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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS


INSTITUTO DE QUÍMICA
GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

ANA JULIA DA SILVA DENARDI

JENIFER BARDUCO

CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DA SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS


ORGÂNICOS SINTÉTICOS DE INTERESSE FARMACOLÓGICO

ALFENAS, MG
2023
1

ANA JULIA DA SILVA DENARDI

JENIFER BARDUCO

CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DA SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS


ORGÂNICOS SINTÉTICOS DE INTERESSE FARMACOLÓGICO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao programa de


graduação em Química como parte dos requisitos para obtenção do
título de bacharel em Química pela Universidade Federal de Alfenas.
Orientadora: Profa. Dra. Jerusa Simone Garcia Trevisan

ALFENAS, MG
2023
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ANA JULIA DA SILVA DENARDI

JENIFER BARDUCO

CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DA SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS


ORGÂNICOS SINTÉTICOS DE INTERESSE FARMACOLÓGICO

A banca examinadora abaixo-assinada, aprova o Trabalho de


Conclusão de Curso apresentado como parte dos requisitos para
obtenção do título de Graduação em Química Bacharelado pela
Universidade Federal de Alfenas. Área de concentração: Química
Analítica.

Aprovada em 13 de julho de 2023

Dra: Mariane Gonçalves Santos Assinatura:


Instituição: Universidade Federal de Alfenas

Dr: Rudy Bonfilio Assinatura:


Instituição: Universidade Federal de Alfenas
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AGRADECIMENTO

Hoje podemos celebrar mais uma etapa concluída. Seremos eternamente gratas a todos
que puderam nos proporcionar esse momento.
Gostaríamos de agradecer primeiramente à Deus, por nos ensinar que nada é impossível
e que perante qualquer dificuldade quem acredita no Teu amor encontra o caminho da
superação.
Aos nossos pais, Ana Claudia, Luis, Jardete e João, nossa maior base e motivação. Tudo
o que somos hoje devemos a vocês, obrigada por nunca soltarem nossas mãos! Dedicamos essa
conquista a vocês!!! Aos nossos familiares, por sempre acreditarem no nosso potencial.
Aos nossos amigos que nos acompanharam nessa jornada, agradecemos imensamente
por terem nos apoiado e não terem nos deixado conhecer a solidão. Desejamos sucesso a todos
vocês, e que a vida nunca nos afaste uns dos outros.
A nossa orientadora, Jerusa Trevisan, pela dedicação, apoio e paciência ao orientar.
Ao grupo LacFar, em especial aos doutorandos Lucas e Renata, pelo convívio diário e
pelo compartilhamento de conhecimento.
As autoras gostariam de agradecer à UNIFAL-MG pelo fornecimento dos equipamentos
e suporte técnico para experimentos envolvendo análises cromatográficas, térmicas e
de infravermelho.
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RESUMO

O desenvolvimento de um fármaco envolve diversos procedimentos e etapas. A análise de


solubilidade se trata de uma análise quantitativa de extrema importância, uma vez que o ciclo
de vida biológico de um fármaco envolve sistemas aquosos. Por esta razão, o objetivo deste
trabalho foi analisar a solubilidade de novas substâncias candidatas à fármacos que foram
sintetizadas no laboratório PeQUIM, por meio da técnica “shake-flask” juntamente com o
espectrofotômetro UV/Vis, além de caracterizar esses compostos por meio da Calorimetria
Exploratória Diferencial, Espectroscopia no Infravermelho por transformada de
Fourier e pelo HPLC. A análise da solubilidade destas substâncias foi feita colocando uma
pequena quantidade de cada composto em 1,5 mL do meio empregando tampão fosfato 0,1 M
pH 7,4 de maneira que houvesse um corpo de fundo. Essas amostras foram submetidas à um
período de 4 horas de agitação a uma temperatura de 37°C. Logo após, foram filtradas e
analisadas por espectrofotometria de absorção molecular para determinar sua solubilidade. Os
compostos apresentaram solubilidades bem distintas entre si. O composto PQM-249 apresentou
a maior solubilidade em tampão pH 7,40(33,54 mg L-1) sendo aproximadamente 4 vezes maior
que o composto PQM-242 (7,17 mg L-1). Já o composto PQM-277 apresentou a pior
solubilidade< além de não ser estável em tampão e nem em água após o período de até 48 horas.

Palavras-chave: Análise, Composto, PQM-242, PQM-249, PQM-277, Solubilidade.


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ABSTRACT

The development of a drug involves various procedures and stages. Solubility analysis
is a quantitative analysis of extreme importance, as the biological life cycle of a drug involves
aqueous systems. For this reason, the objective of this work was to analyze the solubility of
new drug candidate substances that were synthesized in the PeQUIM laboratory, using the
"shake-flask" technique in conjunction with UV/Vis spectrophotometry. Additionally, these
compounds were characterized using Differential Scanning Calorimetry, Fourier Transform
Infrared Spectroscopy, and High-Performance Liquid Chromatography (HPLC). The solubility
analysis of these substances was performed by placing a small amount of each compound in
1.5 mL of a medium using 0.1 M phosphate buffer at pH 7.4, creating a background solution.
These samples were subjected to 4 hours of agitation at a temperature of 37°C. Subsequently,
they were filtered and analyzed using molecular absorption spectrophotometry to determine
their solubility. The compounds showed distinct solubilities from each other. Compound PQM-
249 exhibited the highest solubility in pH 7.4 buffer (33.54 mg L-1), which was approximately
4 times higher than compound PQM-242 (7.17 mg L-1). On the other hand, compound PQM-
277 had the worst solubility and was not stable in buffer or water after a period of up to 48
hours.

Keywords: Analysis, Compound, PQM-242, PQM-249, PQM-277, Solubility.


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Lista de Figuras

Figura 1: Exemplos de estrutura de triazóis ............................................................................. 17


Figura 2: Gráfico de DSC dos compostos ................................................................................ 21
Figura 3: Espectro infravermelho dos compostos .................................................................... 22
Figura 4: Cromatogramas dos compostos a) PQM-277 b) PQM-249 c) PQM-242. Condições
da análise: coluna cromatográfica Eclipse Plus C18 (Agilent), 4,6 mm×250mm, 3,5 µm;
fase móvel 100% metanol, à 1 ml/min e injeção de 10 µl. ............................................... 24
Figura 5: a) Espectro de absorção e b) Curva analítica do composto PQM-277...................... 25
Figura 6: Espectro UV-Vis das amostras PQM-277 após incubação ....................................... 26
Figura 7: a) Espectro de absorção em pH 5,5 b) Curva analítica do composto PQM-277 em
pH 5,5 ............................................................................................................................... 27
Figura 8: a) Espectro de absorção b) Curva analítica do composto PQM-249 ........................ 28
Figura 9: a) Espectro de absorção das amostras em tampão (T) b) Espectro de absorção das
amostras em água (A) ....................................................................................................... 29
Figura 10: a) Espectro de absorção b) Curva analítica do composto PQM-242 ...................... 30
Figura 11: a) Espectro de absorção b) Curva analítica do composto PQM-242 ...................... 31
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Lista de Tabelas

