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Capítulo 4 Introdução
Princípios de nutrição Em grande parte, o suporte da vida no pla-
neta Terra é dado no processo fundamental
e adubação de da fotossíntese, com a formação das mais
diversas substâncias orgânicas que servem
flores e plantas de base à sustentação da maior parte das
cadeias alimentares.
ornamentais tropicais Assim, se presume que o metabolismo das
plantas depende do suprimento de subs-
Jorge Federico Orellana Segovia
tâncias químicas e da transformação de
energia radiante em energia química arma-
zenada nas ligações de compostos orgâni-
cos, utilizada na síntese de diversos com-
ponentes necessários aos processos físico-
químicos que ocorrem nas células, tecidos
e órgãos, fundamentais ao crescimento e
ao desenvolvimento de raízes, caules, fo-
lhas, flores, frutos e sementes.
As plantas absorvem nutrientes por meio
de numerosos pelos absorventes existen-
tes nas raízes jovens, as quais se renovam
continuamente. Esses pelos segregam sol-
ventes orgânicos como ácido cítrico e ácido
málico, os quais contribuem na solubiliza-
ção de compostos pouco solúveis, como
fosfatos e carbonatos.
Entre os 16 elementos essenciais existen-
tes no ambiente para as plantas, existem
aqueles que são fornecidos pelo ar (carbo-
no, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio) e a
água (hidrogênio e oxigênio), enquanto os
13 restantes são aportados pelo solo. Esses
elementos nutritivos fornecidos pelo solo
classificam-se em macro e em microele-
mentos, dependendo da necessidade das
plantas em absorver grandes ou pequenas
quantidades desses nutrientes.
Como elementos relevantes à nutrição
vegetal, destacam-se o nitrogênio (N),
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68 Técnicas e inovações
para negócios sustentáveis
sos compostos. Nesse processo, as plantas sultando na liberação de energia para ou-
também precisam da ação do N, do ar e dos tros processos metabólicos e na eliminação
diferentes minerais contidos no solo, como de dióxido de carbono e água.
N, P, K, Ca, Mg, S, boro (B), molibdênio (Mo)
Durante a respiração fisiológica das plantas,
e zinco (Zn).
a reação química entre as substâncias com-
No processo fotossintético, a energia solar é bustíveis com oxigênio, como carboidratos,
transferida através de várias substâncias pre- lipídios ou proteínas, é controlada ao longo
sentes nos cloroplastos que contêm clorofila, de uma cadeia de enzimas que controlam
formando uma cadeia de transporte de elé- parte da oxidação total. Aqui, uma peque-
trons, os quais vão liberando energia grada- na porção de energia transforma-se em
tivamente. Essa energia é aproveitada para calor, mas a maior parte é aproveitada no
transportar hidrogênio (H) iônico de fora aumento da capacidade de crescimento e
para dentro do cloroplasto, formando-se um no desenvolvimento delas.
fluxo de energia mecânica rotatória, a qual
gira internamente, promovendo a formação Nutrição de plantas
de um composto fosfatado (fosforilação), a
partir do composto denominado adenosina A fertilidade de um solo pode ser avaliada
difosfato. Finalmente, no metabolismo das pela riqueza de nutrientes que possui e
plantas, acumula-se a energia proveniente pela capacidade de produção dos cultivos.
da luz solar, formando o composto denomi-
Os nutrientes podem ser de dois tipos: os
nado adenosina tri-fosfato, o ATP.
macronutrientes e os micronutrientes. A
diferença principal entre eles está na quan-
12H2O + 12NADP + 18ADP + 18P - (luz) →
tidade com que são absorvidos pelos vege-
18ATP + 12NADPH2 + 6O2
tais. Geralmente, considera-se que tanto os
macro como os micronutrientes apresen-
Posteriormente, a planta consome a ener-
tam sua essencialidade para que as princi-
gia armazenada para seu crescimento, pais funções celulares ocorram.
assim como para sintetizar diversos fotos-
sintatos, como os carboidratos (açúcares e
amidos), os lipídios (óleos, gorduras e ce- Macronutrientes
ras), os aminoácidos, as proteínas, as vita-
Macronutrientes são os diversos elementos
minas e os hormônios. químicos que um vegetal necessita absor-
ver, em grande quantidade, para sobreviver
Respiração e desenvolver-se. Entre eles há os não mine-
rais como carbono (C), H e O, e os minerais
As plantas obtêm energia para seus pro- como N, P, K, Ca, Mg e S (Houaiss; Villar, 2001).
