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DISCURSO JURÍDICO PARA ESTUDANTES DO SEGUNDO ANO
DO ENSINO PRÉ UNIVERSITÁRIO
Elaborado por:
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Colégio Estoril, Apontamentos de Introdução ao Direito, 2009 Xavier Luís Jorge (Phil.)
Índex
Item pág.
Prefácio
UNIDADE I – Introdução
1. Conceitos de Importância Primacial
1.1. A Ordem Social.
1.2. O Vínculo Entre o Direito e a Sociedade.
1.3. A Pessoa Como Finalidade da Ordem Jurídica.
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7. A União de Facto.
7.1. Pressupostos legais
8. A Adopção.
8.1. Conteúdo Legal da Adopção.
8.2. Requisitos legais do Adoptante e do Adoptado.
8.3. Consentimento Para Adopção. Autorização para Adopção.
8.4. Tipos Legais de Adopção.
8.5. Efeitos da Adopção (Em Relação ao Adoptado, em Relação ao Adoptante, em Relação à Família
Natural.
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Bibliografia…………………………………………………………………………………….. 61
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Direito para todos, “Discurso jurídico para estudantes do segundo ano do ensino pré-
universitário”, é um trabalho que se concebe no intento de amparar a livre e sistematizada docência da
cadeira de Introdução ao Direito, a nível do Colégio Estoril, mais concretamente para o curso de
ciências económico-jurídicas. O presente texto, feito na base de uma metodologia suficientemente
rigorosa, trás no seu interior lições seleccionadas com todo o cuidado, nos termos dos programas
elaborados pelas formações afectas ao Ministério da Educação da República de Angola.
Com este texto, é-me particularmente aberta a possibilidade de haver maior segurança no que
tange a essa tal transmissão de conhecimentos, pelo facto de se dar aqui um ordenamento dos teores
fundamentais, à medida em que se adopta o discurso numa lógica que se pretende perfeita, isto é,
reunindo qualidades tais como coesão, clareza, objectividade e, por assim ser, brevidade.
Tal como advirto no outro texto, do primeiro ano, o estudante terá no presente opúsculo
algumas questões que, sendo abrangentes, não devem de modo nenhum ser tomadas como que se
tratasse de tudo quanto existe para ser conhecido em termos de “direito”. É inteiramente útil e por
conseguinte necessário que os estudantes que adquirirem, eventualmente, este “folheto”, venham a
interessar-se por investigar muito mais, com algum pormenor, digo mesmo com profundidade, sobre
cada tópico aqui desenvolvido. Para nós, eu e meus alunos, este texto constituirá apenas um recurso
primário às nossas questiúnculas quotidianas.
Importa-nos desde já salientar que o presente texto comporta 4 capítulos, que mais do que
uma divisão tão-somente estrutural do ponto de vista técnico, constituem verdadeiras unidades temáticas
seleccionadas com bastante cuidado, tendo em conta as necessidades básicas do meu grupo alvo em
termos do que está previsto nos programas de ensino para o seu nível de formação, por um lado, e
atendendo às necessidades “espirituais” para uma cultura dos valores positivos rumo à uma tal
construção do homem adaptado à dialéctica da vida. Meu génio sugere que o período em que vivemos
carece dos conhecimentos próprios do Direito, enquanto disciplina académica, da filosofia, da Economia
e de outras ciências sociais, e estes devem ser imediatamente transmitidos a todos que de um modo ou
de outro irão participar da reconstrução do país – Angola; – reconhecendo que a base da reconstrução do
mundo objectivo funda-se necessariamente sobre uma urgente reconstrução do mundo subjectivo – em
cada homem e em cada mulher.
Desde já, pelo que me aprazia, quero apresentar-vos os meus votos para uma leitura bem
sucedida, e não menos aturada.
Que o conhecimento tenha para os vossos espíritos o mesmo valor que o pão tem para o
estômago.
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Advertência:
É expressamente proibida a reprodução por cópia dos conteúdos deste folheto, que
muito sacrifício custou, sem prévia autorização. Ninguém deve passar uma cópia deste folheto
a alguém que não seja estudante do Colégio Estoril. O fascículo foi elaborado apenas para
atender as necessidades decorrentes da “falta de material” para as nossas lições diárias, no
nosso colégio.
PAZ E BEM!
Docente: Xavier L. Jorge.
Disciplina: Introdução ao Direito.
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Classe: 11ª
Escola: Colégio Estoril / Ensino Particular.
Lição nº: 06
Tipo de Aula: Nova
UNIDADE # 2 – O Direito Constitucional e a Constituição
Tema 3: A Constituição Antes de 25 de Abril de 1974.
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Quero esclarecer aos meus alunos do Colégio Estoril que os tribunais são os órgãos de
soberania com competência para ministrar a justiça em nome do povo, cabendo-lhes assegurar
a defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos, reprimir a violação da
legalidade democrática e dirimir conflitos de interesses públicos e privados. Os juízes dos
tribunais não são nomeados nem eleitos: provêm do Centro de Estudos Judiciais, instituição
encarregada da formação de magistrados.
Prezados alunos, muito antes que tivesse lugar a revolução dos cravos, que como
vimos terá dado à luz a sua Constituição actual, a grosso modo, o Estado português conheceu
outras Constituições, dentre as quais – a Constituição de 1838, a Constituição de 1911 e a
Constituição de 1933.
A Constituição de 1838 foi resultado do acordo entre as Cortes e o monarca. O seu
texto é dos mais aperfeiçoados textos constitucionais portugueses, quer do ponto de vista
técnico, como do ponto de vista literário. Esta Constituição tem como fontes a Constituição
Francesa de 1830, a Belga de 1831, a Brasileira de 1837 e a Espanhola de 1837. Contudo, esta
constituição representa uma assimilação das constituições portuguesas de 1822 e 1826,
embora se situe mais próxima da de 1822, pois repete a soberania nacional, restabelece o
sufrágio universal directo e elimina o poder moderador. Por outro lado, introduz uma segunda
câmara, a Câmara dos Senadores, e aumenta os poderes do rei.
