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AULA 5

O ENSINO DA GRAMÁTICA
NO CONTEXTO ATUAL

Prof. Eugênio Vinci de Moraes


CONVERSA INICIAL

Cara aluna, caro aluno, seja bem-vinda, seja bem-vindo!


Se há várias gramáticas, como vimos nas aulas anteriores, decerto há
várias formas de ensiná-las aos nossos alunos. Luiz Carlos Travaglia, professor
da Universidade de Uberlândia, trabalha justamente com essa diversidade.
Pressupondo que o ensino de gramática tem a finalidade de desenvolver a
competência comunicativa do aluno, Travaglia defende a gramática de uso como
a mais adequada para esse fim. Contudo, não descarta o trabalho com as
gramáticas reflexiva, teórica e normativa, pois são úteis, segundo ele, para servir
a gramática de uso, que serve, por sua vez, para aprimorar a gramática implícita
do aluno.
Nesta aula, vamos acompanhar a proposta de Travaglia, especificamente
com suas propostas de ensino do adjetivo, empregando as gramáticas reflexiva e
teórica, segundo os tópicos abaixo:

1 – Do uso à teoria, a proposta de ensino gramatical de Luís Carlos Travaglia.


2 – Gramática de uso e ensino produtivo.
3 – Estimular a percepção de classe de palavra: o adjetivo.
4 – A gramática reflexiva e os efeitos de sentido: semântica e pragmática.
5 – Variações de sentido e alternância entre formas de adjetivar.

CONTEXUALIZANDO

Na revista Caras de abril de 2013, a Toyota fez um anúncio no qual


apresenta o automóvel Hilux modelo 2014 como “invencível”.
Considerando o adjetivo “invencível”, imagine uma sala de aula da 6ª série
do ensino fundamental. O professor ou a professora mostra aos alunos o anúncio
e pergunta a eles como a gramática chama a palavra “invencível” (esta aula
continua uma outra em que se falou nessa classe das palavras). Supondo que as
crianças tenham respondido “adjetivo”, a aula desenvolve-se nesta sequência:

Professora: – Para que servem os adjetivos?


Alunos: – Adjetivos servem pra falar da qualidade das coisas!
Professora: – Invencível está no plural ou no singular?
Alunos: – Singular.
Professora: – Qual o plural de invencível?

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Alunos: – Invencíveis!

Agora entremos noutra sala e acompanhemos outra aula. O professor ou a


professora pergunta que texto é aquele. Depois de os alunos responderem ser um
anúncio, ainda pergunta para que ele serve, onde foi publicado etc., dando conta
das perguntas discursivas. Depois, pede aos alunos observarem novamente o
anúncio e pergunta:

Professora: – Quem é invencível?


Vários alunos – O carro! A Hilux! O Hilux!
Professora: – Invencível por quê?
Vários alunos – Porque pode andar na praia e na água. Porque é muito forte.
Porque ninguém ganha dele.

Depois de discutir várias respostas possíveis, ela propõe uma atividade:

Professora: – De quais outras formas a gente poderia escrever esse anúncio


sem mudar completamente seu sentido?
Aluno 1 – Hilux é invencível.
Aluno 2 – Hilux é o carro que não perde de ninguém.
Aluno 3– Hilux: o carro invencível!
Aluno 4 – Hilux, carro de vencedor.

Em que sala você prefereria estar? Sua escolha talvez revele menos suas
preferências didáticas e mostre mais a imagem que você tem da aula de gramática.
A primeira aula enfatiza o ensino teórico da gramática; a segunda, adota um
ensino baseado no uso e na reflexão gramatical. O objetivo da primeira é levar os
alunos a memorizarem a terminologia gramatical e algumas de suas regras; a
segunda busca exercitar a gramática interna dos alunos.
A segunda metodologia vai esperar um pouco mais para entrar na
metalinguagem gramatical. Antes, é possível pedir aos alunos que reescrevam o
anúncio e que criem outro anúncio de carro com a mesma “pegada”. Mais tarde,
cria-se uma atividade de pesquisa, levando os alunos a descobrirem que
propriedade é essa com a qual trabalharam no anúncio.
Pense nisso antes de conhecer a proposta do professor Luiz Carlos
Travaglia para o ensino de gramática, tema desta aula.