Tabela 1: Parâmetros da curva DSC para os compostos analisados......................................... 21


Tabela 2: Número de onda, grupo funcional e modo vibracional no espectro FT-IR dos
compostos ......................................................................................................................... 22
Tabela 3: Análise da amostra PQM-277 em tampão (T) e em água (A) .................................. 26
Tabela 4: Cálculos estatísticos do composto PQM-277, onde n = número de amostras, C.V. =
coeficiente de variação, t = teste t de Student e IC = intervalo de confiança ................... 27
Tabela 5: Análise das amostras incubadas do composto PQM-277 em tampão pH 5,5 .......... 28
Tabela 6: Análise das amostras PQM-249 em tampão (T) e em água (A) ............................... 29
Tabela 7: Cálculos estatísticos do composto PQM-249, onde n = número de amostras, C.V. =
coeficiente de variação, t = teste t de Student e IC = intervalo de confiança ................... 30
Tabela 8: Análise das amostras PQM-242 em tampão (T) e em água (A) ............................... 31
Tabela 9: Cálculos estatísticos do composto PQM-242, onde n = número de amostras, C.V. =
coeficiente de variação, t = teste t de Student e IC = intervalo de confiança ................... 32
Tabela 10: Análise de estabilidade das soluções do composto PQM-277 ............................... 32
Tabela 11: Análise de estabilidade PQM-277 das amostras em tampão e em água 24 e 48
horas após o armazenamento ............................................................................................ 32
Tabela 12: Análise de estabilidade PQM-249 das amostras em tampão e em água 24 e 48
horas após o armazenamento ............................................................................................ 33
Tabela 13: Análise de estabilidade PQM-242 das amostras em tampão e em água 24 e 48
horas após o armazenamento ............................................................................................ 34
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Lista de Abreviaturas

BCS Sistema de Classificação Biofarmacêutica


DMSO Dimetilsulfóxido
DSC Calorimetria Exploratória Diferencial
FT-IR Espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier
LabIQ Laboratório Interdisciplinar de Química
LACFar Laboratório de Análise e Caracterização de Fármacos
PeQUIM Laboratório de Pesquisa em Química Medicinal
UNIFAL-MG Universidade Federal de Alfenas
UV/Vis Ultravioleta/Visível
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11

1.1 OBJETIVOS ................................................................................................... 12

1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 12

1.1.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 12

2 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 12

2.1 CARACTERIZAÇÃO ........................................................................................................ 12

2.1.1 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) ................................................. 12

2.1.2 Espectroscopia no Infravermelho por transformada de Fourier (FT-IR) ... 13

2.2 DETERMINAÇÃO DE PUREZA POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA ....................... 14

2.3 ESPECTROFOTÔMETO UV-Vis ..................................................................................... 14

2.3.1 Solubilidade ........................................................................................................ 14

2.3.2 Compostos orgânicos sintéticos de interesse farmacológico .......................... 16

3 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................... 17

3.1 MATERIAIS E PREPARO DAS AMOSTRAS ................................................................ 17

3.1.1 Compostos orgânicos sintéticos de interesse farmacológico ..................... 18

3.2 MÉTODOS ..................................................................................................... 18

Calorimetria Exploratória Diferencial ..................................................................... 18

3.3.2 Análise por Espectroscopia no Infravermelho ................................................ 18

Cromatografia Líquida (HPLC) ............................................................................... 19

Determinação da solubilidade pelo método “Shake-Flask”.................................... 19

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 20

4.1 CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL ................................................... 20

4.2 ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO ................................................................ 21

4.3 CROMATOGRAFIA LÍQUIDA ........................................................................................ 23

4.4 SOLUBILIDADE ............................................................................................................... 24

4.4.1 PQM-277 ........................................................................................................ 24


10

4.4.2 PQM-249 ........................................................................................................ 28

4.4.3 PQM-242 ........................................................................................................ 30

5. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 34

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 35
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1 INTRODUÇÃO

A solubilidade de uma substância química pode ser determinada através da quantidade que
um dado solvente é capaz de dissolver a espécie de interesse em determinadas condições de
pressão, temperatura e pH. O processo de solubilização é considerado uma análise quantitativa,
portanto é possível quantificar um determinado componente. A respeito das substâncias
orgânicas, é importante ressaltar que sua solubilidade tem relação direta com sua estrutura
molecular, principalmente com sua polaridade (MARTINS, LOPES, ANDRADE, 2013).
Portanto, os ensaios de solubilidade são essenciais para diversas áreas de estudo. (SCHEIDER,
et al., 2009).
O desenvolvimento de novas substâncias orgânicas candidatas a fármaco é um processo
complexo, que demanda tempo e alto investimento, resultando na necessidade de um
planejamento e criação de estratégias favoráveis ao fármaco (AMARAL, et al., 2017). A
princípio, são necessários diversos estudos básicos que determinem o mecanismo bioquímico
da doença que será tratada, para então determinar a intervenção terapêutica necessária
(BARREIRO, 2009).
A elaboração de um novo fármaco implica a análise de sua solubilidade, uma vez que o
ciclo de um fármaco em um ser humano, da sua absorção à sua eliminação, envolve sistemas
aquosos. Além disso, a solubilidade e a capacidade de biotransporte do fármaco são importantes
para determinar novas modificações moleculares na estrutura dos compostos (PEIXOTO,
2010).
Existem diversos métodos que podem ser utilizados para a determinação da solubilidade,
tais como a dissolução intrínseca e o método potenciométrico. Entretanto, estes métodos
apresentam diversas problemáticas, incluindo longo período de análise, equipamentos
geralmente usados para uma única finalidade e várias etapas experimentais e de amostragem,
resultando em alto consumo de energia e material (HOKKALA, et al., 2022).
O método “shake-flask” oferece várias vantagens em comparação com os outros métodos
de determinação de solubilidade. Em primeiro lugar, este método é capaz de determinar a
solubilidade de praticamente todas as substâncias (incluindo compostos neutros) e pode ser
utilizado com uma ampla variedade de meios de solução. Além disso, a reprodutibilidade dos
resultados obtidos com esse método é excelente. O método é de fácil aplicação e pode ser
utilizado em laboratórios químicos sem a necessidade de grandes custos iniciais (GLOMME,
MARZ, DRESSMAN, 2004).
12

Neste trabalho de conclusão de curso foram estudados os chamados compostos


heteroaromáticos triazólicos, que possuem larga aplicação na química medicinal, sendo
extremamente importantes, uma vez que grande parte deles são fármacos mundialmente
consumidos devido às suas propriedades farmacológicas diversificadas. Portanto, a
determinação da solubilidade é necessária juntamente com a análise de caracterização a partir
das técnicas de Calorimetria Exploratória Diferencial e FT-IR, além do estudo de sua pureza
através do HPLC.

