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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI

Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia – CIMATEC


Área de Automação Industrial
Núcleo de Potência

TRANSFORMADORES

sanflybr@yahoo.com.br
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CONTEÚDOS

Princípio de funcionamento dos transformadores


Tipos de transformadores
Tipos de isolação
Constituição básica
Acessórios
Normas aplicáveis
Tipos de proteção EX
Grau de proteção
Sistemas de aterramento
Proteção
Manutenção
Operação
Comutação de TAPs (automática/manual)
Contenção e combate a incêndio

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TRANSFORMADOR MONOFÁSICO

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TRANSFORMADOR MONOFÁSICO

INTRODUÇÃO

Um transformador é um equipamento utilizado para redução ou aumento de tensão.


Segundo esta aplicabilidade, ele pode ser definido como transformador abaixador ou
elevador (de tensão). Um transformador é constituído normalmente de um enrolamento
primário (em que aplicarmos a tensão de entrada), um enrolamento secundário (em que
obtemos a tensão de saída desejada) e um caminho otimizado para o fluxo magnético, que é
o grande responsável pela transformação.
É um equipamento utilizado em diversas aplicações e está presente em praticamente todos
os ramos de atividade dos diferentes setores da economia moderna.

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TRANSFORMADOR MONOFÁSICO

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Basicamente, um transformador é um equipamento capaz de realizar a alteração no


nível de tensão por meio da transferência de fluxo magnético entre dois ou mais
enrolamentos acoplados por um núcleo.

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TRANSFORMADOR MONOFÁSICO

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

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TRANSFORMADOR MONOFÁSICO

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

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TRANSFORMADOR MONOFÁSICO

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
TIPOS DE NÚCLEO

Os dois tipos de núcleo mais utilizados em transformadores monofásicos são: núcleo


envolvente em anel "core“ e núcleo envolvido, "shell” ou encouraçado.

NÚCLEO CORE

NÚCLEO SHELL
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TRANSFORMADOR MONOFÁSICO

CIRCUITO EQUIVALENTE

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TRANSFORMADOR MONOFÁSICO

CIRCUITO EQUIVALENTE

Na prática você pode utilizar o circuito em que X2r são agrupados à R1 e X1. O erro que se comete
com essa simplificação é aceitável para efeito de análise do transformador.

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TRANSFORMADOR MONOFÁSICO

PERDAS NO TRANSFORMADOR

Um transformador, além das perdas devido as correntes parasitas, possui outras perdas. A
primeira que veremos é em função do enrolamento das bobinas.
Como as bobinas são feitas de fios de cobre esmaltado e esse fio possui certa resistência, é justo
assumir que a resistência total de uma bobina, sob influencia de uma corrente elétrica, provoque
aquecimento, e aquecimento significa potencia dissipada. Essas perdas são chamadas de perdas
no cobre.

Outra perda no transformador está relacionada a histerese magnética. Ela provoca o atraso entre
o campo magnético e a indução magnética. Como essa perda está relacionada com a qualidade do
material utilizado na montagem do núcleo, é chamada de perda no ferro.

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TRANSFORMADOR MONOFÁSICO

PERDAS NO TRANSFORMADOR

PERDAS NO COBRE

▪ perdas na resistência ôhmica dos enrolamentos – são decorrentes da passagem de


uma corrente I pelo condutor que apresenta uma determinada resistência R, esta
perda é representada pela expressão I²R;

▪ perdas parasitas no condutor dos enrolamentos – são geradas pelas correntes


parasitas induzidas nos condutores do enrolamento, dependem da grandeza da
amplitude da corrente e da geometria dos condutores das bobinas.

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TRANSFORMADOR MONOFÁSICO

PERDAS NO TRANSFORMADOR

PERDAS NO FERRO

Perdas por histerese – são causadas pelas propriedades dos materiais


ferromagnéticos de apresentarem um atraso entre a indução magnética (b) e
o campo magnético (h);

▪ Perdas por correntes parasitas – são geradas pela circulação de correntes


parasitas causadas pelo fluxo variável induzido no material ferromagnético.

