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XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no


Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

ANÁLISE ERGONÔMICA DO
TRABALHO NUMA FÁBRICA DE
PRODUTOS DE LIMPEZA
Priscila Goncalves Vasconcelos Sampaio (UFERSA)
prisamp@yahoo.com.br
BLAKE CHARLES DINIZ MARQUES (UFERSA)
charles@ufersa.edu.br

As micro e pequenas empresas vêm aumentando sua participação na


economia nacional. Já representam 98% do total. Este índice
demonstra a sua importância na geração de empregos e renda. O
segmento é responsável por 2,7% das exportações e 53% dos
empregos com carteira assinada. Porém, ainda enfrenta alguns
problemas, como falta de controle de processos, falta de recursos
tecnológicos e inadequação das condições ambientais e ergonômicas à
saúde do trabalhador. Este último é o que nos traz grande
preocupação, pois prejudica a saúde e qualidade de vida dos
profissionais. A grande maioria de riscos de doenças ocupacionais e
riscos de acidentes nas micro e pequenas empresas podem estar
relacionados às inadequações ergonômicas nos móveis, máquinas,
equipamentos e organização do trabalho, agravados pelas
inadequações das condições ambientais (ruído, iluminação,
temperatura, qualidade do ar entre outros). Neste cenário de pequenas
empresas em crescimento que tem problemas relacionados às
condições ergonômicas de trabalho está inserida a empresa a qual este
trabalho está sendo fundamentado e cuja atividade é a fabricação de
produtos de limpeza. Com o intuito de identificar os esforços, as más
posturas e os riscos ambientais existentes no posto de trabalho do
limpa alumínio, este trabalho mostra uma análise ergonômica a qual
envolve a avaliação postural dos colaboradores, que será feita através
da aplicação do método RULA (Rapid Upper Limb Assessement), bem
como a avaliação dos riscos ambientais como o ruído, a luminosidade
e o calor. Apresenta ainda medidas preventivas e corretivas para
mitigar ou até eliminar os esforços e os riscos a que os colaboradores
estão expostos, visando em primeiro lugar o bem estar do colaborador
e sua segurança, tendo como resultado a eficiência profissional e a
satisfação dos colaboradores envolvidos.

Palavras-chaves: Análise ergonômica; RULA; Limpa alumínio; Riscos


Ambientais.
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

1. Considerações iniciais
As micro e pequenas empresas vêm aumentando sua participação na economia nacional. Já
representam 98% do total (SEBRAE-SP, 2006). Este índice demonstra a sua importância na
geração de empregos e renda. O segmento é responsável por 2,7% das exportações
(SEBRAE-NA / FUNCEX, 2006) e 53% dos empregos com carteira assinada (RAIS / MTE,
2006). Porém, ainda enfrenta alguns problemas, como falta de controle de processos, falta de
recursos tecnológicos e inadequação das condições ambientais e ergonômicas à saúde do
trabalhador. Este último é o que nos traz grande preocupação, pois prejudica a saúde e
qualidade de vida dos profissionais.
A grande maioria de riscos de doenças ocupacionais e riscos de acidentes nas micro e
pequenas empresas podem estar relacionados às inadequações ergonômicas nos móveis,
máquinas, equipamentos e organização do trabalho, agravados pelas inadequações das
condições ambientais (ruído, iluminação, temperatura, qualidade do ar entre outros). Para
trabalhadores que estão expostos diariamente à ambientes inadequados essas doenças são
adquiridas mais facilmente, pois eles passam horas e horas em más condições de trabalho,
sentadas em cadeiras inadequadas, por exemplo, ou manuseando máquinas e equipamentos
que forçam posturas excessivamente curvadas, ou mesmo ambientes de iluminação precária.
Por isso a ergonomia tem um papel fundamental na relação trabalhador-ambiente de trabalho,
pois visa melhorar o trabalho humano, estudando as diversas capacidades que o homem
utiliza para realizar suas atividades e, a partir daí, faz a adaptação das máquinas, das
ferramentas, do ambiente e da organização do trabalho, às características humanas.
Neste cenário de pequenas empresas em crescimento que tem problemas relacionados às
condições ergonômicas de trabalho está inserida a empresa a qual este trabalho esta sendo
fundamentado. Fundada em 1967 na cidade de Mossoró-RN, a empresa objeto de estudo está
enquadrada na categoria de pequeno porte, cuja atividade é a fabricação de produtos de
limpeza. Seus principais clientes são estabelecimentos situados em alguns municípios dos
estados do Rio Grande do Norte e Ceará. Inicialmente fabricava somente sabão em barra,
passando em 1991 a fabricar detergente e em seguida outros produtos, ou seja, é uma empresa
que vem crescendo ao longo dos anos. Este crescimento vem trazendo consigo a melhoria de
algumas fases do processo produtivo devido à aquisição de máquinas automatizadas que
amenizam o esforço físico e mental exigido dos colaboradores. Entretanto, algumas fases da
produção de determinados produtos ainda são realizadas de formal manual, o que exige
grandes esforços por parte dos colaboradores. E além dos esforços excessivos há também a
exposição destes colaboradores aos riscos ambientais existentes no ambiente de trabalho,
como é o caso do posto de trabalho de envase do “limpa alumínio”.
Com o intuito de identificar os esforços, as más posturas e os riscos ambientais existentes
neste posto, este trabalho mostra uma análise ergonômica a qual envolve a avaliação postural
dos colaboradores, que será feita através da aplicação do método RULA (Rapid Upper Limb
Assessement), bem como a avaliação dos riscos ambientais como o ruído, a luminosidade e o
calor. Apresenta ainda medidas preventivas e corretivas para mitigar ou até eliminar os
esforços e os riscos a que os colaboradores estão expostos, visando em primeiro lugar o bem
estar do colaborador e sua segurança, tendo como resultado a eficiência profissional e a
satisfação dos colaboradores envolvidos.

