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Composição do sistema de justiça

Desafios enfrentados no âmbito da justiça


 Não é um sistema autossuficiente, precisa das políticas
públicas
 Judicialização da vida: complexa estrutura traumática, sua
 Relação articulada intersetorial
natureza transjurídica (repetição) e tentativa de definir
 Psicologia, legalidade e justiça são os 3 elementos
juridicamente algo que não é redutível a conceitos
fundamentais
jurídicos
 O objetivo último é a aproximação semântica entre justiça
 Seletividade do sistema de justiça: definição de categorias
e legalidade
ditas normais, criminalização da pobreza e prevalência de
 Psicologia se coloca como instrumentalista
soluções punitivas
 Desigualdade social transformada em desigualdade
 Operadores do Direito tomados como categoria mitológica
psíquica
 Cidadão como consumidor inerte da justiça e o risco de
 Compreensão naturalizante biologizante, tecnicista e
terceirização dos conflitos
ahistórica = anormal quando não se encaixa na categoria
 Psicologia usada como justificativa científica de um
de normalidade
sistema segregador e punitivo
 Gestão dos antagonismos sociais
 Legalidade: verdade moral, controle social/punitivismo e
Reposicionando a psicologia
disciplina interiorizada
 Justiça: consciência individual, definição de coletividade,
 Definição da área, da especialidade, dos papéis e dos
igualdade legal x igualdade material
objetivos em cada contexto
 Política: racionalidade neoliberal, desmantelamento do
estado intervencionista, protagonismo dos tribunais
 Necessidade em se transcender os limites institucionais do  A superação do status de neutralidade para práticas
sistema de justiça implicadas no e com o mundo
 Responsabilidade por traduzir a tipificação jurídica a partir  Reconhecimento da indivisibilidade dos direitos
do seu saber técnico-científico  Apropriação do lugar de mediador das transformações
 Ressignificação da noção de diagnóstico para além de sociais
categorias nosológicas
 Compreensão acerca das mudanças do sistema de justiça Poder judiciário
que afetam diretamente a prática profissional
 Formação profissional  É representado pelo juiz (decidir, julgar)
 Compreensão da psicologia enquanto objeto, por vezes,  Interpretar e julgar as causas de acordo com a CF e demais
insatisfatório normativas que compõem o ordenamento jurídico
 Distanciamento do lugar de ciência da verdade  Assessorar o juízo para compreensão e encaminhamento
 Entendimento de que a responsabilidade profissional de demandas que extrapolam o conhecimento jurídico e
extrapola a função meramente avaliativa dizem respeito à ciência psicológica
 Psicologia como instrumento de garantia de direitos >  Perito = instrumentalizar o juiz, analisando a demanda não
legalidade = justiça jurídica, não tendo uma relação com as partes interessadas;
deliberativo
Defesa dos direitos humanos como princípio ético
fundamental (CEPP/2005) Ministério público
 Representado pelo promotor de justiça que atua como  Qualificar a prestação de assistência jurídica, na esfera
fiscalizador da lei, garantindo que siga a legalidade, judicial e extrajudicial, potencializando as estratégias para
fazendo requerimento, argumentando promoção e defesa dos direitos, principalmente individuais
 Defender a ordem jurídica, o regime democrático e os  Assistente técnico
interesses sociais e individuais indisponíveis = representa  O papel do psicólogo é garantir que o defensor tenha as
os interesses da sociais e individuais ferramentas necessárias
 O papel do psicólogo é qualificar a atuação das
promotorias – em especial, das especializadas, na defesa  As 3 instituições não são subordinadas, são autônomas
de direitos individuais e principalmente, coletivos
 Assistente técnico = instrumentalizar o promotor como
parte do processo e não deliberativo; é complementar ao Segurança pública e sistema penitenciário
perito e não um adversário
 Polícias, bombeiros, unidades prisionais e hospitais de
Defensoria pública custódia
 Principais funções do psicólogo: promoção de saúde
 Representada pelo defensor de uma das partes = entender (prática voltada para o corpo institucional e/ou para a
como se deu o contexto de algo população) e qualificação do serviço prestado
 Prestar assistência jurídica integral e gratuita aos  Em paralelo ao sistema de justiça
vulneráveis
 Política pública de acesso à justiça Políticas públicas
 Solicita, atua como porta-voz
 Hospitais psiquiátricos, CAPS, instituições de  Ameaça simbólica do sujeito dependente químico
acolhimento, centros socioeducativos e etc
 Principais funções do psicólogo: atenção, promoção e Desdobramentos da sanção da lei de drogas
prevenção de saúde da população atendida
 Aumento exponencial do encarceramento
Uso x abuso de drogas  Imposição de metarregras, baseadas em representações
sociais do usuário e do traficante (quantidade de
 Questão de saúde, assistência social ou segurança pública? substância, local e condições da ação, conduta e
 Lei de drogas 11.343/2006: distanciou, em termos legais, o antecedentes)
que faz uso de drogas ocasionalmente ou esporadicamente  Retrocessos à reforma antimanicomial (assunção do
daquele que comercializa = trouxe uma perspectiva de ter paradigma proibicionista como modelo de atenção em
menos aprisionamento e o tratamento ser potencializado saúde; internação compulsória e involuntária
(diferenciou usuário de traficante)  Crime organizado presente onde o Estado não está
 Instituiu o SISNAD  Fenômeno biopsicossocial
 Estabeleceu regras para o tratamento do usuário ou  Programa de braços abertos: promessa de eliminar a
dependente Cracolândia + internação involuntária (internar para não
 Estabeleceu critérios de diferenciação entre tráfico e uso ser preso) + trabalhar para manter a condição de moradia
 Política proibicionista em relação às drogas
 Interferências de perspectivas morais e religiosas
 Drogas sintéticas não são tratadas com a mesma Cenário real
banalização
 Política regressiva e bélica de guerra aos usuários de  Reconhecimento dos 3 fatores normativos: tolerância,
drogas e às drogas abstinência, compulsão
 Redução do problema a uma questão de segurança pública  Redução de danos como estratégia de cuidado: prevenção
 Confinamento faz as vezes de política social aos danos, abstinência como meta pactuada, mas jamais
 O psicólogo atuando: compreensão do sistema, prevenção imposta
aos danos e não ao uso, não violar a autonomia  Descriminalização das drogas: controle estatal sobre a
qualidade, produção e circulação e taxação de impostos

