sempre falham em alcançá -los é porque eles estavam tentando rastrear o
inimigo. Sendo assim, eles devem apenas seguir em direçã o ao seu caminho. Esse
plano definitivamente funcionaria. Encorajando seu grupo, o Capitã o Dragã o
gritou. De fato, foi como ele disse.

Recuperando a compostura, Michael preparou sua Lança Dracô nica. A Lança


Dracô nica tem quatro ren de comprimento, e se eles atacarem de frente com ela,
contra um oponente que é negligente o suficiente para pensar que eles sã o
indefesos, eles devem ser capazes de infligir pelo menos um ferimento contra eles.
No entanto, o inimigo que enfrentavam desta vez era diferente das duas vezes
anteriores. O tamanho do inimigo também era diferente. O nú mero e a velocidade
também... Dois?

Naquele momento, ele de repente se lembrou de um boato que acabara de


ouvir.

“Sã o aquelas as espadas voadoras que supostamente destruíram o Senado?


Capitã o Dragã o, isso é ruim!”

Michael avisou, mas quando percebeu já era tarde demais. Algo voou no ar,
formando uma nuvem de fumaça, e explodiu bem na frente deles. Apanhados pela
intensa pressã o da explosã o, dois dos Cavaleiros do Dragã o, incluindo o Capitã o
Dragã o, foram despedaçados, incluindo o dragã o alado que eles montavam, e
caíram no chã o.

“Capitã o Dragã o!”

Michael conseguiu sobreviver apenas porque estava ficando para trá s dos

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outros dois. Ele teve sorte. No entanto, é duvidoso quanto tempo essa boa sorte vai
durar. Ele podia ver o inimigo circulando vindo em sua direçã o, a quem ele nã o
conseguiu derrotar. Ele sentiu uma intençã o assassina que fez todos os pelos do
meu corpo se arrepiarem. Michael puxou as rédeas do dragã o voador, fez com que
ele batesse as asas e entã o mergulhou novamente em direçã o ao chã o, quase a
ponto de cair.

Naquele momento, um rastro brilhante de luz desceu voando como chuva e o


atingiu, quase desequilibrando o dragã o voador que ele cavalgava. Enquanto se
pergunta o que está acontecendo, ele descobriu que a carapaça de seu dragã o
voador foi ferida. Ele tinha ouvido rumores de que o inimigo tinha armas capazes
de quebrar até mesmo as escamas de um dragã o voador, mas para eles realmente
terem tanto poder......

Esse espanto o fez afrouxar as rédeas, e esse leve descuido deu ao seu dragã o
voador uma abertura para se contorcer. Isso era algo que um Cavaleiro de Dragã o
normalmente nã o permitiria. Mesmo que tenha sido ferido, um cavaleiro completo
é obrigado a nã o deixar seu dragã o voador gritar. Para fazer isso, ele primeiro teve
que subjugar completamente seu dragã o voador. No entanto, ele ainda era jovem e
nã o tinha capacidade para chegar a esse ponto. O dragã o voador se contorceu de
dor e voou erraticamente, fora de seu controle. No entanto, nunca se pode saber o
que pode vir a ser uma bênçã o disfarçada. Com seus movimentos extremamente
desajeitados, seus inimigos eram incapazes de prever suas pró ximas açõ es,
permitindo-lhe adquirir vantagem. Ao passarem um pelo outro, ele viu seu inimigo
cavalgando o eiyakraft.

“Há duas pessoas andando nele!?”

Entã o, Michael ergueu sua lança com um olhar satisfeito em seu rosto.

“Isso é vingança por todos! Eu vou te derrubar!”

Ele estava preparado para aproveitar o momento em que o flanco


desprotegido do inimigo fosse exposto. No entanto, a velocidade do inimigo foi
muito além de suas expectativas. Em um piscar de olhos, eles estavam fora de vista.
Para onde eles foram? No momento em que ele se virou para encontrar o inimigo,
uma saraivada de balas ...... Tiros de canhã o vulcano de 20 mm disparados pelo
inimigo que o haviam circulado atingiram ele e seu dragã o alado.

Os está bulos dos Cavaleiros do Dragã o construídos nos arredores da Capital


Imperial.

Disfarçado e escondido nos arbustos, o 3º Ten Kenzaki, membro do Grupo de

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Forças Especiais, ajustou o retículo de seu sistema de orientaçã o a laser para os
está bulos construídos à s pressas. Aqui na Regiã o Especial onde nã o existem
satélites GPS nos céus, essas armas antigas sã o mais poderosas. Yarita, Matogi e os
outros estavam atentos à á rea ao redor dos está bulos, protegendo Kenzaki.

“Aqui é Sabre. Preparaçõ es prontas.

Em seguida, um F4 Phantom lançou uma bomba ao passar por cima. Ela caiu
nos está bulos, como se tentasse pegá -la, esmagando os está bulos dos dragõ es
voadores em uma massa de chamas.

『Infraestrutura de defesa aérea inimiga destruída.』


『Nenhuma entidade aerotransportada nos céus da Capital confirmada.』
『Roger. Agora passaremos para a Fase 2.』

No chã o, todos olhavam para o céu. Curiosamente, a explosã o do AAM


sinalizou a aproximaçã o de algo à Capital Imperial. Ao longo do céu azul, uma
nuvem branca de fumaça da explosã o flutuava no ar. Apenas o rugido dos jatos
voando pelo céu ecoou do nada.

"Que raios foi aquilo!?"

“O que está acontecendo!? Alguém reporte!”

O inusitado acontecimento chamou a atençã o dos soldados imperiais. Se os


Cavaleiros do Dragã o nã o tivessem sido abatidos, as flâ mulas vermelhas que foram
lançadas poderiam ter passado despercebidas por qualquer um. A batalha que os
Cavaleiros do Dragã o enfrentaram estava em uma altitude tã o grande que os
soldados no chã o perceberam. Além disso, a altura trouxe nã o apenas uma
distâ ncia física entre eles. Foi também uma distâ ncia que criou uma lacuna mental.
Como a expressã o do oficial que recebeu o relató rio da sentinela mudou, ele saiu
correndo da guarita e se encontrou com os soldados, assistindo a cena em transe.
Ao contrá rio dos soldados, porém, o oficial imediatamente decidiu correr para
relatar ao posto de comando que algo havia acontecido e receber instruçõ es sobre
como responder. No entanto, seja o que for que tenha acontecido, demoraria um
pouco para ele correr, receber suas instruçõ es e voltar. Do ponto de vista dos
soldados, algo certamente está acontecendo agora, mas eles nã o podem fazer nada
até que ele volte. Portanto, um senso de urgência nã o surgiu. Para cada soldado, o
andamento da situaçã o parece surpreendentemente tranquilo e tranquilo.

Fwooosh!

O som do vento quebrando no ar involuntariamente os fez abaixar a cabeça.

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Imediatamente depois, houve uma explosã o que soou como um forte tremor, como
se viesse do fundo da terra.

“Ei, o que aconteceu desta vez?”

“O- Ali. Tem alguma coisa ali.

Fumaça negra subia da recém-estabelecida base dos Dragon Riders nos


arredores da Capital Imperial. Vendo que as instalaçõ es no terreno foram
destruídas, a consciência do perigo ao seu redor foi aumentada e a vigilâ ncia dos
soldados atingiu o pico.

“Ei, alguém vá relarar isso imediatamente!”

No entanto, a sensaçã o de alívio que os soldados sentiram supera a sensaçã o


de crise. Com o ocorrido neste momento, eles nã o precisariam ser levados pela
Oprichnina para o ataque ao Palá cio de Jade. Sua preocupaçã o imediata era qual de
suas unidades seria levada ao conhecimento da Oprichnina.

“Se eles forem muito disciplinados e fortes, os varredores os levarã o embora.”

Rumores como esse estavam circulando entre os Guardas Imperiais, tanto que
se tornou comum entre os soldados vestir-se deliberadamente de forma desleixada
ou parecer desmotivado. Os Oprichnina têm o há bito de forçar seus soldados a
travar batalhas que custarã o suas vidas, mas se recusam a assumir a
responsabilidade por seus fracassos. Eles sã o soldados e lutarã o enquanto
receberem ordens, mas realmente nã o querem lutar por essas pessoas.

“Com isso, general, você rejeitará as exigências dos varredores, certo?”

“Eu nã o acho que rejeitar seria possível. Afinal, eles sã o Hira Moguras.”

Hira Moguras sã o pequenos animais achatados que mergulham na areia e só


olham para cima.

“No entanto, se tivermos que ficar em alerta má ximo, nã o poderemos enviar


nossos soldados para outro lugar, nã o é?”

“Nã o acho que apenas nó s precisamos estar em alerta má ximo. Seria perfeito
se o inimigo cercasse a Capital Imperial.”

Durante essa conversa, a atençã o dos soldados sempre foi direcionada para
fora dos muros da cidade. Talvez fosse por isso que eles estavam completamente

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alheios ao perigo que se aproximava atrá s deles. De repente, suas bocas foram
cobertas por trá s. Assustado com a rapidez da situaçã o, uma faca foi inserida
profundamente no mú sculo esternocleidomastoideo de seus pescoços, três dedos
laterais à direita do pomo de Adã o, antes de ser empurrada para fora. Ao fazê-lo,
tecidos de ó rgã os vitais, como a artéria caró tida, a traqueia e os nervos frênicos,
foram dilacerados, e algo vermelho e quente jorrou da ferida, encharcando suas
mandíbulas inferiores. Foi também entã o que sentiram uma dor intensa no
pescoço, como se uma pinça em chamas estivesse sendo pressionada contra ele.

“Isso dó i! Dó i, dó i, dó i!”

Eles gritaram o mais forte que puderam, mas seu diafragma, que tiveram os
nervos necessá rios para tal ato cortados, pouco fez para ajudá -los a respirar, e
agora que haviam perdido a garganta, eles nã o podiam falar. Com a mente ainda
acordada, por perto, eles ouviram o som de seus companheiros caindo, de repente,
perceberem que eles também haviam caído antes que percebessem. Eles haviam
perdido toda a força em seu corpo. A metade direita de seu campo de visã o estava
coberta pelo chã o da muralha, parecendo uma parede. Incapazes de mover a
cabeça, eles só podiam usar os olhos para observar os arredores, mas o cená rio
que deveria ser familiar para eles de repente se inclinou no que eles só podem
descrever como um â ngulo estranho.

Eh? Ehhh!? Que piada é essa!? O que raios tinha acabado de acontecer? À
medida que essas perguntas surgiam em suas mentes, eles podiam ver o pé de
alguém atrá s dele. Era alguém vestido de verde salpicado, conversando com
alguém e tentando passar por cima dele.

“Portã o Oeste, protegido. Aqui é Assassin, O Portã o Oeste foi tomado.


Ficaremos de prontidã o.”

A pró xima coisa que eles notaram, sua visã o desapareceu. Algo deu errado
com seus olhos e seus ouvidos ficaram surdos. Os soldados imperiais só podiam
ficar intrigados com a situaçã o e, até o fim, nã o conseguiam entender o que havia
acontecido com eles.

No lado oeste da Capital Imperial, de frente para as muralhas, fica a Prisã o


Basson. Costumava ser um lugar para prender condenados cujos julgamentos
ainda nã o haviam sido concluídos, mas agora era um reduto da Oprichnina, onde
se reuniam senadores, nobres e outros membros da facçã o pró -paz. Do lado de fora
das paredes altas do prédio, membros do JGSDF, vestidos com uniformes
camuflados, apareceram. Eles avançaram lentamente do beco estreito para cercar
o portã o fechado, como se suas costas estivessem contra a alta parede externa.

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Olhando para cima, Kuribayashi e Tomita acenaram com as mã os no topo de uma
torre presa à parede externa. Era um sinal de que os guardas haviam sido
neutralizados. Com um sinal de mã o, o sargento-mor Kuwabara instruiu seus
subordinados a se aproximarem da entrada lateral pelo portã o principal. A seus
pés estava um homem caído no chã o, que sem o conhecimento de Kuwabara, era o
novo Praetor Luflus. Ele tinha acabado de sair pela entrada lateral quando os
encontrou e foi derrubado. O fato de estar preparado para isso deu vantagem a
Kuwabara e o assunto foi esclarecido em um instante.

“Vamos.”

Ao comando de Kuwabara, as grossas portas da entrada lateral foram abertas


e a Terceira Equipe de Reconhecimento entrou rapidamente. Mesmo sem Itami,
Furuta e Kurokawa, eles se moveram com precisã o e rapidez de má quina sob o
comando de Kuwabara. Claro, eles nã o estã o tentando libertar a Prisã o Basson
sozinhos. É uma operaçã o em cooperaçã o com outras unidades e o Grupo de
Forças Especiais, seu ataque começou quase simultaneamente. Naquele momento,
Kuwabara olhou para o reló gio.

“Nã o se mova muito à frente. Vamos cronometrar nosso ataque com as Forças
Especiais e a Quarta Rec!

Kuwabara e seu grupo se aproximaram da guarita da prisã o sem fazer


barulho. Lá dentro, há sinais de humanos fazendo barulho enquanto conversavam.
Qualquer guarda parado no meio do caminho ou alguém saindo da sala por
qualquer motivo foi silenciosamente neutralizado no local. Eventualmente, depois
de confirmar que todos estavam em suas posiçõ es planejadas, Kuwabara ordenou
o início do ataque.

As granadas MK3A2, que se assemelhavam a latas de spray, foram lançadas


simultaneamente pelas janelas e portas da sala, e o impacto e a explosã o se
espalharam pelas janelas e portas. O pessoal interpretou isso como um sinal para
entrar com força e quebrar as janelas e portas. Tiros soaram, varrendo o inimigo.

Isso nã o aconteceu apenas nesta sala, pois o caos se instalou em todo o lugar,
tiros e explosõ es de granadas rugiram, criando uma comoçã o alta. Normalmente,
essa comoçã o atrairia a atençã o dos soldados imperiais estacionados nas paredes
adjacentes e chamariam reforços inimigos. Hoje, no entanto, nã o havia necessidade
de se preocupar. Afinal, os pró prios soldados imperiais nã o tinham tempo para se
preocupar com os outros.

O rugido dos jatos cruzando o céu dizia isso a eles.

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Olhando para cima, uma formaçã o de cinco aviõ es de transporte C1
sobrevoava a capital, com inú meras flores verdes pá lidas desabrochando no ar. Os
soldados imperiais apontaram para o céu confuso e apenas perguntaram “O que é
isso?”. A ú nica coisa que podiam fazer era olhar para algo sobre o qual nã o tinham
conhecimento.

paraquedistas, abreviaçã o de tropas que usam pá ra-quedas (alguns livros se


referem a eles como infantaria aerotransportada), assim como seu nome sugere,
eram simplesmente unidades que saltavam de um aviã o com pá ra-quedas nas
costas. Algumas pessoas saltam de pá ra-quedas por esporte, e algumas podem
achar que parece divertido, já que há atraçõ es de bungee jumping em parques de
diversõ es onde as pessoas saltam de lugares altos com tiras de borracha nas coxas
amarradas ao corpo. No entanto, a maioria dos soldados acham que o ato de saltar
de paraquedas é assustador.

Além disso, porque nã o o fazem apenas por diversã o, os paraquedistas estã o


equipados com armas e muniçõ es para lutar quando descem ao solo. Por isso quem
busca a insígnia de paraquedista é treinado para superar esse medo. Esse
treinamento nã o significa que eles nã o tenham mais medo disso. O medo é como
um sistema de alarme que aciona as açõ es necessá rias para a sobrevivência, por
isso é algo que nã o deve ser perdido ou entorpecido. Só se pode cultivar a coragem
para superar o medo.

Para isso, assim como no estudo do cã o de Pavlov, equipado com arneses


antiqueda, os participantes sã o treinados para pular de uma torre de 11 metros
acima do solo, que é a altura em que os humanos sentem medo pela primeira vez,
repetidamente para imprimem os movimentos e açõ es necessá rios em seus
reflexos condicionados. Esta nã o é a ú nica maneira de superar o medo. Todo o
processo que antecede a descida é minuciosamente sistematizado e repetido antes
mesmo da equipe de descida tentar embarcar no transporte.

“Verificaçã o da mochila, verificaçã o do tubo em forma de V, verificaçã o rá pida


do injetor, verificaçã o do cinto, verificaçã o do procedimento de transporte da
mochila, verificaçã o do procedimento de transporte do rifle……”

Antes de embarcar no aviã o, os paraquedistas passam por uma inspeçã o


minuciosa por seu capitã o, revisando seus corpos. Com capacete na cabeça, eles
carregam uma sacola tipo mochila contendo um guarda-chuva de 12m, o
paraquedas de 15,7kg do paraquedista. Além disso, eles também carregam um
paraquedas sobressalente na frente do estô mago em caso de emergência. Por
baixo, penduram o uniforme de combate, como se fosse uma carcela ou um avental
improvisado.

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“Verificaçã o do guarda-chuva principal, verificaçã o automá tica do anel do
cabo, verificaçã o do pino de segurança, verificaçã o do sistema de circuito fechado,
verificaçã o do cabo de ramificaçã o, verificaçã o do cinto traseiro, verificaçã o do
sistema de desprendimento do ombro, verificaçã o do tubo regulador em forma de
V, verificaçã o do cinto torá cico, verificaçã o da bolsa de transporte, segurança do
sistema de desprendimento, verificaçã o do plugue, verificaçã o do gancho
pendurado na barriga, verificaçã o do paraquedas sobressalente, verificaçã o da
vedaçã o do paraquedas sobressalente!”

Ao passar por essas inspeçõ es, os elementos de perigo sã o eliminados tanto


quanto possível, e os paraquedistas podem dizer a si mesmos que o paraquedismo
seria seguro. Resta fazer o que repetiram no treinamento como um reflexo
condicionado. Depois de inspecionar seus equipamentos, eles se deitaram na beira
da pista aguardando a hora de embarcar. Foram eles que ficaram de prontidã o,
esperando com seus equipamentos de 60kg atrá s deles, que Komurazaki chamou
de preguiçosos. O aviã o de transporte se aproximou do alvo.

“Aproximadamente 10 minutos para o alvo!”

À medida que o ponto de entrega se aproximava, o mestre de carga


(transportador de infantaria aerotransportado) abriu a porta. O ar externo soprou
no aviã o e o encheu com um rugido tremendo.

“Prepare-se para pular! De pé!"

Ao sinal do líder do desembarque, os soldados se levantaram e deixaram seus


assentos. A partir de agora, cada um de seus movimentos seria executado de
acordo com as instruçõ es. Nem mesmo uma fungada é realizada sem instruçã o.

“De prontidã o!”

Com a ordem do líder de salto, os soldados engancharam os dedos e


seguraram os anéis de cabo automá tico que se estendiam de seus paraquedas até a
corda que parecia um varal preso ao teto do aviã o. Essa corda puxaria os
paraquedas para fora das mochilas dos paraquedistas.

“Inspecionem seu equipamento!”

Inspeçã o de equipamentos. Inspecionando o anel de cabo automá tico, a tira do


capacete de ferro, o sistema de desprendimento de ombro, o sistema de
desprendimento de peito, a faixa abdominal e o cinto, os soldados começaram a
contagem. Eles também se viraram e inspecionaram o equipamento de seu colega

123
que estava atrá s deles. Se tudo estiver bem, eles dariam um tapa na bunda da
pessoa à sua frente para informá -los.

“Tudo certo.”

Com o sinal transmitido para a frente, foi entã o reportado ao líder do salto

"Fique em posiçã o."

No momento em que a ordem foi dada, os soldados se aproximaram da porta


como homens de negó cios antes de um trem que se aproxima de uma estaçã o
terminal. Com suas malas pesadas nos braços, eles se amontoaram na frente da
porta sem tempo para vacilar e em vez disso, caíram com as pernas rabugentas e
arrastaram os pés para a frente. Todos estã o olhando com a respiraçã o suspensa
para a luz de queda, o sinal dizendo para eles descerem, que ainda está va vermelho
no momento.

Nessa situaçã o, o líder do salto checou o ú ltimo ponto de passagem do cená rio
externo e deu a ordem “se preparem!”. O primeiro paraquedista fica em frente à
porta com vista para o céu e recebe o vento forte que sopra com todo o corpo. A
apenas alguns metros de distâ ncia dos dedos dos pés, nã o há nada além de céu
vazio. O chã o para o qual ele olha está irrealisticamente distante.

"Verde!"

Quando a luz de queda mudou de vermelho para verde, o som de um sino


ressoou.

"Vã o! Vã o! Vã o!"

Da quietude ao movimento. Da espera à mobilizaçã o. Da curvatura ao salto.


Assim como os cã es de Pavlov sã o condicionados a salivar ao som de um sino, os
paraquedistas sã o condicionados a pular no céu com essa deixa. Um apó s o outro,
os eles saltaram de alturas vertiginosas e puxados pela gravidade para uma
posiçã o descendente com as pernas alinhadas e esticadas, eles gritaram “Primeira
descida ~~ Segunda descida ~~ Terceira descida ~~” em voz alta e de partir a
garganta.

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Com o paraquedas arrancado de suas mochilas na descida, eles foram abertos. E
assim, olhando em volta para a magnífica paisagem ao seu redor, eles esperaram o
momento de chegar perto do chã o.

“Sua Alteza, é o inimigo! Inimigos estã o chovendo do céu!”

Ao receber este relató rio, o escritó rio do príncipe herdeiro Zorzal estava em
alvoroço. O Palá cio Imperial, incluindo o gabinete do príncipe herdeiro, situa-se
numa encosta de onde se avista quase toda a cidade imperial. Assim, apenas
olhando pela janela, podia-se ver cinco aviõ es de transporte em formaçã o,
lançando incontá veis paraquedistas como flores flutuando em um lago.

"O que é isso!?"

Os senadores, que se reuniram no início da manhã para discutir como


distribuir os bens que haviam retirado do orçamento dos Cavaleiros e os nobres
pró -paz capturados, olharam para o céu ao ouvir o rugido de cima e ficaram
surpresos com a desconhecida visã o que ali se desenrolou. Quando souberam que
era o inimigo, ficaram horrorizados. O inimigo estava prestes a descer diretamente
para o castelo. O inimigo estava prestes a aparecer diante de seus olhos. Parecia
que eles foram pegos em uma ilusã o. Claro, isso nã o era verdade. As operaçõ es que
utilizam paraquedistas sã o baseadas em uma seleçã o completa do terreno e das
condiçõ es climá ticas do local de lançamento.

“Estava completamente além do senso comum que o inimigo desceria do céu.”

“O Japã o pode espalhar seus soldados do céu!?”

“Isso nã o faz sentido. Eles nã o sã o humanoides alados, entã o nã o deveriam ser


capazes de sobreviver por meio de tal açã o. Deve haver algum engano, faça-os
verificar novamente!”

“O inimigo pode ter uma unidade composta de humanoides alados!”

“O que!? caralho, entã o isso também era possível!”

Zorzal e sua comitiva também foram apanhados no caos dos membros do


Senado. No entanto, um deles falou.

“Nã o, aquela coisa parecida com uma pipa na qual eles estã o pendurados pode
ser uma ferramenta para eles pularem. De qualquer forma, prepare-se para
interceptá -los imediatamente! O inimigo finalmente entrou diretamente na

126
capital.”

“Alteza, vamos nos preparar rapidamente.”

Como se tivesse acabado de perceber o que sua ajudante havia lhe


aconselhado, Zorzal assentiu grandemente.

“Unnn, isso mesmo. Se esse for o inimigo, despache as tropas e esmague-as.


Eles podem estar chovendo dos céus, mas sã o poucos! Traga os nú meros e
distribua-os!”

“Nã o podemos! Nã o temos tempo suficiente!”

No entanto, o pró ximo relató rio que chegou disse a Zorzal que suas ordens
chegaram tarde demais.

“Um esquadrã o inimigo já assumiu o controle do portã o oeste! O portã o havia


sido aberto e o inimigo vinha de fora. Parece que o inimigo já entrou na Capital
Imperial!”

“O-O quê!? Como eles podem ser tã o rá pidos!?”

Na verdade, o ataque foi apenas o resultado de tropas escondidas na Capital


Imperial naquele momento. Olhando pela janela, alguns dos paraquedistas ainda
flutuavam no céu. Já era hora do primeiro grupo descer e se reunir, finalmente
começando a agir como um grupo. No entanto, o atraso nos relató rios os fez sentir
que o inimigo descendente havia atacado e conquistado o Portã o Oeste e começado
a invadir a Capital Imperial. A velocidade era espantosa, mas a insanidade da
situaçã o também os fazia acreditar que isso nã o é estranho se é esse inimigo contra
o qual estã o lutando.

“O que os guardas nos portõ es estavam fazendo!?”

“O inimigo está vindo direto para cá !”

