Você está na página 1de 19

UNIVILLE – Universidade da

Região de Joinville Curso de


Ciências Biológicas
Disciplina de Botânica Fisiológica Professora
Karin Esemann de Quadros
Aluno Felipe Alberton de Oliveira

PESQUISA SOBRE
NUTRIENTES MINERAIS

1. Nutrientes inorgânicos. Nutrientes essenciais. Quais são e por que são assim
chamados?

Apenas certos elementos foram determinados como essenciais para o


crescimento vegetal. Um elemento essencial é definido como um componente intrínseco
na estrutura ou no metabolismo de uma planta ou cuja ausência causa anormalidades
graves no crescimento, no desenvolvimento ou na reprodução vegetais ou pode impedir
uma planta de completar seu ciclo de vida. Se as plantas recebem esses elementos, assim
como água e energia solar, elas podem sintetizar todos os compostos de que necessitam
para o crescimento normal. A Tabela 4.1 apresenta os elementos considerados essenciais
para a maioria das plantas superiores, se não para todas. Os primeiros três elementos –
hidrogênio, carbono e oxigênio – não são considerados nutrientes minerais porque são
obtidos principalmente da água ou do dióxido de carbono.
A Terra é composta de 92 elementos de ocorrência natural (EVERT &
EICHHORN, 2018). Todos os elementos químicos presentes nas plantas são
nutrientes inorgânicos, porém, apenas 17 deles são nutrientes essenciais ou nutrientes
inorgânicos essenciais.
Desde o começo do século 19, químicos e botânicos têm analisado as plantas
e demonstrado que certos elementos químicos são absorvidos do ambiente. Contudo,
havia dúvidas se os elementos absorvidos eram impurezas ou constituintes
necessários para as funções essenciais. Até a metade da década de 1880, com o uso
da hidroponia, a técnica de crescimento das plantas com as suas raízes imersas em
uma solução de nutrientes sem solo, ficou estabelecido que pelo menos 10 dos
elementos químicos presentes nas plantas eram necessários para o crescimento
normal. Na ausência de qualquer um desses elementos, as plantas exibiam anomalias
de crescimento características ou sintomas de deficiência, e frequentemente não se
reproduziam normalmente. Esses 10 elementos são: carbono, hidrogênio, oxigênio,
potássio, cálcio, magnésio, nitrogênio, fósforo, enxofre e ferro, eles foram apontados
como elementos químicos essenciais para o crescimento da planta. Eles são também
chamados nutrientes inorgânicos essenciais.
Nos primeiros anos do século 20, o manganês também foi
reconhecido como um elemento essencial. Durante os 50 anos seguintes, com a
ajuda de técnicas aperfeiçoadas para a remoção de impurezas das soluções nutritivas,
cinco elementos adicionais, são eles: zinco, cobre, cloro, boro e molibdênio, esses 5
elementos foram reconhecidos como essenciais, aumentando seu número total para
16 elementos. Um décimo sétimo elemento, o níquel, foi adicionado à lista em 1980
(EVERT & EICHHORN, 2018).
Existem dois critérios primários pelos quais um elemento é julgado como
essencial para a planta: (1) se ele é necessário para a planta completar seu ciclo de
vida (para produzir sementes viáveis) e/ou (2) se ele faz parte de alguma molécula ou
constituinte da planta que por si mesmo é essencial. Um terceiro critério também
utilizado por vários nutricionistas de plantas é se aparecem sintomas de deficiência
na ausência do elemento, mesmo que a planta seja capaz de produzir sementes
viáveis.
2. Macronutrientes e micronutrientes. O que são e quais são (listar todos). Sobre cada
um indicar a forma disponível para as plantas, forma de absorção, importância
para as plantas (funções), sintomas do excesso e da deficiência, outros aspectos
relevantes.

Os elementos minerais essenciais em geral são classificados como macro ou


micronutrientes, de acordo com suas concentrações relativas nos tecidos vegetais. Em
alguns casos, as diferenças na concentração nos tecidos entre macro e micronutrientes
não são tão grandes como aquelas indicadas na Tabela 4.1. Por exemplo, alguns tecidos
vegetais, como o mesofilo, contêm quase tanto ferro ou manganês quanto enxofre ou
magnésio. Com frequência, os elementos estão presentes em concentrações maiores do
que as necessidades mínimas dos vegetais.