RENDIMENTO

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TRANSFORMADOR MONOFÁSICO

ENSAIOS

Os principais ensaios a que são submetidos os transformadores são:

▪ verificação de isolação;
▪ determinação da relação de transformação;
▪ ensaio a vazio;
▪ ensaio de curto-circuito.

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TRANSFORMADOR MONOFÁSICO

APLICAÇÃO DOS TRANSFOMADORES MONOFÁSICOS

Dentre as principais aplicações, pode-se citar:

A transferência de energia de um circuito elétrico a outro com o ajuste do nível de


tensão;
Acoplamento entre sistemas elétricos, objetivando o casamento de impedância,
isolação e a eliminação de corrente CC entre dois ou mais circuitos;
Arranque para lâmpadas de vapor de sódio;
Transformadores de arranque para motores monofásicos, etc.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

INTRODUÇÃO

O transformador trifásico é utilizado em grande escala nos sistemas de transmissão,


distribuição e na indústria em geral.
Após a geração de energia os transformadores trifásicos são utilizados para elevar a
tensão nos pontos iniciais das linhas de transmissão com a subsequente utilização
para a redução das tensões para a distribuição e utilização final da energia elétrica
trifásica.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
Podemos definir um transformador trifásico como um grupo com três transformadores
monofásicos no qual os três primários e os três secundários estarão operando
simultaneamente.
Para o transformador apresentado, existem diversas formas de ligação que serão
descritas ao longo desta unidade. Para a realização das ligações, estes equipamentos
possuem caixas de ligação e placas de bornes.
Para a identificação dos terminais do primário será utilizado o número do terminal
precedido da letra “H” e para os terminais do secundário, o número precedido da letra
“X”.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Um aspecto muito importante para garantir o correto funcionamento do transformador é


uma boa eficiência na dissipação do calor gerado pelo mesmo. Existem várias formas de se
dissipar o calor gerado pelo equipamento, geralmente em transformadores com maiores
potências.
Os enrolamentos estão submersos em óleo isolante que melhoram a condução de calor e em
contato com as aletas externas aumentam a eficiência do sistema de dissipação, em
transformadores de menores potências os enrolamentos estão em contato direto com o ar.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

GRAU DE PROTEÇÃO

Conforme as condições e características do local em que será instalado o


equipamento elétrico e de sua acessibilidade, deve ser determinado o grau de
proteção. Sendo assim, um equipamento que seja instalado em um local aberto onde
pode ocorrer o gotejamento de água sob diversos ângulos do equipamento, o mesmo
deve possuir um invólucro que garanta o seu funcionamento sem que ocorra a
penetração de água (WEG S.A. [200-?]).

Os graus de proteção para equipamentos elétricos são definidos pela NBR 6146 por
meio das letras características IP, seguidas por dois algarismos.
Conheça a seguir.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

GRAU DE PROTEÇÃO

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

GRAU DE PROTEÇÃO

A associação desses dois algarismos, ou seja, entre os critérios de proteção estão apresentados
no quadro a seguir.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO RESFRIAMENTO

Segundo a norma da ABNT(EB91) existe dois tipos de resfriamento:

A seco: O resfriamento acontece pela troca de calor do transformador e o ambiente.

Com liquido isolante:

Tem a finalidade de ser o agente de transferência de calor dissipado pelos enrolamentos.


Deve apresentar duas características importantes:

 Rigidez dielétrica para suportar as altas tensões


 Boa resistência a oxidação

Funções do óleo no transformador:

1. Evitar formação de arco elétrico entre condutores


2. Dissipar o calor decorrente das perdas de energia

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO RESFRIAMENTO

RESFRIAMENTO A ÓLEO ISOLANTE

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

OPERAÇÃO DE TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS EM PARALELO

Em sistemas de potência para o fornecimento de energia, a operação paralela de


transformadores se faz necessária para a elevação da potência fornecida e para suprir uma
eventual pane em um dos transformadores, mesmo à carga reduzida.
Dois ou mais transformadores estarão em paralelo quando ligados ao mesmo sistema, tanto no
primário quanto no secundário (paralelismo de rede e barramento).

