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A mundialização e a globalização

Tudo circula a nível mundial, quer produtos , capitais e pessoas.

Mundialização: Conceito essencialmente económico: trocas comerciais à escala mundial, livre


circulação de capitais, de tecnologias e de pessoas e localização das atividades produtivas no
espaço internacional.

Globalização: Reflexo no plano social do fenómeno da mundialização económica: os produtos


culturais, padrões de consumo e estilos de vida universalizam-se, atingindo a dimensão global.

Mundialização - Meios de transporte

A modernização dos transportes concorre para o aumento das trocas comerciais a nível
mundial. Estes facilitam a circulação de pessoas e bens. Esta faz-se de forma cada vez mais
rápida e económica.

Mundialização - novas tecnologias da informação e da comunicação

as NTC:

✔ facilitam o acesso e a circulação da informação


✔ fomentam /facilitam a comunicação entre pessoas de todo o mundo
✔ desenvolvem o setor dos serviços
✔ facilitam as trocas comerciais
✔ facilitam os pagamentos e os movimentos de capitais
Fatores da mundialização / globalização

• Eliminação das barreiras à livre circulação e integração económica;

• Integração de vários mercados nacionais num só (integração económica, ex.: UE e outras


formas de integração )

• Liberalização das trocas ( eliminação das barreiras ao livre comércio)

• Modernização dos transportes e vias de comunicação;

• Evolução das comunicações eletrónicas;

• Inovações: Televisão, computador, transmissão via satélite, Internet, ....

Intensificação do processo de mundialização (das trocas)


Globalização

Globalização Interdependência dos espaços nacionais aos mais variados níveis:

► económico

► financeiro

► político

► social

► cultural

Interdependência

Os países e as economias precisam uns dos outros. Por exemplo, os países importadores
dependem dos bens fornecidos pelos países exportadores e estes necessitam das receitas das
compras efetuadas pelos países importadores.

Globalização das trocas

Os países importadores necessitam dos bens que não têm e os países exportadores necessitam
de vender os bens que produzem em excesso.

A interdependência significa que todos necessitam uns dos outros.

As trocas de bens alargam-se a todo o tipo de bens e serviços, aumentando as relações


económicas à escala mundial e a interdependência entre os países.

O consumo de bens e serviços, produzidos em várias partes do mundo, mostra que nenhum
país vive isolado dos outros necessitando de estabelecer trocas de forma a obter os produtos
que não produz, ou que não produz na quantidade suficiente.

Liberalização do comércio mundial – eliminação dos obstáculos ao livre comércio entre os


países.

Integração económica – reunião dos mercados nacionais num só de maior dimensão, através
da eliminação dos obstáculos à livre circulação de bens, serviços, capitais e pessoas.

Mundialização económica - papel das Empresas multinacionais/transnacionais

O crescimento das trocas comerciais a nível mundial e a consequente maior concorrência nos
mercados externos é acompanhada pela necessidade de uma maior competitividade por parte
das empresas.

Essa competitividade leva as empresas a procurar produzir bens de maior valor através de
inovações, de ganhos de produtividade e de menores custos de produção, nomeadamente em
matérias-primas, transportes e mão-de-obra.

Empresas multinacionais - Empresas que deslocam a sua atividade para outros países,
abrindo filiais de produção, distribuição e comercialização. A empresa sede a quem cabe tomar
as decisões para todas as filiais encontra-se, normalmente, no país de origem.

Empresas transnacionais - As empresas multinacionais foram dando lugar a empresas


transnacionais (ETN) que se caracterizam pela decomposição dos processos produtivos de um
produto, deslocalizando a produção das suas componentes por diversos países, em função das
perspectivas de ganho de competitividade e rendibilidade. As empresas transnacionais
caracterizam a atual mundialização da atividade produção.

Transnacionalização da produção

Multinacionais: Empresa com sede num determinado país e com filiais espalhadas por outros
países (são sempre identificadas pelo seu nome).