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2. Revisão da literatura
2.1 Ergonomia
O cenário atual do mundo do trabalho revela uma característica diferenciada pela presença de
rápidas inovações tecnológicas. Esse desenvolvimento tem ditado a velocidade das
transformações no mundo e nas sociedades; mudanças outrora lentas, graduais, passíveis de
adaptação ocorrem num ritmo cada vez mais acelerado, exigindo dos sujeitos envolvidos no
processo de trabalho novas competências. A ergonomia é fruto desta época de transformações
sócio-econômicas e tecnológicas, que vêm ocorrendo desde o século passado, por se
interessar, pelas inúmeras mudanças que afetaram a relação homem-trabalho.
Segundo Grandjean (1998) a palavra ergonomia vem do grego: ergon = trabalho e nomos =
legislação, normas. Sucintamente, a ergonomia pode ser definida como a ciência da
configuração das ferramentas, das máquinas e do ambiente de trabalho. O alvo é a adequação
das condições de trabalho às capacidades e realidades da pessoa que trabalha.
A ergonomia desenvolveu-se durante a Segunda Guerra Mundial, quando pela primeira vez
houve uma configuração sistemática de esforços entre a tecnologia e as ciências humanas.
Fisiologistas, psicólogos, antropólogos, médicos e engenheiros trabalharam juntos para
resolver problemas causados pela operação de equipamentos militares complexos (Dul &
Weerdmeester, 1995).
Segundo estes autores, a ergonomia estuda vários aspectos como a postura e os movimentos
corporais (de pé, empurrando, puxando e levantando pesos), os fatores ambientais (ruídos,
vibrações, iluminação, temperatura, agentes químicos), a informação (informações captadas
pela visão, audição e outros 9 sentidos), os controles, relações entre mostradores e controles,
bem como cargos e tarefas (tarefas adequadas, cargos interessantes).
A conjugação adequada desses fatores permite projetar ambientes seguros, saudáveis,
confortáveis e eficientes, tanto no trabalho quanto na vida cotidiana. Montmollin apud Lemos
(1999) considera a ergonomia dentro de duas correntes complementares: a primeira, mais
antiga e americana, considera a ergonomia como a "utilização das ciências para melhorar as
condições do trabalho"; e a segunda, mais recente e mais européia, considera a ergonomia
como "o estudo específico do trabalho humano com a finalidade de melhorá-lo". Para o autor,
o objetivo da ergonomia não é o da descrição de evoluções globais, mas o de conceber ou
melhorar casos particulares. A ergonomia difere de outras áreas do conhecimento pelo seu
caráter interdisciplinar e pela sua natureza aplicada, ou seja, a adaptação do posto de trabalho
e ambiente às características e necessidades do trabalhador (Dul & Weerdmeester, 1995).
IIDA (2005) considera a ergonomia como sendo "o estudo do relacionamento entre o homem
e seu trabalho, o equipamento (maquinário), ambiente e aplicação dos conhecimentos de
anatomia, engenharia, fisiologia, sociologia e psicologia na solução dos problemas surgidos
deste relacionamento". Neste contexto, para Noulin apud Proença (1997), a ergonomia
"contribui para a concepção ou transformação das situações de trabalho, tanto com relação
aos seus aspectos técnicos como sócio-organizacionais, a fim de que o trabalho possa ser
realizado respeitando a saúde e segurança dos homens e com o máximo de conforto e
eficácia".
2.2 Análise ergonômica do trabalho (AET)
A análise ergonômica do trabalho tem por objetivo a análise das exigências e condições reais