cessos metabólicos da respiração, a qual
consiste num conjunto de transformações
Micronutrientes
químicas que ocorrem nos organismos vi-
vos, em que o oxigênio é absorvido pelas Micronutrientes são os diversos elementos
células e usado na oxidação de moléculas químicos que um ser vivo necessita absor-
orgânicas (combustão dos alimentos), re- ver em pequena quantidade para sobrevi-
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70 Técnicas e inovações
para negócios sustentáveis
ver e desenvolver-se, como o B, ferro (Fe), pontes de H, se sustentam sobre uma dupla
Mo, cobre (Cu) e Zn (Houaiss; Villar, 2001). hélice formada pelo açúcar desoxirribose e o
ácido fosfórico.
Funções dos nutrientes O N promove a formação de muitas enzi-
nas plantas mas e da molécula de clorofila (Figura 3),
essencial no processo da fotossíntese.
A seguir, serão mostradas as funções indi-
O N também é componente de diversas vi-
viduais dos principais nutrientes e os sinto-
mas ou efeitos visuais de sua carência, bem taminas como a biotina, tiamina, niacina e
como as principais fontes desses nutrientes. a riboflavina (Malavolta, 1980; White et al.,
1980; Lopes, 1989).
Nitrogênio As plantas deficientes em N apresentam
clorose ou amarelecimento pela deficiência
Este elemento é assimilado pelas plan-
na formação de clorofila (Figuras 4 e 5).
tas como nitrato (NO3-), ureia [(NH2)2CO] e
como amônia (NH3+). Faz parte da compo- Em brássicas, os sintomas de deficiência de
sição (90%) de diversos aminoácidos e pro- N caracterizam-se por tonalidades amare-
teínas, em especial das bases purínicas e las e púrpura nas folhas velhas e nas nervu-
pirimídicas da estrutura do DNA (Figura 2), ras, e pecíolos rosados.
estimulando o crescimento de diferentes
órgãos (Malavolta, 1980; White et al., 1980; Quando se utiliza matéria orgânica (ester-
Lopes, 1989). co, composto ou serragem) que não esteja
decomposta, seja na adubação, seja na co-
Na formação do DNA, as bases nitrogenadas, bertura morta, e não se faz a devida aplica-
tanto purínicas (adenina e guanina) quan- ção de N nas plantas, pode ocorrer clorose
to pirimídicas (citosina e timina) unidas por induzida, em decorrência da competição
por N entre as bactérias nitrificantes e as
plantas, conduzindo a uma clorose carac-
terística da deficiência desse elemento nas
plantas.
A adubação com N pode ser aplicada com
os seguintes produtos comerciais:
• Sulfato de amônio
21% de N amoniacal.
• Ureia
45% de N amídico.
• Salitre do chile
16% de N nítrico.
A B
C D
Figura 4. Vegetais com clorose foliar, característica de deficiência de N em: Arecaceae (A), Zingiberaceae (B),
Heliconiaceae (C) e Orchidaceae (D).
Funciona como catalisador enzimático no ção de flores e frutos e, muitas vezes, apre-
interior da planta, na redução do nitrato sentando floração e maturação retardadas,
para amônia e na redução de nicotinami- produzindo frutos e sementes pequenas
da adenina e fosfato (NADPH) (Malavolta,
(Ritas et al., 1985). As folhas apresentam
1980; White et al., 1980; Lopes, 1989).
coloração verde-avermelhada, púrpura ou
As plantas deficientes de P (Figura 7) apre- bronzeada.
sentam crescimento retardado ou reduzi-
do, com um sistema radicular raquítico, fo- O P pode ser encontrado, comercialmente,
lhas e caules pequenos, limitando a forma- nas seguintes formas:
CAPÍTULO 4
Princípios de nutrição e adubação de 73
flores e plantas ornamentais tropicais
C D
• Superfosfato simples
Foto: Jorge Segovia
18% de P2O5.
• Superfosfato triplo
45% de P2O5.
• Yoin
30% de P2O5.
Figura 6. Nódulos formados por Rizhobium em angi- • Hiperfosfato de Gafsa (43% solúvel a.c.)
co (Anadenanthera peregrina). 29% de P2O5.
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74 Técnicas e inovações
para negócios sustentáveis
A B
Figura 8. Sintomas visuais da deficiência de K em espécies da família Arecaceae: clorose e necrose das folhas
mais velhas em Sabal bermudana (A); clorose e necrose das folhas mais velhas em Rhapis excelsa (B); e clorose e
necrose das folhas mais velhas em Chamaerops humilis (C).