O psicólogo jurídico deve atuar


SUS E SUAS
 Compreendendo o sistema de justiça como parte da rede
 São equipamentos complementares que atuam de forma de proteção
conjunta, intersetorial  Visando a mudança do status quo
 Análises das interferências na autonomia  Numa perspectiva preventiva
 Promoção de saúde  Garantindo a autonomia de vontade dos envolvidos,
 Proteção social sempre que possível
 Compreensão da drogadição como fenômeno  Respeitando as diretrizes estabelecidas no âmbito das
biopsicossocial políticas públicas

Possibilidades para a política de drogas Compete ainda à psicologia jurídica


 Estreitar a relação entre o sistema de justiça e as políticas  Desde a lei que regulamenta a psicologia no Brasil, já
públicas, visando a garantia de direitos individuais e previa-se a possibilidade da psicologia auxiliar outras
sociais áreas de conhecimento
 Código de processo civil/2015: conjunto de normas
Regulamentação da atuação em psicologia jurídica técnicas que norteiam as partes na condução de um
processo de natureza civil; o juiz será assistido por perito
 Funções e atribuições no contexto judicial quando a prova do fato depender de conhecimento técnico
 Gerenciamento que exige conhecimento sobre os mais ou científico e incumbe às partes indicar assistente técnico
diversos aspectos da vida humana = gerenciamento que  Código de processo penal/1941: define quem deve fazer a
exige o conhecimento sobre os mais diversos aspectos da investigação criminal, denunciar o acusado, os direitos do
vida humana réu e como este direito pode ser exercido ao longo do
 Aspecto bio: prédio desaba e um médico pode estar processo; o exame de corpo delito e outras perícias serão
envolvido em um processo judicial realizados por perito oficial, portador de diploma superior;
 Aspecto psico: dependência química, alienação parental, serão facultadas ao MP, ao assistente de acusação, ao
adoção ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de
 Aspecto social: direito à propriedade, desastres quesitos e indicação de assistente técnico

 Auxiliares da justiça: todos que participam do processo no  Lei 4.119/62: lei que regulamentou a profissão de

sentido de implementar a prestação jurisdicional; em psicólogo no Brasil; é da competência do psicólogo a

alguma medida contribuem para que a justiça aconteça, em colaboração em assuntos psicológicos ligados a outras

relação às demandas cíveis e penais ciências


Perito

 pode ser exercida por profissional de qualquer área de Psicologia como instrumento de justiça
conhecimento, sempre que os aspectos técnicos de sua
formação forem considerados imprescindíveis ao curso do  Possibilidade de repersonalização do Direito = o Direito
processo; trata sobre questões legais, de modo que é importante dar
 profissional de confiança do juízo, decorrente do nome para as pessoas envolvidas, a história, como as
compromisso e da capacidade técnica (aptidão, habilidade relações se construíram até chegar nesse lugar, ou seja,
e conhecimentos específicos) pequena parcela dessa vida que pode ser percebida e
 na esfera privada precisa de especialização, experiências presente no âmbito judicial
 desenvolve a perícia psicológica  Meio de reconhecimento da subjetividade, dos afetos, das
emoções, da dignidade da pessoa humana = nenhuma das
estruturas, dimensões são passíveis de serem definidas em
termos legais, precisa ser avaliada na realidade concreta;
alcançar a subjetividade como forma de validação das
Assistente técnico experiências quando tem a possibilidade de atuação
regulamentada na esfera judicial

