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MARLON TOMAZETTE

CURSO DE
DIREITO
EMPRESARIAL

3 FALÊNCIA E RECUPERAçÃO
DE EMPRESAS

ú.

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I 9. edição
I
sta e atualizada
,,\" 202L

soroivofi
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656 p.

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0irç& ü.q r. Êâviâ Árês Brãvin


0lr!É! ldflort.t fl6naã pascual tíi]U€r c00346.07
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oaÍla Cosb d€ o[voÍra

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lúçao lis FsrÍâo

Prodúçáo ldlto al Danlslo Dobon ds Souuâ (cooú )


ffosâm híoni Farolari

An. r dletht Íl,tónlce tandt (cooÍd.)


Drtr d. Í.chrm.rto ía dlçào: ír.Z-202i
CaÍ Íl ftlk Chí6lI
CiavÊs
Chlx,tDno da Moua SenlDs Situa orllidas? Àc€3!t w$w.€dltorâsaralva.com.br/diÍ!ito
Dۈorah Mattos
eüi ]!dtl6 H. it. Salvador
Íjego 0o,. Âosâ
n#,Tíixtr;ür.trliilT:,ffi ffi#,,ffi?ffi
.e Ld n. 9.6i0/98 s ountdo poto
Pto/dos s sôrvtço! Edhoírk Danleta MaÍiâ Cha;es Carvarho
an. ral ao cooEjisã
l(of/Prl6c a plnto
MaíÍa CoÉairo
CL c*lErrl
Nlcoly Wasconcelos Râzlk

0trC!.m.çh MaÍtltanoeto D€slg[ 6 kojotoa


EdltoÍiais
[.vh,o Fêmsnda Gusdsm AntJnsS
CrIt Dânlsldas Nov6§
ftodutto qraÍtcr l,laílPúrnpin
S6010 LrIz pÉruiÊ Lopss
lolrlstáo r tcâhâncnlo GÉíca paym
Ded,ico este livro à minha prtncesla Kênia, suave companheira,
musa inspiradord, cujo sorríso é o melhor presente
para o meu trabalho, com todo o amor d,o Llniverso.

Ao meuJilho Leonard,o, presente de Deus,


que ilumina minha vida.
:

AGRADEGTiIIEIITOS

Agradeço em primei[o lugar a Deus, que nos dá a vida. Agradeço também a mêus
pais ]oáo Tomazette (in memoriam) e Maria de Lourdes BarbosaTomazette (in memo-
riam),bem como aos meus irmãos (Neto, Bruno e Vânia) que me criaram, me permitiram
estudâr e me tolnar um profissional do Direito.
Na minha rridâ acadêmica, foram determinartes alguns professores que me deram
a certeza de que o estudo do Direito era o meu caminho. Por isso, agradeço aos profes-
sores Ronaldo Pottetti, Paulo Laitano Távora, Lucas Rocha Furtado e Gilmar Ferreira
Mendes, os quai§, cada um a seu modo, me mostraram como o estudo do Direito pode
ser bom.
Agradeço também aos meus colegas, professores de Direito Comercial, Lucinéia
Possar, Marcelo Simôes Reis, Marcelo Barreto, Henrique Arake, Carlos Orlando, Marce-
lo Péres, Lúz Guerra, Daniel Amin, Edilson Enedino, LÍlian Rose, Leonardo Boccorny,
Raphael Borges, Felipe Fernandes, LuÍs '§ílnckler, Miguel Roberto, Sidarta, Samira Otto,
Gustavo Mou!ão e Neila Leal, que muito contribuÍram para o amadurecimento das minhas
ideias e para a compreensâo de yários assuntos, seia nas conversas nas salas dos profes-
sores ou em bancas de monografia.
Merecem uma menção especial meus alunos do UniCeub e da Êscola Supexior do
Ministério Público do Distrito Fedexal, responsáveis diretos por
esta obra, com os quais
mais aprendi que ensinei.
Âgradeço também a toda a equipe da clinica de doenças renâis de Brasíliâ - CDRB
e ao Instituto de Cardiologia do Distríto Federal - ICDF que me permitirâm manter
minhas atividades.
Por fim, agradeço à Kênia, que me dá alento para viver e parâ desenvolver qualquer
atividade.
ti

surtllÁRro

C.apitulo I- O direito das empresas em cdse 31


1 A empresa em crise.... 31
Crise de rig:dc2........-... 32
3 Crise de eficiéncia....... 32
4 Crise económica..........
5 Crise fifl anceira............
6 Criçe paLrimon iâl ........ 33
7 Solução das crises 34

7.2 SoluçÕes estatáis

I 36
9 37
I

Cepítülo 2 - Disposições gerâis da falênciâ, dâ Íecuperação judiciâl ê dâ ÍecupeÍâçâo


39
1 Introduçào ......... 39
2 Ámbito de incidência da frlência, da recüpeÉção judiciá.I e dâ recuperÀÉo extr'àjudicial.... 39
2.I Conceito de ernpresário............................ 41

2.1,1 Atividade....................... 42
2,1,2 Economicidede......,...-. 42
43
44
44
2,1.6 Direcionamento ao mercado 45
2.1.7 Assunçâo do risco.,.,.., 45
2.2 Nâo âbrangidos pelo conceito de empresário 45

47
10 CUESO DE DIBEITO EMPÊESABIAL

SuMÁFro : 11

2.3.1 Sociedades por âçôes..


Emprêsários rurais.......................................... 47 1
'47 87
Scrciedade cooperath? Requisitos especÍâcos
87
2.3.4 Sociedâde eÍrl conta de participeçâo....,......
48 2.1 ÊxercÍcio regula-r dâ âtividade há mais de dois enos,..................... 88
Empresários irregulares 48 2.2 Não ser falido 90
3 Exclusôes.... 49 2.3 Não ter obtido out!â recuperação iudicisl 91
3.1 Empresas públicas e sociedades
de ecollomia mistâ
50 2.4 Ausência de condenaçâo por crime hlim€ntar.....,............,.,............
Instituiçóes 51 Legitimidâde ativÂ.......
ff nanceiras 3
94
3.3 Seguradoras..,,..,............. 54 3.1 O próprio devedor.....,...............,................. 94
3.4 Sociedades de capitalização.......,......----_. 56 3.2 Grupos societfuios - Consolidação processual e consolidaçâo substancial....,,......... 95
Operadoras de planos de seúde 57 3.2.1 Consolidâção.....,
-..........:_.. --.. 96
3.6 Entidades de previdência 58 322 Consôlidáçâo substancial.,..__,,__..__.-.
cohpleme ntár.--.*._...-:-_*..-..... 97
3.7 Concessiorúrias de enelgiâ
elétrics
33 Herdeiros, cônjuge e __
inventeriá!úê 97
4 Irúo competente......... @ 3.4 Sócio remanescente .-*-._.-.--..-* 98
4.1 P!Íncipe.l estabelecimento...._....................... 61 1 Créditos ebErgidos * 99
4.2 Füal de empresários eslIa ngeiros .,... 61 4.1 A situâÉo dos c!éditos trâbalhistâs.,....,... 100
4.3 Natureza.dacompetêociâ. 4.2 Hono!áriosâdvocatÍc1o6......,..............
101
5 Intervençáo do Ministério púb1ico,................... 66 4.3 C!éditos com execuçâo em curso,....__-., 102
68 d.4.PensõesalimentÍcias.....,........,....,.......,.....-...........................................,r...,.......................
102
CapÍtulo 3 - Recuperação iudicial n oçôes getais....... 4.5 Créditoscondicionãis
1 Definição 72
103
4.6 A situaçáo dos agentes rürais......... 103
1.1 Sériedeatos...........,,.......-..- 72
5 Créditos não abrangidos
73 103
1.2
5'1lneústênciâdealteraçóesdocléditonoPlenoderecuperaçáo..
104
1.3 73
5.2 Créditos inexigíveis................................ 104
1.4
5.3 Créditos excluldos da tecuperaçâo ,....., 106
1.5 Mânutenção de empresâs viáveis 74
5.3.1 Créditos fi6cais..................,......... 106
2 Obietivos 74
5,3.2 Cledoresproprietários 107
3 À teoda dosiogos e â recuperação judicial
108
4 PrincÍpios 77
5.3.2.2 Affendadoràercantil 110
4.1 Função social da ernpresa...............,.. 78
5.3.2.3 Proprietfuio em contEto de venda com reserva de domÍnio. 111
4.2 Preservação da e.r;",",... ,......-". ._....
80
5.3.2.4 Proprietário ou promitente vendedor de imóveis........,...,........ 112
5 Naturezâ.................. 81
5.3.2.5 Credor de adiantemento de contrsto de câmbio..........,.........._. 112
5.1 Atocomp1exo............,.......,,., 83 5.4 Créditos rurâis com recursos conüolados (Lei n. 4.829/64
- âÍts. 14 e 21) .......... 113
5.2 Naturezaprocessua.l............ 83 6 Julzo competenle......... r13
5.3 Naturezâ contratual..........__l 84 7 Petição iriciâl....,
114
5.4 Neturezâ dicotômicâ.............. 84 7.I RequisiLos formâis e esrruturais..,.................
i14
86 7.2 lnstruçâo,.......................
1r5
CapÍtulo 4
- Requerimento da recuperâção judicial....__..
7.2.1 Ás causâs dâ situação patritnoniâl e os motivos dâ crise êconômico-
87 -financeira ............,....,.............r.......,,.,..............,..............,.,.,,.............,............,..... tl5
12 CUFSO DE DIBEITO EMPÂES'1I3IAL
S UMÁRIO 13

7.22 Documentação conÉbil.-..__-._............,........


rL6 t47
7.2.3 Docurnentos do legistro do comérciô.............................,... CapÍfflo 6 - ÂdDinl6trâdo! iudL141............. .. .

7.2.4 Certidôes dos cartóÍios de plotestos .......,.....,. 119 1 Noçóer geràis.,.. 14?

119 148
7.2.5 Relaçào de credores.....
7.2,6 Relação de empregados e seus créditôs 120 3 A escolha do administEdor judiciâl 149

Relaçâo de bens dos administradorês.


121 3.1 Preferênciâ por quahâcaçào técnica.. 149

7.2.8 Relâção de prccessos...


e dos conttoladores........,,....
122 3.2 Idoneidade ...... 150

7.2.9 Contas bâncáriâs e epücâçóe§


3.3 lmpârciaLidade 151
...........,..
7.2.10 Relatório detâihado dopassivo
124 3.4 Confiâbilidâde.......,........,... 152
fisca1.r..,............._-
7.2.11 Relação de bens do ativo nâo
124 4 Nomeeçáo 153
circulante
8 Análise da petição iniciâ.I pelo juiz.......,.......,_.-,,..._. 124 5 Reclamaçáo contla a nomeaçâo 153

12.5 5.1 Ampla defesa e contraditólo I


9 Coostatâçâo préüa......
126 155
10 Efeitos do ejujzamento do pedido-....*_*.._-_
10.1 Restriçào dâ
127 5.3 Acolhimento da reclamação 1s6
dispo büdâde soble bens do ativo não circulante..
10.2 Funciom.rrento do conselho ff6cal
127 6 lnvestidura do edminisüâdo! judiciel t57
nas cornpânfu as abettas.,,................. 158
128
10.3 Proibiçáo da distribuição de Iucros.......
128 158
11 Desistêftia
12 Conciliaçôes e mediaçôes.....................,,
128 7.2 Prestação e Íecebimento de informaçóes i59
t29 7,3 Atribuiçôes relacionâdes à assembleiâ gêaÂl dê credores ,... 160

Capítulo s - Decisão de processamêÍrto da


recuperação iudiclal..
7.4 ÀtÍibuiÇôes ligadas âo comitê de credores.......,.....,,.,.., ..... .. 161
10 processâmento da recupeIâção judicial 131 161
2 Naturezâ do atojudicial qüe determjna 131
7.6 Fiscalizaçâo do devedor em recuPeração judicial e Sestão Ptovisória dos negó-
o processamento
3 Conteúdo e eÍeitos da decisâo
131 cios,,..,,.,,.,,....,.......,,...,.,.. 161

3,1 Nomeaçáo do administrador judicial.......... 133 7.7Âdministraçeoeüquidaçãodamassafalidâ,..,....'.,.,.........''..''....., r63

3.2 Dispensadecertidóes..................................._ 134 7.8 Àbertura de correspondências 164

3.3 Suspensâo de execuções contrâ o devedot 134 7.9 Investigaçáo dor alos do fâl.ido 165

ti de âpreeÍrsâo e constrição de
bens do deve dor..
combinada com a s uspensáo de âtos

134
7.10 Presteçóes de contas e reletórios da administraçáo................. t65
166
7.11 Manífêstâções e âÇáo penal subsidiáriâ.
3.3,2 136
Exceções I Remunereçáo.... 167
137
3.3.2.1 Àçóes que demandem quantias
ilíquidas.........
9 Substituiçào
137 t69
3.3.2.2 Execuções fiscais
138
3.3.2.3 Açóes dos oLltros credores não 9,2 Remunerâção.... 170
suieitos à recupeaâçáo..,,........ 139
3.3.2,4 Áçóe6 sem efeltos pâkimoniâjs
econômicos..
10 Destituição 17t
3.4 Contâsmensâis...... 139
10.1 Hipótesesde destituiçáo................ 171

3.5 Intimâçáo do Ministélio público e das fazendas 139


10.2 Decisão judici4l................. 172
públicas........................,.
3.6 Suspensão daprescrição..,...,,,....,......... 140
10.3 Prestaçáo de contas...................... \73
3.7 Eorça etÉti,â do julzo recupeúcional......... 141 10.4 Remuneração..... 174

4 Publicidâde 141 11 Responsabiüdadecivil \74


145 11.1 Açàoderesponsabilidâde................................ .. \75
14 CUNSO DE DIAEITO EMPNESABIAL

SU to 5

112 Re6ponsâbilidede por oIntusão _._..


176
3.2.4 Qualquercredor....,...... 208
Capítulo 7 - Medísstâçâo ê represeDtaçío do, credoreg 3.3 Obieto 2ú
1 Os credores na falência e ne recuperàçâo LN
3.4 Competência,...
iudiciâl 209
2 Á$embleia geral de credores.,,,......... 177
3.5 Petiçâo inicial 210
2.1 Participantes
3.6 Procedimento
178 211
2.2 Competência......
3.7 Decisão
180

181
3.8 Recurso.,.................... 213

182
3.9 Desistênciâ................ 214

183
4 lmpugnaçôes â favor do crédito (reclâftaçóes do credor)..... 2t4
183
4.1 lrnpugnaçáo para inclusâo do crédito.. 214
2.5.2 Classes para apreciação do plano
de recuperação judicial 4.2 lmpugnâção quanto ao valor ou classi.âcaçáo do crédito.................,..
184 215
253 Clâsses pa-râ constituiÉo e deiçào
do comitê dê credores 43 Conpetência, procedimento decisão
185 e 276
25.4 Discussóes e alteraçóes no quadro
de credores--__ 186 217
2.6 lNElidades
6 C.éditos fezendários 218
3 Comitê de credores
187
7 Créditos trabâlhistas 220
188
3.1 Composiçâo
189
8 Áçóe6 em trâmite.............,........................................... 2il
3.2 Constituiçáo 9 Consolidação do quadro geral de credo(es,.................................... 221
3.3 Eleiçáo dos inembros t90
10 Alteraçôes do quadro geral de credores 222
3.4 Investidura e funcionamento do comitê 10.1 lncluseo no quadro gerÂl de crcdores..... 222
193
3,5 Competência. 10.2 Retiíiceção do quâdto geral de credores
194
3.6 Remuneração. 10.2,1 Legitimidade ativa.............,..........,..........
197
3.7 Substituição e destitüição do6 membros Í0.2.2 Fundameltos,
3.8 Responsabilidâde civil..,... t97
10.2.3 Competência............ 225
t97
10.2.4 Procedimento 226
Capítulo 8 - Vef,ificaçâo de crédito§.......,
1 199 226
ldentiffcaçâo dos credo tes nos processos
de falência e recuperação 10.2,6 Pagamento do crédito questionado 227
2 Fase a&nidsl"ati
iudicia1.........,........_ 1,99
11 Credores particulares do sócio de responsabilidâde llirnitadâ....
2.1 Lista dê credores 199

2.2 Habiliraçóe§........ 207


202
Capítulo 9 - Plano de tecuperação iudicia1.................... 229
2.3 Divegências ...... Elaboração do plâno de recuperação judicial.
205
2.4 Relaçãodecredores.................--...---. 2 Xlementos do plâno de recup eraçáo j udiciaI........................ 229
206
3 Impugnâções contra crédltos que
constam da relaçâo
2.1 Laudos econômico-finanieiro e de avaliâção de bens................. 230
3.1 Pmzo...
207
2.2 Demonstração d€ üâbilidade económica 230
3.2 Legtimidâde 2.3 Meios de recuperaçáo
207
3.2.1 Miniltéliopúblico;.... 3 Exemplosdemeiosderecuperação...................... 231
207
3.2.2 Comitê de Credorer........................ 3.1 Medidasfinanceirâs......--..-...-..-. 232
208
3.2.3 Devedor ou seus 6ócios,...,.
208
16 i' cuaso oe orarno EMpREsÂRrÁL

SuMÁÂro : 17
Incorporâçâo, filsâo e cisáo...................
3.2.2.t Intervenção do CADE -234 2.2,1 Retomada ou extinção das açôes sujpensâs contie
o devedor .................. 269
3.2.3 Capitâlização de dJüda§ 2U
270
3.3 Medidâs referentes à gestão do devedor_............................. 2.3 Folmâção de dhrlo executivo iudiciâl
271
3.4 Medidas pam captação de 2.4 Alienâção de ffliais e unidades produtivas ................
recursos..................
236 271
Traruferência da atiüdade 2.4.1 Forha de alienação..,...
4 LimitâçÕes ao plano..... 2.4.2 Responsabilidadedoadquirente
273
4.1 C!éditos trabalfustâs e de âcidente 238 3 Cumprimenro de recuperaçáo..............................
de ftabalho
4.2 Garaltiâs reais 238 3.1 PerÍodo de ob6ervaçáp........................ ..................
275
4.3 Variaçàocambia1.................................... 3.2 Medidas posteliores ao pe!Íodo de observaçáo
277
5 Âplesenteção do pleno
de recupeEção jüdiciáI............_.-...........
2& 4 Relaçôes iuídicas do devedor nascidas durante a.ecuperâção
iudiciâl 278
5.1 Ap.esentação pel 244 4.1 Obrigaçõ€s corfâldâs dulante a lecuperação
iudiciâl -...._*...... 278
5.2 Âpresentação do plano altehâüvo pelos 4l Flnanciamellto do devedor durante a recuperação
credores..-.... iudicial..-__
242 ErtinÉo do plocesso de reclrperação
CapÍtulo lO i[dicial. 281
Aprecieçâo do plâ-Íro de
- recüperÂção iudicia.l. 6
1 Manifestação doa 2M
"r"dor"" "o
bre o plano ap.esentâdo pe.lo
devedor.._... 6.1 Âbrârgência......
1.1 ÁprovaÇâo tácitâ 244 283
6,2 Hipóteses legai6
1.2 Objeção.................,.,... 244 284
6.2.1 Condenaçâo criminal deff nitiva..............................
2 Aúlise do plano pélâ âssembleia 245 284
do§ credores lndÍcios veementes de cximes Íâlimenteres..,.,.....
2.1 Fase de discus6áo: 245 285
âlterâçóes no plano de recuperaçâo 6.2.3 Dolo, sirDt ação ou ftâude em face dos credores
2.2 Easê de votâçeo do plano,................. 247 285

2.2.1 Aproraçáo do plano de recuperaçào. 247 286


6.2.5 Despe6as injustificáveis ....,,.....................,.........,...........
i 2.2.2 Ápro\êçâo aternãdva do plano 247
6.2.6
28?
de re
2,2.3 Adesão ao plano...,............_.......... 250
6.2.7
287

2.2.4 Reieição do plano... 6.2.8


288
Limites da etuação 252 28A
iurisdicional..........._....... 6.2.9 Previsâo do plano de recuperaçáo
3.1 Teoria do voto abusivo......... 289
6.2.10 Omissao na prestação de contes mensais
3.2 Cturn down,..,,... 254 289

3.2.1 Á expêriência dos Estedos ljnidos. '255 289


6.4 Substituição...........
3.2.2 Áplicabilidade Âo BIasil....... 255
6.4.1 Substituição
290
do empresário indiyidual,...............,.
3.3 Critério tetrafási"" O" 256 290
"rr"Or.;;;;:;;; ....'..,,'.....,,.......,''..,'...''....,.'.
6.4.2 Substituição do administmdor de sociedade .......
258 291
Capitulo 1l - Co[cessão 7 Convolâção em fâlência.
e cumptiÍnento dê re. uperação judicial........ 292
1 ÂPresentaçáo de ce{idoes ,.','.',,...,....,.,.'.. 259
negatilas de débitos tributários................,........ Capltulo 12 - Recuperação)udiclal especial........,,.....,.......,............
1,1 Não âpresentaçâo das
certidôes..
.....'',...',..''...,.'' 259 I Noçóes gemis
295
2 Concessáo dâ recupeEçâo 260 295
iudicial
2.1 Mnct açáo de todos os credores ..,............ 264
2.1 Devedor empresário enquadrado como ME ou
296
............ Epp e produtot rural pessoa fÍrica...
2.2 Novação,........... _- -., ". -..,, 265 296
2.2 Créditosabrangidos.
,...''...,',,,...,..'' 266 298
3 Pedido e processamento
298
1B CUHSO DE OIAEITO EMPBESAAAL
Su[,1ÁF] I
4 PlÂno especiâl de tecupereção
299 3.1 Exclusâo absoluta 332
5
300 3.2 Erdusão relâti!â 333

C.pítulo 13 - Rêcuperaçâo exkeiudtclal.,,.