A Constituição de 1911 organiza o Estado português sob forma de república
democrática. A soberania dividia-se em três poderes: o poder legislativo, o poder executivo e
o poder judicial. Estes três poderes eram autónomos e independentes. Foram conferidos ao
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Segundo consta, os portugueses chegaram a Angola em 1483, mas Portugal não obteve
o controle completo do país até inícios do século XX. Sua tentativa de penetrar rumo ao
interior, no século XVI, encontrou a resistência ferrenha da rainha Nzinga de Ndongo, que
obrigou os portugueses a voltarem ao sistema de feitorias costeiras. Posteriormente, o país foi
governado pelo denominado Regime Indígena, um sistema colonial no qual a exploração
económica, o abandono cultural e a repressão política vigoraram até 1961. Em 1951, o status
oficial de Angola passou de colónia a província de ultramar. Durante a década de 1950, surgiu
um movimento nacionalista. Em 1961, iniciou-se um confronto guerrilheiro contra os
portugueses e, em 11 de Novembro de 1975, Angola conseguiu sua independência.
Em parte, a derrocada do sistema colonial português em Angola, e não só, foi uma
consequência dos acontecimentos que tiveram lugar em Portugal a 25 de Abril de 1974.
As intenções do movimento nacionalista foram as de suprimir a polícia política,
restabelecer a liberdade de pensamento e de expressão, reconhecer os partidos políticos até
então existentes, criar a organização sindical clandestina, como também proceder à realização
de eleições em 1975, com o objectivo de eleger uma Assembleia Constituinte, assim como
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1. O que é a revolução dos cravos e qual a relação que tem com a independência de Angola?
8. Quais são os motes ou temas de acordo aos quais a Constituição Angolana está organizada?
11. Quais são os princípios em que está assente o regime geral dos direitos fundamentais?
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3.3.3. O Governo.
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3.3.4. Os Tribunais.
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O Tribunal Constitucional: É composto por sete juízes, que são indicados entre
juristas e magistrados, do seguinte modo:
1. três juízes indicados pelo PR, incluindo o Presidente do Tribunal;
2. três juízes eleitos pela Assembleia Nacional;
3. um juiz eleito pelo Plenário do Tribunal Supremo.
Nos termos do disposto no art. 134º da LC, ao Tribunal Constitucional compete em
geral administrar a justiça em matéria de natureza jurídico-constitucional; tais como:
a) apreciar preventivamente a inconstitucionalidade de qualquer norma sujeita à
promulgação, assinatura e ratificação do PR; nomeadamente as normas constantes de lei, de
decreto-lei ou de tratado internacional;
b) verificar e apreciar o não cumprimento da LC por omissão das medidas
necessárias para tornar exequíveis as normas constitucionais;
c) apreciar em recurso a constitucionalidade de todas as decisões dos demais
tribunais que recusem a aplicação de qualquer norma, com fundamento na sua
inconstitucionalidade;
d) apreciar em recurso a constitucionalidade de todas as decisões dos demais
tribunais, que apliquem normas cuja constitucionalidade haja sido suscitada durante o
processo.
A Procuradoria-Geral da República: é representada junto dos tribunais pela
magistratura do Ministério Público. O Ministério público é a magistratura encarregada
especificamente de representar, junto dos tribunais, o Estado e outras categorias de pessoas a
quem o Estado entende dispensar protecção. Os magistrados do Ministério Público são
responsáveis perante a lei e hierarquicamente subordinados. Além disso não podem ser
transferidos, suspensos, promovidos, demitidos, excepto nos termos previstos no respectivo
estatuto. Compete à Procuradoria-Geral da República a defesa da legalidade democrática,
representar o Estado, exercer a acção penal e defender os interesses que lhe forem
determinados por lei. A Procuradoria-Geral da República é presidida pelo Procurador-Geral
da República, e compreende o Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público, que
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é composto pelos membros eleitos pela Assembleia Nacional e membros entre si eleitos pelos
magistrados do Ministério Público, nos termos a definir por lei.
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Aqui pretende-se levantar a questão sobre quem pode rever a Lei Constitucional.
A Assembleia Nacional pode rever a Lei Constitucional e aprovar a Constituição de
Angola por decisão aprovada pelo menos por dois terços dos deputados em efectividade de
funções. A iniciativa da revisão da Lei Constitucional compete a um número mínimo de dez
deputados e ao Presidente da República.
O PR não pode recusar a promulgação da Lei de Revisão Constitucional e da
Constituição de Angola, se esta tiver sido aprovada por dois terços dos deputados.
As alterações à LC e a aprovação da Constituição de Angola devem respeitar o
seguinte:
a) A independência, a integridade territorial e unidade nacional.
b) Os direitos e liberdades fundamentais e garantias dos cidadãos.
c) O Estado de direito e a democracia pluripartidários.
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Questionário / Revisão
1. O que entendes por deveres fundamentais?
2. O que são garantias pessoais?
3. Em que consistem os princípios da universalidade e da igualdade?
4. Quais são os órgão de soberania constantes da Lei Constitucional de Angola?
5. Qual é o sistema de Governo que vigora em Angola?
6. Quais são as competências do Presidente da República?
7. O que entendes por Ministério Público?
8. Como está constituído o Governo e quais são as suas competências?
9. Qual é a composição do Conselho Superior da Magistratura Judicial?
10. Como podem ser os limites de revisão?
11. Quem é o Provedor de Justiça?
12. O que entendes por revisão constitucional?
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Objectivos Específicos: Com esta aula pretendo que os estudantes do Colégio Estoril saibam
quais são as fontes das relações familiares na perspectiva jurídica. Ainda que adquiram noções
sobre o conceito de parentesco, de casamento, de união de facto e de afinidade, por formas a
que possam saber distinguir uma coisa de outra.
1.2. O Parentesco.
a) Perspectiva Antropológica
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Cf. António Vicente Marques, Código Civil Angolano, 2006, pág. 450 “Código da Família”.