1. igualdade na defasagem
angular para que não ocorra
curto-circuito e corrente da
diferença de potencial errada
entre as mesmas fases de
transformadores diferentes;

2. igualdade na impedância
percentual para que não ocorra
perda de potência em
consequência de um
equipamento enxergar o outro
como uma carga.
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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

DIVISÃO DE CARGA

A potência fornecida individualmente pelos transformadores operando em um mesmo sistema e


a tensão média de curto-circuito (%) são dadas pelas expressões (WEG S.A., [200-?], p. 179):

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

DIVISÃO DE CARGA

Os dois grupos mais conhecidos de transformadores são o A e o B. A defasagem


angular do transformador determina a que grupo ele pertence. Os transformadores do
grupo A possuem defasagem angular 0° e os do grupo B possuem defasagem angular
30°.
Como visto anteriormente, não podemos ligar transformadores com defasagens
angulares diferentes em paralelo, portanto não podemos ligar transformadores de
grupos diferentes em paralelo. A defasagem depende de como foi enrolado o
transformador e do tipo de ligação do primário e do secundário. O fabricante
determina as ligações para o transformador de acordo com o grupo.
Além das defasagens de 0° e 30°, são encontrados no mercado transformadores com
defasagem angular de 180° e 210°.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

DETERMINAÇÃO DA TENSÃO NOMINAL

Para aplicação industrial poderemos ter até quatro níveis de tensão, da seguinte forma:

Para potências maiores do que 3 MVA é indicado baixar a


tensão para um nível intermediário (6,9 kV, 4,16 kV ou 2,4
kV), pois o equipamento para a redução de
potência de 3 MVA para tensões de uso final possui um
custo consideravelmente elevado (deve suportar altas
correntes).
A determinação da tensão do secundário depende de
alguns fatores, dentre os principais podemos citar:

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

POLARIZAÇÃO DO TRANSFORMADOR

Polarizar o transformador consiste em distribuir as bobinas de modo que as mesmas


tenham a polaridade determinada eliminando o risco de subtração de tensão entre elas.
Entre os métodos mais utilizados para a execução da polarização, podem-se citar:
polarização CA e polarização por golpe indutivo.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

POLARIZAÇÃO DO TRANSFORMADOR

Felizmente, os transformadores vem de fábrica com todos os enrolamentos organizados e com


polaridade definida. Os terminais são marcados e basta seguir as orientações do fabricante para
efetuar a Iigação desejada. Apenas em situações especiais e ensaios em transformadores sem
identificação, realiza-se a polarização.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

LIGAÇÃO EM TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS

Os transformadores trifásicos geralmente recebem identificação nos terminais de alta tensão


iniciando com a letra “H” e os terminais de baixa tensão recebem identificação iniciando com a
letra “X”. A identificação das fases é normalizada da seguinte forma:

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

LIGAÇÃO EM TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

LIGAÇÃO EM TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

LIGAÇÃO EM TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

PLACA DE IDENTIFICAÇÃO

As principais características dos equipamentos elétricos estão contidas na placa de identificação.


As informações que deverão constar na placa de identificação são importantes para a correta
manutenção, instalação e manobra do equipamento e são normalizadas pela NBR 5356.
O material da placa poderá ser alumínio ou aço inoxidável.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

PLACA DE IDENTIFICAÇÃO

Segundo a Weg S.A. ([200-?]), as informações contidas i. correntes nominais do primário e do


na placa são normalizadas (NBR 5356) e representam secundário;
um resumo das características do equipamento. Nela
encontramos:
j. diagrama de ligação dos enrolamentos do
primário e do secundário com identificação das
a. nome e demais dados do fabricante;
derivações;
b. número da série de fabricação;
k. identificação do diagrama fasorial quando se
tratar de transformadores trifásicos e polaridade,
c. mês e ano de fabricação;
quando monofásico;
d. potência do transformador em KVA;
l. volume total do líquido isolante do
e. norma utilizada para fabricação;
transformador em litros;
f. impedância de curto-circuito em percentagem;
m. massa total de um transformador em Kg;
g. tipo de óleo isolante;
n. número da placa de identificação;
h. tensões nominais do primário e do secundário;
o. tipo para identificação. 37
TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

PLACA DE IDENTIFICAÇÃO

Em transformadores maiores que 500 KVA, ou quando o cliente exigir, a placa de


identificação deverá conter outros dados como:

a. informações sobre transformadores de corrente, se os tiver;

b. dados de perdas e corrente de excitação;

c. pressão que o tanque suporta;

d. qualquer outra informação.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