303
1 Noç6es gerâi5.... 4,1 Morte do empresário indiüdual 335
I 303
4.2 Encerramento des atiüdede§.....,....,......... 336
I 304
N4
4.3 Liquidaçáo da sociedede enônirÍra 338
2.2 Créditos abrargidos...,...................................,...
305
3 Modalidades 61 c.píh,lo 16 - lnsolvênclÊ 340
306 1 A insolvêncie 34
I
306 2 SisteÍnas de presunçáo de lnrokência.. 340
97 21 Sistemâdopatrimôílodeficiúrio...........-- 34
I w 2: SisteÍna da lncapâcidade de pagar--.......- 341
w 23 Sisteme d c€$aÉo de pagaraedo6 -....... 341
3r0 24 Siçeroa da imponu.ralidade -.*--.. 342
311
2.5 Sistema da enumeração legel 342
313
3 A insolvêncie no sistema brâsileiro 342
314 3.1 Confissáo do devedor 342
C.pltulo 14 - Fdênch....r...................................._............ 3.2 Impontualidâde inJustficâda................... 343
G\ 1 Noções gerâis
316
316 3,2.1 Inadimplêncie 343
I
317 3,2,2 DÍvida llquidâ constante de útulo execuüvo 3M
I
3 Fases da falência 3.2.3 Vâlor superior â 4lO salá os rnlnimos..................................
319
3.1 Fase pré-fâlidentar....................................
3,2.4 P.o!.a da impontua.lidade 34s
319
3.2 Fase fâlimenter. 3.3 Execução Êustrada. 347
319
3,3 Fase pós.falimentar.....,.....,,.,......,......,................
3.4 Atos de falência 351
320
320 3.4.1 Liquidaçãoprecipitâdâ 351
322 3.4.2 Utilizâçáo de meio6 ruinosos ou ftaudulentos 352
5.I lguâldâde entre os.íedores...............
3.4.3 Íntençâo de fr-audar credores ou reterdar pagamêntos....-..............,...........
323 353

323 3,4.4 Trespasseirregüler 3s4


324 3.4.5 Simulâçào da tlansferência do principal estab€Iecimento.......................... 355
6 Pressupostos de instauração da falêÍrcia
3.4.6 Outorgaou reÍorçode8arantie...........................
324
3.4.7 Abandono deestâbelêcimento.......................... 358
b& Capítulo
I
15 - LegitiÍúdade passlva especí6ca...
Falência como reEime especial
327 3,48 Dêscumprimento de obrigação âÂrumide no plano de recuperação iudicial... 359
327
3.5 Reconhecimento de processo estrangeiro princlpâI........................ 360
328
2.1 Situeçóesespeciais
329
A Y Capííno V- Decretação judicial da felêncla 361
330 361
330 I
3:lI
lr
t,,
Ir
t, 20 CUNSO OE DIBEITO EMPSESABIAL
t,
I
i SUMÁRlo 21
I
3.1 Legitihidedê,.,,..
I 3.2 Pedido .%3 5.1.5 Continuâção dos negócios e lacrÀção do estabelêcimento................,........
395
I
3,3 365 5.2 Publicidadê.
ProcediÍneÀto.,..
396
I 5.3
4 Pêdido de frlênciâ ........ R€cursos
396
l 4.1 368 Natureza
Legitimldâde ativa
397
368
i 4.1.1 Qualquer credor
i 368 b
( Cepatlllo tE -
Êfultos dâ fa-lência quarto à pecsoa do fâlido
4.1.1.1 Créditosüncendos 401
I 368
1 Quem é consid€râdo falido?
4.1.,1.2 Credorempresário. 401
369 1.1 Sóclos de responsâbiüdâde ilirnitedâ......... ,$l
4.1.1.3 Credor domiciliado fora do Brasil.
I
369 1.2 Empresário indireto.-......................................,....
4.1,1.4 Credores.ffscais...............,... 403
370 2 Atribuição de respoísabilidades terceiros na fâlência
4,L.2 Herdeiros, inventariante
a
&4
e côniuge soblevivente
371 2.1 Desconsideraçáo da personalidade
iurldica no processo fa.llmeotar .,.._.......-..,.....
4.1.3 Sócios ou acionistas * 22 AplicaÉo pÍocessual da desconsideração no processo
40s
4.2 luizo competenG fâ.li6eota! ,108
4.3 DesFôo inicial 374 23 Quem pode 3er atingido pele desconsiderÀçáo? ..-____.__._ lot}
e citâçáo ..._*_..,.,
375 3 Efeitos da falênciâ quánto à p€ssoâ
do fâlido ...-.......,......................,
410
3?6 3.1 Inâbiütaçãoeínp!esâria1...........
410
376 3.2 Câpacidade processual do Íalido.............
412
378 3.3 Sigilo decorrespondéncia.........................,,......,..
413
4.4.4 380 3.4 Obrigâçóes dofâIido............,.....-----.---.._-
Inércia..,....,..........,...,.....,.........__ 4r4
4.5 Concilieção,saneamentoeiGtrução........ 381 3,4.1 Telmo dê comparecimento nos sutos
4t4
4.6 Decisão do pedido de falência
382 3.4,2 Entrega de bens, livros, papéis e documentos .....,........,,
4r6
4.6.1 383 3,4.3 Restrições à liberdade de locomoçáo....,.............
Deregaçâo do pedtdo 417
383 3.4,4 Compârecimento aos âtoi da fâlência e mânifestaçôes...........................-
4.6.1.flDdenizâçâo de danos causados 418
ao devedor
384 3.4,5 Prestaçáo de inforrnaçôês € lista de credores.....
4.6.L.2 Indenizaçào de danos causados 419
4,6.2 Decisão de decretação da falênci
a terceüos . 386 3.4.6 AuxÍüoâoadrninistradorjudicial.,,...-...............
420
Decretaçâo judiciâl dâ íalên.ie.....,..,...................... 387 3.4,7 Descumplihento dâs obrigaçôes ........,,............
420
387 3.5 Direitos do falido
421
5.1.1
3.6 Dissoluçãodasociedadefâ1ida................
Síntese do pedido, identific açâo 422
do fâlido e dos administradorês da
sociedade fúda....,................,..
5.1.2
387 f6 CapttUo ff - efeitos dâ fatência qoaato tu obrlgeçóB do fa.lido.
Termo legal............................,..... 424
388
I Introduçáo
5.1,3 Continuâçâo do processo 424
--.----_--.-_..,. 391
I
2
5.1.3.1 Proúdências para a Íormeçào da 425
masse de c.edores ....,........,. 3 Conve6áo cambial.....
391
5,1.3.2 Proüdênciâs relacionadas 42?
À massa fá_lidâ objetiva........-._-.-_
393 4 Suspensâo condicional da exigibilidade
dos iuros posteriores à íalência
5.1.3.3 Suspensão das execuçôes, dos 427
atos de apreensão econstritivos
e da prescriçáo conüa o devedor...,.,,,,,..,.,,.....,,., 428
393
5.1.3.4 ótgáos no processo de falência 429
393 5 Formeção do iuÍzo universâl
5.f.3.5 Comuniceçóes e diligências adi
cionai§,..............,.........,.....,......
e indivisÍvê1........
430
394
5.1.4 Prisâo preventiva...,,...,...........,.....
430
394 5.2 Àçóestrabalhistas........
431
)') CUBSO DÊ DIREITO EÍ\,4PFESÁRIA 23
SUMÁBto

ú2
t3l
463
431 6
432
ú3
464
433 8
5.7 Açóes que demaodam q uantias ilíquidâs com
litisconsórcio entre â Eazeída 9
46s
PúblicaeaMassa Ealidâ. 465
434 10
435 ll 66
Suspensáo das execuçôes.........,.............................
435 t2 Àcordos pâla compensaçáo e liquidâçáo no si§temâ finenceiro " M7
6.1 Âçôes que demandem quantias illquidas ,168
436 13 outros colrtr4to6.........
6.2 Execuçóes fscái8.,........,,........,......,......__.......... 68
436 13.1 Aberàrra de c!édito.....,...........-.---------.
6.3 Execuçôes com h.sta púbuca iá deaignada ,168
4fi 13.2 Seguto.-..*.-
6.4 Açóes sem conteúdo eco[ômico,................__......:................._._ 469
133 ÀilnaÉo f,duciád em güantia.-.--........--
7 Suspe!§ão dÁ presciÉo-_- ao
43? 13,4 Lattng
8 Suspênsão do dileÍto de letirade e do recêbimento
do valor das quotes ou â@es*__. 470
439 135 Franquia-*-
8.1 Dileito de rerireda......_,._..._,............._...... 47t
439 13.6 Fdctoring..,........,
8.2 Pagâmento aos sócio6 ou acionistas
Suspensáo do direito de rctenção,.....,,,..............
.'"."'."'...'."."."".".".. w - de recebÍvetu......................
13.7 Secudtização 473

441 474
l0 Compênssção das obrigaçôes do falido
42 475
10.1 Requisitos da cornpeÂsação na falência ...
443
C.pítu.lo 21 - Ef.itos b.ú do falido '
da falência quarto aoí " 476

10.3 Reconhecimênto da compensação...._......


446
@ I Submissâo dos ben§ do felido ao Processo: íormâção da ma§sa falida obiêtiva " 476

lo.4 Sâldosôâncários e compens:rÉo............. 1.1 Beos ebsolutâmente lmpeúoráv€is " '


46 479
1.2 PatrimônioB de afetação,........-,------.
Copltulo 20 -Efeltos da falência quarto aos conuatos do Íúdo " 481
Ll falldo 49 2 Privaçâo dos poderês de adminirEâÉo e dispo§ição sobre os bens do '
I A falência e os conratos do fâ.Iido...........
M9
2 Contrâtosblletereis:regmgera1............. Câpítulo 22 - A fâse faliúentar do PÍoceaso......
483
49
2.1 Decisâo pelâ r€solução do coÍrtrato...... 1 Inicio da fase falimentar 483
450
451
2 ÀpuraçeodoPâ§etvo.-....................-------- 483

452
2.I Fa6eâd-rniJristrâtiv"a
484

2.4 lndenizaçào pelo não cumprilnento.._..... 2.2 Fasê contencio§â e quadro geral de credore§...........,... . --__-_ 484
453
2.5 Cláusulâ resolutóliâ expressa.....,.,.... 3 ApuEção do ativo 485
455 486
456
4 Contratos de compm e vendâ 5 Pâgamento do Pas§ivo ...... ,. .... ....-,--. ----.---------,-: - ---'- - 486
457
457 487
Cepltulo 23 - Apulsção do ativo .....
458 I Arrêcadação dos bens,livros e documeotos do dêvedor" - ' 487
4.3 Venda para pagâmento em prestaçóes.. 488
459
4,4 Comprâ e venda com aeservâ de domínio...........................,..........
ffi 488
4.5 Vendas a termo.
461 1.3 Não submissão à arrecadaçáo 490
t CI.JBSO O€ DIBEITO EMPBESAFIAL
I
I
SurúÁnro 25
I
I 2 Inventário e evaliaçâo dos bêÍrs, lfi.ros e documentos affecadados_.
.491
- Pedido de Í€sütulçÃo
L

I 3 Guarda e conservaçáo da massa falida.......,.... CápÍtulo 25 e embargos de têrceiro...............


I 492 525
52s
3,2 Produçâo de !enda com os bens araecadados ........................

I 525
493
3.3 Possibiiidade de venda imediatâ............
526
494
4 Ação de responsabllidade..........................,........
496 2,1.L.1
4.1 Câbimênto da âção contra os sócios de responsabilidade
limjtada
ÀieÍraçâo fiduciárie em garantia..,........-....-.,...----_ -:.-
498
l
4.t.t Responsabüdade dos sócios de sociedade
iimiteda
2.1,1.2
52!7
498
4.1.2 Responsabilidade dos acionistas da sociedade
aíôniIna
2.1.1.3
s28
I 498
4.2 Rcsponsebiüdadê docontlolador.......... 2.1.1.4
529
4.3 Responsabilidade dos adninicmdores............,;.................,.....,....,....,...
499 2.1.2 Pedido de restituiçáo especiâI...-..................,......,.....
530
501 Pedido de restituição êm dlaheiro_...................
532
Capítulo 24 - IÀeficáciâ dos.toi p.àticadod pelo falido 2.1.3.1
503
Sucedâneo do pedido de restituiçáo gê!el..- 532
Ine6ácia dos atos preticsdos pelo fãlido..*. AdiantÀneÍúo dê contlsto
503 de câmbio._-...__.*_*... 533
2 lne6cácie obieti!? 2.1.3.3 Velores gestos por terceiros de boa-fé em atos
504 declarados
2.1 Cabimento..........
505
2,1.1 Atos pmticados dêntro do termo legal,............,......... 2.1.3.4 Dinheiro ern poder do falido sobre o qual el€ nâo tenhâ
dis-
505 ponibilidâde.............
2,1,1..1 Pagâmentoantecipado 533
2,1.1,2 506 2.2 Procedimento...
Pagamento por meios diveEos..
2.1,1.3 Instituição ou reforço degãrentia reâl
s01 2.3 Decisào, recurso ecumprimento.,,....__.......,..........._....
s36
508 3 Embargos de tercejro
2.1,2 Âtos pÉticados no6 dois anos anteriores
à falênciâ......................
.
538
509
2.1.2.1 Atos e ítulo g!âhrito.. Câpítulo 26
510 - Realizaçito do ativo............_.....
2.1.2.2 ReÍlúncia à herança ou legado 1 Alienaçáo da massa felidâ
540
512
2,1.3 Tl€rpâsseineâca2........ 2 Formes de alienaçáo
540
512
2.1.4 Registrosimobiliários 3 Modalidade ordináriâ de âlienâçâor Ieilão...................................
541
513
2-1.5 Reembolso de açôes 4 Modelidadês altemâtivas de alienação
542
515
2,2 Declaraçâo judicial de ineficácia..... 543
515 543
516
4.2 Decisão doiuiz.
545
5r6
5 Liqüdaçâo surnáriâ: adiudicação e venda dir€tâ aos credores.
2.2.3 Á decisão declaratória de ineficácia 6 54
Vendâ imediâta
517
2.2,4 Recur6o,.......,.............,............,..., 7 Ausência de sucelsáo dos adquirentes.
547
517
3 In€ficáciasubietivá...............................................
8 Impugnaçôes
54t]
518
3.1 Câbimento.. 550
519
3.2 Legitirnidade e coÍhpetência.,...........,...... CapÍtulo 27 - pagamento do p.ssiyo..........................
520 551
3-3 Ptazo..-........---.- A ordem de pagâmento
52t 551
3.4 Prccessamento, decisáo e recurso,.......,... 2
553
2.1 Créditos pdoritários (Lei n. 11.101/2OOS _ art.
84, I-Â c. c. arts. 1 50 e 151).......
523 5s3
5 Secudtização de recebíveis.........,........,.......,.........,. 2.2 Financiamentos ao devedor em recuperação
iudiciaI...,......,,,,.......... 555
2.3 Pedidos de restituiçâo em dinheito_.....
555
CUNSO OE DIFErIO EMPAESAAF.L
SUMÁFro 27

2.4 Âdministrador iudicial, seus auxiliares, membros


do cohitê empregados da
mâ§sâ..................,............ - 582
5
2.5 Negócios frmedo6 pêlo devedor dur.nt€ a recupêraçâo judicial............................ 582
556
2.6 Quântias fornecidâs pelos credores 2.8 Hâbilitaçào ilegal de c.édito 583
2.7 Despesas do plocesso de falência........... 2.9 Êxerclclo lleSâl de atiüdâde 584
557
2.8 Custas dâs açóes em que a tnassa Íalidâ seiâ vencida 2.10 \{olação de impedimento 58i
2.9 Outras dÍvidas da massa falida.......... 2.11 Omissão dos documentos contábeis obrigâtório§........................, 585
558
Condição obietivâ de punibüdade 585
558
3.1 Créditos decoÍrentes da legislaçâo do trúa.lho
ãté I 50 sãlários mÍnimos
4 586
decorrentes de acidente de trabalho....................... e c!éditos
5 586
558
3l.l Equiparedos.......,.......... 6 588
560
3.1.2 Honorários de profissionâij liberÀis. 7 588
56r
32 Créditos coo gaÍaÀtia real.....--_-.......----
8 Procedimento.-.
s62 590
3.3 CÉditostriburários__..........--._-_.......... I Efeitor da s€ntença condeÍutória.-...........---
s62 591
3.4 Créditosquirog!ãIário6 IO Desobediência íá.[imenta!
564 592
3.5 Multas
s64
Capítülo 30 - Reglmes especials de enÍtêntâmento de crlrêi......... 594
565 1 Necessidade de regimes especiâis ...........
4 Realizaçáo dos pagamentos.....................,........... 594
5 Reservas de valoies.....
565 2 Regimes especiais para institulçó€s ânanceirâs.................................... 594
566 2.1 Intervenção,...... s95
CÊPítulo 28 -Encerramento do processo e extinção
das obrigaçôe§ 596
I Fim do processo falimenter s69
2.1.2 Efeitos dâ intervençâo
569 596

9 59?
1.2 Relatório ânâ1....
571 597
1,3 Sentença deencerremento..,,.,....,,,.,.........,........ __ 598
571
2.3 Liquidàçâo extrajudiciaI...................,...................... 599

572
2.3.1 Decretação 600
2.2 Dedaração da extinçáo dâs obrigaçÕes
2.3.2 Efeitos
574 600
2.3 ExtinÉo dos crédjtos extreconcur6âis.
576 @2
3 Disrolução da sociedade falida
2.3.4 Procedimento da üquidação..........,.....
576 603

Capítulo 29 - Das dispostçóel penair 2.3.4.1 Veriâcaçào de créditos................. 603


em matéria de falência e recuperação
I Crimes falimentares
de empresas,.,. 577 2,3,4.2 Reâlização do âúvo e pagamento do pâssivo.... 605

2 Doscrimesemespécie............................ 2.3.5 Encerrâmentodâliqúdação............................,.. 605

2.I Ftâude a credore§ 57A 2.4 Responsabilidadecivildosex-administredores 605

2.2 Violaçáo de sígilo elnpresa.iel......,..............,..........,,.. 578 2.4.1 Natureza 606

2.3 Divulgaçâo deinformaçôes fâ1sas........,,, 579 2.4.2 Apuraçáodaresponsabilidâde. 608

2.4 Induçâo a erro... 580 2.4.3 lndisponibilidade de bêns.... .. ...-. 609

2.5 Fâvorecihento de credo.€s 581 2.5 Responsabilizâção dos co ntroladores... 61.0


58r 3 Seguradoras 610
28 j cuaso oe ora:rro ÊMpFEsaÂraL

4 Operadorâs
de plaro! de 6âúde
5 Entidedes de previdêncta
cornplementâr .613
6
o
Y^)'u Nltns \xt
Âviaçáo coÍnerciáI.....,.,...........,......,.......... 614
7 Concessionárias de
energia elétricâ.
j
Capítulo 3l - lnsolvência trân6nacional
ln6olvência transnacionâl_
616
t
l,t/\ {,0*,
ffiffi
619
619 Lu,,(,.
1.2
2
3
Conceitos fundamentais..........,...

Reconhecimento do pro
619
621 I stú, " íp
ce6so estrangeiro 623
4 Medidâs de assi6tênciâ
, - .-.. ,l
623
recuperação extrajudicial,
4.) Suspensão des execuçóes, 624 de crises,
da p.escliÇâo e das
do devedor m edidas lelatives eo petrtrônio
recentes precedentes sobre â matéria.
R6trição disponibüdedê de bers
à 625
do ativo do devedor........_..
,t..1
Ádhinistraçào, reüzaçáo
e destinaÇáo do ativo do devedor....
4.4 Produção de provas 626
,...,.....
4.5 IneÍicácia dos aros do 626
6r,:l
devedor.........,..
5 Cooperação com aütoridâdes 626
e representantes
6 Processos concorre,ntes......,....,..... 626
627
ReJeré nc ia s..,.......,..

629

l
)"
I
i*u'
I

Trata-se de uma me-


Lei n.

mesmo modo, é feito o tratamento


da
medida com o mesmo objetivo.
Tais meios de solução das crises
não sâo garantias da sua superaçâo, mas
apena§

não há

,*
30 CUESO OE OIBEITO EMPÂESABIAL

é essencial o estudo do processo de falência,


desde a sua con-ffguraçáo (pressupostos),
fiilfíffi:ff §.":",1ft ;::ff*'jl1 :hlimentares' tiqffi ão-"rãu* a",,â,í
l'"""ai-""topoisa"sua
tamente a conduta previsão inÍluencia dire-
dos----*s"rmes
É mantida a estrutura básica
do Iivro , que parte do estudo
para apresentar as medidas das crises das empresas,
de enfrentamento s
ão da ad e - lecu ma-
e extr udicial
inviável -
- se aemb li uidação
. Todo o texto foi atualizado com
rências das alteraçõe s da as
Lei l1.l0l/ 2005, acordo com a Lei n. t4.I12l2O2O, que
trarâo em vigor, logo no início en-
de 2021, que trata de questões
regime do direito das empresa§ bem irnportantes para o
em cri6e, trazendo grandes novidades
em toda as partes
da lei. Também sâo induÍdos
os mais novos precedenles sobre O DTRET.ÍO DAS EMPRESAS EM GRISE
a legislaçào de maneira
a compatibilizá-la coni os princípios
â matéria que interpretarn
fundamentais da aüvidade
1
econômica

O autor I A empresa em crise


 empresa representa, iuridicamente, uma atividade econômica organizada para a
produçâo ou circulação de bens ou servíços Pâra o mercado. Ela representa a maior
parte das atividades que fazem parte da economia moderna e delimita o ânibito de atua-
diversos atos
çáo do dileito empresarial. Este, ao disciplinar a aüvidade empresarial e os
nos quais ela se concretiza, disciplina também a empresa em crise.
A atividade empresalial, como um todo, gera uma §érie de dificuldades para quem
a exerce, seja na busca de novos mercados, seja na manutenção da clientela, em suma,
rtas exigências que a atividade imPôe no dia a diat, Ess.as dificuldades, natumi§ no exer-
cício da empresa, podem acabar culminando em cÍises dos mai§ diversos tipos, que
podem advir de fatores alheios ao empresfuio (sujeito que exerce a emPresa), ma§ também
podem se originar de caracterGücâs intrínsecas a sua âtuação. Elas podem significar uma
deterioração das condiçóes econômicas da atividade, bem como uma dificutdade de
oldem financeira pâra o seu prosseguimento.
Às consequências que tais crises podem ter nos interesses do empresário, dos em-
pregados, do fisco, da comunidade e dos credores geram um certo grau de PreocuPação,
ensejando inclusive â existência de normas esPecÍficas sobre a empresa em crise. Para
I
estudar essas normas, é oportuno conhecer os diversos tipos de crise pelos quais a em-
presa pode passar, bem como as respostas estatais e do mercado a essas crises.

