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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA BAIANO — CAMPUS CATU

PRO-REITORIA DE PESQUISA E INOVAÇÃO


COORDENAÇÃO GERAL DE PÓS-GRADUAÇÃO
DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA EM EDUCAÇÃO CIENTÍFICA
PROFESSORA: MARIA MATILDE NASCIMENTO DE ALMEIDA
DISCENTE: SANDRA FREITAS DA SILVA

PRIMEIRA AVALIAÇÃO (AVI) — PROJETO DE PESQUISA

1. TEMA

EDUCAÇÃO CIENTÍFICA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: políticas e estudos

2. OBJETIVO GERAL
Analisar tendências contemporâneas em torno da promoção da educação científica para pessoas
com necessidades educacionais especiais no Brasil, considerando as políticas públicas e os estudos
sobre o tema

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Investigar as políticas públicas voltadas para a promoção da educação científica para


pessoas com necessidades educacionais especiais no Brasil, identificando a suas trajetórias
históricas e diretrizes contemporâneasInvestigar as políticas e os estudos sobre a educação
científica para pessoas com necessidades educacionais especiais no Brasil, identificando as
suas trajetórias e tendências.

2. Discutir os estudos brasileiros que problematizam a educação científica para pessoas com
necessidades educacionais especiais, considerando as suas tendênciasAnalisar se são
apresentadas propostas de intervenção de educação científica adequadas à condição das
pessoas com necessidades educacionais especiais e quais as suas orientações.

3. Analisar se são apresentadas propostas de intervenção de educação científica adequadas à


condição das pessoas com necessidades educacionais especiais e quais as suas orientações
3. JUSTIFICATIVA

A pertinência desta pesquisa se justifica pelo pouco volume de estudos que abordem a educação
científica para pessoas com deficiência, devido, inclusive, ao relativamente pouco tempo desde a
criação de políticas públicas de educação especial no Brasil.
Por seu enfoque qualitativo, este trabalho pode contribuir para discutir a importância da educação
científica para pessoas com deficiência, identificando tendências positivas e desafios das políticas e
do conhecimento cientifico. Nesta perspectiva, este projeto também pode contribuir, de forma
ampliada, para uma formação de professores mais consistente, porque problematiza uma dimensão
que tem afetado as práticas escolares contemporâneas.
Ademais, a educação científica tem um papel importante na formação das pessoas e no
desenvolvimento do país, por isso a viabilidade de um estudo como o que aqui se pretende, com a
finalidade de promover a divulgação cientifica de forma articulada e permanente, que possa trazer
benefícios a toda a sociedade incluindo as pessoas com necessidades educacionais especiais.

4. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Há quase quatorze anos trabalho na área de educação, não especificamente como docente, mas no
setor administrativo, onde me envolvo em vários projetos da instituição, convivendo entre docentes
e alunos diariamente. Com o passar dos anos fui me encantando pela arte de educar e ao fazer Pós-
Graduação em Gestão de Petróleo e Gás, recebi um convite para dar aulas em curso Técnico por
dois anos. Nesse período trabalhei com jovens e adultos e com isso intensificou-se, cada vez mais,
meu desejo de ser uma Educadora.
Cursei a Faculdade de Pedagogia e durante o estágio na Educação Infantil e Ensino Fundamental
convivi com alguns alunos PcD (Pessoa com Deficiência). Percebi que o número de crianças com
algum tipo de deficiência aumentava significativamente a cada ano, principalmente as com
microcefalia, devido ao surto de Zica ocorrido no país entre 2015-2016. Observei que a maioria das
escolas não oferecia um currículo diversificado para atender às pessoas com necessidades
educativas especiais, e senti falta de uma ação educativa voltada à Educação Científica como
componente da formação básica. No mesmo sentido, não identifiquei, nas práticas escolares
cotidianas as quais tenho acesso, ampla divulgação sobre políticas educacionais que envolvessem,
ao mesmo tempo, a educação científica e a educação especial.
Pesquisando alguns artigos e periódicos sobre a educação científica para pessoas com necessidades
educacionais especiais, constatei que existem poucas pesquisas sobre esse tema no âmbito
acadêmico brasileiro.