Ao ouvir essa voz gritar tal coisa, um arrepio percorreu a espinha de Zorzal. O
que aconteceria se a Capital Imperial fosse ocupada nesse ritmo? Ele tinha certeza
de que seria capturado. Se fosse capturado pelo inimigo, seria novamente
submetido à humilhaçã o e ao medo daquela época. Nã o, ele podia ser torturado até
a morte desta vez. Os eventos da noite do terremoto passaram pela mente de
Zorzal como um flashback. À medida que a dor e o terror daquela noite voltavam à
mente de Zorzal, o suor frio escorria de todos os poros de seu corpo como uma
cachoeira.

127
“Re- Re- Reú na todas as forças e fortifique imediatamente o castelo!”

Ordenou Zorzal. Nã o, foi mais como se ele gritasse. Mas para sua comitiva,
parecia um raio de luz dentro da escuridã o caó tica ao seu redor. Sim, o Palá cio
Imperial deve ser protegido. Foi exatamente como ele disse. Suas mentes só
podiam se concentrar em tal pensamento.

“S-Sim!”

A comitiva imediatamente começou a correr. Mesmo assim, para os olhos


injetados de Zorzal, seus movimentos pareciam infinitamente lentos. Os ajudantes
falavam com os mensageiros, dando-lhes as ordens que deviam transmitir. Entã o, o
mensageiro começou a correr. Eles pareciam estar fazendo o possível para correr,
mas quanto tempo levariam para chegar ao seu destino? Também levaria algum
tempo para os soldados que receberam a ordem iniciarem suas açõ es. Além disso,
quanto tempo eles levarã o para chegar ao Palá cio Imperial e fortalecer sua defesa?
Quanto mais ele pensava sobre isso, mais tudo parecia tã o malditamente lento.

A cada poucos segundos, em sua frustraçã o, ele perguntava a sua comitiva se


os soldados já haviam se reunido, mas eles só podiam pedir que esperasse.

“Eles sã o lentos! Muito devagar!"

Zorzal gritou. A mente de Zorzal estava tomada pelo pensamento de que o


inimigo estaria aqui antes que eles pudessem chegar.

“Oi! Reú na todos os soldados! Reú na todas as tropas na Capital!”

“P- Porém, se chamarmos os guardas designados nos portõ es, ainda vai
demorar bastante para reuni-los. Também deixará a Capital Imperial
desprotegida.”

“Eu nã o ligo! O inimigo já invadiu a Capital! Qual é o sentido de proteger as


paredes externas agora!? Basta reunir os soldados agora! Pressa!”

O inimigo está chegando. Eles já estã o aqui. E eles estã o vindo em direçã o a
eles. O som dos sapatos dos inimigos ressoava claramente nos ouvidos de Zorzal,
mesmo que isso fosse algo que ela nã o conseguia ouvir. Sendo assim, ele nã o podia
mais ficar parado. Ele nã o podia simplesmente ficar ali e esperar que o inimigo
chegasse em um lugar tã o desguarnecido e sem pensar, sentou-se em seu assento.

“Isso nã o vai funcionar.”

128
No entanto, uma voz surpreendentemente ressonante condenou a açã o de Zorzal.

“T- Tyuule.”

Antes que ele percebesse, Tyuule estava atrá s dele.

“Sua Alteza, talvez você esteja pensando em fugir sozinho? Você nã o faria isso,
faria?”

O que foi que ela disse!? Ele, o príncipe herdeiro Zorzal, estava tentando
escapar!? O cabelo de Zorzal se arrepiou com sua observaçã o. As palavras de
Tyuule estavam atropelando seu orgulho como monarca. No entanto, o que ela
disse a seguir, cheio de uma frieza gélida, dissiparam instantaneamente a raiva de
Zorzal.

“Sua Alteza é atualmente a pedra angular do reino. Se você fugisse, o Império


nã o conseguiria se manter de pé. Claro, se você nã o se importa em abandonar sua
posiçã o como o pró ximo imperador, seu orgulho como príncipe herdeiro e tudo
mais, você nã o precisaria se sentar neste assento solitá rio e aterrorizante, embora
eu nã o consiga imaginar alguém tã o orgulhoso. como Vossa Alteza escolhendo
fazer isso. Ufufu.”

“Eu-eu sei. Eu só me levantei para checar o inimigo.”

Acenando com a mã o, Zorzal falou em um tom que parecia questionar o que


Tyuule estava dizendo, antes de caminhar até a janela. No entanto, Zorzal estava
rangendo os dentes por dentro. Seus braços e pernas estavam tensos e ele sentia
como se estivesse perdendo a força nos joelhos. Tyuule, que estava seguindo atrá s
dele, continuou com uma expressã o vazia no rosto.

“Tudo isso me lembra algo de muito tempo atrá s. O povo da minha terra natal
lutava fervorosamente contra o inimigo, mas aqueles aliados supostamente ferozes
pareciam tã o lentos. Ufufufu, pensando nisso de novo, foi bastante ridículo da
minha parte. Todo mundo estava lutando tanto, mas só eu, que estava em um lugar
seguro, estava com tanto medo, tã o insegura, que escapei do forte com a desculpa
de me sacrificar pela minha tribo.”

“E-eu entendo. Entã o isso aconteceu.”

“Sim. Eu me pergunto como eles estã o todos agora? Eles estã o saudá veis e
bem?”

129
“Nã o sei……”

“De qualquer forma, Vossa Alteza nã o deve se mover sem motivo. Tudo neste
país se move à sua vontade. Mesmo que o inimigo venha aqui, Vossa Alteza deve
ficar. Você pode pensar que deve fazer algo a respeito, mas tais pensamentos sã o
apenas meios para sair da situaçã o. Segui-los geralmente leva a resultados ruins.”

“Eu- eu sei disso. Como você ousa falar com um tom tã o arrogante comigo!?”

Zorzal se virou e deu um tapa em Tyuule. O instrumento que deveria estar


tocando sons suaves de repente começou a emitir grunidos, fazendo-o sentir como
se estivesse ouvindo unhas arranhando uma placa de aço. Ele queria se livrar de tal
desconforto. Caindo de ná degas com um grito, Tyuule esfregou a cabeça no chã o.

“Ufufufufu, minhas desculpas. Eu falei fora de mim. Vossa Alteza obviamente


estaria ciente disso. Fufufu. Um precedente tolo de que estou ao seu lado, afinal.

Zorzal ficou intrigado com a transformaçã o de Tyuule. Qual era o problema


com ela? Se ele tivesse postura suficiente para pensar sobre esse assunto, ele
poderia ter prestado mais atençã o a Tyuule. No entanto, Zorzal nã o teve
compostura para pensar tã o à frente. Ele apenas sentiu um gosto ruim, uma
sensaçã o agradá vel em sua mente, mas decidiu deixar por isso mesmo.

“D- De qualquer forma, vou seguir o seu conselho. É isso mesmo, eu nã o


deveria ter ficado chateado com algo assim.

“Você está certo, sua Alteza.”

“Eu sei. É isso mesmo, foi como você disse ...... No entanto, droga!”

De alguma forma, conseguindo firmar suas pernas trêmulas, Zorzal


aparentemente olhou para o inimigo que se aproximava. No entanto, quando mais
inimigos apareceram a céu aberto, a fonte de coragem que Zorzal havia tã o
desesperadamente bombeado pareceu morrer de uma vez. Como se tivesse
perdido toda a força nas pernas, sentou-se e apontou para fora da janela.

“O-O que diabos é aquilo?”

Liderados por um grande helicó ptero chamado Chinook, um grande grupo de


helicó pteros chegou.

******

130
Na prisã o de Basson, os nobres pró -paz que haviam sido libertados do
cativeiro estavam prestes a embarcar nos veículos que vinham buscá -los. Essas
caruagens foram recolhidas pelos bandidos de Akusho, distribuindo moedas de
ouro para eles. Por isso, os veículos eram todos iguais aos usados para transportar
terra e areia, verduras, etc. Alguns deles até tinham um fedor que indicava
claramente que haviam sido usados para transportar excrementos, e os nobres de
alto escalã o relutavam em usá -los.

“O que, é muito melhor do que estar nesta prisã o. Tendo morado neste lugar,
sei do que estou falando.”

O Volralden, que fazia o papel de cocheiro, encolheu os ombros. Só de olhar


para ele, pode-se dizer que ele era um bandido ou vivia uma vida semelhante a
uma. Ainda assim, ele estava vestido com mais cuidado do que aqueles que foram
presos ali. Foram 300 pessoas resgatadas, incluindo os senadores pró -paz e seus
familiares e parentes, mas a maioria estava tragicamente suja. O fato de que a
maioria deles estavam tã o imundos mostrava como foram maltratados aqui.
(T/N: Volralden são aqueles animais parecidos com lobisomens.)

“O vocês agora combinam muito bem.”

“Eu entendo. Nã o pode ser evitado. Nó s realmente nã o temos escolha.”

Assim, todos entraram nos vagõ es.

“Há espaço suficiente para todos. Nã o entrem em pâ nico, nã o empurre os que


estã o à sua frente, mas, por favor, se apresse.”

Kurata, Tomita e os outros membros da Terceira Equipe de Reconhecimento


lideravam as pessoas, gritando instruçõ es. Todos eles eram muito habilidosos,
como se sua experiência na aldeia de Coda tivesse sido bem aproveitada. A pessoa
alada Mizari e suas colegas prostitutas parecem ter sido recrutadas para ajudar, e
elas estavam no assento do cocheiro. A Harpia Tyuwal, que desempenhou um
papel ativo na previsã o do terremoto, também estava lá .

“Vamos, senhor ali. Nã o fique aliviado só porque você já entrou na carruagem,


dê um pulo. Essa sua barriga gorda está impedindo os outros de entrar! Ninguém
mais pode subir!”

“Ah, nã o~!”

Mizari ergueu uma de suas belas sobrancelhas ao ouvir o grito de Tyuwal.

131
“Ei você aí! Onde você pensa que está tocando!? Minha nossa.”

Alguns homens pareciam aproveitar o quã o apertados eles estavam sentados


para estender a mã o e tocar os corpos das meninas. Pode ser que eles sejam
originalmente assim, ou talvez seja apenas o recuo de sua abstinência na prisã o.

“Se é isso que você quer, deixe para o horá rio comercial! Eh? Onde? Fica na
cidade de Melno. Se você realmente vai vir, eu vou te dar um trato. ……Ara,
senhora? Por favor, faça nã o cara feia para mim assim......”

Pensando “Nã o anuncie nosso negó cio de prostituiçã o aqui”, Kuribayashi se


virou para ver se alguém estava tendo problemas para entrar no vagã o. Entã o, ela
viu uma senhora familiar parada ali com um sorriso no rosto.

“Ah, dona Cícero!”

"Meu meu minha! Kuribayashi! Entã o foi você quem veio atrá s de nó s!

A Dona Cícero abraçou Kuribayashi com um grande sorriso no rosto. As duas


conversaram com relativa frequência desde a festa no jardim nos arredores da
Capital Imperial. Quando abraçada pela robusta Sra. Cícero, parecia que a pequena
Kuribayashi seria derrubada por seu abraço. No entanto, a espessura dos mú sculos
de Kuribayashi estava em um nível diferente da Sra. Cícero, entã o ela se manteve
firme em seus pés e se manteve fixa no lugar.

“Graças a você, estamos salvos. Obrigado.”

“Nã o, nã o, estamos apenas cumprindo nossa missã o. Seu marido está bem?

“Sim. Ele está ali.”

A sra. Cícero apontou para o marido, que conversava com Tyuwal com um
sorriso lascivo no rosto.

“Você sabe como nosso sobrinho se juntou ao governo do príncipe herdeiro


depois de voltar do Japã o, certo? Por isso, mesmo aqui, a gente se acomodou um
pouco melhor. Comida, por exemplo. Acho que estamos um pouco melhor do que
os outros. No entanto, acho que é por isso que ele é um pouco enérgico. Vou
estrangulá -lo mais tarde.”

“N- Nó s nos certificamos de salvar sua vida, entã o seria ó timo se você pegasse
leve com ele.”

132
Com essas palavras, Kurabayashi conduziu Dona Cícero até uma das carroças.
Kuribayashi levantou facilmente a corpulenta Sra. Cícero e a sentou na parte de
trá s. Ela segurou a Sra. Ciceron nos braços e a carregou para dentro... Nã o, é mais
como se ela a tivesse puxado para lá .

“Desde que vocês chegaram à prisã o, devo presumir que o Império está
perdido?”

“Nã o, nó s apenas viemos aqui para resgatar todos vocês.”

“Resgate, você diz, mas para onde você está nos levando? Talvez, em direçã o
ao Japã o?”

“Será problemá tico se os levassemos para o Japã o, entã o, por enquanto, vamos
evacuá -lo primeiro. Depois disso, decidiremos o que fazer depois de ouvir seus
desejos.”

“Isso é lamentá vel. Se houvesse uma oportunidade, eu gostaria de visitar o


Japã o.”

“Eu te daria boas-vindas entã o. Quando chegar a hora de você visitar, eu te


mostrarei. Há muitos lugares interessantes para onde poderíamos ir.”

“Sim, estou contando com isso. Estou ansiosa por isso.”

Com um sinal de Kuribayashi, a carroça começou a se mover. Quando a


carroça partiu, a sra. Cícero continuou acenando com a mã o até Kuribayashi sumir
de vista. A fila de carroças saindo da Prisã o de Basson saiu da Capital Imperial pelo
Portã o Oeste. A maioria dos cruzamentos ao longo de sua rota era fortificada por
JSDF camuflado, e nenhuma sombra de um soldado imperial era vista. O Capitã o
Paraquedista, Major General Sabae, estava a pé pelas ruas da Cidade Imperial,
escoltado pelo Coronel Kengun e um pelotã o de fuzileiros. Vendo a aparência
miserá vel da linha de carroças que transportavam a facçã o pró -paz e sua família,
ele franziu a testa.

“Alguns dos vagõ es parecem bem frá geis. Eles chegarã o ao ponto de
encontro?”

“Nã o sei se eles chegarã o ao ponto de encontro, mas deve ficar tudo bem.
Parece haver muitas peças sobressalentes que poderíamos usar.”

Verificando seu bloco de notas, Kengun respondeu.

133
“Entã o, como está a situaçã o?”

Em resposta à pergunta de Sabae, Kengun começou seu relató rio sobre a


situaçã o com um mapa em mã os.

“O DZ será garantido como ponto de rali pela 401ª Companhia. Tudo segue
dentro do previsto, inclusive a supressã o da via de entrada da Cidade Imperial e
dos meios de transporte. A essa altura, a 11ª Companhia deveria ter chegado ao
Palá cio de Jade.”

Kengun recebeu o comando da operaçã o. O Capitã o Paraquedista, Major


General Sabe, também confiou todo o comando de campo a Kengun, que estava
familiarizado com a situaçã o na Regiã o Especial e tinha experiência real em
combate. Ele era apenas um comandante de “faxada” e deixou os detalhes para
seus subordinados. O fato de Kengun ter sido Capitã o Paraquedista da 4ª Brigada
Aerotransportada era outro motivo de sua confiança.

O objetivo dessa operaçã o era resgatar a facçã o pró -paz na Capital Imperial.
Se planejassem ocupar a Capital, poderiam ter mobilizado todas as aeronaves,
helicó pteros e veículos disponíveis e simultaneamente, atacado a Capital Imperial.
Mas por razõ es políticas, isso nã o era possível no momento. O governo restringiu a
operaçã o ao controle temporá rio e limitado da á rea para fins de resgate, e eles
tiveram que evacuar o mais rá pido possível. Além disso, a fim de evitar baixas civis,
o bombardeio aéreo e de artilharia de á reas urbanas é proibido. Além disso, eles
têm mais de 300 pessoas para resgatar. Os dez grandes helicó pteros atualmente
disponíveis só poderã o transportar os civis.

“O importante nessa operaçã o nã o sã o os nú meros, mas a velocidade. E


conheço apenas uma unidade que pode atender a esse pedido.”

O Comandante Supremo da Unidade de Despacho da Regiã o Especial, Hazama,


afirmou isso. E assim, a 1ª Brigada Aerotransportada e a 4ª Brigada
Aerotransportada foram mobilizadas.

“Estamos prontos para partir sempre que a ordem for dada. Mas como
estamos lutando em um lugar onde nunca estivemos, contra um adversá rio que
nunca vimos, devemos manter os olhos voltados para o inesperado. Para evitar
isso, precisamos de alguém que conhesa a situaçã o local. De preferência alguém
com conhecimento em primeira mã o sobre os altos e baixos do local real.”

O Capitã o Pá ra-quedista Sabae fez esse pedido e Kengun foi chamado para
atendê-lo. “Você vai fazer isso, certo?” perguntou Sabae, ao que Kengun respondeu
com “Estou tã o feliz, estou em lá grimas”. Além dos paraquedistas, também

134
estiveram envolvidos nesta operaçã o a 41ª Companhia do 4º Regimento de
Combate, liderada por Kengun, e membros do Grupo de Forças Especiais, e as 2ª,
3ª e 4ª Equipes de Reconhecimento, que se encontravam escondidas na Capital.

O procedimento envolveu duas Companhias de paraquedistas (excluindo o


pelotã o de morteiros) que desceram nos arredores da Capital Imperial. Quase ao
mesmo tempo, os paraquedistas que estavam escondidos na Capital Imperial
garantindo-lhes uma rota de entrada. Entã o, a partir daí, os paraquedistas
atacariam a Capital Imperial e libertariam o Palá cio de Jade e a Prisã o de Basson.
Enquanto isso, helicó pteros de médio porte da 401ª Companhia, liderados pelos
tenente-coronel Youga. E Chinooks, um helicó ptero de grande porte, protegeriam o
ponto de encontro e trariam veículos, inclusive os de alta mobilidade. Os civis
resgatados escapariam para os arredores da Cidade Imperial nos Chinooks e
helicó pteros que foram esvaziados apó s o desembarque desses veículos, que
seriam conduzidos pelos paraquedistas no retorno à base por terra.

“Comunicando. A luta começou no Palá cio de Jade. Fora isso, nã o há


resistência inimiga. É tã o silencioso que é quase perturbador.”

O 1º Ten Yufuin, responsá vel pelas informaçõ es, acrescentou ao relató rio do
1º Ten Toyohira, apontando para o céu.

“De acordo com as informaçõ es provenientes dos helicó pteros de observaçã o,


o exército Imperial parece estar movendo todas as suas forças defensivas em
direçã o ao Palá cio Imperial. Eles devem ter pensado que iríamos atacar
diretamente o castelo.”

“Eu vejo. Entã o eles ficaram tã o surpresos que correram para suas tocas,
hein.”

Kengun assentiu. Quando você é atacado por um inimigo de força e propó sito
desconhecidos, nã o é errado fugir e preservar suas forças. A questã o é se isso foi
feito com base no julgamento racional ou na açã o emocional e reflexiva. Um
comandante que seja capaz de tomar uma decisã o rá pida de recuar com base num
julgamento racional será mais rá pido a lançar um contra-ataque. Kengun nã o
esperaria que o inimigo fosse um idiota.

“Quando o inimigo perceber o que estamos procurando, eles definitivamente


saltarã o simultaneamente. Faça-os se apressarem.

Kengun gritou isso para o primeiro-tenente Toyohira, que entã o olhou para o
major-general Sabae.

135
“Capitã o, você vai para o Palá cio de Jade. Espero uma resistência específica
desse lado.”

“Eu entendo. Depois, assumirei o comando da evacuaçã o dos refugiados em


direçã o ao ponto de encontro. Kengun, nã o julgue mal a hora de sair, ok?”

Depois que Sabae disse isso a Kengun enquanto lhe dava tapinhas no ombro,
ele pulou em uma carroça cheia de civis saindo da Capital Imperial.

******

Uma batalha feroz estava acontecendo nas florestas ao redor do Palá cio de
Jade. Os 1.200 Guardas Imperiais que foram convocados para atacar o Palá cio
cercaram os 300 Cavaleiros que o guardavam e foram, portanto, pegos pela
retaguarda por uma ú nica unidade de paraquedistas que tinha ido libertar o
Palá cio de Jade. A batalha tornou-se um banho de sangue unilateral, com membros
da 11ª Companhia disparando tiros de 5,56 mm de seus rifles Type-89 com cano
refrator nas tropas imperiais, que haviam alinhado seus escudos para formar uma
parede desde o início da batalha. Os escudos da Guarda Imperial, que eram apenas
finas placas de aço esticadas sobre uma folha de madeira, ainda eram incapazes de
bloquear balas que pudessem penetrar placas de aço de 10 milímetros de
espessura. Mesmo assim, os oficiais e soldados do Império nã o recuaram nem um
ú nico passo, mas avançaram lenta e firmemente, morrendo numa enxurrada de
mortes. Vendo seus inimigos tã o despreocupados com suas baixas, as tropas
sentiram um arrepio estranho percorrer suas espinhas.

“4ª Equipe, dê a volta pela direita! Atiradores, apontem para aqueles que
usam uniforme preto! Quando os seus dirigentes políticos se forem, certamente
desmoronarã o. Nó s daremos coberturas até entã o, entã o continuem atirando!”

Julgando que seria necessá rio muito trabalho para romper o nú mero de
inimigos, o Capitã o do 2º Pelotã o ordenou que seu esquadrã o de fuzileiros,
liderado por um jovem sargento, desse a volta e fizesse um ataque de flanco.

“O Capitã o de pelotã o, com certeza, está muito entusiasmado hoje.”

“Afinal, é sua primeira batalha real. Ele deve estar muito animado!

Enquanto trocavam tais comentá rios casuais, as flechas dos Guardas Imperiais
choveram sobre as cabeças de suas tropas. Os Imperiais haviam diminuído a
distâ ncia para o ataque e antes que as tropas percebessem, estavam bem dentro do
alcance das flechas. Vá rios membros das tropas foram perfurados por flechas e
gritaram por socorro. Sua armadura era forte o suficiente apenas para protegê-los

136
de estilhaços, mas parecia ser suficiente para evitar ferimentos fatais.

“Isso dó i! Isso dó i!”

“Droga! Médico! Médico!”

Em resposta aos seus apelos, aqueles que estavam em boa forma retiraram os
feridos para trá s de uma á rvore.

“Nã o puxe a flecha. Mantenha-o no lugar e amarre a lateral do tronco com uma
bandagem de pressã o. Se a flecha atrapalhar ao se mover, quebre-a ao meio e
remova-a posteriormente. Nã o corte na base, deixe o suficiente para uma pessoa
agarrar!”

O Capitã o do Pelotã o parou um integrante que estava prestes a arrancar a


flecha do corpo de seu aliado. As flechas da Guarda Imperial geralmente têm
pontas farpadas, entã o tentar retirá -las só piorará o dano aos tecidos do corpo.
Além disso, a conexã o entre a haste e a ponta estava muito frouxa, entã o havia o
risco de deixar a ponta dentro do corpo se fosse puxada à força. Portanto, quando
uma ponta de flecha perfurava profundamente um membro, os médicos militares
da Regiã o Especial, como os do Império, golpeavam a ponta da flecha com um
martelo ou algo semelhante para penetrá -la intencionalmente e extraí-la do corpo,
e entã o tratá -la posteriormente. É claro que nã o há necessidade de o JSDF fazer tal
coisa. Se os feridos forem devolvidos a um ambiente onde a cirurgia incisional
possa ser realizada, eles nã o precisarã o fazer algo tã o arriscado. Aliá s, amarrar a
haste (á rea pró xima ao nú cleo) é para estancar o sangramento e também para o
caso de a ponta da flecha estar coberta de veneno.

Os médicos correram para o local e arrastaram o homem ferido para fora. Os


outros membros da equipe também recuaram temporariamente para escapar do
alcance das flechas. Porém, como se tivessem visto isso como um sinal de medo do
JSDF, os soldados imperiais avançaram simultaneamente, diminuindo a distâ ncia
até que pudessem ver claramente. Expressõ es um do outro. Eles estavam tentando
chegar perto o suficiente para entrar em combate corpo a corpo. As tropas,
equipadas com rifles Type-89 e auxílios de mira, combinaram seus retículos
vermelhos com os dos soldados imperiais que avançaram e os dispararam com as
armas em modo de rajada.

No entanto, os soldados imperiais passaram por cima dos cadá veres de seus
camaradas. Vendo que simplesmente atirar neles nã o os levaria a lugar nenhum, as
tropas tentaram desencorajar a Guarda Imperial com granadas de mã o. No
entanto, eles só conseguiram matar alguns deles. Granadas de mã o dificilmente sã o
uma arma eficaz contra soldados imperiais que estã o armados com escudos e até

137
usavam os corpos de seus camaradas como defesa. As imagens de vá rias pessoas
sendo explodidas por uma ú nica granada de mã o em filmes e outros meios de
comunicaçã o eram meros exageros. No entanto, eles conseguiram deter o avanço
da Guarda Imperial, e o impacto das explosõ es os deteve.