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b) Perspectiva Jurídica
O Parentesco é a relação que existe entre pessoas que têm um ascendente comum a
todas elas: no parentesco em linha directa, além disso, uma ou várias descendem de outra e
procedem de um mesmo tronco; na linha colateral, se é parente apenas por existir uma pessoa
que, por sua vez, é ascendente de todos os unidos por linha directa, isto é, que procede de um
tronco comum. O parentesco político, que os legisladores denominam afinidade, une todos os
parentes consanguíneos de uma pessoa ao seu cônjuge.
Segundo o nosso Código da Família (art. 8º) “o parentesco estabelece-se quer por laços
de sangue quer por adopção”. O parentesco por laço de sangue é o vínculo que liga duas
pessoas em virtude de uma descender de outra ou de ambas procederem de um progenitor
comum. O Código da Família faz alusão à diferença entre parentesco em linha recta e
parentesco em linha colateral nos seguintes termos:
- O parentesco em linha recta verifica-se quando um dos parentes descende do outro,
ou seja, é a série de pessoas que descendem sucessivamente umas das outras. Exemplo:
bisavó, avó, mãe, filho, neta, bisneta. Refere-se ainda ao parentesco em linha recta
descendente e parentesco em linha recta ascendente.
- O parentesco em linha colateral verifica-se quando nenhum dos parentes descende
de outro mas ambos procedem de um progenitor comum. Exemplo: irmãos, tio e sobrinho,
primos.
c) Limites do Parentesco
Segundo o Código da Família actual, os efeitos do parentesco produzem-se em
qualquer grau na linha recta, e até ao sexto grau na linha colateral. (Ver art. 13º do CF).
A avaliação dos graus faz-se mediante as regras estabelecidas no art. 12º do CF:
- Entre os parentes de linha recta há tantos graus quantas sejam as gerações, porém
entre eles será excluído o último progenitor.
- Na linha colateral os graus contam-se pela mesma forma, subindo por um dos ramos
e descendo pelo outro, porém, sem contar o progenitor comum.
Segundo este processo de contagem, os irmãos ou os avós e os netos são parentes em
2º grau, os tios e os sobrinhos são parentes em 3º terceiro grau, os primos directos são parentes
em 4º grau.
d) Efeitos do Parentesco
Como causa do parentesco, produzem-se diversos efeitos jurídicos entre os parentes. O
efeito principal do parentesco é o sucessório, ou seja, os descendentes e os ascendentes, os
irmãos e seus descendentes e os colaterais até ao 4º grau integram, as 1ª, 2ª, 3ª e 4ª classes de
sucessíveis na ordem da sucessão, respectivamente.
Um outro efeito do parentesco é a obrigação de alimentos que a própria lei impõe a
determinados parentes. É o que se verifica no artigo 249º do CF: São obrigados a prestar
alimentos ao menor os pais e adoptantes e, na falta deles, sucessivamente: a) os outros
ascendentes; b) os irmãos maiores; c) os tios; d) o padrasto ou madrasta no caso de morte do
cônjuge. São obrigados à prestação de alimentos nos restantes casos, sucessivamente: a) o
cônjuge ou ex-cônjuge; b) os descendentes, e entre eles os de grau mais próximo e os
adoptados; c) os ascendentes, e entre eles os de grau mais próximo e os adoptantes; d) os
irmãos.
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1.3. O Casamento.
1.5. A Afinidade.
a) Definição
A afinidade é o vínculo que une um dos cônjuges aos parentes do outro cônjuge. A
fonte da afinidade é o casamento.
b) Os graus de afinidade
Segundo o CF, art. 14º, os parentes de um dos cônjuges são afins do outro cônjuge.
Um aspecto muito importante a ter-se em conta aqui é que segundo o art. 15 do CF, “a
afinidade não cessa pela dissolução do casamento”. Contudo existem duas possibilidades que
a meu ver, caros amigos do Colégio Estoril, irão desencadear numa confusão que desde já
precisamos de nos prevenir. Quando o casamento se dissolve pela morte de uns dos cônjuges,
as relações entre o cônjuge vivo e os familiares do finado não cessam. Ora, no caso de
dissolução por divórcio, as relações de afinidade deixam de ter quaisquer relevâncias quer
socialmente quer em termos jurídicos.
c) Efeitos da Afinidade
Os afins não têm direito sucessório. Como vimos atrás, a própria lei impõe que “são
obrigados a prestar alimentos ao menor o padrasto ou madrasta em caso de morte do cônjuge”.
(art. 249 do CF). Exemplo: Vicente, de 9 anos de idade, é órfão de mãe e vive sob custódia do
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pai e da madrasta. Caso o pai morra, Vicente continuará a cargo da madrasta, pois cabe a esta
legalmente a obrigação de prestar alimentos ao Vicente.
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Bibliografia – KENDALL, Maria & TORRES, Afonso, Introdução Ao Direito, 2008.
A.A.V.V. Enciclopédia Microsoft Encarta.
Sumário: 2.1. A Promessa de Casamento nos Direitos Positivo e Costumeiro e sua Relevância
Jurídica.
2.2. Pressupostos da Existência de Casamento.
2.3. Validade do casamento
Para que haja um casamento é necessário que um dos nubentes manifeste, de forma
expressa, a vontade de contrair o casamento com o outro nubente. São pressupostos da
existência de casamento os seguintes:
1. A capacidade das partes;
2. O consentimento dos nubentes.
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2- O Incesto.
5- O Levirato.
6- A Poligamia no Mundo.
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b) Casamento Urgente
Um dado que vocês devem conhecer, prezados estudantes, é o que diz respeito aos
casamentos urgentes. Há casamento urgente quando haja receio de morte próxima de algum
dos nubentes, ainda que derivada de circunstâncias externas; ou quando haja iminência de
parto. Para a celebração deste tipo de casamento não é necessária a constituição do processo
preliminar nem a presença do funcionário do Registo Civil. As formalidades preliminares são
as seguintes:
1. Uma proclamação oral e escrita que é feita à porta da casa onde se encontram os
nubentes, pelo funcionário do Registo Civil ou por qualquer pessoa presente;
2. Não é necessária a publicação prévia dos editais nem intervenção do procurador;
3. Uma declaração expressa do consentimento de cada um dos nubentes, perante
quatro testemunhas.
