Atendimento em crise

• Estado de desequilíbrio emocional do

• Emergência: situações catastróficas ou qual uma pessoa se vê incapaz de sair
desastres produzidos por causas com os recursos de afrontamento que
naturais, por acidentes ou ainda habitualmente costuma empregar em
condições diretamente provocadas pelo situações que a afetam emocionalmente
homem = integridade física e/ou
• Reflete oscilações do indivíduo na
emocional das pessoas está ameaçada tentativa de buscar um equilíbrio entre
• Programas de saúde em instituições si mesmo e o seu entorno
públicas ou privadas têm se dirigido
• Instaurada quando o equilíbrio é
basicamente à atenção médica imediata rompido
• Serviços sobrecarregados e insuficientes • Manifestação violenta e repentina de
para enfrentar ocorrências em ocasiões ruptura de equilíbrio
catastróficas
• Alteração no equilíbrio gerada por um
• Atenção psicossocial se mostra fracasso na resolução de problemas
necessária
• Sentimentos de desorganização,
• Ações para enfrentar o quadro físico e desesperança, tristeza, confusão e
psíquico
pânico
• Abordagem precoce de qualquer • Desorganização emocional:
problema de saúde é a maneira mais caracterizada principalmente por um
efetiva de prevenção de transtornos colapso nas estratégias prévias de
mais sérios que costumam aparecer a enfrentamento
médio e a longo prazo, após um evento
• Ponto de mudança que pode servir para
traumático
sanar ou adoecer, melhorar ou piorar
• Torna-se necessário em caráter de
• Ameaçar a saúde mental ou ser um
urgência, uma intervenção externa de
marco para mudanças que permitam um
ajuda, visando auxiliar, aliviar ou
funcionamento melhor do que o anterior
resolver os efeitos produzidos por tais
ao desencadeamento do evento
anomalias, reestabelecendo-se a
• Condição de reação frente a uma
normalidade
situação de perigo, capaz de ameaçar a
integridade da pessoa
Crise
• Resolução da crise se dá de forma
adaptativa – surgimento de
oportunidades – dominar a situação
atual, elaborar conflitos passados e de
aprender estratégias para o futuro
• Erikson: ponto crítico necessário ao
desenvolvimento, capaz de conduzir o
indivíduo a tomar uma direção ou outra,
de modo a encaminhar seus recursos
para o próprio crescimento, recuperação
e maior diferenciação
• Slaikeu – modelo de etapas de crise
postulado por Horowitz
- desordem decorrente das reações
iniciais diante do impacto
- negação: tentativa de amortecer o
impacto
- intrusão: surgimento de ideias
involuntárias de dor pelo evento
verificado (pesadelos recorrentes,
imagens e outras preocupações)
- elaboração: começa a expressar,
identificar e comunicar os
pensamentos, imagens e sentimentos
experimentados pela situação de crise
- término: integra o evento dentro da
sua vida; experiência foi enfrentada, os
sentimentos e pensamentos identificados
= pessoa se reorganize
• Não são somente os eventos em si que
3 desencadeiam a crise
• Pode decorrer também do significado
que o indivíduo possa vir dar aos fatos,
em termos de ameaça ou dano para si,
avaliação dos recursos disponíveis para
o necessário enfrentamento da situação
• Levar em conta a percepção do indivíduo
frente ao evento e não só a gravidade
do mesmo isoladamente
• Se tratado rapidamente, os sintomas de
possível estresse agudo, em geral,
diminuem completamente nos 30 dias
seguintes
• Quando não há tratamento adequado, a
desordem tende a persistir e pode evoluir
para um transtorno de estresse pós
traumático
• Crises evolutivas: realização não
satisfatória das passagens do
desenvolvimento do indivíduo, podendo
ser previsíveis (etapas do crescimento e
seus os momentos decisivos em cada uma
delas são conhecidos e ocorrem com a
maioria das pessoas) = situações criadas
internamente por mudanças fisiológicas
e psicológicas que podem desencadear
uma resposta de crise ou não
• Crises circunstanciais: decorrentes de
situações encontradas principalmente
no ambiente, em consequência de
 eventos raros e extraordinários que o
indivíduo não pode prever ou controlar,
como a perda de uma fonte de satisfação
básica
Trauma
• Evento especialmente destrutivo de
natureza única e imprevisível
• Forte abalo emocional ou moral, uma
desorganização mental, choque ou
transtorno de onde se desenvolveu ou se
pode desenvolver um quadro
psicopatológico
• Pode ser definido por sua intensidade,
incapacidade de reagir de forma
adequada, pelo transtorno que causa e
pelos efeitos duradouros que provoca
• É um fenômeno que não é universal, mas
que em algum momento poderá vir a ser
sentida por todos ou por um grande
número de pessoas
• Crise como algo universal e o trauma
como algo particular
• A forma como o indivíduo reagirá será
em função da interação dele com o
evento e o ambiente
Intervenção em crise
• Exercer influência no funcionamento
psicológico do indivíduo durante o
período de desequilíbrio, aliviando o