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76 Técnicas e inovações
para negócios sustentáveis
Fotos: Jorge Segovia
A B
Figura 9. Sintomas visuais da deficiência de K nas espécies: clorose e necrose das folhas mais velhas em Rave-
nala madagascariensis (A); clorose e necrose das folhas mais velhas em Musa acuminata (B); e clorose e necrose
das folhas mais velhas em Dracaena sanderiana (C).
Figura 10. Sintomas visuais da deficiência de Ca: clorose e necrose da extremidade das folhas mais novas de
lança-de-são-jorge (Sansevieria stuckyi God. Leb.) (A); e de bromélia (B).
Figura 11. Clorose e necrose da extremidade de folhas mais novas em: cebolinha (A); e manchas necrosadas no
ápice das folhas novas de bananeira (B) são sintomas visuais da deficiência de Ca.
ção de vários sistemas enzimáticos (Mala- do a partir das margens foliares, enquanto
volta, 1980; White et al., 1980; Lopes, 1989). as nervuras permanecem verdes (Ritas et al.,
1985).
As plantas deficientes em Mg (Figura 13)
apresentam amarelecimento foliar entre as O Mg pode ser encontrado, comercialmen-
nervuras das folhas mais velhas, começan- te, nas seguintes formas:
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78 Técnicas e inovações
para negócios sustentáveis
• Calcário dolomítico
• Cal hidratada
53% de OHMg.
• Superfosfato simples
28% de OMg.
Enxofre
• Superfosfato simples
12% de SO3.
Figura 13. A clorose internerval e as nervuras verdes
são sintomas visuais da deficiência de Mg em begô-
• Fosfato natural de Gafsa
nias. 36% de SO3.
CAPÍTULO 4
Princípios de nutrição e adubação de 79
flores e plantas ornamentais tropicais
compor em local coberto com sombrite a a desintegração dos restos vegetais, verifi-
80%. ca-se a formação de substâncias húmicas,
o húmus, o qual se constitui em complexos
No período chuvoso, deve-se evitar o en- compostos orgânicos (Bunting, 1971).
charcamento e a lavagem do esterco, usan-
do uma lona plástica. O esterco curtido se A matéria orgânica decomposta é substrato
transforma numa massa escura, de odor de uma série de organismos que a decom-
agradável. põe, convertendo-a em nutrientes orgâni-
cos em formas inorgânicas, como amônio
Os restos vegetais (folhas, gravetos, flo- (NH4+), fosfato (H2PO4-) e sulfato (SO4-). Esse
res, frutos e raízes) ou estercos de animais, fenômeno é denominado de mineralização
quando decompostos, fornecem detritos (matéria orgânica curtida).
à superfície, que são desintegrados pela
digestão de outros organismos como bac- A Tabela 1 contém os valores médios da
térias, protozoários, insetos, vermes e mi- composição do esterco de diferentes ori-
nhocas, representando fontes de matéria gens (bovino, suíno e aves), bem como da
orgânica que servem para melhoria físico- matéria orgânica, da farinha de ossos e de
química dos solos. peixes, do bagaço de cana e da torta de ma-
mona. Observa-se que, em termos nutricio-
Todos os detritos vegetais são compostos nais, na maioria desses produtos, os apor-
de substâncias orgânicas e inorgânicas. tes de N, de P e de K são pequenos, com
Entre os elementos inorgânicos, têm-se Ca, exceção da farinha de ossos, que apresenta
K, Mg, Fe, P e S. A porção orgânica dos de- teores razoáveis de P.
tritos consiste em amidos, açúcares, ácidos
orgânicos, resinas, óleos, lignina, vitaminas A adição de substâncias orgânicas aos so-
e proteínas, compostos estes que contêm los pobres em matéria orgânica melhora
em sua composição C, O, H, P, N e S. Com seu arejamento, regula a velocidade de in-
Figura 15. Cama de aviário sem curtir e materiais vegetais em processo de decomposição.
Fotos: Jorge Segovia
A B
Figura 16. Pilha de compostagem em camadas de material vegetal (A) e composto curtido (B).