4. Redacção de uma acta do casamento a seguir a celebração do mesmo, que deve ser
assinada por todos intervenientes que saibam e possam escrever. Com base nesta acta o
procurador deve lavrar um assento provisório do casamento, o qual é lavrado por transcrição e
assinado por duas testemunhas presentes no acto da celebração.
5. Se as formalidades preliminares já estiverem concluídas, o conservador enunciará o
despacho final, que deverá declarar se homologa (confirma ou aprova) o casamento ou não.
c) Validade do casamento urgente.
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Objectivos Específicos: Saber quais são os princípios que regulam as relações conjugais.
Conhecer os poderes e os deveres que as pessoas adquirem por meio do casamento.
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do outro cônjuge quando este se encontra ausente ou, por qualquer motivo, impedido de os
administrar. Assim, só podem ser alienados ou onerados, com o acordo de ambos os cônjuges,
tanto no regime de comunhão de adquiridos como no regime de separação de bens, os
seguintes bens: 1. Bens próprios utilizados exclusivamente pelo outro cônjuge como
instrumento de trabalho; 2. Os bens móveis próprios ou comuns utilizados em conjunto pelos
cônjuges na vida do lar ou como instrumento comum de trabalho.
RESIDÊNCIA DA FAMÍLIA
No caso de residência da família, qualquer que seja o regime de bens, carece do
consentimento de ambos os cônjuges, nomeadamente, o seguinte:
1. A alteração por mútuo consentimento e a resolução ou denúncia do contrato do
arrendamento pelo arrendatário;
2. A cessão da posição de arrendatário;
3. O subarrendamento ou o empréstimo total ou parcial.
Bibliografia
MARQUES, António Vicente, Código Civil Angolano. 2006
KENDALL, Maria & TORRES, Afonso, Introdução Ao Direito, 2008.
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3. A Solidariedade no casamento.
4. Casamento e responsabilidade.
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tiver contraído novo casamento, podem ambos, caso desejarem, requerer judicialmente a
revalidação do casamento, como se não tivesse sido dissolvido. Porém, se algum dos cônjuges
tiver contraído novo casamento, será este que se considerará válido relativamente ao anterior.
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g) ausência, sem que do ausente haja notícias, por tempo não inferior a três anos;
h) alteração das faculdades mentais do outro cônjuge, clinicamente verificada, que
dura há mais de três anos e que pela sua gravidade comprometa a vida em comum do casal.
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O reconhecimento da união de facto está sujeito a registo, que deve ser feito em livro
próprio. E também está sujeito ao regime de anulação nos mesmos termos da anulação do
casamento.
Quem tem competência para reconhecer a união de facto em caso de morte ou ruptura
é o tribunal.
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Objectivos Específicos: O estudante deve estar a altura de entender os mecanismos legais que,
de modo geral, devem ser respeitados quando se pretenda proceder à adopção.
Por adopção entende-se o vínculo que se estabelece entre duas pessoas (adoptante ou
adoptantes de um lado e adoptado do outro), independentemente dos laços de sangue. É uma
relação legal de filiação.
Segundo o art. 197º do CF, a adopção visa a protecção social, moral e efectiva do
menor, constituindo, entre o adoptante e o adoptado, um vínculo de parentesco igual aquele
que une os filhos aos pais naturais.
O adoptante é aquele que adopta. O adoptado é aquele que é objecto de uma adopção.
Quanto ao conteúdo legal da filiação adoptiva, importa dizer que dela derivam para o
adoptado e para o adoptante os mesmos direitos e deveres que reciprocamente se estabelecem
entre os filhos e os pais. O parentesco derivado da filiação adoptiva é extensivo aos
descendentes do adoptado e aos parentes do adoptante.
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preparação profissional dos filhos como cidadãos válidos e socialmente úteis constituem o fim
social mais relevante da autoridade paternal.
5. A autoridade paternal deve ser exercida por ambos os adoptantes (o pai e a mãe), ou
só pelo adoptante (pai ou mãe).
6. O adoptante tem o dever de diligência e a obrigação de prestar contas, ou seja,
devem os pais (adoptantes) exercer com diligência a administração dos bens do filho
(adoptado).
O processo da adopção
A adopção constitui-se por sentença judicial proferida em processo de jurisdição
voluntária. Será realizado um inquérito judicial, no qual serão averiguadas as circunstâncias
de facto em que se fundamenta o pedido de adopção. O relatório do inquérito deverá
acompanhar o pedido de constituição do vínculo dirigido ao tribunal competente. O juiz
decreta a sentença, descrevendo detalhadamente os factos e as circunstâncias em que se
fundamenta e os motivos que determinam a constituição da adopção e decide em relação aos
apelidos do adoptado. Nos termos do art. 216º do Código da Família, a sentença que decrete a
adopção pode ser revista, se na declaração de vontade do adoptante ou dos adoptantes tiver
sido viciada por erro ou por coacção moral.
A tutela
A lei menciona a tutela nos artigos 220º e seguintes (cf. Código da Família). Por tutela
entende-se o poder outorgado por lei a pessoas juridicamente capazes para a defesa, guarda,
educação, desenvolvimento e protecção dos interesses pessoais e patrimoniais de menores, ou
protecção dos interesses patrimoniais dos interditos maiores.
Estão sujeitos a tutela:
a) Os menores cujos pais não podem exercer o poder paternal;
b) Os maiores interditos;
c) O menor cujos pais estejam ausentes, desconhecidos ou falecidos;
d) O menor, cujos pais não exerçam o poder paternal há mais de um ano;
e) O menor cuja adopção tenha sido revogada;
f) O menor a quem os pais estão inibidos (proibidos) de exercer o poder paternal;
g) O maior declarado interdito por decisão do tribunal.
