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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
RELAÇÕES PÚBLICAS INTERNACIONAIS
DOCENTE: DANIEL REIS
DISCENTE: NICOLE GONÇALVES ROCHA

Ensaio sobre globalização e seus dilemas

É possível afirmar que, hoje em dia, a globalização ultrapassa os limites geográficos,


culturais, políticos e econômicos. Diante dessa realidade, as formas de comunicação e mídia
passam a ser moldadas e adaptadas de forma a atender um fluxo de informações que,
anteriormente, se viam limitadas. Naturalmente, com o surgimento da globalização, nota-se a
descentralização de Estados que detinham a comunicação e, consequentemente, outros
aspectos, como política local. Dessa forma, a informação passa a transitar livremente,
ultrapassando fronteiras e explorando ambiguidades, antes nunca discutidas.
Assim, grandes acontecimentos, como a Guerra Fria aparecem na história e
demonstram a importância de haver tais atores transnacionais que simplifiquem a
comunicação e que levem a informação de forma clara e verídica. Dito isso, alguns tópicos
importantes são colocados em xeque, como direitos humanos, a destruição do meio ambiente,
indústria cultural e pobreza mundial. Tais aspectos, antes unificados e portados por apenas um
Estado-nação predominante, agora são trazidos à tona, amplamente discutidos e colocados sob
diferentes pontos de vista.
A partir dessa contextualização, percebe-se, através da palestra TED Talk -
Nationalism vs Globalism: the new political divide, a dicotomia atual que define o novo
mundo: agora, tópicos de cunho local - como política - entram em embate com o fluxo de
acontecimentos globalizados, como ecologia e economia global. Dessa forma, ocorre uma
grande discrepância no fluxo de informações e processos, o que implica a necessidade de
implantação de novos modelos e formas de pensar sobre política.
Isso ocorre porque o sistema de política vigente não possui preocupação com o
cidadão comum, mas sim com uma grande cadeia financeira, econômica e política. Nesse
sentido, é notório que, principalmente nos países cujo imperialismo predomina, ainda há a
tentativa massiva de imposição em detrimento aos locais subjugados, o que gera um grande
contraste com a nova visão de globalização e implementação de ações que possuam um
entendimento holístico para com o planeta.
Um grande exemplo de que a relação nacionalismo vs globalização se encontra
“quebrada”, como afirma Yuval Noah Harari, são as fortes ondas de mudanças climáticas e
as crescentes tentativas, de forma globalizada, de combatê-la, que são, de certa forma,
prejudicadas, pelo nacionalismo de países que possuem influência mundial, como os Estados
Unidos.
Assim, o próprio Acordo de Paris enfrentou resistência de alguns líderes nacionalistas,
que, por sua vez, priorizaram interesses nacionais sobre metas climáticas globais. Isso destaca
o dilema entre proteger a soberania nacional e enfrentar ameaças compartilhadas de forma
globalizada.
Em suma, tal dicotomia ainda será presente nas próximas décadas e, segundo o próprio
especialista Harari, apenas duas alternativas são viáveis: 1- Retornar temas globalizados em
um cunho nacional, como ecologia e economia - fato que pode ser um regresso diante um
mundo com grande fluxo de informações e sem barreiras; 2- Tornar a política globalizada de
forma a abarcar todos os temas e trabalhar formas de lidar de forma que atenda os Estados em
um aspecto geral (ainda que isso se configure como um desafio, tendo em vista a
multiplicidade de povos, etnias, culturas e sistemas).

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