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TEMA 1 – DO USO À TEORIA, A PROPOSTA DE ENSINO GRAMATICAL DE LUÍS
CARLOS TRAVAGLIA

“Gramática e interação – uma proposta para o ensino de gramática”, do


professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Luiz Carlos Travaglia, é
referência dos estudos sobre ensino de língua portuguesa. A obra, em sua décima
quarta edição, expõe os princípios que norteiam sua proposta de ensino e
apresenta inúmeras sugestões de atividades didáticas para serem empregadas
em sala de aula, em todos os níveis de aprendizagem.
Travaglia entende que as situações de interação que envolvem a
linguagem sempre demandam reflexão sobre a língua: “Aprender a língua [...]
implica sempre uma reflexão sobre a linguagem, formulação de hipóteses e
verificação do acerto ou não dessas hipóteses sobre a constituição e
funcionamento da língua”. (Travaglia, 2009, p. 107). Para o autor, esse aspecto
está no centro da proposta de ensino gramatical, que se fundamenta em cinco
pressupostos da obra:

1. o objetivo do ensino de língua materna é prioritariamente


desenvolver a competência comunicativa; 2. desenvolver o ensino
produtivo sem descartar os ensinos descritivo e prescritivo, desde
que redimensionados por esse novo paradigma pedagógico; 3. a
linguagem é uma forma de interação; 4. o texto é um conjunto de
marcas, de pistas, que funcionam como instruções para o
estabelecimento de efeito(s) de sentido numa interação
comunicativa; 5. o domínio da língua exige alguma forma de
reflexão (Travaglia, 2009, p. 107-108).

Esses pontos levam a duas formas de abordar a língua, as quais se


efetivam em três gramáticas diferentes. Segundo o professor da UFU, há, de um
lado, a gramática de uso, que trabalha com o conhecimento da língua; e de outro,
as gramáticas reflexiva e teórica, que desenvolvem o conhecimento sobre a
língua. A gramática de uso dirige a proposta de Travaglia, sem excluir métodos
abstratos de abordagem da língua que possam favorecer o trabalho com a
competência comunicativa. Ele não exclui o ensino prescritivo, acrescentando a
gramática normativa à sua proposta, mas, como ele mesmo diz,
redimensionando-a de acordo com os fins da gramática de uso.
A gramática de uso busca estimular a “gramática internalizada do falante”,
procurando “desenvolver automatismos de uso das unidades, regras e princípios
de língua (ou seja, dos mecanismos desta), bem como os princípios de uso dos

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recursos das diferentes variedades da língua” (Travaglia, 2009, p. 111). O papel
das demais gramáticas seria o de apoio a esse objetivo, pois facilitam “a conversa
em sala de aula sobre aspectos da língua que são mais facilmente comentados e
discutidos se tivermos alguma metalinguagem” (Travaglia, 2009, p. 108). Vamos
ver, então, como se desenvolve a proposta de Travaglia por meio de atividades
ligadas às gramáticas de uso e a reflexiva.

TEMA 2 – A GRAMÁTICA DE USO E ENSINO PRODUTIVO

Travaglia aponta três formas de se ensinar língua materna: prescritiva,


descritiva e produtiva. Para desenvolver a competência comunicativa – uma das
razões de se ensinar a língua materna – o ensino produtivo é o mais apropriado,
segundo Travaglia. A modalidade produtiva busca “ensinar novas habilidades
linguísticas. Quer ajudar o aluno a estender o uso de sua língua materna de
maneira mais eficiente” (Travaglia, 2009, p. 38). Essa metodologia não pretende
mudar os padrões com que o aluno chegou à escola; pelo contrário, busca
aumentar o conhecimento linguístico que possui. Ou seja, o ensino produtivo
estimula a gramática de uso.
Essa metodologia dispensa, a princípio, a explicitação dos elementos
descritivos da língua. Por outro lado, exige do professor um vasto conhecimento
da língua para selecionar as atividades mais apropriadas para o grupo com o qual
trabalha. Travaglia sugere no seu Gramática e Interação alguns exercícios
estruturais, especificamente com adjetivos. Mas ressalta que a gramática de uso
pode ser ensinada por atividades de produção e compreensão textual; exercícios
de vocabulário e com variedade linguística (Travaglia, 2009, p. 111).
Vamos ver, então, como trabalhar com as gramáticas de uso e reflexiva
abordando o ensino do adjetivo.