A instauração da tutela do menor que se encontre nestas condições acima referidas é
de carácter obrigatório.
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O Direito Fiscal (DF) é o conjunto das normas que dizem respeito às receitas públicas,
especialmente as que provêm dos tributos, contribuições e impostos. É o DF que estabelece as
prestações patrimoniais que os cidadãos são obrigados a fazer ao Estado, que estabelece as
regras para o seu lançamento, para a sua cobrança, as situações que determinam as isenções de
impostos e, enfim, tudo o que respeita à relação entre o Estado, enquanto cobrador de
impostos, e o cidadão, enquanto pagador dos mesmos.
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1. O Direito das Receitas: que é constituído por normas que disciplinam a aquisição
dos meios patrimoniais necessários à prossecução dos fins do Estado e de outros entes
públicos.
2. O Direito das Despesas: é constituído por disposições reguladoras da aplicação das
receitas.
3. O Direito da Administração ou Gestão Financeira: que regula a organização e
funcionamento da administração financeira, e cujo domínio é constituído pelo direito
orçamental.
O Direito Fiscal é o conjunto das normas que dizem respeito às receitas públicas,
especialmente as que provêm dos tributos, contribuições e impostos.
É o DF que estabelece:
a) as prestações patrimoniais que os cidadãos são obrigados a fazer ao Estado;
b) a regra para o seu lançamento e cobrança;
c) as isenções, etc.
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Sumário: 2.1. Natureza do Direito Fiscal e Relação Deste Com Outros Ramos.
2.2. Período Anterior ao Renascimento (Séculos XIV – XV).
2.3. Período Posterior ao Renascimento (Séculos XIV – XVII).
2.4. Período da Revolução Industrial (Séculos XVII – XVIII).
2.5. Período Contemporâneo (Séculos XIX – XXI).
Objectivos Específicos: Discutir sobre a natureza do direito fiscal e saber qual é a relação que
existe entre o DF e outros remos do Direito. Conhecer a história evolutiva do Direito Fiscal.
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Por esta altura, um novo imposto, aprovado pelas Cortes em 1641, incidia sobre os
rendimentos de prédios, capitais, ofícios e rendas pelo que veio a ser considerado um
autêntico imposto geral de rendimentos. Este imposto veio a ser conhecido por “décima
militar”, porque todos os diversos rendimentos estavam na altura sujeitos a 10%. Manteve-se
até meados do século XIX.
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Em Angola, em 1906 tornou-se uma importante medida a nível fiscal e que se traduziu
do estabelecimento do imposto indígena, o que significava o reconhecimento fiscal e,
portanto, social da individualidade política do indivíduo de cor, natural de Angola, que
principiando em 1908 a pagar o imposto, ainda que irregularmente e em pequeno número,
passa a ser um cidadão do Estado, contribuindo, deste modo, com uma parcela dos seus
rendimentos para as despesas públicas, em conjunto com os outros contribuintes. A primeira
República (1910)2 impulsionou uma revisão do regime da contribuição predial e procedeu,
ainda, a uma reforma do sistema fiscal português em 1922, o qual procurou assentar a
tributação do rendimento sobre o rendimento real dos contribuintes, criando um imposto
pessoal sobre o rendimento das pessoas singulares e criando, também, uma tributação geral
sobre a despesa. Nesta altura, houve alterações no regime da contribuição predial e da
contribuição industrial, como também foi criado o imposto sobre a aplicação de capitais, o
imposto pessoal de rendimento e o imposto sobre o valor das transacções. Porém, dados os
condicionalismos devidos à instabilidade política, não foi levada a cabo toda a execução da
reforma fiscal de 1922. De todas as formas, a reforma levada a cabo, em 1929, pelo então
ministros das finanças, Oliveira Salazar, produziu alteração nas receitas fiscais, passando a
ocorrer uma tributação sobre os rendimentos normais, como, por exemplo, a criação do
imposto profissional como um género autónomo de tributação dos rendimentos de trabalho,
tendo sido também instituído o imposto complementar como forma principiante de tributação
global pessoal e foi substituído o imposto do registo pela sisa e o imposto das doações e
sucessões.
Em Angola, no ano de 1957, foi aprovado um decreto-lei que acompanhou as
primeiras descobertas comerciais em concessões petrolíferas. O regime fiscal criado por este
diploma correspondia ao sistema de concessões tradicionais nas quais aos investidores era
reconhecida a propriedade das instalações existentes na área de concessão e do petróleo
extraído, cabendo ao Estado angolano a percepção das receitas tributárias previstas na lei.
No sistema fiscal angolano vigente existem, entre outros, os seguintes impostos:
a) imposto industrial;
b) imposto sobre o consumo e produção;
c) imposto petrolífero;
d) imposto aduaneiro e
e) imposto sobre o rendimento de trabalho.
A diversidade de regimes fiscais criados conduziu à necessidade de se procurar
uniformizar esses regimes aplicáveis às diferentes modalidades de associação para a pesquisa
e produção de petróleo, respectivamente, nos contratos de partilha de produção e nos contratos
de associação em participação, nomeadamente a taxa do imposto sobre o rendimento do
petróleo, a determinação da matéria colectável, bem como a isenção do imposto sobre o
petróleo.
2
Durante o reinado de Carlos I, ganharam espaço os movimentos republicanos e radicais que se aguçaram com a nomeação
do absolutista João Franco como primeiro-ministro, em 1906. Em 1908, dom Carlos e seu filho mais velho foram
assassinados em Lisboa. O segundo filho de dom Carlos subiu ao trono como dom Manuel II e, embora tenha restaurado o
governo constitucional, seu governo corrupto igualou-se ao de seu pai. Em Outubro de 1910, o Exército e a Armada
encabeçaram uma revolução que depôs dom Manuel e proclamou a República. Em 1911, entrou em vigor uma Constituição
liberal que em um de seus artigos proclamava a separação entre a Igreja e o Estado. Manuel José de Arriaga foi eleito
primeiro-ministro da República de Portugal (cf. Enciclopédia Virtual Microsoft Encarta)
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Objectivos Específicos: Saber quais são as fontes do direito fiscal e determinar o seu
conteúdo.