Transnacionais: Empresas que têm o seu processo produtivo e de prestação de serviços


repartido por vários países (por várias empresas subcontratadas) com o objetivo de reduzir os
custos de produção. Produzem os designados «produtos globais».

Empresas Transnacionais:

• Têm uma estratégia de atuação global, em rede;

• Promovem a industrialização e a criação de postos de trabalho

nos países onde se fixam;

• Promovem a interligação das economias a partilha de hábitos

culturais e sociais;

• Flexibilidade: deslocam-se de uns países para outros tendo em

vista a otimização dos ganhos e a minimização de riscos;

• Produzem os denominados “Produtos Globais”

“ produtos globais ”

• A maior parte dos seus componentes provêm de diferentes países, não havendo, em rigor,
uma nacionalidade específica da sua produção.

O elevado nível de globalização que a economia mundial alcançou está muito associado aos
progressos realizados a nível dos transportes e das comunicações e à consequente redução de
custos. Com o transporte marítimo e aéreo de carga, os produtos podem ser produzidos e
consumidos em qualquer parte do mundo.
Mercado global - A produção e a troca de bens e serviços ultrapassam os espaços nacionais
adquirindo uma dimensão mundial. Os mercados tendem a ser homogéneos e o consumo
massifica-se.

Produto global - Produto cuja componentes são produzidas em várias partes do mundo, objeto
de trocas internacionais e consumidos por milhões de pessoas em qualquer parte do mundo.

A expressão mercado global contém duas características fundamentais:

• consumos massificados – em todos os países são consumidos o mesmo tipo de bens e


serviços, que apresentam as mesmas características. Sendo a produção padronizada (milhões
de produtos similares produzidos em várias partes do mundo), os consumos obedecem
também a essa padronização.

• homogeneização dos mercados – os mercados tendem a ser iguais entre si, em termos de
necessidades, desejos e expectativas.

A transnacionalização da produção

A atividade produtiva é segmentada e cada segmento é instalado num determinado país, em


função das vantagens competitivas que este ofereça. O mesmo se verifica em relação aos
processos produtivos, decompostos em diferentes componentes, localizadas nos países que
ofereçam os melhores níveis de rendibilidade.

A transnacionalização da produção, os produtos globais e os mercados globais são, assim,


características da globalização atual.

Fluxos de capital

As empresas, sejam de âmbito local, nacional ou mundial necessitam de recursos financeiros


para o desenvolvimento da sua atividade.

Entre as empresas e os restantes agentes económicos estabelecem-se, assim, relações


financeiras que se traduzem em fluxos de capital que, no âmbito da economia globalizada,
também se globalizam, circulando pelo mundo.

No financiamento relativo às empresas de âmbito mundial, como as multinacionais e


transnacionais, o Investimento Direto Estrangeiro (IDE) assume um papel destacado.

Investimento Direto Estrangeiro - Investimento que uma entidade residente numa


determinada economia realiza com o objetivo de controlar ou influenciar a gestão de uma
empresa residente noutra economia.

No mundo atual, fatores como a inovação tecnológica (nos transportes, nas telecomunicações,
etc.) e a ação das empresas transnacionais e o aumento dos fluxos de capitais tem levado a que
as relações económicas se desenrolem cada vez mais a uma escala planetária – globalização
económica – e a que os espaços nacionais estejam mais interdependentes, não só ao nível
económico e financeiro, como também aos níveis político, social e cultural.

Globalização no Mundo atual

Fenómeno que atinge todos as dimensões da vida das sociedades (económica, social, cultural e
política):

• Mundialização económica – globalização das trocas de bens, serviços e capitais;

• Movimentos de população pelo mundo – migrações, fluxos de turismo;

• Difusão à escala global de valores, informação, produtos, símbolos culturais e estilos de vida.

Movimentos da população

• Movimentos migratórios - deslocações de populações de uns países para outros devido a


causas diversas (procura de melhores condições de vida, fuga a perseguições de caráter político
e religioso, ....)