TEMA 3 – ESTIMULAR A PERCEPÇÃO DE CLASSE DE PALAVRA: O ADJETIVO

Há pelos quatro formas de atribuir ou caracterizar entidades (seres, coisas,


ações etc.) no português: pelo adjetivo, pela locução adjetiva, pelo particípio e
pela oração subordinada adjetiva. E há três formas de ligar esses atributos à coisa
atribuída: adjunto adnominal, predicativo e oração adjetiva. Partindo dessas
premissas, Travaglia propõe uma série de exercícios com o objetivo de levar o

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aluno a perceber “o paradigma dos adjetivos”, ou da propriedade linguística de
atribuir qualidades a entidades do mundo.
Para isso, ele propõe duas atividades bem simples, para séries iniciais do
Fundamental, baseadas na repetição. O professor profere uma sentença e o aluno
a repete. O importante é que, ao final, ele perceba que em todas as construções
repetidas há o processo de atribuição de características a determinada entidade.
Travaglia apresenta duas atividades em que as sentenças a seguir são faladas ou
escritas pelo professor e depois repetidas pelo aluno (Travaglia, 2009, p. 112,
113):

[1]
– O carro novo é bom
– Este carro antigo é bonito
– O carro de corrida é veloz
– O carro veloz é perigoso
– Este carro de passeio é bonito
– O carro polido é bonito.
– O carro batido é vermelho.

Repare que nessa atividade aparecem três formas de atribuir propriedades


a entidades: os adjetivos – novo, bom, antigo, bonito, veloz, perigoso; as
locuções adjetivas – de corrida, de passeio; e particípios – polido e batido.
Formas que se relacionam com a entidade qualificada como:

a) adjunto adnominal: novo, antigo, de corrida, de passeio, polido e batido.


b) predicativo: bom, bonito, perigoso e vermelho.
c) adjunto adnominal e predicativo: veloz.

Em seguida, Travaglia sugere a introdução da quarta forma, a oração


adjetiva, que é a terceira forma de relacionar o atributo à entidade atribuída:

[2].
– O carro que comprei é bonito
– O carro que bateu é amarelo
– O carro que é polido fica brilhando
– O carro que é de corrida corre muito/ é veloz
– Esse carro que é de passeio é muito confortável.
– O carro que é antigo exige muitos cuidados.
– O carro que é novo dá poucos problemas.

Repare que as subordinadas adjetivas podem ser formadas pelas três


formas exercitadas na atividade anterior: adjetivo, locução adjetiva e particípio. Há
vários exercícios como esse que podem introduzir as flexões de gênero, número
e grau, ainda sob a batuta da repetição. Posteriormente, o professor pode criar
exercícios de transformação que mostrem a equivalência entre o adjetivo e a
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locução adjetiva e entre o adjetivo e a oração adjetiva (Travaglia, 2009, p.
118,119):

[3]
– Sérgio mora em Petrópolis porque o clima da serra é muito bom.
– Sérgio mora em Petrópolis porque o clima serrano é muito bom.
– As chuvas criaram na serra uma situação de perigo.
– As chuvas criaram na serra uma situação perigosa.
– Ele terá que fazer um tratamento nos dentes.
– Ele terá que fazer um tratamento dental.
[4]
– Um ser humano corajoso enfrenta o perigo
– Um ser humano que tem coragem enfrenta o perigo.
– Os seres humanos são animais carnívoros
– Os seres humanos são animais que comem carne
– As pessoas sorridentes alegram os outros.
– As pessoas que sorriem alegram os outros.