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da tarefa e análise das funções efetivamente utilizadas pelos trabalhadores para realizar sua
tarefa. Gontijo (1993) relata que a AET procura quantificar a carga de trabalho de um
indivíduo em uma determinada situação ocupacional. Três elementos caracterizam ou
determinam a carga de trabalho: a tarefa ou missão a ser cumprida; as condições de execução
da tarefa (técnicas, econômicas, sociais, organizacionais e ambientais), e as características do
homem que interferem na sua atividade.
Segundo Santos & Fialho (1997), a AET comporta três fases: análise da demanda, a análise da
tarefa e a análise das atividades, que devem ser cronologicamente abordadas para garantir
uma coerência metodológica, evitando 11 percalços comuns nas pesquisas empíricas de
campo. Na prática ergonômica estas fases podem ocorrer de forma simultânea, sem contudo
prejudicar a seqüência metodológica.
2.3 Posto de trabalho
Posto de trabalho é a configuração física do sistema homem – máquina – ambiente. É uma
unidade produtiva envolvendo um homem e o equipamento que ele utiliza para realizar o
trabalho, bem como o ambiente que o circunda (IIDA, 2005).
Ainda segundo este autor o arranjo físico é o estudo da distribuição espacial ou do
posicionamento relativo dos diversos elementos que compõe o posto de trabalho.
Os critérios para o arranjo físico são:
 Importância: colocar o objeto de maior importância em posição de destaque no posto;
 Freqüência de uso: é importante que os objetos freqüentemente usados estejam em fácil
acesso ou posição de destaque;
 Agrupamento funcional: agrupar os objetos que possuem funções similares;
 Sequência de uso: ordenar os objetos que possuem seqüência na utilização de modo a
facilitar o manuseio desses;
 Intensidade de fluxo: os objetos com intenso fluxo de uso devem ser colocados o mais
próximos possível;
 Ligações preferenciais: objetos que possuem ligações entre si devem ser colocados
próximos entre si.

Então podemos considerar o arranjo físico como sendo o estudo da distribuição espacial ou do
posicionamento relativo dos diversos elementos que compõe o posto de trabalho.
2.4 Método RULA
O método RULA foi desenvolvido por Mcatemney e Corlett, em 1993, é uma adaptação do
método OWAS (Ovako Working Posture Analising System), acrescido de outras variáveis
como: Força; Repetição; Amplitude do movimento articular.
As posturas são enquadradas de acordo com as angulações entre os membros e o corpo,
obtendo-se escores que definem o nível de ação a ser seguido. Este método é indicado para
analisar a sobrecarga concentrada no pescoço e membros superiores, utiliza diagramas para
facilitar a identificação das amplitudes de movimentos nas articulações de interesse como
também avalia o trabalho muscular estático e as forças exercidas pelos segmentos em
análise.Devido à facilidade e confiabilidade dos resultados obtidos, esse método é bastante
utilizado na análise ergonômica de posturas, atividades e postos de trabalho.
Este método consiste na avaliação dos membros superiores e inferiores. Para tanto o corpo foi
dividido em dois grupos, A e B. O grupo A é constituído pelos membros superiores (braços,
antebraços e punhos). Já o grupo B é representado pelo pescoço, tronco, pernas e pés. Os

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escores da postura global para os grupos A e B são modificadas em função do tipo de


atividade muscular envolvida, bem como sobre a força exercida durante a realização da tarefa.
Com base nos valores globais obtidos é atribuída uma nota final proporcional ao risco
envolvido na execução da tarefa, de modo que as pontuações mais altas indicam um maior
risco de lesões musculares-esqueléticas. O método divide os escores em níveis de ação que
orientam as decisões que o observador tem que fazer após a avaliação. Esses níveis de ação
vão do nível 1, que vê a postura avaliada como aceitável, se não for mantida ou repetida por
longos períodos de tempo, até o nível 4, que indica que a postura deverá ser investigada e
alterada urgentemente.
2.5 Riscos ambientais
São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de
acidentes/mecânicos que possam trazer ou ocasionar danos à saúde do trabalhador nos
ambientes de trabalho, em função de sua natureza, concentração, intensidade e tempo de
exposição ao agente.
Riscos físicos
Vibração: produzida por máquinas e equipamentos específicos, com o passar do tempo e sem
a devida proteção, o trabalhador poderá sofrer danos nas articulações, dores na coluna,
disfunção renal e circulatória.
Radiação: a ultravioleta, provocada por soldas elétricas, por exemplo, pode ocasionar lesões
oculares e queimaduras. As ionizantes, advindas de materiais radioativos, podem provocar
anemias, leucemia e até outros tipos de câncer.
Ruído: em níveis excessivos, os ruídos advindos no local de trabalho, ao longo do tempo
podem provocar alterações auditivas, que vão desde a perda parcial até a surdez total.
Calor: Os trabalhadores expostos a atividades de fundição, siderurgia, indústrias de vidro a
céu aberto e outras, são os mais propensos a problemas como insolação, intermação, câimbras
e, em alguns casos, problemas com o cristalino do globo ocular, mais conhecidos como
catarata.
Frio: Os casos mais comuns de doenças que se destacam pela ação do frio são as
queimaduras pelo frio, gripes, inflamações das amígdalas e da laringe, resfriados, algumas
alergias, congelamento nos pés e mãos e problemas circulatórios.
Umidade: As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com
umidade excessiva, poderão ser capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, como
frieiras e micoses, dentre outras.
Riscos biológicos
São microorganismos – fungos, vírus, bactérias, parasitas, bacilos, protozoários. Esses agentes
biológicos são visíveis apenas ao microscópio, sendo capazes de produzir doenças,
deterioração de alimentos, mau cheiro, etc.Apresentam muita facilidade de reprodução, além
de contarem com diversos processos de transmissão. Os casos mais comuns de manifestação
são nos ferimentos e machucaduras podem provocar infecção por tétano; hepatite,
tuberculose, micoses da pele, etc., que pode ser levados por funcionários contaminados para o
ambiente de trabalho; diarréias causadas pela falta de asseio e higiene em ambiente de
alimentação.
Riscos ergonômicos
A Organização Internacional do Trabalho define ergonomia como a “aplicação das ciências