Alguns pesquisadores têm argumentado que a classificação em macro e


micronutrientes é difícil de ser justificada do ponto de vista fisiológico. Konrad Mengel
e Ernest Kirkby propuseram que os elementos essenciais sejam classificados, em vez
disso, de acordo com seu papel bioquímico e sua função fisiológica. A Tabela 4.2 mostra
essa classificação, na qual os nutrientes vegetais foram divididos em quatro grupos
básicos:
1.Nitrogênio e enxofre constituem o primeiro grupo de elementos essenciais. As plantas
assimilam esses nutrientes via reações bioquímicas envolvendo oxidação e redução,
formando ligações covalentes com carbono e criando compostos orgânicos (p. ex.,
aminoácidos, ácidos nucleicos e proteínas).
2.O segundo grupo é importante em reações de armazenagem de energia ou na
manutenção da integridade estrutural. Os elementos desse grupo estão comumente
presentes em tecidos vegetais na forma de fosfato, borato e ésteres silicato, em que o
grupo elementar está covalentemente ligado a uma molécula orgânica (p. ex., açúcar
fosfato).
3.O terceiro grupo está presente nos tecidos como íons livres dissolvidos na água do
vegetal ou como íons eletrostaticamente ligados a substâncias como os ácidos pécticos
presentes na parede celular. Elementos nesse grupo têm papéis importantes como
cofatores enzimáticos, na regulação de potenciais osmóticos e no controle da
permeabilidade de membranas.
4.O quarto grupo, compreendendo metais como ferro, desempenha papéis importantes
em reações envolvendo a transferência de elétrons.
Deve-se ter em mente que essa classificação é um tanto arbitrária, pois muitos
elementos exercem vários papéis funcionais. Por exemplo, o manganês, listado no grupo
4 como um metal envolvido em várias reações-chave de transferência de elétrons, ainda
é também um mineral que permanece na forma iônica, o que o colocaria no grupo 3.
Alguns elementos de ocorrência natural, como o alumínio, o selênio e o cobalto,
não são essenciais, embora também possam se acumular em tecidos vegetais. O
alumínio, por exemplo, não é considerado um elemento essencial, mas as plantas em
geral contêm de 0,1 a 500 µg desse elemento por g de matéria seca, e a adição de
pequenas quantidades dele a uma solução nutritiva pode estimular o crescimento
vegetal. Muitas espécies dos gêneros Astragalus, Xylorhiza e Stanleya acumulam
selênio, embora não tenham mostrado uma necessidade específica desse elemento. O
cobalto é parte da cobalamina (vitamina B12 e seus derivados), um componente de
várias enzimas em microrganismos fixadores de nitrogênio; assim, a deficiência em
cobalto bloqueia o desenvolvimento e a função dos nódulos de fixação de nitrogênio,
mas as plantas que não fixam nitrogênio não requerem cobalto. As culturas vegetais
normalmente contêm apenas quantidades relativamente pequenas desses elementos não
essenciais.
Vejamos exemplos em algumas plantam que sofrem com défice de alguns
elementos:
Figura 1: Sintomas visuais de deficiência de enxofre em plantas de pinhão-manso

Fonte: Filho, 2015

Figura 2: Sintomas visuais de deficiência de fósforo em plantas de pinhão-manso

Fonte: Filho, 2015


Figura 3: Amarelecimento da ponta das folhas causado pelo excesso de Boro

Fonte: Filho, 2015

3. Ciclo dos nutrientes no ambiente. Relacionar com ecossistemas (floresta,


restinga, campo/savana, mangue).

