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Kult-UR

#04

Sütterlin – Ekmond Baerrik


A Necessidade de Evoluir – Der Galster
Festa Funeral – Tradução por Wegwisir
Widukind – Tradução por Vogelsprache
Florian Geyer – Ekmond Baerrik
Receita de Gravlax – Wegwisir
EDITORIAL
Não ficando preso em conceitos
tradicionalmente materiais, o conteúdo
desta publicação deve ser encarado com
visão espiritualista e cultural.

Nada visto aqui deve ser tomado como


político. Nem como contracultura.

Kult-UR
Que o fogo que a tudo queima,
A tudo purifique.
Escritas

Ekmond

SÜTTERLIN
O sistema de escrita alemão conhecido como Sütterlin, ou
Sütterlinschrift em alemão, é baseado na antiga escrita escolástica
(gótica) dos séculos XII e XIII. Ao contrário do que se pensa, o estilo
não é antigo, e foi criado por um professor e designer prussiano
chamado Ludwig Sütterlin, por volta de 1911. O sistema se manteve
até a Segunda Guerra, quando foi substituído pelo sistema latino de
caligrafia.

Antes de 1911, um sistema de escrita similar era utilizado, também


baseado na escrita gótica, sendo que fora desse sistema que surgiu o
“umlaut” (ou trema), aonde eram colocados “dois riscos” sobre as
vogais quando se esquecia de escrever o “e” após as mesmas, como
forma de correção. Pode-se notar que o “umlaut” é utilizado somente
na Alemanha, mesmo tendo outros países falantes da língua alemã.
Fora da Alemanha pode-se notar que se
utiliza /oe/ ao invés de /ö/, por exemplo. E o
mesmo vale para o /ß/ que é apenas utilizado
no alemão da Alemanha – a letra surgiu da
junção do /s/ com o /z/. Depois o /sz/ sumiria da
gramática alemã, sendo substituída pelo /ss/.
O Sütterling é praticamente ilegível para os que não possuem
contato direto com o tipo de caligrafia.

Exemplo de carta utilizando o estilo Sütterlin:

Fonte da carta: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%BCtterlin

Uma curiosidade é que o sistema era bastante difundido em


colônias do Sul do Brasil, mesmo depois da Segunda Guerra. Os
cadernos de caligrafia eram mandatórios em muitos colégios mais
tradicionais.
Espiritual
Der Galster

A NECESSIDADE DE
EVOLUIR
A necessidade de evoluir pode ser frustrante para o espírito que
devido a desvios não consegue retomar seu caminho a tempo, ou
retoma em tempo tardio, ocasionando na necessidade de reencarnar
mais vezes no plano atual. Esse atraso pode fazer com que o espírito
se arrependa de sua encarnação ou até mesmo pode fazer com que o
mesmo fique com questões pendentes no plano material – se tornando
até mesmo uma alma penada por algum tempo, se assim seu nível
baixo de evolução o deixar. Não é incomum também que faça sua
existência corpórea se indagar a todo momento sobre “o sentido da
vida”, a “missão que possui” ou de “nunca se satisfazer” devido a não
estar no caminho planejado. Em uma palestra que fui num centro
espírita, certa vez, a palestrante se indagou:

“Nos últimos 25 anos estou no espiritismo e eu aprendi tão pouco,


se for ver, não aprendi praticamente nada, continuo julgando e
não sendo pacífica, a gente reza e agradece, mas quando chega
no final da vida, não evoluímos do jeito que queríamos”.