impacto direto do evento traumático
• Ajudar a acionar a parte saudável
preservada da pessoa, assim como seus
recursos sociais, enfrentando de maneira
adaptativa os efeitos do estresse
• Novo modo de funcionamento
psicológico, interpessoal e social
• A primeira condição é enfrentar o
trauma, já que a tendência é reduzir o
que é doloroso e desagradável, tentando
esquecer o quanto antes, salvo algumas
exceções
• Uma situação de crise se resolve
habitualmente entre 4 e 6 semanas,
sendo as vezes necessário um período de
tempo maior
• Processos terapêuticos breves, de tempo
limitado, são os mais adequados para as
situações de crise
Estabelecer contato psicológico
• Estabelecer empatia e sintonização com
os sentimentos das pessoas durante uma
crise
• Escutar como as pessoas em crise
visualizam a situação e como se
comunicam
• Convidar as pessoas a falar sobre o problema, o que podem ou poderiam
evento e a escutar-se umas as outras a fazer
respeito do mesmo assunto • Propor novas alternativas viáveis para
• Pessoas devem se sentir escutadas, alcançar soluções
aceitas, compreendidas e apoiadas para
diminuir a intensidade da ansiedade, Assistir para executar ações concretas
diminuir o sofrimento e o sentimento de
solidão • Ajudar a realizar uma ação concreta
para gerenciar a crise
Analisar o problema • Objetivo é limitado
• O responsável pela intervenção deverá
• Centrado em 3 áreas ter uma atitude facilitadora e diretiva
• Passado imediato: acontecimentos que para ajudar a alcançar ações concretas
conduziram ao estado de crise (episódio
de violência, ameaça de morte) Seguimento para verificar o progresso
• Presente: quem, o que, onde, quando
como; saber quem está implicado, o que • Colaborar com o restabelecimento das
aconteceu, quando, etc redes de apoio social que podem estar
• Futuro imediato: focado nas eventuais danificadas, prejudicadas ou destruídas
dificuldades que se estabelecem nas por causa do acontecimento
pessoas e suas famílias = conhecer quais catastrófico
são os conflitos ou problemas que • Estabelecer procedimentos que
necessitam de manejo imediato e quais permitam o seguimento das pessoas para
podem ficar para uma intervenção verificar o progresso pessoal em termos
posterior psicológicos
• Novos encontros ou por contato
Analisar as possíveis soluções telefônico
• Completar o círculo de retroalimentação
• Verificar o que as pessoas têm tentado ou determinar se alcançaram ou não as
fazer até o momento para enfrentar o metas estabelecidas quando do início da
intervenção
Slaikeu
• 3 princípios clínicos para a prática da
intervenção em crise
• Oportunidade: calcular e reduzir o
perigo, avaliando também a motivação
do paciente para encontrar uma nova
estratégia de enfrentamento com as
circunstâncias atuais de vida
• Meta: ajudar a recuperar o nível de
equilíbrio que tinha ante ou a atingir um
nível que permita superar o momento
crítico
• Avaliação: englobar aspectos fortes e as
debilidades de cada um dos sistemas
implicados na crise, com informações do
que está funcional e disfuncional
• Modelo amplo de intervenção, dividido
em primeira e segunda instância
• Primeira instância: primeiros auxílios
psicológicos – assistência imediata, que
em geral leva uma sessão que pode durar
de minutos a horas = proporcionar apoio,
reduzir o perigo de morte e aliar a
pessoa em crise com os recursos de ajuda
disponíveis
• Segunda instância: terapia para a crise;
vai além da restauração do
enfrentamento imediato, encaminhando-
se assim para a resolução da crise, que
pode durar de semanas a meses; a meta
é assistir a pessoa de maneira que o
eventou que suscitou a crise se integre à
trama da vida, com melhores recursos e
disposição para encarar o futuro = os
mais indicados são os psicoterapeutas
em geral, psicólogos e psiquiatras
• Ajudar as pessoas a lidar com o evento
traumático, a ajustar-se a nova
situação, diferente do tratamento da
psicologia clínica que enfoca uma
mudança profunda do paciente ou uma
revisão da origem dos seus conflitos
infantis
• Metas desenvolvidas através de um
convite ao indivíduo para que se fale de
sua experiência, fazendo com que
observe o evento à distância ou
perspectiva, ajudando a ordenar e
reconhecer seus sentimentos associados
e ajudar na resolução de problemas
• Começar pelas metas mais práticas e
imediatas
• Metas de curto prazo: incluem de acordo
com o fato, tranquilizar, manejar o medo,
fala sobre o ocorrido
• Metas de longo prazo: ajudar o paciente
na retomada de planos de vida, como a
busca por trabalho
• Técnico ativo e direto ajudando o
paciente a definir esses tipos de metas,
bem como executá-las
• Prevenir a curto e em longo prazo as
consequências psicossociais negativas
• Introduzir-se de maneira ativa em uma
situação vital para um indivíduo e
auxiliá-lo a mobilizar seus próprios
recursos para superar o problema,
recuperando seu equilíbrio emocional