• Fluxos de turismo – com origem nos países desenvolvidos cujas populações têm poder de
compra suficiente para viajar em lazer. Os fatores que têm contribuído para acelerar os fluxos
de turismo ao nível mundial, são:

- o desenvolvimento dos transportes

- o incremento dos negócios

- a melhoria do nível de vida

- a crescente facilidade de difusão da informação

Migrações – deslocação ou movimento de indivíduos de um local para outro (interna ou


externa), podendo ser originadas por diversos fatores:

- guerras ou conflitos armados

- condições climáticas adversas ou desastres naturais

- razões económicas, políticas, religiosos as ou étnicas

- epidemias ou acidentes que afetem a manutenção de condições de vida.

Migrante : Pessoa que se desloca para outro país ou se mude dentro de um país de uma para
outra região.
Fluxo de turismo – deslocação ou movimento de indivíduos de um local para outro por motivos
de lazer.

Vários fatores estão na origem do crescimento do turismo: o aumento do poder de compra


das famílias, o direito a férias, a melhoria dos transportes e vias de comunicação, os preços
acessíveis das viagens, entre outros.

O turismo, para além de representar uma importante atividade económica geradora de


empregos, de lucros e de desenvolvimento das infraestruturas, é também um meio de
aproximação dos povos e das culturas.

Globalização financeira

As necessidades de financiamento internacionais, decorrentes da mundialização das trocas e da


globalização das atividades económicas, criaram as condições para o surgimento de um
mercado financeiro global.

Mercado financeiro global - Compreende o conjunto das trocas de capitais de longo prazo a
nível mundial.

Globalização financeira - Mobilidade internacional de capitais, através da interligação dos


mercados de capitais nacionais e internacionais, dando origem a um mercado financeiro à
escala mundial.

Os fluxos financeiros a nível mundial e o respetivo financiamento direto dos agentes


económicos nos mercados financeiros mundiais aumenta o risco (de câmbio, de taxa de juro e
especulativo).

Dadas as relações estreitas que se estabelecem entre bancos, bolsas de valores e demais
instituições financeiras à escala global, o risco estende-se também à escala global, afetando os
agentes económicos e as economias.

Esta integração dos mercados financeiros é acompanhada de uma maior interdependência


entre as atividades financeiras nacionais e internacionais o que possibilita que uma situação de
instabilidade num determinado mercado, geograficamente localizado, se transmita aos
restantes, uma vez que eles se financiam entre si, aumentando o risco de crises financeiras
globais, de que a crise de 2008 foi exemplo.

Globalização cultural

À mundialização das trocas comerciais e à globalização dos mercados financeiros, tem-se vindo
a acrescentar a difusão, à escala mundial, de bens culturais que englobam, não só a informação,
filmes, programas de televisão, mas também os valores, os comportamentos e os símbolos
culturais.

Vários fatores têm contribuído para este processo de difusão cultural – as novas
tecnologias de informação e comunicação, a Internet, as redes sociais difundem à escala
planetária produtos, valores e símbolos culturais, levando à sua partilha e formação de uma
cultura global. Assiste-se, deste modo, ao fenómeno da globalização cultural.

Globalização cultural - Difusão, à escala mundial, de informação, de valores e de símbolos


culturais.

Os mesmos filmes, músicas, espetáculos e conteúdos digitais são visionados e partilhados por
milhares de cidadãos à escala planetária, as mesmas marcas de vestuário e de produtos
alimentares são consumidas em várias geografias podendo, assim, dizer-se que a globalização
cultural possui uma dimensão de homogeneização, ou seja, os comportamentos de consumo de
milhões de pessoas em todo o mundo seguem um determinado padrão ou modelo.

Neste processo de difusão cultural os media, a Internet e as redes sociais constituem


importantes agentes modeladores das condutas sociais e divulgadores de uma cultura
estandardizada e massificada.

