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Maldonado, Maria Tereza (2017), Psicologia da gravidez: gestando pessoas para uma

sociedade melhor. São Paulo: Ideias & Letras. 5ª reimpressão.

Crise pode referir-se tanto aos períodos de transição inesperados quanto aos inerentes ao
desenvolvimento. Pode ser precipitada por mudanças internas (crises normais do
desenvolvimento, doenças ou traumas) ou externas (perda ou ameaça de perda de uma
fonte de segurança e satisfação; acúmulo de tensões que ameaçam romper o equilíbrio
funcional dos mecanismos adaptativos do ego).

Em qualquer caso, as crises implicam um enfraquecimento temporário da estrutura


básica do ego, de forma que a pessoa não consegue utilizar seus métodos habituais de
solução de problemas; portanto, requerem a mobilização dos mecanismos adaptativos
do ego no sentido de buscar respostas novas.

“A crise é uma encruzilhada no caminho da saúde mental. A solução encontrada para


superar uma crise pode ser saudável ou doentia: a pessoa pode melhorar (novo nível de
integração e amadurecimento) ou piorar (maior grau de desintegração, desorganização e
desajustamento). É por isso que a crise representa, ao mesmo tempo, risco e
oportunidade.”

Uma pessoa em crise não tem escolha: a mudança é inevitável.

Podemos reservar o termo crise para os períodos de vida mais dramáticos ou


revolucionários e empregar o termo transição existencial para os períodos que, como as
crises, também são passagens de uma situação a outra, mas que acontecem de modo
mais suave. Na verdade, toda crise é uma transição, mas nem toda transição resulta em
crise. As transições são marcos importantes, também envolvem mudanças significativas,
reorganizações, aprendizagem – ter um filho, iniciar a vida profissional, casar-se,
descasar-se, aposentar-se ou entrar no climatério são exemplos de transições que podem
ou não ser vividas como crises. As transições podem resultar de decisões e escolhas
pessoais, e também de acontecimentos inesperados que independem de nossas escolhas.

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