Como já foi visto, praticamente todas as plantas vasculares requerem 17


elementos essenciais para o crescimento e o desenvolvimento normais. Tendo em vista
que a Terra é essencialmente um sistema fechado, os elementos estão disponíveis
somente como um suprimento limitado. A vida na Terra depende, portanto, da
reciclagem desses elementos. Tanto macronutrientes como micronutrientes estão
constantemente sendo reciclados pelos corpos das plantas e dos animais, retornando ao
solo, sendo quebrados e absorvidos pelas plantas novamente. Cada elemento tem um
ciclo diferente, envolvendo muitos organismos e diversos sistemas enzimáticos. Alguns
ciclos, como os do carbono, do oxigênio, do enxofre e do nitrogênio, que estão na
atmosfera sob a forma gasosa (como elementos ou compostos), são, essencialmente,
gerais. Outros ciclos, como os do fósforo, do cálcio, do potássio e os dos
micronutrientes, os quais não são encontrados no estado gasoso, são, de modo geral,
mais localizados. Como os ciclos dos nutrientes envolvem tanto os organismos vivos
quanto o ambiente físico, eles são também denominados ciclos biogeoquímicos.
Considera-se que os ciclos dos nutrientes apresentam “vazamentos”, pois nem
todos os nutrientes retornados ao solo tornam-se disponíveis para o uso vegetal. Alguns
são perdidos do sistema. A erosão do solo, por exemplo, remove a cobertura do solo rica
em nutrientes (especialmente fósforo e nitrogênio), a qual é levada para córregos e rios
e,
ao final, desemboca no oceano. A remoção de nutrientes (especialmente nitrogênio e
potássio) durante a colheita, bem como as perdas para a atmosfera de gases contendo
nitrogênio e enxofre, quando as plantas são queimadas, também contribuem para a
perda de nutrientes. Além disso, a lixiviação colabora para a perda de todos os tipos de
nutrientes solúveis, principalmente potássio, nitrato e sulfato. (EVERT & EICHHORN,
2018) eles são também denominados ciclos biogeoquímicos.

Floresta: A matéria orgânica do solo é resultante, em grande parte, da decomposição


de resíduos de origem animal e, principalmente vegetal. Esses resíduos sofrem
inicialmente decomposição parcial pela mesofauna e, posteriormente, pela
microbiota decompositora. Parte do carbono existente nos resíduos é liberado para a
atmosfera como CO2 e o restante passa a fazer parte da matéria orgânica como um
componente do solo. Os microorganismos do solo decompõem estes materiais para
obtenção de energia e nutrientes. A vegetação devolve nutrientes ao solo por meio da
circulação de matéria, que é representada pela deposição de serapilheira, galhos
grossos e troncos e pela morte de raízes, principalmente as finas. Outro modo de
transferência de nutrientes da vegetação para o solo é pelas águas de precipitação
interna da floresta e de escoamento pelos troncos (SELLE, 2007). A serapilheira é a
principal via de transferência de carbono, nitrogênio, fósforo e cálcio; o potássio é
devolvido principalmente por meio da precipitação interna. O conjunto serapilheira-
solo não representa somente fonte de carbono e energia para os organismos do solo,
mas também o habitat onde todas as ações do organismo ocorrem, garantindo a sua
sobrevivência e reprodução (SELLE, 2007).
Figura 4: Floresta

Fonte: Colégio COC VILA YARA

Restinga: Os solos destes ambientes são pobres em argila e em matéria orgânica, com
baixa capacidade de retenção de água e nutrientes, fundamentais para manutenção dos
componentes biológicos do sistema. Pelo fato do solo não constituir a principal fonte de
nutrientes, apresentando-se ácidos e com diminuta soma de bases, a serapilheira é
considerada muito importante para o fornecimento de nutrientes ao solo, juntamente
com os ventos, com partículas dissolvidas no ar, que contribuem para a entrada de
nutrientes ao sistema. As fontes de carbono orgânico dissolvido das lagoas costeiras,
destacam-se as oriundas da lixiviação da matéria orgânica em decomposição da
vegetação marginal, transformando as lagoas costeiras em um compartimento
importante para a estocagem de nutrientes (BRITO, 2015). A decomposição da
vegetação da restinga resulta em ácidos húmicos, fúlvicos e huminas, compostos
formados por longas cadeias carbônicas e anéis aromáticos, e que conferem uma
coloração escura da água.

fonte de nutrientes, apresentando-se ácido e com diminuta soma de bases, enquanto a


serapilheira e o lençol freático são as fontes primárias de nutrientes para a vegetação e
para as lagoas (BRITO, 2015).
Figura 5: Restinga

Fonte: Brasil Escola

Savana/ Campo: nas savanas neotropicais é comum a presença de incêndios


recorrentes, iniciados tanto por fenômenos naturais quanto pela atividade humana. Esses
incêndios promovem, a mortalidade de árvores, alterando a relação de arbóreas e
gramíneas e, consequentemente, o estoque de carbono nas biomassas aérea e
subterrânea. A biomassa subterrânea de uma vegetação compreende todos os órgão
vivos localizados abaixo da linha do solo, têm extrema importância na fixação da
vegetação, captar e translocar recursos como água e nutrientes, além de estocar
reservas. Neste caso, a serapilheira presente nos campos, é um estoque importante de
carbono, acumulando uma quantidade de duas a três vezes mais alta que a atmosfera.
Além disso, sua importância reside no papel de regulador do fluxo de carbono e
nutrientes que se localizam entre a vegetação e o solo .
Figura 6: Savana/ Campo