“Use o lançador de granadas.”

Depois que uma granada de rifle Type-06 foi instalada na boca de sua arma,
eles a lançaram uma apó s a outra no centro da multidã o de soldados imperiais. A
explosã o fez com que as pessoas no centro das linhas inimigas caíssem como
dominó s. Mas mesmo assim, os Guardas Imperiais mostraram sua vontade de
preencher as lacunas nas fileiras e avançar lentamente.

“Esses caras sã o incríveis.”

Enquanto trocavam as recargas, os paraquedistas nã o puderam deixar de


exclamar de espanto. Naquele momento, um dos atiradores avistou um homem de
preto entre os olhos, no final da linha das tropas imperiais, em posiçã o deitada com
sua mira. O rifle de precisã o antipessoal abriu fogo e espalhou massa cerebral, o
membro da Oprichnina caiu e o outro comeu poeira.

Nesse momento, o inimigo, que até entã o tinha demonstrado uma vontade de
lutar semelhante à do aço e vinha dificultando as coisas para a JSDF, de repente
caiu em desordem. Eles fugiram num piscar de olhos, como aranhas se espalhando
pelo movimento de uma vassoura. Como alguém deveria descrevê-lo... O inimigo
desapareceu diante de seus olhos. Perdido. Sumiu sem deixar vestígios.

Vendo tal situaçã o, o Capitã o do 4º Pelotã o que havia feito um desvio para
atacar o inimigo pela lateral, “Arehh, para onde foi o inimigo?”, eles comunicaram
pelo rá dio. Fixando sua localizçã o, o Capitã o do 2º Pelotã o levantou-se e falou.

“Vamos para o pró ximo! Ainda há inimigos por aí! Fique em guarda!

O canto do Império que havia sitiado fortemente o Palá cio de Jade foi assim
isolado.

“Cavaleiros, montem em seus cavalos! Juntar!”

Vendo um dos lados do inimigo desabar, Bozes viu nisso uma oportunidade de
vencer a guerra. Este buraco no cerco era o ponto fraco do inimigo. Imediatamente
depois, mais de cem cavaleiros alinharam-se com seus cavalos.

“Beefeater! Vamos!”

138
“Entendi!”

Saindo de posiçã o, Bozes montou em seu cavalo e lançou um ataque de


cavalaria, mostrando a verdadeira especialidade dos Cavaleiros. A principal tarefa
de uma cavalaria é derrotar o inimigo utilizando o poder de ataque do cavalo. Os
cascos rasgaram a terra e soltaram um rugido estrondoso enquanto avançavam. A
cavalaria entrou imediatamente na floresta pelo buraco da rede circundante. A
cavalaria entã o fez um amplo desvio e se posicionou em forma de cunha.
Eventualmente, eles saíram da floresta. Com seus luxuosos cabelos dourados
esvoaçando ao vento, Bozes desembainhou a espada e gritou.

“Atacaaar!”

Com ela mesma como uma ponta de flecha dourada, eles atacaram as costas
tenras dos soldados imperiais.

“Pisem neles!”

Com um impulso esmagador, os Cavaleiros atingiram os oficiais e soldados


imperiais, como uma onda que varria tudo em seu caminho. Assaltados de uma
direçã o que nã o esperavam, os soldados imperiais foram lançados voando, como
se tivessem sido atingidos por um enorme martelo.

“N-Nã o fuja! Mantenha-se firme!”

O membro da Oprichnina vestido de preto continuou a gritar.

“Onde você pensa que está indo!?”

Agarrando um dos soldados imperiais pelo colarinho enquanto ele tentava


fugir, ele tentou manda-lo de volta para a frente. No entanto, enquanto ele
capturava um deles, mais e mais soldados imperiais escapavam, saindo de ambos
os lados. Entã o, os cavaleiros atacaram sem diminuir a velocidade.

Depois que tudo passou, só restou uma pilha de cadá veres caídos no chã o,
esmagados e irreconhecíveis. Da posiçã o dos Cavaleiros defendendo o Palá cio de
Jade, aplausos gritando “Bozes! Bozes!” soaram quando os cavaleiros evadiram o
inimigo. A JGSDF e os Cavaleiros lançaram involuntariamente um excelente ataque
coordenado. Os paraquedistas entraram nas feridas abertas pela cavalaria e
arrancaram. Isso permitiu que a cavalaria corresse livremente no meio dos
soldados imperiais sem se preocupar em ser cercada.

139
As tropas imperiais sitiantes estavam agora em pedaços como um leque cujo
parafuso principal foi removido, incapazes de continuar o combate organizado. No
momento em que o exército de Kengun e seus subordinados chegaram ao Palá cio
de Jade, a batalha já havia mudado para uma varredura esporá dica. Os soldados
imperiais perderam a vontade de lutar e se espalharam. Havia alguns raros que
ainda tentavam lutar contra eles, mas sua bravura individual nã o era mais
suficiente para reverter a situaçã o. Kengun ordenou a seus subordinados que
verificassem as vítimas e entrou no Palá cio de Jade, onde o vice-ministro Shirayuri
e os demais políticos esperavam. No entanto, o que viu ali nã o foi o interior
luxuoso que recebia hó spedes estrangeiros, mas um hospital de campanha onde os
feridos jaziam em espaços apertados e o cheiro de sangue e remédios se misturava.

“O que é isso?”

Kengun ficou chocado porque a maioria dos feridos eram velhos soldados ou
mulheres jovens. Como a maioria dos oficiais do sexo masculino foram retirados
para reconstruir o exército imperial, a Ordem dos Cavaleiros era composta por
jovens oficiais do sexo feminino e soldados de meia-idade ou mais velhos. O
nú mero de feridos refletia exatamente essa proporçã o.

“Posso entender que os velhos soldados estejam aqui. Isso significa apenas
que eles tinham muitos veteranos. No entanto, há até meninas que ainda nã o têm
idade suficiente. O que há com esta Ordem dos Cavaleiros?”

“Isso talvez seja uma forma indireta de nos criticar?”

A voz chamando por trá s de Kengun o fez se virar e responder.

“Nã o, isso nã o era para ser uma crítica, também temos mulheres nas nossas
fileiras. É que nã o suporto ver todas essas meninas feridas enfileiradas. Como
homens, claro.

A visã o de tantas mulheres feridas em batalha é dolorosa demais para um


homem assistir. Uma mulher loira que parecia ser a comandante estendeu a mã o
sem luva para Kengun. Seu braço e ombro estavam enfaixados e escorria sangue.
Foi uma visã o que mostrou à primeira vista que ela estava no meio de uma batalha
feroz.

“Já faz um tempo, Coronel Kengun.”

“Você era... Bozes-san, certo?”

Kengun apertou a mã o de Bozes. Ele encontrou Bozes vá rias vezes durante

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seu treinamento de idiomas em Alnus. A mã o dela era muito esbelta e elegante,
mas quando ele a apertou, a palma estava coberta de calos grossos. Ao tocá -las, até
Kenjun teve que admitir que, apesar das aparências, aquelas mulheres eram
guerreiras.

“Eu sou o Beefeater.”

Ele entã o apertou a mã o da bela disfarçada de homem ao lado de Bozes.

“Hum? Já encontrei você em Alnus antes?”

“………………..”

Beefeater nunca tinha estado em Alnus e nã o conseguia entender japonês. Por


causa de seu temperamento, ela nã o conseguia entender essa arte que Piñ a e Bozes
gostavam, entã o ela nã o percebeu a necessidade do programa de treinamento de
idiomas e nã o ingressou, concentrando-se em suas funçõ es. Portanto, embora
tenha se apresentado, nã o conseguiu trocar as saudaçõ es que a acompanhavam,
sendo necessá rio que Bozes traduzisse e ajudasse na comunicaçã o.

“Beefeater disse “É uma honra conhecê-lo, Capitã o Kengun”.

"Entendi. É uma honra conhecer você também. Agora, Bozes-san, vou direto
ao ponto. Estamos agora saindo da Capital com os civis. O que a sua Ordem dos
Cavaleiros fará depois disso?

Os olhos de Bozes se arregalaram, parecendo bastante surpresos.

“Sua equipe nã o tem intençã o de ir em direçã o ao Palá cio Imperial?”

“Sim. Viemos aqui apenas para uma missã o de resgate. Partiremos


imediatamente.”

Entã o, Bozes murmurou baixinho algo no idioma local da Regiã o Especial.

“Isso nã o é bom. Eu esperava que eles simplesmente tomassem o Palá cio


Imperial.”

Ao ouvir isso, os olhos de Beefeater se arregalaram em descrença.

“Nã o, nã o, nã o, nã o, nã o, isso nã o é ruim, Bozes? Isso significaria uma


ocupaçã o estrangeira do Império.”

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“É verdade, mas se for para a segurança da Princesa Piñ a, nã o há como evitar.
Além disso, já nos tornamos inimigos do Império. Você nã o percebeu isso?
Enquanto Sua Alteza Zorzal governar , nã o haverá lugar para nó s aqui.”

“Errr… No entanto, eu nã o queria…”

“Mesmo que você nã o quisesse, isso nã o importa. Os varredores virã o agora


para nos prender e nã o teremos bases legais para nos opormos a eles. Afinal, os
enviados já haviam partido.”

“Ei, ei, ei, entã o, o que? Seremos enviados para a prisã o de Basson?”

“Eu nã o sei… Depois de algo assim, eles podem nã o se preocupar em prender e


nos permitir comparecer ao tribunal. Eles podem até nos executar no local.”

“O que!? Mas por que!?”

“Nã o tem como evitar. Desafiamos a vontade de Sua Alteza Zorzal.”

“No entanto, fomos ordenados pelo Imperador.”

“Sim, essa foi a coisa certa a fazer. No entanto, isso nã o tem nada a ver com
Sua Alteza Zorzal.”

Kengun nã o teve escolha senã o olhar perplexo quando as duas de repente


começaram a discutir. Ele pensou em deixá -las discutindo sobre algo que nã o
conseguia entender, mas logo Bozes falou.

“Capitã o Kengun, o caminho para fora da Cidade Imperial está protegido?”

“Sim. O inimigo nã o fez nenhum movimento importante até agora.”

“Entã o, eu tenho um pedido. Gostaria que você acompanhasse os Cavaleiros


fora da Capital.”

"Sim está bem. Isso era o que está vamos planejando o tempo todo. No entanto,
o que você fará depois disso?”

“Vamos para o territó rio do Conde Formal.”

“Entã o. Para Itá lica, hein.”

“Sim. Eu também tenho mais um pedido.”

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“O que é?”

“Eu gostaria que você cuidasse de todos os feridos aqui. Nã o temos escolha a
nã o ser deixá -los aqui.”

Kengun olhou para os soldados feridos caídos no chã o e assentiu.

“De fato, suponho que sim. Com tantos feridos, será difícil movê-los. Tudo
bem, eu entendo. Ficaremos com a custó dia de todos eles. Vamos levá -los para
Alnus para tratamento.”

“Isso seria exelente.”

Naquele momento, o 1º Ten Toyohira perguntou.

“Coronel, tudo bem? Nã o conseguiremos carregar todos eles nos chinooks.”

“Está tudo bem. Os feridos graves podem ser transportados por via aérea e os
feridos relativamente leves podem ser transportados por terra. Os carros vã o ficar
um pouco lotados, mas como vamos deixar as mulheres andarem, duvido que os
jovens reclamem.”

Entã o, Beefeater, que parecia ter algo a dizer a Kengun, começou a falar sem
parar.

“Só quero ter certeza, mas esses caras nã o serã o prisioneiros de guerra, certo?
Olá , Bozes. Traduza para mim.”

Mesmo que ela nã o achasse que isso fosse algo que precisasse ser perguntado,
Bozes apenas suspirou e traduziu. Como isso a lembra de um erro que cometeu há
algum tempo, ela nã o gosta de tocar nesse assunto.

“Como já lhe disse, o nosso país trata os prisioneiros de guerra com


humanidade. Além disso, todos vocês aqui foram feridos lutando para proteger os
japoneses. Vocês nã o serã o considerados prisioneiros de guerra e serã o tratados
de acordo.”

Entã o, dizendo “Estou aliviada agora, você parece um cara legal!”, Beefeater
deu um tapinha no ombro de Kengun. Kengun nã o sabia se deveria ficar ofendido
ou satisfeito com a atitude tã o descontraída de uma garota tã o jovem que poderia
ser descrita como sua pró pria filha, mas ele simplesmente deixou isso de lado por
enquanto e se voltou para Bozes.

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“Bem, entã o vamos para o ponto de encontro rapidamente.”

“Sim. Todos estã o sob seus cuidados. Beefeater, vou deixar o resto para você.”

“O resto? Por quê?”

Bozes falava como se ela nã o fosse com eles.

“Você está deixando as coisas comigo? O que você vai fazer?”

“Nã o posso deixar a Princesa Piñ a aqui, entã o vou buscá -la.”

Ouvindo o que Bozes estava prestes a fazer, “V-Você é um idiota!?”, Beefeater


gritou.

“Eu nã o me importo se você me chamar de idiota. O que eu quero é que você


entenda!

“Nã o diga o impossível, Bozes. Nó s nem sabemos onde a princesa está .”

“No Palá cio Imperial, é claro.”

“Entã o, a questã o é: onde ela está no enorme Palá cio Imperial? Nã o é possível
resgatá -la facilmente!”

“Mesmo que seja isso, nã o posso simplesmente abandonar a princesa.”

“Espere… Entã o, e a Ordem dos Cavaleiros? Você simplesmente vai nos


abandonar!? O que vamos fazer depois disso!?”

Beefeater apontou para os generais dos Cavaleiros, cujo nú mero foi reduzido
para quase a metade. Os feridos já haviam sido executados por aqueles que ainda
estavam vivos e bem. Como nã o havia macas suficientes para todos, na hora de
transportar as mulheres, os jovens oficiais da JSDF lutaram entre si, gritando “Eu!
Meu!" “Nã o, eu cuido dessa garota!”, e eles as carregavam como uma princesa.
Mesmo aquelas que conseguiam andar sozinhas eram carregados nos braços,
dizendo coisas como “Você deve estar cansado”. Já os velhos soldados do sexo
masculino foram carregados em macas, o que mostra claramente a disparidade no
tratamento. No entanto, isso é algo que nã o pode ser evitado enquanto existir uma
variedade de seres, homens e mulheres. Talvez convencida de que nã o havia nada
com que se preocupar depois de ver tal situaçã o, Bozes falou.

“Preciso me encontrar com a princesa para pensar no que faremos depois disso. Se

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as coisas continuarem como estã o, realmente nã o teremos mais lugar para nó s.”

“Entã o, quem será o responsá vel pela reorganizaçã o?”

“Vou deixar isso com você.”

Saindo do Palá cio de Jade, Bozes montou no cavalo que havia atrelado.

“Bem, entã o eu vou nessa! Coronel Kengun, deixo todos com você!

“Como eu disse, espere aí! O que diabos você está fazendo, seu idiota!?”

Ignorando as palavras de Beefeater, Bozes avançou e eles desapareceram num


piscar de olhos.

“Ela está deixando o resto comigo? Para onde essa mulher está indo?”

Mesmo que Kengun tenha feito tal pergunta para ela, Beefeater nã o foi capaz
de entendê-lo. Beefeater, que estava hesitando se deveria segui-la ou nã o, montou
em seu cavalo, como se quisesse escapar da pergunta de Kengun, e seguiu Bozes.

“Ei! Onde você está indo?”

“Desculpe. Eu vou trazê-la de volta, entã o espere por nó s!”

Kengun, que nã o entendia o que estava acontecendo, só pô de observar em


silêncio enquanto as duas mulheres saíam.

*****
O caos em que Zorzal e sua comitiva caíram começou a se acalmar à medida
que relató rios começaram a chegar de vá rias fontes e eles começaram a ver a
situaçã o em que se encontravam.

“Vim relatar. O acampamento dos Cavaleiros de Dragã o nos arredores da cidade


parece ter sido destruído. É inú til pensar que houve sobreviventes.”
"Comunicando. O inimigo invadiu a Capital Imperial e atacou a Oprichnina. A sede
da Oprichnina foi destruída. O pró ximo Praetor Luflus está desaparecido!”
“Vim relatar. As forças inimigas enfrentaram os Oprichnina que cercam o Palá cio
de Jade.”

No modelo da Capital Imperial colocada em frente a Zorzal, foram alinhadas


unidades militares de ambos os lados identificadas pelo relató rio. As peças azuis
representam os 30.000 soldados imperiais, enquanto as peças vermelhas

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representam o JSDF. A maior parte do grande nú mero de peças azuis estava no
Palá cio Imperial ou se movia em direçã o a ele. Em contraste, havia apenas algumas
peças vermelhas. Eles sã o como ilhas vermelhas flutuando no mar azul, ao redor
do Portã o Ocidental e da Prisã o de Basson. Havia também alguns colocados ao
redor do Palá cio de Jade e alguns fora do Palá cio Imperial, olhando para a Capital
Imperial. Ao redor do mapa, a comitiva de Zorzal discutiu o que poderia entender a
situaçã o atual.

“Sã o todos os soldados inimigos? Contando todos eles, o nú mero deles nã o é


inferior a 500?”

“É possível que tenham cometido um erro ao contar os soldados? Nã o importa


como eu veja, isso é muito pouco.”

“Nã o, mesmo considerando os que caíram do céu, nã o sã o muitos. De fato


pode haver algum erro de contagem, mas a margem de erro nã o deve ser tã o
grande.”

“No entanto, isso significa que o objetivo deles nã o é este palá cio?”

“Entã o, o objetivo deles é realmente o Palá cio de Jade, né?”

“Que tolos da parte deles. Eles teriam sido autorizados a sair mesmo sem fazer
isso.”

"Nã o nã o. Como este movimento sugere, o objectivo do inimigo também inclui


o resgate da facçã o pró -paz. É por isso que eles recorreram a tá ticas tã o fortes.”

“Umumumu.”

A tez pá lida de Zorzal agora ficou vermelha brilhante. Assim que se sentiu
aliviado por saber que o objetivo do inimigo nã o era ele, sua raiva começou a
aumentar. Ele também foi movido pela necessidade de compensar a visã o
desagradá vel que havia mostrado a todos.

“Envie todo o exército contra o inimigo de uma vez!”

“Sua Alteza, isso nã o é possível. Os oficiais da guarniçã o e soldados estã o a


caminho do Palá cio Imperial. Se você lhes der outra ordem neste momento, seus
caminhos poderã o se cruzar e o caos poderá ocorrer.”

“O quê, entã o você está dizendo que devemos deixar o inimigo fazer o que
quiser?”

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“Nã o. Se continuarmos sentados e assistindo sem fazer nada, o prestígio do
exército imperial será abalado. Se o objectivo do inimigo for resgatar a facçã o pró -
paz, em breve eles irã o se retirar. Com tal situaçã o, acho que seria suficiente enviar
uma força de elite de 4.000 a 5.000 Guardas Imperiais para perseguir o inimigo.”

Compreendendo seu argumento, Zorzal assentiu.

“Muito bem, escolha os soldados que serã o enviados e prepare-os


imediatamente! Depressa!”

Escoltados pela 11ª Companhia da 1ª Brigada Aerotransportada e pelos


Cavaleiros, Casel e os demais chegaram em segurança ao ponto de encontro nos
arredores da capital. Lá , eles foram instruídos a embarcar em um grande
helicó ptero chinook preparado para evacuaçõ es de civis. Enquanto isso, os feridos
no Palá cio de Jade e os enviados japoneses embarcaram em outro helicó ptero.
Sherry nã o queria se separar de Sugawara, entã o ela permaneceu com Shirayuri e
os outros enviados.

“Entã o, temos que embarcar nisso?”

Casel e os demais seguiram as instruçõ es das tropas e entraram pela escotilha


na parte traseira da aeronave. Entã o, eles encontraram vá rios rostos familiares na
fuselagem mal iluminada e levantaram as mã os.

“Senhor Cícero? É você, Senhor Cícero!?”

“Ah! Marquês Casel! Estã o todos bem?”

Os senadores ficaram maravilhados com a segurança de todos.

“De alguma forma conseguimos nos refugiar no Palá cio de Jade. E aqueles que
foram capturados?”

“A Oprichnina nã o cortou imediatamente as cabeças daqueles que


permaneceram obedientes. No entanto, aqueles que desobedeceram e fugiram
quando foram capturados eram aparentemente…”

"Como eu pensava. Que trá gico......

“Nunca nos ocorreu que teria sido melhor se tivéssemos nos deixado capturar
silenciosamente.”

“Nã o, isso é apenas uma retrospectiva. Se nenhuma ajuda como essa tivesse

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sido oferecida a nó s, teríamos acabado presos, na melhor das hipó teses, ou
executados, na pior.”

“Eu suponho que sim. Mesmo assim, acho que o mundo realmente está cheio
de coisas que nos encheriam com o pensamento de eu teria feito isso se soubesse
daquilo”.

“De fato. Só um otimista ou uma pessoa que nã o tem nada a perder pode dizer
que o futuro é interessante porque é incerto. Tais pensamentos nã o confortarã o os
outros, especialmente aqueles que perderam entes queridos e familiares.”

Como se tivessem engolido uma pílula amarga, as sobrancelhas dos nobres


franziram-se diante de suas palavras.

“De qualquer forma, nã o estamos mais em perigo. Devemos considerar


seriamente o nosso futuro para nã o termos que passar por algo assim novamente.
Especialmente depois deste incidente, acho que finalmente entendi o que o Japã o
deseja aqui. Eles querem que o Império seja a força estabilizadora deste mundo.
Para esse fim...”

Suas palavras foram interrompidas abruptamente, abafadas pelo som dos


motores do helicó ptero, que subitamente aumentaram de intensidade.

“Ohh, estamos flutuando!”

Sentindo a elevaçã o da decolagem, Cícero e os outros se grudaram na janela,


espiaram para fora e exclamaram de espanto.

“O Japã o estava no controle de tal veículo, hein.”

A altitude da aeronave logo atingiu uma altura que lhes permitia avistar a
Capital Imperial. Foi a primeira vez que Casel, que aqui vivia há muitos anos, teve
uma vista panorâ mica desta cidade, que se orgulhava de ser a maior do mundo, do
céu. Com a vista gravada em seus olhos, ele estava determinado a retornar à
cidade.

Enquanto isso, as carroças em que viajaram na fuga da capital haviam


completado sua tarefa e estavam deixando o ponto de encontro. Depois de
receberem a recompensa em moedas de ouro da JSDF, os homens de Akusho
viraram as carroças vazias para o norte.

“Ahh, para onde eles estã o indo?”

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À pergunta de Kuribayashi, Mizari sorriu, mostrou-lhe a moeda de ouro que
havia recebido e respondeu alto o suficiente para ser ouvido acima do barulho do
helicó ptero enquanto decolava.

“Mesmo que voltemos agora para a Capital, os negó cios andam lentos e nã o
teremos o que comer. Já que conseguimos sair da Capital, vamos comprar um
monte de comida com isso. Tenho certeza de que ganharemos um bom dinheiro.”

Se toda a facçã o pró -paz escapasse, o bloqueio em torno da Capital Imperial


nã o teria sentido. Sendo assim, o bloqueio seria levantado e eles poderiam trazer
alimentos para a capital com segurança. Na Capital, onde os alimentos sã o
escassos, certamente terã o um preço elevado. Os moradores de Akusho, que sabem
aproveitar a situaçã o, pensam em matar dois ou três coelhos com uma cajadada só ,
mesmo num momento como este. Kuribayashi, impressionado com a resiliência de
Mizari e dos outros, embarcou em um veículo de alta mobilidade que havia sido
descarregado do Chinook com seus camaradas da 3ª Equipe de Reconhecimento.
Kurata, Tomita, Kuwabara e outros estavam em um dos veículos. Apó s a descarga
dos carros, os nobres pró -paz e suas famílias embarcaram nos chinooks em fila,
guiados pelas tropas. Segurando o cabelo, despenteado pelos ventos fortes criados
pelos rotores do helicó ptero, Mizari olhou para o chinook enquanto ele decolava e
gritou.

“Kuribayashi e os outros nã o vã o montar neles?”

“Esses sã o para os civis na prisã o de Basson. Vamos andar neste e retornar


por terra em um ritmo tranquilo.”

Dizendo isso, Kuribayashi bateu no capô do veículo de alta mobilidade.

“Você provavelmente voltará aqui um dia novamente, certo? Dessa vez, vamos
falar novamente sobre meninos que bebem á lcool.”

“Vamos, Tyuwal.”

Com estas palavras, Mizari e os outros deixaram o ponto de encontro.