Consumo e estilos de vida:

A mundialização das trocas, as novas tecnologias de informação e comunicação e as maiores


facilidades no que respeita aos transportes e comunicações, possibilitaram a difusão de bens e
de comportamentos à escala global, originando consumos também globais.

Fruto da globalização cultural em que se inclui o consumo global, os padrões de


comportamento tendem a ser mais homogéneos à escala mundial, o que aproxima os povos.

Mas, por outro lado, a massificação dos consumos e dos modos de vida origina, por parte dos
indivíduos, comportamentos que procuram a individualização e a diferenciação através da
adoção de novos estilos de vida.

Às várias possibilidades de escolhas corresponde, assim, uma diversidade de estilos de vida que
permitem, por um lado, diferenciar os grupos uns dos outros e, por outro, integrar os indivíduos
nos seus grupos de pertença. O estilo de vida, ao permitir a diferenciação e a individualização,
constitui um meio de escapar e de resistir à massificação da sociedade.
Globalização e aculturação

Esta aproximação dos povos e das suas culturas conduz à aquisição de elementos materiais e
espirituais de uma cultura por outra, processo designado por aculturação.

Aculturação - Modificação dos elementos culturais de uma sociedade em consequência do


contacto com um sistema cultural diferente.

A aculturação constitui um processo mais ou menos longo de socialização, na medida em que a


pessoa vai aprendendo e interiorizando os modelos culturais do grupo dominante, integrando-
se na nova sociedade.

Economia avançada - Economia com elevado desenvolvimento económico e social.

A polarização das trocas mundiais

O início do século XXI foi marcado pelo crescimento das economias emergentes, em particular a
China, associado ao aumento das exportações derivado da redução das barreiras comerciais. A
participação crescente destes países no comércio mundial assinala mudanças na polarização
geográfica do comércio mundial.

Economia emergente - Economia não desenvolvida que, fruto das mudanças estruturais e
institucionais que atravessa, desenvolve processos de industrialização e alcança melhorias
significativas em relação ao bem-estar, caminhando para a condição de economia.

Polarização das trocas mundiais - As trocas mundiais encontram-se concentradas em alguns


países e regiões.

Base das trocas entre países - Competitividade

A teoria económica, assente na racionalidade, defende a produção dos bens e serviços pelas
economias que apresentam uma dotação dos fatores produtivos específica para tal.

Assim, cada economia produzirá os bens ou serviços para os quais tem mais vantagens.

Divisão Internacional do Trabalho

O fenómeno da especialização designa-se por divisão do trabalho.

Quando esta abrange a troca de bens e serviços entre diferentes países, o princípio da divisão
do trabalho alarga-se a uma escala internacional.

DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO - Divisão das atividades económicas entre os


diferentes países do mundo, de acordo com a dotação dos seus fatores produtivos.

Por exemplo: a abundância de determinado recurso natural, como por exemplo o petróleo,
permite a especialização de países/regiões nessas produções.
Países desenvolvidos – bens tecnológicos, de elevado valor acrescentado

Países emergentes- principais exportadores de produtos industriais. Por exemplo: BRICS

Países em desenvolvimento – exportadores de matérias primas, recursos naturais (mão de obra


pouco especializada, pouca tecnologia) - pouco valor acrescentado

Divisão Internacional do Trabalho

A divisão internacional do trabalho tem como consequências:

a especialização dos povos na produção de determinados bens ou serviços;


o crescimento das economias - ganhos de eficiência:

- o aumento da produção;

- o aumento do rendimento;

melhores níveis de vida;


mais bem-estar.

Inserção dos países na economia internacional

Participação no PIB mundial, no comércio mundial e termos de troca:

A inserção dos países na economia internacional pode ser avaliada pela sua participação no PIB
mundial, nas exportações mundiais de bens e serviços e na população mundial, entre outros
indicadores.

Inserção dos países na economia internacional:

A inserção dos países nas trocas internacionais pode, também, ser avaliado pelo indicador
termos de troca, ou seja, pela razão entre o preço dos produtos exportados e o preço dos
produtos importados.