1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
Determinar a solubilidade e caracterizar compostos orgânicos sintetizados no
laboratório de Química Medicinal que apresentam potencial farmacológico.

1.1.2 Objetivos Específicos


• Caracterizar os compostos analisados a partir do DSC e FT-IR.
• Avaliar a pureza das substâncias através do HPLC.
• Determinar a solubilidade dos compostos orgânicos de origem sintética pelo método
“Shake-Flask”, utilizando o espectrofotômetro UV-Vis.
• Avaliar a reprodutibilidade e repetibilidade dos ensaios.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CARACTERIZAÇÃO
2.1.1 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)
A Calorimetria Exploratória Diferencial, do inglês Differential Scanning Calorimetry
(DSC), é a técnica termoanalítica mais utilizada para estudar e caracterizar uma ampla
variedade de materiais (BUCCI, MAGRÍ, MAGRÍ, 2000). As aplicações da técnica de DSC
são diversas, abrangendo a caracterização de materiais orgânicos, inorgânicos, biológicos,
poliméricos, fármacos, entre outros (YU et al., 2017; RAIMO, 2015; HAINES, 2002). Além
disso, a DSC permite a obtenção de medidas quantitativas como capacidade calorífica, entalpia
de transições, pureza, cinética química, pressão de vapor e condutividade térmica (HAINES,
2002).
13

A análise por DSC consiste em fornecer calor a amostra e a um material de referência


em uma taxa constante. A diferença no fluxo de calor necessário para manter a amostra e o
material de referência à mesma temperatura é registrada em função da temperatura ou do tempo
para obter um termograma típico (LEYVA-PORRAS, et al., 2019). Essa técnica apresenta
diversos benefícios como a utilização de uma pequena quantidade de amostra, extensa faixa de
temperatura (-150 a 600 ºC), simplicidade e rapidez de análise (CRAIG; READING, 2007).
O resultado das transições de primeira ordem, como a fusão de substâncias, é registrado
na forma de picos, sendo negativo (ΔT < 0) para os eventos endotérmicos e positivo (ΔT > 0)
para os exotérmicos, alterando a linha de base (CANEVAROLO JR, 2003; CRAIG;
READING, 2007). A área do pico é diretamente proporcional a entalpia (J.g-1) envolvida no
processo. Transições vítreas, que são classificadas como transições de segunda ordem, resultam
em degraus na linha de base pois não há variação de entalpia, mas sim uma mudança na
capacidade calorífica da amostra (CRAIG; READING, 2007).

2.1.2 Espectroscopia no Infravermelho por transformada de Fourier (FT-IR)


A espectroscopia vibracional é baseada na interação entre a radiação eletromagnética e
os estados vibracionais dos núcleos atômicos dentro das moléculas. O FT-IR, do inglês Fourier
Transform Infrared, possui vantagens de requerer uma pequena quantidade de amostra e ser
menos destrutiva do que outros métodos. Portanto, é uma abordagem atraente para a análise de
formas farmacêuticas sólidas, uma vez que os materiais não são submetidos a energias térmicas
ou mecânicas durante a preparação e evitam-se transformações de fase no estado sólido. Essa
técnica mede os níveis de energia vibracional que estão associados às ligações químicas da
amostra. O espectro resultante é característico sendo utilizado para fins de identificação,
caracterização, elucidação da estrutura, monitoramento de reações e controle de qualidade.
Entretanto, em alguns casos, o FT-IR pode apresentar bandas sobrepostas, dificultando a
análise, por não fornecer informações sobre possíveis alterações químicas ou físicas
(MELCHIADES, et al., 2019; GRATI, et al., 2022).

O FT-IR é dividido em três regiões, de acordo com o número de onda da radiação


eletromagnética, que abrangem o intervalo de 12.800 a 10 cm-1: infravermelho próximo (NIR
do inglês, Near Infrared) (12.800 – 4.000 cm-1), médio (MID do inglês, Middle Infrared) (4.000
– 200 cm-1) e distante (FAR do inglês, Far Infrared) (200 – 10 cm-1). Especificamente, a região
utilizada do MID proporciona uma análise mais abrangente em aplicações envolvendo
identificação de compostos orgânicos, uma vez que nessa região ocorrem transições permitidas.
14

Além disso, existe uma faixa espectral conhecida como região de impressão digital (1650 - 500
cm-1) que é utilizada para a caracterização desses compostos (ROPODI; PANAGOU;
NYCHAS, 2016; MEENU; CAI; XU, 2019).

2.2 DETERMINAÇÃO DE PUREZA POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA


A análise por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) se trata de uma técnica
eficiente utilizada na caracterização qualitativa e quantitativa dos perfis químicos de diversos
tipos de amostra (ZHANG, et al., 2020). A análise qualitativa da pureza do fármaco é essencial
para garantir sua segurança e eficácia, uma vez que algumas impurezas, quando excedem
determinado nível, podem ter efeitos tóxicos ou colaterais (EL-MARAGHY, 2023).

2.3 ESPECTROFOTÔMETO UV-Vis


Um dos instrumentos comumente utilizados em química é o espectrofotômetro UV-Vis
que tem como finalidade analisar um composto de forma qualitativa e/ou quantitativa, medindo
a transmitância e/ou absorbância da amostra em função da concentração (SHIDIQ, et al., 2021).
Entre outros métodos espectrofotométricos, a espectrofotometria UV-Vis é a mais amplamente
utilizada. Isso se deve ao fato da mesma apresentar custo relativamente baixo, além do processo
ser simples e não requerer tratamento especial.

2.3.1 Solubilidade
A concentração de um composto depende das condições da solução, que envolvem seus
componentes e condições físicas, assim como da estrutura do composto. Tecnicamente, a
solubilidade é definida como a concentração de um composto em equilíbrio com o excesso de
sólido, formando uma solução saturada da forma cristalina mais estável sob condições químicas
e físicas específicas da solução. Alguns experimentos de descoberta de medicamentos são
conduzidos sob condições de solubilidade de "equilíbrio", enquanto em outros experimentos, a
solubilidade "cinética" é mais relevante (KERNS, DI, CARTER; 2008).
A solubilidade é determinada pela energia da interação molecular no cristal, pela
interação das moléculas do solvente entre si em solução e pela interação das moléculas do soluto
e solvente em solução. Portanto, não há um único valor de solubilidade para o composto, pois
essas interações são afetadas pelas condições da solução, como pH, solvente primário (como a
água), co-solventes (por exemplo, DMSO), aditivos (por exemplo, albumina, lipídios,
surfactantes, ciclodextrina, sais biliares), força iônica, tempo de incubação e temperatura. Além
15