L PIMENTA, Eduârdo Govla . Recuperuçito de empreví Sào Palrlo: tOB, 2006, p. 70


32 i CUBSO DE OIBE]TO EMPNESABIAL
! O orserto oes çuentsns eu cnrse
2 Crise de rigidez

. A crise de rigidez ocorre ouando e âriwirôr- não 4 Crise econômica


demonstrando uma in."p".idgis -:^ -- r
se adaPta ao ambiente externo,
4.d-o- 1-atividade
nomia moderna exise
para a.atividade empresaria.l,
;;;ffi ;;:i:, :,:; üi::","i:il*il::::*il:,;l:i.iH*:
"-..*
A crise econômica
tular da empresa, Em
é "a retraçâo considerável nos negócios desenvolvidos"ó pelo ti-
outras pa.lavras, a atiüdade tem rendimentos menores do que seus
inclusive g.r"çao a. ,ou". .rir'"..
Ela tem origem normalmente
a " custos, isto é, trabalha no prefuÍzo. Ela, a princípio, só interessa ao próprio empresário,
_ e tausas externas ao emPresário, porém, seus desdobramentos podem gerar outras crises que afetam outros sujeitos.
evoluçâo tecnolZgi;;;ffi'nj'.",:T esPecialmente a
Assim sendo, a princÍPio, tal crise não ense.iaria, por si só, respostas do Estado ou do
p,o."di-.nto,, to?n-Jnil;:#;::: j;..fr.r:":,,o:;iili,lT,i::il.Ji
;#ff1:,:j mercadoT, contudo, s€us desdobramentos são preocupantes e, por isso, o me oe
d/*
i.ll"Itr'fi,:i.j[::J,"".1t.HÍ:T".r.r,ruo,". r""* riiÀl,ià",'à'u a.
nosso ordenamento iurÍdico iá oferecem respostas a essa crise. 1r-
prantas de produçào...1, "a"pt"çao
a.globalizaçâo (mudança'de í\ L/t"
-16*." aii.dlÍ:-",0t:o:t3t), I lí,
reo, sue.ras, ter.o.i.;;-;;;;:;:::f
"
:T flã::*: :ja.
mat+ias+,imas {nàtrã_
5 Crise íinanceira r
A crise financeira é 'â constalte incapâcidade de a empresa fazer frente às p
3 Críse de eficiência diüdas, com o§ lecursos financeiros à disposição"e. Trata-se de uma crise de Ii
gue inviabüza o pagamento dos compromissos do dia a dia. TaJ crise já é mais preocu-
De outro lado, as crises de efir
quando uma ou mais áreas
pante, na medi da em que a empresa em crise financeira tem dificuldade de manter os ,lt1
gestão empresarial oo.r"..o,n da
.""llLt11se-manifestam contmtos com fornecedores e com o sistema de crédito, atingindo terceiros que circun-
cia.lidadea, isto é:;"í;;.'rl.#j.J^"rmentos que não são compatÍveis com a sua poten_
0"" poderiam render' Esse déíicit no rendimento dam a atividade. Tal crise é a que gera mais preocupação no ámbito do direitá empresa-
erp.."do, prin.ipio:;;';'.;:
ilt rial, tendo em vista que a tutela do crédito é a justificaçâo fundamental desse ramo do
"
t"-uem, a.punaulà-o ;;;ffi iil,;i:1#lilTTi#llixXi,.::i}:xi o,,,", .,i,u" Direitoro.
Tal crise normalmente
,
d-essa
tem or.
crise está a es;;;r;;;;Jd']g,:T
em
causas internas Entre as causas
internas
a qual imPede a adequaçáo
çâo às expectativas d.r;il;;;:;:
"" Iovação'
ela Pode adlT r de problemas
da produ- 6 Crise patrimonial
com terceiros cliente5, nas relações
lssnsçs6..:m,disso,
n*o a..nt,"a" u,";;; de crédito, o que pode atrapalhar
fil,lXlll1;llstituiçôes ã Por fim, há a crise patrimonial, que represeota o patrimônio insuficiente para
arcar
com as dívidas, vale dizer, "a insuficiência de bens no atiyo para atender a satisfaçâo
adürde conflitospessoais entresócios.entre do
passivo"rr, isto é, trata-se da insolvência, em seu sentido maii econômico.
"..fiif,T::I:If,'.:,j*i".1"J:1":,se
é.posslvel que .[;;.;il;
gerando danos econômicos
à âtividade. Também necessariamente perniciosa, na medida em que pode decorrer de grandes
Tal crise não é
;;os' o"t oualificado (primeira causa de inefi-
investimentos
crencra produtiva, adminisüativa l"tto't'n,""tto realizados para expansão de um pârque industrial, cuios resultadà podem
ser mais que
pida mudança p"r" j"t1o-nlTt"):
".t11 da empresa (impede uma rá- suficientes para restabelecer o equi.tíbrio patrimonial. Apesar disso, tal crise pode geiar
.",en.i"ao Ji,tll,l ".-..01ri"."
;'r;Hil:Til::[T'.rr1f3:;]3,3ffi algumas preocupações, na medida em que pode aumentar o risco de crédito.
::r.3;;1"5.;;;;;;:

6. COELHO Fábio Ullroa, Cutso de diftito coneldial 8. ed. Sâo pâulo: Saíâivâ,2OOB, v 3, p.23I.
2. GARELLÁ. Mario.
7. GUGLIELMUCCÍ,Li\). Lczioní di dt ttoÍalltmeitdre. S, ed. Tor.tno: Giappicheui, 2004, p. 7.
polii Sisremâ Editororiâll ***r"/a stratesie e metodi per jl risanâmento
jlOaall,
,"rfi:::;!: dêlt,impresa. Na- !: ,,
po[: "."11".-tl
srstema tditorhli,
concodato strugiudizrak: straregie e metodiper it lisanamemo dell,impÍesÂ. Na-
2003, p. 19, traduçáo livle de ,,la perdurânte incâpâcità del],imprese di far ftonte ai
propri impegni con le ordinarie risorse Íinâoziarie a disposizionel
l;r, rilf"l*"T1|§; !'ríi{;Kr;'*,*r': st.lesie e hêtodi per ir risanamênto del,impresa.
Na-
4. Idem, p.9.
9. COELHq Fábio Ulhoâ.. Curso de direito comarcidr. 8. ed. Sáo paulor Saraiva, 2OOB, v. 3, p. 231.

5. Idem, p. 12-17.
10. AULETTÂ, Giuseppe. Limpresâ dâr codice di commercio del 1882 a rcodíce civire der tg4z rBB2-r 2
Cento anni dal Codice di Conmercío. Milanot ciuffrê, 1984, p. 81.
11. COELHO, EábÍo Ulhoa. Curso d.e díreito comercial.g. ed. Seo pad,o: Sâraive, 2008, v. 3, p. 232.
34 CUFSO DE OIBEITO EMPBESAA AL
O oraeno ons rupaesas Etrl cn's, i 3s
7 Solução das crises
crises, empreendedoÍes ou investidores eru<erguem na empresa em crise uma
Às crises sempre afetam os inte^resses de investimento âtraenter!. Tal investimento pode se dar de diversas formas,
do exercente da atividade, mas nem todas
n'"o' t'"u"tn"ào'""' a aquisiçâo de aúvos, o trespass€ de estabelecimento, a incorporaçâo de socieda_
i :íã'fr;:tj::::::',:'.'.:.fl'"tT'' 'i"'''a"a""'l Aqueras que
de, aaquisição de controle, entre outros mecanismos. Com esses investimentos, há uma
I
namentoiurÍdico,".",",;;;'iJ::*r':,1::fi :"1:ãHffi:ri:lt.rffi
aquelas que podem afetar interesses
cado
de,"."rr..
---- -- à.r"1".
-"u!,,qrrr gr""ãpi"o"rprçao
órétrqt PrE(
i:ffi
ao rnur_
; tga chance de que a crise seia superada, restabelecendo-se o bom andamentodos ne_
gócios, Tais soluçôes do mercado são regidas pelas normas inerentes ao negócio reâlii
e do aparato estatal, zado, náo hayendo um tratamento especial po! se tmtar de uma forma de superaçáo da
As crises de rigidez e de ine6ciência, crise da empresa.
embora releyantes, não chegam a suscitar,
I
si só, uma resposta do mercado por A soluçâo de mercado é a forma natural de superação das crises, mas depende da
c
,oruçao a"p",ia",;il.;;;".:';ffi ,f :H::,"r'fflff ll,,i.?"j;|il1j,liii,;;l atuaçâo das forças do mercado e'também da possibüdade econômica de realiàçâo dos
Todavia, caso er", inyestimentos. Em certos casos, o empresfuio, que passa pela crise, se recusa â permitir
lil1,j"1_":-d::r"
cnses, "*ação.
as quais, po! "a"'r"j.,n."rià.i"jr", olo"* g.r". r,ou., o ingresso de novos inyestidores, o que inúabiliza a solufão do mercado. Àpesar disso,
afetarem mais envoruidoi, exigem resposà ãã _t r""ao ou uo","i".
As outras crises são capazes de afetar nâo se pode afirmar que âs crises que não encontrâm solução no mercado são insuperá-
cupaçâo maior. Essas crises são
mais a*"""".;, oo.;;,
eirsejarn uma preo- veis. Diante da impossibüdade da sotução do mercado, o apaEto estatal oferece
a econômica, a finar".*'ã novas
existir isoladamente ou em coniunto que podem respostas a tais crises,
na ernp.u"". Cad" quJ "'pT"r"a"al,
ài, *" ànt
u_
com grande frequência a preseíça " Oao, _"" na
"." l..r"lir*i;.'
de m"t á"
As crises econômicas, financei
em que podem repre"""*
7.2 Soluções estatais
redução de empregos. Em "L"ài,Jr1liXo":'fl
:HffiT#iH::lllãllil: 1""f.Í#
a
outras paravra., .1", p.;;;;;;;;il"il)g"aor, Como visto, as crises da empresa sâo pelniciosas para a própria economia
n:.: que estâo ligaáos à.ati"ia"aà a.r"'rip"íili", .r"ao,ur, . de um
lllll]11" "
plopno empresário. Em razâo disso, nro""à,"noo o
paÍs e,por isso, o próprio aparato estatal deve fornecer meios de superação
dessas crises,
há uma grand" ;r";;õ;ç;;to "0"n".
do mercado para proteger a própria economia do pâÍs. Tais soluçóes estatais,
a princÍpio, terão lugar
quanto do Estado, havendo inclusive
uma sérieãe respástas.áioJãrl airportçao p"to apenas na impossibilidade de uso das soluçóes do mercador3.
nosso ordenamento
iurídico, Para superar as crises pelas quais passa a empresa, o ordenamento jurÍdico
A grande preocupaçào do direito empresarial " brasilei_
é com a crise finânceila, pois ela ro fornece duas soluções gerâis: a recuperação judicial e a re""p.r"çao
afetâ diretamente o mercado de crédito, á*t."rrãi.irl.i^
q,;. e f""ã.-";i"lffil e*ã..icio a", ambas as soluçôes gerais, há a atuação do poder
fudiciário, não como suyeito responsável
dades empresariais. Embora. claramentu, Á";" u-" p."o"up"iàà-.iJ. "tilri
."rr"ra" pela reestruturaçâo da atividade, mas como um suieito que
vai acompanhar a aplicação
j1,1isr-*tg1, e.."rto que as crises finrn."ir" p"t.i,noniãiiãã "o- " dos procedimentos legalmente previstosr..
Pelos potenciais efeitos lesivos or. elas pq4çrn" gsr;;;r,;,; ioll.
,".,gno."a"r,
também se preocupa diretamente
47 da Le i r r. ió irzôi, .' i'
- cr**'ffi "ffi;_ento
jurÍdico A recuperaçâo judicial, por deÍinição legal, tem por objetivo

perniciosos".que podem decorrer


dessa ,rtr"çao,
i"o:Iff :T,T::::...:"j: fi i:: (...) viabilizar a da situaçâo de crise econômico.íinanceira do devedor,
Pera a
dito e o aumento do risco. "omo "'rãçãã'ãi'.à""rrao a" ".e_
Íim de pelmitir manutenção dâ fonte ploduto!â, do emprego dos trabalhadores
a
e dos interesses dos credores, promovendo, assim, preservação
a da empresa, sua
função social e o estÍmulo à atividade econômica (Lei n. lt.lO
2OOS _ a .47)
7.1 Soluçáo de mercado

Pelos efeitos perniciosos oue as


gerar, há a rendência de se
financei*s e Patrimoniais podem
b;.", .:l::'^.::_1micas,
ã*",,"Ài..,1,". ;..*àffi :ff l,'j:;:.ffi:ifi.T',..J,i,L.,llllil;""illlo "
 princípio, as respostas à crise
podem advir de amplos acordos realizados t2. COELHO, Fábio Lnhoa. Curso dê direíto comercial 8. ed. SÀo paulo: Sara tya,2OOg, v.3,
devedor em crise e seus c.edor"". entre o p.234.
Álém airro, e-i"-''r"ã,iu'iiJ!r"i 0,".r.
a" u_, 13. COELHO, Fábio L.nhoâ. Curso de dbêito comerciaa 8, ed. São paulor
Sârâiva, 2OOB, n 3, p. 236.
14. PIMINTA, Eduârdo Goula.t. Recuperaçao de ernpíesas. Sào pâulo: tOB,
2006, p. 6s.
I
36 j cuaso oe ornerro EMpÊEsaarAr
I o ornctto ons çupnesrs et'a cnrse i 37
Ela consiste em "uma série
de
I reestruturaÍemante.;il;;I:."ij,j:"1..?:::#.rtrf;
ceiras temporárias"rs. ::à::,:::"".*:T"#ã: Fábio Uthoa Coelho afirma, com razão, que "quando o aparato estatal é utilizado
garantir a p€rmanência de empresas insolventes inviáveis, opera.se uma inyersão
A recuperação eftraiudicial t
inacei tável: o risco da atividade empresarial transfere-se do empresário para os seus
credores;tr. Náo há como negar que a manutenção dessas empresas inviáveis gera mais
*'#T?ffiàT"il#::ffi iilj:r:t+:iT,:1?il'l?;Ti,1,11i"1".i?l;ff
überdadc maior efeitos perniciosos do que sua liquidação patrimonial, a qual, portânto, representará
-qu""ããã;:ffi:::.fi':ffi::.".i:::iL..::t,nffi
os sujeitos interessa4o, n" ,o1u.5,rTl-Targem^de Para o empresário e
melhor caminho a ser seguido,
.,,"n.i"r ., *. ; A liq uidação nial total ordinária pode ocorrer por iniciativa do próprio em-
Além dessas soluçóes gerais. há,soluções ;;"r;, iócios empresária. Nesse caso, instaura-se um procedipen-
especÍficas O"a" a"a,oa-.u-or, presário ou da sociedade
ãs segurado.r, o, pr*o.
aoao o io tendente ao encerramento das atividades empresariais, com a devida baixa no regi§tro-_
iylT:
um I:*.:n"
caráter "acionat,
mais estratégico para a economia" do pais
a" ,"j+..:.o porru"rn
Para as sociedades, tal procedimento é regido pelas normas societárias (Código Civil e
"ii,o"a",
issi .".ii"I, ,_" n.""rr.çao
e, por
especial do poder púbüco. Tals Leí* 6.4O4176) e, quando houver conÍlitos entre sócios, pelo procedimento comum do
atividade, pãà.ãí* ,i""ã* llll,._" ,*0,"., a"
"a" Novo Código de Processo Civil.

tr*[r"n*ffi 1]r*H"#:*i,ffiI'ã;;;]ffi ::**.,fl"]'f há a


Àém da liquidaçáo ordinária, cuja realização
é muitas vezes eütada pelo emplesário,
possibüdade da liquidaçâo forçada, imposta pelo poder Judiciário ou pelo poder
Dentro dessa fucalizaçào estatal Executivo. Mesmo nas aúúdades nâo empresárias, há tal possibilidade por meio da in-
," mais_ampla, aaao, mec.nismos de
soluçào de crises conduzidos
r."i*iã. nil;: ;ü;#*rma
"raon*"_ civil.
--- b4 ÀÇ
oero o_.a* solvênciâ
vistadessa importância, seja pela que, "em
sua natureza, seia pela sua
dirnunlioiirào A forma ao trimonial aé ue re resenta,
p"."uuu._r"
u n'"n'"i'o, " em âan e, um cesso de exe deve rio. A
;Lti#:T:fl:T;,',[:'i.i::",',tJ"o " "ul.ui'" ^ãã"..,,,*,".,-0r",
poa",i"- a"o". á",;;;;;: ffiilI"",'**:.ii:::'"i:: * ."io sociar econômico não
romovel o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e
otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intan-
Assim, para atiyidades como as gÍveis, da empresa" (Lei n. 11.10i/2005 - art.7S). Ora, por se tratar
das i nstituiçôes financeiras e e quiparadas,
rado ras, das sociedades de pitalização, das se g\)- to de execução coletiva, seu tivo finai é o pagamento de todos os
ca das entidades de previdência privada
operadoras de planos de saú e das que este se faça oti
de, há soluções especÍficas para , ativds, recursos produtivos e o§
bora sejam diferenciadas e ntre a crise. Tais soluções, em-
as diversas atividades, podem intangíveis, mercê seu melhor aproveitamento"rB.
interyeoção estatal (Lei n, 6.024174, ser resumidas à ideia da
Lei n. 9.656198 e Dec reto-lei n. Além do lme Ía I da falência, as mesmas atividades ue ense am malol
superar a crise. Além djsso, 73166) para tentar Preo-
no caso das institui cu a estata I (instituiçó es nance ras e equipara dos, seguradoras , socle a de
dade do chamado regime de çóes fina nceiras, há também a possibili-
administração es pecial te mporária capitalizaçào, entidades de previdência privada e op eradoras de planos de saúde[g.s-
Decreto-lei n. 2.32 y87. ET), regido pelo
SUem um regime próprio de li ul ao trimonial, denominado li uida raiudi-
cial ei n. 6.02 creto-lel n. /3/66 e Lei n, . Mais uma vez o regime
especial se iustifica pela importância de tais atividades para a economia do país como
I Empresas não Íecuperáveis um todo.

Tais meios de soluçâo das crises


não são gaIa ntias da sua superaÇâo,
ten tativas de resolver os problemas.
casos, a crise não poderá ser
Contu do, a experiência nos mostra que,
mas a pena
em mul
9 O direito das empresas em crise
superada. Diante d isso, nâo há
da liquidâçâo pat rimonial, porquanto, outro caminho a nâo ser o
se tal l iquidação não ocorÍer, a As tentativas estatais de solução das crises da empresa, bem como as formas de
uma empresa inviávei no manute nção de
mercaào pode gerar prejuÍzos ainda liquidação patrimonial forçada, são disciplinadas pelo direito empresarial, uma vez que
maiores.

I5. ldêm, ibidem


Wu{:."t;
tt,
lt'l Í,{)
17. COELHO Fábio Lll\oz. Curso d.e dircita êomercral. g. êd. São pâulo: Sarsiva, 2008, v.3, p. 238,

1íi. REQUIÁO, Rubens. Curso


da dircitoÍatimêntdr 14. ed. Sâo pâul o: Saraivâ,
t"-r/^
1995, v.2, p. t99_
18, PENTEÀDO, Mâuro Rodrigues. In: SOUZ^ IúNIOR, FÍâncisco Sátiro dej PITOMBO, Antônio Sér8io
de A. de Moraes (Coord.). Comehtá.rios à lei de reêq)e^çào de enípresas eÉlÉrcia. Sâo pâulo:
Revista dos
Tribunâis, 2005, p. 76.
I
38 CUÂSO DE DHEITO EMPBESABIAL

b
circurdâm a empresa (atividade), ceÍne desse ramo do direito. Dentro do direito empre-
sârial, porém, há um ramo mais especlÍico que se preocupa com tais institutos. Esse
ramo mais específico é normalmente chamado de direito falimentar ou de direito con- DrsPosrçóEs GERATS DA FAIÊIUGIA,
cursa.l. Todavia, dada a sua evolução, preferimos o uso da exprcssâo direito da empresa
em crise, para denotar seu objeto específico: âs respostas do ordenamento
iurÍdico às
2 DA REGUPEnIçAO JUDTGIAL E DA
BEGUPERAçAO EXTnAJ UDIGIAL
crises da empresa.
Esse ramo do direito empresarial possui quatro obietivos fundamentaisre:

. prevenir as crises;
. recuperar as empresas em crise;
. liquidar as empresas não recupêráv€is; e
1 lntrodução
. punir os suieitos culpados em tais crises. Em razão dos efeitos perniciosos que as crises da emPresa podem gerar, nosso or-
denamento jurÍdico houve por bem criar diversos institutos Pàra tentar suPerar as crises
Tais obieüvos denotâm que não se trata de um direito que regula apenas a hlência
ou para liquidar o que não é passível de recuperaÉo. Enhe esses institutos, os mais im-
ou outros concursos de credores. O modemo direito das empresas em crise preocupa_se
portantes são aqueles que têm o maior âmbito de aplicaçáo, isto é, aqueles que s€ aplicam
essencialmente com o valor da empresa em funcionamento, isto é, com a manutençáo
a um número maior de situaçôes. Nesta situação, estão a falência, a recuperação judicial
da atividade, em yez de dar primazia aos interesses dos credores2o. Não há mais uma
e a recuperação extraiudicial, todas disciplinadas pela Lei n. 11.101/2005.
üsâo Iiquidatária nesse ramo do Direito, buscando-se, sempre que possível, a manuten-
Esta Lei veio para subsütuir a antiga legislação brasileim soble as empresas em crise,
ção da atividaddt. Embora não haja a previsão especÍfica neise slntido, acreditamos que
o direito da empresa ern crise também pode ser usado para prevenir as crises, cujos alterando a orientaçâo predominante para a busca da recuperação das empresas em vez
efeitos podem ser perniciosos. da busca da sua liquidaçâo, Nestâ legislação, há disposiçóes gerais aplicáveii aos trés
institutos, disposições comuns à falência e à recuperaçâo iudicial e disposiçÕes específl-
cas para cada um deles. Dentro dessa organização, vale a pena destacar, inicialmente, as
disposiçôes gerais da Lei n. 11.101/2005.