Fonte: Mundo educação

componentes vegetais. O solo é mole e rico em matéria orgânica em


decomposição, como folhas, galhos, restos de animais. Em decorrência são pobres em
oxigênio, utilizado por bactérias que realizam a decomposição, que na falta deste
recurso utilizem o enxofre, responsável pelo odor característico do ambiente. As plantas
absorvem nutrientes em quantidades diferenciadas, sendo que os teores absorvidos nem
sempre se revertem proporcionalmente em produção de biomassa. Apesar da baixa
diversidade de espécies arbóreas, os manguezais estão entre os ambientes mais
produtivos do mundo. Esses biomas têm grande valor no controle da erosão costeira, no
habitat para o crescimento e refúgio de diversas espécies de animais e ciclagem de
nutrientes (REISSMANN, 2015).

Figura 7: Mangue
Fonte: Brasil Escola

4. As micorrizas são associações entre fungos e raízes


A simbiose mutualista mais prevalente e, possivelmente, mais importante no
reino vegetal é a das micorrizas, um termo que, conforme já assinalado, significa
literalmente “raízes com fungos”. As micorrizas são associações simbióticas íntimas e
mutuamente benéficas entre fungos e raízes, que ocorrem na grande maioria das plantas
vasculares, tanto selvagens quanto cultivadas. As poucas famílias de plantas
fanerógamas que habitualmente carecem de micorrizas incluem a família da mostarda
(Brassicaceae) e a dos juncos (Cyperaceae).

Os fungos das micorrizas beneficiam suas plantas hospedeiras ao aumentar a


capacidade da planta de absorver água e elementos essenciais, particularmente fósforo.
Foi também demonstrado um aumento na absorção de zinco, manganês e cobre – três
outros nutrientes essenciais. Em muitas árvores de floresta, quando plântulas são
cultivadas em solução nutriente estéril e, em seguida, transplantadas para o solo de
pradaria, elas crescem pouco, e muitas acabam morrendo por desnutrição (Figura 8 ). Os
fungos das micorrizas também proporcionam proteção contra o ataque por fungos
patogênicos e nematódeos (pequenos vermes do solo). Em troca desses benefícios, o
fungo recebe da planta hospedeira carboidratos e vitaminas essenciais para o seu
crescimento. As raízes das plantas vizinhas podem ser ligadas por uma rede de hifas de
um fungo de micorriza compartilhado, proporcionando, assim, uma via para a
transferência de água e nutrientes minerais de uma planta para outra.

As endomicorrizas penetram nas células da raiz. Existem dois tipos principais de


micorrizas: as endomicorrizas, que penetram nas células da raiz, e as ectomicorrizas,
que circundam as células da raiz. Dessas duas, as endomicorrizas são, de longe, as mais
comuns e ocorrem em cerca de 80% de todas as plantas vasculares. O fungo
componente é um glomeromiceto. Por conseguinte, as relações das endomicorrizas não
são altamente específicas. As hifas do fungo penetram nas células corticais da raiz da
planta, onde formam estruturas altamente ramificadas, denominadas arbúsculos (Figura
8); por conseguinte, essas micorrizas são comumente denominadas micorrizas
arbusculares (MA). Os arbúsculos não penetram no protoplasto, porém invaginam
acentuadamente a membrana plasmática da célula cortical, aumentando a sua área de
superfície e facilitando a transferência de metabólitos e nutrientes entre os dois
parceiros da micorriza, as células da planta e o fungo. A maioria ou, talvez, todas as
trocas entre a planta e o fungo ocorrem nos arbúsculos. Em alguns casos,
intumescimentos terminais, denominados vesículas (Figura 9 B), também podem
ocorrer entre as células da planta hospedeira, e acredita-se que essas vesículas
funcionem como compartimentos de reserva para o fungo. Essas micorrizas são
denominadas micorrizas vesiculoarbusculares (MVA). As hifas estendem-se para o solo
circundante por vários centímetros e, portanto, aumentam acentuadamente o potencial
de absorção de água e a captação de fosfatos e outros nutrientes essenciais.