disso, a solubilidade também depende das propriedades físico-químicas do composto, que


derivam da estrutura, como a lipofilicidade e energia cristalina, ligações de hidrogênio, volume
molecular e taxa de ionização (KERNS, DI, CARTER, 2008).
A solubilidade é um fator crucial na modificação dos componentes solubilizantes em
formulações para dosagem in vivo, a fim de obter exposição ideal. O entendimento preciso e o
controle da solubilidade dos fármacos é fundamental para pesquisas confiáveis e frutíferas na
descoberta e aprimoramento de medicamentos (KERNS, DI, CARTER, 2008).
O conceito da classificação biofarmacêutica estabelecida por AMIDON e colaboradores
permitiu a correlação entre dados de dissolução in vitro e a biodisponibilidade in vivo de
formulações farmacêuticas de liberação imediata, baseando-se em critérios de solubilidade e
permeabilidade do fármaco. De acordo com este conceito os parâmetros solubilidade e
permeabilidade são os principais fatores que controlam a extensão e a velocidade de absorção
de fármacos (AMIDON, et al., 1995). As substâncias farmacológicas, de acordo com a
Biopharmaceutics Classification System (BCS), são divididas em quatro classes, descritas a
seguir (PARAISO, 2012).

- Classe 01: alta solubilidade e alta permeabilidade. Esses medicamentos apresentam uma
boa dissolução e absorção no trato gastrointestinal e geralmente apresentam uma alta taxa
de absorção.
- Classe 02: baixa solubilidade e alta permeabilidade. Esses medicamentos apresentam uma
baixa dissolução no trato gastrointestinal, mas apresentam uma boa absorção devido à alta
permeabilidade.
- Classe 03: alta solubilidade e baixa permeabilidade. Esses medicamentos tem uma boa
dissolução no trato gastrointestinal, mas apresentam uma baixa absorção devido à baixa
permeabilidade.
- Classe 04: baixa solubilidade e baixa permeabilidade. Esses medicamentos apresentam
uma baixa dissolução e baixa absorção no trato gastrointestinal. São considerados os mais
desafiadores do ponto de vista de desenvolvimento de formulações.

Um fármaco é considerado altamente solúvel quando a quantidade de maior dosagem


disponível comercialmente é solúvel em 250 mL ou menos de meio aquoso numa faixa
especifica de pH. Já a permeabilidade se refere a capacidade de passagem do fármaco através
da parede do trato gastrintestinal humano, e inclui a resistência aparente ao transporte de massa
através da membrana intestinal. Fármacos de alta permeabilidade são, em geral, aqueles
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estáveis nas condições do trato gastrintestinal e que apresentam biodisponibilidade absoluta


maior que 90%, ou aqueles para os quais a permeabilidade foi determinada experimentalmente
(PARAISO, 2012; CHARALABIDIS, et al., 2019).
A solubilidade está fortemente ligada com a biodisponibilidade e a eficácia terapêutica, de
tal modo que é essencial conhece-la (LEON, 2019). Para isso, existem diferentes métodos que
podem ser utilizados para determinar a solubilidade, como a titulação potenciométrica, a
dissolução intrínseca e o método de equilíbrio.
A titulação potenciométrica apresenta potencial utilidade em qualquer reação onde o
conteúdo iônico seja bem menor no ponto de equivalência em comparação às outras etapas da
titulação. Podem ser realizadas titulações potenciométricas de diferentes tipos de reação, entre
elas as de neutralização e de precipitação. Entretanto, esta é uma técnica que exige preparação
de reagentes, grande quantidade de vidrarias e volume de amostras, além de ser um processo
lento (Amaral, E. I.; Teixeira, M. A. G, 2015).
A dissolução intrínseca se trata da dissolução de uma substância ativa pura, na qual é
possível determinar a taxa de dissolução, onde as condições de área superficial, temperatura,
agitação, pH e força iônica do meio são constantes. Como este teste não está relacionado ao
equilíbrio, mas à taxa, espera-se uma maior correlação na dinâmica de dissolução in vivo do
que no teste de solubilidade. Além disso, esse método é benéfico devido ao uso de pequenas
quantidades de fármaco (ISSA, FERRAZ, 2011).
O método de equilíbrio, também conhecido como shake-flask, é um método bem
projetado que fornece resultados com baixo desvio padrão, sendo reconhecido oficialmente pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a qual recomenda este ensaio para avaliar
a solubilidade do fármaco, conforme a Nota Técnica 003/2013 (MINISTÉRIO DA SAÚDE –
MS – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA, 2003). Este
método consiste da adição de um excesso de fármaco em um meio aquoso, até a saturação. O
sistema é mantido sob agitação durante um determinado período e a uma temperatura
apropriada, normalmente 37ºC, e a quantidade de fármaco dissolvido é quantificado por um
método analítico adequado, como a espectrofotometria UV/Vis (LEON, 2019).

2.3.2 Compostos orgânicos sintéticos de interesse farmacológico


Os triazóis (figura 1) são compostos heterocíclicos que possuem três átomos de nitrogênio
no mesmo núcleo cíclico (FREITAS, et al., 2011). A classe dos 1,2,3-triazóis são de origem
sintética e são muito importantes uma vez que atuam como um grupo farmacológico e também
17

como uma possível conexão entre duas substâncias ativas em uma estratégia de hibridação
molecular (MELO, et al., 2006; AGALAVE, MAUJAN, PORE, 2011).

Figura 1: Exemplos de estrutura de triazóis

Os compostos heteroaromáticos triazólicos utilizados neste trabalho possuem uma ampla


gama de aplicações na química medicinal. Eles exibem diversas propriedades biológicas,
incluindo atividade anti-HIV, antimicrobiana, antitumoral, antiprotozoária, antifúngica. Além
disso, esses compostos têm sido utilizados como auxiliares no tratamento de Alzheimer. Essa
variedade de propriedades biológicas tem contribuído para o fato de que os compostos
triazólicos são considerados um dos sistemas heterocíclicos mais estudados das últimas décadas
(CANDUZINI, 2012; GOULART, et al., 2020). Estes compostos são de extrema importância,
uma vez que muitos deles são amplamente utilizados como fármacos em todo o mundo devido
as suas propriedades farmacológicas diversas. A estrutura desses compostos confere a eles uma
maior polaridade, o que facilita sua dissolução em água sem a necessidade de solventes
orgânicos, que geralmente são tóxicos em sistemas biológicos. Portanto, devido às suas
propriedades biológicas e capacidade de dissolução em água, acabam se tornando uma escolha
promissora para o desenvolvimento de novos fármacos com baixa toxicidade (S. FONSÊCA,
2010).