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O art. 14º da LC estabelece que os impostos só podem ser criados e extintos por lei,
que determine a sua incidência, as respectivas taxas, benefícios fiscais e garantias dos
contribuintes.
De acordo com o art. 1º do Código Tributário “serão obrigatoriamente determinadas
por lei a incidência, as isenções e a taxa de cada imposto”.
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Este princípio pode ser entendido em dois sentidos:
1. no sentido material (ou de igualdade na lei). Neste princípio está implícita a ideia
de capacidade contributiva, o que implica igual imposto para os que dispõem de igual
capacidade contributiva, sendo os contribuintes tributados na proporção desta diferença.
2. no sentido formal (ou de igualdade perante a lei). Segundo este princípio, todos os
contribuintes são iguais perante a lei, todos devem pagar impostos.
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA FUNCIONAL DO SISTEMA TRIBUTÁRIO
É um princípio que permite ao legislador tributário, em relação a particulares
dificuldades ligadas com a determinação da matéria colectável ou referente ao controlo de
certos tipos de rendimentos (em relação aos quais a fuga ou a evasão fiscal é frequente), o
recurso a técnicas que dificultem a prática excessiva dessas situações, por vezes, até à custa da
utilização de determinadas medidas discutíveis no campo da equidade fiscal.
PRINCÍPIO DA ANUALIDADE
Compete à AN aprovar anualmente a lei do orçamento anual, a qual deverá conter a
discriminação das receitas e das despesas referentes às doações globais de diferentes funções e
departamentos do Estado.
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O imposto pode ser definido com base em três elementos, nomeadamente o elemento
objectivo, o subjectivo e o teleológico.
Quanto ao elemento objectivo, importa dizer que, objectivamente, o imposto é uma
prestação: a) pecuniária (que tanto pode ser em espécie como dinheiro, como também pode
consistir num facto ou numa actividade, como é o caso do imposto do selo quando pago por
meio de estampilhas fiscais. Através deste característica do seu conceito, o imposto se
distingue das prestações de carácter pessoal (como o serviço militar ou cívico), quer das
prestações de bens ou serviços, exigidas aos particulares, em situações excepcionais (como as
requisições administrativas ou expropriação por utilidade pública) que não constituem
prestações definitivas tendo antes como contrapartida o pagamento de uma indemnização); b)
unilateral (o que significa que não há qualquer contraprestação por parte do beneficiário. O
imposto distingue-se da taxa. A taxa é um tributo com carácter bilateral e concretiza-se em
três situações: 1. na prestação de um serviço público (como as taxas devidas pelos serviços de
registos e notariado – emolumentos, - pelos serviços de justiça – taxa de justiça, - e pelos
serviços de educação – propinas), 2. na utilização de bens de domínio público (como as
portagens, as taxas dos navios nos portos, a de aterragem de aeronaves nos aeroportos, etc.), 3.
na remoção de um limite jurídico à actividade dos particulares, por exemplo as taxas devidas
pelas licenças de uso e porte de armas, de caça, etc.); c) definitiva (A prestação de imposto é
de carácter definitivo, isto é, uma prestação que não dá lugar a qualquer reembolso, restituição
ou indemnização, pelo que, as importâncias atribuídas não serão restituídas a não ser que
tenha havido qualquer irregularidade na tributação ou quando tenha sido exigido imposto
superior ao efectivamente devido); d) coactiva (sendo o imposto uma prestação coactiva,
implica tratar-se de uma prestação que é imposta por lei)
Quanto ao elemento subjectivo, importa dizer que subjectivamente o imposto é uma
prestação: 1º pelas características objectivas atrás apontadas (pecuniária, unilateral, definitiva
e coactiva); 2º exigida ao contribuinte (individual ou colectivo), que é o sujeito passivo; 3º a
favor de uma pessoa colectiva de direito público, ou de pessoas privadas que exerçam funções
públicas, que são os sujeitos activos (por exemplo, as empresas concessionárias de obras
públicas, serviços públicos ou bens de domínio público, na medida em que a lei lhes conceda
a qualidade de titulares activos de relações jurídicas fiscais.
Quanto ao elemento teleológico ou finalista, importa dizer que o imposto é exigido
pelas entidades que exerçam funções públicas para a realização das suas funções de carácter
não sancionatório, ou seja, para os impostos fiscais está excluída a finalidade sancionatória.
Assim, o imposto distingue-se de uma multa (sanção pecuniária penal) ou de uma coima
(sanção pecuniária contra-ordenacional), bem como de uma indemnização (reparação do
prejuízo ou dano causado a outrem através de acto ilícito).
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Nota importante
A administração fiscal integra-se organicamente no Ministério das Finanças e da
Administração Pública. O Ministério das Finanças é constituído por diversos serviços, dentre os quais
se destacam os serviços da administração directa que compreende a Direcção Nacional de Impostos e a
Direcção Nacional das Alfândegas.
É um órgão do Ministério das Finanças e do Plano, que tem por objectivo proceder à
execução da política fiscal e à administração fiscal do Estado; como por exemplo administrar
os impostos sobre o rendimento, os impostos sobre o património, os impostos sobre o
consumo; sempre em conformidade com as políticas definidas pelo Governo no domínio
tributário.
São competências da Direcção Nacional de impostos as seguintes:
a) assegurar a liquidação dos impostos,
b) pronunciar-se sobre os casos ambíguos de aplicação das leis fiscais,
c) exercer a função de fiscalização tributária,
d) exercer a acção de justiça fiscal,
e) contribuir para o esclarecimento dos contribuintes, etc.
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Objectivos Específicos: Saber quais são os sujeitos da relação jurídica fiscal. Conhecer os
direitos e obrigações (deveres) dos contribuintes.
Nota Preliminar:
O que é a tributação?