Bozes cavalgava pelas ruas da Capital Imperial, a caminho do Palá cio Imperial.
Beefeater seguia a uma curta distâ ncia atrá s dela. Logo o portã o principal do
Palá cio Imperial apareceu diante delas e Bozes pensou em como entrar. A á rea ao
redor do portã o principal é bem protegida pelos Guardas Imperiais e soldados da
guarniçã o, mas o portã o nã o está va fechado, entã o elas poderiam simplesmente
passar. Com isso em mente, Bozes avançou sem diminuir a velocidade.

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“Você no cavalo! Pare!

“Pare!”

No entanto, os soldados imperiais nã o eram tã o estú pidos a ponto de deixar


uma pessoa que nã o estava claramente identificada como aliada passar direto. De
acordo com o princípio da guerra de matar pessoas suspeitas, eles imediatamente
dispararam flechas contra ela. Bozes puxou apressadamente as rédeas e parou o
cavalo. Depois de andar com o cavalo para evitar ser alvo das flechas, ela gritou.

“Sou Bozes, membro da Ordem dos Cavaleiros e seu líder interina. Desejo ver
a Princesa Piñ a!”

Em uma situaçã o como essa, nã o havia mais espaço para truques. Ela nã o teve
escolha senã o anunciar sua presença com dignidade. Bozes pensou que se a
percepçã o de que os Cavaleiros eram inimigos do império nã o tivesse se
espalhado, ela ainda poderia entrar. Mas entã o, por trá s das muralhas, uma voz
furiosa ecoou, amaldiçoando os soldados.

“O que vocês, Cavaleiros, querem agora!?”

Bozes estalou a língua ao ver os homens vestidos de preto com capacetes


Kobold misturando-se com os Guardas Imperiais.

“Essa mulher é uma traidora! Nunca deixe ela chegar perto! Atiradores;
flechas! Solte suas flechas!”

Flechas voaram por todo o lugar. Com flechas transbordando com a confusã o
de seus arqueiros, eles nã o conseguiram nem acertar Bozes.

“Espere! Eu nã o sou sua inimiga!”

“O que você está dizendo!? Depois de se opor completamente a nó s, nã o aja


como se fosse nosso aliada! Ei, capture-a! Envie a infantaria! O que vocês estã o
fazendo, arqueiros!? Soltem rapidamente a pró xima onda de flechas!”

Flecha apó s flecha vieram voando. Desta vez, porém, Bozes teve que balançar
sua espada com força para afastar as flechas que chegavam. Porém, ela ainda foi
atingida por diversas delas no ombro e na coxa.

“Ah, ai!”

Aparentemente derrubada, Bozes caiu do cavalo. Ela mal conseguiu se

150
segurar, mas o choque da queda a impediu de levantar imediatamente o corpo.
Naquele momento, um membro da infantaria saltou e avançou sobre Bozes,
tentando pegá -la. Bozes rastejou para trá s, mas quando ela olhou para cima, a
infantaria estava ali, cercando-a.

"Ahh……"

“Bozes!”

Lá , Beefeater entrou correndo. Com seu cavalo apoiado em dois pés, ela
dispersou a infantaria com sua espada. A razã o pela qual os soldados do castelo
nã o estavam atirando flechas neles era para evitar fogo amigo. Provavelmente foi
por isso que a infantaria que cercava o castelo começou a recuar de repente.
Percebendo que o inimigo pretendia disparar as flechas, Beefeater aproveitou a
oportunidade e puxou Bozes, depois virou a cabeça do cavalo e o fez correr. De
novo flecha apó s flecha voou na direçã o delas, e como se uma pinça em chamas
fosse repentinamente pressionada contra ela, ela sentiu uma dor aguda nas costas.

“Beefeater . Por favor, para o castelo!”

“Sua idiota! Já chega de sua estupidez, sua mulher de merda! Eu te disse que é
impossível! Você quer se tornar uma almofada de alfinetes!?”

Virando-se para olhar para trá s, viram um grupo de cavaleiros seguindo-as.


Era uma cavalaria que nã o contava apenas com centenas, mas com milhares. Esta
era a força de perseguiçã o que Zorzal ordenou atacar. No entanto, Beefeater sentiu
que esta era uma força enviada para persegui-las.

“Quem envia tantos soldados para capturar duas pessoas!? Droga, Bozes, você
é pesado! Você nã o tem comido muito ultimamente!?”

“Que rude! Posso estar grá vida, mas minha figura ainda é a mesma de antes.
Se você está tã o chateada, apenas me jogue fora. Se for só você, você seria capaz de
fugir.”

"Idiota! Como diabos eu faria isso!

No entanto, elas certamente podiam sentir que o cavalo havia ficado lento. As
duas juntas têm apenas o peso de um homem gordinho, entã o, mesmo que seus
perseguidores nã o as tenham alcançado imediatamente, eles ainda estavam
diminuindo a distâ ncia entre eles.

“Tsk… Isso é ruim.”

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De alguma forma, elas conseguiram sair da Capital Imperial. Mas uma vez fora
da Capital, o que fariam a partir daí? Estariam os japoneses esperando por elas? E
se eles nã o esperassem? Conseguirã o alcançar os seus aliados que se dirigem para
Itá lica? Aparentemente fazendo uma oraçã o, Beefeater pressionou a testa contra o
pescoço do cavalo.

Nessa altura, a operaçã o de retirada do JSDF estava quase terminada. Os civis


e os membros feridos dos Cavaleiros já estavam no ar. Os feridos leves e as
diversas unidades que participaram da operaçã o também utilizaram os veículos
trazidos pelos helicó pteros para se deslocarem por terra até Alnus, utilizando os
veículos trazidos pelos helicó pteros. Os Cavaleiros, sob o comando de Nikolaschka,
já partiram para o territó rio do Conde Formal. Apenas o 1º Pelotã o da 401ª
Companhia, atuando como retaguarda dos demais, permaneceu no ponto de
encontro. Um valioso chinook foi deixado para trá s para a fuga de seu pelotã o de
fuzileiros, permanecendo com eles até o ú ltimo minuto.

No entanto, já era hora dos aliados partirem. Nã o deveria haver necessidade


de permanecer aqui por mais tempo. Pensando que já era hora de a ordem de
embarque ser dada, os membros da tropa, incluindo o tenente-coronel Youga,
olharam para o rosto de Kengun e se perguntaram o que estava acontecendo.

“Tenente-coronel Youga, o que o coronel Kengun está pensando?”

“Nã o me pergunte isso. Como diabos eu saberia?

Conversas semelhantes ocorriam entre os membros das tropas. Por outro


lado, mesmo sabendo dos olhares de todos sobre ele, Kengun manteve o olhar na
direçã o da Capital Imperial. Ele nã o entendia o idioma da Regiã o Especial, mas por
algum motivo, as ú ltimas palavras de Beefeater para ele soaram como se ela
estivesse pedindo para esperar por elas. Essas mulheres lutaram para proteger os
compatriotas japoneses. Nesse caso, ele estava disposto a esperar por eles até o
ú ltimo minuto. No entanto, quando viu milhares de tropas de cavalaria emergindo
da Capital Imperial e indo em direçã o a eles, ele nã o pô de mais esperar por eles.
Devemos decolar antes que aquela onda de cavalaria invada este lugar. Assim,
Kengun deu a ordem.

“Tudo bem, isso é o suficiente. Comecem a embarcar!

Ouvir seu comando fez com que as tropas se sentissem aliviadas. Entã o todos
correram para o chinook com seus equipamentos.

“Ei, olha isso! Acho que eles estã o perseguindo alguém!”

152
Mas entã o, um dos soldados notou algo e apontou. Kengun também pegou
apressadamente seu binó culo e lá viu Beefeater e Bozes. Elas estavam sendo
perseguidos por um grupo de cavaleiros imperiais. Quatro cavaleiros leves que
haviam saltado do grupo líder de soldados imperiais estavam diminuindo a
distâ ncia rapidamente e prestes a alcançá -los. Vendo isso, “Merda! Isso é muito
ruim”, gritou Kengun, segurando a cabeça.

“1º Pelotã o, pare o embarque! Prepare-se para se envolver! O alvo é a


cavalaria líder inimiga que se aproxima! Distâ ncia 400, rajadas curtas! Mire bem!
Nã o acertem as mulheres!

A cavalaria inimiga parecia incluir arqueiros em suas fileiras, pois disparavam


flechas contra Beefeater e Bozes. No entanto, parecia que eles estavam
encontrando dificuldade em mirar em seus alvos a partir do cavalo turbulento, já
que a maioria deles errou e apenas atingiu o chã o. Os homens levantaram
apressadamente os bipés de seus rifles Type-64, assumiram uma posiçã o de tiro de
bruços e miraram. Entre os quatro cavaleiros, um cavaleiro conseguiu superar os
outros, e provavelmente um cavaleiro habilidoso, pois enquanto estava na posiçã o
central, puxou o arco e mirou firmemente nas costas do Beefeater que escapava.

“Fogo!”

Por ordem de Kengun, todos os rifles Type-64 das tropas abriram fogo
simultaneamente. Como se tivesse sido atingido por alguma coisa, o cavaleiro que
se aproximava de Beefeater caiu do cavalo e rolou no chã o.

“Continue, atirando! Recue, em turnos!”

Seguindo os comandos de Kengun, os 30 homens continuaram a atirar contra


os que lideravam a cavalaria inimiga. Levantando seus corpos para uma postura
ajoelhada, eles se levantaram e continuaram a atirar, trocando de carregadores
enquanto recuavam. No entanto, o exército imperial tinha muitos soldados. Eles
tinham muitos nú meros. As hordas de cavaleiros avançaram em direçã o a eles
como um tsunami provocado por uma tempestade, enchendo a terra. Primeiro, a
primeira onda de dezenas de cavaleiros ligeiros, as vanguardas, atacou. Batendo de
frente na parede de tiros, os soldados imperiais caíram dos cavalos, um apó s o
outro, em um jato de sangue, como ondas quebrando em um penhasco íngreme.
Gritando berros furiosos, a segunda onda de cavalaria, passando por cima dos
cadá veres de seus aliados, aproximou-se. A distâ ncia entre os dois lados já havia
sido reduzida a ponto de, antes que eles percebessem, o JSDF estivesse ao alcance
dos arcos dos soldados imperiais. Assim como quando eles estavam ao alcance de
Kengun e do outro, o cavalo de Beefeater desabou, como se tivesse se sentido

153
aliviado ao completar sua tarefa. Já havia recebido muitas flechas da onda de
inimigos dos quais haviam escapado.

"Tudo bem! Comecem a embarcar! Nã o deixe nenhum ferido para trá s!


Fiquem calmo e recuem!

Quando foram derrubados do cavalo, Kengun segurou firmemente o corpo de


Beefeater. Enquanto isso, Bozes caiu de costas com vá rios membros da tropa
amortecendo sua queda. Entã o, carregando Beefeater no ombro esquerdo como
um saco de areia, Kengun comandou seus homens em voz alta, inspirando sua
moral.

“Mantenha o olhar ao redor e nã o deixe nossos aliados para trá s! Combinem


seus horá rios com aqueles ao seu lado e recue!

As tropas, com seus rifles em punho, recuavam em um círculo fechado,


disparando balas contra o inimigo que se aproximava.

“Porra…”

Os soldados, com as mã os trêmulas talvez de nervosismo ou agitaçã o,


retiraram o carregador que eles estavam prestes a trocar.

“A pró xima onda está chegando!”

Uma terceira onda de cavaleiros leves com lanças em punho avançou com a
mesma força do ataque de seus cavalos. A Guarda Imperial nã o pararia mesmo
depois de levar alguns tiros. Mesmo quando caíram dos cavalos, eles atacaram com
as armas em punho. Seguiu-se uma feroz batalha corpo a corpo, faíscas voando
enquanto baionetas e espadas se chocavam ferozmente. Um membro das tropas foi
derrubado e coberto de lama. Porém, com a ajuda de seus companheiros, ele
rapidamente se levantou e, soltando um grito, disparou seu rifle. Kengun disparou
sua pistola e um membro do esquadrã o com uma metralhadora Mini enrolou um
cinto de muniçã o em sua mã o esquerda e abriu fogo pesado contra os Guardas
Imperiais.

Nã o importava que o cano estivesse tã o quente que parecesse chamuscar sua


pele, ele continuava puxando o gatilho e atirando em rá pida sucessã o. Num piscar
de olhos, os cavaleiros foram varridos como se estivessem apenas varrendo folhas
mortas. Depois de exterminar o pequeno grupo de cavalaria ligeira, houve um
momento de silêncio, como se fosse a calmaria antes de uma tempestade. Mas logo
depois, a pró xima onda de ataque se aproximou. Parte da cavalaria desviou-se à
distâ ncia para cercar o 1º Pelotã o.

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"De pressa! De pressa! Nã o deixem ninguém para trá s!

Segurando seus camaradas feridos, as tropas avançaram para o chinook,


protegendo-se umas à s outras. Vendo a cavalaria do Império vindo de todas as
direçõ es, o piloto chinook decidiu levantar a aeronave ligeiramente do chã o,
mesmo quando a porta traseira ainda estava aberta. Ganhando alguns centímetros
de altitude, eles mudaram a direçã o do chinook enquanto ele deslizava.

“Todo mundo entrem!”

As tropas saltaram a bordo assim que a escotilha foi apontada em sua direçã o.
O inimigo que se aproximava foi recebido com fogo pesado de dentro do aviã o.
Alguns soldados imperiais agarraram-se à escotilha traseira e a tripulaçã o
começou a acertá -los com a coronha para empurrá -los. A espada balançante de um
soldado imperial roçou o boné de aço do membro do esquadrã o e foi direto para
seu ombro. A armadura bloqueou a lâ mina mortal, mas a energia cinética foi direto
para a clavícula do soldado, quebrando-a.

“Ah!”

O golpe de uma baioneta arrancou o peito do dito soldado imperial.

“Estã o todos a bordo!? Nã o vamos deixar ninguém!”

Kengun gritou e Youga, que carregava um soldado ferido, respondeu.

“Estã o todo aqui!”

“Tudo bem vamos!”

A escotilha foi levantada e fechada lentamente. Os Guardas Imperiais,


determinados a nã o deixá -los escapar, tentaram invadir a fuselagem. No entanto, o
JSDF os interceptou. O casco da aeronave foi violentamente destruído, a superfície
externa amassada e as janelas rachadas. Aparentemente pensando que poderiam
bloquear sua rota de fuga se fossem pra frente do aviã o, algumas tropas imperiais
contornaram o Chinook, mas os rotores dianteiros girató rios acabaram cortando
suas cabeças, espalhando sangue por toda parte. Vendo isso, o piloto soltou um
grito e acelerou a todo vapor. Os motores rugiram e o helicoptero ganhou altitude
numa manobra violenta.

Entã o, aparentemente se espalhando, os soldados imperiais caíram. Um


soldado imperial, que ficou pendurado na porta traseira até o fim, gritou como se

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estivesse assustado com a altura. Ele balançou a perna e pediu ajuda. No entanto,
os JSDFs continuaram a bater com as coronhas nos dedos do soldado desesperado,
na esperança de quebrá -los. Eventualmente, o soldado imperial caiu com um grito.
Uma vez que atingissem essa altitude, nã o havia como alcançá -los, mesmo que
disparassem flechas do chã o. Abaixo deles, um grande grupo de cavalaria pesada
imperial cobria a terra que acabavam de decolar como um tsunami. Se tivessem
partido alguns segundos depois, teriam sido engolidos pela força de seus inimigos.

“Fuuu...”

Quando eles decolaram e finalmente ficaram fora do alcance do inimigo,


Kengun suspirou e sentou-se. As outras tropas também se sentaram, com os
ombros relaxados. Alguns ficaram sentados como se suas costas tivessem sido
quebradas, enquanto outros aprenderam a ficar de costas nos assentos.

“Kuuhhh...”

Um dos homens, que sangrava muito devido a um corte na bochecha e no


pescoço, gemeu. Todos o cercaram e os médicos fizeram o possível para estancar o
sangramento enquanto ele gritava. Mas pelo que parecia, todos sabiam que talvez
nã o conseguissem salvá -lo.

“Sua artéria facial foi atingida! Sua artéria caró tida também! Merda, o
sangramento nã o para!

Num piscar de olhos, uma pequena pilha de gaze branca estava manchada
com a cor do sangue da carne.

“Faça alguma coisa!”

“Nesse caso, por que você nã o ajuda!? Pressione suas feridas!”

Beefeater, que estava olhando surpresa para a enxurrada de vozes, chamou


timidamente Kengun.

“Ummm… Você poderia… me soltar agora?”

“Oh, desculpe.”

Mesmo que ele nã o entendesse as palavras dela, ele conseguia entender o que
ela estava tentando dizer, entã o Kengun soltou Beefeater.

“Eu devia estar pesada.”

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“Oh, parece que você está ferido. Médico! Verifique essas duas quando tiver
tempo.

Por alguma razã o, o médico veio imediatamente. Aparentemente, o integrante


da tropa anterior nã o precisava mais de atendimento médico. Seguindo o princípio
do campo de batalha de priorizar o tratamento daqueles que podem ser salvos
quando está claro que nã o podem ser salvos, os médicos examinaram as flechas
nas costas de Bozes e Beefeater.

“É melhor nã o tirar isso daqui. Vamos estancar o sangramento por enquanto e


lhe dar alguns analgésicos.

Depois de enxugar o suor gorduroso do rosto, Beefeater falou.

“Talvez você realmente tenha se esforçado para esperar por nó s?”

Completamente sem noçã o do que ela está dizendo, Kengun só conseguiu


acenar com a cabeça.

“Nã o importa se você nã o consegue me entender. Eu só quero dizer muito


obrigada.”

Beefeater sabia que nã o entendia as palavras dela. Mas mesmo assim, ela
ainda baixou a cabeça. Ela queria abaixar a cabeça. Nã o só para Kengun, mas
também para todas as tropas aqui presentes. Vendo isso, as tropas permaneceram
inexpressivas. Eles nã o estavam com raiva, nem felizes por estarem seguros. Eles
simplesmente desistiram de seus camaradas mortos sem hesitaçã o. De repente,
porém, um grito quebrou o silêncio.

“P- Piñ a-sama!”

Quem gritou foi Bozes, e parecia que ela tinha avistado algo na paisagem
abaixo. O chinook que eles montavam passou por cima do Palá cio Imperial, e Bozes
gritou porque viu a figura de Piñ a no prédio do Palá cio Imperial. Ela estava no
terraço e Kengun pô de ver o sorriso melancó lico em seu rosto enquanto ela olhava
para eles.

"Por favor! Salve a princesa!

Bozes se virou e gritou para todos. Porém, “Nã o podemos, estamos quase sem
combustível”, respondeu o piloto. As aeronaves nã o voam apenas com esforço e
perseverança. A distâ ncia que eles podem voar é sempre determinada pela
quantidade de combustível restante. Se o piloto disser que nã o é possível, entã o

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definitivamente é impossível.

“Infelizmente, nã o há nada que possamos fazer aqui.”

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Kengan a advertiu a desistir. Ao ouvir isso, Bozes começou a chorar, enquanto
Beefeater nã o pô de fazer nada além de dar um tapinha gentil nas costas dela.

******

O Chinook, um grande helicó ptero, chegou a Alnus à meia-noite. Primeiro, os


civis resgatados da capital imperial e os enviados enviados pelo governo
desembarcaram. Quando os feridos dos Cavaleiros também foram descarregados,
houve grande comoçã o em torno do heliporto. Flashes dispararam e uma
enxurrada de câ meras os saudou. O que mais se destacou foi a equipe japonesa que
cobriu o evento.

“Shirayuri-san, qual é o estado da Capital Imperial!? As negociaçõ es


fracassaram!?”

Kuribayashi Nanami, com o microfone na mã o, estava prestes a atacar


Shirayuri quando brigou com os seguranças. As equipes de reportagem
representativas da América do Norte, da UE e de outros países emergentes
também consideraram esta uma oportunidade rara de relatar a situaçã o tensa na
Regiã o Especial, e todos gritavam nas suas pró prias línguas. A mídia prestou
especial atençã o aos membros feridos dos Cavaleiros que eram retirados um apó s
o outro. Eles estavam todos desarmados, entã o pareciam civis para os
espectadores, e foram feridos com bandagens manchadas de sangue e coisas do
gênero. A visã o deles forneceu o material perfeito que rendeu clipes sensacionais.

“A JSDF parece ter conduzido algum tipo de operaçã o na Capital Imperial.


Como vocês podem ver, um grande nú mero de mulheres e idosos ficaram feridos
na operaçã o.”

Komurazaki gritou para a câ mera.

“É realmente aceitá vel conduzir uma operaçã o tã o brutal que causa um


nú mero tã o grande de vítimas? Devemos prestar mais atençã o ao governo e ao
JSDF. O olhar atento dos cidadã os é realmente necessá rio. Desta vez, nó s, os meios
de comunicaçã o social, tivemos apenas uma cobertura muito limitada na forma de
entrevistas representativas. No entanto, se é isso que acontece quando nã o
estamos por perto para observá -los, talvez as restriçõ es que nos sã o impostas
devam ser retiradas. Gostaríamos de instar fortemente o governo a fazê-lo.”

As avaliaçõ es dos noticiá rios daquela noite aumentaram em todos os níveis. E


tal como Morita temia, o índice de aprovaçã o do governo despencou.

160
Os refugiados da Aldeia Coda espalharam-se por vá rias vilas e cidades em
busca de trabalho para encher a boca. No caso do Chefe da Aldeia, ele conseguiu
um emprego como agricultor contratado temporariamente em um solar nos
arredores da Capital Imperial. O dono da mansã o o conhecia há muito tempo e o
considerava um amigo. Portanto, mesmo sendo um empregado temporá rio, ele nã o
foi tã o maltratado.

A descriçã o do trabalho envolvia os escravos Demi-Humanos que trabalham


nos campos. Ele se levantaria quando o sol nascesse, colocaria os poderosos, mas
bem-educados, Demi-Humanos para trabalhar e terminaria à noite. Entã o, quando
o sol se pouse-se, seu amigo o convidaria para tomar algumas bebidas baratas e
duvidosas para bater um papo, antes de retornar para sua cama de palha
empilhada à meia-noite, quando já está completamente escuro. A renda era baixa e
logo desapareceria depois de usá -la para alimentar a si mesmo e sua família e
outras despesas. Naturalmente, era difícil economizar dinheiro com esses salá rios.
Mesmo assim, ele se considerava feliz porque sua família tinha o suficiente para
comer. Sua mente nã o estava cheia de pensamentos juvenis sobre como recuperar
sua casa e fazenda perdidas.

Vivendo em uma mansã o quase sem trá fego humano, naturalmente estariam
em um ambiente fechado. Informaçõ es do mundo exterior raramente chegavam.
Por esse motivo, ele nã o conseguia ouvir nenhum boato de fora sobre o que estava
acontecendo no Império e como os outros refugiados da Vila Coda viviam suas
vidas.

O Chefe da Aldeia tinha algumas ideias vagas. Os outros refugiados


provavelmente nã o tiveram tanta sorte quanto ele, entã o provavelmente estavam
vivendo uma vida difícil. Afinal, a maioria dos moradores da Vila Coda eram apenas
agricultores e artesã os que você encontra em qualquer lugar. A menos que tenham
competências ou talentos especiais, teriam de viver numa vida de pobreza,
ganhando trocos como salá rio, uma vida pior do que a escravatura. Ele desejava
que todos estivessem bem. No entanto, ele só conseguia ganhar o suficiente para o
sustento da sua família, desejar o seu bem-estar era tudo o que podia fazer por
eles.

Tal homem, por coincidência, ouviu o boato de que o Dragã o das Chamas
havia sido morto. O dono da mansã o tinha ido para uma cidade chamada Morrison
com suas carroças para transportar as colheitas. Nessa altura, atraído pelo cheiro
do vinho, passou pela taberna, onde ouviu um menestrel recitar um poema. Era um

161
poema em louvor à “discípula de um velho mago, Lelei e seus camaradas”, que
matou o Dragã o das Chamas.

“Você pode retornar para sua aldeia. Nã o é ó timo?

Quando o dono da mansã o lhe deu um tapinha no ombro, encantado pela boa
sorte do amigo, o Chefe da Aldeia imediatamente começou a se preparar para a
viagem. No entanto, ele nã o estava nada feliz com isso. Afinal, retornar à Vila Coda
nã o significa necessariamente que ele poderá recuperar imediatamente a vida que
tinha naquela época. Com a ausência das pessoas, com certeza os campos ficariam
em ruínas, e ele nem sabia o que aconteceu com as casas. Quantos anos e quanto
dinheiro precisaria ser gasto para restaurar a vida como era antes? Só de pensar
nisso o deixava deprimido.