Quando a relação entre os preços dos produtos exportados e o preço dos produtos importados
diminui verifica-se uma degradação dos termos de troca, situação desfavorável aos países,
gerando um desequilíbrio nas contas externas.

Para a degradação dos termos de troca concorrem essencialmente dois fatores:

• menor crescimento dos preços internacionais dos produtos em que as economias se


especializam para exportar;

• preços mais elevados dos produtos importados comparativamente aos preços dos produtos
exportados.

Em sentido contrário, uma melhoria nos termos de troca significa que a relação entre os preços
dos produtos exportados e o preço dos produtos importados aumentou, ou seja, os países
podem, com o mesmo valor de exportações, importar maior valor de bens.

Taxa de cobertura das importações pelas exportações:

A taxa de cobertura é um indicador de comércio externo que representa, em percentagem, o


valor das importações que podemos considerar como pago com o valor das exportações
efetuadas para outros países, e calcula-se da seguinte forma:

Globalização - desigualdades

A globalização pode ser entendida como a difusão à escala global de valores, de produtos
culturais e de estilos de vida.

A globalização tem constituído um factor de crescimento das economias, de redução da pobreza


e de aumento do bem-estar, no entanto, estes benefícios não se distribuem igualmente por
todos os países.

O desenvolvimento das trocas de bens, serviços, pessoas e capitais a nível internacional tornou
as economias nacionais mais interdependentes.

As interdependências que se estabelecem a nível mundial não só a nível económico e financeiro


mas também social, cultural e político denomina-se Globalização.

Devido à forma de atuação das empresas transnacionais tem-se verificado um aumento do


crescimento económico dos países menos desenvolvidos e alguma melhoria das condições de
vida das suas populações. São, no entanto, países bastante vulneráveis e dependentes da ajuda
externa.

Devido à forma de atuação das empresas transnacionais tem-se verificado um aumento do


crescimento económico dos países menos desenvolvidos e alguma melhoria das condições de
vida das suas populações.

São, no entanto, países bastante vulneráveis e dependentes da ajuda externa.

Nos países menos desenvolvidos: grande parte da população não tem possibilidade de ter
padrões de consumo dos países mais ricos.

Nos países desenvolvidos: continuam as desigualdades sociais, pois continuam a existir grupos
sociais mais desfavorecidos, principalmente os grupos de indivíduos mais envelhecidos, menos
escolarizados, com empregos precários,...

Integração económica

Para o crescimento das economias no período a seguir à II Guerra Mundial contribuiu a


liberalização do comércio mundial, à qual esteve associada um processo de regionalização
económica.

Regionalização económica - Constituição de espaços económicos regionais integrados,


através de acordos de integração económica, que levam a livre circulação nesses espaços.

Os acordos de integração económica reúnem várias economias nacionais num espaço


económico mais alargado que ultrapassa as fronteiras nacionais.

integração económica - Reunião de vários mercados nacionais num só mercado de maior


dimensão. No processo de integração vão-se eliminando os impedimentos à livre troca e
estabelecendo elementos de cooperação entre os países que integram essas regiões.
Soberania comum - Coexistência dos poderes soberanos dos Estados nacionais com os
poderes transferidos pela vontade dos Estados para instituições supranacionais.

Zona de comércio livre

Área formada por países que decidem eliminar entre si todas as barreiras às trocas comerciais
de mercadorias, mas onde não existe uma pauta exterior comum relativamente a países
terceiros.

Ex: EFTA - Associação Europeia de Comércio Livre, European Free Trade Association, da qual
Portugal foi um dos fundadores, mas saiu quando aderiu à CEE.