Figura 8 : Micorrizas e nutrição de árvores

Plântulas de 9 meses de idade de Pinus strobus foram cultivadas durante 2 meses em


uma solução nutriente estéril e, em seguida, transplantadas para um solo de pradaria. As
plântulas à esquerda foram transplantadas diretamente. As plântulas à direita cresceram
durante 2 semanas em solo de floresta contendo fungos antes de serem transplantadas
para o solo de pradaria. (RAVEN, P.H.; EVERT 2014)

As ectomicorrizas circundam as células da raiz, mas não penetram nelas. As


ectomicorrizas (Figuras 9 e 10 ) são características de certos grupos de árvores e
arbustos encontrados principalmente nas regiões temperadas. Dentro desses grupos
estão a família das faias (Fagaceae), que inclui os carvalhos; a família dos salgueiros,
álamos e choupos (Salicaceae); as bétulas (Betulaceae); a família dos pinheiros
(Pinaceae); e certos grupos de árvores tropicais que formam densos agregados de apenas
uma ou poucas espécies. As árvores que se encontram no timberline (altitudes e
latitudes limites para o crescimento de árvores) em diferentes partes do mundo – como
os pinheiros nas montanhas setentrionais, as faias na Região Sul e os Eucalyptus na
Austrália – quase sempre apresentam ectomicorrizas. A associação de ectomicorrizas
aparentemente torna as árvores mais resistentes às condições hostis, de frio e seca que
ocorrem nos limites de crescimento das árvores.

Nas ectomicorrizas, o fungo circunda as células vivas da raiz, mas não penetra
nelas. Nas coníferas, as hifas crescem entre as células da epiderme e córtex, formando
uma rede característica bastante ramificada, a rede de Hartig (Figura 14.46), que acaba
circundando muitas das células corticais e epidérmicas. Nas raízes da maioria das
angiospermas colonizadas por fungos de ectomicorrizas, as células epidérmicas são
estimuladas a aumentar principalmente em ângulos retos à superfície da raiz, causando
espessamento da raiz, em vez de alongá-la, e a rede de Hartig fica limitada a essa
camada (Figura 13 B). A rede de Hartig funciona como interface entre o fungo e a
planta. Além da rede de Hartig, as ectomicorrizas caracterizam-se por um manto ou
bainha de hifas que cobre a superfície da raiz. Cordões de micélios estendem-se do
manto para o solo circundante (Figura 12 ). Tipicamente, não há desenvolvimento de
pelos absorventes nas ectomicorrizas, e as raízes são curtas e frequentemente
ramificadas. As ectomicorrizas são formadas, em sua maioria, por Agaricomycotina,
incluindo muitos gêneros de cogumelos; todavia, algumas ectomicorrizas envolvem
associações com ascomicetos, incluindo as trufas (Tuber) e as morchelas comestíveis
(Morchella). Pelo menos 6.000 espécies de fungos estão envolvidas em associações de
ectomicorrizas, frequentemente com alto grau de especificidade.

Figura 9 e 10 Endomicorrizas
Glomus versiforme, um glomeromiceto, é mostrado aqui crescendo em associação às
raízes do alho-poró (Allium porrum). A.Arbúsculos crescendo dentro de uma célula de
raiz de alho-poró. B.Arbúsculos (estruturas bastante ramificadas) e vesículas (estruturas
ovais escuras). Os arbúsculos predominam em infecções jovens, enquanto as vesículas
tornam-se comuns mais tarde. (RAVEN, P.H.; EVERT 2014)

O genoma de Laccaria bicolor, um cogumelo do táxon Agaricomycotina,


esclareceu de certo modo as características dos fungos das ectomicorrizas. Por exemplo,
L. bicolor apresenta um número particularmente grande de genes associados ao
transporte através da membrana plasmática, um reflexo aparentemente da complexidade
das trocas de substâncias entre o fungo e a raiz hospedeira. Foram identificados muitos
genes que codificam secreção de proteínas, que supostamente desempenham um papel
no estabelecimento e na manutenção da relação simbiótica. Uma proteína é secretada
apenas por hifas localizadas dentro das raízes, indicando que é o hospedeiro, e não o
fungo, que influencia a expressão do gene pertinente. Além disso, L. bicolor carece da
capacidade de degradar componentes da parede celular, como celulose e lignina, porém
o fungo depende do hospedeiro para lhe fornecer carboidratos. É provável que os genes
necessários para a decomposição desses materiais da parede celular tenham sido
perdidos com a evolução.