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biológicas humanas em conjunto com os recursos e técnicas da engenharia para alcançar o


ajustamento mútuo, ideal entre o homem e seu trabalho e cujos resultados se medem em
termos de eficiência humana e bem-estar no trabalho.”
São exemplos de agentes ergonômicos: sono, fadiga, posição do corpo na execução das
tarefas, monotonia, ritmo e jornada de trabalho, tarefas repetitivas, móveis e ferramentas
inadequados, entre outros.
Riscos químicos
Os agentes químicos que podem causar doenças profissionais são encontrados nas formas
gasosa, líquida e sólida e, quando absorvidos pelo nosso organismo, produzem, na grande
maioria dos casos, reações chamadas de venenosas ou tóxicas. Há três vias básicas de
penetração dos tóxicos no corpo humano: respiratória, cutânea e digestiva.
Um agente químico ao ser absorvido, tanto pelas vias respiratórias, cutâneas ou digestivas,
pode depositar-se em qualquer órgão do corpo humano. Alguns metais como o cobre e o
mercúrio, podem fixar-se nos rins, criando uma insuficiência renal. Outro caso é o monóxido
de carbono, que afeta as células do coração. Nas intoxicações por chumbo, monóxido de
carbono, arsênico e tálio, ocorrem problemas neurológicos.
Riscos de Acidentes
São ferramentas, máquinas, equipamentos e instalações defeituosas, capazes de causar lesões
nos trabalhadores como cortes, fraturas escoriações, queimaduras, etc.
3. Identificação da unidade de produção
A empresa em estudo é responsável pela fabricação de sabões e detergentes sintéticos com
Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) nº 2061400 e grau de risco 2. A
empresa possui 12 funcionários (4 no setor administrativo, 6 na produção e 2 motoristas).
Fabrica diversos produtos na área de limpeza em geral, citados a seguir: lava-louça nas
versões 200 ml e 500 ml, maçã, limão, neutro e coco. Lava-pisos 750 ml e 2000 ml, lavanda,
natureza e violeta. Amaciante nas versões 500 ml e 2000 ml, azul, rosa e lilás. Limpa
alumínio e limpa inox na versão 500 ml. Ácido forte 1000 ml. Água sanitária nas versões
1000 ml e 2000 ml. Sabão em pacotes de 500g e 1000g, amarelo e branco. Lava roupa na
versão 20 x 500g e por fim o sabão em barra glicerinado nas versões 5 x 200g, 20 x 500g, 10
x 1000g, 50 x 200g, anil, limão e neutro.
4. Material e Métodos
O levantamento dos dados, da análise ergonômica, ocorreu no período entre setembro e
novembro de 2010 constando de três visitas, sempre no turno da manhã. A análise foi feita
por meio de fotos, filmagens e entrevistas com os trabalhadores, com registro das queixas
freqüentes, considerando a sintomatologia específica para os agentes ergonômicos existentes.
Foi feita a aferição do nível de iluminamento, de ruído e do conforto térmico, do posto de
trabalho de envase do “limpa alumínio” por meio dos seguintes instrumentos,
respectivamente: TERMO-HIGRO-ANEMÔMETRO LUXÍMETRO DIGITAL PORTÁTIL,
MODELO THAL-300, da INSTRUTHERM, no fabricação 05112300086726; MEDIDOR DE
NÍVEL DE PRESSÃO SONORA (DECIBELÍMETRO), tipo "2", conforme IEC 651, marca
MINIPA, modelo MSL-1325, operando na escala de compensação "A" e circuito de resposta
lenta "slow"; TERMÔMETRO DE GLOBO ELETRÔNICO, modelo TGM 100, da
POLITESTE INSTRUMENTOS, devidamente calibrado. Na avaliação ergonômica foi
aplicado o método RULA como ferramenta de identificação do esforço muscular associado à
postura de trabalho adotada e às forças exercidas na realização da atividade de envase do