2 Âmbito de incidência da Íalôncia, da recuperação iudicial e da


Íecuperação êxtÍaiud:cial
A falência, a recuperação iudicial e a recuperação extraiudicial sâo institutos gerais
do direito das empresas em crise. A generalidade desses institutos significa uma aplicação
mais ampla do que a dos regimes especiais (intervençáo, regime de adminisbação esPe-
cial temporária e liqúdação extâjudicial), mas não uma aplicaçâo indiscriminada.
Em Portugal, o regime da insolvência e da recuperação de empresas é bem mais
amplo, abrangendo inclusive pessoas fÍsicas não profissionâis e entidades sem fins eco-
nômicosr. Do mesmo modo, na França2 e na Espanha3, os regimes conculsais já podem
ser estendidos a nâo empresários.

1. MENEZES LEITÀO, LuIs Manuel Íeles de. Cd digo da ihsolvência e da teéupetuçila d.e empresaô anotad.o
3. ed. Coimbrâ: Atmedine ,2006, p..t6.
2. rANTlN Michelj LE CÁNNU, Paul. Droítcotflm erciali entr€priset en difficulté.7, ed. Paris: Dalloz,2007,
19. GUYON, Yves. Droi, &s ataíres.2. ed. pati§ Économica, 1988, t. 2, p. Z. p. I48.
20. LOBO, lorye, Dieito concursal 2. ed.. Rio de lanêi.or Foreíge, 199g, p. g. 3. PULGAR EZQUERRA, luana. La persondlidad jurÍdlca de lss sociedades como crilelio de sumetimiento
27. PIMENTA, Eduardo cou,lã.t. Recuperaçào ál concurso de acreedores. In: GRÀCI.A, ,uân Ignácio Peinàdo. Estudios de derêrho concursal. M^ú\& '\arciâl
de empresar. São paulo: IOB, 2006, p. 61
Pons,2006, p.212.
i 40 i cunso oe ornero EMeREsaÂIA!

,DrsüsEôes eeners ol FALÊNCIa, DA BECUpEnAÇÃo JUDTCTAL E DA FEcueeneçÂo erraeluorcrar ! 41


A falência,
. a recuperaçào
iudicial e ê recuperaçâo extrajudicial -
*' n. ,,.,,,/ioos. No;;;.-;;;"..,.
::::ffJ]',1i:"];:Í",X1',1j"j" recuperação
possuem um âm-
,e da rererida 2.1 bnceito de emqresário
judiciale à recuDerâção extraiudiciar
empresários e as so.*ari.,
No Brasü' só são submetidos
;; Á empresa é uma atividade e, como tal, deve ter um suieito que a exerça, o tihrlar da
na os suieitos qu. .*u..". "r" a air.ipri-
,,ir]Tesárias
*"nômica que "ri"
se enquadre como empresa, atividade, denominado de empresário, Este é, portanto, quem exerce profissionalmente
n' isto
s ' ---ada pala
"",a"0...J*-i.;:1;'"1i:iT a produção ou circulaçà" âtividade econômica organizada para a produção ou a circulaçâo de bens ou serviços
para o mercado. a" o"nt .u *.rç.i (conceito do Código Civil de 2002, art.966 - no mesmo sentido do art.2.OB2 - Código
Carlos Alberto Farracha
de I Civil italiano), vale dizer o empresário é o suieito de direito que exerce a empresa. Den-
que a constituiçâo Federal
PrincÍpios a livre ini.o,,r"
url1,11:assevera. elenca como tro desse conceito, temos três realidades: os empresários individuais (pessoas físicas),
do trabalho humano,
empresárias e não e.pr.ra.i"r, "" sem distinguir atividades EIRELI sociedades empresárias (pessoas jurÍdicas ou não). Apesar das diferença5 que
e as
llt]t"ç3o motivo para tal distinção
insolvência{. Apesar eístem entre as três realidades, todas se inserem no mesmo conceito e, por isso, falare-
ilr.,]....'i"tj:111há
teglslador manteve a
de rratamento da
distinÇào entrê os regímes,
ne"asráaio dai ser mos genericamente de empresário, abrangendo todas elas.
"n"üra, "_---*- da Lei n' ll 1ol/2005'
Quando a I"i."."po.," Â con-figuração desse sujeito exelcente da empresa pressupôe uma série de requisi-
deve-se entender uma referência tos cumulatiyos, em relaçáo aos quais há alguma cüvergência de tratamento na doutrina.
sário. indivrdual, que- " "n"peci6ca
;;H;;r".p.1eilo' ao empre-
mindo todo o rtsà d";;";;;:i'* n:e exerce a empresa em seu próprio Sempre se reconhece a condiçâo de zujeito de direito, mas nem sempre há unanimidade
nome, assu_
ainaa que rhe seli a^i;:;ffi".,ü:i?'.:J,.ã:11fl:: no tratamento dos demais elementos que iÉo qualificá-lo como empresário.
da atiüdade.
ertre a pessoa física u- ::",'":'Htiturar
*-seu clrF, não há distinçào Asquini, além da condiçâo de sujeito de dileito, destaca a atividade econômica or_
,i o individual com a Lei n. 12.44112011
a.r"- .u. " "-o...t,,I;;;":,i.:i:'' também
ganizada, a finalidade de produçâo para o comérció de bens e serüços e a profissionali-
"tr"nsid";;:;;ilpt:ti:io
qu" rao u.n" p."r'oi;il;':.',:"a1' ]ll]'duais de Responsabilidade limitada (EIRELT') dades. Giampaolo dalle Vedove, Fraacesco Ferrara Junior e Francesco Galgano não destoam
centto autônomo de direitos da orientaçâo de Asquini, destacando a organização, a economicidade da atividade e a
o exercicioirdividu;ià;;;Jj::-o tto'sarial e obrigações para
profissionalidadeó. Paulo Sérgio Restifíe indica como elementos dos empresários: o binô-
e que EtREt t pojei-s", lrdependentemente da
no
*"i; t exercer atividade empresarial natureza, o fato
mio produção-intermediação, a organização e a proÍissionalidadeT.
conceito de empresárjo. e, por isso, se enquadra
Remo Franceschelli indica como elementos do empresário a produção para o mer_
Ao lado do exercício individu.
cado, a organização e o fato de o empresário suportâr o lisco do empreendimento, como
,o.i.a"a., prr" J é cada
vez mais comum a utitizaçâo
srver nas socieclades.
-'i'r"t'""a |]j.H1ii:-t:tsa'
0,113 uniao de esforços e/ou
de elementos essenciais do conceitos. Tullio Ascarelli destaca os elementos dq próprio
Atividades capitais que é pos_
-_|"ntus diÍ'icilmente podem ser exFrcidas conceito legal, a atividade econômica organizada, exercida proÍissionalmente e dirigida
mente, sendo frequente individual-
útrj,?,',Tj:T..X..."".,,,Í::::::"*
e muito

:::l..1lo*,r*a;;;,:#,""::
gaçoes e o risco da
empresa serão da sociedade,
jlif ,,:.rl: à produçâo ou circulação de bens ou serviçose. Haroldo Malheiros Duclerc Verçosa
dica como requisitos do empresário: (a) o exercício de uma atividade; (b) a natureza
in_

econômica da atividade; (c) a organização da atividade; (d) a profissionalidade; e (e) a


Tais suieitos, empresário finúdade de produção ou troca de bens ou serviçosro.
.
genero empresário
indiür esocredade empresária,
e duli.it"- o âjll:EIRELI sào espécies do
oe incidência da falência,
cial e da recuperaçã";;;;;;ã":1"lto da recuperação
não §e aplicam a todos iudi-
apenas a eles. A impo.rrn",.
d"rr".'l 1'1i§ no cenário econômico indistintamente, mas 5. ASQUINI, Alberto. profili dell'impresá. t?iyir td di Dititta Cohltnét iate, v. XLI _ parte t, t94g, p,7 _g,
to diferenciado e a i;;;;;]]|j.,|,::]"itos iustifica o tratamen- 6. VEDOVE, Giampâolo dalle. Nozíoni di dírítto diüfresa. padovdt CEDÀM, 2OOO, p. 16-18, FERRARÀ

:;;ffi :"",ff l:*:,i j}::;il[..":}"."";.,?iffi :::rff ,"'H[,i:::h1: j{:::x: JUNIOR, PEncescoj CORSI, Francesco. 6lí lrrlprêndito e le soctetà. tL ed. Milano: Giuffrê, t9gg,p.32-{(]i
GÀLGANO, Francesco. Diritto civíle c.ommercialc, 3. €d. pador?: CED Ajt,'/r, t», v. S, t.I, p. t?-3O.
7, RESTIFFE, Paulo Sérgio, RecuperuçAo de emprésa, BsÍueri: Manole,2OOg, p. t6S-166.
8. FRÀNSCESCHELLL, Remo. Cotso di dirítto comnérciale. Irllanot ciufirê, 1944. p. 35.
9. ASCARÉLLI, Tuüio. Cotso d.í dirítta comfierciolet iIrtrodvzíoíe e teoria dell,impÍesâ. 3. ed. Milâno:
4 Giuffrê, 1962, p. 146.
CÀSTRq Cartos Alberto
Farrecha de. nddmeitos do ditelto
P.72.
Fu
Íatimeitar.2 ed. Curitibâ: ,uruá, 2006, 10. VERÇOSA, Haroldo Mâlheiros Duclerc. Das pesso⧠sujeitâs e nilo sujeitas aos regimes de recuperaçáo
de empresâs e ao da falência. In: PAIVA, Luiz Fernândo Vâlentê de (CooÀ.|. Direitu
f;hmentü e ít no,,/d lei
delaléncias e recuperaç,âo de enpresas. Sâo paulo:
euârtler Latin,2OOS, p.66.
42 CURSO OE OISEITO EMPNESAFIAL

FAúNcla. D FEcuPEFAçÀq JUDICIAL E DA REcuPESÂÇÁo ExrBAJuDlclaL 43


Es GEFAts oA

aa] diTrSência é mais organizaçâo que de conteúdo, e por isso,


_.,_-11:oo ".." 9e se_ produtiva deve, pelo menos, reproduzir-se ao final do
ãIli[ljr"*ili'""tão
de todos' .ataÍIdo'oÁo el.muniã; ;;.;;H;;; ã"l;;ir- tal inves6do na atividade
s.
produtivo"r

a) â arividade;
b) a economicidade; i.1.3 A organizaçáo
c) a organização; qualificação de uma pes-
Não basta o exercÍcio de uma atividade econômica Pala a
d) a profissionalidade; soa como "empresário'l é essencial também que e§te seja o responsável pela organização
e) produção ou circulação de bens ou serviços; àos íatores da produção paxa o bom exercÍcio da atividade. E essa organizaçâo deve ser
f) a§§umind'o prevalência sobre atiüdade do suieito16'
de fundamental importância,
a Pessoal
o direcionamento ao mercado;
g) assunçâo do risco. A organização nada mais é do que a colocação dos meios necessários, coordenados entre
si, para a realizaçáo de determinado fimlT'
A organização Pode sel do trabalho alheio, de beru e de um e outro iuntos Normal-
2.1.1 Aüvidade mente a organização não significa a presença de habilidades técnicas ligadas à atiúdade
Êm, mas sim uma qualidade de iniciativa, de decisâo, capacidade de escolha de homens
O empresário é o sujeito de direito que e bens, intuição, entÍe outros dadosrs.
,
é, um conjunto de atos destinados a umi
exerce a empresâ, a qua.l é umâ atividade,
isto
nr"rú"ã. .àãrJí.'*,à-üi'j'rrn ,.o,"ao, Essa organização pode se limitar à escolha de pessoas que, por determinada remu-

il;T.:Í:" "n,"
t'quência de atos dirisia"'
" "-"
..'-" nr"iã"ll',ip"." ",o
.o,ngu.". neração, coárdenam, organizam e dirigem a aüvidadere, isto é, a organizaçào a cargo do
empresário pode significar simplesmente a escolha de pessoas Para efetivamente orga-
nizar os fatores da produção. Ainda assim, temos uma organização essencial na ativida-
de, para diferenciar o empresário dos trabalhadores autônomos edas sociedades simples'
2.'1.2 Economicidade
Sem essa organização há apenas trabalho autônomo e não emptesa'I.
O empresário, enquanto suieito Mesmo no caso do pequeno emPresário essa organização assume um papel preva-
de direitos que exerce
atividades econômicas, entend;das â empresa, desenyolve sempre lente, na medida em-que há preponderantemente uma con§ideração objetiva dos frutos
aqui .o_o àtiuia"a", uo't't.â,àa-r-ii.a p.oauçao a.
novas riquezas. Estas podem da atividade e não dâs qualificaçôes pessoais do sujeito'r. Ainda que a figura pessoal
advir da cri"ça. a" ,"r".-u""rloll1"í,i'o oo
"
valo! dos bens existentes13. ao desempenhe um papel importante, no caso do emPresário, a organização é que assume
"u_.nao
Francesco Galgano entende papel primordial.
oLr
A título exemPlificativo, quando se contrata um advogado, normâlmente não se
",'d"d";; ";;;;;;:::,1::,i ;:iJffi i:::"?J:i::,i"liil:,f ftT",:il:
d.
considera objetivamente o resultado que a atuação do advogado pode ter, mas a§ sua§
de modo suficiente para
,*i,u,^"-"1i'-ll"-'l-l:: 1:l':"i.
nào serar
d"du nâopor;;;;;í;;.,,i,""il":ij:iuÍzos ral concepção não sisnirica que a ativi- qualidades pessoais que pode!áo Permitir um bom resultado ao cliente. Nesse caso, não
a.'.n,or,iia""o"..n"o,;"#Hfi 1T';:";[1;Iili:;:[x:"1*;:;";,:tt::::
15. GALGANO, Frânc esco, Dirílto civile e cot lmerciale. 3. ed..Padovà CEDAM, 1999,v.3't.Lp 25, trâ-
duçAoliwê de"Il capitale investito nella poduttiva dew, quatto meno, rlprodursi al ufi,the dal
^tivítà 'iclo

II. ASCÂREL LÃullio. Cofto di diitto


f6, ASCÂRELLI, Tull io, Cotso di diritto commerci\l?. inlrcdIzione e teoriâ deu'imPresa' 3 ed' MUÀno:
Giufliê, 1962, p. commercialzt i^troduzione e teolia
dell,imprêse. 3. ed. Milâno: GiuÍIrê. 1962, p. r8l; DE CUPIS, Adriano. lsrirrz ioni di diritto p
vata, Llilâno GiuÍfrà, 1978, Í 3, p 134'
12. ÀULET'IA, Giuseppê. Llmpresa 17. VAIÊRI, Giuseppe. Manuale di dititto codneftíale. Ei,enêt Cetlo C)ã. 1950,v.l,p r4
dal Codice di Commercio del
13. IUNIOR, Francesco; CORSI, Fr a cesco.
1882 el Codice Civile del 1942, p. 82.
ls. FRANSCESCHELLI,I,]í1,. Corso di diritto commerciah.Miàio. GiuffÍê, 1944, p. 30.

,FERRA-RÂ
cü irnprcnditorr" f *"r"*. r.r.. *rLâno: ciuffrê, 19. tdeh, p.31.
"0.
20. OPPO, Giorgio. Prir.üi. Torino: GiaPPichelli, 2001, P, 56.

2I. ÀSCÀRELLI, Túllio. Corso di diritto cot tmeraialei í.tltoduzionê e teoria dell'imPre6â 3 ed Milâno:
Giuffrà, I962, p. 180.
I
I 44 j cunso or ornerro EMpFEs^Êtar
I
I DA REcuPEnaÇÃoJUDlclaL E DA RECUPEBAÇÀo ErrBAJUDlclaL 45
Es cERAls DA FALÊNC|A,
i
se pode dizer que o
advogado seia u
I

",,-u
,- p"p.i ,..uJá.il;";:i"P
:tTesário'
t
na medida em que a organizaçâo
as-
2,i.6 , Direcionamento
pessoal do profissional' ao mercado
similar à a situaçio-:;;;'n:;:* "'"dade
estrutura; a attvidadei]si'- '""r'éL::
qie não exercem suas atividades,
e quu t"tl o r"to.!iuffi;.;;il":#í",:'i:
que sua atividade seia
qe enáo a orsanizaçao Também é essencial na caracterização de um empresário
não
qu" s9
f".. * pessoal prevalece vottada à satisfâção de necessidades
alheias, o empresário deve desenvolver atividade de
há que s; falar "r"u
;; .'*r;;; " 'tiüdade sobre a organizaçâo,
produção ou circulaçáo de bens ou serviços para o mercado, e não Pâra si próprio'
Por outro lado, vejamos
,
ooa dsposiçâo de m.r..ao.i".
uma loil
Nesta, é essàncial que haja Assim, oão é empresário o prestador de serviços que realiza tais serYiços em Provei-
uo;11111lartamentos uma plofissionais a telceiros se calacterizâria como
Não há qu" t".ogit". d" p."uáei.il to próprio. Já aquele que Presta serviço§
da atividade pessoal,
,nl;#
"
d, ;;':-*PregadosE§ta assume papel p.õona.rânt", um empresário, porquanto sua atividade está dirigida para o mercado e náo Pâra a satis-
t"rir"ndo p,"s"nfa
" ffi ilil:?:il:ação' .".".- façào das suas PróPrtas necessidades

2.1.4 Profissionalidade
2.1.7 Assunçáo do risco
Só é empresário quem
, exerc *presa de modo profissional. Tal Remo FÍanceschell.i destaca como o elemento prePonderante dâ condiçào de em-
deve ser entendida
:.fi; ;;,::: expressâo nâo
presário a essunçâo do risco, um risco peculiarr.
lÍ"".n::i";;;; ;ü;;H:ff H: i':LT;,L":i:'.'i:;ffiT"T:?#,',1[:i: Nas atividades econômicas em geral, todos assumem ti§cos. O inve§tidor retira
Não se kata de uma gualidad€ capital de seu patrimônio e o liga a determinadas atividâdes. Com essa conduta ele assu-
como §e exerce a atiridrd", exercente' mas de uma qualidade me o risco de perder o valor investido. Esse risco é previamente definido e pode ser ex-
ou :o-::';'ito do modo
presa.io, bastando qu. ""j, nâo depende da intençâo tremamente reduzido de acordo com a situação, na medida em que pode ser garantido
rr',nriãii:'-l^:iissionalidade
t::rror a atividade se apresente objetivamente do em-
por alguém, o qual será demandado no caso de prejuízo. O empregado assume riscos em
um caráter esrávels]nil;';;, "
com
tanto que atividades continuado, mas apenas relação a sua capacidade de trabalho e o risco de não receber salários pelos serviços
;;;;";;Í;r"r::"jer uma trabituatidaàe,
prestados'zT. No primeiro risco, há um seguro social, que, bem ou mal, o Protege de tai§
u-p.u,", ..,_o
"- ãffiHü;*:,H:!i:)o!1*",,T.ã.:Iji".,:."T:i;; "; riscos. Em relação ao segundo risco, o empresário o garante, ele é responsável pelo pa-
gamento dos salários, podendo ser demandado por isso.
2.1.5 Produgão ou circulagão O empresário, por sua vez, assume o risco total da emPlesa. Não há uma prévia
de bens ou serviços
definição dos riscos, eles são incertos e ilimitados. Ademâis, o risco da atividade não é
A atividade desempenhada garantido por nguém23. Se houver uma crise no ramo de atuação do empresário, e este
,
de bens ou serviços
oelc deve abranger
a produção ou circuraçâo
il;#á'j:i::-Tsário tiver prejuÍzo pela falta de demanda, ele náo terá a quem recorrer. A remuneração do
*", n" .ir.ulaçao ,u'-ol temos a transÍormaçao ae materia-pr-tl empresálio está suieita a elementos imponderáveis que podem íugir das previsóes deste
,," negociaçào de bens. No que
"'t,.rJJ;ill-tltução
viços, temos r"d. 'ã;i;id";. e, nessa situação, o risco é dele, não há a quem recorrer.
qualquer, desde
;;';;i-tç"?de.terceiros aPta a satisfazer tange aos ser-
or.;r;;;"#r uma necessidade
na simples troca de bens"'zs,
objeto de detençã'o,;;-r;";ü;'j:'" eles não podem ser
2.2 Não abÍangidos pelo conceito de empresário

O art. 966, parágrafo único, do Código Civil de 2002 afirma que nâo sâo emPresáÍio§
22. GALGÀNO, France sco. aqueles que exercem profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artÍstica,
Dbitto clvile e cotnmerciale.
23. 3. ed. padovaj CED^M, ainda que com o concurso de auúliares ou colaboradores. Einbora tais atividâdes também
FERRÂRAJÚNIoR , Francesco; t 999. v 3, r I ,p.17
1999. p.41 CORSI , Eràocesco. cli irnprezditori
e le socieÍÀ. 11.
se.jam econômicas, isto é, também produzam novas riquezas, é certo que seu tratamento
ed. Milano: Giuífrê,
n,"sto; DENozzA, Frânce
ifu,'f1;to, '*. sco.Apw,1ü di diritto
comrneftíatê. s. eit. tvtit
ano: ciuffrê,
25. WDOvx, 2ó. FRÂNSCESCHELLL,Reí o, Corso di dírltto cornmerciah. Mirnot Giu.ffê, 1944 P. 43.
Glerr1pa olo dzlle. No.ioni
di dlritto d,bqrresd. padovat (]EDAÀ4,
2000, p. t3-14.
27. Idem, p.43.
28. làem, p,4445,
46 j cuaso oe ornsrro EMpBEsAn,aL
OrspôsiçóEs GEÊAls DA FALÊNcÁ, DA RÊcuPEnAÇÁp JUDcIAL E oa BECUPEÊAÇÁo ErBAluDlclaL
47

não deve ser dado pelo


direito er
aplicaçao da t-ei nl iir"oür*"r]-ott"arial e' consequentemente, não se pode falar em O Superior Tribunal de )ustiça já afirmou a natureza emPresarial de uma sociedade
de médicos que desempenhâva atividade de análise laboratorial, afirmando que a aüvi-
dade desempenhada no caso concreto Possuía nÍtido caráter empresarial e não pessoal3t.