Então deve-se novamente a


criticar: A evolução não se deu por
que nenhuma faculdade anímica foi
desenvolvida com a intensidade
devida, o foco estava apenas em
agradecer, rezar, pedir e depender
de espíritos que talvez precise mais
de ajuda do que os encarnados.
Parece presunçoso, mas não é. Muitos espíritos que por aqui circulam
estão mais evoluídos do que a maioria dos encarnados, mas isso não
significa que destes eles não dependam. Existem ainda muitos
encarnados que são mais evoluídos que os espíritos que os guiam, e
isso ocorre por um motivo óbvio: os desencarnados não possuem
uma prisão material que limita suas percepções, assim como
possuem mais acesso ao passado. Em alguns casos, alguns espíritos
que guiam os médiuns fazem o papel de ajudantes, passando aos
médiuns encarnados a visão que eles não podem ter devido a
limitação corpórea e material, em outros casos os mentores são
espíritos realmente mais evoluídos – em alguns casos, estão em
missão. Em todos os casos, a mediunidade é facilitada quando os
médiuns possuam faculdades anímicas para somar forças com seus
mentores ao invés de servir única e exclusivamente como
canalizadores de energia ou “baterias de ectoplasma”.

Como já mencionado, nos dias de


hoje um dos maiores fatores que
afastam os espíritos do caminho
planejado é a evolução da
sociedade, na qual extremamente
materialista, torna os prazeres
mundanos mais atraente para os
encarnados do que uma vida de
evolução espiritual. Para frear os
impulsos e a maldade humana
gerada pelos prazeres materiais, as
seitas e religiões tiveram seu papel
positivo, mas também trouxeram
atrasos para a evolução causados
pelo afastamento das práticas
anímicas.

Continua na próxima edição com:


“O DECLÍNIO DAS RELIGIÕES E CULTOS”
História

FESTA FUNERAL
Ao longo das Sagas, fica claro que o melhor modo de prestar
homenagens aos mortos era fazendo uma festa funeral em memória;
que era importante tanto em vida quanto em morte, e era a festa onde
o filho herdava o que era do pai.

O processo da festa foi descrito por Snorri: [1]

Era costume de época, que a festa funeral deveria ser feita em


honra ao Rei ou a Jarl que o guardava; e quem sucedia a herança
deveria sentar-se no lugar (assento ou banco) anterior ao lugar mais
alto até que seu copo se tornasse o Copo de Bragi[2]. Então deveria
erguer o copo e fazer um "yow", bebendo em seguida; então deveria
prosseguir para o lugar mais alto, assim como seu pai já fazia,
tomando para si a herança [3].

É provável que haja uma conexão entre esse assento e o assento


mais alto com o Assento do Rei em cima do monte descrito em
Heimskringla, quando Hrollaugr se rola para baixo, no assento de Jarl
[4][...].

As maiores festas eram, obviamente, as dos Reis, quando seus


títulos reais eram largados; [...] na Saga de Laxdæla vemos a
descrição de uma festa memorial elaborada pelos filhos de Höskuldr
para seu pai, realizado por Olaf que queria que seu pai fosse
dignamente honrado. Todos os Grandes Homens foram convidados, a
saga registra que haviam mais de 1100 convidados e que na Finlândia
nenhuma festa assim tivesse sido feita desde a dos filhos de Hjalti
(XXVII), no qual haviam 1400 convidados [5]. Aos convidados
importantes de longe eram enviados presentes. A festa poderia ser
feita logo após o Howe [6], como descrito na Saga de Gisla [7], ou
assim como na festa de Höskuldr. Se não ouvessem filhos para
suceder o falecido, seu irmão deveria fazer as honras, isso foi descrito
na Saga de Svarfdæla [8].
Mas qual era o motivo por trás disso? A ideia de que o bem estar do
morto dependia de uma festa para ele? Sabemos que poemas eram
recitados em honra ao morto, como na "famosa" cena da Saga de
Egils, em que a filha de Egils pede ao seu pai que escreva um poema
para ser recitado na sua festa funeral por seus filhos (LXXVIII). Esses
poemas podem ter sido misturados com ideias cristãs durante
viagens, influenciados por ideias de imortalidade [9][...].

No caso de pessoas importantes, o funeral, ao menos em tempos


mais recentes, não era limitada somente aos homens, como no
banquete de Auðr descrito na Saga de Laxdæla (VII), que se
transformou em uma festa funeral em sua honra. A princípio, era uma
festa para aqueles que deixavam riquesas ou posições para serem
herdadas, ou para um filho ou irmão que morreu e não deixou
sucessão. Não há registros de casos de pessoas pobres ou sem
importância com poucas posses.