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS E PREPARO DAS AMOSTRAS


Foram utilizados neste trabalho os seguintes reagentes: fosfato de potássio monobásico
anidro P.A. (KH2PO4, MM 136,09 g.mol-1) e fosfato de potássio dibásico anidro P.A. (K2HPO4,
MM 174,18 g.mol-1) ambos da Vetec. Também foi usado o solvente metanol anidro (CH3OH,
MM 32,04 g.mol-1) 99,8% de pureza da Macron Fine Chemicals. Além disso, o Laboratório de
Pesquisa em Química Medicinal (PeQUIM) forneceu os compostos orgânicos identificados
como PQM-277, PQM-249 e PQM-242.
18

Estes compostos foram submetidos à um processo de homogeneização durante alguns


segundos através da agitação do tipo vortex com o auxílio de uma esfera metálica para a
obtenção de melhores resultados.

3.1.1 Compostos orgânicos sintéticos de interesse farmacológico


Esses compostos heteroaromáticos triazólicos apresentam diversos desafios na sua síntese,
sendo necessárias elevadas temperaturas e longos períodos de reação, resultando em baixos
rendimentos e uma mistura de dois regioisômeros. Diante disso, os compostos orgânicos em
questão são oriundos de síntese, que envolvem no mínimo 4 etapas, com tempo médio de 3 dias
para serem obtidos resultando num rendimento da ordem de 7,9 a 31%.
Devido ao baixo rendimento das substâncias e a sua difícil obtenção, a análise de
solubilidade foi realizada com três compostos intermediários da síntese, sendo esses compostos
identificados como PQM-277, PQM-249 e PQM-242.

3.2 MÉTODOS

Calorimetria Exploratória Diferencial


As curvas DSC foram obtidas em calorímetro (DSC Q20, TA Instruments, USA), com
aquecimento em atmosfera controlada, também disponível no Laboratório LabIQ, UNIFAL-
MG, utilizando os seguintes parâmetros: atmosfera dinâmica de N2 (50 mL min-1); temperatura
inicial de 40ºC até o evento de fusão específico observado de cada composto, com razão de
aquecimento de 10ºC min-1; amostra com cerca de 1,8 mg em cadinho de alumínio fechado.
Padrão metálico de índio (pureza 99,99%; Tonset = 156,6°C; ΔHf = 28,45 J g−1) e n-dodecano
(pureza 99,99%; Tonset = -9,65°C; ΔHf = 216,73 J g−1) foram usados para calibração de
temperatura e um cadinho de alumínio fechado e vazio foi usado como referência de massa.

3.3.2 Análise por Espectroscopia no Infravermelho


Foram obtidos espectros das amostras utilizando equipamento Nicolet iS50 FT-IR
(Thermo Scientific) com um diamante monolítico de reflexão única e dispositivo de alta
pressão, pertencente ao Laboratório de Análise e Caracterização de Fármacos (LACFar),
UNIFAL-MG. Cada espectro foi gerado pela média de 32 varreduras no intervalo de 4000 a
19

400 cm-1, com resolução de 4 cm-1, e submetido a subtração de fundo. As medições foram
normalizadas e registradas em transmitância.

Cromatografia Líquida (HPLC)


A análise de HPLC foi realizada usando um sistema Ultimate 3000 LC (Thermo
Scientific, Califórnia), também localizado no LACFar, utilizando uma coluna cromatográfica
Eclipse Plus C18 (Agilent), 4,6 mm×250mm, com um tamanho de partícula de 3,5 µm. A fase
móvel foi constituída por 100% de metanol, com um fluxo de 1 ml/min e uma injeção de 10 µl
das soluções-estoque dos compostos nomeados PQM-277, PQM-249 e PQM-242, com a
concentrações de 5,16, 25,10 e 25,2 mg/L, respectivamente.

A detecção no HPLC foi feita utilizando os comprimentos de onda máximos obtidos na


análise no espectrofotômetro UV/Vis, sendo: 352, 298 e 293 nm para PQM-277, PQM-249 e
PQM-242, respectivamente.

Determinação da solubilidade pelo método “Shake-Flask”


Neste trabalho foram realizados testes de solubilidade, primeiramente, com dois padrões
analíticos (ácido ferúlico e ácido p-aminobenzóico) para que fosse possível a familiarização
com o método e os resultados obtidos foram comparados com êxito com os valores da literatura.
Após estabelecer as condições experimentais adequadas, o método foi aplicado aos compostos
orgânicos de interesse farmacológico obtidos por meio de síntese no laboratório PeQUIM da
UNIFAL-MG. As análises foram realizadas no espectrofotômetro UV/Vis UV-1900
(Shimadzu, Japão) localizado no LACFar, UNIFAL-MG.
Para as análises foi preparada uma solução-tampão utilizando fosfato de potássio
monobásico e dibásico 0,1 M (pH 7,4), simulando o pH do plasma sanguíneo. As amostras
foram preparadas em microtubos tipo eppendorf de 1,5 mL, contendo cerca de 1,5 mL do meio
aquoso e um excesso de analito para a formação de um corpo de fundo. Os frascos foram
colocados em banho SL-157 (Solab, Brasil) sob agitação de 100 rpm à 37ºC ± 0,5ºC durante 4
horas. Logo após, as amostras foram filtradas com membrana hidrofílica de 0,45 μm (Merck-
Millipore) e diluídas em seus respectivos meios para que a concentração fosse determinada pela
equação da reta de cada curva de calibração.
Para a construção da curva analítica, foi preparada uma solução-estoque de cada
composto a partir da dissolução de aproximadamente 2,5 mg em 50 mL de metanol, resultando
20

em uma concentração de 51,60, 50,20 e 50,40 mg/L para os compostos PQM-277, PQM-249 e
PQM-242, respectivamente. A partir desta solução, foram preparadas diluições com o tampão
fosfato para que fosse possível determinar o comprimento de onda de maior absorbância de
cada composto. Portanto, a partir de uma varredura entre 190 a 400 nm, foi possível realizar
essa determinação e em seguida realizaram-se as demais diluições para determinar os demais
padrões da curva.
Com este conjunto de dados foram feitas curvas de calibração com regressão linear,
sendo: 0,23 a 1,26 mg/L para a PQM-277; 4,52 a 25,10 mg/L para a PQM-249 e 2,52 a 15,2
mg/L para a PQM-242.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL


Os resultados da análise térmica estão disponíveis na Figura 2. O composto PQM-277
apresentou um evento endotérmico em aproximadamente T =110ºC sendo possível observar a
ocorrência de um evento de fusão na temperatura 152,87ºC, sendo possível atestar que o
composto trata-se de um hidrato. Para o composto PQM-249 foi possível observar o evento de
fusão em aproximadamente 110ºC, e o alargamento no pico pode ser justificado pela presença
de água na molécula. O composto PQM-242 por sua vez apresenta uma boa estabilidade térmica
e é seguido por um evento de fusão próximo à 210ºC, apresentando um com comportamento
típico de sal orgânico, sendo estável em toda temperatura próxima à encontrada. A tabela 1
mostra os valores de entalpia e Tonset para cada amostra.