.11lt];}ii.;1,11,T11*}üi}!:":-}.,"f
prestadas-
,.1!,"ffi:;Í:tr..:*-_ Tal orientaçâo reforça a imPortância da organização Para a configuração ou não de um
sujeito como emPresário.
concorréncia de auxitr"r"r, j-'1? de forma pessoal e, mesmo
u-l re]ação
,- u'r.ra
t,a com a
d.e conÍança com quem
der. Nao ha coml igl,r.- desenvolve a atiüda-
e ..r.o qr. o.g"Tir"i*;;;iT* o"noje permeia as aiividades
intelectuai§, mas 2.3 Situaçõesespeciais
"rr" o'pl;:;;ã;;;,"tt"-" papel preponderante'
,to a..u*ilt"."r, ainda que se recorra ao
da atividade. ?revalece, no sentido da assunção pessoal
do resultado Pelo exposto, vê-se que, para definir alguém como empresário ou náo, o fundamen-
tal é analisar a atiüdade exercida por ele. Tal afirmação é o que se depreende do caprt e
*,lciado 1e4 da rrr /ornada de Direito
-.r:T.:tt&1'i:';1ff::;';'"x
*.lor, nrofissionais überais não são considerados
civl pro. do parágrafo único do art.966 do Código Civil. Todaviâ, há certas situaçóes e§Peciais
,"tro." o;i"ril",,1" 1". rtores da produção for mais
or-ls
empre_ também definidas pela Lei n. 11.10U2005, nas quais a condição de empresário ou de não
oe pessoal desenvolüda:
" importante que a atiüda- empresário úo dependerá exdusiwamente da atividade desenvolüda.

do código
,"" fl,'*,único,
"11lffi;;ffi.",Trljtj l"t"lectual' civir anrma que aqueres
cientÍfica' literária ou artÍstica
p...ário., r" o u*"rc;j;;';;;À; serã; em- 2.3.1 Sociedades por açóes
cro oessas atividade, foa
tonstituir elementode emDresa. isto é, se o exercÍ-
Neste caso, **;;;;';;r;;
0".,a d" ,.o aÚyidade ma;oc na qud sàbressai
Com o Código Civil de 2002 surge uma nova distinçáo das sociedades, qual seja,
a organizaçâo32,
" dl'11 da atividade cede espaço a
maror de natureza empresarial, uma atividade entre sociedades empresárias e sociedades simples. Ambas exercem âtividades econÔmi-
é aitiúdade intelectual, mas ela é
utu'n*t.auni."ã" ":::-tÍ:'" u,,,, cas, mas diferenciam-se pela natureza da atividade exercida, conforme já mencionado.
";ffiã:h;:L;11"1a "p.n", Todavia, em certos casos, a forma utilizada é determinante, como no caso das sociedades
,:g#fl"r::::H;:"t:""i;i:#.'r'^'|'a<r's Para verincar a predominância da orsani- por açôes.
,iaaae, -uts cla.a ÁJa; .",itividade3o. euanto mais padronizada
:""â;;::" for ã ati_
da atividade intelectual. Outrossim,
As sociedades anônimas e comandíta por açóes são sempre empresárias; não im-
consumidor há ,-;;;.ilffi;cundária na atividade prestada, isto
para o porta a atividade exercida por elas (CC - art.982, paúgrafo único). À organização e o
p."r,"ao"
-". .p"nlr;;;;f:H'1,:0" é, não interessa o elemento pessoa.l passam a náo ter relevância. A forma irá determinar a natureza empre-
sarial de tais sociedades. Em razão dessa natureza, elas estão sujeitas à falência, à recu-
peração iudicial e à recuperaçáo extrajudicid.

29. DE CUPIS, Aúian o. lstihtzloni


di diritto privato. Mil8noj 2.3.2 Empresáriosrurais
30. Nesse senrido: IAIGER. piêr(;i ciu.ffrà 1978. v 3, p. r34.
usto; DENOZZA, Fraice sco,
lánor Giu-ffrà, 2OOO, p. 24 Appunti di dirifio cort»tercíale. S. ed. ,'Íi-
31. as atividades rurais voltadas para o mercado são dotadas de um mínimo
A princÍpio,
VEDOVE, clampa do d.elle.
Nozbhi a podendo
de organização, ser enquadradas como empresa. Logo, os exercentes de tais

r*$j*d,H1;#1$fÍÍii'ijiÍÍ;'r, ix,,r;*,r,.:,
atividades podem ser denominados empresários Íurais. Todavia, as atividades rurais
§empre foram dotadas de um regime diferenciado no direito brasileiro, tendo em vista a
própria condiçâo de boa parte dos sujeitos envolvidos. Diferente não foi a orientação do
ix',;liii,'i*ll1i;i:l"j;H.:"'}lÍí;''}ffi "',,,#'á",ti:,"ü'*:,lx*"r; Código Civit.

,*;mlg***Ígü:ti;*1:1.:;1":ffi i:j,,,,";*,.r,,,"r,,x,,
35. ST' - 2f Turmâ - REsp 555.624lPB, Relâror MINISTRO FRÀNCIULLII'íÉTO, Dl27 -9-2004.
48 ! cunso os orneno EMpaEsAaa[

EISPÓ,SiçÔES GEÂAIS DA FALÊNCN, DA ÊECUPERAÇÁq JUDICIAL E DA NÉCUPEBAçÃO ETTBAIUDICIAL 49

*,,::tÍü#§fl Hi**::t*:ri".ã,,.f '::::ff Hffi ".T,.:'til aresponsabilidade perante terceiros. A sociedade em conta de participqção náo firma!á
contratos. Quem firmará os contratos necessários para o exercÍcio da atividade é o sócio
o,stensivo, usando tão somente seu próprio crédito3e, seu próprio nome. Quando ele age,
não age como um administrador de uma sociedade, mas como um empresário, seia ete
individual, seja uma sociedade.
De outro lado, há o sócio participante, que não apargce perante terceiros, nâo assu-

m'*m*'*,,**m*fiffi mindo qualquer responsabilidade perante o público, daÍ a denominaçáo como sócio
oculto. A responsabilidade dele é apenas pelante o sócio ostensivo, nos termos combi-
nados entre os doise
Pelo exposto, vê-se que a sociedade em conta de participação náo é enquadrada como
2.3.3 Sociedadecooperativa empresária, porquanto ela nào exerce qualquer atiüdade. Àssim sendo, a sociedade em
conta de parúcipâçáo náo está suieita à falência, à recuperaçào judicial e à recuperaçâo
exE.ajudicial. Quem exerce atiüdade é o sócio ostensivo e, por isso, ele sim pode ser um
empresário e nessa cond.içâo estará zu.jeito a estes regimeír. Do mesmo modo, o sócio
oculto, caso seja um empresário, também estará suieito a esses regimes, por sua eventual

;g'*:mi*.x*çÍ*i*tÍí*i,l*',*li,:,' i,i.ffi,f atividâde e não pela condição de sócío oculto.

2.3.5 Empresários irregulares


2.3.4 Sociedade em conta
de partjcípação
Os empresários irregulares são aqueles que nâo cumprem suas obrigaçôes decor-
rentes do regime jurídico empresarial, especialmente o registro na junta comercial. Assim,
sáo irregulales os empresários individuais e as sociedades empresfuias náo registradas
(sociedades em comum). Da mesma forma, sâo irregulares aqueles empresários que são
I impedidos de exercer a atividade empresarial (servidores públicos federais, membros da

sffmu*r$*t,rW magistratula e do ministério público, militares da ativa e falidos), mas mesmo assim o
fazem. Apesar da irregularidade, eles se inserem no conceito de empresário e, por isso, a
eles se aplica a Lei n.ll.101/2005, uma vez que o art.
cício regular da atividade para a sua incidência.
1e da referida Lei nâo

Todavia, tal afirmação não é totalmente correta, porquanto para a recuperaçâo.ju-


eige o exer-

36.
diciale para a recupeÍação extraiudicial um dos .equisitos é o exercicio regular da ativi-
dade há pelo menos 2 anos (Lei n. 11.101/2005 - art.48). Logo, nâo há como cogitâr de
aplicação da recuperação de empresas aos empresários irregulares.

39. CARVÀLHO DE MENDONÇA, ,. X. Trutddo de direito comercial btusileirc. Attalizado por Ruymár
de Limâ Nucci. Cemplna6: Bookleller 2001, v.2,t,3,p.262.
40. ldem, p.262.
38.
P.66. 41. PENTEADO, Mâuro Rodrigue§. In: SOUZA Júl.jlOR, Frâncisco Sátko de, PITOMBO, Àntônio Sérgio
540. Tr4ité théorique êt ptatíque de drait corfuerciat_ de À. de Moraes (Coord,.). Comefitárlos à lei dc rcauperuçào dê empresdj eJâlrnria. Sâo paulo: Revistâ dos
Tribunâis, 2005, p. 96j pERIN JúNIOR, Écio. Cu rso d,e direito Íalilnentar e recuperaçào de emprcsds, g, ed..
Sáo Paulor Método, 2006, p. 92.
I 50 CUBSO OE OIRETTO EMPRES/ôAIA!

iDtspostÇôrs etaets oe FAtÊNcA, DA BECUPEFAçÁd JUOICIAL E DA fiECUPÉFAÇÂO EXTR JUDICIAL


II

iI
No que tange à falência, efetivamente
náo se exige a regularidade e, por is6o,
empresários irlegulares estão s-uieitos o§ Essa legislação especial é ressalvada pelo art. 197 da Lei n. 11.101/2005
à fâlência,r. i-'iãlitu"çou", mànos, à falência.
é possÍver até a au-
1 tofalência, porquanto a lei vigor, permite a aplicaçâo da falência a tai§ entes, mas não edmite a
"p";;_ àil#à e, mantendo-se
em
condiçôes para a recuperaçâo"*igi.i" crise que nâo cumpre as
/ judicial;. Ademats, qu"ri-"
i", prorra da condiçào submissâo de empresários ao regime da insolvência civilaT.
para autofaiênii", .t" ."qr.;;irn,"ã"
i l:^::^fesário
vrgor ou, se não houver, aindicaçâo
"
il"".ln,.",o"*,g".ocial
"
ou estatuto em
para melhor entender essa dicotomia das exclusôes, é oportuno analisar cada uma
de tàao, or.O.io., ,iràdereços delas.
e a relaçáo de seus
i l.:."t*soaiC
(Lei n.
.t0l/2005 _ art. ,OU, IV). ôr", ,"
,rópria Lei admite expressa_
mente a ausência de côntrato social
' admitindo o pedido de autofrf*.,
._ u^" ,á.i"ãã. "
!í.
..qu., autofaléncia, está
p".'"_o."rri;:;:""á:."r_. 3.1 Empresas públicas e sociedades de economia mista
I
A primeira hipótese de exclusão envolve as empresas estatais, isto é, as empresa§
3 Exclusôes púbücas e as socie{ades de economia mista. Nos termos do art.2!, Í, da Lei n. 11 101/2005,
i
os stitutos regulados por esse diploma legislativo não se aplicam àquel'as entídades da

, recuperaçâo
,-^I_"^rjlTr:rjudicial
9:art.
t_. da Lei n. rJ .tol/2005, os empresários
estáo suieitos à falência, ad rni n k traçáo P úb I ica.
a e à recupera As empresas púbhcas são "pessoas jurÍdicas de dteito Priv'ado, integrantes da Ad-
ministração Indteta do Estado, criadas por autorizaçào legal, sob qualquer forma juri-
***:H*i-:ffiãdi'i#il':ü1"1fl*::""::.*,Í"1r:ilHff
justificariam pela importância se
.
dica adequada a sua natureza, para que o Sovelno exerça atividades gerais de caráter
de certas atiyidades estratélica
0"." econômico ou, em certas situaçôes, execute a prestação de serviços públicos"§. Sâo so-
o " ""ono.r,iitltôes
ârt. 2s da Lei n. 11.101/200 ciedades de capital exclusivamente público que servirão para cumPrir certas funções
conseq,.rentemente, o*
sâo é absoluta, va.le diz.er, em
o-""*í",1jj11,á;:flll :il:l::"1.T?il:ffi:::::§;,": estatais. A título exemplificativo, podemos citar a CEF, a EMBRAPA e a CONAB.
i âlsunr O ilustre Profi Gabriel de Britto Campos conceitua a sociedade de economia mista
raencu. rm out.a" pliiilffi,.::::l'::tr,ffi :lfi ,TÍ:1::,'::I:i::rT.ffi,?i como
Nos casos de exclusão absoluta
te dos procedimeni;;ü;#;:,:Til".'ffi;:§j:"r:',i:t:$:* (...) integrânte da Administráção Públicâ indireta, dotada de personalidade de
tll
para a recuperação ou para
a recuDeraçâo extraiudicia.l,
;il:fj,Tn, Direito Privado, criada após a autorizaçáo por Lei especÍfica, com patrimônio
mas p.o.udi-.nto.
específicos para a sorução
das crises. ,i,,,_, "p"nr. i"J"
;i^i;;;;;;uá""iiij"i,,r, própÍio e capital misto (público e privado), organizada sob a folma de sociedade
púbhcas que prestam serviços
ou pedir recupe!âçâo
púbticosa6, as quais, ;;'h;;;;;;.e,
- -'-""gi'.iq ruvul!: ", ",,0,".".
poderão falir anônima, sendo a maioria do câpital com dileito a voto pertencente âo Estado ou
"_
iudicial e extrajudicial. à entidade da Administração indireta, destinada ao desempenho de atividade eco-
De outro Iado, na exclusão relativa,
o afastamento dos regimes da nômica ou prestação de serviços públicosa'q.
nâo é completo. Também Lei n. 11.iOt/20O5
há Droccílimentos espe.,"i, pr*
mas a Iegislaçâo que rege ãr làii*ãente exctuídos,
tais procedimentos ;d;ilI.**b-o#lll""s ,u,uuor, Ao contrário das empresas públicas, nas sociedades de economia mista há uma
"o conjugação de capital público e privado, com o controle da enüdade nas mãos do poder
42. PÊNTEÀDO, Mâur,: público. Como exemplos de sociedades de economia mista temos a Petrobrâs, a Eletrobras
de A. de Moraes (Coord .t. 1:1:,.sT":rr,.sgufA lr.ÍNroR, Frrncisco sátiro de; prroMBo, Antônio sércio
comcikitios à tei e a Companhia Energética de BrasÍlia (CEB).
Tribuneis, 2008, p. 96.
de rccuperaçto de emprcsa, ,f"lí.,r. Siàãrn.n""",.üTll
Embora possuam distinçôes, ambas têm em comum a criação por autorização legal
t cio. cuno de dircítaÍalimcntat e recuperuçito eo fato de representarem meios de atuaçáo estatal para a prestação de serviços públicos
láàa, ftfi"'o*"o' de êmpresa, 3. ed. sâo pauto: Mérodo,
ou para a exploraçâo de atividades econômicas. Por represehtarem um braço do aparato
44. FRANCO Vera Helenâ de Mello.
In: S(
aê de Moraes (coor q. co^"rurio, Ersnchcosátiro de; PtroMBo Ântônio sérgio
"- --
96, '
^.
frlbunáis,
*a tl,ulA-lÚMOR
'^"-J
têt a' recuperdçào ale chprêsds c/al&cia. sao paulo: Revista jos
2oo5, p.
45. Rkard o. 47.
Maiu4l de direito comeftial e de êmpreia,L êd. Sào pâulor Saraivâ, 2007,
COELHO, Fábio Ulhoe. Curso de direito corr1êlcial 8. ed. Sáo Pâtrlo: Sarâive, 2008, v. 3, P. 248.
S-NEGRÁq v 3,
48. CARVAIHO FILHO, Íosé dos Sântos. Ma, ual de direito adminktrarivo. I5. ed. fuo de Janeiro: Lumen
tló. Há uúe cóntrovérsiâ sobre
o assunto que mets ediânte será Iuris, 2006, p. 4O4.
explicâda.
49. CÀMPOS, Gabriel deBt\$o. Cutso de d,teito ad,ministrativo. Bra.llia: Fortium,2006, p. 114,
52 j cunso or ornerro EMpÂESqRtar
u iíi,,ia!,aom orro,t DA FALÊNcÁ, DA BEcuPEFAeÀoJUoLcrAL E oA BEcuÊÊBAÇÁo j
Errnn.lro,c,o. 53
estatal e que ta.is enüdades
foram exc[,íáâ. .t. .-rÁ- -.

;":::;*,:xli,l# j*',#i:F.':i'li;,:i"""á:1:T:t"i:1".#: ji:; da empresa estâtal decorre de Lei especÍfica, que lhe autoriza a instituição, so-
6.4o4/76, hoje mente outra Lei poderá determinar sua extinção"s,
.fosé Edwardo
qr. d.u..i" r". ;;:^__1", " tal regra é inconstitucional,
ravar;; iá revogado.
; | :Apesar do brilhantismo de seus defensore§, acreditamos que ambas as interpretaçôes
ão ;;1':T" "tmesmo regime na medida em
"pti.ld*ál
termos do art. ,zã, não seiam as mais corretas. A nosso ver, as empresas estatais que prestam seryiços pú-
íl;1. ê"*rlllades das sociedades priu"a.r,
^o *, blicos estâo excluídas do legime da Lei n, 11.101/2005, sem qualquer inconstitucionali-
ifi .X"::":i'"'.:.T:i*ft lli.lf :I?lixlil:iãif${:i1i:
n:*ti*:il"do-Estado dade, Todavia, para as exploradoras de atividade econômica, não haveria a possibilidade
dessa discriminaçâo57.
dade administrat;,-j,-,;;';;'='-d'iria em razão do princÍpio da
morati-
impossibilidade do
u." o"...rr*,lL,i?,llt-il-f t't.,o,o, ele sustenta ainda a Sob a ótica do direito adminishativo e da Constituiçáo Federal, há que se diíerenciac
I (es de ecohomia
mista, Écio perin -r--
r-' q qJ trrrPÍcsas estatais. Em relação às sOcieda- entrc as empresas estatais, as exploradoras de atividade econômíca e as prestadoras de
p".,,t"i" também reconhece a possibilidade serüços públicos. As primeiras estâo suieitas ao mesmo regime das entidades de direito
entiàadls,..eil;ffi;:ft:ffi de faléncia
privado (CF -att. 773, § le), já as últimas estâo sujeitas ao regime próprio do direito
L,le outro lado, há quem
,
absoluta sem qualqu.; ""."_^- ,,
sustente.,;," estamos diante
cle uma hipótese de exclusão
público5e (CF - art. f75). Tal diferenciação é fundamental, oa medida em que para as
ilü-:;.:J"e
tenta, desde o ârt. 2i;;,:"";"*1ycional53. Modesto Ca.n"alhosa, po. sua ,,e2,
últimas é possÍvel fazer uma discriminaçâo em re.lação ao regime privado.
sus_
a constitucionalidade O íustre Prof, Gabriel de Britto Campos asseyera, a nosso ver com razão, que
púbilili.]"Tl1:'
vista.o interesse de tal exàusão, tendo em
bem como a posiçâo dos
!uan_
do provocado, o Judiciário proEyeLnente declarará a inconstitucionalidade do inciso I
de tais companÀias5..
N;',]r,n adminisrradores
do.ont.or"ào,-pã.;ü;à::: Tl"jvido'
jffi do art.2e, da Lei n. 11,101i05, relativamente às empresas públicas e sociedades de eco-
;."":l::f,ffüX jilj:,?,,""fi i::::l"r*:ig:.i nomia mista exploradoras de atividades econômicas"st, No mesmo sentido, José do§
Santos Carvalho Filho afirma que "se o Estado se despiu da sua potestade para âtua! no
Para Lucas Rocha Furtado,
,
haveria a obrigação
a falÉ nâo é uma obrigação campo econômico, não deveria ser merecedor da benesse de estarem as pessoas que criou
d;';;;#ji::"]a mercantil e, por isso, não para esse fim excluÍdas do processo falimentar,,e.