O composto estará pronto para ser usado, preta, além de consistência leve e solta.
quando não apresentar cheiro forte, mas Uma vez pronto, seu volume se reduz a um
apenas um cheiro muito suave, não se con- terço em relação ao volume inicial.
seguindo identificar os componentes que
formaram a pilha, como aparas, serragem, Nas condições climáticas da região ama-
folhas e colmos, galhos e outros compo- zônica, esse processo demora, em média,
nentes vegetais. Nessa etapa, conforme os 3 meses. Por isso, os agricultores devem
componentes usados, o composto pode preparar seus adubos orgânicos 3 meses
apresentar coloração marrom-escura ou antes do plantio.
CAPÍTULO 4
Princípios de nutrição e adubação de 83
flores e plantas ornamentais tropicais
Pode-se destacar como vantagens desse desses dados, pode-se determinar que
tipo de adubação: quantidade deverá ser adicionada para se
obter boas produtividades.
• Adiciona matéria orgânica e melhora a
estrutura do solo.
Coleta e preparo das
• Fixa do ar de 100 kg/ha a 125 kg/ha de N. amostras de solo
• Adiciona N ao solo. Devem ser coletadas 20 subamostras em
um balde plástico, com auxílio de uma pá
• Tem ação benéfica sobre a vida das bac-
reta ou de uma enxada, na profundidade
térias nitrificantes no solo.
da terra arável, ou seja, em torno de 20 cm,
• Protege a superfície do solo. as quais devem ser bem misturadas. Dessa
mistura, deve ser tomada uma amostra de
• Permite melhor infiltração da água do 1 kg para enviar ao laboratório. Cada amos-
solo. tra enviada ao laboratório deve representar
uma área uniforme em termos de colora-
A Tabela 2 mostra os valores médios de ção, textura, declive e presença de pedras.
massa verde produzida por diversas legu-
minosas.
Acidez do solo
Análise do solo O grau de acidez do solo é expresso em
termos de pH, uma expressão matemática
A análise do solo serve para identificar que representa a concentração de íons hi-
quais nutrientes estão faltando, e, por meio drogênio (H+) contido na solução do solo.
Soma de bases
A capacidade de troca de cátions (CTC), V1 = saturação por bases atual do solo (%)
também conhecida como capacidade de (fornecido na análise).
troca de cátions potencial do solo, é de- PRNT = poder relativo de neutralização to-
nominada como a quantidade de cátions tal (%) (parâmetro relativo à granulometria
absorvida a pH 7,0. Sob o ponto de vista e à quantidade de neutralizantes do calcá-
prático, é o nível da CTC de um solo que se- rio).
ria atingido, caso a calagem fosse feita para
elevar o pH a 7,0.
Distribuição do calcário
A CTC também é expressa em centimol
de carga por decímetro cúbico de terra Para que haja uma boa distribuição do
(cmolc/dm³). calcário no perfil do solo, deve-se aplicar
a metade da quantidade de calcário reco-
CTC = SB + H+ + Al3+ mendado a lanço e incorporada com o ara-
FLORICULTURA TROPICAL
92 Técnicas e inovações
para negócios sustentáveis
Continua...
CAPÍTULO 4
Princípios de nutrição e adubação de 93
flores e plantas ornamentais tropicais
Tabela 3. Continuação.
ções estarem baseadas na análise química em duas vezes, aos 30 e aos 44 dias após a
do solo. semeadura1.
As recomendações de adubação foram Como fonte de cálcio e de magnésio so-
adaptadas e modificadas, tomando como lúvel, devem ser aplicadas duas cobertu-
base a quinta aproximação do uso de cor- ras de 20 g de cal hidratada, aos 37 e aos
retivos e fertilizantes da comissão de ferti- 51 dias após a semeadura.
lidade do solo (Ribeiro et al., 1999), as reco-
mendações de adubação e calagem para o Por sua vez, as pulverizações devem ser
estado do Pará (Cravo et al., 2007) e as con- feitas semanalmente, com cal hidratada
dições climáticas da região amazônica. na dosagem de 80 g por 20 L de água. Para
A Tabela 4 contém os fatores de conversão isso, mistura-se a cal com 3 L de água, num
de N, P e K em fertilizantes químicos. balde plástico, esperando-se 1 minuto até
a borra assentar no fundo do balde. Em
As Tabelas 5 a 19, nas seções a seguir, con- seguida, derrama-se a solução dentro do
têm recomendações de nitrogênio (N), pulverizador, tendo-se o cuidado para que
fósforo (P2O5) e de potássio (K2O), para di- a borra não entre no pulverizador, vindo a
ferentes culturas com potencial florístico e entupir o bico.
ornamental. Esses valores devem ser trans-
formados em fontes de adubo comercial.