PLACA DE IDENTIFICAÇÃO

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

PLACA DE IDENTIFICAÇÃO

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

PLACA DE IDENTIFICAÇÃO

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

OUTROS TIPOS DE TRANSFORMADORES

AUTOTRANSFORMADORES

Os autotransformadores são equipamentos muito parecidos com transformadores


monofásicos, apresentam como grande diferencial seu sistema de bobinas, pois no
autotransformador não temos mais as bobinas do primário e as bobinas do secundário
com dois enrolamentos separados, o mesmo enrolamento atuará como primário e
secundário.
Um fator determinante para a grande utilização dos autotransformadores é o seu
custo reduzido em relação ao transformador monofásico, pois exige menos cobre e
menos ferro, no entanto possui um ponto negativo que é a perda da isolação elétrica
entre a entrada e a saída, pois os caminhos de entrada e saída são os mesmos (SENAI,
1980).

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

OUTROS TIPOS DE TRANSFORMADORES

AUTOTRANSFORMADORES

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

OUTROS TIPOS DE TRANSFORMADORES

AUTOTRANSFORMADORES

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

OUTROS TIPOS DE TRANSFORMADORES

TRANSFORMADOR DE POTENCIAL

O transformador de potencial não difere dos transformadores comuns com núcleos de ferro, seu
enrolamento primário é projetado para operar sob condições de tensão e frequência específicas onde
será instalado e geralmente seu enrolamento secundário é projetado para tensões nominais de 115 V.
O transformador de potencial é muito utilizado em sistemas de proteção para sistemas de potência,
nessa aplicação ele tem a função de abaixar o nível de tensão para que o voltímetro possa ser utilizado
para monitoramento de tensão. Também é aplicado nos sistemas de proteção para o acionamento da
bobina de gatilho de disjuntores de alta tensão para que os mesmos não sejam comandados em alta
tensão (NASCIMENTO JR., 2008).

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

OUTROS TIPOS DE TRANSFORMADORES

TRANSFORMADOR DE CORRENTE

O transformador de corrente opera com seu enrolamento primário intercalado em série com um
condutor de um sistema de potência, apresenta algumas especialidades que exige algumas
considerações complementares em relação aos transformadores de potencial.
O transformador de potencial tem o comportamento de uma fonte de tensão, já o transformador de
corrente se comporta como uma fonte de corrente, a existência de um transformador de corrente em
um condutor do sistema praticamente não altera a corrente IP conforme apresentado na figura a seguir,
independentemente da sua carga (instrumento de medição) (JORDÃO, 2002).

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

OUTROS TIPOS DE TRANSFORMADORES

TRANSFORMADOR DE CORRENTE

Diferentemente dos transformadores de potencial, o transformador de corrente não pode operar com
seus secundários em circuito aberto, pois caso ocorra, toda a corrente IP passaria a atuar como corrente
magnetizante, gerando altos valores de induções e causando excessivas perdas e altas temperaturas no
ferro, tendo como consequência a degradação do material isolante do equipamento.
As principais aplicações para o transformador de corrente são: proteção e medição de corrente.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

OUTROS TIPOS DE TRANSFORMADORES

TRANSFORMADOR DE CORRENTE

As relações mais utilizadas no mercado são de xx/5A e xx/1A, ou seja, a corrente do primário é
amostrada e tem como saída no secundário 5A ou 1A. Por exemplo: 1000/5A – Uma corrente no
primário de 0 a 1000A é amostrada e no secundário teremos 0 a 5A. Esta aplicação é largamente
utilizada em circuitos de medição, onde seria economicamente inviável medir utilizando equipamentos
para altas correntes.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

OUTROS TIPOS DE TRANSFORMADORES

TRANSFORMADOR AUTOPROTEGIDO

O transformador incorpora componentes para proteção do sistema de distribuição contra sobrecargas e


curto-cicuitos na rede secundária e falhas internas no transformador, possuindo para tanto, montados
internamente ao tanque, fusíveis de Alta Tensão e disjuntor de Baixa Tensão. Para proteção contra
sobretensões o transformador é provido de dispositivo para fixação de pára-raios externos ao tanque.