Porém, uma vez exterminado o Dragã o de fogo, era necessá rio ver o que havia
acontecido com a Vila Coda. Ele devia entã o avaliar a situaçã o e formular um plano
para o futuro. Esses eram seus deveres como Chefe da Aldeia de Coda.

Felizmente, a mansã o estava fora de temporada e ele nã o estava ocupado com


seu trabalho. Depois de confiar a sua família ao dono do feudo, o Chefe da Aldeia
sacou a sua carroça e partiu para Coda. Ao longo da sua viagem, o Chefe da Aldeia
parava pelas aldeias e cidades à medida que as via. A principal razã o para isso foi
obter notícias dos refugiados da Vila Coda e confirmar a autenticidade dos
rumores de que o Dragã o de Fogo havia sido morto.

Logo, porém, ele ficou surpreso.

A maioria das aldeias e cidades por onde passou perderam todos os sinais de
vida. Aqui e ali jaziam corpos de moradores que haviam sido cortados ou atingidos
por flechas, e a fumaça subia das casas que haviam pegado fogo. Eles foram
atacados por bandidos? Mas mesmo que seja assim, nã o sobrou ninguém vivo. Uma
aldeia desabitada nada mais é do que uma ruína, pelo que acabariam por nã o ter
colheitas para colher e nenhum dinheiro para ganhar. O ato de abater nã o é algo
que um bandido de profissã o faria. No entanto, na aldeia seguinte, e até mesmo na
cidade vizinha, a cena permaneceu a mesma.

E mesmo no pró ximo......

“Até aqui……”

Ele encontrou outra ruína. Vendo uma cena de carnificina onde Goblins
fervilhavam e atacavam pessoas, ele suspirou. Olhando em volta, e viu Kobolds e
Orcs também. Eles normalmente carregavam apenas armas enferrujadas ou

162
armaduras quebradas roubadas dos campos de batalha, mas por alguma razã o,
todos estavam armados com armaduras, espadas e lanças novas. Em um beco, um
grande Monster Dog preto estava devorando o cadá ver de uma criança e vendo tal
cena, ele nã o pô de deixar de se virar enquanto pedaços de sangue e carne
respingavam e manchavam a á rea. Haviam Metamorfos esguios com dardos nas
mã os, seres raramente vistos nessas á reas. Essas mulheres, cujos ancestrais eram
coiotes, incitavam os velhos, mulheres e crianças sobreviventes a correr, como se
quisessem atormentá -los.

Assistindo a esta cena, o Chefe da Vila ficou congelado no lugar. As aldeias e


cidades pelas quais passou até agora estavam em ruínas, com as cicatrizes da
tempestade ainda visíveis. No entanto, este lugar ainda estava no meio daquela
tempestade.

É perigoso. Ele devia fugir agora, voltar.

Sinos de alarme tocaram na cabeça do Chefe da Aldeia. No entanto, seu corpo


nã o quis ouvi-lo. Encolhendo-se de medo, ou talvez, com seu corpo tendo
esquecido como se mover, ele nã o conseguia nem levantar as rédeas.
Eventualmente, um soldado imperial entrou em seu campo de visã o. Vendo isso, o
Chefe da Vila sentiu-se aliviado pela chegada dos Soldados Imperiais. Ele pensou
que poderia ser salvo se os chamasse e pedisse ajuda.

“S-Socorro...”

Mas entã o, ele viu algo em que nã o conseguia acreditar. Algo que nã o deveria
ser possível.

Foi a visã o de Goblins e Orcs provocando incêndios e roubando mercadorias...


sob a direçã o dos Humanos. Isso nã o foi causado pelo enlouquecimento dos Demi-
Humanos. Este foi o trabalho do exército imperial. O choque de saber esta verdade
lembrou ao corpo do Chefe da Aldeia como se mover. Virando silenciosamente a
cabeça do cavalo, ele virou a carroça para nã o ser visto. Foi bom que ele estivesse
congelado no lugar mais cedo e nã o os chamasse, entã o ninguém havia notado sua
presença ainda.

Gentilmente...... Silenciosamente...... Tudo ficará bem se ele puder escapar


silenciosamente deste lugar.

Tendo isso em mente, o Chefe da Aldeia agarrou as rédeas do seu cavalo. Mas
entã o, uma menina e um menino saíram cambaleando de um beco e correram em
direçã o a ele, chorando bem alto.

163
“Chefe da vila! Chefe da vila! Por favor nos ajude!”

“A-Você nã o é da casa de Dogaran!?”

O menino, embora sujo e vestido com trapos, era um rosto com o qual o Chefe
da Aldeia estava familiarizado; ele é uma criança da Vila Coda.

“Mamã e e papai estavam—-!”

A voz do menino, embora se pudesse sentir sua tristeza, transmitia


eloquentemente a situaçã o. Ao mesmo tempo, porém, a voz das crianças alertou os
monstros ao redor sobre sua localizaçã o. O Monster Dog preto olhava para eles,
enquanto os Metamorfos apontavam para eles. Os comandantes do exército
imperial, composto pelos jovens nobres Visconde Helm, Barã o Mudra e Marquês
Calasta, também se voltaram para eles.

“Calasta, ali. Sobras......

“Helm-dono, eles nos viram. Nã o podemos deixá -los escapar.”

O Chefe gritou para as crianças.

“Vvenham rá pido! Vamos sair daqui!”

Com as crianças na carroça, o Chefe da Aldeia balançou as rédeas como um


chicote e deu partida na carroça. O cavalo, que era poderoso, mas nã o adequado
para correr rá pido, estremeceu e mostrou seu descontentamento. No entanto,
talvez sentindo a sensaçã o de crise do Chefe da Aldeia através das rédeas, acabou
aceitando a ideia de correr o mais rá pido que pudesse. Mas depois de um tempo......
o som dos cascos dos cavalos podia ser ouvido atrá s deles e a respiraçã o á spera
das feras correndo podia ser ouvida. Pouco a pouco, pouco a pouco. Lentamente, a
distâ ncia entre eles foi ficando cada vez mais pró xima. O Chefe da Aldeia apressou
seu cavalo para escapar das presenças atrá s deles.

Energeticamente...... Ansiosamente......

Ele deve ter ficado assustado com a pressã o por trá s deles. As crianças
montadas no cavalo começaram a chorar, abraçando-se de medo. Aparentemente
irritado com o choro das crianças, o Chefe da Aldeia tentou fazê-las parar de
chorar.

“Está tudo bem, nã o chore!”

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Com o som da carroça chacoalhando na velocidade em que corriam, eles nã o
seriam capazes de ouvi-lo se ele falasse normalmente, entã o ele gritou com eles.
Quando as crianças viram o Chefe da Aldeia forçando um sorriso no rosto, de
alguma forma conseguiram parar de chorar.

“Mesmo que eu esteja assim agora, estive em guerra na minha juventude. Eu


sou muito forte.

Guiando seu cavalo, o Chefe da Aldeia gritou para que retirassem as tá buas do
piso. Fazendo o que lhes foi dito, as crianças examinaram as tá buas do piso do
carrinho que balançava violentamente. Entã o, a terceira tá bua da frente poderia
ser facilmente removida, onde encontraram uma espada por baixo. Pegando a
espada das crianças, como se quisesse parecer confiá vel, o Chefe da Aldeia tentou
flexioná -la com o braço magro.

Beijando o punho de sua espada, ele rezou.

“Oh Emroy-sama, Deus da Guerra. Meu pró prio destino nã o importa, desde
que essas crianças estejam seguras.”

A pressã o que parecia esmagar suas almas estava rapidamente se


aproximando por trá s deles. O Chefe da Vila se virou, onde viu uma fila de
cavaleiros. Nã o, nã o era uma cavalaria de humanos, mas de centauros. Todos
usavam armaduras e vestidos como bandidos. Além disso, uma matilha de Monster
Dogs pretos seguiu junto com eles. Em contraste, o cavalo do Chefe da Aldeia é
apenas um cavalo de fazenda. Além disso, já está ofegante. Suor escorrendo por
todo o corpo, o cavalo já estava mostrando a língua. Poderia entrar em colapso a
qualquer momento. No entanto, quanto ao que aconteceria se eles fossem pegos......

Quando a cena do pedaço de carne sendo devorado pelo Monstro Cã o preto


voltou à sua mente, o Chefe da Aldeia ficou impaciente, gritando e uivando.

“Vamos lá você consegue! Por favor faça seu melhor!!!”

Estimular um cavalo a correr até morrer, se pensarmos bem, era um abuso


bastante irracional. Se o cavalo pudesse falar a linguagem humana, provavelmente
o teria amaldiçoado por fazer tal coisa, mesmo depois de tantos anos de abuso que
sofreu. No entanto, isso foi pelo bem da vida de duas crianças. Ele só poderia
clamar a Emroy e pedir perdã o. O Chefe da Aldeia agarrou as rédeas com o coraçã o
feroz e mesmo sabendo que estava empurrando-as de maneira irracional, ele
chicoteou-as correndo.

No entanto, embora o cavalo estivesse dando o melhor de si, a carroça nã o

165
conseguia acompanhar sua velocidade. Mesmo depois de ter sido usado durante
anos, o velho vagã o ainda estava em circulaçã o. Com o ranger do eixo da carroça, a
vibraçã o aumentou de intensidade. Mesmo assim, ele nã o conseguia parar de
chicotear o cavalo. Era uma situaçã o em que o cavalo desabaria ou a carroça
quebraria primeiro. Eventualmente, o cavalo finalmente atingiu seus limites.

O cavalo, sem forças, caiu de repente, quebrando todos os quatro membros. A


carroça virou com a sú bita mudança de impulso, quebrando o eixo e levantando
uma enorme nuvem de poeira, derrubando o Chefe da Aldeia e as crianças no chã o.
O Chefe, com todo o corpo manchado de sujeira, lama e sangue escorrendo,
ignorou a dor intensa que percorria cada parte de seu corpo e cambaleando, ficou
de pé, protegeu as crianças atrá s dele e desembainhou sua espada enferrujada.
Mesmo tendo perdido toda a esperança e energia, o velho ficou surpreso ao ver
quanto poder ainda lhe restava em seu corpo.

“Oh Emroy-sama, meu cavalo se saiu bem e espero que você cuide dele. Vou
segui-lo a seguir. Porém, por favor, abençoe meus velhos ossos para que eu possa
lutar com todo o meu ser.”

O velho apontou espada para o Monster Dog preto, que vinha em direçã o a
eles com as presas à mostra, e rezou. Naquele momento……

“Muito bem, dou-lhe minhas bênçã os!”

Naquele momento, algo parecido com um vendaval avançou e de repente


cortou a cabeça do centauro. Um enxame de Monster Dogs pretos disparou e se
espalhou por todo o lugar, soltando uivos parecidos com gritos.

Foi neste momento que Deus respondeu à oraçã o do Chefe da Aldeia.

*** ***

Parada no centro do veículo descoberto de alta mobilidade, Tuka estava com


os braços bem abertos e banhada pelo vento. Sentindo o vento que fluía por todo o
corpo, ela se sentia confortá vel, como se estivesse voando no ar. Seu cabelo,
esvoaçando ao vento, brilhava e reluzia dourado à luz. Atrá s de Tuka, Rory está
vasculhando suas malas. Olhando e retirando os itens que estavam carregados no
porta-bagagens, ela os examinou e verificou se eram armas ou equipamentos que
poderiam ser usados na preparaçã o para a batalha que estava por vir. Uma delas é
a Muniçã o Anti-Armadura Leve 110mm, fornecida pela LAM à sua equipe. Ao
avistar um objeto em forma de caixa que lembrava uma placa de uma galeria
comercial, Rory curiosamente o tirou.

166
"O que é isso?"

“Essa é uma mina direcional, uma armadilha. É uma excelente ferramenta


para eliminar inimigos de uma só vez.”

“E isso entã o?”

“É um sinalizador. Você liga à noite e ilumina a á rea por um tempo.”

“Ahh. Aquele que você usou na pousada Descanso do leitor, hein.”

“A que usei naquela época foi uma granada de atordoamento. Eles deveriam
ser armazenados ali.

“Tem muita coisa aqui. Esta caixa deve conter comida. Eu me pergunto o que é
esse contêiner? Uma bolsa de remédios? ......Entã o, o que é isso?

“O- O que é isso!? Por que isso está aí!?”

Vendo a caixa que Rory tirou, Itami ficou sem palavras. Ele nunca havia
verificado o conteú do do kit de primeiros socorros antes, entã o nã o sabia o que
havia dentro.

“Itami-dono. Se eles estã o na bolsa de remédios, sã o algum tipo de remédio?”

Ao ouvir as palavras de Yao, Itami nã o conseguiu encontrar palavras para


responder. Certamente, eram coisas vendidas em farmá cias. Incapaz de obter uma
resposta clara de Itami, Rory começou a retirar o papel-celofane e abriu a caixa de
papel. O que saiu foi um produto de borracha selado a vá cuo e enrolado em um
disco.

“Itami-dono. Parece que você sabe como essas coisas sã o usadas. Se você nã o
se importa, poderia nos contar o propó sito deles?”

Yao disse com um sorriso que parecia pedir uma resposta. O sorriso da Elfa
Negra até parecia alcançar seus olhos, aparentemente como se ela perguntasse
isso, sabendo o quã o estranho Itami se sentia ao responder. Ele podia sentir isso, a
situaçã o em que ele estava nã o éra boa. Se ele explicasse o uso desse produto de
borracha, havia uma grande possibilidade de que lhe perguntassem por que ele
preparou tal coisa. Ele certamente poderia dizer que alguém estava apenas
pregando uma peça nele, mas tal explicaçã o nã o seria compreendida pelas
mulheres aqui. Se for assim, ele poderia dizer que estes foram preparados quando
chegar a hora? Nesse caso, para quem seriam preparados?

167
...... Responder dessa maneira corria o risco de deixá -lo encurralado, entã o ele
decidiu que ela nunca deveria contar a elas o verdadeiro uso dessa coisa.

“E- Essas sã o... para cobrir a ponta da sua arma para evitar que areia e á gua
entrem no cano!”

Itami disse, mostrando um movimento de colocar o pacote de borracha em


forma de disco sobre o cano de seu rifle Type-64. Ele nã o está tecnicamente
mentindo. Durante a Guerra do Golfo Pérsico, os generais dos EUA usaram este
item para esse fim quando foram para o deserto.

“Entendi. Mas nã o entendo por que eles estavam na maleta de remédios.”

“Bem, alguém deve tê-las colocado lá por acidente. Nã o é à toa que nã o


consegui encontrar, a, ha, ha, ha, ha.

Enquanto Itami soltava uma risada seca e cheia de desespero, a “risada de


quem estava prestes a pegar a pena de morte”, foi Lelei, que estava ao volante,
quem o salvou.

“Algo à s 10 horas.”

Ao ouvir as palavras de Lelei, Itami interrompeu a conversa e olhou com


binó culo na direçã o que ela havia apontado. Yao e Tuka tentaram
persistentemente questionar Itami, mas Lelei estava olhando na mesma direçã o
que Itami com um olhar sério.

“Eles estã o sendo perseguidos? Será que seriam bandidos?

“Uma oraçã o de batalha! Eu certamente aceitarei! Uma pessoa idosa e algumas


crianças. Eu irei e salvarei vocês!”

A apressada Rory lambeu os lá bios brilhantes e enegrecidos e removeu as


coberturas de couro ao redor da lâ mina de sua alabarda. Essa cobertura foi
solicitada por Itami, que temia que pudesse causar problemas mais tarde, depois
que alguns dos meninos que tentaram transportá -la na Pousada Descanso do leitor
e quase se machucaram.

“Esses nã o sã o bandidos! Sã o 6 centauros e 10 Monster Dogs pretos!”

Tuka, que tinha bons olhos, gritou. De pé ao lado do banco do motorista, que
fica a direita no veículo de alta mobilidade, Rori se firmou e depois de apoiar a

168
alabarda na barra de segurança, calçou um par de luvas de couro preto, luvas sem
dedos. que cobriam apenas as palmas das mã os. Enquanto isso, Tuka pegou um
arco composto e o segurou.

“Yao, você pode usar um arco? A LAM é demasiada poderosa contra eles.”

Afirmando a pergunta de Itami, Yao baixou o que tinha em mã os no chã o.


Dizendo a Itami que os Elfos Negros têm uma preferência natural pelo tiro com
arco, ela começou a puxar a corda de seu arco.

“Lelei. Vá pela esquerda!

Rory gritou enquanto balançava a alabarda como um taco de beisebol. Tuka e


Yao também prepararam suas flechas, puxando seus arcos. Acenando com a cabeça
ao pedido de Rory, Lelei girou levemente o volante e pisou no acelerador. O veículo
de alta mobilidade começou a acelerar ainda mais, e o vento forte que eles sentiam
antes se tornou como uma tempestade crescente.

“Lelei, rá pido!!!”

Tuka gritou. Em resposta, Lelei, cujos princípios de conduçã o sã o a segurança


em primeiro lugar, pisou no acelerador até tocar o chã o, como se os seus
limitadores tivessem sido libertados. Os centauros se aproximaram da carroça em
fuga. Entã o, o cavalo da fazenda tombou e a carroça que puxava quebrou
violentamente com uma nuvem de poeira, jogando fora o velho e as crianças.
Todos os monstros se aproximavam deles a uma velocidade vigorosa. Seguindo o
som de Tuka e Yao lançando suas flechas, Lelei bateu o veículo de alta mobilidade
no bando de grandes Monster Dogs e os fez voar.

Segurando a espada, o velho fez uma oraçã o. Com um flash, Rory brandiu sua
alabarda, cortando a cabeça de um centauro, enquanto Tuka e Yao crivavam
flechas nos Monster Dogs pretos. Lelei pisou no freio e girou bruscamente o
volante, fazendo com que a carroceria do veículo de alta mobilidade mudasse
drasticamente de direçã o, levantando uma nuvem de poeira.

“ROOORORORORORORORYYYY!”

Ao ouvir o grito de guerra de Yao, Rory desabou na traseira do veículo. Foi


uma queda estranha, diferente da força resultante da deriva. Foi como se algo de
repente a fizesse perder as forças.

“Ei, Yao! Isso está errado, completamente errado!”

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Rory rastejou no chã o, com o rosto vermelho de vergonha e gritou como se
estivesse implorando. Ao encaixar a pró xima flecha, Yao inclinou a cabeça.

"Por que é que? É completamente normal que um adorador grite o nome de


seu Deus na batalha para aumentar o moral. Cabe a cada adorador decidir como
dedicar suas oraçõ es aos seus deuses…”

“Isso apenas reduz minha força!”

Gritando em protesto, Rory levantou-se, segurando na barra de segurança.


Enquanto o carro balançava e chaqualhava, Itami sorriu e seus olhos brilharam.
Piscando para Lelei, ele apontou para a direita, antes de trocar olhares
silenciosamente com Yao e Tuka. O veículo de alta mobilidade acelerava a um
ritmo tremendo. Dentro da nuvem de poeira, o cabelo loiro de Tuka dançava, a
bainha da saia gó tica preta de Rory tremulava e o uniforme branco de discípulo de
Lelei com as palavras “Conferência de título de especialista em espera” tremulava.

E ao sinal de Yao, Lelei, Tuka e Itami levantaram seus gritos de guerra,


gritando o nome de Rory em uníssono.

“E agora!”

“ROOORORORORORORORORORYYYY!”

******

Quando Lelei terminou sua apresentaçã o, os sá bios reunidos ficaram


surpresos. O pú blico nã o gritou com ela e a sala estava tã o quieta como se tivesse
sido afogada em silêncio. .Isso significava que todos concordaram que ela era digna
do título de “Sabio”. A utilidade do relató rio de Lelei era ó bvia para todos. Claro,
também era fá cil prever que os efeitos secundá rios deste relató rio seriam mais
desastrosos em batalhas baseadas em magia. No entanto, isso por si só nã o era o
resultado do seu relató rio.

Embora as guerras possam ser um acontecimento desastroso, os avanços no


conhecimento, na técnica e em todos os outros campos estã o indiretamente ligados
a ela. Se as pessoas negam a tecnologia e o aprendizado porque isso leva à guerra,
entã o a humanidade deveria simplesmente voltar ao tempo anterior à descoberta
do fogo e todos usarem ferramentas de pedra. No entanto, decidiram suspender a
atribuiçã o do título de Sabio a Lelei. O motivo nã o foi o conteú do de sua
apresentaçã o, mas o problema pessoal que ela trouxe e que perturbou a
conferência acadêmica.

170
Quem alcançava o título de Sabio tem a obrigaçã o de abrir as portas aos
alunos e transmitir-lhes seus conhecimentos. A apresentaçã o de Lelei foi
particularmente atraente e esperava-se que ela atraísse um grande nú mero de
estudantes que quisessem aprender com ela. No entanto, a vida de Lelei estava em
perigo. Na verdade, um assassino foi até capturado no meio da conferência. Se eles
deixarem a situaçã o como estava, existe a possibilidade de ela conseguir que seus
alunos sejam atualizados. Resumindo, disseram-lhe que, se quisesse se
autodenominar Sabio, teria que resolver primeiro seus problemas pessoais.

Por causa disso, embora fosse difícil dizer apenas de relance, Lelei tinha uma
expressã o extremamente azeda no rosto. Seus lá bios franzidos estavam
ligeiramente levantados enquanto suas sobrancelhas estavam ligeiramente
franzidas. Foi uma expressã o de insatisfaçã o sutil, mas claramente reconhecível,
que apenas Itami e suas colegas, com quem ela interagia diariamente, puderam
ver. Por baixo de seu uniforme de discípula, ela usava uma armadura branca feita
de escamas de dragã o aladas tecidas. Podia-se ter um vislumbre dessa armadura
por baixo da abertura em sua gola e na bainha esvoaçante de suas roupas. Esta
armadura a protegeu da adaga de Shandy.

“Disseram-me para usar armadura corporal com antecedência.”

Quando a espada que ela fincou fez um barulho agudo contra a resistência
rígida, Shandy, com o rosto pá lido, perguntou como isso era possivel. Entã o, a
pergunta de Shandy sobre por que ela estava usando tal coisa também pretendia
perguntar se ela sabia que estava planejando assassinar Lelei. Mas para Lelei, isso
foi apenas fruto de uma coincidência. Ela só estava usando armadura porque os
meninos da Pousada Mar de Livros pediram que ela o fizesse. É por isso que ela
nã o podia exatamente culpá -la por isso. Em primeiro lugar, a pró pria Shandy
deveria saber disso.

“M-Mas, Norra é uma subordinada daquele Piper, e o plano é que ela apenas
fingiria…”

Parece que ela estava tentando dizer que, como eles decidiram que só
planejaram que Norra fingisse assassiná -la, deveria ser normal que ela nã o fizesse
nenhum preparo para isso. Ao ouvir isso, Lelei apenas respondeu: “Isso nã o
significa que eu nã o possa fazer quaisquer preparativos”. Nã o, mesmo que nã o
fosse Lelei, seria normal pensar em fazer isso.

“Isso é injusto!”

Shandy expressou sua insatisfaçã o ao ser amarrada por Grey, que estava
olhando para ela com uma expressã o de espanto no rosto.

171
“Você obviamente é uma desastrada.”

Tuka expressou seus pensamentos.

“Isso é simplesmente cruel!”

Shandy protestou com lá grimas nos olhos, mas a atençã o de todos já havia se
voltado para o motivo de Shandy ter escolhido Lelei.

“Bem, ela provavelmente foi capturada pelo Flautista.”

“Mesmo quando entendemos seus truques e somos cautelosos, ele ainda é um


oponente assustador contra o qual lutar. Entã o, vamos ouvir sua ló gica por trá s de
sua decisã o de atacar Lelei-sama.”

Em resposta à pergunta de Grey, Shandy exclamou que era para salvar Piñ a,
afirmando que ela poderia salvá -la se arrancasse a cabeça de Lelei. Por que, como
assim? Em primeiro lugar, por que Piñ a estava em tal situaçã o? Em resposta à s
perguntas de todos, Shandy contou-lhes sobre a situaçã o na Capital Imperial,
contada a ela pelo Flautista.

O ataque ao Palá cio de Jade. As açõ es da Ordem dos Cavaleiros. Isto fez com
que a Princesa Piñ a perdesse a sua posiçã o na corte real e pode-se dizer que ela foi
encurralada.

“Até o príncipe Diabo fugiu. A ú nica razã o pela qual a Princesa está segura no
momento é porque ela é irmã do Príncipe Zorzal. Até a posiçã o dela está em perigo
por causa desse incidente.”

“E como isso leva você a ir atrá s de Lelei?”

A pergunta de Itami foi respondida por Lelei.

“Foi o Príncipe Zorzal quem ordenou o assassinato de Lelei. Se eu trouxesse a


cabeça de Lelei, isso provaria a lealdade da Princesa Piñ a.”

Ao ouvir o nome do culpado, Itami estalou a língua.