A tonset se trata da temperatura inicial que ocorre o evento. Cada composto analisado
possui uma estrutura e uma composição característica, o que influenciará diretamente em suas
estabilidades.
21

Figura 2: Gráfico de DSC dos compostos

ΔH (J.g-1) Tonset (ºC)


PQM -277 86,00 152,87
PQM-249 168,7 98,25
PQM-242 143,4 224,30

Tabela 1: Parâmetros da curva DSC para os compostos analisados

4.2 ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO


De acordo com Rohman e Che Man (2010), a espectroscopia IV é importante na
identificação de estruturas moleculares, devido ao grande número de informações que são
obtidas e da possibilidade de atribuição de certas bandas de transmitância relacionadas aos
grupos funcionais. Na figura 3 pode-se observar o espectro infravermelho de todos os
compostos analisados. Na tabela 2, são apresentados os possíveis grupos funcionais e seus
respectivos números de onda.
22

Figura 3: Espectro infravermelho dos compostos

Número de Número de onda (cm-1) Grupo funcional Modo vibracional


identificação
1 3440 N–H Estiramento
2 3430 – 3240 O–H Estiramento simétrico
3 1661 C=O
4 1646 C=C Deformação axial
5 1600 – 1530 e 1370 – 1310 C=N
6 1600 – 1420 Aromático
7 1300 – 1050 CO (ester)
8 1260 – 1020 Éter
Tabela 2: Número de onda, grupo funcional e modo vibracional no espectro FT-IR dos compostos

Com os resultados foi possível observar que os espectros das 3 amostras apresentaram
bandas semelhantes devido às estruturas químicas apresentarem as mesmas funções. Esta
semelhança está relacionada com a presença das funções C=N e anel aromático, entre as bandas
de 1600 – 1300 e 1600 – 1400 cm-1 respectivamente.
23

4.3 CROMATOGRAFIA LÍQUIDA


De acordo com as diretrizes da International Conference on Harmonization (ICH), Food
and Drug Administration (FDA) e European Medicines Agency (EMEA), qualquer impureza
identificada deve ser controlada em relação à substância ativa (KARTHIKEYAN, et al., 2011).
Portanto, a análise da pureza das substâncias estudadas é de fundamental importância para o
estudo da solubilidade.

Nos cromatogramas (Figura 4) é possível observar os tempos de retenção de cada


composto, sendo eles semelhantes. Em cada cromatograma é possível observar um pico que
representa o composto estudado, na qual os compostos PQM-277 e PQM-249 apresentaram
uma área correspondente ao esperado (100%).

a)

b)
24

c)

Figura 4: Cromatogramas dos compostos a) PQM-277 b) PQM-249 c) PQM-242. Condições da


análise: coluna cromatográfica Eclipse Plus C18 (Agilent), 4,6 mm×250mm, 3,5 µm; fase móvel 100%
metanol, à 1 ml/min e injeção de 10 µl.

A partir dos resultados pode-se concluir que os compostos PQM-277 e PQM-249 não
apresentam impurezas e, portanto, os resultados obtidos na análise de solubilidade são
confiáveis. Entretanto o maior pico do composto PQM-242 apresentou 73,14% de área, sendo
possível afirmar que este composto contém impurezas ou a presença de possíveis produtos de
degradação.

4.4 SOLUBILIDADE
4.4.1 PQM-277
Para a molécula PQM-277, primeiramente, foi preparado um tampão fosfato 0,1 M pH
7,4. Foram incubadas duas amostras em tampão e uma amostra em água nas condições de
agitação e temperatura do protocolo, em microtubos tipo eppendorf com 1,5 mL do meio.
25

Utilizou-se a análise da solução à 1,26 mg L-1 (padrão mais concentrado da curva


analítica) para obter a varredura do espectro na região de 190-400 nm. Conforme apresentado
na figura 5a, observou-se maior absorção no comprimento de onda de 352 nm. Após a
varredura, foram realizadas diluições da solução-estoque no intervalo de 0,23 a 1,26 mg L-1
para a construção da curva analítica (figura 5b). O limite de detecção, ou seja, a menor
concentração que pode ser detectada com confiança para esse composto foi 0,011 e o limite de
quantificação 0,036 mg L-1. O branco utilizado na análise foi o tampão.

Figura 5: a) Espectro de absorção e b) Curva analítica do composto PQM-277

Para que fosse possível realizar a quantificação em água, fez-se uma diluição de 0,75
mg L-1 a partir da solução-estoque (correspondente ao ponto 3 da curva analítica) com o objetivo
de comparar o sinal obtido com a curva em tampão. O sinal de absorbância desta solução
manteve-se praticamente inalterado (0,065, cerca de 2,5% maior). Desta forma, a curva
analítica preparada em tampão pôde ser utilizada na quantificação da amostra solubilizada em
água.

Após o tempo das amostras serem submetidas às condições de agitação e temperatura,


foi realizada a primeira quantificação. Para isso, as amostras foram centrifugadas, os
sobrenadantes foram coletados e filtrados com membrana para a realização da análise. Os
valores obtidos se encontram na tabela 3, onde é possível observar uma concentração média de
apenas 0,64 mg L-1 em tampão e 0,86 mg L-1 em água.
26

Amostras Sinal Concentração (mg L-1)


Amostra 1 (T) 0,042 0,60
Amostra 2 (T) 0,048 0,67
Amostra 3 (A) 0,065 0,86
Tabela 3: Análise da amostra PQM-277 em tampão (T) e em água (A)

Na figura 6, é possível observar um baixo sinal de absorbância em toda a região avaliada


devido à sua baixa solubilidade em água e tampão, sendo encontradas concentrações muito
próximas do limite de quantificação da curva (0,036 mg L-1).

Figura 6: Espectro UV-Vis das amostras PQM-277 após incubação

Outra análise foi realizada com três amostras em tampão e uma em água, obtendo
valores de solubilidade iguais aos da primeira análise.

Na tabela 4 é possível observar o resultado dos cálculos estatísticos realizados onde


obteve-se a média das concentrações das amostras em água e em tampão, e seus coeficientes de
variação, que indica a variabilidade no conjunto de dados entre as concentrações. Portanto,
quanto maior for o valor do coeficiente, maior é a variação dos dados obtidos. A partir disso,
foi possível determinar o intervalo de confiança, que significa a estimativa onde o valor da
concentração se encontra, com 95% de confiança.
27

Média das Desv. Pad. n C.V. t IC+ IC-


concentrações
Amostras em tampão 0,67 0,04 5 5,72 2,776 0,72 0,62
Amostras em água 0,85 0,01 2 1,66 12,706 0,97 0,72
Tabela 4: Cálculos estatísticos do composto PQM-277, onde n = número de amostras, C.V. = coeficiente de
variação, t = teste t de Student e IC = intervalo de confiança

Ao comparar as análises deste composto entre os diferentes meios a partir do teste t é


possível concluir que os resultados são estatisticamente iguas, uma vez que as concentrações
das amostras em água se encontram no mesmo intervalo de confiança estipulado.