Principais Características

Potência: 45 à 150 kVA


Alta Tensão: 15 ou 24,2 kV
Baixa Tensão: 380/220 ou 220/127 V
Normas: conforme ABNT/IEC.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

OUTROS TIPOS DE TRANSFORMADORES

TRANSFORMADOR INDUSTRIAL

Aplicável a subestações de empresas, para redução de tensão primária (máxima 36,2 Kv) e para as
tensões secundárias usadas industrialmente. Sendo ainda providos de caixas de acoplamento para
proteção das conexões do primário e/ou secundário, quando solicitado pelo cliente.

Principais Características

Potência: 500 à 5.000 Kva


Alta Tensão: 15;24,2;36,2 ou 72,5 Kv
Baixa Tensão: conforme especificações do cliente.
Normas: conforme ABNT/IEC.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

OUTROS TIPOS DE TRANSFORMADORES

TRANSFORMADOR SUBTERRÂNEO

Transformador de construção adequada para ser instalado em câmaras, em qualquer nível, podendo ser
prevista sua utilização onde haja possibilidade de submersão de qualquer natureza.

Principais Características:

Potência: 150 à 2.000 Kva


Alta Tensão: 15 ou 24,2 kV
Baixa Tensão: 216, 5/125; 220/127; 380/220; ou 400/231 V
Normas: conforme NBR 9369/1986 ABNT.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

OUTROS TIPOS DE TRANSFORMADORES

TRANSFORMADOR A SECO

Plantas industriais, plantas químicas e petroquímicas, plataformas off-shore, prédios comerciais,


hospitais, embarcações marítimas, shopping centers, unidades de tratamento de água, aeroportos,
centros de entretenimento, etc.

Principais Características:

Potência: 300 à 15.000 Kva


Alta Tensão: 15 ou 24,2 ou 36,2 kV
Baixa Tensão: 4160/2402; 440/254; 380/220; 220/127 V
ou conforme especificações do cliente.
Normas: conforme ABNT/IEC.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

OUTROS TIPOS DE TRANSFORMADORES

TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO

Para distribuição de energia ao consumidor final (concessionárias de energia, cooperativas, instaladoras


e empresas de modo geral).

Principais Características:

Potência: 30 à 300 Kva


Alta Tensão: 15 ou 24,2 kV
Baixa Tensão: 380/220 ou 220/127 V
Normas: conforme ABNT/IEC.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

OUTROS TIPOS DE TRANSFORMADORES

TRANSFORMADOR DE FORÇA

Transformadores e reatores para geração, transmissão e distribuição de energia em concessionárias e


subestações de grandes indústrias, incluindo aplicações especiais como fornos de indução e a arco e
retificadores.

Transformadores de Força
Potência: acima de 5 até 300 MVA
Alta Tensão: até 550 Kv
Normas: ANSI / IEEE, IEC e ABNT.
Transformadores de Fornos
Potência: até 160 MVA
Alta Tensão: até 550 kV
Normas: ANSI / IEEE, IEC e ABNT.
Transformadores Retificadores
Potência: até 80 MVA Corrente: até 150 kA
Normas: ANSI / IEEE, IEC e ABNT.

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TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

OUTROS TIPOS DE TRANSFORMADORES

TRANSFORMADOR DE COMANDO

Os Transformadores de Comando possuem uma faixa de potência de 50 a 5000VA religáveis para tensões
primárias 110/220VCA e 24VCA. Aplicados na alimentação de circuitos de comando oferecem isolação
galvânica, limitação de capacidade de curto-circuito, redução de tensão em relação aos circuitos de
potência e inclusive efeito de supressor em transitórios não lineares da instalação.
Estes transformadores possuem terminais de ligação em bloco frontal com proteção ao toque acidental,
proporciona uma montagem simples com fixação pela base em estrutura metálica.
Isolação a seco para instalação abrigada Todos os transformadores são individualmente ensaiados e
identificados por número de série.

