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BOAS PRÁTICAS

NO MANUSEIO DE OXIGÊNIO MEDICINAL


Este documento visa fornecer aos profissionais que atuam em ambientes hospitalares orientações sobre
uso e a oferta conscientes de oxigênio em pacientes com COVID-19.

O manuseio adequado do oxigênio depende de um processo que envolve diversas áreas, desde os
profissionais de engenharia/manutenção até aqueles que atuam na frente de combate clínico à COVID-19,
para manter a oferta adequada de oxigênio aos pacientes. Todos os membros da equipe, cada um em seu
setor de atuação, devem estar atentos às manutenções de redes de gases, manuseios de válvulas e
cilindros, às indicações, às formas de administração do suporte de Oxigênio (O2), aos efeitos benéficos e
deletérios, a dosagem que deve ser fornecida ao paciente e ao manuseio da interface com o paciente.

PRINCIPAIS FATORES QUE CAUSAM DESPERDÍCIO DE OXIGÊNIO


1- Vazamento ou desperdício: ocorre quando a válvula é
esquecida aberta ou sem uso do paciente, durante a saída
do leito, movimentação, ou outra situação em que o paciente
use O2 de cilindro ou permaneça em ar ambiente e o
fluxômetro permaneça aberto. Pode ainda haver problemas
de manutenção e vazamento no fluxômetro, com oxigênio
escapando para o ambiente e sendo desperdiçado.
É importante assegurar a adequação das redes internas de
distribuição de oxigênio, não apenas para identificar
eventuais falhas e vazamentos que causem desperdício de
produto, mas também para readequá-las à demanda
extraordinária de fluxo. O projeto original das redes internas
de distribuição do gás aos leitos pode não suportar o
aumento abrupto da demanda, necessitando de inter-
venções urgentes, por isso é essencial ter um plano de
manutenção preventiva na sua rede de oxigênio hospitalar.
Verifique periodicamente se a sua rede está isenta de
vazamentos e/ou fugas do oxigênio.

2- Fatores Humanos: todo paciente em oxigenoterapia


prolongada deve ter a monitorização do fluxo de oxigênio
que recebe de acordo com sua saturação arterial de O2.
O fluxo ideal deve ser ajustado individualmente e
reajustado conforme o estado clínico do paciente. Erros na
titulação do fluxo de oxigênio ou falta de reajuste no
fornecimento conforme mudança de SpO2 (saturação de
oxigênio em sangue arterial), ocasionados pela falta de
tempo ou pela sobrecarga de trabalho no ambiente,
podem causar situações de uso excessivo e desperdício de
oxigênio dado ao paciente.
3- Confiança nos dados fornecidos: mesmo identificada a
melhora clínica do paciente que justifique a redução do fluxo de
oxigênio fornecido, muitos profissionais de saúde, por receio de
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uma possível falta de acuracidade dos aparelhos que mensuram a
oximetria do pulso, preferem manter o nível de oxigênio oferecido
ao invés de reduzi-lo. Para garantir exatidão e segurança no
diagnóstico, antes de reduzir o fluxo de oxigênio, busque por todos
sinais clínicos para fundamentar a mudança de titulação de fluxo
de O2, e verifique a confiabilidade do sensor de oximetria usado,
por meio da equipe de manutenção e averiguando as boas práticas
no manuseio desses equipamentos.

4- Medição dos registros: realizar a manutenção e inspeção


periódica dos fluxômetros do ambiente hospitalar, visando a
precisão dos volumes ofertados e a segurança da equipe clínica no
fluxo de O2 que está sendo direcionado ao paciente.

5- Controle, acesso e manuseio dos cilindros: O manuseio de


cilindros realizado por profissionais não habilitados pode
ocasionar vazamentos e desperdícios. O controle de acesso e
manuseio da central de reserva de oxigênio são importantes para
garantir que todos os cilindros permaneçam devidamente
conectados. Caso haja necessidade de deslocar os cilindros, seja
qual for o motivo, é fundamental que isso seja feito por
profissionais treinados para a atividade. Não hesite em entrar em
contato com a empresa fornecedora para a correta assistência.

BUSQUE SEMPRE A MELHOR FORMA DE OFERTAR OXIGÊNIO AO SEU PACIENTE SEM


DESPERDÍCIO E COM SEGURANÇA. VAMOS JUNTOS VENCER ESSA BATALHA!!

Em caso de dúvidas sobre o uso e manuseio do produto, procure a empresa


produtora de oxigênio medicinal, que poderá fornecer as orientações necessárias.

Referências
1- World Health Organization. Infection prevention and control during health care when novel coronavirus (nCoV) infection is
suspected Interim guidance. January 2020.World Health Organization. Clinical management of severe acute respiratory
infection when novel coronavirus (2019-nCoV) infection is suspected. January 2020.
2- Machado MCLO. Oxigenoterapia Domiciliar Prolongada. SBPT 2008. www.sbpt.org.br

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