O procedimento foi repetido em tampão fosfato 0,1 M pH 5,5 para analisar o


comportamento do composto em pH mais ácido. O comprimento de onda de maior absorção se
manteve em 352 nm (figura 7a), e os resultados obtidos da curva de calibração foram
semelhantes a análise em pH 7,4 (figura 7b).

a) b)

Figura 7: a) Espectro de absorção em pH 5,5 b) Curva analítica do composto PQM-277 em pH 5,5

Foram preparadas novas amostras para serem incubadas no tampão pH 5,5. Na tabela 5
é possível observar que a solubilidade do composto diminuiu quando comparada com a
solubilidade obtida em tampão pH 7,4. Desta forma, a solubilidade não foi melhorada ao
introduzir um meio mais ácido.

Amostras Sinal Concentração (mg L-1)


Amostra 1 (T) 0,030 0,37
Amostra 2 (T) 0,030 0,37
Amostra 3 (T) 0,037 0,45
28

Amostra 4 (T) 0,034 0,42


Tabela 5: Análise das amostras incubadas do composto PQM-277 em tampão pH 5,5

4.4.2 PQM-249
Primeiramente, utilizou-se a solução de 25,10 mg L-1, correspondente ao padrão mais
concentrado da curva analítica, para que fosse possível obter a varredura do espectro na região
de 190-400 nm. Conforme apresentado na figura 8a observou-se uma maior absorção no
comprimento de onda em 298 nm. Após a varredura, foram realizadas diluições da solução-
estoque no intervalo de 4,52 à 25,10 mg L-1 para a construção da curva analítica. Em seguida,
foi feita uma curva de calibração com regressão linear para que fosse possível determinar a
equação da reta, como mostra na figura 8b. O limite de detecção para esse composto foi 0,044
e o limite de quantificação 0,147 mg L-1. O branco utilizado foi o tampão fosfato 0,1 M em pH
7,4.

a)
b)

Figura 8: a) Espectro de absorção b) Curva analítica do composto PQM-249

Para realizar a quantificação em água, fez-se uma diluição com concentração de 11,55
mg L-1, correspondente ao ponto 3 da curva analítica. O objetivo dessa análise foi comparar o
sinal obtido com a curva em tampão. O comprimento de onda de maior absorção em água se
manteve em 298 nm e seu sinal foi de 0,558, cerca de 10% maior do que o sinal deste ponto em
tampão (0,504). Desta forma foi feito um ajuste em relação ao padrão central em água para que
29

a curva analítica pudesse ser empregada nos cálculos de concentração das amostras
solubilizadas apenas em água.

Após a definição dos principais parâmetros analíticos, cinco amostras foram incubadas
em tampão fosfato 0,1 M (pH 7,4) e duas amostras em água nas condições de agitação e
temperatura do protocolo, microtubos tipo eppendorf com 1,5 mL de cada meio seguida da
quantificação da solubilidade. Para isso, as amostras foram filtradas usando membrana e
diluídas quatro vezes para a realização da análise no espectrofotômetro UV-Vis. Os valores
obtidos se encontram na tabela 6 e os espectros das amostras nas figuras 9a e 9b.

Amostras Sinal Concentração (mg L-1)


Amostra 1 (T) 0,376 33,54
Amostra 2 (T) 0,338 30,51
Amostra 3 (T) 0,383 30,51
Amostra 4 (T) 0,406 35,93
Amostra 5 (T) 0,387 34,41
Amostra 6 (A) 0,287 23,76
Amostra 7 (A) 0,305 25,25
Tabela 6: Análise das amostras PQM-249 em tampão (T) e em água (A)

a) b)

Figura 9: a) Espectro de absorção das amostras em tampão (T) b) Espectro de absorção das amostras em água (A)

Na tabela 7 é possível observar os resultados da análise estatística realizada. Foi


possível obter a média das concentrações das amostras em água e tampão, e seus coeficientes
de variação. A partir dos resultados foi aplicado o teste t com 95% de confiança que permitiu
30

concluir que a solubilidade nos diferentes meios são estatisticamente diferentes, onde as
amostras em água apresentam valores menores.

Média das Desv. Pad. n C.V. t IC+ IC-


concentrações
Amostras em tampão 33,54 2,41 5 7,19 2,776 36,53 30,55
Amostras em água 24,96 0,41 2 1,64 12,706 28,65 21,28
Tabela 7: Cálculos estatísticos do composto PQM-249, onde n = número de amostras, C.V. = coeficiente de
variação, t = teste t de Student e IC = intervalo de confiança

4.4.3 PQM-242
Foram incubadas cinco amostras em tampão fosfato 0,1 M (pH 7,4) e duas amostras em
água nas condições de agitação e temperatura do protocolo, em microtubos tipo eppendorf com
1,5 mL de cada solução.

Primeiramente, utilizou-se a solução de 15,12 mg L-1, para obtenção da varredura do


espectro na região de 190-400 nm. Conforme apresentado na figura 10a, observou-se uma maior
absorção no comprimento de onda de 293 nm. Após a varredura, foram realizadas diluições da
solução-estoque no intervalo de 2,52 à 15,12 mg L-1 para a construção da curva analítica. Em
seguida, foi feita uma curva de calibração (figura 10b). Os limites de detecção e quantificação
foram de 0,045 e 0,151 mg L-1.

a) b)

Figura 10: a) Espectro de absorção b) Curva analítica do composto PQM-242

Para a solução em água, fez-se uma diluição com uma concentração de 7,56 mg L-1
(ponto na região central da curva). O comprimento de onda de maior absorção em água se
manteve em 293 nm e seu sinal foi de 0,490 (cerca de 11,5% maior). Portanto para realizar os
cálculos da quantificação no meio aquoso foi feito um ajuste na curva analítica, relacionando o
sinal das amostras com o sinal obtido do padrão central da curva também em água.
31

Após a definição dos principais parâmetros analíticos, as amostras foram incubadas


seguida da quantificação da solubilidade. Os valores obtidos se encontram na tabela 8 e os
espectros das amostras nas figuras 11a e 11b.

Amostras Sinal Concentração (mg L-1)


Amostra 1 (T) 0,402 6,67
Amostra 2 (T) 0,430 7,17
Amostra 3 (T) 0,436 7,23
Amostra 4 (T) 0,460 7,62
Amostra 5 (T) 0,401 6,65
Amostra 6 (A) 0,502 7,75
Amostra 7 (A) 0,494 7,62
Tabela 8: Análise das amostras PQM-242 em tampão (T) e em água (A)

a)
b)

Figura 11: a) Espectro de absorção b) Curva analítica do composto PQM-242

Na tabela 9 são apresentados os resultados obtidos na análise estatística. A partir do teste


t realizado com 95% de confiança verificou-se que as concentrações obtidas possuem valores
estatisticamente iguais por se encontrarem dentro do intervalo determinado.