Existem também contradições sobre as festas em honra aos mortos,


assim como na literatura. Na Islândia, são consideradas como a última
marca de respeito aos mortos. Haviam costumes "excêntricos" de
colocar os cadáveres em buracos na parede - como no funeral do
velho Skallagrimr na Saga de Egils (LVIII) ou Þórólfr na Saga de
Eyrbyggja (XXXIII) - para garantir que os mortos não encontrassem o
caminho de volta para assombrar. [...] Mas quando citamos um Rei da
Noruega do século X, que no seu funeral, foi "direcionado para
Valhala", fica clara uma concepção diferente de ideia de "vida-futura",
que tenta achar uma conexão com Odin. [...]

[1] Snorri Sturluson - historiador, poeta e político islandês.


[2] Copo de Bragi, no "Paganismo Germânico" seria o chifre de beber usado pelo líder.
Um ritual de passagem conhecido como Symbel - Sumbal, em Alemão Antigo.
[3] Ynglinga Saga, XXXVI
[4] Heimskringla: Haralds Saga Hárfagra, VIII
[5] Lndn. III, 9, p. 145
[6] Howe - ritual de sepultamento, onde os corpos de uma ou mais pessoas eram
enterrados ou cremados no barro.
[7] Gisla Saga, XIV, XVII, XVIII
[8] Quando Þorsteinn diz que fará a festa de funeral de seu irmão, que morreu no mar,
para que o mesmo não sofresse, e O Jarl garantiu que fosse assim
[9] N. Kershaw. Anglo-Saxon and Norse Poems (Cambridge, 1922), p. 133

Fonte:
THE ROAD TO HEL - A Study of the Conception of the Dead in Old Norse Literature
por HILDA RODERICK ELLIS M.A., Ph.D.

Traduzido por: WEGWISIR


WIDUKIND
Literatura

A 772 anos nascera o messias


judaico e a quase 1000 anos se
passaram desde a primeira luta dos
germanos contra o Império Romano,
quando Roma se revigorara com os
homens nórdicos e se consumia pelo
pensamento messiânico-judaico contra
os germanos.
O reino dos francos assumira o patrimônio romano, Carlos Magno -
o Rei dos Francos, e mais tarde de todos os romanos por decreto do
papa - comandava uma guerra contra a terra dos povos germânicos,
como uma "árvore magnificamente grande sendo levada pelas
correntezas em uma "guerra santa" contra as terras a leste do Reno,
contra o povo saxão, até que fossem destruídos ou que se agarrassem
ao cristianismo.

Entre o Reno e o Elbe em amplas tribunas, estruturadas nas raízes


de Westfalen, Engern e Ostfalen, viviam em suas terras por direito e e
por suas crenças. Os saxões eram pagãos - e nisso vivia sua honra.
Eles deveriam se envergonhar.

Carlos Magno atacou e conquistou Eresburg, destruiu o sagrado


Eggesternsteine e derrubou o Irminsul. Seguiu-se uma guerra de um
povo velho com fogo e devastação, derrotas e vitórias, tratados de paz
e revoltas. Uma poderosa arma nas mãos dos atacantes fora a política
da escola romana, outra perigosa arma teria sido as preciosas vestes,
a compra de prata e os pés da dádiva de Baco. Então foi fácil: Um
nobre saxão com honra viera com uma espada para vencer.

O duque de Westfalen, Widukind, se tornou o herói das revoltas


nórdicas, o portador de um pensamento de estado e também de um
futuro realista. Com ele começava uma série de lutas nórdicas contra a
Roma cristã como força política. Repetidamente quebrando a influência
de benefícios e honras ganhas por Carlos Magno e chamando o povo
para a revolta. Repetidamente precisavam os sacerdotes de Roma
empacotar suas relíquias e fugir para o oeste - que se viravam e
olhavam a coluna de fumaça sobre suas recém construídas igrejas,
que agora estavam em chamas.

Logo depois estava Carlos Magno novamente nessas terras


julgando, e com o símbolo cristão trazia a sua vingança: 4500 saxões
seriam decapitados em Verden ... Tudo vermelho, vindo do sangue.