A problemática da pesquisa se coloca sobre esse contexto, nos seguintes termos: No contexto
brasileiro contemporâneo, quais tendências se colocam para a promoção da educação científica para
pessoas com deficiência, considerando os estudos e as políticas públicas sobre o tema?

5. HIPÓTESE
Considerando o problema da pesquisa, neste trabalho defendo a hipótese de que apesar de ter
havido crescimento nos estudos sobre a Educação Científica para pessoas com necessidades
educacionais específicas, ainda prevalece uma inércia na organização de políticas públicas mais
amplas voltadas para esse tema. Ou seja, defendo que, no atual momento histórico da educação
brasileira, a promoção da educação científica para pessoas com necessidades educacionais
específicas se coloca entre o avanço da compreensão sobre a importância do tema e a inércia de
políticas públicas de caráter mais geral que contribuam para a sua implementação.

6. REFERENCIAL TEÓRICO
A investigação parte de uma compreensão da sociedade atual em que vivemos, na qual a educação
científica é parte integrante de processos tecnológicos cada vez mais globalizados. Com tantas
informações despejadas através dos meios de comunicação, não podemos negar que para
compreendermos o conceito de mundo e tudo que interfere em nossa vida, a educação formal tem
como uma de suas premissas proporcionar a todos o acesso ao conhecimento científico, incluídas aí
as pessoas com necessidades educacionais especiais.
Em âmbito internacional, a Unesco (2005, p. 2) tem apontado preocupações com o acesso ao ensino
da educação científica no Brasil:

Grande parte da população, apesar de viver num mundo modelado pela ciência e
tecnologia, se mantém à margem do acesso ao conhecimento científico, que continua a ser
praticamente propriedade de uma elite. O conhecimento de uma escassa elite foi capaz de
construir as Grandes Navegações, o Renascimento e as primeiras Revoluções Industriais.
Hoje a dimensão é outra: numa sociedade tecnificada é preciso que todos tenham acesso ao
conhecimento e que muitos tenham capacidade de criá-lo. Esta situação nos conduz à
urgência de democratizar as Ciências desde o início da escolarização, para que todos
tenham as mesmas possibilidades no mundo da cultura científica.
Assim, quanto mais cedo a educação científica fizer parte do currículo escolar, mais os alunos
estarão aptos para a construção do conhecimento e serão capazes de explorar suas curiosidades
através de questionamentos.
Alguns estudiosos também têm colocado a importância da educação científica ainda na educação
básica. Nas palavras de Chassot (2003, p. 91), “Acredito que se possa pensar mais amplamente nas
possibilidades de fazer com que alunos e alunas, ao entenderem a ciência, possam compreender
melhor as manifestações do universo”.
Já para Santos (2012, p. 937), “A educação escolar é mais do que um processo e um contexto para a
promoção da aprendizagem de conteúdos técnico-teóricos, devendo também promover a
convivência humana”.
As pessoas com necessidades educacionais especiais têm direito ao acesso à educação escolar e à
convivência com a comunidade. Neste sentido, entendendo como natural a diversidade entre os
seres humanos, a educação escolar deve ter como princípio atender a todos, mesmo que seja preciso
realizar adaptações estruturais e didáticas. Como afirma Santos (2012, p. 948), “Para atender as
necessidades básicas de pessoas com necessidades educacionais especiais, é preciso promover
estratégias didáticas diferenciadas com a finalidade de propiciar uma educação integral e de
qualidade”.
Quando falamos no direito à cidadania e em formar cidadãos, nos remete às palavras de Chassot
(2003 p. 89), de que, “a cidadania só pode ser exercida plenamente se o cidadão ou cidadã tiver
acesso ao conhecimento e não somente às informações”.
Complementando com as palavras de Mantoan (2006, p. 35), “é inegável que as ferramentas estão
aí para que as mudanças aconteçam e para que reinventemos a escola, desconstruindo a máquina
obsoleta que a dirige, assim como os conceitos sobre os quais ela se fundamenta, os pilares teórico-
metodológicos em que ela se sustenta”.