Para tanto, as recomendações de adubação Adubação de alpínias
devem ser multiplicadas pelos fatores de
A Tabela 6 contém a recomendação de adu-
conversão apresentados na Tabela 4. Cada
produto tem seu fator de correção corres- bação química para alpínias (Figura 18) ba-
pondente. seada na análise físico-química do solo.
Textura do solo
Disponibilidade Argilosa Média Arenosa K2O N
de P ou K P2O5 (kg/ha) (kg/ha)
(kg/ha)
Baixa 80 60 50 70 20
Média 60 50 40 50 20
Alta 40 30 30 30 20
Fonte: Adaptado de Cravo et al. (2005) e Ribeiro et al. (1999)
Foto: Jorge Segovia
Figura 17. Abóboras ornamentais e comestíveis. Figura 18. Alpinia purpurata – variedade cor-de-rosa.
Disponibilidade de P Disponibilidade de K
N
Época Baixo Médio Alto Baixo Médio Alto
(g/touceira)
P2O5 (g/touceira) K2O (g/touceira)
1º ano 45 20 7 250 110 40 180
2º ano 45 20 7 350 150 50 250
3º ano 45 20 7 400 190 60 300
Fonte: Adaptado de Cravo et al. (2005) e Ribeiro et al. (1999)
CAPÍTULO 4
Princípios de nutrição e adubação de 97
flores e plantas ornamentais tropicais
Adubação do bastão-
Disponibilidade de P Disponibilidade de K
N
Época Baixo Médio Alto Baixo Médio Alto
(g/touceira)
P2O5 (g/touceira) K2O (g/touceira)
1º ano 45 20 10 300 150 80 100
2º ano 45 20 10 400 200 100 250
3º ano 45 20 10 450 250 120 300
Fonte: Adaptado de Cravo et al. (2005) e Ribeiro et al. (1999)
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98 Técnicas e inovações
para negócios sustentáveis
Época
Teor de nutriente 2º ano em
Plantio 2º mês 6º mês 9º mês 11º mês
diante
Nitrogênio (kg/ha) - 25 25 25 25 100
Fósforo (kg/ha)
Baixo 40 - - - - 40
Médio 30 - - - - 30
Alto 20 - - - - 20
Potássio (kg/ha)
Baixo - - 150 150 150 450
Médio - - 100 100 100 100
Alto - - 50 50 50 150
Fonte: Adaptado de Cravo et al. (2005) e Ribeiro et al. (1999)
CAPÍTULO 4
Princípios de nutrição e adubação de 99
flores e plantas ornamentais tropicais
Disponibilidade de K
trocável
Disponibilidade
Baixo Médio Alto
de P
N - P2O5 - K2 O
(g/planta)
Baixo 2-30-15 2-30-12 2-30-9
Médio 2-20-15 2-20-12 2-20-9
Alto 2-10-15 2-10-12 2-10-9
Figura 20. Bananeiras ornamentais: Musa acuminata Fonte: Adaptado de Cravo et al. (2005) e Ribeiro et al. (1999)
ssp. zebrina (Monyet).
Figura 21. Brássicas ornamentais: brócolis roxo (Brassica oleraceae L. var. italica) (A); repolho ornamental
(Brasica oleraceae L. var. capitata) (B).
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100 Técnicas e inovações
para negócios sustentáveis
Época
Disponibilidade de
P ou K 2º mês após 6º mês após 9º mês após
transplante transplante transplante
Nitrogênio (kg/ha) 75 85 90
Fósforo (kg/ha)
Baixo 50 - -
Médio 40 - -
Alto 30 - -
Potássio (kg/ha)
Baixo 50 60 70
Médio 40 50 60
Alto 30 40 50
Fonte: Adaptado de Cravo et al. (2005) e Ribeiro et al. (1999)
Fotos: Jorge Segovia
A B
Disponibilidade de P Disponibilidade de K
N
Época Baixo Médio Alto Baixo Médio Alto
(g/touceira)
P2O5 (g/touceira) K2O (g/touceira)
1º ano 45 20 7 300 120 40 150
2º ano 45 20 7 400 170 60 250
3º ano 45 20 7 450 190 70 300
Fonte: Adaptado de Cravo et al. (2005) e Ribeiro et al. (1999)
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102 Técnicas e inovações
para negócios sustentáveis
Adubação para gramados aos 60, 120,180, após plantio, bem como
pulverizações mensais com cal hidratada
A Tabela 13 contém recomendação de adu- na proporção de 80 g por 20 L de água.
bação química para gramados (Figura 24),
baseada na análise físico-química do solo.