A tributação compreende o sistema de contribuições obrigatórias impostas pelos
governos sobre as pessoas, as corporações e as propriedades, como fonte de receita para cobrir
os gastos governamentais e outras necessidades públicas. Pode ser utilizado também para
atender objectivos económicos e sociais, como fomentar o desenvolvimento de uma economia
de forma equilibrada, favorecendo ou penalizando determinadas actividades ou negócios, ou
para realizar reformas sociais com melhor distribuição da renda ou da riqueza.
A efectividade da acção governamental depende da disposição das pessoas sob seu
governo estarem dispostas a ceder parte de sua soberania pessoal ou de suas propriedades, em
troca de protecção e de outros tipos de serviços. A imposição é uma forma de realizar essa
troca, e deve cumprir diferentes funções, que dependem dos objectivos do governo que a
impõe. Os governos locais ou regionais obtêm receitas a partir de impostos sobre as
propriedades físicas, embora o governo federal cobre impostos sobre a venda e impostos sobre
a renda. Mas sua finalidade não reside apenas na obtenção de receitas, sendo também um
instrumento essencial da política fiscal. Ao controlar a oferta monetária (mediante a política
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monetária) e a política fiscal, os governos têm a intenção de obter segurança económica, com
a finalidade de estabilizar os preços e aumentar o emprego.
Existem profundas diferenças entre os diversos sistemas impositivos de cada país,
tanto no que diz respeito à receita como no que concerne aos gastos. Ao elaborá-los, os
governos observam três indicadores da riqueza ou da capacidade de pagamento do
contribuinte: suas receitas, seus gastos e seu património. Quase todas as democracias
modernas consideram que um bom sistema impositivo precisa cumprir quatro princípios
fundamentais: equidade (os encargos fiscais têm que ser proporcionais à capacidade de
pagamento dos indivíduos); certeza (sua aplicação tem que ser clara e constante);
aplicabilidade (seu cumprimento dependerá da facilidade de sua aplicação); e eficiência (tem
que ser fácil de administrar).
O controle da propriedade de outros tipos de bens era mais difícil, mas, à medida que
se desenvolveram os mercados, foi se tornando mais fácil taxar a renda e a transferência de
bens, obtendo-se numerosos benefícios a partir desses impostos. O surgimento do comércio
internacional facilitou a criação dos direitos aduaneiros, que foram estabelecidos tanto com
fins de arrecadamento como de controlo das importações. O crescimento do comércio
provocou a criação de múltiplos impostos, desde os indirectos, que taxam alguns bens de
consumo (como ocorria antigamente com o sal), até impostos especiais, que taxam
determinados produtos, como a gasolina, o álcool e o tabaco.
Apesar das dificuldades para calcular a incidência dos impostos com exactidão, os governos
procuram manter certa equidade vertical. A preocupação consiste em decidir sobre cobrar
mais dos ricos ou dos pobres (imposto progressivo), de todos segundo a capacidade de
pagamento (imposto proporcional), ou dos mais desfavorecidos (imposto regressivo). Quase
todos os países industrializados preferem os progressivos, porque são mais equitativos (os
ricos têm maior capacidade de pagamento) e porque tendem a reduzir as diferenças entre a
riqueza e a pobreza.
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em caso de morte dos familiares. Assim, são componentes do sistema de segurança social os
remos de prestações, a organização administrativa e os serviços de acção sanitária e social.
Beneficiam do sistema de segurança:
a) os trabalhadores por conta de outrem e também aqueles que tenham cessado a sua
actividade por invalidez ou limite de idade;
b) os trabalhadores por conta própria;
c) os familiares a cargo dos trabalhadores abrangidos por este sistema;
d) os trabalhadores estrangeiros que trabalham em Angola.
É obrigatória a inscrição no sistema da segurança social de todos os trabalhadores
incluindo as entidades empregadoras, excepto os trabalhadores por conta própria para os quais
a inscrição é facultativa.
O campo da aplicação material deste sistema compreende-se:
1. no caso de doença;
2. no caso de protecção de maternidade;
3. no caso de pensões de invalidez, de velhice e de sobrevivência;
4. no caso de prestações às famílias;
5. no caso de protecção no desemprego;
6. no caso de acidentes de trabalho e doenças profissionais.
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b) não podem pagar impostos cuja matéria colectável seja tributada mais de uma vez
em relação ao mesmo imposto;
c) podem reclamar contra a liquidação dos impostos;
d) devem ser informados da sua situação fiscal;
e) podem recorrer da fixação da matéria colectável feita por comissões quando tenha
havido preterições de formalidades legais.
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casas de câmbio e sociedades de seguros, as pessoas singulares que tenham residência ou sede
em Angola e ainda aquelas que, embora tenham residência no estrangeiro, têm
estabelecimento estável em Angola; 2. O grupo B, que se refere à tributação sobre os lucros
que se presume que os contribuintes obtiveram (e figuram todos que não se enquadram nem
no A nem no C); 3. O grupo C, que refere-se à tributação baseada nos lucros que os
contribuintes numa situação normal podiam ter obtido. Neste grupo são tributados os
contribuintes que satisfaçam cumulativamente as seguintes condições: exerçam por conta
própria uma das actividades constantes da tabela própria a ser aprovada pelo decreto do
executivo do Ministro das Finanças; os que trabalham sozinhos ou sejam ajudados por
familiares ou estranhos em número não superior a três; os que não disponham de escrita
organizada e que não utilizem mais de dois veículos automóveis.
(Isenção) Estão isentos de pagar o imposto industrial:
- as cooperativas operárias de produção;
- as cooperativas de construção, com a limitação de construir só para os seus
associados ou emprestar-lhes dinheiro para esse fim;
- as cooperativas de consumo que negociem só com os seus associados;
- as cooperativas agrícolas ou pecuniárias que tenham como objectivo a compra de
materiais, gado ou equipamento para as explorações agrícolas ou pecuniárias;
- as associações de instrução, cultura, recreio, educação física ou desporto;
- as sociedades que limitam a sua actividade à administração de prédios próprios.