“Eu sabia, entã o era realmente ele.”

“Entã o foi assim que você foi enganada.”

172
“Nã o, você está errado! Eu nã o estava sendo enganada! Afinal, cavalguei até
Elron para apurar os rumores na Capital Imperial! Nã o fui enganada pelo
Flautista!”

“Se isso for verdade, significa que nã o podemos subestimar a capacidade de


coleta de informaçõ es do Flautista. É bem possível que eles tenham muitos lacaios
em mã os, mas eles certamente fazem excelente uso dos eventos que acontecem na
distante Capital Imperial. Como a ponte nã o pode mais ser atravessada, me
pergunto como eles conseguiram transmitir tal informaçã o? Eles têm alguma
maneira especial de se comunicar? Interessante.”

Gray bufou com as habilidades insondá veis do Flautista. Ao ouvir a afirmaçã o


de Shandy, Tuka bufou, aparentemente irritada.

“E você Ficou desaparecida por quatro dias por algo assim? ......Você nos
deixou preocupados, só por isso!? Isso é escandalosamente traiçoeiro da sua parte!

“Eu nã o me importo com o que você diz! Cavaleiro Auxiliar Grey! Para salvar a
princesa, ordeno que você derrube Lelei!

“Você diz isso, mas o que espera que eu faça nesta situaçã o?”

Surpreso com as palavras dela, Gray olhou ao redor. Da posiçã o deles, eles nã o
tinham visã o direta para Lelei, e à direita de Lelei estava Itami, enquanto à sua
esquerda Tuka. Atrá s de Grey, diagonalmente à sua esquerda estavam Rory e Yao à
sua direita. Os dois estavam completamente cercados. Além disso, sob o pó dio,
havia estudantes Rondel ouvindo a conversa. Se eles levantassem um dedo
mindinho para Lelei, seriam mortos no local sem deixar um grã o de poeira.

“Se queremos salvar a princesa, em vez de pregar essas peças, nã o seria


melhor pedirmos a eles que a salvassem? Essa é apenas a minha humilde
opiniã o...”

“E como isso serviria pra alguma coisa? Precisamos ganhar o favor do


Príncipe Zorzal com nossas realizaçõ es!”

“No momento é mais difícil conseguir a cabeça da Lelei-dono. Seria mais


realista entrar no Castelo Imperial e resgatar a Princesa.”

“Você percebe que o Castelo Imperial é guardado por dezenas de milhares de


soldados e Guardas Imperiais, certo?”

“Nã o, nã o, você nã o pode simplesmente olhar para a situaçã o tã o

173
simplesmente assim.”, Disse Gray enquanto dava um sorriso irô nico para Itami e os
outros.

“O que você acha? A ú nica maneira de impedir o Flautista e os outros


assassinos que vêm em sua direçã o é isolar a principal fonte do problema. Que tal
ir ao Castelo Imperial para extinguir a origem de todas essas chamas? E enquanto
vocês estã o nisso, por favor, salve a princesa…”

“Eu nã o posso acreditar em você! Você pretende se rebelar contra o príncipe


herdeiro!?”

“Acho que essa seria a diferença entre aqueles que nasceram entre os nobres e
um plebeu que subiu na hierarquia como soldado. A ideia de fazer isso nem parece
passar pela sua cabeça. De qualquer forma, se quisermos salvar a Princesa Piñ a,
esta é a maneira mais eficiente.”

Dizendo isso, Gray curvou-se novamente para Itami e os outros.

“Espero que você me faça o favor de ouvir meu pedido.”

******

As ruas centrais da Capital Imperial, repletas de lojas, voltaram à vida. O


bloqueio da cidade que existia para manter a facçã o pró -paz confinada na Capital
foi finalmente derubado. Como se uma barragem tivesse rebentado, os
comerciantes começaram a trazer grandes quantidades de alimentos e os preços
que tinham disparado, começaram a cair para níveis normais dentro de poucos
dias.

Com isso, as pessoas finalmente deram um suspiro de alívio. O bloqueio em


torno da Capital Imperial e os motins da Oprichnina que abalaram os cidadã os da
Capital Imperial chegaram assim ao fim. Os residentes do distrito de Akusho
beneficiaram enormemente desta procura especial por alimentos e ficaram gratos
por isso.

“Entã o, onde você está indo?”

Em resposta à pergunta de Mizari, Tyuwal, que carregava um punhado de


capuzes, respondeu com um rubor nas bochechas.

“Prairies me perguntou se eu gostaria de começar uma família com o dinheiro


que ganhamos desta vez... Ele disse que iria cultivar um campo e começar uma
fazenda. Ele me pediu para ajudá -lo.

174
“Oiiii, Tyuwal. Coloque sua bagagem aqui.

Um jovem bem-humorado colocava sua bagagem em um carrinho e se


preparava para a viagem. Ao vê-los assim, Mizari coçou a cabeça. Ciú me, bênçã o,
inveja, admiraçã o, ceticismo, resignaçã o... Ela estava sentindo uma mistura de
sentimentos bons e ruins.

“Bem, este nã o é um lugar onde você gostaria de ficar para sempre, entã o se
você puder ir embora, seria melhor. Além disso, ele convidou você apesar do seu
emprego anterior, entã o isso nã o é algo que a deixa feliz? Bem, você ainda terá
tempos difíceis pela frente, mas você mesma sabe disso, certo?

Depois de dizer isso, Mizari se arrependeu e deu um tapa na cabeça. Avisando-


a sobre os tempos difíceis que virã o... Mesmo que ela tenha dito isso apenas para
avisá -la, dependendo de como você olha para isso, pode parecer que ela está
xingando ela.

“Sinto muito, irmã Mizari.”

“Você nã o precisa se desculpar comigo, boba. Você ficará feliz quando sair
daqui. Isso é algo pelo qual deveríamos estar felizes.”

“……………….Unnn.”

“Entã o, cuide-se.”

E assim, Tyuwal deixou o distrito de Akushu, um lugar de onde todos querem


sair. Agora que têm uma quantidade razoá vel de riqueza, esta pode ser a sua ú nica
e ú ltima oportunidade. Olhando em volta, Mizari pô de ver pessoas saindo do
distrito aqui e ali. No entanto, a partida deles nã o necessariamente deixa Akusho
desolada. Em breve alguém ocupará os quartos que vagaram. Em breve chegarã o
substitutos para aqueles que partiram, pois sempre haverá pessoas que estã o nos
níveis mais baixos da sociedade.

“Ei, Mizari. Você nã o vai sair deste lugar sozinha? Tenho certeza de que você
ganhou o suficiente para isso.”

O jovem chefe da família Gonzolry veio se despedir de alguém, um homem


chamado Prairies, que aparentemente trabalhava para ele. Sendo um homem,
havia pessoas neste distrito com quem ele estava conectado que vieram se
despedir dele quando estava prestes a virar uma nova pá gina.

“Mesmo assim, tenho um estilo de vida pecaminoso. Deixar este lugar nã o será

175
nem um pouco bom para mim.”

“Nesse caso, nã o desperdice seu dinheiro. Invista um pouco em mim.

"Huh? Você só pode estar brincando. Nã o volte aqui de novo!

Mizari afastou a mã o do homem. Entã o, com o balanço dos quadris, ela se


arrastou pelas ruas de Akusho. No entanto, o homem ainda a seguiu. Talvez, ao ver
o homem que era seu subordinado conseguindo uma parceira e saindo juntos do
distrito, ela sentiu algum tipo de impaciência semelhante à solidã o por parte do
homem. Mizari poderia entender como ele se sentia, mas ela gostaria que ele
olhasse adequadamente para a pessoa que está chamando.

“Ei, vamos, Mizari.”

“Você é um homem persistente. Pare com isso, senã o você será odiado.

Parece que ela nã o teve outra escolha. Em tempos como este, ela só precisa ir
até lá . Tendo decidido isso, Mizari dirigiu-se para a sede Akusho da JGSDF. É um
lugar que um rufiã o hesitaria em abordar, desde que nã o tenha negó cios lá . Assim
que Mizari chegou, mesmo o homem que a seguia nã o conseguiu mais avançar.

“Tsk, droga.”

Com certeza, o homem parou na frente da porta.

“Mizari, eu——–”

“Sim, sim, eu sei o que você vai dizer, entã o vá embora já . Você nã o tem muito
tempo livre, nã o é?

No entanto, no momento em que Mizari estava afastando-o com a mã o, o


homem agarrou aquela mã o.

“Espere, qual é o significado disso!?”

“Apenas me escute! Venha comigo!”

“Pare, você está me machucando! Solte! Você acha que pode escapar impune?

“Nã o seja estú pido! Nã o tenho nem um pouco de medo dessas pessoas!”

Mizari respirou fundo, pensando em gritar. Se o fizesse, Kenzaki ou alguém da

176
sede viria em seu auxílio. No entanto, antes que Mizari pudesse gritar, as açõ es
violentas do homem pararam. O homem, com uma enorme alabarda enfiada na
garganta.

“Você está no caminho. Nã o bloqueie o caminho.”

O homem, que nã o conseguia mexer a cabeça, olhou para o lado apenas com
os olhos e com a voz trêmula: “Q-Quem é você?”, perguntou. Mizari também ficou
intrigado. As pessoas que estavam na frente dela eram obviamente alguém de
natureza diferente das pessoas que normalmente entram e saem deste lugar. Nem
os sacerdotes nem os estudantes deveriam ter qualquer motivo para vir a Akusho.
Também era incomum ver um Elfo e um Elfo Negro juntos. Além disso, havia um
velho maltrapilho que parecia um fazendeiro e duas crianças com ele. Era um
grupo muito estranho. A ú nica pessoa que Mizari reconheceu foi o ú nico homem do
grupo. Ela nã o o tinha visto ultimamente, entã o ele quase desapareceu de sua
memó ria......

“Se bem me lembro, você nã o é o chefe de Kurokawa… Itami, nã o é?”

Mizari disse, apontando para Itami, ao que ele respondeu de maneira casual.

“Ah, já faz um tempo.”

Porém, seus companheiros, que deviam estar visitando Akusho pela primeira
vez, pareciam ter descoberto o segredo de Itami, aproximaram-se dele por todos
os lados, parecendo que o estavam interrogando.

“Heehhh… Você a conhece, pai?”

“Eu me pergunto o que você quer dizer com isso “já faz um tempo”?”

“……………………..Esse tipo de coisa é proibido.”

Mesmo que você nã o precise dessas mulheres quando você me tem…”

Mizari estava muito familiarizada com a expressã o que Itami tinha naquela
hora. Foi muito parecido com o de um homem que leva uma bronca da esposa
quando ela descobre sua vida noturna no bairro da luz vermelha.

“Eu- eu nunca estive no distrito da luz vermelha!”

O grito sincero de Itami, entretanto, pareceu ser ignorado.

177
******

“Sob a liderança do Príncipe Zorzal, o Exército Imperial repeliu o ataque dos


japoneses à Capital Imperial!!!”

Esse foi o “fato” anunciado pelo gabinete do Príncipe Herdeiro. Para os


soldados e cidadã os de baixa patente que nã o tinham informaçã o suficiente para
analisar objetivamente a situaçã o, a sua percepçã o foi “As suas palavras foram um
pouco suspeitas, mas como os altos escalõ es dizem isso, entã o deve ser esse o
caso”. No entanto, este nã o foi o caso de Zorzal e dos outros membros da facçã o
pró -guerra do Senado. Eles sabiam a verdade. Nã o importa quantas mentiras eles
tentassem pintar, a realidade inegá vel era que foi uma derrota completa. Para eles,
significou o início de muitas noites sem dormir, de raiva e frustraçã o. Em primeiro
lugar, se pudessem suportar que a sua capital fosse invadida pelo inimigo, nunca
teriam feito parte da facçã o pró -guerra.

“Eles nos derrotaram completamente!”

Esta batalha reafirmou o fato de que a força e o armamento atuais da Capital


Imperial, ou melhor, do Império, foram completamente superados. Claro, eles
entenderam que eram um adversá rio formidá vel. No entanto, eles nunca
esperaram que ficariam tã o sobrecarregados.

“Da pró xima vez, com certeza mostraremos a eles!”

Os membros do Senado gritaram. Ao ficarem diante dos feridos e dos mortos


com seus pró prios olhos, começaram a entender que tipo de oponente
enfrentavam e começaram a considerar seriamente como poderiam neutralizar à
sua pró pria maneira.

“Quando examinamos os corpos dos mortos, encontramos pontas de flechas


de chumbo profundamente enfiadas nas feridas. Parece que eles usaram algum
tipo de meio para mergulhá -los no corpo, infligindo-lhes ferimentos fatais.”

Assim relatou um representante da equipe médica que tratou os feridos e


examinou seus corpos. Eles também mostraram escudos e armaduras com buracos
e apresentaram meios para protegê-los das armas dos inimigos.

“Neste ponto, foi exatamente como a Princesa Piñ a e a facçã o pró -paz
relataram. O inimigo usa magia ou algum outro método para arremessar essas
pontas de flecha com suas bestas manuais.”

“Como eles fazem isso nã o importa! Tudo o que sabemos é que os escudos que

178
usamos agora nã o ajudam contra isso, certo? Nossos frá geis escudos nã o sã o pá reo
para as pontas de flecha do inimigo.”

“Entã o, e se fizermos nossos escudos com o dobro da espessura?”

“Nã o seja ridículo! Duas peças nã o sã o suficientes contra isso. Você precisaria
de pelo menos três camadas.”

As balas penetraram nos escudos e armaduras da Guarda Imperial. Eles


precisariam de pelo menos três camadas se quisessem bloqueá -las.

“Isso seria difícil para os soldados suportarem com suas forças. Nã o importa
quã o resistentes sejam seus escudos, faltará praticidade se dificultar a caminhada
do usuá rio.”

Tornando seus escudos mais grossos e resistentes. A demanda por isso nã o é


tã o nova. No entanto, os materiais, tamanho e peso dos escudos nã o foram
determinados aleatoriamente, mas foram assumidos em sua forma atual como
resultado da força dos braços dos soldados que os carregam, das armas que usam e
das tá ticas que empregam. ao longo de muitas batalhas. Mesmo que os soldados
peçam que seus escudos e armaduras sejam duplicados ou triplicados de
espessura, isso é algo que nã o será possível em pouco tempo. No entanto,
perguntando-se por que ninguém havia percebido algo tã o simples, Zorzal sorriu
orgulhosamente.

“Eu simplesmente nã o conseguia compreender como nenhum de vocês


percebeu isso ainda. Até eu encontrei facilmente a resposta para isso. Ouça aqui,
ok? Se os escudos forem muito pesados, encontre alguém capaz de levantá -los. Em
vez de ter todos equipados com escudos de duas ou três vezes mais camadas,
deveríamos apenas ter escudos grandes e especialmente fabricados. E entã o,
alinhe os monstros nas primeiras filas dos soldados. Eu os preparei como um teste.
Contemplar……"

Ao sinal de Zorzal, dois Ogros Gigantes que poderiam facilmente ser


confundidos com Gigantes entraram no salã o do Gabinete do Príncipe Herdeiro.
Eles eram tã o altos que suas cabeças pareciam alcançar o teto. Possuindo braços
tã o grossos quanto a circunferência de Zorzal, foram necessá rios oito homens para
puxar as correntes presas a cada um dos seus membros. Em suas mã os, eles
seguravam escudos grossos que poderiam ser melhor chamados de paredes, e
carregavam clavas que pareciam ter sido trazidas dos pilares de algum templo. Seu
capacete tinha o formato de uma tigela redonda e sua armadura parecia caixas
angulares. Se Itami os visse, ele poderia dizer “Quero pintar um dos ombros deles
de vermelho”. Eles tinham essa aparência.

179
(T/N: Armored Trooper Votoms: referência ao ombro vermelho.)

Tanto o escudo quanto a armadura eram feitos de chapa de ferro com um klo
e meio (cerca de 2 cm) de espessura.”

“S-Sua Alteza. Você nã o quer dizer que vai adicionar esses monstros à s fileiras
do exército regular?”

Isto surpreendeu nã o só os generais, mas também o Senado.

Isso mesmo. Nã o apenas os Ogros Gigantes, vou adicionar vá rias espécies e


feras temíveis à linha de frente. Se nã o fizermos isso, nã o seremos capazes de
enfrentar o inimigo.”

“C- Como esperado, isso é apenas…”

Exército Imperial tem usado monstros em suas guerras. No entanto, a razã o


para a sua inclusã o era fazê-los correr de cabeça para o inimigo imediatamente
apó s o início da batalha, perturbando as linhas inimigas ou libertando-os em todas
as direçõ es para atacar cidades e aldeias no lugar dos seus cã es. Os soldados nunca
os consideraram iguais. O termo “lutar ombro a ombro” existe, mas para o Império
significava reconhecer a existência e o valor da outra parte como iguais aos seus.
No entanto, os monstros nã o sã o do mesmo calibre dos soldados. Com seu
intelecto, eles sã o considerados animais inferiores a eles.

Se esses monstros recebessem ordem de se juntar à linha de batalha, eles


provavelmente receberiam uma repulsa emocional dos soldados, perguntando-
lhes “Vocês estã o nos tratando da mesma forma que essas feras?”. Além disso,
Zorzal nã o foi o primeiro a ter um monstro de tã o forte lutando em uma batalha
fortemente armada. Na histó ria do mundo, exércitos baseados nesse conceito
surgiram de tempos em tempos. No entanto, por uma razã o ou outra, a maioria
deles desapareceu no meio da guerra.

“E entã o? Deixar o inimigo com nú meros inferiores a quinhentos invadir a


capital novamente?”

“Nã o, é só ... mas.....”

“Certamente, os soldados ficarã o chateados, mas se nã o fizermos isso, serã o os


soldados que ficarã o feridos e sofrerã o baixas. No final, isso só beneficiará eles.
Faça-os aceitar isso.”

Zorzal, com sua arrogâ ncia característica, obrigou seus subordinados a

180
resolver o problema. Ele era um homem com um ponto de vista e é por isso que era
tã o intolerá vel. No meio dessa atmosfera pesada, Absinthe, o recém-promovido a
Praetor, deu um passo à frente e curvou-se com reverência, como se nã o
conseguisse ler o clima.

“Como desejar, Alteza. Explicaremos isso aos soldados.”

Entã o, Tyuule falou.

“Que tal isso entã o? Por que nã o designamos membros da Oprichnina para
todas as unidades do exército e fazemos com que transmitam as mensagens de
Vossa Alteza à s tropas? Acho que será necessá rio aumentar ainda mais o nú mero
de membros da Oprichnina, mas ao contrá rio do falecido Praetor Luflus-sama,
Absinthe-sama é uma pessoa capaz. Tenho certeza de que, para cumprir a
liderança política de Vossa Alteza, você ficará satisfeito com os resultados.”

“Como esperado de Tyuule-sama.”

Absinto concordou imediatamente. Nã o só isso, mas para realizar um governo


que seguisse a vontade de Zorzal, ele também sugeriu que Oprichnina pudesse ser
nomeada nã o só para os militares, mas também para as organizaçõ es
administrativas.

“Nã o, isso nã o dá . Se for mal feito, poderemos acabar tendo duas cadeias de
comando. Eu sou contra.”

Ao ouvir isso, os militares ficaram de pé e todos se opuseram a essa ideia. Eles


compreenderam imediatamente que o objetivo desta medida era monitorar os
generais nomeados pelo Imperador Molt e interferir na cadeia de comando militar.
No entanto, Absinthe respondeu calmamente à s suas palavras.

“Por que vocês se preocupam tanto? Foi originalmente Sua Alteza quem
emitiu as ordens, entã o nã o há como a cadeia de comando ser dividida em duas. A
ú nica hora que ocorre um problema é quando vocês, cavalheiros, emitem ordens
que vã o contra a vontade de Sua Alteza. Nesse caso, nã o há necessidade de se
preocupar porque tal coisa nunca acontecerá .”

“N- No entanto...”

Maldito bajulador. Os generais estavam prestes a ranger os dentes em


animosidade contra o Absinthe. No entanto, eles nã o puderam revelar sua
insatisfaçã o diante de Zorzal e nã o tiveram escolha senã o permanecer em silêncio.
Entã o, como se para concluir este tó pico, o Absinthe anunciou.

181
“Isso resolve o assunto. O pró ximo tó pico é o da Princesa Piñ a e sua Ordem
dos Cavaleiros. As açõ es da Ordem dos Cavaleiros no Palá cio de Jade me fazem
suspeitar que a Princesa Piñ a esteja planejando uma rebeliã o. Mesmo que ela seja a
irmã mais nova de Sua Alteza, nã o acho que podemos simplesmente deixar o que
aconteceu assim.”

Os membros do Senado presentes na reuniã o concordaram.

“Umu. Mas desde entã o, Piñ a tem se trancado no quarto do meu pai sob o
pretexto de cuidar dele.”

“Sua Majestade?”

“Isso mesmo.”

“Isso é preocupante entã o. Sendo esse o caso, nã o poderíamos simplesmente


pedir uma explicaçã o.”

O Palá cio Interior, incluindo o quarto do Imperador, é o seu espaço privado,


guardado pela Guarda Imperial. Os Oprichnina podem ter tido a maior influência
sob o reinado de Zorzal, mas nem mesmo eles têm permissã o para chegar perto de
suas instalaçõ es.

“Bem, está tudo bem. Enquanto ela estiver escondida com o pai, ela nã o
poderá fazer nada.”

Entã o, o conde Woody deu um passo à frente.

“Nã o, esse nã o deveria ser o caso. Suspeitamos que a Ordem dos Cavaleiros
esteja envolvida no ataque do inimigo à Capital.”

“A Ordem dos Cavaleiros?”

“Caso contrá rio, como o inimigo poderia ter conseguido realizar uma manobra
tã o há bil? É razoá vel que eles tivessem alguém os ajudando. Os Cavaleiros fugiram
da Capital Imperial junto com o inimigo. Nã o há dú vida de que eles estã o pelo
menos cooperando entre si.”

O Barã o Clayton acenou com a cabeça em concordâ ncia.

“De fato, o inimigo moveu-se rapidamente. Muito rapidamente, na verdade.


“Se assim fosse, trata-se claramente de um crime grave de conluio com entidades

182
estrangeiras! Ser da realeza nã o a isenta disso! Na verdade, isso só torna tudo
ainda pior!”

O conde Woody sacudiu o punho cerrado. As palavras de concordâ ncia dos


membros do Senado também ecoaram nele. A intensidade desse refrã o foi tã o
poderosa que Zorzal ficou impressionado. A facçã o pró -guerra do Senado estava se
tornando ainda mais radical do que Zorzal por causa da perda de seus parentes
que haviam sido nomeados membros da Oprichnina e do ataque à Capital Imperial.
E agora, essas pessoas procuravam o bode expiató rio para suportar o peso da sua
fú ria. Zorzal, confrontado com a eloquência afiada de Clayton e Woody,
involuntariamente estalou a língua e começou a falar em tom de defesa de Piñ a.

“No entanto... Com Piñ a ainda confinada aqui, tal coisa é———–”

Ao ouvir as palavras de Zorzal, Woody fez sinal aos agitados senadores para se
acalmarem antes de falar.

“Eu entendo. Se fosse esse o caso, nã o havia como a Princesa Piñ a ter
permanecido na capital. Foi realmente estranho que ela nã o tivesse escapado junto
com o inimigo. Porém, também podemos ver isso como uma estratégia para nos
fazer pensar dessa forma. Devemos pedir uma explicaçã o à Princesa Piñ a para
esclarecer nossas suspeitas.”

“De fato, isso pode ser verdade… Hmmm.”

Deixando escapar um suspiro, Zorzal olhou para Tyuule e sua comitiva. Ele
esperava que algum deles se opusesse à s suas palavras, mas ninguém disse nada.

“De jeito nenhum.”

Levantando-se de seu assento, Zorzal deu sua ordem ao Chefe da Guarda


Imperial que estava ao lado.

“Traga Piñ a aqui. Você pode usar a força se ela resistir.”

E assim, Piñ a foi apresentado a todos como bode expiató rio para aliviar a
humilhaçã o da derrota que receberam.

******

Com Lelei no volante, Itami e seu grupo dirigiram o veículo de alta mobilidade
para a frente ao Castelo Imperial. Claro, se eles tivessem ido direto para o castelo,
os guardas teriam percebido que eram inimigos e começado a atirar flechas neles,

183
entã o o veículo foi disfarçado para parecer uma carroça, cercando o corpo com
tá buas. Parecia um pouco estranho, mas ainda assim era bom o suficiente para que,
se perguntassem a um transeunte o que ele achava que estavam levando, a
resposta que receberiam seria “carrinho”.

“Eles nã o poderiam pelo menos ter arranjado um cavalo ou um boi?”