Texto e desenho retirados do livro


“O Calvário Nórdico - Desenhos e Pensamentos sobre a História do
Cristianismo Político ”
por Werner Graul
Ano de 1937
História

A COMPANHIA NEGRA
Florian Geyer, nobre diplomata e guerreiro, que participou tanto de
guerras como de missões diplomáticas - conhecendo assim, Martin
Luther. Junto com Luther, enfrentou o legado católico do Sacro Imperio
Romano e toda sua corrupção na "Guerra dos Camponeses". Mas
Martin Luther, como todo "bom cristão" estava muito mais interessado
em dinheiro e poder do que no próprio povo - do mesmo modo que a
combatida Igreja Católica. Luther então, se juntando com a nobreza
ordenou que os camponeses se rendessem, sendo considerado - tanto
pelos camponeses quanto por Geyer - como um traidor.

Geyer então, se juntou com alguns cavaleiros dissidentes,


camponeses e mercenários e criou a "Schwarzer Haufen" - a
"Companhia Negra". Tornando-se uma cavalaria pesada, que lutava ao
lado dos camponeses e mineradores, se voltaram contra Luther, mas
continuaram lutando também contra os católicos. A "Schwarzer
Haufen" foi responsável pela destrição de várias catedrais, assim como
muitos padres e pastores.

Pelos seus atos, Geyer foi considerado


um "herói do povo" - assim como muitos
outros guerreiros libertadores.

É homenageado por diversas


histórias e músicas, a principal
delas se chama "Wir sind des
Geyers schwarzer Haufen" ("Nós
somos a Companhia Negra de
Geyer“).
Dicas

ENTRETENIMENTO
Filme velho: BLACK DEATH
Com aproximadamente 90 minutos, o filme de 2010 parece ter
um roteiro comum – um grupo de mercenários cristãos “é enviado
por Deus” pra averiguar o que ocorria em uma das poucas aldeias
que não sofria do mal conhecido como Peste Negra.

Como normalmente vimos em histórias do tipo, o grupo é


formado por pecadores que tentam se redimir, sendo guiados por
um padre – que logo no início do filme se mostra como um pecador.
A missão do grupo é simplesmente julgar e sentenciar os
moradores da aldeia, pois segundo boatos, seguem a um
demoníaco necromante, ao invés de Deus.

O final nada mais é do que uma “fantasia realista”, o reflexo


perfeito de uma mente derrotada pelo ego e pela prepotência de
quem tentava não se corromper.
Gastronomia

GRAVLAX
Gravlax é uma receita nórdica - uma espécie de rollmops, mas no lugar do
arenque (ou da sardinha, que é usada com frequência no nosso Sul), usa-se o
salmão. Pode-se enrolar numa cebola como o típico rollmops por nós
conhecido, ou comido fatiado com pão preto.

Ingredientes:
1/2 salmão "inteiro“ com pele
Sal
Açúcar / Açúcar mascavo
Endro
Vodka / Hidromel

Preparo:
• Pegue o salmão inteiro (o mesmo deve ser fatiado de comprido, pelo meio
das "costas") e coloque sobre um filme plástico com a pele virada para
baixo. Estique-o fazendo pressão. Cubra o salmão com a bebida escolhida,
logo após com a mistura de sal, açúcar e açúcar mascavo, depois, cubra
com o endro.
• Enrole com o plástico filme bem apertado.
• Faça furos na parte de baixo (parte com pele)
• Coloque em uma bandeja sobre papel toalha, e troque o papel a cada umas
6 horas. O Papel absorverá a água que vai sair pelos furos, pois o salmão
estará ressecando. Sobre o salmão, deve-se colocar algo pesado, que
pressione um pouco o mesmo. Esse processo deve levar em torno de 48h.
Após isso, desembrulhe, bata o que fica sobre o peixe, tire a pele (que deve
sair por inteiro com uma pele de bacalhau).

Consumo:
• Em fatias, com pão preto e raiz forte
• Enrolado em cebola e colocado em conserva com sal, vinagre e mostarda.

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