Travaglia chama a atenção que os exercícios estruturais devem ser


pensados e empregados de forma sistemática e não fragmentada e aleatória
como muitas vezes acontece nos livros didáticos. Essas atividades podem ser
usadas desde as séries iniciais até o ensino médio, adequando-as ao contexto da
sala de aula. Veja que não se falou aqui da questão semântica, ou seja, das
alterações de sentido que podem provocar ou não a substituição de um adjetivo
por uma locução adjetiva ou por uma oração adjetiva. A questão semântica pode
ser introduzida exercitando a variação da posição do adjetivo em relação ao
substantivo: pobre homem/ homem pobre; ou mesmo entre adjetivo e locução
adjetiva – já no ensino médio – e discutir por que determinadas formas podem ser
redistribuídas na sentença e outras não, como no caso a seguir:

[5]
– Ele terá que fazer um tratamento nos dentes.
– Ele terá que fazer nos dentes um tratamento.
– Ele terá que fazer um tratamento dental.
**– Ele terá que fazer um dental tratamento.

Essa atividade pode ser uma porta para introduzir a gramática reflexiva.

TEMA 4 – A GRAMATICA REFLEXIVA E OS EFEITOS DE SENTIDO: SEMÂNTICA


E PRAGMÁTICA

Em relação à gramática reflexiva, Travaglia afirma que ela deve servir ao


ensino da competência comunicativa. A gramática reflexiva é aquela que procura
explicitar os fatos gramaticais mediante a reflexão sobre eles. Ou seja, tornar

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evidentes as regras da língua para o aluno sobre aquilo que ele já sabe
implicitamente. Isso se faz mediante a observação dos fatos gramaticais, os quais
levam o aprendiz a formular hipóteses sobre o funcionamento da língua ou mesmo
deduzir as formas de funcionamento da língua.
Para o professor da UFU, há duas formas de lidar com a gramática
reflexiva. A primeira é por meio de atividades que fazem o aluno explicitar fatos
da estrutura e do funcionamento da língua, como a existência de diferentes
classes de palavras; categorias da língua; constituintes da estrutura frasal; e de
regras de construção de unidades da língua: palavras, orações ou períodos
(Travaglia, 2009, p. 150). Essa proposta, segundo Travaglia, deixa de lado o
desenvolvimento da competência comunicativa do aluno.
A gramática reflexiva que Travaglia propõe visa justamente esse fim, de
desenvolver tal competência: “[...] é uma atividade de ensino de gramática que se
preocupa mais com a forma de atuar usando a língua do que uma
classificação dos elementos linguísticos e o ensino da nomenclatura que
consubstancia essa classificação” (Travaglia, 2009, p. 150 – grifos nossos).
A segunda proposta constitui-se de atividades direcionadas para os efeitos
de sentido “que os elementos linguísticos podem produzir na interlocução, já que
fundamentalmente estamos querendo desenvolver a capacidade de compreensão
e expressão” (Travaglia, 2009, p. 150). A reflexão estaria voltada mais para os
aspectos semânticos e pragmáticos da língua. Travaglia ilustra essa proposta
elaborando outra atividade com os adjetivos.

TEMA 5 – VARIAÇÕES DE SENTIDO E ALTERNÂNCIA ENTRE FORMAS DE


ADJETIVAR

Travaglia retoma a possibilidade de transformação de adjetivos em locução


adjetivas ou em oração adjetivas, só que direcionando essa alternativa para o
campo dos efeitos de sentido. Por essa razão, os campos subjacentes são a
Semântica e a Pragmática. As perguntas nesse caso seriam duas: 1. o que
significa essa ou aquela estrutura? e 2. “em que situação pode e/ ou deve se usar
e com que fim, produzindo que efeito de sentido.” (Travaglia, 2009, p. 150).
Nessa atividade, procuram-se as alternativas que a língua fornece nas
situações de interação e comparam-se os efeitos de sentido produzidos por
diferentes elementos linguísticos nesta ou naquela situação comunicativa. Ao

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fazer essas atividades, reflete-se sobre o funcionamento da língua de forma
situada e de modo mais produtivo.