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TRANSFORMADORES DE FORÇA

Transformador de 15.000 KVA - Relação de transformação 138 / 6.6 kv 56


TRANSFORMADORES DE FORÇA

ATERRAMENTO:
PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS
ATMOSFÉRICAS E FUGAS PARA TERRA

VISOR SILICAGEL:
RETIRA UMIDADE INTERNA
DO TRANSFORMADOR

TANQUE DE EXPANSÃO:
ÓLEO ISOLANTE

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TRANSFORMADORES DE FORÇA

COMUTADOR:
TEM COMO FUNÇÃO: ABAIXAR OU ELEVAR
A TENSÃO DE SAÍDA

Chave seletora de tap’s

BUCHAS: RECEBEM A TENSÃO


DE LINHA (PRIMÁRIO).

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TRANSFORMADORES DE FORÇA

RADIADOR: TEM COMO FUNÇÃO,


REFRIGERAR O ÓLEO

VENTILADOR OU VENTILAÇÃO FORÇADA


TEM A FUNÇÃO AJUDAR A DISSIPAÇÃO
DE CALOR

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TRANSFORMADORES DE FORÇA

RELÉ DIFERENCIAL:
PROTEGE O TRAFO DO DESEQUILIBRIO DE CORRENTE

RELÉ: SUA FUNÇÃO É PROTEGER O TRAFO


DE FUGA PARA TERRA.

RELÉ 51: SUA FUNÇÃO É PROTEGER O TRAFO


CONTRA CURTO-CIRCUITO
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TRANSFORMADORES DE FORÇA

SILICAGEL: INDICADOR DO
TANQUE DE EXPANSÃO

EM DOIS TIPOS DIFERENTES

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TRANSFORMADORES DE FORÇA

MANÔMETRO:
VISOR INDICADOR DE TEMPERATURA

LIGAÇÃO DAS MUFLAS DE SAÍDA


DO TRAFO W3TR1

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TRANSFORMADORES DE FORÇA

CAIXA DE LIGAÇÃO:
LOCAL ONDE TODOS EQUIPAMENTOS
UTILIZADOS PELO TRAFO SÃO
ALIMENTADOS PELOS DISJUNTORES

TERMÔMETRO: TEMPERATURA
INTERNA DO TRAFO

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TRANSFORMADORES DE FORÇA

RELÉ DE GÁS

VISOR NÍVEL DE ÓLEO DO TRANSFORMADOR

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MANUTENÇÃO

Os transformadores são máquinas estáticas que transferem energia elétrica de um circuito


para outro, mantendo a mesma frequência e, normalmente, variando valores de corrente e
tensão. Esta transferência de energia é acompanhada de perdas que dependem basicamente
da construção do transformador, do seu regime de funcionamento e da manutenção nele
efetuada.
 Perdas no ferro;
 Perdas no cobre.

Principais defeitos encontrados em transformadores:

1) Deslocamento dos bobinados


2) Desgaste de isolação
3) Folga no bobinado
4) Corrosão da superfície dos contatos
5) Descargas internas

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MANUTENÇÃO

MANUTENÇÃO CORRETIVA NÃO PLANEJADA

Em certas ocorrências impõe-se uma atuação urgente com desligamento imediato, pois
quando ocorrem ocasionam avarias muito graves no transformador.

- Ruído Interno Anormal ;


- Vazamento forte de óleo;
- Dispositivo de pressão atuado;
- Relé de gás atuado;
-Quebra do diafragma da válvula de segurança (tubo de explosão);
-Sobreaquecimento excessivo nos conectores, verificado por termovisão.

Uma Ordem de serviço de alta prioridade permitirá à equipe de manutenção consertar o


defeito na própria empresa. Caso o defeito ocorrer na parte ativa do transformador o
mesmo deverá ser substituído e encaminhado para conserto externo.

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MANUTENÇÃO

MANUTENÇÃO CORRETIVA NÃO PLANEJADA

TERMOGRAFIA

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MANUTENÇÃO

MANUTENÇÃO CORRETIVA PLANEJADA

São intervenções planejadas a partir de resultados obtidos através das


manutenções preventivas e preditivas e consistem em:

- Substituição da sílica gel.


A sílica retirada pode ser recuperada em estufa.
- Filtragem do óleo isolante para retirada da umidade da parte ativa;
- Recuperação do óleo isolante para restaurar índices de acidez e polarização;
- Substituição total do óleo com alto valor de deterioração.