i
regra contida -na' m#;;; il ;: iff .Ãi;;'u.H:"*1flH:.":ff::jJ,:Trr::i Ora, para as prestadoras de serviço público, a própria continuidade dos serviços
I
públicos pode justificar a não submissão aos termos da Lei n. 11.101/2005, sem qualquer
violação constitucional, dada a aplicação do art. 175 da Constituiçáo Federal. De outro
i
i
50. BORBA, ,osé Edweldo
Tâveres
lado, as exploradoras de atividade econômica não possuem uma.iustificativa viável para
5t. I ed Rio d€ ranêiro; Rênovâa 2003, a discriminaçâo e, mais que isso, há mandamento constitucional que impede,tal dis_
p. S07.
criminaçâo,

s2. PrRrN Éci.,


102- 103.
2006, p.77.
'úNroR, 3. ed. Sáo Paulo:
56. FURT.\DO, Lucâs Rocha. Cursa de direito ad.r//inisttatívo-Belo Horizonte Fórum, 2007, p. 220.
Método,
53. 57. MEYER, rosé Ale(ândíe Corrêa. À sociedad€ de economiâ o,ista e sua exclusáo da novaleidê fâlências.
ItL S.{NTOS, Pau-lo Penalve \Coord.). A noya leí dcÍaléncias e de rc.cry)eru?ã.o d.e enpÉras _
Lei n I t. rclnOAS.
Rio de ,aneiro: Forenje, 2006, p. 28-29; CÀRVALÉO FILHO,
losé dàs Santos . M;nual de dircíto adminírtra_
,jvo 15.ed Rio de raneiror Lum€n ,uri', 2006, p.420; cÀMpos, Gabriel de tuitto. cufso dedit.ito adminis-
tarivo, Eresllia: Fortium, 2006, p. 128; DI pIETRq MâÍia Sylüâ Zanelle. Direito ad.rrli,/istrat e. 20. ed. São
Peulor Atlâs. 2007, p. 428-429; GASPÀRIM, Dióge D.o. Direito administrativo.
13. ed. Sâo pâulo: SâÍaiva, 2008,
P 44oj MELLo, celso Ántônio B{ndeirâ de. carco de diretto ddministraúiro. 21, ed, são pa,lor Malheiros,
2006, p. 198; RIBEIRO, Renato Venturâ. O .egime da insolvêncis das empresas
estâtâis. In: CASTRO, Rodri-
go R. Monteiro dei ÂRÂGÁo Lêandro san6s ( crrord.). Díreíto socieá.;io
ê a nova reí deJarências e rc.upe,
tuçdo de empresds. Sâo Pâulo: Quârtier Lâdn, 2006, p. 126.
58. MÉLLO Celso Àntônto Bardeira de. Cúlso dedireito ddministraüvo. 21. ed. Sáo paulo: Má.lheiÍos, 2006,
p'.396 E"": 9if:tl"llllo r€m sido feira pelo Supremo Tribudal Federal, a propóÉltor ÂDrn 1sE2lDE, Relator
55. Ministro CARLOS VELLOSO, Dl LZ-4-t99A, e RE l72Bl6l RJ, Retator üin;tro PAULO BROSSÀRD. D/
r3-5-1994.
59. CAMPOS, Gâbriel
d,e Rrifro. Curso de dircita administtatiyo. Btas0ia: Forrium, 2OOó, p. 128.

t, 60. CARVÀLHO FILHC), rosé dos Sânros. Marual ele direito administrdriyr. lS. ed. Rio de
p. 43o. Janeiror Lumen
,uris, 2006, p. 420.
j

54 i cuaso or orsrro ÉMpFEsÁâr^L


Es cEBAls DA FÂLÊNca, DA RECUPEFAçÁo'JUolclAL E DA BECUPEBAÇÃo EXTFAJUDICIAL
55

I
autorizaçào lesal impediria
, a râIência, porquanto esta
ber-se que, em caso de seu insucesso econômico e financeiro, á sua rúna não
"rj.::"#"-r:1í:r""'il11"r:or necessariamenb de extinçâo das
a simples problema de ordem privada. Suas repercussôes funesta§ no meio social
""rrl;à;:li^"": ::
i
epà, r"ren"i", sàciedades.
" e ê possÍvel a continuação
I hala novos ú;;;;;"T:os das atividaa.s, de"a. qu; não poderiam deixar desatento e desinteressado o Estado"a. Em razão dÍsso,
,,:Tl.#i:{j ram criad os regimes especiais
para as instituições financeiras em crise, a saber, a inter-
ti:,.#}:t***í"j""H,,.; #;.üTTffi J::Lf ,::i".: venção (Lei t. 6.024174), aliquidaçâo extrajudicial (Lei n. 6.o24174\ e o Regime de Ad-
qu"r,u,n Especial Temporária (RAET) (Decreto-leí t. 2.321 I 87)
u,. ui"ià,;"o;" i::ü""ll,j[T;Ij:::,:r11".:H::1,"rJffi:;*.*:jj:
é o caso das empresas públicas ., A exclusâo determinada pelo art. 2e, II, da Lei n. I1.101/2005 aliada à existência
e sociedra". a. u.onoÃi" ,nir,"].,."
Portanto, pode-se concluir desses regimes especiais poderia levar à conclusáo de que as instituiçõe§
financeAas não
que as emfresas públicas recuperação extraiudicial. Todavia, a
mrsta prestadoras de serviço púbüco e sociedades de economiâ se submetem à falência, à recuperaçâo iudicial e à
estão absolutamente
lá as gue exploram auvidade JJi", n. ,r.roVzoou, própriâ Lei n. 11.101/2005, em seu art. 197, ressalta a manutenção das leis que tratam
econômica *,u. *i",,", "xcluàI,
,"rr-a.#"i
!c',,us, numa interpre- àos regimes especiais aPlicáveis às instituições firaoceiras, com a aplicação subsidituia
tação conforme o art. 173,
s 1e, II, da co*rr*rru" i.ã"J."-q§ "* da lei de falências e recuperaçâo de emPlesas. Nos termos dâs leis especiais, vê-se que a
exdusáo das instituiçôes financeiras é relativa e não úsoluta.
I

I 3.2 lnsnfuições Íinanceins ALeín.6.024174e o Decreto-lei n. 2.321/87 nuncâ permitiram que as irstituições
à concordata e, por isso, elas nâo têm aces§o à recuperaçáo
L

financeiras tivessem acesso


Outro caso de exclusâo dos reqimes judicial e à recuperaçáo extrajudicial, prevalecendo os regimes especiais de solução das
d-a Lei n. 11.101/2005 é o das instituiçÕes
ceiras e entidades a eias equiparada:s. 6nan_ crises das empresasG, No entanto, a legislação especial nâo veda a falência, ao contrário,
confor.",""";;r,;;i;;J e-i,",_i""ro a".*"lurao
relativaór e nâo de exclu!âo
absoluta. âté prevê expressamente a sua possibilidade.
As instituiçóes financeiras são No exercÍcio normal da sua atividade, as instituiçóes financeirasse sujeitam à falên-
legalmente conceituadas como ,as
públicas ou privadas, que pessoas jurÍdicas cia como qualquer êmpresário, isto é, podem ser feitos pedidos de íalência por quaisquer
tenham .o;o
mediação ou aplicaçâo de ",irid"d;;;;;rl;;""]rrlo'ri.
recursos financeiros próprios àu d" t"r."i.o", " "o,",r,
,n,"._ legitimados e, se preenchidos os pressupostos da Lei n. 11.I01/2005, pode ser decretada
cional ou estrangeira, e a custódia _oud" n"_ a falência. No entânto, uma vez decretado algum dos regimes especiais (intervenção,
de.varr.. a.
- art. l7), Em outras palavras, sâo er
p-pii"ã"l"ili"-.*r"j
"_
f r", ,. o.ururan liquidação extrâiudicial e RAET) pelo Banco Central, elas nâo podem mais vir a falir em
razâo de pedido de credot mas apenas em razão de pedido do interventor ou do liqui-
;:*;:t';'l-:i::,t},tmii:i::ü!:li:r',;mn:'#il*i*: dante, em todo caso, com autorização do Banco Central66.
Se o Banco Central, em sua função fiscalizadora, não quis decretar nenhum dos
::i;#âe1i.""ii;.,.:.,1:,::.i:;;?::.J::li:1yã: I*Xi""TililÍ,xi;li regimes especiais, há um claro sinal de que âquela instituiçâo financeira não melece es-
Pela importáncia do crédito forços de recuperação por parte do Estado. Neste caso, pode ser decretada a falência
Dar
."io, i.,,tituiçàll:":r.H;:11. normalmente, porquanto o regime gerâl só pode ser afastado laquelas situações em que
ma que"_t"r,
"em vista dessa importância, r*:i::'U,i#:Itr"ffi *: iffi,::l.1:
seia pela sua natureza, seja pela
os efeitos danosos da quebra da insütuição financeira.iustiÍiquem tâl diferenciação.
sua dimensão, yeio Todavia, se foi decretado algum dos regimes especiais, há claramente a intençâo
estatal de proteger aquela entidade e, por isso, não se pode permitir o pedido de falência
61. COELHO, Fábio Ulhoa Curso de dircito por qualquer pessoa. Ém tais casos, cabe ao próprio Estado verificar a viabilidade de
co,fictcial. B. eà. Sáo Pâulo:
Ricerdo. Manual dê dircib Saraivâ,2008, v. 3, p. 250: NEGRÁq
Haroldo Mâlhetros Duclerc_
empresa.2, ed. São Paulo: Saraivâ,
2007, v 3, p. 37; VERÇOSA, manutenção do regime especial ou a submissão ao regime falimentâr Na intervenÇâo,
Das pessoas suiêitâs e
da falência. Ini pAM, Luiz nâo tas âos regimes de recu peraçáo poderá ser autorizado o pedido de falência, quando o seu ativo não for suficiente para
Fernândo Vâlente de (Coord.) de empresâs e ao
peraçào de emprcsds. São Direíto falimentar e a tova Li
Pâulor Querti€r Latin, 200s, deÍdlêncids e rccu-
p. 104-tosi PERIN túNr OR,
ehprcsas.3. ed. Seo Pâulo: Écio. Curso de dtreíto
Método, 2006, p. 80; F^ZZIO
lei de Iatênci4 c reêaperaçào
de ehrpresas. Sào Paulo:
Atlâs, 2OOS, p 54; TOLEDO pâulo
IúMOR ,Watdo. Novd 64. REQUIÃo, Rubens Curso de direitoÍalimerr4, 14. ed. Sáo Paulo: Sarâivâ, 1995, Í 2. p. 199-200.
ABRÀO, Cârl os Henrique; TOLEó E C. Salles de. In
enpresat e Jalência. Sai pado:
O Paulo Ê C. Sailes de (Coorà. Comeht&iu
).
65. VERçOSA, Harotdo Malhei.os DuclêÍc. DÂs pessoâs sujeitâs ênáosuJeitâs aos regimes de recuPerâçáo
Saratva,2ü)5, à teí de
p.6. de empresas e ao da falência. In: PAIVÂ, Luiz Fernando Valente de (Coo.d.,). Dit.ito ldlimentar e a nova lei
62. MESSINEqFrancesco. Manudle deÍalências e recuperdçào de enprcsas, Seo Pa\lo: Quartier Latin,2005, p. 108; C^MPINHO, Sêrgio. Faiél,-
di dt t o civilc e comm.rctale. g
63. ÂBRÃq Nelson. Direito hdicltio. ed. Milano: Giuffrê, 1972. v' S. ch re.uperaçào de ernpresar o novo reSlme de insolvênciâ empresâíiâ]. Rio de Jeneiro: Renovar, 2006,
ê P. 27.
LO. paulo:
ed. São Saraiva, 2007, p. 1/'
66. COELHO Fábio Ulhoa. Curso de direita comercial. S. ed,. Sào Paulo: Saraiva, 2008, v. 3, p. 250.
l
56
nl
CURSO DE OINEITO
EMP8ESÁAAL

l DIsPoSiÇÔEs GEFAIS OA FALÊNCIA, DA RECUPEFAÇÀo.JUDICIAL E oA BÉCUPEBAÇÀo Er|BAIUDICIAL 57


cobrir sequer metâde
do valor d(
," , liq,,á;;;;';;;;.;i"JJJ-'-'Íon* o"irograrários' quando julsada inconvenien- Esses regimes especiais e a própria determinaÇão do art. 2i II, da Lei n. 11.101,/2005
e,*a"a" a",]"* loil"ã,'"H:ff;:n'#o,.::i*:'.::%1T;f i*tit"içaoo, afastam, a princípio, as seguradoras da faléncia, da recuperaçâo iudicial e da recuperaçâo
"
_ Na liquidação extraiudicial.
t extrajudicial. Todavia, a própria legislação admite que seja feito pedido de falência se, no
ter autorizado' quaÍrdo o seu ativo
cobrir oelo -:lTldt f9*l
tor suliciente para não curso da liquidação; ficar constatâdo que o ativo nâo é suficiente para o pagarnento de
o"*a"n..*'.-,,,01"aiffi ,Tii:.:il:llii,*;i,".Í";,.:::l$f, U:j:.j:H;l: pelo menos metade dos credores quirografários, ou quando houver fundados indícios da
ruskaçào Especia.l
Temporária (RAET) não há possibilidade ocorrência de crime falimentar (Decreto -lei t.7Z/66 -
art.26). Em nenhum caso, porém,
nenhuma hipórese. de pedido de falência, em será admitida incidência da recuperação judicial ou extia)udicial.
a
Todaüa. tal regime poa..onauri,
caso, a falência é possÍvel a fiqu -" .^
', -'"-riio J*tr"iraici"t n"rre Haroldo Malheiros Verçosa entende que no caso de omissâo da SUSEp seria poss!
nas condiçôes ,1á ,rran.ionrá".. ", vel o pedido de íalência pelos credores&. A nosso yer, contudo, a legislação especia.l deve
. Portanto, as instituiÇóes firanceiras estão excluídas completamente da recuperaçâo prevalecer, não admit.indo o pedido de falência pelos credores, mas apenas pelo liquidan_
,.[['fl,:i"f;]tT:1",,L:"'.:t1*,"*"su;.it"-oà,-"tá"nl.ir"ren"i",qu-aono
te e na situação especificamente indicada pela legislação6r. A própria exclusão pela Lei
a. a" r"rur.i" * decretado algum dos resimes especiais, n. 11.101/2005 corrobora esse entendimento de que a falência não é pos§Ível na forma
o pedi-
l
i"i;;::;;"Y":'"
.,n..","n,"inàãa""il"ii;ilJr:Hil:1,LT.^"i.,ii,-,,#l;l"i#::E::[T; tradicional, mas apenas na forma da legislação especial.
Portanto, as segu.radoras estão exduídas completamente da recupelação
iudicial e
da recuperação extrajudicial, mas podem se sujeitar à falência nas condições mencionadas.

3.3 Seguradons
I

Âs seguradoras possuem 3.4 Sociedades de capitalização


uma situação similar àquela
das instituiçôes financeiras,
:ITiJ;::l'H"il#:m::i::*
tt*"
r,róiiiôoul .*ao'ào'll".""ao u,p""in"o
âcârretâm"-para
Outra hipótese de exdusão relativaTo envolye as chamadas sociedades de capitalizaçáo.
Sua atividade consiite essencialmente na celebraçâo de contratos, nos quais ;ajustam as
n'e terceilos67.
como ;;;:;
é intuitivo, a
segurados
:t
qa§ segumdoras
deve ser capaz de dar segurança
partes que uma delas se compromete a entregar uma prestaçâo pecuniáriâ mensal durante
or. ;;;;;;;;r-tde crises das seguradoras quebrariam
aos certo tempo pa!â â outra, a qual, por seu turno, fica obrigada a pagar, no vencimento da
essa confiança estipulação ou em momento anterior, o total das prestaçóes efetuaãas, acrescido de.iuros
e, po. ir.o, irur"uir]rlL^I-t]:n*-"tt
a atuação no mercado de
tân.i" p"." a u.o,ioimil;;.;;#r"::T seguros, cu.ia impor- e corleção monetáriaar. Eventualnente, o pagamento poderá ser rea.lizado de forma
ânte_
cipada no caso de sorteios. Mais uma vez a confiança se mostra determinante para que tal
ff tlH*tsÍTt1ITxl1.",,,"j1*::::::1.*:Í:1*::ff
regimes especiais
seguradoras eyenhr"tn,"nr. permitem
submissâo das
::ffHI atiüdade funcione bem e, paÍa tanto, há uma fiscalizaçâo mais próxima do Estado,

fUen",?'lli§
a A supervisâo estatal sobre as sociedades de capitalização se dá desde a sua consti-
a .rs nunca à recuperação iudicial ou extrajudicial. tuição e permanece durante todo o seu funcionamentoTz. Compete à SUSEp a fiscaliza_
. No caso de ias,ú";; ;:J"
çâo da constituição, olganizaçâo e funcionamento das sociedaàes de capitalização. por
i,.#,.üi:ffi :1,[itTt*: irfi ::::,T J,ü:il::n::il::",T,J,,]Tiã:; meio de remissão expressa do Decreto-lei n.26Ll6Z ao DeqetoJei n. 73166, o regime de
.",o d. i*,..,,Jà;::H#:1:::ffi ,i::"iZ:.i::,* fiscalizaçâo das sociedades de capitalização é exatamente o mesmo das seguÀdoras,
; .""::ff fl í::ffin: l:
:T.'.:"".{#!:.,"..:,.::1âffi T":il:*nillinàhj,m:rff :;iff ; 68. VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Dar pêssoas sujeitas e náo suieitas aos rêgimes de recuperaçáo
dc empresas e âo da fâ.Iência. In: pAtVA, Lutz Femândo Valente de (Cooj.), Díreho
Í;hmentaí . a novd tei
ir,'""".',xx,nil:,ffi ilfrxiiír,#f
llü.ii"l:}ilfi Íl$,"fi ,,*.,,fl ffi
deÍdléncids e rccupetuçà,a de efipresaí Sâo ps!d.o: Latin, ZOOS, p. i12.
euârtie!
69. COELHO, Fábio Ull\oa. Cutso de dkeito comercial. g. ed. Seo peúlo: Seràiva, 2OOg, v. 3, p. 249.
70. TOLEDO, Paulo F. C. Sa.Ll€s de.I ABRÁO, Cârlos Henriquel IOLEDO, paulo Ê C. SÉ.Iês de (Coord.),
67. VERÇosA , Haroldo Conenü os_à lei de rccuperdçào de cmpresas eÍd!éncrz. Sáo p;do: Saraiva, 2OOS, p. 9i NEGRÂO, RicaÍdo.
Malheircs Duclêrc Dâs pessoâs
de emptesas e ao
da falência. In: PAIVA, Luiz
sujeitâs e náo gimes de recupetaçáo Ma ual de direito comercial e de empresa.2, ed. São paulo: Seraiya, 2OO Z, v. 3, p. 39,
Fernando Vâlente de (Coo.d.). Düeito
te.uperuçito de e»1fesas.
Sâo Pâulo: Quârúer Latin, Ídlimehtar e d. ,tovd lei 71. RIZZÀRDO, funâldo. Contruto§,7. ed.Rio de JaneiÍo: Forense,2007, p. 1393.
2005, p. Ill 72. CAVALCANTI, Flávio de Queiroz Bezêrra.Títutos de êapítatização, Sáo pâúo; Mg 2007, p.64.
I
ll
I

I
CUBSO DE DINETTO EMPNESABIAL
ç D§pogçÔEs cEFAls DA FALÊNCIA, oÁ BEcuPERAÇÃo JUDlclaL E DA FEcueenaçoo exrnl'o'c'oL i 59
I

I
t:
I abrangendo inclusive as medidas especiais de 6scúzação,
a intervenção e a liqüdação ô oeqâmento de pelo menos metade dos créditos quirografários, ou que o ativo realizáver3
extraiudicia.l. pagamento das despesas administra-
ãiriass" Iiquiaanaa não é suficiente, §equeÍ, para o
ao regular processamento da liqüdação extraiudicial ou
Dentro desses regimes especiais exclui-se completamente a recuperaçâo judicial
ou ils e operacionais inerentes
i extrajudicial, mas admite-se que seja pedida a falência
em um caso especÍfico, a saber: àue há fundados indícios de crimes falimentares (Lei n. 9.656198 - art' 23) Nestes casos'
l quando-no curso da liquidação ficar constatado que a ANS autorizará o liquidânte a requerer a falência.
o atjyo não é suficiente pa.ra o paga_
mento de pelo menos a metade dos credores qutàgrafários,
ou quando houver fundados Ressalte-se que as operadoras de plano de saúde nem sempre são emPresália§ e,
indÍcios da ocorrência de crime falimentar (Decreto-lei não se tra-
n. Z Bftà _ art.261. náo sendo empresárias, não podem falir nem nos ca§o§ mencionado§ Caso
te de uma sociedade empresária, os casos mencionâdos
poderão enselar o pedido de
I insolyência civil, ressalvadas as cooperativas médicas.
3.5 0peradoras de ptanos de saúde