Esse era o problema do qual Itami estava reclamando. Como nã o conseguiram


que um animal doméstico puxasse a “carroça”, ele mesmo teve que puxá -la,
disfarçado de escravo. O motor estava realmente funcionando, entã o ele nã o se
cansou, mas as cores nos olhos do animado Rory mudaram completamente para
sá dicas. “Puxe corretamente. Ei, agora ~~ Vá em frente ~~ Qual é o problema?
Meu idiota~~”, ou assim ela repreendeu, Itami quase acordou com um prazer de
autopiedade como quando ele está lendo aqueles romances deprimentes, fazendo-
o murmurar involuntariamente “Por que eu?”.

Assim, Lelei e Rory chegaram ao portã o do Castelo Imperial. Atrá s deles, Itami
descarregava uma grande caixa do veículo de alta mobilidade disfarçado de
carroça. A caixa era grande o suficiente para acomodar uma pessoa pequena.
Querendo saber por que eles vieram aqui, os guardas parados em ambos os lados
do portã o olharam para as três pessoas com um olhar questionador.

Avançando primeiro, Lelei, vestindo seu manto de mago, deu um passo à


frente e fez uma reverência.

“Eu sou Lelei La Lelena, vim por causa de uma convocaçã o de sua Majestade, o
Imperador.”

A aparência dos guardas mudou ao ver o convite escrito apresentado por


Lelei. Como se estivessem dando as boas-vindas ao seu ídolo, seus olhares
cautelosos mudaram para olhares alegres.

“Ah! Entã o você é--”

Quando um dos guardas lhes disse para esperar um momento, o outro guarda
correu para a sala da guarda para relatar.

“Lelei-san chegou.”

“Lelei? Quem é?”

“Idiota! Foi ela quem matou o Dragã o de Fogo!”

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"Ahh!?"

Com tal conversa sendo ouvida, vá rios guardas saltaram imediatamente para
cumprimentar Lelei. Itami, por outro lado, foi instruído: “Ei, você, escravo. Nã o
deixe seu veículo em frente ao portã o. Traga para dentro. Lelei e Rory já haviam
entrado sozinhas com os guardas. No entanto, com os guardas vigiando-o, ele nã o
podia simplesmente sentar no banco do motorista e ligar o motor enquanto todos
observavam. O veículo deles deveria ser uma carroça. Assim como Itami havia feito
até entã o, ele teve que puxá -lo para dentro do castelo. Itami olhou para o céu como
se dissesse “Vou fazer isso!?”, lamentou, e ruminou sobre os procedimentos a
serem seguidos apó s entrar no Castelo Imperial.

******

A voz de Imazu pô de ser ouvida em um pequeno alto-falante na mesa de


Nyutabaru.

“Em primeiro lugar, o assunto acima mencionado em relaçã o aos


companheiros que o Chefe da Vila Coda viu. Corresponde à s informaçõ es que
temos. O Exército Imperial está finalmente começando a dar sinais de nã o se
importar com os meios que utiliza. Embora o plano deles possa ser cruel, é
certamente eficaz. Se nã o fizermos algo a respeito, a situaçã o piorará
gradualmente, por isso temos que agir. Em parte por causa disso... que recebemos
luz verde com a condiçã o de resgatarmos a princesa.

No escritó rio, Nyutabaru e os três oficiais da JSDF, Kenzaki, Matoi e Yarita


espalharam-se em torno de um desenho do Castelo Imperial, que Itami e seu grupo
também espiaram. A estrutura e o traçado do Castelo Imperial foram estudados
sob vá rios â ngulos e foram feitos desenhos detalhados.

“No entanto, lidar com Zorzal ainda era impossível. Assassinar um membro da
família real, mesmo que estejamos no meio de uma guerra, é uma péssima ideia.”

“Mas se for esse o caso, nã o poderemos garantir a segurança de Lelei.”

Itami disse enquanto dava um tapinha no ombro de Lelei.

“Itami. Para quem lê mangá , com certeza falta bom senso, hein. Normalmente
quem aceita esses empregos nã o para mesmo que o cliente morra, certo? Além
disso, mesmo aquela princesa nã o se sentiria bem com o assassinato do pró prio
irmã o, nã o acha?

“Ah… Você está certo.”

185
“Vá ler o Golgo 13 de Takao Saito-sensei. Em situaçõ es como essa, você precisa
que aquele cliente os faça parar. Portanto, precisamos do Zorzal vivo. É um dos
requisitos para que esta operaçã o de resgate seja autorizada.”

“O que fazemos entã o?”

“Temos duas opçõ es. Uma é ameaçá -lo completamente. O tipo de pessoa que
envia assassinos desmorona rapidamente quando acaba sendo o alvo. A outra é
espalhar boatos como em Rondel.”

Ele estava insinuando sobre como espalharam o boato de que um assassino


tem como alvo Lelei, “acrescentando a isso a informaçã o do cliente ser Zorzal”.

******

Itami, com Lelei, Rory e a caixa nos braços, foi conduzido por Nei pelos
corredores do escritó rio do Príncipe Herdeiro. A razã o pela qual eles estã o agindo
como se estivessem abaixo deles, embora o grupo de Itami de repente tenha
chegado ao Castelo Imperial sem aviso prévio, é provavelmente porque Lelei, é é
conhecida como heró ina, e Rory, que é uma apó stola de Emroy , estã o todas
presentes.

“Sua Santidade e Lelei-sama, por favor esperem nesta antecâ mara. Espero que
você nos perdoe por ter apenas este quarto minú sculo e imundo disponível.”

Isso é minú sculo e imundo? Itami, admirando estranhamente a diferença na


forma como eles se sentiam, colocou a caixa no chã o enquanto olhava ao redor da
antecâ mara, que poderia ser do tamanho de uma quadra de tênis cheia de
esculturas e decoraçõ es. As almofadas no chã o pareciam bastante macias, pois
quando Lelei e Rory sentaram, metade do corpo ficou enterrado nelas.

“Lamentamos informá -lo, mesmo depois de você se dar ao trabalho de vir nos
visitar, mas você nã o poderá ver Sua Majestade, o Imperador. O príncipe herdeiro
falará com você em nome dele. No entanto, ele está atualmente cumprindo suas
funçõ es e verá você assim que terminar.”

“O que aconteceu com Molt?”

Nei respondeu cortesmente à pergunta de Rory.

“Sua Majestade está doente e atualmente sob cuidados médicos.”

“Isso é preocupante… Posso visitá -lo?”

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“Dó i-me muito recusar a grande gentileza de Vossa Santidade, mas temo que
haja uma ordem que proíbe todas as visitas.”

“Parece que é muito ruim. Rezo para que ele se recupere logo.”

“Tenho certeza de que Sua Majestade melhorará com as oraçõ es de Vossa


Santidade. Em nome de todos os seus sú ditos, muito obrigado. A propó sito, Lelei-
sama, sinto muito por ser tã o indelicado, mas você poderia escrever seu nome
aqui?”

Nei estendeu um pedaço de pergaminho e uma caneta de pena.


Provavelmente é um substituto para papel colorido. Em outras palavras, ele estava
pedindo um autó grafo a Lelei. Em momentos como esse, a expressã o normalmente
vazia de Lelei era ú til. Itami e Rory podiam ver claramente que ela achava que o
que ele estava perguntando era problemá tico, mas para um completo estranho,
nã o parecia assim. Lelei assinou suavemente e Nei enrolou com cuidado,
esperando a tinta secar.

“Muito obrigado. Mais uma coisa, posso perguntar o que é a caixa que seu
atendente está carregando?”

“Um presente para Sua Majestade.”

A explicaçã o de Lelei foi simples. Como Lelei parecia se recusar a dar uma
explicaçã o detalhada, Nei hesitou em pedir mais informaçõ es. Ele ficou confuso,
mas aceitou a resposta dela.

“Entendido. Por favor, espere um momento enquanto trago um pouco de chá


para você.”

Assim, Itami e os demais ficaram sozinhos na antecâ mara. Itami


imediatamente abriu a caixa e tirou um rifle e um rá dio do compartimento
escondido sob a caixa. Enquanto isso, Rory abriu ligeiramente a porta e olhou para
fora. Lá , ela viu dois Guardas Imperiais totalmente armados parados no corredor.

“Há dois guardas.”

Assentindo, Itami colocou os fones de ouvido do rá dio que havia tirado da


caixa no ouvido e sussurrou.

“Aqui é Avanger, estamos dentro. Onde você está ?”

Tuka e Yao, vestidas com camuflagem, caminhavam silenciosamente pela

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floresta dentro do Castelo Imperial, escoltadas por dois membros do Grupo de
Forças Especiais, Kenzaki e Yarita. Atravessaram a vegetaçã o rasteira, passaram
pelas brechas na segurança e se aproximaram de um grande edifício de pedra.

“Aqui é Avanger, estamos lá dentro. Onde você está ?”

Kenzaki respondeu a ele.

“Aqui é o Saber. Estamos a cerca de... 3 minutos do objetivo.”

Matoi estava no telhado do templo mais alto da Capital Imperial, segurando


um rifle de precisã o bipé antipessoal em posiçã o de bruços, espiando através de
sua mira pessoal Premier Reticles.

“Aqui é Archer. Estamos em posiçã o. Pronto para partir a qualquer momento.”

“Roger. Criaremos uma distraçã o em cinco minutos.”

Naquela Hora, Piñ a, que estava sendo carregada debaixo dos braço dos
Guardas Imperiais, e sendo arrastada pra frente dos senadores pró -guerra que
esperavam com a respiraçã o suspensa. A julgar pela forma como foi arrastada pelo
chã o, com os cabelos desgrenhados, parece que Piñ a resistiu o má ximo que pô de.
Porém, no final, ela nã o conseguiu resistir e foi trazida à força.

“O que diabos você quer de mim?”

Absinthe, o novo pretor, começou a perguntar como se fosse uma promotora


tentando convencer o jú ri de que o réu havia cometido um crime.

“Nó s o convocamos aqui para fazer algumas perguntas a Sua Alteza. Como sua
impertinente secretá ria nã o está aqui hoje, eu esperava que Sua Alteza me desse
uma resposta direta.”

“Você provavelmente vai falar sobre a Ordem dos Cavaleiros, nã o é? As açõ es


dos Cavaleiros foram meramente em obediência à s ordens do Imperador.”

Piñ a, que nem sequer recebeu uma cadeira e foi obrigada a sentar-se
diretamente no chã o, agarrada aos joelhos. Ela foi exposta aos olhares acusadores
e atormentadores das pessoas ao seu redor e teve que se agarrar a algo para
manter sua mente tranquila.

“Entã o, você afirma que também foram ordens do Imperador trazer o inimigo
para a Capital Imperial?”

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Ao ouvir as palavras que ela nã o esperava, Piñ a ficou surpresa e perguntou:

“Quem você disse que trouxe o inimigo?”.

“Seus cavaleiros.”

“Eles estã o chamando meus Cavaleiros de traidores como se fosse ó bvio, huh.
Quã o fundo caímos.”

O rosto de Piñ a caiu em tristeza. Ela estava em uma posiçã o completamente


recuada em sua concha. Zorzal, que estava sendo olhado pelos senadores que
queriam que ele fizesse algo a respeito dela, tinha uma expressã o desagradá vel no
rosto e instruiu um Guarda Imperial a fazer Piñ a olhar para ele. Ao ouvir suas
instruçõ es, a Guarda Imperial hesitou por um momento e, sussurrando “Vossa
Alteza, por favor, me perdoe”, agarrou um punhado do cabelo vermelho de Piñ a.
Enquanto o rosto de Piñ a se contorcia de dor quando seu cabelo era puxado para
cima, Absinthe prosseguiu.

“Entã o, por que os Cavaleiros deixaram a Capital Imperial com o inimigo?”

“Você realmente nã o entende? É por causa do que estou vivenciando agora.


Eles sabiam que isso aconteceria com eles se ficassem aqui.”

“Se eles acreditarem que as suas açõ es estã o corretas, poderiam ter refutado
essas afirmaçõ es num local oficial. O fato de terem fugido só prova que eram
culpados.”

“Por essa ló gica, nã o sou inocente?”

“Esse é apenas o seu plano para nos fazer pensar assim!”

Depois que um dos senadores gritou isso para ela, Piñ a riu secamente.

“Ahahahahahaha. Em outras palavras, quem foge é um traidor e quem fica é


um traidor com um plano?”

Absinto gritou com Piñ a para encobrir seus protestos.

“Se todos vocês tivessem se reunido em um lugar oficial, vocês nã o seriam


suspeitos assim!”

“Você chama isso de lugar oficial? Ahahahahahaha!”

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“O que é tã o engraçado?”

“Tem certeza de que nã o confundiu isso com um banquete e me trouxe aqui


como parte de algum show paralelo?”

“Que absurdos você está dizendo!?”

Os senadores amaldiçoaram Piñ a.

“Sã o vocês, senadores, que menosprezaram a autoridade do Senado. Como já


disse, o Senado é o pilar do Império ao lado do Imperador. Os seus procedimentos
nã o devem ser realizados nos corredores do gabinete do Príncipe Herdeiro. Entã o,
por que este lugar se tornou uma espécie de salã o de reuniõ es?”

O conde Woody deu um passo à frente.

“Nã o somos senis o suficiente para ouvir o que a princesa pensa sobre o que o
Senado deveria ser. A realizaçã o do processo aqui é apenas temporá ria até que o
prédio do Senado seja reconstruído. É uma questã o de conveniência.”

Entendendo que esta sessã o de perguntas e respostas era apenas o epítome


de “Se você tivesse feito isso ou aquilo”, Piñ a ficou completamente exausta.

"Eu entendo. Apenas faça o que quiser.

Nã o importa como ela respondesse, essas pessoas iriam desprezar e criticar


Piñ a. Ela já sabia disso, mas confirmar novamente a fez sentir ainda mais esse
pensamento.

“Que desrespeito. Estamos fazendo essas perguntas para esclarecer as


dú vidas que foram lançadas sobre Vossa Alteza, entã o, por favor, responda-nos
com seriedade.”

“Nã o. Eu nã o quero responder. Nã o sou obrigada a responder.”

Surpreso, o conde Woody suspirou e olhou para Piñ a sentada. Quando Piñ a
manteve o olhar baixo, como se quisesse rejeitar tudo ao seu redor, os comentá rios
abusivos dos senadores finalmente começaram a surgir.

“Tal resposta nã o nos satisfaz.”

“A Princesa realmente traiu o Império!”

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“Que vergonhoso. Afinal, ela era apenas uma menina.

“Ela sempre fala com muita coragem, mas é assim quando realmente importa.”

Piñ a apenas cobriu os ouvidos e gritou.

“Eu nã o quero ouvir! Eu nã o quero conversar! Eu nã o quero responder! Estou


farta de tudo isso!

Entã o, ela se fechou em sua concha novamente, sem se importar que seu
cabelo doesse ao ser agarrado. Preocupado, o Soldado Imperial sussurrou “Sua
Alteza, por favor, levante a cabeça. Se você continuar fazendo isso, seu cabelo ficará
muito danificado.”. Em sua mã o, o cabelo vermelho de Piñ a estava bastante
emaranhado. Pela forma como alguns cabelos foram arrancados, ele podia sentir a
dor como se fosse sua. Vendo isso acontecer, o jovem Guarda Imperial parecia
prestes a chorar.

“Nã o, eu nã o quero. Este império está acabado de qualquer maneira!”

“Nã o decida isso por si mesma!”

Os senadores rugiram de raiva.

“Trabalhei tanto para acabar com esta guerra e foi você quem estragou tudo!
Como diabos você pretende lidar com isso!?”

“Parece que Sua Alteza é bastante derrotista.”

“Se eu sou uma derrotista, entã o vocês sã o todos tolos que nã o conseguem ver
a realidade! Olhe para aqueles Ogros Gigantes! Você colocou aquela armadura
sofisticada neles pensando que poderia derrotar o exército japonês com tal coisa?
Vocês sã o idiotas? Eles possuem barras de ferro que podem penetrar nas escamas
do Dragã o de Fogo! Nã o importa quantos escudos grandes você tenha, eles serã o
inú teis!”

Com o rosto vermelho brilhante, Zorzal se levantou. Ele parecia ter ficado
ofendido por reflexo quando sua ideia foi minada.

“Chega de bobagens, Piñ a! Nã o saberemos disso até enfrentá -los em batalha!”

“O momento em que isso se prova inú til é quando tudo realmente acaba,
irmã o. Além disso, como você controlará aqueles Ogros Gigantes blindados? Nã o
há como esses monstros terem qualquer lealdade ao Império. Eles sã o apenas feras

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selvagens que parecem ter sido domesticadas, mas estã o esperando para apontar
suas presas para você. Com você assustando-os com o chicote e domesticando-os
com comida, nosso Império finalmente conseguiu fazê-los seguir nossos comandos,
mas vestidos com uma armadura que nã o pode ser perfurada por espada ou lança,
quem você acha que os impediria? Nã o me diga, você realmente nã o está pensando
em incluí-los em suas formaçõ es, está ? Nã o sei quem teve essa ideia, mas devem
ser idiotas.”

Esta foi a razã o pela qual monstros fortemente armados desapareceram da


histó ria da Regiã o Especial. Fatores incertos que nã o podem ser controlados pelo
poder humano podem até ser a causa da derrota se forem aproveitados no campo
de batalha. Sempre se deseja que as armas tenham características contraditó rias.
Eles sã o perigosos para o alvo para o qual estã o apontados, mas seguros para
quem os empunha. Ogros gigantes totalmente armados certamente sã o poderosos,
mas também sã o extremamente perigosos para aqueles que desejam fazer uso
deles.

“Ei! Guardas Imperiais, silenciem Piñ a!”

Esta foi uma ordem de Zorzal, mas os Guardas Imperiais nã o pareciam ser
pessoas que se sentissem felizes por serem violentos com as mulheres, pois seus
rostos já pareciam sombrios. Ainda assim, eles tiveram que obedecer à s suas
instruçõ es. Rangendo os dentes, eles tentaram reprimir a boca de Piñ a por trá s.
Mas, felizmente, logo tiveram uma desculpa para fazer uma pausa.

A porta do corredor foi aberta com a força de uma explosã o.

Tyuule estava rindo sozinha atrá s de Zorzal. Seu papel em uma ocasiã o tã o
formal era esperar com uma taça e uma jarra de vinho, para que quando Zorzal
quiser beber, ela possa servir a ele. Assim, ela pô de assistir toda a comédia
acontecendo à sua frente em um assento especial. A Princesa Piñ a nã o estava
sendo protegida por ninguém e estava sendo amaldiçoada por todos. Vendo isso,
Tyuule ficou levemente animada. Finalmente, a Princesa Imperial estava nas
mesmas circunstâ ncias que ela. Torcendo por sua conquista de quebrar aquele
nariz arrogante, ela comemorou repetidamente em sua mente.

Todos deveriam estar infelizes! Todos deveriam sofrer, sofrer, duvidar e ser
abusados! Deixe tudo se tornar uma bagunça!

Para Tyuule, que xingava tudo, ela que desejava tal coisa cerrou os punhos e
sentiu vontade de expressar sua alegria com todas as suas forças no momento. Era
como se toda a amargura e ressentimento que vinham se acumulando em seu
coraçã o tivessem sido dissipados, mesmo que apenas um pouco. Mas entã o, como

192
que para diminuir seu humor, um rugido estrondoso soou no corredor. Ao olhar
para ver o que estava acontecendo, ela viu que as portas grossas do salã o haviam
sido arrombadas e uma garota com uma tú nica preta de sacerdote estava parada
na frente delas, segurando uma enorme alabarda que parecia ter acabado de
balançar. Ela também podia ver uma garota maga e um homem vestido com um
padrã o verde salpicado de cada lado dela.

“Bem, entã o deixe a segurança da saída para mim.”

A garota vestida com o manto negro de sacerdote desapareceu pelo corredor


e, logo depois, o som de armas se chocando ressoou e o chamado para reunir os
Guardas Imperiais começou a ecoar no corredor. Enquanto isso, o homem e a maga
entraram no salã o do escritó rio do príncipe herdeiro. Zorzal, ao vê-los, de repente
soltou um grito que beirava o desepero.

“Uwaaaaaaaaahhhhh!”

Quando seu enorme corpo escorregou da cadeira, ele lutou e agitou os


membros.

“V-Você é!?”

“Já faz um tempo, Príncipe Zorzal. É uma honra ver você novamente.”

Passando pelos senadores, o homem vestia um terno verde salpicado.

“Itami-dono!”

Piñ a chamou seu nome com uma voz que quase parecia um grito de alegria.
“Você veio para me resgatar!” foram palavras que ela nã o disse, mas sua alegria
pode ser expressa em sua face e em todo o seu corpo. Quem visse seu rosto teria a
impressã o de que Piñ a estava em contato com o inimigo. Até aquele homem
respondeu a Piñ a com um olho fechado. Se Tyuule fosse o jurado, isso por si só
seria suficiente para condená -la. No entanto, Zorzal nã o teve compostura para
pensar nisso agora.

A pró pria Tyuule sabia disso. Que para Zorzal, a pró pria existência deste
homem era o seu pesadelo. Na noite do tremor de terra, Zorzal foi interrogado por
ele e levado quasea morte por sua ordem. A dor e o horror daquela experiência
ainda assombravam e atormentavam a mente de Zorzal. Suas feridas físicas foram
curadas. Seus dentes quebrados foram substituídos por dentaduras. Externamente,
ele foi completamente restaurado à sua aparência normal. Mas a ferida profunda
que destruiu a psique de Zorzal permaneceu intacta.

193
Tyuule viu Zorzal acordar gritando de novo e de novo. Ela riu em segredo. O
homem que trouxera aquele medo e dor estava novamente diante de Zorzal.
Conhecendo a psique de Zorzal, foi fá cil para Tyuule imaginar o que aconteceria a
seguir, entã o ela agarrou a barriga. Tudo o que ela pô de fazer foi evitar que
percebesse que estava rindo. Com certeza, Zoral se encolheu. Com a mente
estrangulada, ele jogou fora todas as pretensõ es e aparências, agarrou-se à cadeira
e gritou.

“Volte, nã o chegue perto de mim! Tyuule, me ajude! Guardas Imperiais! O que


você está fazendo!? Soltem os Ogros!”

Os humanos, devido ao seu medo, tornam-se brutais com os seus alvos. Eles
precisam derrubar, destruir e pulverizar completamente o objeto do seu medo.

"Mate ele! Mate ele! Derrube-o!

Os manipuladores de monstros imediatamente libertaram os Ogros Gigantes


sobre suas presas. Os pró prios Ogros Gigantes pareciam entusiasmados, como se
estivessem tentando derrubar o fato de Piñ a lhes ter dito que eles eram inú teis. O
olhar ameçador dos Ogros Gigantes, brilhando ferozmente além da fenda de seu
capacete gigante, voltou-se para Itami. Brandindo seu porrete semelhante a um
pilar de templo, os senadores, nã o querendo ser atraídos para a briga, correram
para a borda do salã o. Os Guardas Imperiais estavam prestes a cercar Itami e Lelei,
mas alguns deles foram pegos e jogados contra a parede, enquanto os outros
saltaram simultaneamente.

“Ohh, eles pareciem soldados blindados!”

A visã o do Ogro Gigante totalmente armado tocou o coraçã o otaku de Itami.


Mesmo enquanto apontava o rifle para ele, Itami aumentou sua admiraçã o. Antes
que ele percebesse, ele ergueu a arma e puxou o gatilho como um certo
protagonista de anime. No entanto, a bala atingiu o Ogro Gigante no peito, mas foi
rebatida.

“Geh, que armadura grossa. Acho que nã o vai ser como no anime, hein.”

No entanto, a açã o de Itami nã o foi completamente sem sentido. Atrá s de


Itami, a garota maga estava usando o pouco tempo que ele ganhou para jogar
vá rios funis de latã o no chã o e terminar de entoar seu feitiço. Com um som agudo,
como o de uma lata vazia sendo chutada, os funis saltaram pelo chã o, envoltos em
luz. Eles entã o mergulharam em direçã o aos Ogros Gigantes, enrolando-se em
torno deles. Os Ogros Gigantes balançaram o porrete e tentaram arremessar os

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funis para longe, mas quando Lelei estalou os dedos, o funil atacou
simultaneamente os Ogros de todas as direçõ es. Os “fundos” cô nicos grudaram no
escudo e em vá rias partes da armadura.

E mais uma vez, Lelei estalou os dedos e inú meras explosõ es ocorreram no
corpo do Ogro Gigante. Entã o, assim como um robô cujo poder havia parado, eles
caíram de joelhos e morreram lentamente de costas.

