O Criacionismo é uma corrente que afirma todos os seres vivos terem sido criados individualmente por uma entidade divina (Adão e Eva). Pelo Criacionismo, Deus fez o homem, como reportado na Bíblia. Segundo esse pensamento, todos os seres vivos são imutáveis e são iguais desde o momento de sua criação (antievolucionista). Essa é a primeira ideia sobre origem da vida, aceita até hoje por milhares de fiéis. Teoria Cosmogênica (Panspermia Cósmica) • Essa teoria sugere que os seres vivos tenham surgido não na Terra, mas em outros planetas. Formas de resistência dos seres, como esporos, chegaram a Terra através de meteoritos. Essa teoria não é muito esclarecedora porque não explica como a vida surgiu nesse outro planeta. Teoria da Abiogênese • Chamada também de Geração Espontânea, ela afirma que ser vivo pode surgir de matéria bruta (não viva). Filósofos, como Demócrito e Aristóteles, acreditavam que rãs e crocodilos brotam do lodo dos pântanos, e vermes e moscas brotavam do lixo. Aristóteles afirmava que havia um princípio ativo, ou força vital, que permitia à matéria bruta gerar vida, espontaneamente. Baptista von Helmont, no século XIX, prescreveu receita para produzir camundongos envolvendo camisa suja com suor e trigo em um canto calmo e escuro por 21 dias. Teoria da biogênese Essa teoria afirma que ser vivo só surge de outro ser vivo preexistente. Redi, em 1668, foi um dos primeiros a contestar a abiogênese. Em seu experimento, havia dois frascos com um pedaço de carne, porém, um estava fechado com gaze e o outro estava aberto. No frasco mantido aberto apareciam larvas, já no frasco fechado não apareciam larvas. Ele sugeriu que eram as moscas, em contato com a carne, que geravam larvas.
1745 – O Inglês John T. Needham realizou uma série de experimentos que,
basicamente, consistiam em ferver substâncias nutritivas dentro de frascos que, posteriormente, eram fechados com rolhas. Após alguns dias, o pesquisador observou microrganismos na substância nutritiva. Ele postulou que existia uma “força vital” na substância que dava origem aos organismos, ou seja, corroborou a teoria da abiogênese. 1770 – O italiano Lazzaro Spallanzani realizou experimentos semelhantes aos de Needham, promovendo, porém, algumas alterações na metodologia, como aumentar o tempo de fervura e fechar os frascos hermeticamente, antes que ocorresse contaminação. Após alguns dias, o pesquisador não observou microrganismos na substância nutritiva. Needham argumentou que a longa fervura prejudicava a “força vital”. Nesse embate de ideias, Needham “levou a melhor”, ou seja, a maioria da comunidade científica da época apoiou a sua interpretação, que reforçava a teoria da abiogênese. O confronto entre ideias de pensadores que defendem diferentes pontos de vista é um processo muito comum na construção do conhecimento científico. O episódio descrito é um bom exemplo desse processo!
Pasteur, em 1862, fez um experimento em que a abiogênese foi descartada. Sua
experiência foi colocar caldo de carne dentro de um franco com um gargalo longo retorcido, chamado pescoço de cisne, e em seguida ferver esse caldo. Embora o ar circulasse pelo gargalo, suas impurezas eram retidas no mesmo. Após a fervura não ocorreu a formação de nenhum tipo de organismo. Em seguida, o gargalo foi quebrado, permitindo a entrada do ar com todas as suas partículas, o que acarretou na formação de vida microscópica. Isso confirmou que ser vivo só surge de outro preexistente em virtude da existência de organismos microscópicos no ar. Como a vida pode ter surgido? Nos anos 1920, o cientista russo Aleksandr Oparin e o cientista inglês J. B. S. Haldane propuseram separadamente o que hoje é chamado de Hipótese Oparin-Haldane : que a vida na Terra pode ter surgido gradativamente a partir de matéria não viva, através de um processo de ""evolução química gradual" Oparin e Haldane pensaram que a Terra primitiva tinha uma atmosfera reduzida, o que significa uma atmosfera pobre em oxigênio na qual moléculas tendem a doar elétrons. Sob tais condições, eles sugeriram que: Moléculas inorgânicas simples poderiam ter reagido (com energia fornecida pelo sol ou relâmpagos) e formado blocos de construção como os aminoácidos e nucleotídeos, que poderiam ter acumulado nos oceanos, formando uma "sopa primordial". Os blocos de construção poderiam ter se combinado em outras reações, formando moléculas mais complexas e maiores (os polímeros), como as proteínas e os ácidos nucleicos, talvez dentro de poças à beira d'água. Os polímeros podem ter se organizado em unidades ou estruturas que eram capazes de se sustentar e auto-replicar. Oparin pensou que essas poderiam ser "colônias" de proteínas agregadas para realizar metabolismo, enquanto Haldane sugeriu que as macromoléculas se tornaram encapsuladas por membranas para formar estruturas parecidas com as células. De compostos inorgânicos a blocos de construção Em 1953, Stanley Miller e Harold Urey fizeram um experimento para testar as ideias de Oparin e Haldane. Eles descobriram que moléculas orgânicas poderiam ser produzidas espontaneamente sob condições redutoras, que considera-se que se assemelhem às condições da Terra primitiva. Miller e Urey construíram um sistema fechado contendo água aquecida e uma mistura de gases que se julgava serem abundantes na atmosfera da Terra primitiva (H 2O; NH3; CH4; e H2). Para simular os relâmpagos que poderiam ter fornecido a energia para as reações químicas na atmosfera da Terra primitiva, Miller e Urey enviaram descargas elétricas através do sistema experimental. Após deixar o experimento funcionar durante uma semana, Miller e Urey observaram que diversos tipos de aminoácidos, açúcares, lipídios e outras moléculas orgânicas tinham se formado. Moléculas grandes e complexas como DNA e proteínas não tinham se formado, mas o experimento de Miller-Urey mostrou que pelo menos alguns dos blocos de construção dessas moléculas poderiam se formar espontaneamente a partir de compostos simples.