7. METODOLOGIA
O processo metodológico desta pesquisa será qualitativo e quantitativo, com predominância dos
aspectos qualitativos. A coleta de dados será feita através de pesquisa bibliográfica, tendo como
fontes artigos de revistas cientificas, livros e sites de instituições governamentais. Com o intuito de
analisar tendências contemporâneas em torno da promoção da educação científica para pessoas com
necessidades educacionais especiais, considerando as políticas públicas e os estudos sobre o tema.
8. CRONOGRAMA

ETAPAS/ MESES F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D
2020/2021
LEVANTAMENTO X X X X X X X X X X X X X X
BIBLIOGRÁFICO
COLETA DE DADOS X X X X X
ANÁLISE DE DADOS X X X X X X X
ORGANIZAÇÃO DO X
ROTEIRO/PARTES
REDAÇÃO DO X X X X X X X X X X
TRABALHO
REDAÇÃO DO X X X X
TRABALHO FINAL
ENTREGA DO TCC X

DEFESA DO TCC X
9. REFERÊNCIAS

CHASSOT, Attico. A Ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 1994.
___. Alfabetização Científica: questões e desafios para a educação. Ijuí: Unijuí, 2003.
___. Alfabetização Científica: uma possibilidade para a inclusão social. Revista Brasileira de
Educação, n 22, jan./fev./mar./abr., 89-100, 2003.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo:
Moderna, 2006 p.35

MOREIRA, Ildeu de Castro A inclusão social e a popularização da ciência e tecnologia no Brasil.


Revista Ibict, v.1 n. 2, p.11-16, abr./set. 2006. Disponível em:
http://revista.ibict.br/inclusao/article/view/1512/1707 . Acesso em 02 abr. 2020.

SANTANA, R.S; SOFIATO, C.G. Ensino de Ciências para todos: uma experiência com um
deficiente intelectual. Revista Educação v. 44 (2019) Disponível em:
https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/34206/pdf Acesso em 02 abr, 2020

SANTOS, Daísy Cléia Oliveira dos. Potenciais dificuldades e facilidades na educação de alunos
com deficiência intelectual. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 38, n. 4, p. 935-948, 2012.
Disponível em: www.scielo.br/pdf/ep/v38n4/10.pdf. Acesso em: 05 ago. 2018.

CHASSOT, Attico. A Ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 1994. Coleção Polêmica.
818
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___. Alfabetização Científica: uma possibilidade para a inclusão social. Revista Brasileira de
Educação, jan./fev./mar/abr., n 22, 89-100, 2003.
___. Educação ConsCiência. . Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2003b

LONARDONI, M.C.; CARVALHO, M.de. Alfabetização Científica e a formação do cidadão.


(2007). Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5510128/mod_resource/content/1/
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Acesso em 02 abr. 2020.

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https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/18/12/a-produo-do-conhecimento-na-construo-do-
saber-sociocultural-e-cientfico
https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/34206/pdf
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392000000300002
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382008000200008
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo:
Moderna, 2006 p.35
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UNESCO - Ensino de ciências: o futuro em risco - Edição, Maio 2005, p. 2 Disponível em:
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000139948 Acesso em 16 mai.2020

ZANCAN, Glaci T. EDUCAÇÃO CIENTÍFICA: uma prioridade nacional, São Paulo


Perspec. vol.14 no.3 São Paulo July/Sept. 2000. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-88392000000300002. Acesso 11 mai 2020.

UNESCO. Ensino de ciências: o futuro em risco. Edições Unesco, maio 2005, p. 1-5, Disponível
em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000139948. Acesso em 16 maio 2020.

ZANCAN, Glaci T. Educação Científica: uma prioridade nacional. São Paulo em Perspectiva, v.
14, n. 3, July/Sept. 2000. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-88392000000300002. Acesso em 11 maio 2020.

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