Tabela 13. Recomendação de adubação quími-
Na adubação de base, devem-se colocar duas ca para gramados.
pás de esterco por metro quadrado, todo o P
Dose total
recomendado; 40% do N e 40% do P. Disponibilidade (kg/ha)
de P e K
Na adubação de cobertura, deve-se aplicar P2O5 K2O N
o restante do N e do K, parcelado em três Baixo 150 220 50
vezes, aos 90, 150 e 240 dias após plantio. Médio 100 150 50
Alto 50 80 50
Adubação de helicônias Fonte: Adaptado de Cravo et al. (2005) e Ribeiro et al. (1999)
Disponibilidade de P Disponibilidade de K
N
Época Baixo Médio Alto Baixo Médio Alto
(g/touceira)
P2O5 (g/touceira) K2O (g/touceira)
1º ano 40 20 10 200 100 50 150
2º ano 40 20 10 300 150 60 250
3º ano 40 20 10 300 150 60 300
Fonte: Adaptado de Cravo et al. (2005) e Ribeiro et al. (1999)
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104 Técnicas e inovações
para negócios sustentáveis
Disponibilidade de P Disponibilidade de K
N
Época Baixo Médio Alto Baixo Médio Alto
(g/touceira)
P2O5 (g/touceira) K2O (g/touceira)
1º ano 45 20 10 300 150 30 150
2º ano 45 20 10 450 220 100 250
3º ano 45 20 10 450 220 100 300
Fonte: Adaptado de Cravo et al. (2005) e Ribeiro et al. (1999)
Foto: Jorge Segovia
Adubação de pimenta e
Textura do solo
Disponibilidade Argilosa Média Arenosa K 2O N
de P e de K P2O5 (kg/ha) (kg/ha)
(kg/ha)
Baixa 300 250 200 240 150
Média 240 200 150 180 150
Boa 100 100 100 80 150
Fonte: Adaptado de Cravo et al. (2005) e Ribeiro et al. (1999)
2
Não se devem aplicar adubações de cobertura com
N e K junto com aplicações de cal, pois esses dois
primeiros elementos inibem a absorção de Ca.
CAPÍTULO 4
Princípios de nutrição e adubação de 107
flores e plantas ornamentais tropicais
Textura do solo
Disponibilidade Argilosa Média Arenosa K2O N
de P e de K P2O5 (kg/ha) (kg/ha)
(kg/ha)
Baixa 600 500 400 200 120
Média 500 400 300 150 100
Boa 400 300 200 100 80
Fonte: Adaptado de Cravo et al. (2005) e Ribeiro et al. (1999)
Figura 30. Devem-se evitar queimadas, pois elas causam: emissão de CO2 (A); e degradam o solo e reduzem a
fertilidade (B).
Figura 31. Rotação de culturas com milho quebra o ciclo das pragas e aproveita melhor os nutrientes do solo.
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110 Técnicas e inovações
para negócios sustentáveis
A
Exemplo de transformação
do potássio
0,04 cmolc/dm3 de K/2,5577 = 0,015639
g/dm3 de K
A seguir, multiplica-se este valor por 1.000, de
forma a transformar esse valor em mg/dm3:
0,015639 g/dm3 × 1.000 =
15,639 mg/dm3 de K
Em seguida, multiplica-se por 2 (2 milhões
de dm3/ha), para transformar em kg/ha de K:
B
15,639 mg/dm3 de K × 2 = 31,278 kg/ha de K
Logo, multiplica-se este valor por 1,20461,
para transformar o valor obtido em kg/ha
de K2O:
31,3278 kg/ha de K × 1,20461 =
37,6779 kg/ha de K2O
Como o cloreto de potássio (KCl) apresen-
ta 60% de K2O, para transformar em kg/ha,
basta resolver a seguinte regra de três:
100 kg de KCl contêm 60 kg de K2O
Figura 32. Cultivo direcionado em curvas de nível X kg de KCl contém 37,6779 kg de K2O
(A); preparo do solo com enxada rotativa em curvas
de nível para reduzir a erosão do solo (B). X = 37,6779 × 100/60 = 62,796 kg/ha de KCl
CAPÍTULO 4
Princípios de nutrição e adubação de 111
flores e plantas ornamentais tropicais
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