Média das Desv. Pad. n C.V. t IC+ IC-


concentrações
Amostras em tampão 7,17 0,40 5 5,60 2,776 7,67 6,67
Amostras em água 7,69 0,09 2 1,20 12,706 8,51 6,86
32

Tabela 9: Cálculos estatísticos do composto PQM-242, onde n = número de amostras, C.V. = coeficiente de
variação, t = teste t de Student e IC = intervalo de confiança

4.5. ANÁLISE DE ESTABILIDADE DOS COMPOSTOS EM SOLUÇÃO

Foi realizado um teste de estabilidade dos compostos em diferentes solventes (água,


tampão e metanol).

Para o composto PQM-277 primeiramente fez-se a análise após 24 horas de


armazenamento. Foi observado que a molécula, além de ter baixa solubilidade, apresentou
comportamento instável e a possível degradação quando armazenada em água e tampão. Na
tabela 10 é possível observar o decaimento do sinal dos padrões de um dia para o outro. No
entanto, ela se mostrou estável quando armazenada em metanol, pois ao preparar em dias
diferentes as mesmas diluições em tampão a partir da solução estoque, os sinais obtidos se
repetiram.

Amostra Sinal inicial Sinal após 24 horas


Solução de 0,75 mg L-1 em água 0,065 0,019
Solução de 1,26 mg L-1 em tampão 0,100 0,031
Tabela 10: Análise de estabilidade das soluções do composto PQM-277

Uma nova incubação foi realizada com a finalidade de testar a estabilidade da amostra
em tampão e em água, e preparou-se apenas uma amostra em cada solvente. Após o tempo de
incubação necessário, realizou-se o mesmo procedimento de centrifugação e filtração da
amostra para a nova análise. Os dados da primeira análise foram registrados e as amostras foram
armazenadas em geladeira para a obtenção dos dados após 24 e 48 horas (tabela 11).

Amostra Período de análise Sinal Concentração (mg/L)


Primeiro dia 0,043 0,61
Amostra (T) Após 24 horas 0,019 0,34
Após 48 horas 0,018 0,32
Primeiro dia 0,066 1,15
Amostra (A) Após 24 horas 0,029 0,53
Após 48 horas 0,026 0,48
Tabela 11: Análise de estabilidade PQM-277 das amostras em tampão e em água 24 e 48 horas após o
armazenamento
33

Com os resultados acima, foi possível concluir que a molécula PQM-277 é instável em
tampão e em água, pois demonstrou um decaimento significativo no sinal entre os dias de
análise quando armazenadas nestes meios, apresentando uma redução de cerca de 50% na
concentração.

Com a finalidade de avaliar a estabilidade do composto PQM-249 em metanol foi


realizada a análise do último ponto da curva analítica após 24 horas para verificar possíveis
alterações no resultado. O sinal inicial da solução de 25,10 mg L-1 foi de 1,221 e após 24 horas
foi de 1,247, assim pode-se concluir que não houve variação significativa do sinal. Além disso,
preparou-se uma nova diluição, na mesma concentração, a partir da solução estoque obtendo o
mesmo sinal. Portanto, é possível concluir que o composto se mantém estável em metanol.

Além disso, as amostras incubadas também foram submetidas a um teste de estabilidade


a fim de observar o comportamento do composto após este ser submetido a análise de
solubilidade e ficar armazenado na geladeira após um período de 24 e 48 horas. Na tabela 13 é
possível observar que a variação do sinal das amostras não é significativa, comprovando que o
composto PQM-249 é estável em tampão fosfato 0,1 M pH 7,4 e em água.

Amostra Período de análise Sinal Concentração (mg L-1)


Primeiro dia 0,376 33,54
Amostra (T) Após 24 horas 0,370 33,06
Após 48 horas 0,381 33,94
Primeiro dia 0,287 23,76
Amostra (A) Após 24 horas 0,296 24,51
Após 48 horas 0,288 23,85
Tabela 12: Análise de estabilidade PQM-249 das amostras em tampão e em água 24 e 48 horas após o
armazenamento

Os mesmos procedimentos para análise de estabilidade realizados com as substâncias


anteriores foram aplicados no composto PQM-242. Primeiramente, foi analisado a solução com
concentração de 15,12 mg L-1, em dois dias diferentes. O sinal inicial desta solução foi de 0,920
e após 24 horas foi de 0,932, assim pode-se concluir que não houve variação significativa do
sinal e, portanto, este composto também foi estável em metanol.

As amostras incubadas também foram submetidas à análise após 24 e 48 horas. Na


tabela 13 é possível observar que os resultados obtidos não apresentam diferenças significativas
e, portanto, o composto PQM-242 se mostrou estável em tampão e em água.
34

Amostra Período de análise Sinal Concentração (mg L-1)


Primeiro dia 0,402 6,67
Amostra (T) Após 24 horas 0,396 6,57
Após 48 horas 0,407 6,75
Primeiro dia 0,502 7,75
Amostra (A) Após 24 horas 0,491 7,58
Após 48 horas 0,498 7,68
Tabela 13: Análise de estabilidade PQM-242 das amostras em tampão e em água 24 e 48 horas após o
armazenamento

5. CONCLUSÃO
Foi possível obter ótimos resultados relacionados à solubilidade através do método
utilizado, e as caracterizações obtidas facilitaram no estudo de suas estruturas moleculares e no
entendimento de suas propriedades físico-químicas.
A determinação da solubilidade é uma das análises mais importantes no desenvolvimento
de novas substâncias orgânicas candidatas a fármaco. As análises realizadas apresentaram
resultados concretos a respeito dos compostos estudados em tampão, na qual o composto PQM-
277 apresentou uma solubilidade baixa em comparação aos demais compostos avaliados, sendo
ela de 0,67 mg L-1. A substância que apresentou uma solubilidade um pouco mais elevada foi
a PQM-249, com solubilidade de 33,54 mg L-1. Já o composto PQM-242 apresentou uma
solubilidade intermediária de 7,17 mg L-1.
Em relação a estabilidade dos compostos estudados, constatou-se que todos eles são estáveis
em metanol no intervalo de 48 horas e que apenas a PQM-277 é instável em tampão pH 7,4 e
em água.
Além disso, a solubilidade de um triazol, assim como de qualquer substância química, varia
de acordo com sua estrutura e dos grupos funcionais constituintes no composto, além de
depender de fatores como o tamanho da molécula, e as condições específicas do sistema, como
temperatura e pH. A partir das caracterizações realizadas desses compostos, foi possível
observar que eles apresentam características físico-químicas distintas, que influenciam
diretamente na sua solubilidade.
35

REFERÊNCIAS

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