Figura: 11 Ectomicorrizas
Corte feito no solo mostrando as extensas ectomicorrizas de uma plântula de Pinus
contorta. A plântula tem cerca de 4 cm acima da superfície do solo. Fonte Fonte:
(Eichhorn, 2018)

Titulo: 12 Manto fúngico . Ectomicorrizas de Tsuga heterophylla

Nestas ectomicorrizas, o fungo forma comumente uma bainha de hifas, denominada


manto fúngico, ao redor da raiz. Os hormônios secretados pelo fungo induzem a
ramificação da raiz. Esse padrão de crescimento e a bainha de hifas conferem uma
aparência ramificada e intumescida característica às ectomicorrizas. Os filamentos
estreitos do micélio, denominados rizomorfos, que se estendem a partir da micorriza,
atuam como extensões do sistema radicular. Fonte: Eichhorn, 2018
Titulo: 13 Seções histológicas de ectomicorrizas

A.Seção transversal de uma ectomicorriza de Pinus. As hifas do fungo formam um


manto ao redor da raiz e também penetram entre as células epidérmicas e corticais, onde
formam a rede de Hartig característica (setas). B.Seção longitudinal de uma
ectomicorriza da faia norte-americana (Fagus grandifolia). O fungo envolve a raiz em
uma bainha, formando um manto ao seu redor. A rede de Hartig (setas) é confinada à
(Fonte: Eichhorn, 2018)

5. Relação dos nutrientes inorgânicos com: (dizer o que é, qual o nutriente envolvido,
características, como interage/afeta as plantas, consequências etc.)