Países membros, atualmente:

• Islândia

• Liechtenstein

• Noruega

• Suíça

União aduaneira

Supressão imediata ou gradual das barreiras alfandegárias e comerciais à circulação de


mercadorias no interior dos países
Existência de uma pauta exterior comum para países terceiros

Ex: CEE (no início – 1957, criada na sequência da CECA - 1951)


Mercado comum

Supressão de barreiras de forma a assegurar a livre circulação de mercadorias, pessoas,


capitais e serviços
Existência de uma pauta exterior comum
Definição de políticas comuns

Ex: CEE (até 1993)

União Económica

todas as características do mercado comum


Harmonização de políticas económicas e sociais – coesão económica e social.

Ex: A UE foi instituída em 1993 - entrada em vigor do tratado de Maastricht

Integração Económica Total

União Económica e Monetária (União Política)

reúne todas as características da união económica


total harmonização das políticas fiscais, sociais e monetárias – unificação política
existência de uma moeda comum
existência de um órgão central coordenador de todas as políticas – autoridade
supranacional, cujas decisões sejam obrigatórias para os Estados membros – perda de
alguma soberania dos estados-membros e limitação do poder dos seus governos.

A UE na atualidade está nesta fase de integração (a moeda única é o €uro)


A integração económica pode ocorrer apenas a nível comercial ou estender-se a níveis mais
profundos, desde a harmonização das políticas económicas até à integração das instituições
políticas, assumindo formas de integração distintas.

Zona de comércio livre

Livre circulação de bens entre os países da zona, mantendo cada país a sua própria pauta
aduaneira no comércio com terceiros.

União aduaneira

Livre circulação de bens entre os países da união e existência de uma pauta aduaneira comum
no comércio com países terceiros.

Mercado comum ou mercado único

Livre circulação de bens, pessoas, capitais e serviços. Existência de uma pauta aduaneira comum
no comércio com países terceiros.

União económica

O mercado comum é acompanhado pela adoção de políticas económicas e sociais comuns.

União monetária

A união económica é acompanhada pela adoção de uma moeda única e de uma política
monetária comum.

Constituição de blocos regionais


A constituição de blocos regionais, como a União Europeia ou o Mercosul, através de processos
de integração económica, constitui para os países que os integram, uma via para alcançar maior
crescimento e estabilidade numa economia globalizada e cada vez mais interdependente.

Vantagens da formação de blocos regionais pela via da integração económica

aumento da produção, em resultado da especialização económica e da obtenção de


economias de escala decorrentes do alargamento do mercado interno de cada país devido
à integração dos mercados nacionais num mercado de maior dimensão, com maior número
de consumidores;
redução dos preços dos bens, dada a diminuição dos custos de produção em resultado das
economias de escala, o que estimula o consumo;
acréscimo dos fluxos de capitais, nomeadamente do investimento direto estrangeiro que
contribuirá para aumentar a inovação, a produtividade, a produção e o emprego;
melhoria dos termos de troca no comércio externo, atendendo ao aumento da
competitividade externa e crescimento das trocas intrarregionais;
crescimento do emprego, do rendimento, do consumo e do bem-estar;
estabilidade política e eliminação de tensões e conflitos em resultado da maior cooperação
entre os países.

Desvantagens da formação de blocos regionais pela via da integração económica

maiores assimetrias entre os países, pois os que têm mercados internos de menor
dimensão e fracas infraestruturas, por exemplo a nível de transportes, não têm capacidade
para produzir com custos de produção que lhes permita colocar os produtos no mercado a
preços inferiores ao da concorrência;
diminuição de receitas, dada a eliminação das tarifas aduaneiras;
perda de instrumentos de política económica (taxa de câmbio, taxa de juro, despesas
públicas, entre outros), dadas as políticas económicas comuns adotadas nas uniões
económicas e monetárias;
Desvantagens da formação de blocos regionais pela via da integração económica
perda de soberania nacional em favor de autoridades supranacionais nas organizações que
apresentam maior grau de integração.

União Europeia

Foi criada por 6 países, em 1952, após o final da II Guerra Mundial, com a finalidade de construir
uma Europa em paz, com desenvolvimento económico e social e com justiça social sendo,
atualmente, constituída por 27 Estados, que integram uma união económica e monetária, onde
uma moeda única, o euro, circula em 20 Estados membros.

ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático)

Esta organização económica regional foi criada em 1967, com o objetivo de criar uma união
aduaneira na região, integrando a Tailândia, a Indonésia, a Malásia, as Filipinas, o Camboja, o
Laos, o Vietname, o Brunei, Myanmar e Singapura e, como países observadores, Timor- Leste e
Papua-Nova Guiné.
APEC (Cooperação Económica Ásia Pacífico)

Foi criada, em 1989, por 21 países banhados pelo oceano Pacífico, entre os quais o Japão, a
China, a Coreia do Sul, a Indonésia, a Nova Zelândia, a Rússia, os EUA, o Canadá, o Chile e o
Peru.

NAFTA (Acordo Norte-Americano de Livre Comércio)

Este bloco económico regional foi criado em 1994 pelos EUA, Canadá e México, com o objetivo
de estabelecer uma zona de comércio livre que fizesse face à concorrência dos outros blocos
regionais no mercado mundial.

Mercosul (Mercado Comum do Sul)

Criado em 1990, envolve a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai aderindo, mais tarde, a
Venezuela (atualmente está suspenso da organização). Este bloco tem uma dimensão
significativa, onde bens, capitais e pessoas circulam livremente.

Em 2019, o Mercosul e a UE assinaram um acordo comercial que prevê a eliminação de direitos


sobre os bens a exportar, beneficiando as empresas exportadoras de ambos os blocos.

A integração económica, através da liberalização e crescimento das trocas, dentro e fora das
regiões, proporciona aos países um crescimento mais rápido das suas economias e uma
inserção mais competitiva no mercado mundial, constituindo uma vertente da mundialização.A

Gestão económica e política do mundo

No mundo atual, fatores como a inovação tecnológica (nos transportes, nas telecomunicações,
etc.) e a ação das empresas transnacionais tem levado a que as relações económicas se
desenrolem cada vez mais a uma escala planetária – mundialização económica – e a que os
espaços nacionais estejam mais interdependentes, não só ao nível económico e financeiro,
como também aos níveis político, social e cultural – globalização. As consequências e os desafios
da mundialização e da globalização levantam várias questões aos Estados nacionais, às
organizações internacionais mundiais ─ OMC, ONU, FMI, Banco Mundial, etc. ─ e regionais ─
União Europeia (UE), North American Free Trade Association (NAFTA), etc. ─ e, ainda, às próprias
empresas multi e transnacionais.

Com o fim da II Guerra Mundial, o comércio mundial deixou de estar centrado na Europa,
passando a estar polarizado em três grandes potências regionais América do Norte, Europa
Ocidental e Japão – “TRÍADE”, que criaram zonas de influência em seu redor, intensificando as
trocas e os movimentos de capitais.

No contexto actual da globalização, verifica-se uma forte concorrência entre países e regiões, no
sentido da conquista de maiores níveis de rendibilidade, o que, conjugado com as TIC, conduz à
transnacionalização das actividades produtivas, conduzida por empresas que actuam
globalmente, em rede, e cuja actividade escapa à regulação do poder dos Estados. A
mundialização das trocas e das actividades produtivas exige elevados financiamentos, que
circulam pelo mundo em tempo real, contribuindo para a criação de um mercado financeiro
global, caracterizado pela desregulação e maior exposição aos riscos.

• Todo o processo de globalização levou à necessidade de novas formas de regulamentar o


funcionamento da economia mundial.

• Os instrumentos para a gestão económica e política no sistema dito capitalista foram


implementados progressivamente após a 2a guerra mundial.

Regulamentação da economia mundial

O processo de integração económica, a criação de blocos económicos regionais e a liberalização


das trocas a nível mundial no contexto da globalização, levaram à necessidade de um sistema
de regulação multilateral do comércio internacional assente em tratados, acordos e convenções
internacionais negociados por um número significativo de países.

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