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“limpa alumínio”.
5. Descrição do processo produtivo
A fabricação do “limpa alumínio” é realizada em quatro operações sendo elas: confecção da
embalagem, rotulagem, envase juntamente com fechamento do produto e por fim o
encaixotamento.
5.1 Confecção das embalagens
A confecção da embalagem é feita a partir da matéria prima chamada pré-forma de PET, a
qual é colocada num suporte da sopradora para ser aquecida. Após o aquecimento a pré-forma
é colocada numa espécie de fôrma que irá, através do processo de resfriamento, dar a forma
da garrafa. Em seguida é feita a inspeção da embalagem. Se a mesma estiver em perfeitas
condições é colocada num saco para ser enviada para rotulagem, senão é destinada para
reciclagem.
5.2 Rotulagem
Nesta etapa o colaborador coloca as garrafas na máquina de rotulagem e através de uma
esteira são levadas até o ponto onde a máquina “agarra” uma garrafa por vez e coloca o seu
rótulo. Em seguida a garrafa já rotulada retorna para a esteira e cai numa sacola que irá ser
levada para o setor de envase.
5.3 Envase/Fechamento do produto
Nesta etapa as garrafas são colocadas numa bancada de forma que fiquem embaixo dos
pistões, que irão fazer o enchimento. O operador desce estes pistões, de forma manual com o
auxilio de uma alavanca, até a altura do gargalo da garrafa para a mesma seja preenchida. Em
seguida, ainda na mesma bancada, outro operador afasta as garrafas da zona de envase e
coloca de forma manual a tampa da garrafa.
5.4 Encaixotamento
Nesta etapa quando se têm 12 garrafas prontas é feita a montagem da caixa e o
encaixotamento das garrafas. As caixas são colocadas num palete e quando se somam 50
caixas o operador leva o palete para o setor de armazenamento.
6. Avaliação postural (Aplicação do método RULA)
Qualquer desvio na forma da coluna vertebral pode gerar solicitações funcionais prejudiciais
que ocasionam um aumento de fadiga no trabalhador e leva ao longo do tempo a lesões
graves. Por isso foi realizada uma avaliação ergonômica, pelo método RULA já que o mesmo
tem como enfoque estações de trabalho em que os membros superiores sofram mais agravos
principalmente em situações de trabalho mais estático.
As operações realizadas pelos colaboradores foram dividas em três tarefas sendo elas: Tarefa
1 (colocar as embalagens na posição de envase e envasá-las), Tarefa 2 (colocar as tampinhas
nas garrafas) e Tarefa 3 (colocar as garrafas na caixa, fechar a caixa e levá-las para o palete).
A figura 1 mostra as posições adotadas pelos colaboradores durante a execução das tarefas.

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Tarefa 1

Tarefa 2

Tarefa 3

Figura 1 – Posições adotadas pelos colaboradores durante a execução das tarefas

Tarefa 1 ( Colocar as embalagens na posição de envase e envasá-las)


Grupo A:
a) Braço acima 20° de extensão ou de 20° a 45° de flexão – pontuação 2.
b) Antebraço entre 60º e 100º e fora da linha imaginária do ombro – pontuação 1.
c) Punho de 0° a 15° de flexão ou extensão – pontuação 2.
d) Rotação do pulso (pronação/supinação) na zona média de amplitude – pontuação 1.
Valor C = 2 (tabela 4) +1 (esforço muscular) +0 (força requerida) = 3 (valor global).
Grupo B:
a) Pescoço com + 20º de flexão – pontuação 2.
b) Tronco com + 60º de flexão – pontuação 2.
c) Pernas de pé com peso do corpo bem distribuído e com espaço para mudar de posição–
pontuação 1.
Valor D = 5 (tabela 4) +1 (esforço muscular) +0 (força requerida) = 6 (valor global).
Nível de ação – 5.
Tarefa 2 ( Colocar as tampinhas nas garrafas)
Grupo A:
a) Braço acima 20° de extensão ou de 20° a 45° de flexão – pontuação 2.
b) Antebraço acima de 100º e fora da linha imaginária do ombro e cruza a zona de trabalho –
pontuação 2.
c) Punho de 0° a 15° de flexão ou extensão – pontuação 2.

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d) Rotação do pulso (pronação/supinação) na zona média de amplitude – pontuação 1.