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MANUTENÇÃO

MANUTENÇÃO CORRETIVA PLANEJADA

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MANUTENÇÃO

MANUTENÇÃO CORRETIVA PLANEJADA

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MANUTENÇÃO

MANUTENÇÃO CORRETIVA PLANEJADA

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MANUTENÇÃO

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Atividades que obedecem a um calendário ou um intervalo pré- determinado entre as mesmas


são preventivos. Tais como:
Inspeção termográfica ou termovisão, para verificar conectores, buchas e muflas;
Coleta de óleo para ensaio físico químico.

Os testes físicos químicos mais realizados são:


Teste de rigidez dielétrica do óleo (provocado pelo alto teor de umidade).
 Índice de acidez do óleo isolante (provocado pela deterioração do papel isolante da parte
ativa).
Tensão interfacial (mede a concentração de substâncias polares no óleo que são
responsáveis pela formação da borra).
Cor (Um rápido aumento da cor indica deterioração ou contaminação do óleo).
Fator de Potência (O aumento do fator de potência está ligado à presença de sustâncias que
causam condutividade).
Densidade do óleo (Ensaio utilizado para identificar o tipo de óleo parafínico ou naftênico).
Análise cromatográfica do óleo. (ABNT NBR 7274) 72
MANUTENÇÃO

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Uma Análise Cromatográfica dos gases determina a concentração dos gases dissolvidos no
óleo mineral isolante. A sua formação no interior dos equipamentos pode ser causa de algum
tipo de problema, como mau contato entre componentes internos, fugas de energia entre
espiras, esforço à altas correntes de curto circuito e tempo de trabalho prolongado com cargas
elevadas.

Acetileno (C2H2): Arco;


Etileno (C2H2): Óleo Superaquecido;
Hidrogênio (H2): Eletrolise;
Monóxido de Carbono (CO2): Celulose superaquecida;
Dióxido de Carbono (CO2): Celulose superaquecida;
Hidrogênio (H2): Descargas Corona no óleo;
Metano (C2H6): Descargas Corona no óleo;
Hidrogênio (H2): Descargas Corona no papel;
Dióxido de Carbono (CO2): Descargas Corona no papel.
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MANUTENÇÃO

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

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MANUTENÇÃO

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

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MANUTENÇÃO

MANUTENÇÃO PREDITIVA

Conforme roteiros de inspeção programados devem ser revisados os itens:

-Verificar condições do cabo de aterramento conectado à carcaça;


-Verificação da existência de vazamentos de óleo na carcaça;
-Verificação do estado (cor) da sílica gel. (silicato de sódio + ácido sulfúrico / hidrogel);
-Verificação do nível de óleo;
-Verificar temperatura do transformador (anotar atual, máxima e mínima para histórico).

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MANUTENÇÃO

MANUTENÇÃO DETECTIVA

Os transformadores de porte médio/grande são exemplos clássicos de manutenção detectiva, pois


possuem vários equipamentos (sensores) que servem para monitorar o equipamento e protegê-lo
em possíveis falhas:
Medidor de temperatura - Indica a temperatura, aciona ventiladores com aumento de carga,
alarma em caso de sobre temperatura, e desarma em temperatura muito elevada.
Relé de Gás Buchholz - Alarma após o surgimento da primeira bolha de ar de origem interna e
desarma se a bolha aumentar indicando disparo interno (arco elétrico) entre fases ou fase-massa.
 Medidor de nível de óleo - Alarma com nível baixo de óleo e desarma com nível de óleo inferior
ao mínimo. (Vazamento, etc...).
 Seletor/regulador automático de tensão (TAPS) de acordo com a queda de tensão provocada
pela carga.
 Relé de proteção contra sobrecarga.
 Relé de proteção contra curto-circuito.
 Relé de proteção contra surto de tensões.

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MANUTENÇÃO

MANUTENÇÃO DETECTIVA

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MANUTENÇÃO

ESTUDO DE CASO

Um Tc foi enviado para manutenção, pois o cliente detectou pontos quentes através da
termografia.