Mais um caso de exclusâo relativa envolve as operadàras de planos 3.6 Entidades de üevidência complementar
privados de as-
sistência à saúde. Tais entidades se dedicam à
Outra hipótese de exclusão, a ser analisada, envolve as entidades de preüdência
i
(...) prestação continuada de serviços complementat Elas se destinam essenciaknente a executar planos de benefício de caráter
ou cobertuta de ostos assistenciais a pleço
pré ou pós-estabelecido, por prazo indeterminado, preúdenciário, nos termos da Lei Comptementâr n. 109/2001, a frm de comPlementar ou
com a finúdade de garantir,
possibiLitar uma renda àqueles que contribulrarn" Tais entidades se subdiúdem em abertas'
sem limite financeiro, a assistência à saúde, pela facu.ldade
de acesso e atendimen_ é mais restlito'
to por profissionais ou serüços de saúde, Iivremente luando acessÍveis ao público em geral, ou fechadas, quando seu acesso
escolhidos, integrantes ou não Nas enúdades fechadas os planos são acessÍveis somente aos empregados de uma
de rede credenciada, contratada ou referenciada, visando
â asslstência médica, empresa ou grupo de empresas e aos servidores da União, dos E§tâdos, do Distritó Fede-
hospitalar e odontológica, a ser paga integral ou parcialmente
às expensas da ope- ral e dos MunicÍpios, ou aos associados ou membros de pessoas jurÍdicas de caráter
radora contratada, mediante reembolso ou pagamento
direto ao prestador, por proffssional, classista ou setorial. Estas devem ser organizadas sob a forma de fundaçào
conta e ordem do consumidor (Lei n. 9.656/9g _ art. 1e,
l). àu associação (Lei ComPlementar n. 109/2001 - art. 31, § 1s)74. Em nenhuma das duas
íormas pode se configurar um empresário ou uma sociedade emPresfuia' Assim §endo'
A importância do âtendimento à saúde da população as entidades fechadas de Previdência comPlementar sequer entram no âmbito de inci-
mais próxima do Estado, a qual é realizada pela ÀgÀncla
iustifica uma fiscalização
Nacional de Saúde (ÂNS). A dência da Lei n. 11.101/2005. Apesar disso, a Lei Complementar n. 109/2001, em seu ârt'
quebra da qualidade ou da continuidade
de tais se"jços pode causar preiulzos enormes, 47, diz expressamente que tais entidades estáo absolutamente excluídas da falência e da
como a perda de vidas e, por isso, há essa fiscalização.
Assim, semire que detectadas recuperação iudicial ou extrajudicial, submetendo-se apenas à interYenção ou à liquida-
nas operadoras de planos de saúde insuficiência SuPerintendência Na-
das garantias do equi.líbrio financeiro, çâo extlajudicia.l. Em todo caso, sua fiscalização é realizada Pela
anormalidades econômico-financeiras ou administ-rativâs
graves que cotroquem em cional de Previdência Complementar (PREVIC), admitindo-se a intervenção, a liquidação
risco a continuidade ou a qualidade do atendimento extrajudicial e inclusive a administação especial de planos de benefÍcio (Lei n. 12'154/2009)'
à saúde, ã ÀNS poderá determinar
a alienação da carteira, o regime de
direçâo fiscal ou técnic", po. f.'"ro .rao ,up..lo. a lá as entidades abertas são constituída§ exclusivamente sob a forma de sociedade
trezentos e sessenta e cinco dias, ou a liquidaçâo
extlaiudicial, conforme a gravidade anônima (Lei Complementar n. 109/2001 - art. 36),logo, são sempre empresárias' Ape-
do caso (Lei n.9.656/98 att.24).
- sa! disso, o art. 2s, II, da Lei n. 11.101/2005 determina sua exclusão da falência, da recu-
á existência desses regimes especiais afasta, a princípio, a incidência dos regimes peraçãojudicial e da recupemção extraiudicial, Tal exclusão §ejustifica mâis umavez Pela
gerai§ previstos na Lei n. 11.101/2005.
De fato, não se admite a recuperaçáo judicial ou
das operadoras de plano de saúde. Todavia, a própria Lei n.
:v.656/98
::..11:."!al.uorrjudiciat
admite a possibilidade da falência das operadoras
de planos de saúde, em um
caso esPecÍfico. Ássim como nas seguradoras 73, Por ativo realizável deve-se entende!'todo etivo quepo§sâ ser convertido em moêdâcorreflte em Prazo
e nàs sociedades de capitalização, não se
admite o pedido de falência na forma geral, mas .ompatÍvel para o pagamento dás desp€s⧠âdministlâtiv'es e oPe.acionâis dâ massá tiquidânda" (Lei n' 9 656/98
apenas no c"ro ,"g'ui,
" "rp..in.ndo. - ârt. 23, § 2.).
Poderá haver falência das operadoras de planos
, ,.
oa uquidaÇão extraiudicial seia constatado que
de saúde, desde que durante o curso 74. O dispositivo lalâ nâ forma dê fundâçáo ou sociedad€ clvil sêm Íinslucrãtivos, o quê temos inteípretado
o ativo da liquidanda nào é suficiente para como associeção,
60 i CUBSO DE OIBEIIO
EMPEESAAÁL

GEÊAIS DA FALÊNCIÂ, oI alCueeugo .ItIoicIAL E DA BECUPEBAçÃO EXT8AJ,O'.A.. ! 61


necessidade de fiscalizaçâo
mais
'.nao
po,,tu.i, i'i"iil-ni;::1|:ffi"";*"H;ffid;por meio da atuação da susEr)
"
Haroldo Malheiros critica
Juízo comPetente
exctusáo absolutaTs.
tal o,i".,--"^ ,- 1""*
da lei, mas conclui tratar-se de um
Tod.ú", our"'l_olitlt"ção caso de Além do âmbito de incidência comum, a falência, a recuperaçâo
judicial e a recupe-
o'scordar desse entendimento,
de tupótese de exc.lu;;";il;:Tt: d"*-i'";;;;;;;iffi :',i. ffi #i'.#: extraiudicial também têm em comum a definiçâo do iuÍzo comPetente para conhe-
va à intervenção
e riquid.çào d",
- v-- **" F1:::,t cer dos respectivos Pedidos.
- art. 62). ' 'nstltuições financeiras (Lei complementar
n. 109/2001 O art. 3e da Lei n. 11.1o1/2005 diz que "é competente para homologar o plano de
Diante dessa remissào recuperação extraiudicial, deferir a recuperaçâo iudicial ou decretar a falência o )ulzo do
_
instituiçoes financei;;;
exDres
abertas
seguirão o mesmo regime bcal do principal estabelecimento do devedor ou da frlial de emPresa que tenha sede fora
* â:;t"ti.:: "ntidâdes em nenhuma das
do Brasil'l Diante de tal disPositivo, vemos que há uma dupla regra de competência: o
.iudicial ou hipótese, à recuperaçào
,,ir'ri'll-i'-t":,*nn"t'
atividades. "*,r";J,.*i local da íilial no país para empre§ários estrangeiros e o local do prÍncipalestabelecimen-
Ía1ir normalmente,
co-,l1].]".;",rfiu:rao no ere.cício regular das
suas
poa..a .". r"ito p.ülr,l"r;"#:111T i:t resimes esPeciais, o pedido de falência to para os emPresários brasileiros,

liquidante' No direito francês, o foro é deffnido pela sede das sociedades ou pelo endereço
."d". p"r"
"s
rnrtit.ii;;";;il:#:* na§ hiPóteses especificamente
indi- declarado pelas pessoas fÍsicas, afastadas quaisquer transfe!ências fictícias'. Na Ar-
gentina, em relaçâo aos empresários, optâ-se pela sede da administração dos negócios,
3.7 ou, na falta desta indicação, pelo local do principa.l estabelecimento, ou ailda pelo iuiz
Concessionáias de
energia etétrica que ficar preventoTs. No direito ita.liano, o folo competente é o do local da sede prin-
Outra hipótese de exclusão cipal da empresaTe.
let

::[H::."il:-,:ff :T*i#: ji j:1iF;'"T:ii:tf ,#i;1if liff:l j: 4.1 Principalestabelecimento


to du.rar a concessâo
i;;:i;i ,;:i l*t as conce§sionárias d"
regra nova sobre"n".gi. "let
ii",
de modo que tais ;;.;.#;;;:" a síbrnissao "nqu".,l
a falêncra, A quase totalidade dos pedidos de falência, de recuperação judicial e de homologa-
l'":ialquer normalmente
rrtuo ,. foi"m .r.tu-ro]]lo".:il:sj::tmetem ao processo de falência, ção de recuperação extraiudicÍal é realizada por empresários brâsileiros, isto é, empresá-
ft1 empresas públicas e sociedades
nomia mista). r*"-r.;;;;o;;;:;.1."J* ' de eco- rios constituídos de acordo com as leis brasileiras e com sede no paÍs, Para tais pedidos,
nores, mas ainda assim relatiya dúerente das formu-tados pelos empresários brasileiros, o foro competente é o do local do principal
uma e*clusâJllâaexclusáo hipóteses ante_
A exclusão das concessionárias estabelecimento.
. . at t"tuperâçâo Caso o empresário exerça a atividade em um único local, o principal estabelecimen-
arâsta as rentativas de superacâo
a"l-o llÍtu e extraiudicial não
iudicial
to será o próprio lugar do exercÍcio da atividade. Todaúa, caso a atividade seja exercida
termos da citada Lei jrises nesses casos. Tais tentativas existem,
iiíài,iirr"l" nos
em diversas localidades, surge a dúvida sobre qual seria o principal estabelecimento. À
c,errrca (ANEEL), ^ conduzidas pela Agência
Nacional de Energia
a..int"*.nçao
no pr"ro d. ,- Lei não dá parâmetros claros para essa definiçáo, gerando, assim, uma série de opiniôes.
p",";'*d""::i::"?;;::i'"",:.,"':,:f,Hs
"rlldo dois anos, com o títuro
Gladston Mamede a-firma que não há uma solução única para identificar o principal
estabelecimento, deyendo-se analisar caso a caso qual será o mais importante pa.ra o em-
presário3o. No regime da lei anterior que tinha o mesmo dispositivo, Jorge Perbta Àndrade
preferia entender o principal estabelecimento como a sede contratual, na medida em que

75, VIiRÇOSA , Haloldo


Mâlheiros D uclerc. Das pessoas
de empres"s 6uleitas e não suieitas
ao
" da Íaléncta. In; pAI VA, Luiz lernando Val ehte aos regim€s de recuperaçào 77. IÀ\TIN, Michel; LE C.ANNU Paul. Dtulr corrtn ercral,. entr€prises ên difficulté.7. ed. Pâris: Dâlloz, 2007,
enprerar. Sâo paulo: de (Coord.). D p.196-197.
76. NEGRÁo, R ica[do. euârtjer Latin, 2005, p. ll3.
M, 78. BÁS, Frâncisco Junyenti SÂNDOVÂL, Cârlos A,Molirle. L., de.oficursos, quiebras comentadd.Boeíos
PENTEADO, ]VÍA uro empftsa. 2. ed, Sào paulo:
Rodrigues.lnr soUzA S ataive, 2OOZ, v. Aires: Depáh1a,2003, v. t, p.62-65.
de Morees (Co ord.l. JÚNIoR rancisco Sátiro 3, P.45i
Conenúrios à d€; PITOMB O, An!ônio
79.
200s,p.96. ehprcsas eÍdlência. Sérgio de A EIALÉ, ÁJdo. DiríttoÍdllimentãre. !1. ed,, Napoü: Simone, 2003, p. 70.
Seo pe\l lo: R€vista dos Iribunâis.
80. MÂMEDE, Glads ton. Dirclto efiprcsa at brasileirot íalêlc'a e recuperaçáo de êmprêsas. São Pâulo:
Atlas, 2006, v.4 p. 57.
62 !' cunso oe oraeno EMpffEsaaÍaL I

ol aec.rernlgo luoiclaL E DA EEcuPEBAÇÃo ExrF'':'o'c'o' i 63


GEBAS OA FALÊNCÁ,
em tal Iugar se encontraria
o emoresário n,."
j::-11:i":1"sffi üT"#,'"ffi ";ff .";:"t';ffi
fill}:ffi
.fl'ff ':?..'r*:'::I:,T"#;:i".:'*T' ao.""puoi"o..são;J. iio Kahan Mander
ift pÍinciPal estabelecimento
lnaror volume de negócios,
da sociedade, assim considerado o local onde haia o
ou §eja, o local mais importante da atiüdade emPre§a-

sob o Ponto de vista econômico33.


trat.ar.o ano aater,;;;;
AÍastando a ideia da sede
;fi ":[:.:mffi.i".:ffi f"T5."j::cia
pera sede con-
tinha sua atividade Principal em Cabo de Santo
I
como r
estabelecimentosa, alsuns autores §te Precedente, a sociedade
qu. o prin"ip"t entenclem responsável por boa parte das decisões ficava em Sâo
"ri"il;;;:#:"":t*cipal d: inho/PÉ, embora o sócio
movrmento, o que eànômica", o de maior de Santo Âgostinho/PE
pelmitiria à c.r,:::: Ti l-portânciâ
mais firmando-se a com petência p&ra Cabo
.rio. n,i..ro po..L"i;;à.."í;:""^"e bens na falência, para a
satisfação do á quem sustente que o principa.l estabelecimento não tem a
ver com
to é "aquete em que ;:;;#;::::::scarBarreto.Filho, o principal estaberecimen- mica, mas com o comando administrativo dos negócios3', permitin-
maior ativjdade mercantil c que,
mais expressivo À
t"r;;;;;;;;r**te portanto, é mais próxinia dos ato§ de gestão do devedor. Ele seria o local onde
De modo similar, Fábio ulhoa
que o principal estabelecimento lis"s' coelho irradiando a direçâo de todo§ os seus negócios
é "o mais imPortante afuma atividade se mantém centralizada, daí
o srJ afirma que do Ponto de vista econômico's7, âs as suas operaçôes profissionai§ Em outras palavras, "o local onde
e o gover no de tod
emP resa. onde efetivamente atua o empresário no goYerno ou no co-
I se 6xa a che6a da
de onde emanam as ordens e instruçôes, em que se procedem
ÍEndo de seu§ negócio§,
l

I
(-.) nos Grmos do art.
samento da
3e da
.ecuper.rr",;;H,"" l:::ílH :jãT:Ii:;::jffi: ::ffi: il as oPeraçóe s comelciars
contabilidade ge ral4. Em
e Ênanceiras
sÍntese, o
de maior vulto e em Ínassa, onde se encontre a
princiPsl e§tabelecimento é "o local onde o devedor
da admini§traÇáoet
ç6611da, dirige, administra seus negócios, ou seja, a sede
81. na lei anterior, que possuÍa p(aticamente a me§ma
ANDRADE, rorge peretre.
Manual deJalêrlcids ê concordatas. Nâ iurisPrudência, a orientação
82. S. êd. Sáo paulo: Atla§, como estabelecimento a 5ede adminis-
PACHECO, José da
Sihã. p/ocesso de rccupcraçào judichl, 1996, p. 73. redaçáo, era no sentido de reconhecer Principal
Forense, 2007, p êr.rraludtciat ê ,rrJ". ir,o e, o loa.l do comando dos negóciose2. Em um caso importante, envolvendo
falêhcia. 2. ed. Rio de lânetrc
pedido de Concôrdata das Fazendas Reunidas Boi Gordo S À , o STJ deParou com um
o
';tu,X:»:i,,*Zi?\?;.?;"1:lw::àx:i;i*l!i;*,,iil"..*:,.*Í:i::
;§i.;:;\?:{;[
li iÍ ,,fl;.,Xl';ri?!13]jDr,.rer' Minisrlo ANro*o,.ooiioi. àr^orA ruRMA, iuisâdo sB. cc 147.714lsp, Rel MiÍistro LUIS rELPE SAIOMÃO, SEGUNDÀ SEÇÁO', julSado
"oo.o, STJ - ASlnr no
';;-:,Zi:,Y;;t::,Í,',-,1:gl:lllu.,.cai,osHenrique;roLEDo.pâu,or em 22-2-2017, Dle 7 -\'mv.
89. slMIoNATo, Fled eitco A. Morrtê Ttaudo de direito Íalinentar' Rlo de ,Àneiro: Eorense' iooS' p 44i
iENTz, Luiz Antonio S ozres. Manual deÍdtência c recuperoÉo 'le empresas Sáo Paulo: )uá'ezde oliveira'
-..-íí:ítirÍ;f r+ç,Í;"rç'.1*sjq1ütfití',:"..,
i.ur,*J )" I"!iil_l! derur,êmpresas:
,-r. de e de fev...*..c uurr.
,n: sANros, pado pên,r",
u
l'L'*?rf,{ii}
Penatve i(coord ). A nova
zús, p. fe' lT CnÂO, nicatdo Man al de d.ircito comercial e de empresa 2 ed Sâo Peulo: Saraiva'
2007'
'Ji,l'.i 7l' |"""p:*«o
--<gu suuarr. Ke6urú,.à- )-
Lei n. tl.ro iiíi"iij'jl i-Yl:''awo
r tei de * a, p. ZSt; C,lUf'INHO,Sét}io. Fdlên.td e rccup.t^7ão de cmprcsat o líIovo regime de insolvênciâ emP!€sâ'
-..-_-
souzâ:RoDr,Íê,;;1-Í:":":."^p,"Djti,IiJifl"jii.'J"il:::lme;x*,Yrd#t .iJ.'nio a" lr'"iro, fr.nou"" iooe, p. ez' oÊ LÚCCÀ, Newton tn: DE LUCCÀ, Ne*'ton; slMÀo FILHo'
o";;;;,;à';;i;;;";)Í::::?,?:".,::^11J1o;,1,sr,*'iiiiu,.\i,k.*^,,*,,0*, Àdâlberto (Coord.). Crm entátios à
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'ÃÁi,'Oit*1ott,-**n de Ía)êficiL:.4. ed. Rio ae Jâneilol Forense UnivêÍsitária, 1999, v. I, p, 138| FIÀIE'
u:HlJs_?::.,,,"fuH^l."J,:;?1..""':""fã#:j",f*iy:fr,trTÉ:::::y:rIÍ{;1,1iilffi:l; tl. â. Napoli: Simone, 20o3, p 71; vASCONCELos'ttoneldo'Direita Processual
;;;,il"ü;â*Hif *,JErsro 200s, p. 67; nENTEADo
qe .\. .te tv
Mauro noarrrues.il*sÇ\iÍ ,!,Í#,!!"!çdo
d"
"^p,"*,. Berflardo Pimentel' Direíto processüal et'1prcsa'
.,- lalimentar. Sâo Paulo: Quartiêr Latin, 2008, P. 143j SOUZÂ,
.
r.u..,-
.r,uii).2^r.rir _, 1,.,1,,,"
I
i.,,sradosrribunais,lo#se,sr*.;;:à";:;;;,y;;::ü7h:,ili;;:#:2 ;íar. selvadoi ,usPodivm, 2008, p.179 GUERRA 'btiz A
onio. FdléÁcizs e recuPêrações deempresasic'ises
Editorâ, 2011,
d,;;i"í;tr;::,::,::"empresaemcrise.seoia"r", ê;;;;::;ü;ujwrLU-rvera Herenâ de Meuo econômico_financeirâs. comeniários à Lei de Recuperâçôe§ e de falênciâs. BrâsÍliâ: Guerre
do Nouatcidefatênciai,"ii*iií"'!#!"!;sr" p",ií ün,"ã""r,Á1,;:iil i:)l?â','d;"tí:iíí; v. l, p.217.

"oos, p Tos; upn -iz.c. civer"m'co,,,. 90. REQUIÁO, Rubens . Curia de dheitofali errar, 17. ed Sâo PÂulolsarâiva, 1998, v 1' P 93'
§j. ,.t^t^?,^,,tY:::.l"lilü,#j::"#::f. §Janoe :':"âurojAtras.
do S-ul da Regrão Meiropolitana
91. ÀLMEIDA, Arnad or Pàes de. cuôo de Íalância e rccupeúção de 2I ed São Pãulo: Saraivâ'
rm,
,_..-_-.-wàu "..-^rr -,r,n,.JIIIE
_ r,r», Çr,.ourrx,rrlcrÃ"í,",,Íuz rtR, - DÉCIM^ sExTÂ CÀMÁRA
de cu.riba - Ret.: 'mPtesar'
"-.1"_a--jl,-"" wAk I z cÍvEL _Aê 2005, p. 68.
s6 ;;;"';;;' ".. comercia!.seopsüJo:Max
BARREro FrLHo -
Julsemento: 1e-2'2008. - - CC
92. ST, - 2r Seçâo - CC 21775lDF, Relalor Ministro BUÉNO DE SOUZÀ, D,I4-6-2001; STJ 2r Seçáo
a7. coELHo, "**
rabio uri;-:;;;::;";,f*"^enb Limoned,1e6e, p. r4s-146 zisgs/úe, na*. Ntini.tro sÁL\4o DE FIGUEIREDo rElxEIRA, D,r8-9-1998i TIDF - 2007ü»0070813'\Gl'
a.orkêtci.jl. A. eC,.Sâopáu]o:
Sâraiva, 2OOB, v 3, p.261.
n"i"i"i óie orvrso oE oLIvÉtRA, 6r TuÍmâ clvel, iul8ado em 8-8-2007, D/ 30-8-2007' p 106' TJRS -
27-8-2008'
Conflitode Competência n.?002296508I, Quinta Câmâra Clvel, Relator: LEO LIMÀ'iulgâdoem
64 j cunso oe orneno EMpREsAaraL l