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A armadura espessa foi perfurada em vá rios lugares. Com o formato cô nico
dos funis de latã o, a magia da explosã o concentrou seu impacto em um ú nico
ponto. Além disso, o efeito Neumann criou buracos na placa de aço, que tinha
apenas cerca de 2 cm de espessura. A força daquela explosã o surpreendeu aqueles
que a testemunharam, e até mesmo os Guardas Imperiais se encolheram de medo.

(T/N: efeito Neumann/Monroe significa que o grande aumento da penetração


de um explosivo em uma superfície é causado pela formação de uma cavidade cônica
ou hemisférica na extremidade dianteira de um cartucho explosivo)

Os molares de Zorzal chacoalharam. Se foi por raiva ou medo, ele mesmo nã o


sabia. No entanto, o rosto vermelho de Zorza ficou completamente pá lido.

“O-O que você quer agora!?”

Ele falou esplendidamente bem, mas foi um tanto cô mico vê-lo se esforçando
tanto para nã o escorregar da cadeira.

“Tem uma garota que gostaria que você conhecesse. Eu a trouxe aqui.

Dizendo isso, Itami empurrou Lelei levemente para frente, como se fosse
oferecê-la a ele.

“Eu sou Lelei. Lelei La Lelena.”

As sobrancelhas de Zorzal franziram-se à mençã o do nome dela, enquanto


todos os senadores engasgaram ao mesmo tempo. A maga era conhecida como
aquela que matou o Dragã o de Fogo, entã o eles agora podiam entender como ela
tinha força para massacrar Ogros Gigantes com um ú nico golpe. Aparentemente
pensando que sua fama a precede, todos assentiram em compreensã o. Porém, as
palavras seguintes de Lelei causaram ainda mais comoçã o entre os senadores
daquela sala.

“Príncipe Zorzal, gostaria que você demitisse os assassinos que contratou para
me matar.”

No mesmo momento, Piñ a gritou um comentá rio sarcá stico.

“Hmph, isso certamente é típico de você, irmã o. Você estava com ciú mes
daquele que assumiu a gló ria sobre você?”

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“R- Ridículo. Eu nunca contratei nenhum assassino!”

"Oh sério? Ela está aqui para nos dizer o contrá rio.

“Nã o diga bobagens. Nã o vale a pena acreditar nas palavras de alguma


garotinha aleató ria.”

“Ela pode ser uma garotinha, mas ela é a heroína que matou o Dragã o de Fogo.
Suas palavras têm peso. Eu pelo menos acredito nela. E o resto de vocês?

Zorzal procurou alguém para apoiá -lo. No entanto, nã o foram poucos os


senadores que desviaram o olhar desconfortavelmente. Podem nã o ter sido todos,
mas certamente houve quem pensasse que Zorzal faria tal coisa. Nesse meio
tempo, enquanto Piñ a e Zorzal conversavam, Itami foi até Tyuule e cumprimentou-
a.

“Ei, já faz algum tempo.”

Nesse momento, Tyuule prendeu a respiraçã o e, embora nã o tivesse motivos


para pensar assim, pensou que Itami tinha vindo para salvá -la. Depois de Noriko,
era vez dela. Isso é o que ela pensou. Se alguém realmente tivesse dito a ela que
estava aqui para ajudá -la, estendendo a mã o para ela, ela teria aceitado sem pensar
duas vezes. No entanto, suas fracas esperanças logo foram traídas. O negó cio que
Itami queria nã o era Tyuule, mas a taça de ouro que ela segurava como oferenda.
Tirando-a, Itami colocou-o na mã o de Zorzal.

“Q- Que diabos…”

Com um sorriso no rosto, ele começou a servir vinho na taça. Zorzal,


entretanto, estava à mercê de Itami. Apó s a revelaçã o chocante de Lelei, os
senadores no salã o estavam todos no meio de uma comoçã o, dizendo “Nã o pode
ser…”, “Mas, talvez…” e outras coisas assim. Depois que Itami terminou de se
preparar, ele apontou para a janela e perguntou a Zorzal.

“Você consegue ver o que está fora da janela?”

Pela janela avistava-se os jardins do Castelo Imperial e da cidade. Olhando


para o que Itami estava apontando, Zorzal assentiu.

“Entã o, Archer. Por favor."

Segurando a mã o no ouvido, Itami sussurrou. De repente, o copo na mã o de


Zorzal foi perfurado com um buraco de cerca de 7 mm de largura. O vinho

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vermelho como sangue jorrou do buraco, manchando o chã o. A rapidez do
incidente fez com que Zorzal jogasse o copo de sua mã o e escorregando da cadeira,
caísse no chã o com a parte inferior das costas. Ao ver isso, Lelei falou com ele em
um tom sem entonaçã o.

“Nã o importa onde você vá , sempre podemos alcançá -lo. De onde quer que
estejamos, seremos sempre alguém mirando em você. Vou dizer isso de novo.
Demita esses assassinos, ou da pró xima vez, assim como esta taça de vinho, você
terá um buraco na cabeça.”

Apesar do tom monó tono de suas palavras, os dedos dos pés esmagaram a
taça de vinho dourada. Estremecendo com a intensidade congelante de suas
palavras, Zorzal só conseguiu acenar com a cabeça.

******

Com seus negó cios concluídos, nã o há necessidade de eles permanecerem.


Nã o há razã o para permanecer em territó rio hostil. Quando Zorzal prometeu
retirar os assassinos, Itami começou a recuar com Lelei, e Zorzal também nã o
deteve os dois. Ele provavelmente estava mais inclinado a pedir-lhes que saíssem
dali. Ele até impediu os Guardas Imperiais que tentavam persegui-los. Nã o foi
difícil entender que ele estava com medo de ser atacado por um inimigo que nã o
conseguia ver. Ele nã o tentou impedir que Itami e Lelei levassem Piñ a embora.

No entanto, assim que saíram do salã o, eles se encontraram no campo de


batalha onde Rory e os Guardas Imperiais estavam envolvidos em uma batalha
feroz. Homens fortes em armaduras cercavam a pequena garota e a atacavam. Mas
cada vez que sua enorme alabarda girava como um moinho de vento, um
redemoinho de sangue respingava, e os corredores, paredes e tetos eram
decorados com arte de vanguarda em vermelho. Os corredores estavam cheios de
cadá veres e os Guardas Imperiais ficaram claramente intimidados ao ver Rory.
Quando a Semideusa vestida com uma tú nica preta de sacerdotiza gó tica deu um
passo à frente, os Guardas Imperiais ficaram tã o assustados que recuaram dois ou
três passos, apenas para esbarrarem em seus colegas atrá s deles e caírem de
bunda.

“Vocês se autodenominam guardas do Palá cio Imperial? A qualidade caiu, nã o


foi?

“Rory! Estamos dando o fora daqui!

“Eh, já ? Agora que tava começando a ficar bom!

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Rory deu um passo em direçã o aos guardas e fez parecer que estava prestes a
atacá -los, fazendo com que o corvo que a rodeava recuasse, o que ela aproveitou
para saltar do chã o para a parede, chutando-a voando sobre as cabeças dos
guardas. Eles a seguiram apressadamente. Sempre que surgia um guarda que
parecia alcançá -la, Rory parava e se virava, travando uma batalha em retirada,
derrubando-os com sua arma e afastando-os, desempenhando com sucesso o papel
de retaguarda. Itami e seu grupo correram com segurança pelo corredor, que agora
estava desocupado devido ao desvio de Rory. Eles entã o saíram correndo pela
porta da frente e pularam para dentro do veículo de alta mobilidade disfarçado de
carroça que estava estacionado ali.

Sentado no banco do motorista, Lelei ligou o motor e pisou no acelerador sem


parar. O motor soltou um rugido agudo e o veículo acelerou para trá s a toda
velocidade, passando pela porta grossa e entreaberta do hall de entrada. Os
guardas que estavam envolvidos na batalha contra Rory foram surpreendidos pela
sú bita interrupçã o dos intrusos e fugiram como aranhas. Rory, que chegou um
momento tarde demais para perceber o perigo que se aproximava por trá s,
congelou quando se virou para ver o que estava acontecendo.

“Peguei vocês!”

Mas pouco antes de o veículo colidir com Rory, Itami, que estava esperando na
parte de trá s, a pegou. Embora tenham conseguido evitar colidir um com o outro,
Rory e Itami acabaram rolando descontroladamente na traseira do caminhã o,
batendo em vá rios lugares, e Rory, que estava em uma posiçã o muito estranha,
soltou um grito. O veículo de alta mobilidade parou no hall de entrada com um som
repentino de freada, espalhando plantas e papel machê usados para tranformar o
veículo em uma carroça. Com seus corpos emaranhados, Itami e Rory acabaram
rolando novamente.

Os guardas, talvez percebendo que a carroça estava quebrada, contornaram o


perímetro, com espadas e lanças nas mã os. No entanto, quando o som de uma
saraivada de um rifle Type-64 atingiu seus ouvidos, os guardas recuaram
novamente. Itami, com um pé no banco do passageiro dianteiro do veículo de alta
mobilidade que havia revelado sua verdadeira forma, apontou o cano do rifle para
o teto e disparou balas até o carregador ficar vazio e, segurando a cabeça tonta,
soltou um aviso sob a chuva de argamassa.

“Tudo bem, recue! Essa coisa dó i o suficiente para matar você!”

Os guardas congelaram quando o cano da arma foi apontado para eles. Entã o,
numa fraçã o de segundo, Tuka e Yao, que estavam escondidas em uma plantaçã o
perto da entrada, subiram no veículo com Kenzaki e os outros. Num piscar de

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olhos, o veículo de alta mobilidade ficou lotado.

“Tudo bem, todos estã o a bordo. Lelei!”

Lelei respondeu à voz de Itami como se ela estivesse gritando.

“Roger!”

Colocando a alavanca da transmissã o automá tica para frente, o pedal do


acelerador foi pressionado com tanta força que o chã o caiu. O veículo de alta
mobilidade acelerou, saltando ao longo do caminho e desta vez, rumou para o sul
pela rua principal da Capital Imperial. No entanto, eles ainda nã o estavam livres de
problemas. As ruas centrais da Capital Imperial eram movimentadas com pessoas
e caroças, e os cruzamentos nã o sã o marcados por semá foros ou outros sistemas
de controle de trá fego. Devido à necessidade de abrir caminho no trâ nsito, mesmo
o veículo de alta mobilidade nã o conseguia andar muito rá pido. Além disso, eles
tiveram que parar uma vez para buscar Matoi.

Quando o portã o sul da Capital Imperial apareceu, um grupo de cavaleiros


vestidos de preto e usando capacetes Kobold os alcançou. Era difícil acreditar,
porém, que Zorzal, tremendo de medo do atirador e gritando para que eles
desaparecessem, tivesse ordenado essa perseguiçã o. Talvez seus assessores ou as
pessoas da facçã o pró -guerra tenham feito barulho para nã o deixá -los sair daquele
jeito. Ou talvez alguém tenha notado tardiamente que a pessoa mais importante do
Império havia desaparecido do castelo.

“Entã o esses sã o os tais varredores dos rumores, hein. Eles estã o nos
perseguindo com rostos assustadores.”

Itami, que havia verificado a retaguarda, falou provocativamente.

“Esses nã o sã o os rostos deles, sã o apenas capacetes, sabe?”

“Devo atirar?”

“Espere, se você atirar na rua, uma bala perdida pode atingir um civil.”

Yarita, que encontrou os alvos para atirar, estava prestes a levantar a arma,
mas Kenzaki o deteve com a mã o estendida. A JSDF deve evitar causar vítimas aos
civis. Caso contrá rio, a mídia começará a dizer coisas novamente. Entã o, Lelei falou.

“Nã o acho que haja realmente necessidade de lidar com eles. Com o
desempenho do veículo de alta mobilidade, nã o é difícil se separar deles.”

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Se Itami apenas dissesse para ela acelerar, ela estaria pronta para pisar no
acelerador até que o pedal chegasse ao chã o. Mesmo agora, Lelei manobrava
admiravelmente o veículo de alta mobilidade, virando para a direita e para a
esquerda, fazendo-o emitir ruídos de escorregamento. No que diz respeito à s suas
habilidades de direçã o, ela certamente conseguiria. No entanto, a maneira de
dirigir de Lelei parecia ultrapassar vá rios limites. Tendo em conta a saú de física e
mental dos seus passageiros, isto era algo que eles nã o queriam que ela fizesse.

“Meu Deus, até o meu pai você trouxe tambem. Em outras palavras, nã o foi
para me salvar que Itami-dono veio. Salvar-me foi claramente apenas uma decisã o
tardia. Nenhuma dú vida sobre isso."

No carro, que balançava como uma batedeira, Piñ a reclamava baixinho.


Hamilton, secretá ria de Piñ a, pediu desculpas a ela.

“Minhas desculpas, princesa. Disseram-me que esta era uma operaçã o


aprovada pela princesa e eu acreditei.”

“Nã o, nossa primeira prioridade era salvar você, Princesa Piñ a. Na verdade,
trazer o Imperador foi a verdadeira decisã o de ultima hora.”

Itami explicou, tentando esclarecer seu mal-entendido. Se olharmos para trá s


do caminhã o, podemriamos ver o Imperador Molt deitado em uma maca. Enquanto
isso, o conde Marcus, que provavelmente foi sequestrado com ele, estava sentado
desconfortavelmente ao seu lado. Ao ouvir as desculpas de Itami, o conde Marcus
ficou surpreso.

"Que triste. Você chama o sequestro do Imperador apenas de algo que você fez
porque tinha tempo livre?

“Sim. O plano da alta administraçã o era que, se quiséssemos salvar a Princesa,


deveríamos trazer o Imperador enquanto isso. O Imperador, a Princesa Imperial e
todos os senadores a favor da paz. Com tudo isso, podemos reivindicar ser o
governo legítimo do Império, nã o podemos?”

“Entendo… Entã o você vai empurrar a desonra de ser um rebelde para


Zorzal?”

A voz repentina assustou a todos. O Imperador, que deveria estar inconsciente


devido a uma doença, abriu os olhos e começou a falar.

“S-Sua majestade. Quando você……”

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O conde Marcus verificou o rosto do imperador.

“Há apenas alguns momentos. Nã o consigo dormir bem quando vocês me


carregam como uma bagagem.”

Molt ergueu o corpo com a ajuda de Piñ a e Hamilton. Vendo isso, Rory
murmurou “Que suspeito”. Ela parecia suspeitar que Molt estava apenas fingindo
estar doente. No entanto, Piñ a parecia realmente feliz enquanto se agarrava ao pai.

“Pai, sinto muito por incomodá -lo depois que você acordou, mas por favor,
pare o irmã o Zorzal! Itami-dono, volte para a Capital Imperial imediatamente…”

No entanto, Molt impediu sua filha.

“Nã o, seria inú til voltar. Nossas palavras nã o chegarã o mais a Zorzal. É melhor
seguir o plano do Japã o agora.”

“O plano deles?”

“O plano de você criar um governo legítimo para se opor a Zorzal.”

“No entanto, isso dividiria o Império. Isso poderia levar a uma guerra civil.”

“Já é tarde demais. Uma guerra civil é inevitá vel agora.”

Dizendo isso, o Imperador pegou a mã o de Piñ a.

“Piñ a, você se tornará a princesa herdeira. Você pode lutar contra Zorzal de
frente ou pode pedir reconciliaçã o. Você também pode dividir o Império em dois e
manter ambos os lados vivos. Determine o destino do Império e conduza-nos para
o futuro.”

“Eu- eu vou!?”

Ao ouvir seu pai tomar a decisã o cruel de ter seu pró prio filho e filha se
encarando como se fosse uma grande bênçã o, Piñ a ficou tã o surpresa ao responder
positiva ou negativamente. Hamilton, porém, gritou de alegria.

“Parabéns, Princesa! Agora todos os Cavaleiros podem ser absolvidos da


desonra de serem chamados de traidores!”

Naquele momento, alguém agarrou o braço de Piñ a. Enquanto ela estava


distraída com as palavras do Imperador, um varredor a cavalo se aproximou e

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agarrou seu pulso. Tornou-se uma competiçã o de força, mas o corpo de Piñ a foi
puxado para trá s e ela quase caiu do veículo de alta mobilidade. Hamilton, Tuka,
Kenzaki e Yarita, que estavam ao seu lado, apoiaram apressadamente o corpo de
Piñ a.

“Kyaaaaa! Itami-dono!”

Itami respondeu ao grito de Piñ a apontando o cano de seu rifle para o


cavaleiro e com alguns tiros, ele caiu de costas e bateu no chã o. Enquanto isso,
Rory empurrou a ponta dura de sua alabarda para afastar o inimigo, que tentava
passar pelo outro lado. O cavaleiro, que caiu no chã o com o empurrã o, foi
instantaneamente pisoteado pelos cavalos que seguiam atrá s do veículo de alta
mobilidade.

Molt, vendo a situaçã o atroz, olhou em volta e falou.

“Bem, isto é, se pudermos escapar daqui. Você se chama Itami, nã o? Mostre-


me o que você pode fazer. Verei com meus pró prios olhos a habilidade que
permitiu ao Homem de Verde derrotar o Dragã o das Chamas.”

O Imperador ordenou a Itami como se ele fosse seu pró prio sú dito. Suas
palavras foram tã o dignas que Itami respondeu involuntariamente com “Nã o se
preocupe, deixe isso conosco!”. ele pretendia se livrar da perseguiçã o mesmo que o
Imperador nã o tivesse ordenado que ele fizesse isso, mas quando ele pegou sua
arma, ele inclinou a cabeça, perguntando-se por que estava sendo obediente a ele.

“Tudo bem, estamos fora dos portõ es! Peguem-os!”

Ao sinal de Kenzaki, Rory saltou do veículo de alta mobilidade e atacou


primeiro. Com a saia inchada como um paraquedas, ela pulou nos cavalos dos
cavaleiros que a perseguiam e começou uma leve troca de armas nas costas dos
cavalos. Um por um, ela fez seus inimigos se tornarem vítimas de sua alabarda.
Enquanto isso, Tuka disparou suas flechas contra o inimigo tentando flanquear
Rory, e Yao disparou o LAM contra a força principal dos cavaleiros, explodindo eles
e seus cavalos em pedaços com uma rajada de fogo. Enquanto isso Itami e Yarita,
faziam uma chuva de balas em rá pida sucessã o.

“Primeiro Tenente Itami! Diga ao motorista para virar à direita no pró ximo
cruzamento de três vias!”

O Sargento Matoi agora estava com a antena do aparelho de rá dio na mã o.


Quando Itami perguntou o que era, ele riu.

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“Eu coloquei algumas minas direcionais aqui. Nã o é bá sico colocar armadilhas
em nossa rota de fuga?”

Ao ouvir isso, a expressã o no rosto de Itami mudou.

“Rory, volte!”

Ao ouvir o grito de Itami, Rory derrubou um dos cavaleiros do cavalo e pegou


o cavalo para si e puxando as rédeas, ela desviou para a direita. Enquanto isso,
Kenzaki procurava algo com o binó culo apontado para frente. Quando o veículo de
alta mobilidade virou à direita no cruzamento de três vias e se aproximou de uma
curva suave, talvez avistando seu ponto de referência, Kenzaki gritou.

“Tudo bem, acenda!”

Matoi apertou o botã o. Entã o, um objeto que parecia uma placa colocada na
beira da estrada explodiu. Incontá veis projéteis atingiram os varredores como uma
tempestade, derrubando cavalos e soldados num piscar de olhos.

“Como é isso?”

Kenzaki fez o veículo de alta mobilidade parar e verificou os resultados da


batalha. Os ú nicos inimigos que permaneceram seguros foram alguns cavaleiros.
Além disso, eles olhavam em volta, sem entender o que acabara de acontecer com
eles. Depois de um tempo, porém, eles viraram a cabeça dos cavalos e fugiram,
talvez por medo. “Tudo bem. Eles desistiram.”, disse Kenzaki. “Nã o, nã o, é uma
excursã o até chegarmos em casa, né?”, respondeu Matoi. Os homens do Grupo de
Forças Especiais trocaram comentá rios casuais. Confirmando que todos estã o
seguros, Itami riu. Rory também puxou seu cavalo para perto do veículo de alta
mobilidade com uma expressã o despreocupada no rosto.

“Está tudo bem, Sua Majestade?”

Itami perguntou ao Imperador, ao que o Imperador lhe deu uma resposta


bem-humorada.

“Esplêndido. Eu parabenizo você.”

Seriam dez dias até que o governo legítimo do Império fosse proclamado na
cidade do Conde Formal, Itá lica.

******

205
Uma longa fila de soldados se estendia desde o Castelo Imperial deixava a
Capital Imperial em direçã o ao norte. Nã o, nã o eram apenas soldados, mas também
burocratas, senadores, nobres e suas famílias, e parecia que a pró pria corte
imperial estava prestes a sofrer uma grande migraçã o. Zorzal chamou isso de
“relocaçã o da capital”, mas aos olhos dos demais cidadã os da Capital Imperial,
nada mais era do que uma fuga à noite.

Zorzal, que se tornou particularmente temeroso de atiradores de elite, tinha


uma cortina fechada ao seu redor onde quer que se movesse. Como parecia que ele
estava evitando a atençã o dirigida a ele, tornou-se difícil para eles refutar a
avaliaçã o do povo.

“Sua Alteza, para onde estamos indo?”

Zorzal respondeu à pergunta de Nei como se estivesse cuspindo na cara do


Chefe Chamberlain.

“Para algum lugar que nã o seja aqui.”

“Mesmo se você disser isso, o que você quer dizer?”

“Por enquanto, basta seguir a estrada para nordeste. Veremos para onde
vamos a partir daí.”

“Mas se deixarmos a Capital Imperial, seu reinado nã o será abalado?”

Era natural que o Chefe Chamberlain fizesse tal pergunta. No entanto, Zorzal
gritou com ele como se ele tivesse gritado.

“Cale-se! Nã o quero estar em um lugar que o inimigo já tenha atacado


repetidas vezes! Eu quero estar fora do alcance deles! Devemos colocar tantas
léguas quanto pudermos entre nó s e Alnus!”

Já circulavam rumores entre os cidadã os de que Zorzal, movido pelo ciú me,
havia conspirado para assassinar Lelei. Quando os cidadã os ouviram isso, todos
olharam para Zorzal com olhos frios e hostis. Os assessores de Zorzal tentaram
suprimir esse boato, mas Zorzal os impediu. Aos seus olhos, parecia que a pró pria
Capital Imperial o estava denunciando e tentando atacá -lo. Lembrou-se de como
Lelei apontou para a Capital Imperial e disse-lhe que “eles estã o mirando nele de
lá ”.

Foi um pensamento irracional, mas deu a Zorzal a ilusã o de que a pró pria
Capital tinha o poder de atacá -lo e matá -lo. Se ele tentasse fazer qualquer coisa a

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força contra a cidade, enfrentaria um doloroso contra-ataque. Com essas
preocupaçõ es em mente, Zorzal nã o conseguia mais nem se aproximar de uma
janela, e seu ú nico pensamento era de mudar-se para outra cidade.

“Tyuule-san… O que vai acontecer depois disso?”

Furuta, incapaz de andar a cavalo, sentava-se em uma pequena brecha em


uma carroça carregada de alimentos com uma montanha de utensílios e
ingredientes de cozinha. As rédeas eram seguradas por um grupo de aprendizes de
cozinheiro que estavam aprendendo a cozinhar com ele, entã o ele nã o precisava se
preocupar. Tyuule, montada em seu cavalo, parecia que estava perdida em
pensamentos quando Furuta a chamou. As pernas de seu cavalo pararam antes que
ela percebesse e ela acabou ficando para trá s.

“Tyuule-san?”

“Ah, Furuta-san… Tem algum problema?”

“Nã o é “ algo importante” aqui. É que nã o é seguro andar a cavalo enquanto


estiver atordoada.”

“S-Sério?”

Percebendo que seu cavalo havia parado, Tyuule chutou levemente a barriga
de seu cavalo para fazê-lo começar a andar.

“Ouvi um grande homem me dizer isso uma vez. Não posso fazer nada por
quem só se preocupa, mas não consulta os outros para obter ajuda”.

"Realmente? Existe tal ditado?

“Sim. Se você tentar conversar com outra pessoa sobre seus problemas,
poderá achar que é mais fá cil resolvê-los do que pensa.”

“………………Posso realmente perguntar sobre isso?”

“Sim. Existe a possibilidade de eu nã o poder fazer nada a respeito, mas posso


pelo menos ouvir o que você tem a dizer.”

Entã o, as lá grimas começaram a escorrer pelo rosto de Tyuule.

“Entã o me diga, por que ninguém me estende a mã o? Por que ninguém me


ajuda?

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O que, por que ela está perguntando isso? Ajuda? Ajudar quem? Furuta, que
nã o entendeu o significado da pergunta que lhe foi feita, nã o soube responder. Ele
só conseguia ouvir em silêncio as palavras que Tyuule dizia.

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