Antes de prosseguir com a explicação, alguns pontos devem ser abordados:

1) Sistema dielétrico interno


2) Análise cromatográfica
3) Óleo isolante
4) Papel

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MANUTENÇÃO

ESTUDO DE CASO

Sistema dielétrico interno: O óleo juntamente com a celulose(papel), desempenham essa função
primordial.

Análise cromatográfica: Determina a concentração dos gases dissolvidos no óleo mineral isolante. O
envelhecimento natural do equipamento pode ser remediado com a eliminação desses gases
imersos no óleo.

Óleo isolante: Tem a finalidade de ser o agente de transferência de calor dissipado pelos
enrolamentos.Para atender sua dupla função de dielétrico e dissipador de calor é preciso ter
duas características básicas: rigidez dielétrica para suportar as altas tensões e boa resistência
a oxidação.

Papel: A principal função do papel é suportar mecanicamente os esforços provenientes dos


enrolamentos do transformador, em regime de funcionamento normal ou ação de curto-
circuito.
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MANUTENÇÃO

ESTUDO DE CASO

Apesar do papel e do óleo trabalharem em conjunto os defeitos que os atingem são diferentes.

Procedimentos:

Uma vez ensaiados o Tc apresentou valores altos de descargas parciais. Assim realizaram-se testes
termográficos e localizam-se pontos quentes no mesmo lugar relatado pelo cliente, uma amostra do
óleo foi retirada para análise cromatográfica.

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MANUTENÇÃO

ESTUDO DE CASO

Procedimentos:

Optou-se por abrir o TC para verificação do defeito.Uma vez aberto, foram constatados
pontos de carbonização do papel.

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MANUTENÇÃO

ESTUDO DE CASO

Procedimentos:

83
MANUTENÇÃO

ESTUDO DE CASO

Procedimentos:

Com a retirada do papel, percebeu-se que em alguns pontos o isolamento estava


cortado, ocasionando assim uma altíssima diferença de potencial que estava gerando um
arco elétrico no papel e resultando na carbonização da celulose.

84
MANUTENÇÃO

ESTUDO DE CASO

Procedimentos:

85
MANUTENÇÃO

ESTUDO DE CASO

Conclusão

Com o resultado da análise cromatográfica do óleo isolante, foi possível confirmar o que foi visto a
olho nu. Foi detectado altos índices de hidrogênio, acetileno (o que indica arco elétrico), monóxido e
dióxido de carbono (indica envolvimento do papel). Sendo que o CO2 em maior quantidade,
acusando a alta severidade de aquecimento do papel.

É importante um bom funcionamento e supervisão do sistema dielétrico interno, pois uma falha
neste, pode variar de meramente indesejável a totalmente catastrófica com perda do equipamento,
como foi o caso apresentado.

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TRANSFORMADOR
REFERÊNCIAS

▪ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7094: máquinas elétricas


girantes: motores de indução: especificação. Rio de Janeiro, 2003.
▪ FILIPPO FILHO, G. Motor de indução. São Paulo: Érica, 2000.
▪ FITZGERALD, A. E.; KINGSLEY, C.; UMANS, S. D. Máquinas elétricas: com introdução
à eletrônica de potência. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
▪ GUSSOW, M. Eletricidade básica. São Paulo: McGraw-Hill, 1985.
▪ JORDÃO, R. G. Transformadores. São Paulo: Edgard Blücher, 2002.
▪ KOSOW, I. L. Máquinas elétrica e transformadores. 14. ed. São Paulo: Globo
2002.
▪ NASCIMENTO JÚNIOR, G. C. Máquinas elétricas: teoria e ensaios. 2. ed. São
Paulo: Érica, 2008.
▪ SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Transformador
trifásico. Rio de Janeiro, 1980.
▪ ______. Transformador monofásico. Rio de Janeiro, 1980.
▪ ______. Materiais e equipamentos em sistemas de baixa tensão. Espírito Santo,
1997.
▪ WEG S.A. Manual de geração de energia: módulo 4. Jaraguá do Sul: Weg, [200-?]a.
▪ ______. Variação de velocidade: módulo 2. Jaraguá do Sul: Weg, [200-?]b.
▪ ______. Motor de indução monofásico: manual Weg. Jaraguá do Sul, 2006.

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