5.1 Adjetivo e locução adjetiva/ Adjetivo e oração adjetiva

Travaglia propõe este enunciado para a atividade:

Há alguma diferença de sentido entre a ‘locução adjetiva’ (ou a


expressão) e o ‘adjetivo’ correspondentes aparecem destacados
nos pares de frases abaixo? Todos os casos em que uma pode
ser usada o outro também pode? Dê exemplo(s) em que as
pessoas usariam cada um (Travaglia, 2009, p. 151-152)

Eis um dos exemplos do exercício:

1. Aquela casa tinha uma cor de chumbo.


2. Aquela casa tinha uma cor plúmbea.

As sentenças poderiam ser uma resposta à pergunta “Como era a casa ali
da esquina?”. Travaglia entende que a locução “de chumbo” significa a própria cor
do chumbo; já o adjetivo “plúmbea” aponta para uma cor parecida, próxima à do
chumbo. Nesse caso (e em outros apontados pelo professor da UFU, como no par
“amor paterno”/ “amor de pai”), a locução adjetiva parece indicar uma
característica mais própria e o adjetivo mais semelhante. Parece ser o caso do
par de sentenças citado anteriormente, na outra aula:

3. Ele terá que fazer um tratamento nos dentes.


4. Ele terá que fazer um tratamento dental.

A locução parece especificar que parte do corpo sofrerá o tratamento, ao


passo que o adjetivo expressa o tipo de tratamento – dental –, semelhante a outros
(médico, quimioterápico, ginecológico etc.).
Em seguida, Travaglia (2009, p. 153) repete a atividade agora alternando
adjetivo com oração adjetiva:

5. Aluna estudiosa passa de ano. 1


6. Aluna que estuda passa de ano.
7. As empresas competitivas ganham muito dinheiro.
8. As empresas que são competitivas ganham muito dinheiro.

Neste caso, Travaglia comenta que nas orações (5) e (7) estudioso e
competitivas indicam um modo de ser da aluna e da empresa, uma característica

1
No original, o exercício usa “aluno”.
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delas; enquanto em (6) e (8) não são características próprias delas, mas sim “uma
ação que [ela] faz para um determinado fim” (Travaglia, 2009, p. 154). Diferentes,
as frases não podem ser usadas no mesmo contexto; devem ter usos diferentes,
portanto.
Em outros exercícios, mostra-se a equivalência de sentido entre as
locuções e os adjetivos, indicando que há outros aspectos que devem interferir
nesse processo:

9. Os materiais explosivos são perigosos.


10. Os materiais que explodem são perigosos.

Nesse caso, a oração adjetiva parece ser uma explicação do adjetivo, não
produzindo diferença semântica significativa.

FINALIZANDO

Nesta aula você acompanhou a proposta de Luiz Carlos Travaglia. Vimos


que ela busca, sobretudo, estimular a gramática interna do aluno por meio de
exercícios estruturais ligados ao uso da língua. Nessas atividades, procura-se,
primeiro, organizar essa gramática implícita por meio da focalização em
determinado fato da língua para daí estimular o emprego dele por meio de
exercícios de repetição, transformação e reflexão.
Vimos que o ensino da gramática visa aperfeiçoar a competência
comunicativa do aluno, fazendo-o praticar e refletir sobre as formas linguísticas
adequadas às situações de interação. A gramática mais adequada para isso é a
de usos, segundo Travaglia, que se vale da gramática reflexiva para incrementar
o ensino voltado para o aprimoramento da competência comunicativa de nossos
alunos.
Os exercícios que vimos são apenas um recorte do grande conjunto de
sugestões oferecidas pelo professor da UFU, que as apresenta no livro Gramática
e interação e em outros livros e artigos publicados desde a década de 1980.

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LEITURA COMPLEMENTAR

Texto de abordagem teórica

TRAVAGLIA, L. C. A gramática na escola/ Língua Portuguesa: o ensino de


gramática. Salto para o Futuro - Boletim, v. 3, p. 73-97, 2007.

_____. O ensino de gramática. In: _____. Gramática e interação: uma proposta


para o ensino de gramática. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2009, p. 99-234.

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REFERÊNCIAS

TRAVAGLIA, L. C. A gramática na escola/ Língua Portuguesa: o ensino de


gramática. Salto para o Futuro – Boletim, v. 3, p. 73-97, 2007.

_____. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 14. ed.
São Paulo: Cortez, 2009.

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