D§pó§ÇoES GEFAÍS OA FALÊNCIA, DA nECUPERAÇÁO JUD|C|AL E DA FECUrrnlçlo exrnruuorcm i 65


conllito de competência
entre a iusticâ .t,
pe'cuária era exercü. de comodoro MT,
,r;;;""#"J: :icomarca - onde a atiüdade
de são paulo, de onde
administrâtivo da so.,;*;. emarnva o cômando competente deverá ser o da última sede constante do registro, na medida em que esta
;il:i"._1,_rsuça
seja uma fonte segura para fixar a competência%.
tf ff ::ã1;:"H*:]ii;r:]r:i,.}:":S::,r#-1;:'r.11""'#ff
nça de interpretação
afirmando que
::#
Acompetênciapâra
4.2 Filial de enpresários estrangeiros
apreciar Dedidô.tê..-
o" tucuperaçãojudicial
com sedes em comar""" de grupo de empresas
*j,lloloo Normalmente, a atividade empresarial é exercida no Brasil por empresários que
,"ao pedido anteriãr de
f".u a" o_l ]ffi",:..""o "*isrente fatência ajui- tenham sede no paÍs. Todavia, nada impede que haja o exercÍcio de tal atividade por
"_
frI",11:d:::T::,,,:,i' ffi ::x :[:::::],:1 ;íJ::fi iil::',""fi, empresários e§trangeiros, isto é, com sede fora do paÍs, desde que haja autorizaçâo do
Poder Executivo (CC - art. 1.134). Tal autorização é um tanto quanto burocrática e, por
isso, em muitos casos, prefere-se constitür uma sociedade com sede no Brasil e de acor-
A nosso ver, por mais imDrec.
. do com as leis brasileiras, de modo que teremos uma sociedade brasileirâ e não uma
se chegar a uma
deÊni;;;;::'.Y:* teiatt'
o termo, é aconselháver
o ptin.,p"r sociedade esEangeira exercendo a atiüdade.
acred*amos
cipat estabetecimen-ü
que a s.a".o,,,.".r1i111 "
seia a
"*l;l:ffiil::Tiffil:lH
melhor interpre Êmbora seia mais comum a constituição da sociedade brasi.leira, nada impede que
;;;ã"^'-t*"tária o empresário estrangeiro opte pelâ autorização para funcionamento aqui. Nesse caso,
::x;.1;:,::;*5fl:,iri*ff *1,,""ffi ##Í;,.::,,:::'# obtida a autorização, o empresário deverá proceder a uma série de publicações e ao
no processo e, com respectiyo registro na iunta comercial do local onde exercerá tais atividades, no qual
i..o,d"r'i.ru"""llnl'"utr''*a, " "i*rào""í",:';::1il:;":?:::'ir:;
ses da empresae5 ' ---""-qrroo o Íuncionamento dos processos referentes às cri_ deveráo constar o nome, obieto, duraçâo e sede da sociedade no estrangeiro; o lugar
da sucursal, filial ou agência no paÍs; a data e o número do decreto de autorização;
. Afastada a ideia da sede do re
interpretaçôes poss;;;,;;;;j"'ult^:t: como principal estabetecimento, capital destinado às operaçôes no paÍs; e o nome do representante permanente no país
o
restam duas
(CC - art. 1.136, § 2s).
fi :ii::,1x.iki':T;i];1T,",]:i*:ffi
:,-:il'"".".:i".fl :{",",?:;tr11
Realizado todo o procedimento nece§sário, o empresário estrangeiro passará
a ope-
O locaj de maior rar no país, exercendo suas atiyidades. Em relação aos atos praticados no país,
. movimentac o empre_
rea.lizados é provavelmente
*roi,"l .'."ã.|'jl]l.-ti"'utt" o locar onde serâo sário estará suieito à iurisdição de nossos tribunais (CC _ art. 1.137), inclusive para
ererividade ^"o terá mais bens. Em razão di
dos or;;;;';;;"i-tvedor
€ eJecuperação
eventuais pedidos de falência, de recuperaçâo judicial ou de homologação
do plano de
ser o roro competente.
Na falência. iud;,r;;;:;ffil::í"'::Í: recuperaçáo extrajudicial.
permitirá a melho.
.de,bens
para o pagam;r;;;;;:.^1' 1",'o . -"i, ag arrecadaçâo Entre os divelsos juÍzes brasüeiros, o competente para tais pedidos será aquele do
local da fflÍal do empresário estrangeiro. Nada mais lógico, pois
J:j:I:.**"àil";;;.;..:;'*il::::.T:::?:,.ffi :*:i:::X",*:1,1;"UX exercendo a atividade. Havendo mais de uma Íilial, deve_se buscar
é neste local que ele vem
aquela mais impor-
tânte, isto é, a principal filiale.
,., I: :::: i:,:T:i:lffiT"1T pnncipal ain dâ será posíve, o pedid o de falência,
;,::11*s, estabelecimento. Atualmente, a Lei n. 11,101/2OOS conta com um capítulo inteiro para tratar da in_
Em iazâo disso, o foro
solvência trânsnacional (arts. 167 -A a 167 -y), permitindo o reconhecimento
93. de proce§_
sTI _ cc 36.349/Sp Rel. Mintstlo FERNANDo sos estrangeiros no Brasil.
2003, Dl to-lt-2003, p. 1Sl GoNÇALVES, sEGUN-DA
sEÇÃqiukado em 22-10-
94. cc 116743/ MG, Ret
Minisrro RÂU L ARÂÚJo
SEGU§'tuDA SEÇ
Áo, juigado em ReI, pl ACórdãO
t0-10-2ó 12, Dle t7-12-20 MlniStIO LUIS FELIPE
SAIOMÃO 96., CAM?INHO, Sé1gl o. Falenaa e recupêtação de empraa: o novo rcglme de insoivênciâ émp.e6ariel, Rio
95. BEZERRA FIL HO ll (e Jâneiro: Renover. 2006, p.3Z S-Íl
Pauio: Revista dos
Manoel ltlstino. Leí
de recupetaçito de - CC2yt2lS0 Rel. Ministro ÀRI pÂRCfXOUn, SeCUVO SrçÂO,
Iribunais,200 êhpresar e Íaléncias éonlentadà. iulgado em 23-8-2000, D/ ZS-9-20..x],, p.62,
4. ed., São
97.. CAMPI NHO, SéÍg to. Falência e rccuperaçito de efipresat o novo tetime de insolvêncta empresariâI. Rio
de )aneiro: Renovar, 2006, p.41.
t'tr CURSO OE OiREITO EMPEESABIAL
GÉRÁIS DA FALÊNCA. DA BECUPERAÇÁO JUOI;AL E DA RECUPEBAÇÁO EXTEAJUDICIAT
i 61

A insolvência transnacional ser entendida da seguinte maneira: -a falência


transnacional pode ser definida cr-deve Âpesar disso, ele reconhece a existência de orientaçâo no STJ no sentido de se
de competénciâ absoluta, o que, pa!â ele, só seiustifica para afasta! a Possibilidade
:TT d" .À",""i"a"ã"
Pertencentes a "-p"iIr :TiilÍ:T:..:Jãr::11ilffi"jl"ffi1,1;
um mesmo grupo _ cuia repercussão
irradiará
o e fraude Processual,
externos aos limites do território do
doml.if i" ao p"f, .o "fuitor;urlii"o_p"t.l.oni"i.
qr"f';i'ü Com efeito, o STriá âfirmou que a competência Para pedidos de falência é absolutarol.
Configurada a insolvência tral
l. ,,_,", se trataria de uma competência territorial, mas de uma comPetência em mzâo da
"tl,nia"au.,,*.
merto,noÉras,éo.;r.""J;fiT'J""*,^'"1l"l,"..ITj"J:: j:"l.:Hfi jf""; especÍfica. Ássim, a incompetência poderia ser reconhecida de ofício e não de-
a çooperaçãocom a autoridade estrangeira (Lei n.
ll.rO1/2ôOS _ iãz_o;, ,urn ,r"..rri
$: ia de exceção para ser alegada. Ademais, não setia possÍveL a prorrogaçâo da
dade de intermediaçào de Tribunais corllPetência.
S-uperiores. OpJã"
diretamente pelo representante estrangeiro será feito nosso ve!, efetivamente trata-se não apenas de uma hipótese de competência abso,
A
e não aÉrang".a""-i.u-irasüeiro
í"ii-J";
ao que aqueles
colocados nos limires do próprio pedid-o.
R..orh";ú;;;;;."riã ãiàng",.o, o ."p."_ lutar@, mâs de uma hipótese de competência territorial absolutaro3. Normalmente, a com-
*T":c:,.o poderá requerer a fatência no t;"rí;;;;r";;s Detêncta territorial é relativa, no entanto, tal regrâ tem exceçôes, isto é, há casos de com-
::lj-""1: processos em foro da situação do imóvel (CPCl2Ol;
curso no paÍs, indusive de recuperação
ou falência (Lei n. Ll.LOLl2(x,; _ L67_G). ;tência territorial absoluta, como o - aÍt.47)tu.
Após o reconhecimento de um O quejustiÊca a competência como absoluta ou relativa são os interesses envolúdos.

:o,:l:T jf j:.::
so_estranseiroéocenrron._.rfJpoffi Quando a fixação da competência envolver interesses exdusivamente pri?dos, estaremos
tsrasil um processo de recuDelacão judici"f,
;;"1;igi:Hfi-.*ãiu'A-.ial ,l?.r, diante de competência relativa. De outro lado, se a fixação da competênciâ envolver um
a" ."""p.iiçao ou de falência
se o devedor possui. bens ou estabetecr-"^," interesse público, estaremos diante de competência absolutâ. No caso da Lei ru 11.101/20O5,
do como nâo principal (Lei n. tt.rctt2(f,tS _ "o i"ã.
ô!ããio iãil"iro ,"ra a.nri-
t67:8, riO. '-
estamos claramente em uma hipótese de interesse público pam a fixaçáo da competência,
na medida em que há um interesse maior para a soluçâo das crises da empresa. Por isso,
. Podem
próprio
atuar no processo estrangeiro, desde que
devedor nos procesros equiuãr"r,",
autorizados pela lei do local, o a competência para tais processos é absoluta.
i nos processos equivdlentes à falência.
i .".,if*"iiã'.ãiãLí^o,.".o, ;ra,.,", Em todo caso, a partir da distribuição do pedido de falência ou de recupelação iu-
autorizar terceiros a atuar como IreDrr
Na omissao'desses [g;ti,"J;,
o iuiz poderá dicial ou da homologação de recuperação extraiudicial, o,uízo ao qual houve a distribui-
167 -E).
'-"rv sPr esentantes do processo brasileilo (Lei n. I 1.101/2005
- ção ficâ prevento para qualquer outro pedido de falência, de recuperação judicial ou de
homologação de recuperação extraiudicial, relatiyo ao mesmo devedor (art. 6e, § 8e da
Lei n. i 1.101/2005).
4.3 Natueza da competência

.. _ _9, dok critérios para fixação da competência; indicados pelo art.


lLt0l/2005, 3s da Lei n.
levam em conta aspectos territoliais _
principal estabelecimento e filial do
empresário estrangeiro. Em razão
disso, ,"r1" r".ttu-"i.orr"iJ. q""1.i.","
competencia territorial e, por conseguinte, a" ,-"
t rpo_
5se-de reconhece de competência reiativa. Luiz Ântonio
§uerra tratar_se de ume hipótese de competên'cl"
se tornaria absoluta a partir
do trânsito e- iulg"do
i.rri,".irii"r"a*", .",
qr" 100. MÂMEDE, Gladstor. Direita efipresd,rid.l btdslleírot íalérlcia e rccuperaçáo de empÍeses. São Paúo:
á.,;;;"rr;
t,o".iiog"tort" a" .".u_ Adas, 2006, v.4, p. 55.
l^.-lili.]1d,:,d:.1".sentença que decreta a falãncia ou da d"",rjo àu oro."r."_.r,,o a"
recuperação 107.
iudicialee. Gladston Mamede fala que nao ira na STI - CC 37.7361SP, Rel. Minist.a NÀNCy ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÂO, iulgado em 11-6-2003,
quer dispositivo que permita ÇrtJçiã'f"ti..nt", qu"t_
a conclusao a" tr"t"r-r" àu .orniu?àr,ir'"
DI 16-A-2(n4, p. r30.
que o dispositivo fala na competênciâ ãurorur", u-" ,", I02. CAMPINHO, Sér9lo. Falência e recuperação de etúpresa: o novo regime de insolvência empreseíiel.
do;or"o ao to"Jou'r'i[ u-I1l_puten.i" t".ri Rio de lanejro: Renovar, 2006, p. 36; VASCONCELOS, Ronaldo, Direiro processualÍdlinentat. Sào PáL.lol
Quartier Latiô, 2008, p. l41i SOUZA, Bernârdo Piínêntel. Direito prc.essua,l emptesartal. Selyador l\tsPodi-
vm, 2008, p, 179, GRÀNDA, Piêdad González. Inj DOMÍNGUES, ValêntÍn Cortés et al, Derecho prccesal
con.ursal. Metddô NI:àt iâl Pons, 2008, p. I02; GUGLELMUCCI, Lino. , ezioni di ditítto Íallirnentare. 3. ed.
98 MENDONçA, Vinícius de Cârvâlhô Insolvência
transnaclonâl: critérios de fixaçáo de competênciã, Torino: Giappichelli, 2004, p.41.
Revist4 Diftito Intemacionat e Ec-a_r.r, Sao p"rü
Gbbatiza&o
99. -de ,;;óir:;. ,* 103. RESTIEFE, Pâulo Sétgio, Recuperugão de entpresas. Baruerl Mànole, 2008, p, 99,
GUERRÁ., Luiz Án tonio. Falêkcias
ft e
"ro;.,.;,
,a,ro.rr_"ia"n".,p..";;;;;;:,dil1:?J',Í:É1"f""ffif.ffi.,"ffi#Tico-Íihanceiras.comen- t04. STI - REsp 66O094/Sq Rel. Ministrâ NANCY .ANDRIGHI, TERCEIRA TuTlMA, julsado em 25-9-
2007 , Dl 8-10-2007 , p. 261.
-i
68 | cunso oe orneno EMpREsÁFrAL
í
fl
DriposrÇôts oennrs on FÂLÊNclA, DA FEcupEnAÇÁo JUolctÂL E oa ÂEcupERAçÁo ExrBAJUDtctaL 69
5 lntêrvânçáo do Ministério público
Além da determinaÇão do âmbito
. comunicaçâo do despacho que defere o processamento da recuperaçâo judicia.l
de incidência e do juízo competente,
também
(art.52'v\l
ff,i,fffij;rt,,;;ções sera,s da Lei
1.,,.,rr;;ô;;#;,"r*obre a intervençâo . intimaçâo eletrônica da concessâo da recuperação iudicial (art. 5g-.q,, s 3e);
.
r;t'.-;:*1* j:
interposiçâo de recurso contra decisâo que concede a recuperaçâo judicial (art.
::ÍIi.:ff ti;il::'n':r.;$.fiqfiiudicial
llf i'":ü:ürfi 59, § 2e)j
raia" rorr" p*t.. ioi"; em todas e
;"i:::,0*"tu" (art 4e) foi vetado
as acôes em que a massa . comunicação da decretação da falência (art. 1OO, XIII);
ca. As razões do vet"
o" ].1
pelo Presidente àa Repribtil . recebimento de informaçôes do falido (art. 104, VI)j
"*,"r.iillt . falência írustrada (art, 114.4);
O dispositivo reproduz
a atual lej de Falências _
. propositura da âçâo revocatória (art. 132);
Decreto_lei n.7.661, de 2l dejunho
de 1945, que obriga a intr
o"
. intimação em qualquer modalidade de alienaçáo de bens (art. 142, s 7E);
náo aPenas no processo falirnentar,
mas também em toda *iiÍio:.: ",'"e' . impugnação à arremataçáo de bens (art. 143);
"
e.sexecuÇôesâscais,"r#ff
::5.T, jH"}::rl;:ffi .
rias traba.lhistas etc., sobr.ecarregando
a instituição e reduzindo
:";:l:"lffi: .
manifestação sobre as contas do administrador iudicial (art. 154, s 3e);
mâ.nifestaçâo sobre o pedido de extiação das obrigações (art. 189, § 1r);
insütucional. sua importância
. atuação nos processos de insolvência transnaciona.l (art. 167_A, § F);
Importante ressaltar que
no autógrafo da noya lei
de Falências enviado ao presi_
. tiíüaridade da ação penal (art. 184).
dente da República são previstasàipóteses,
,ãyeis, de interven- Efetivamente, há um grande número de hipóteses de atuâção do Ministério púbüco
ção obrigatória do Ministério público,
até. "0..,r,r_"r*
Oil;; ;;;; envolvendo as principais questôes dos processos de falência e recuperação judicial, Toda_
i...1 r*r. via, essas várias hi!óteses não significam a intervenção em todas ai situaçôes. A principal
pode_se
destacar que o Ministério priblico mudança decorrente do citado veto foi a desnecessidade de oitiva do Ministério público
é intimado da decretação
do deferimento do processamento de falência e nos pedidos de falência. Tal situação acabou gerando uma controvérsia.
da rec"p"""çr" ;;";do
atuação ocorleráparj puJsz ,"d;;";, claro que sua Pela aplicação subsidiária do Código de processo Civil, há alguns julgados reconhe-
ao andamento 0. r"r,..
afasta as disposições dos Oioieto de Lei nào cendo a obrigâtoriedade da intervenção do Ministério público, sàb pena de nulidade de
a possibilidade de o
arts 82 ê 83 do código;;.;;ü:".
^0"_"rr, "
ruais preveem todo o processo. O fundamento seria o interesse público presente em todos os processos
Minis
da Lei n. 11.101/2005, o que justificaria a intervençâo do Mpros.
:;:]ti:#;ffi ;i::::::::;.:::::.":.,":1i::i:;ff il;:",j1 Márcio Souza Guimarães reconhece até a eÍsténcia de fundamento constitucional
parâ talintervenção, tendo emvista a presença de interesses difusos, coletivos
e individuais
homogêneos nos processos de falência e recuperação A.lécio Si.lveira Nogueira
limitar iud.iciali6.
,.. olI.'*11"-'o*,::":ffiT"ti"1i',it:lçâoloi a aua çàodo pa,rquet àshipóte- afirma que
,r.a, r"r,n,,,a,i" p,:ur,"":#.lI::;1llllllflt;i::j.'o**.rientação, a interven-

. r05. TJDF - 20070110093123ApC, Retâtor LUCIANo VASCONCELLOS, íTurma


Clvet, julgedo em 7-2-
possibüidade de impugnação 2O0a, Dl 12-2-2ú8, p.1.885; TrDF - 2OO7OO2@33292Àct, Relator TEóFILO CAITANO
de créditos (art. ge); 2r iulma Clvel,
. pedido de exclusáo, reclassifÍcação Nl$do em 27-6-2007, Dl23-8-2007, p. g4i TIDF, 20060020116320AGl, Relâror LEILA ARLÂNCH, 4r
ou retifÍcação de crédito Turmâ^CÍvel, iulgado em 3l-t-2o)z, Dl6-9-2ú?, p. 13rj TJDF _ 2OOSOT rO6322OOA?C,
quadro geral de credores (art,
l9); iá incluÍdo no Relator VASeUEZ
CRUXÊN, 3. Turma CÍvel, iul8ado em 2s-6-2ooÍ;, ry 2s-?-2cr,8, p.2ít.rtúC_ ioozl.oz.oe+sse_ctooi,
. conhecimento do relatório Desembargadora MARI A.ELZA, ). em 6-12-200Z, Ot tg-tZ-ZOOZ, piOtNÇA,
,osé MâÍcelo Mertins. Dispo-
do adn sições preliminares: aplicaçáo dâ legislaçâo, competência ê interyenção
alguma responsaor,o"o. iudicial' caso haia a imputação de do Ministérlo público. In: Mâ.cHÂ-
0""", ãlili'rt';dor
'- requerimento de substituição do administrador judicial (art.
DO, Rubens Àpprobâto (Cooíd.). Comentários à nova lei de
falênci e rerupuoçao a"
"^pr"ror.
Sio i^io,
Quartier Lãtin, 2005, p. 72,
. parecer sobre deliberação em assembleia 30, s 2s); 106. GUIMÁ.RÁES, Márcio Souza. O Ministério público no novo sistemâ de insolvência empresáriel. Á
po. do" .rui".*i"". habilitação e a impugnaçâo de créditos. lnr SANTOS, paulo penstvâ (Coord.).
"d"rao ,r, U *1, A nova lei d,e lalékcids e de
recuperaçào de erfipresdsr Lei n. 11.101/ZOOS. Rio de
^, ,aneiror Forense,2006, p. 45_56.
70
| cunso oe orneno EMpREsÂBraL
t----ffi OA RECUPERAçÀO JUDICIAL E OA RECUPEBÂçÀO ETíRAIUOICIAL i 71
S GÉRAS OA FÁf,ÊNClA.

[...] há interesse púbüco suficierte a determinÂr


a intervenção do Ministério públi-
co nos procedimentos de falência, lei têm uma feição pública, "têm reflexos diretos no
recuperaçao;udicial e recuperação
extraiudicial; os Processos da referida Pois
es§e intere§se con§iste bas de atuaçâo do empresário ou da sociedade emPresária"rr3.
§o *editório,Írão se c"*,".:il::,:#
os interesses especÍficos dos
I;x::::::rfjfl:Tã.fii:i:ffiT .1Ol/2005, a conclusão Ínâis factível é aquela de que
só ocorrerá nos casos legalmente PreYistos. Todavia,
credoles habdtri"tas ou nscJã. a aplicaçáo subsidiária do Código de Processo Civil
Bernardo pimentel sustenta rocessosali previstos. Em razão disso, aplica-§e o disPosto no art. 178,1, do CPC/2015,
_ a necessidade da oitiva do
as tases dos processos, inclusiye Ministério público em todas intervenção obrigatória do Ministério Público nos casos em que houver
n que deter mina a

"lilq;:b ;;H:;il.l. *:!1!.Í.J,1ii:T;,HlJÍJ:líJL,.":iflI


e de recuPeraçáo iudicial, há
interesse P úblico ou social. Ora, nos Processos de falência
9:bl:"
oe, em razâo do veto ao art. 4s o intere§se na tutela do
claramente um interesse públiço/social envolvido,
vale dizer,
da Lei n. 1L101/2oo5ros.
social que ju§tifica um acompanha-
que a intervençâo do MP só crédito. Com o será visto, há uma função da emPresa
.",".T;'i[:iii?.1Í,:,H*i'J:","nrmam se dará nos mento mais Próx.imo dos Processos de falência e recuperação judicial e, desse modo,
p,é f"r#",;';;;;;;;i",.:,::.,1il::i: H:ff i,,ii:",,:.;l:,#:H*"#:,::tr justifica-se a iltervençáo do Mini§tério Público,

privados nos DentÍo dessa linha de entendimento, é essencial a intimação do ministério para se
:H,"?',[hff p.o"",'"ã r.rã'-",mo
ãil:Tfl#T:'"
r.,u, a" p,ã.",1oi,i1;H'ffi
sentido, manifestar nos processos de falência e de recuPelação extraiudicial. Mesmo na recuPe-
:""111: ff l.i:::i:1,ilr::ili: T:,ffi :"i."J: ração exEâjudicial tem-§e entendido a existência de um interesse social, coniistente na
rntervenção âpenas nos tuiela da função social da empresarra. Taj intervenção não deverá signficar a remessa dos
casos em que o interessepúblico
) r r, em questào decidida ainda efetl*À"íli" urtu;, pru""nt". O
sot d" lei autos ao Ministério Público em todo e em qualquer momento do processo, sob pena de
previsâo expressa, o Ministério anterioc aÍumou que, náo havendo
noi,?^1t19" violar o princÍPio da celeridade. A intervenção deverá ocorrer nos momentos essenciais'
fl::i:t_o:,,,;T;ão
Lurz Antonio Guerraãfirma
#fil!ülí;i::::J.:'iHtr[ilffi::,1.i::ff
r",*" que [: nos quais â tutela do interesse público iustifique a particiPação do Mini§tério Público,
é obrig"iO.i" ir*.""nçuã'.o, ai".""l embora â opinião maioritária seia Pela intervenção apenas nos câsos legâis.
" ,r." *,
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Sáo pâulo

l
ii',;H,'i:#iffii:',O*tU*t****t*,U**;t*U.,.?"
pp{1i5i,ifl1;itiÍ",;u:.**;x,*}Í"*mr.r,i:rmi;,ttri{;yztr MARCO Buzzl, QL'AIT TIJRMA, julgado em 4- ll'2o14, Dle l+rl'2014i RɧP 1536550/R,, Rel. Ministra
NÀNCY ANDRIGHI, TERCEIRÀ TURMÀ. iulgado em 8-5'2018'D/e 1l-5-2018.

H,iil;-l3rã31 Rel. Ministra NÂNcy ANDRlcHr, TERCEIRA


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