Valor C = 3 (tabela 4) +1 (esforço muscular) +0 (força requerida) = 4 (valor global).
Grupo B:
a) Pescoço entre 10º e 20º de flexão – pontuação 2.
b) Tronco com 0º a 20º de flexão – pontuação 2.
c) Pernas de pé com peso do corpo bem distribuído e com espaço para mudar de posição –
pontuação 1.
Valor D = 2 (tabela 4 ) +1 ( esforço muscular) +0 (força requerida) = 3 (valor global)
Nível de ação – 2.
Tarefa 3 ( Colocar as garrafas na caixa, fechar a caixa e levá-las para o palete)
Grupo A:
a) Braço entre 45º e 90º de flexão – pontuação 3.
b) Antebraço entre 60º e 100º e fora da linha imaginária do ombro – pontuação 1 .
c) Punho de 0° a 15° de flexão ou extensão – pontuação 2.
d) Rotação do pulso (pronação/supinação) na zona média de amplitude – pontuação 1.
Valor C = 3 (tabela 4) +1 (esforço muscular) +2 (força requerida) = 6 (valor global).
Grupo B:
a) Pescoço com entre 10º e 20º de flexão – pontuação 2.
b) Tronco com + 60º de flexão – pontuação 2.
c) Pernas de pé com peso do corpo bem distribuído e com espaço para mudar de posição-
pontuação 1 .
Valor D = 2 (tabela 4) +1 (esforço muscular) +2 (força requerida) = 3 (valor global).
Nível de ação – 3.
Os resultados obtidos pela tabela C servem de base para definir o nível de ação a ser tomada.
Para as tarefas 1, 2 e 3 os resultados dos níveis de ação foram, respectivamente: 5, 2, e 3.
Com base na lista de níveis de ação em função dos valores globais do índice RULA - o
resultado das tarefas 1e 3 indica que a postura tem que ser investigada e que deverão ser feitas
alterações rapidamente enquanto que para o resultado da tarefa 2 indica que a postura tem que
ser investigada e poderão ser necessárias alterações.
7. Avaliação dos riscos ambientais
7.1 Avaliação do conforto térmico
A aferição foi tomada ao nível do tórax dos colaboradores e realizada em condições normais
de trabalho.
TEMPERATURA (IBUTG) E MEDIDAS PREVENTIVAS
IBUTG
IBUTG
Max Medidas preventivas
(° C)
permitido
Setor Apesar dos níveis medidos estarem na faixa permitida os funcionários sentem
26,9 28,5
de certo desconforto, pois o calor em alguns momentos é excessivo. Por isso,

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envase para que o trabalhador tenha um conforto maior em relação à temperatura


sugere-se a colocação de ventiladores e exaustores suficientes para contemplar
todos os setores.
Tabela 1 – Temperatura (IBUTG) e Medidas Preventivas

7.2 Avaliação do nível de ruído


As aferições foram tomadas ao nível dos ouvidos dos trabalhadores e realizadas em condições
normais de trabalho. As medições foram realizadas com aparelho "decibelímetro", conforme
NBR 10152.
NÍVEL DE RUÍDO E MEDIDAS PREVENTIVAS
Nível de Nível de ruído
ruído (NR 15 anexo
Medidas preventivas
medido 1) para
(dB) 8h/diárias
Apesar dos níveis medidos estarem na faixa permitida os
funcionários sentem que este ruído causa certo desconforto. Por isso,
para que o trabalhador tenha um conforto maior em relação ao nível
Setor de
74,1 85 de ruído sugere-se o uso de silenciadores nas máquinas e a
envase
distribuição e treinamento para conscientizar os funcionários sobre a
necessidade da utilização do protetor auricular, bem como o seu uso
correto.
Tabela 2 – Nível de ruído e medidas preventivas

7.3 Avaliação do nível de iluminamento


As aferições dos níveis de iluminamento foram realizadas conforme a NBR 5413 –
Iluminância de Interiores. As medições foram tomadas nos campos de trabalho dos postos
(sobre as superfícies de trabalho). Na ausência de superfícies ou campos de trabalho
definidos, as medições foram realizadas num plano imaginário a 0,75m do piso. Durante as
medições foram evitadas situações de interferências entre o avaliador e a fotocélula e aferidas
em situações normais de trabalho, entre os horários das 08:00 h às 11:00 h, com tempo
ensolarado. Os valores medidos e as medidas preventivas encontram-se na tabela 3.
NÍVEIS DE ILUMINAMENTO E MEDIDAS PREVENTIVAS
Nível de Nível de
iluminamento iluminamento Medidas preventivas
medido (LUX) (NBR 5413)
Substituir as lâmpadas queimadas ou com coeficientes de
utilização vencidos (baixo brilho).
Setor de
180 300 a 750 Realizar limpeza das luminárias e das lâmpadas.
envase
Instalar iluminação suplementar (iluminaria de mesa).
Redistribuir as luminárias no teto.
Tabela 3 – Níveis de iluminamento e medidas preventivas

A Instalação das luminárias adicionais deverá ser precedida de projeto de eletricidade a fim de
dimensionar a rede existente, de modo a garantir que a mesma suporte a carga adicional. A
razão das potências elétricas entre as demandas de entrada e de consumo deverá possuir
coeficiente mínimo de segurança determinado pela concessionária (COSERN). Além do
dimensionamento, as instalações elétricas deverão encontrar-se em condições de uso, nos
termos da NR-10, Portaria 3.214, de 08/06/78 e alterações posteriores. As atuais lâmpadas e
calhas poderão ser reaproveitadas, porém, as lâmpadas com coeficientes de utilidades
vencidos (baixo brilho) deverão ser descartadas e as calhas deverão ser limpas e repintadas.