A camada de ozônio, o ozônio (O3) é um dos gases que compõe a atmosfera e


cerca de 90% de suas moléculas se concentram entre 20 e 35 km de altitude, região
denominada Camada de Ozônio. Sua importância está no fato de ser o único gás que
filtra a radiação ultravioleta do tipo B (UV-B), nociva aos seres vivos.
Na estratosfera, o ozônio é criado quando a radiação ultravioleta, de origem
solar, interage com a molécula de oxigênio, quebrando-a em dois átomos de oxigênio
(O). O átomo de oxigênio liberado une-se a uma molécula de oxigênio (O2), formando
assim o ozônio (O3). Na região estratosférica, 90% da radiação ultravioleta do tipo B é
absorvida pelo ozônio.
Ao nível do solo, na troposfera, o ozônio perde a sua função de protetor e se
transforma em um gás poluente, responsável pelo aumento da temperatura da superfície,
junto com o monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4)
e o óxido nitroso. Com isso, pode alterar o funcionamento celular das plantas.
Calagem é a ação ou efeito de adubar a terra com cal, tem função de eliminar a
acidez do solo e fornecer suprimento de cálcio e magnésio para as plantas. O cálcio
estimula o crescimento das raízes e, portanto, com a calagem ocorre o aumento do
A calagem ainda tem outros benefícios, como: aumentar a disponibilidade de fósforo, já
que diminui os sítios de fixação no solo; diminuir a disponibilidade de alumínio e
manganês através da formação de hidróxidos, que não são absorvidos; aumentar a
mineralização da matéria orgânica com consequente maior disponibilidade de
nutrientes e favorecer a fixação biológica de nitrogênio.
A calagem em excesso ou mal aplicada pode ter efeito negativo na disponibilidade de
micronutrientes para as plantas.
A rotação de culturas consiste em alternar no tempo, o cultivo de espécies
vegetais numa determinada área, preferencialmente com culturas que possuem sistemas
radiculares diferentes (gramíneas e leguminosas, por exemplo) onde cada espécie deixa
um efeito residual positivo para o solo e para a cultura sucessora . Essa prática de
rotação de cultura, melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo,
trazendo nutrientes com mais facilidade para as plantas. Também contribui na formação
da cobertura morta, característica que tem efeito na intercepção das gotas de chuva,
dissipando sua energia cinética, já que evita o impacto direto sobre a superfície do solo,
reduzindo a desagregação das partículas, que é a fase inicial do processo erosivo.
Porém, de acordo com, esse sistema também proporciona condições mais favoráveis
para o desenvolvimento de doenças, pragas e plantas daninhas.
Adubação verde é a prática de adicionar plantas para melhoria das condições
físicas, químicas e biológicas do solo. Há espécies como leguminosas, que se associam
a bactérias fixadoras de nitrogênio do ar, transferindo para as plantas. Estas espécies
também estimulam a população de fungos micorrízicos, microrganismos que aumentam
a absorção de água e nutrientes pelas raízes. Os benefícios trazidos pela associação
entre leguminosas e bactérias fixadoras de nitrogênio podem ser obtidos através de
práticas como a inoculação (material que contém bactérias específicas para cada espécie
de leguminosa) de sementes no momento do plantio.
Guano é o material fertilizante constituído das fezes de animais, como
morcego, aves e coelhos. O material tem origem quando as fezes se acumulam e podem
ser utilizadas como fonte orgânica. Uma das características do guano, é seu alto teor de
nitrogênio, o que traz benefícios para as plantas. O solo que é deficiente em matéria
orgânica pode tornar-se mais produtivo com a adição de fezes. O guano é rico em
amoníaco, ácido úrico, ácido fosfórico, ácido oxálico, ácido carbônico e sais.
Efeito estufa é um fenômeno natural e possibilita a vida humana na Terra, caso
não existissem naturalmente, a temperatura média do planeta seria muito baixa, da
ordem de 18ºC negativos. A troca de energia entre a superfície e a atmosfera mantém as
atuais condições, que proporcionam uma temperatura média global, próxima à
superfície, de 14ºC.Parte da energia solar que chega ao planeta é refletida diretamente
de volta ao espaço, ao atingir o topo da atmosfera terrestre - e parte é absorvida
pelos oceanos e pela superfície da energia vinda do Sol (emitida em comprimentos de
onda menores), são opacos à radiação terrestre, emitida em maiores comprimentos de
onda. Essa diferença nos comprimentos de onda se deve às diferenças nas temperaturas
do Sol e da superfície terrestre. O aumento nas temperaturas do planeta faz com que as
plantas emitam mais gases na atmosfera, contribuindo para combater o aquecimento
global. O vapor emitido pelas plantas realmente contribui para diminuir as temperaturas,
mas de forma pouco intensa em escala global. O efeito é mais forte em regiões próximas
a grandes florestas e distantes das cidades. “As plantas, ao reagir com as mudanças na
temperatura, passam também a moderá-las”.
Chuva ácida é o aumento da acidez na chuva que ocorre principalmente quando há
um aumento na concentração de óxidos de enxofre e nitrogênio na atmosfera. Estes
óxidos e o óxido de carbono são chamados de óxidos ácidos, porque em contato com a
água (neste caso água de chuva) formam ácidos. Quando uma indústria emite gases e
material particulado para a atmosfera, podemos ver que a fumaça "viaja" pelo ar. Desta
forma, quando chover, esses contaminantes poderão ser depositados longe das fontes
emissoras. A chuva ácida inibe o crescimento e a germinação das plantas, além de afetar
a fixação de nitrogênio no solo.

6. Referências

Ca, B. ([s.d.]). Diagnose Visual de Deficiências Nutricionais em Pinhão-Manso.


Embrapa.br. Recuperado 22 de abril de 2023, de
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/126429/1/DOC2015128.pdf

EVERT, R F & EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 8 ed. Rio de Janeiro, Guanabara


Koogan, 2014

Garcia, A., Gonçalves, S. L., Galerani, P. R., Gaudencio, C. D. A., & Franchini, J. C.
([s.d.]). Rotação de Culturas. Embrapa.br. Recuperado 22 de abril de 2023, de
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPSO-2009-09/27612/1/circtec45.pdf
Mangue: o que é, localização, fauna, importância. (2007, abril 20).

Moura, A. ([s.d.]). Floresta Amazônica: entenda sua real importância. Blog de


Educação | Colégio COC Vila Yara em Osasco. Recuperado 22 de abril de 2023, de
https://www.cocvilayara.com.br/blog/floresta-amazonica-entenda-sua-real-importancia

Restinga. ([s.d.]). Brasil Escola. Recuperado 22 de abril de 2023, de


https://brasilescola.uol.com.br/geografia/restinga.htm

Savanas. (2007, outubro 10). Mundo Educação.


https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/savana.htm

TAIZ, L & ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4 ed. Porto Alegre, Artmed, 2013.

Você também pode gostar