(Determinação da matéria colectável)4 A matéria colectável é determinada com base
na declaração (modelo 1, cf. art. 22º do CIIA), que deve ser feita em duplicado e apresentada
pelo contribuinte, todos os anos, no mês de Maio, na repartição da área onde tiver a sua sede
ou estabelecimento, sem prejuízo do controlo feito pela administração fiscal.
(Taxas) A taxa geral do imposto industrial é de 35%. A taxa é de 20%, relativamente a
rendimentos provenientes em exclusivo da agricultura, silvicultura e pecuária. Pode ocorrer
uma redução da taxa para 15% com relação às empresas que se constituam nas regiões mais
desfavorecidas economicamente.
(Fiscalização) Os contribuintes do Grupo B que não tenham contabilidade
regularmente organizada devem possuir livros de compras, vendas e serviços prestados, os
quais serão registados na repartição da fazenda e aí autenticados. As vendas a retalho
efectuadas a pronto pagamento poderão ser registadas diariamente, em globo. Os livros
referidos, antes de serem utilizados, devem ser apresentados na repartição fiscal da área onde
se situem os estabelecimentos, para que o responsável assine os termos de abertura e
encerramento, numere as folhas e as rubrique. Em relação aos comerciantes ou industriais, são
obrigados a arquivar os livros da sua escrituração e os documentos com ela relacionados,
devendo conservá-los pelo período de cinco anos civis subsequentes.
4
Matéria colectável é tudo aquilo sobre que recai o imposto, seja um valor ou um facto. Por norma, o imposto
pode recair sobre os consumos, os rendimentos, produção, etc.
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(Objecto) A Lei n.º 13/2004 de 24 de Dezembro tem por objecto estabelecer o regime
tributário das entidades nacionais ou estrangeiras, pelo exercício de pesquisa,
desenvolvimento, produção, venda, exportação, tratamento e transporte de petróleo bruto e gás
natural, etc.
Os encargos tributários aplicáveis às entidades nacionais ou estrangeiras que exerçam
operações petrolíferas em Angola são os seguintes: 1. O imposto sobre a produção do
petróleo (que incide sobre a quantidade de petróleo bruto e gás natural. Os contribuintes
sujeitos a este imposto devem apresentar na repartição fiscal competente uma declaração em
quintuplicado (dois para o processo da repartição, um para a Direcção Nacional de Impostos,
um para o Ministério dos Petróleos e um para o contribuinte. A taxa de imposto sobre a
produção do petróleo é de 20%, e a liquidação pode ser feita em dinheiro ou em espécie, de
acordo com a opção do próprio Estado); 2. O imposto sobre o rendimento do petróleo (que
incide sobre o rendimento tributável apurado nos termos desta lei e auferido no exercício das
seguintes actividades: a) pesquisa, desenvolvimento, produção, armazenagem, venda,
exportação, tratamento e transporte de petróleo; b) comércio por grosso de produtos
provenientes das operações anteriores. As taxas de imposto sobre o rendimento do petróleo
são as seguintes: a) no caso de a concessionária nacional (que é a Sociedade Nacional de
Combustíveis de Angola, empresa pública – Sonangol, E.P., - a taxa é de 65,75%; b) nos
contratos de partilha de produção a taxa é de 50%.)
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Por Direito Administrativo entende-se o ramo do Direito público que tem por objecto a
Administração pública, entendida como actividade através da qual o Estado e seus indivíduos
auxiliares tendem à satisfação de interesses colectivos.
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financeira), têm ainda capacidade de agir e de dar tratamento, autónoma e livremente, aos seus
assuntos.
Princípio de Aproximação dos Serviços às Populações.
Este princípio determina a necessidade de a Administração Pública ser estruturada de
modo que os seus serviços se localizem geograficamente o mais próximo das populações que
visam servir.
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Docente: Xavier L. Jorge.
Disciplina: Introdução ao Direito.
Classe: 11ª
Escola: Colégio Estoril / Ensino Particular.
Lição nº: 26
Tipo de Aula:
UNIDADE # 5 – O Direito Administrativo
Tema 3. Elementos da Organização Administrativa.
Objectivos Específicos: Saber o que são e como funcionam as pessoas colectivas e os serviços
públicos
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Este princípio cuida que toda a Administração é uma administração legal, sendo o fim
dos seus actos fornecidos por uma norma. a) A Administração não pode desrespeitar uma
prescrição normativa anterior, não pode praticar actos concretos que contrariem uma norma
(sentido negativo). Por outro lado, um preceito fixa a um órgão público as suas atribuições e
estabelece as suas competências, isto é, os poderes de que fica a dispor (sentido positivo). O
princípio do primado da lei é uma consequência da ideia de legitimidade material. b) De
acordo com o princípio da reserva da lei, fica reservada para um órgão legislativo a definição
de preceitos gerais que toquem certos valores fundamentais da comunidade. c) Vinculação
administrativa (discricionariedade) – a lei pode indicar o conteúdo dos actos, isto é, o conjunto
das transformações jurídicas que pretende. Acto vinculado é aquele que tem o seu conteúdo
fixado na lei. A discricionariedade é a possibilidade de a Administração fixar o grau das
modificações jurídicas pretendidas, não significando uma escolha total do conteúdo mas só
aquela que seja consentida pelo fim estabelecido por lei. A vinculação e discricionariedade
são apenas dois conceitos limites da realização do princípio da legalidade. A lei e o acto
legislativo são os pressupostos e os fundamentos de toda a actividade administrativa, no
domínio tradicional da administração de autoridade e no domínio da administração social ou
de prestações.
7.3. Princípio da Imparcialidade.
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para que possam surgir como actos de direito público. A Administração ao praticar actos de
execução de leis constitucionais deve interpretar e aplicar estas leis de um modo conforme aos
direitos, liberdades e garantias. A Administração deve ponderar todos os pontos de vista de
interesse para os direitos, liberdades e garantias relevantes para a solução do caso concreto.
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