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8. Resultados e Discussões
Os resultados do estudo realizado demonstram que os colaboradores estão realizando suas
atividades de maneira incorreta, adotando posturas inadequadas que posteriormente podem
acarretar sérias lesões à coluna vertebral. Então se elaborou um quadro resumo com as
principais patogêneses e simatologias dos agentes encontrados nas avaliações, conforme a
tabela 4. É importante destacar que nem todos agentes aqui comentados e presentes no
ambiente de trabalho irão causar obrigatória e imediatamente prejuízos à saúde. Para que haja
danos à saúde é necessário que se tenha a combinação de fatores como tempo de exposição,
predisposição individual e concentração do agente de risco. Alguns procedimentos podem ser
adotados para reduzir os esforços excessivos sobre a coluna vertebral, bem como melhorar as
condições de trabalho, tais como: treinamentos e palestras.
PATOGENESE E SIMATOLOGIA DOS AGENTES
Tipo Fonte Patogênese (provável) Sintomatologia (provável)
Desvios da coluna cervical,
Dores de cabeça, coluna,
Posturas de trabalho Atividade hérnia de disco, problemas
ombros e região lombar.
circulatórios e digestivos.
DORT/LER (Lesão dos
Movimentos repetitivos Atividade Dores nas articulações.
tendões e articulações).
Hérnias de disco e inguinal,
Dores na virilha, tendões,
Esforços excessivos ou lesões das articulações e da
Atividade coluna e musculatura em
de mau jeito musculatura, entorses da
geral.
coluna.
Estresse, fadiga mental e
Dores de cabeça, ardor nos
Ambiente e visual, aumento da pressão do
Iluminamento olhos, conjuntivites
Luminárias globo ocular e ressecamento
afecciosas.
da retina.
Cansaço, fadiga mental,
Fadiga mental, desidratações,
Desconforto térmico e Ambiente/ nervosismo, dores nos ruins,
problemas nefrológicos,
acústico Máquinas redução da freqüência de
problemas de pele.
micção, etc.
Tabela 4 – Patogênese e simatologia dos agentes

Na tabela 5 são apresentadas algumas medidas preventivas de maior viabilidade para cada
risco encontrado.
MEDIDAS PREVENTIVAS
Medidas
Item analisado Situação atual Especificação/Fornecedor/Observação
preventivas
Manutenção de Definir Os bancos deverão ser do tipo bancada ou balcão,
postura de pé intervalos de com base do assento redonda e giratória para
durante toda a descanso e apoio dos pés de altura ajustável. Não deverá
Posturas de
jornada de trabalho. instalar bancos possuir encosto. Os bancos serão utilizados
trabalho
no local de durante as pausas que o serviço permitir (tempo
envase. de enchimento das garrafas) ou durante os
intervalos de descanso.
Observadas Conscientizar os Realizar treinamento com enfoque para atividade.
situações de pega trabalhadores.
de embalagens sem Instalar um
Esforços observância aos suporte de apoio
excessivos ou procedimentos para acomodar
de mau jeito ergonômicos para as embalagens.
erguer
cargas/materiais
manualmente.

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Manuseio de Aquisição e Instalar máquina para fechamento automático das


ferramentas (pedaço instalação de embalagens e treinar o operador quanto ao uso da
de madeira) com uma máquina mesma.
esforços para fechamento
desnecessários para de embalagens.
fechamento da
embalagem.
Necessidade de Realizar O treinamento poderá ser feito por profissional da
conscientização do treinamento área de Segurança e Medicina do Trabalho e focar
trabalhador com sobre ergonomia os riscos ergonômicos identificados neste posto
relação aos agentes e utilização dos de trabalho.
Treinamento ergonômicos. dispositivos
antes e após a
implantação das
medidas de
controle.
Tabela 5 – Medidas preventivas

Sugere-se um treinamento sobre ergonomia para os colaboradores, preferencialmente por


função, contemplando os agentes ergonômicos do posto de trabalho e as medidas preventivas
aplicáveis, conforme tabela 6. O treinamento deverá ser ministrado por profissionais da área
de segurança e medicina do trabalho, com conhecimento sobre os temas abordados.
PROGRAMA EDUCATIVO
Item Assunto Conteúdo programático Carga Horária
(horas/aula)
Introdução Histórico da Ergonomia 00:15
Estudo da NR’s 15 e 17; 00:30
Normas Estudo da NBR 10151 e 10152 da ABNT;
Estudo da NBR 5413 da ABNT;
Estudo dos riscos ocupacionais (posturas de 01:00
trabalho), movimentos repetitivos, esforços
01
excessivos ou de mau jeito, iluminamento,
Agentes monotonia, desconforto térmico e acústico, ritmos de
ergonômicos trabalho;
Patogênese e sintomatologia inerentes a cada um dos
riscos ergonômicos estudados.
Aspectos de bem estar e saúde física e mental.
Definição do procedimento a ser seguido no posto de 00:30
Análise trabalho;
02
ergonômica Recursos disponíveis para controle ou minimização
dos riscos (ambientais, físicos e humanos).
Procedimento para postura de pé; 00:15

Procedimento para movimentos repetitivos; 00:15


03 Prática

Procedimento para ajuste dos fatores ambientais; 00:15

Ginástica laboral aplicada às posturas de trabalho e 00:15


04 Ginástica laboral
aos movimentos realizados na execução da tarefa.
Carga Horária Total (horas/aula): 03:15

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Tabela 6 – Programa educativo

9. Considerações finais
Após a análise verificou-se que o trabalho realizado pelos operários na fabricação do limpa
alumínio impõe ao corpo posturas paradoxais, ou seja, segmentos corporais permanecem
estáticos por longos períodos de tempo, como as pernas, outros como os membros superiores
(braços) e a coluna vertebral precisam realizar movimentos altamente repetitivos. O que
predispõe ao aparecimento de lesões. Foi constatado também, a pesar de estarem dentro dos
limites estabelecidos pela NR 15, que os níveis de ruído e de temperatura causam desconforto
aos colaboradores. Já o nível de iluminamento, que não está dentro do limite estabelecido,
deve ser redimensionado, a fim de atender o que estabelece a NBR 5413. Quando aliamos as
alterações ergonômicas no local de trabalho com as orientações relativas à prevenção de
distúrbios ocupacionais como a adequação postural, alongamento e ainda com o seguimento
das orientações fornecidas pelo método RULA em relação à necessidade de alteração e
investigação da postura adotada, um ambiente de trabalho torna-se mais saudável e agradável
tendo como conseqüência o aumento da produtividade, satisfação e bem estar dos
colaboradores, Assim, através da Análise Ergonômica do Trabalho é possível categorizar as
atividades dos trabalhadores e conseqüentemente modificar o trabalho ao modificar a tarefa,
buscando a adaptação do trabalho ao homem.
10. Referência Bibliográfica
DUL, J. & WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. São Paulo, SP: Editora Edgard
Blücher Ltda, 1995, 147p.

GONTIGO, L. A.; SOUZA, R. J. Macroergonomia e análise do trabalho. In: II Congresso Latino Americano e
VI Seminário Brasileiro de Ergonomia, 1993, Florianópolis. Anais. Florianópolis: ABERGO/FUNDACENTRO,
p.172-174, 1993.

GRANDJEAN, E. Manual de ergonomia. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda, 1998.

IIDA, I. Ergonomia: Projeto e produção. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.

LEMOS, M. P. Contribuições Da Ergonomia Na Melhoria Da Qualidade Higiênico-Sanitária De Refeições


Coletivas: Um Estudo De Caso. Florianópolis: UFSC, 1999. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção)
- Universidade Federal de Santa Catarina, 1999.

NBR 5413. Iluminância de Interiores. http://www.labcon.ufsc.br/anexos/13.pdf. Acesso em 05 de outubro de


2010.

NBR 10151. Avaliação de ruído em áreas habitadas. Disponível em


http://www.4shared.com/file/17552086/4b694510/NBR_10151_-_2000_-
_Avalizao_de_Ruido_em_reas_Habitadas.html. Acesso em 05 de outubro de 2010.

NBR 10152. Nível de ruído para conforto acústico. http://www.scribd.com/doc/4035856/NBR-10152-2000-


Nivel-de-Ruido-para-Conforto-Acustico. Acesso em 05 de outubro de 2010.

PROENCA, R.P.C. Inovação Tecnológica na produção de alimentação coletiva. Florianopolis: Insular, 1997.

SANTOS, N., FIALHO, F. Manual de análise ergonômica do trabalho. Curitiba: Gênesis, 1997.

SMT, Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação. Editora Saraiva. São Paulo. 2009. 3a
edição.

http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/arquivos/120.pdf. Acesso em 05 de outubro de 2010.

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Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

http://www.eps.ufsc.br/ergon/disciplinas/EPS3670/.../owas%20art.doc. Acesso em 05 de outubro de 2010.

http://www.sebraesp.com.br/TenhoUmaEmpresa/Biblioteca/OutrosConteudos/EstudosEPesquisas/MPEsEmNum
eros/Paginas/MPEsEmNumeros.aspx#bottom. Acesso em 05 de outubro de 2010.

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