 pode ser exercida por profissional de qualquer área de  Nos implica no desafio de tonar a ciência psicológica
conhecimento, sempre que os aspectos técnicos de sua acessível = a comunicação precisa ser clara para as
formação forem considerados imprescindíveis ao curso do pessoas entenderem, explicar conceitos de uma forma
processo acessível para o público leigo
 Exige empenho do psicólogo em transcender um lugar de  Predisposição x liberdade = possibilidade que algo se
saber-poder = estabelecer relação de horizontalidade, desenvolva em determinado aspecto, dentro do campo de
buscar caminhos para formação de vínculo porque a possibilidades, de possíveis
pessoa vê como um dedo duro  Pressupostos a probabilidade = a partir do que eu estou
 Abordar questões que são imprescindíveis no laudo considerando, é possível que tenha se dado tal
desdobramento)
Direito  Plural
 Demonstração formal de seus achados
 Determinismo x livre arbítrio = escolhe fazer errado;  Ponto de interesse comum entre as 2 ciências (direito e
perspectiva essencialmente moral psicologia): interesse no comportamento humano (direito
 Nível da certeza = aconteceu ou não? precisa normatizar o comportamento e a psicologia busca
 Uniforme compreender)
 Argumentação e uso de provas persuasivas  Desmistificar e promover a mudança de comportamento e
 Prevenção social, compensação da culpa e a proteção da do status quo
ordem pública
 Se baseia no uso de provas persuasivas e argumentação, Perícia psicológica
tornando minha narrativa crível
 Exame ou avaliação do estado psíquico de um indivíduo
 Elucidar determinados aspectos psicológicos deste para
Psicologia fornecer ao juiz ou a outro agente judicial que solicitou a
perícia, informações técnicas que escapam ao senso
comum e ultrapassam o conhecimento jurídico
 É o processo pelo qual, através de instrumentos
apropriados, chega-se a conclusões a respeito de aspectos O perito deve do ponto de vista
do funcionamento psicológico de um indivíduo para
subsidiar decisões judiciais  Ético/técnico: exercer tal função com total isenção em
relação às partes envolvidas e comprometimento ético para
Resolução CFP 17/2012 emitir posicionamento de sua competência teórico-técnica
 Procedimental: compreender que seu trabalho irá se
 O trabalho pericial poderá contemplar: observações, materializar no laudo pericial
entrevistas, visitas domiciliares e institucionais, aplicação  Legal: perícia tem validade de prova no ordenamento
de testes psicológicos, utilização de recursos lúdicos e jurídico brasileiro
outros instrumentos, métodos e técnicas reconhecidas pela
ciência psicológica, garantindo como princípio Escolha do perito
fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
 Análise de autos processuais: estudo do processo, do que  Concursado: servidores de carreira do poder judiciário
já aconteceu, das informações que se tem para entender a (cível) e servidores de carreira da segurança pública ou do
pergunta jurídica formulada poder judiciário (penal); vinculado ao poder judiciário
 Estudos interdisciplinares  Indicado: atua no privado; profissionais CAJU (cadastro
 Testes não são o único método de avaliação de auxiliares da justiça)
 A psicologia está presente na segurança pública de forma  Resolução CNJ 233/2016: estabelece critérios e
não muito estruturada procedimentos para o cadastro de auxiliares
 Leva-se em consideração formação profissional, a
Peritos concursados atualização do conhecimento e a experiência dos
interessados
 Psicólogos concursados pelo poder judiciário poderão  Onde não houver cadastro, a indicação do perito ficará a
atuar como peritos, sempre que nomeados livre escolha do juiz
 Não necessariamente serão profissionais especialistas na  O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo fixado
área de perícia pelo juiz
 Descaracterização da perícia nos pedidos formulados pelos  Escusa por motivo legítimo: me recusar a fazer uma
magistrados (estudo psicossocial, relatório psicossocial) perícia; geralmente por relação prévia com as partes ou
 Volume de trabalho é um dos fatores que pode falta de conhecimento técnico/capacidade técnica para
comprometer a qualidade do trabalho aquela matéria
 Nem sempre vem como pedido escrito, as vezes vem  Sanções: o perito que, por dolo ou culpa, prestar
como estudo psicossocial = parecer psicológico, não informações inverídicas responderá pelos prejuízos que
necessariamente submetendo a avaliação psicológica causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras
(processo, exame com processo de investigação exclusivo perícias no prazo de 2 a 5 ano; afirmei determinada coisa
do psicólogo) no laudo e isso foi provado que não acontece
 Impedimento: objetivo, claro que não tenho a devida
Peritos indicados imparcialidade; presunção absoluta de parcialidade =
tenho uma relação objetiva com essa pessoa que me
impede de atuar Características próprias da avaliação pericial
 Suspeição: subjetiva; presunção relativa de parcialidade =
depende do tipo de relação que tenho com essa pessoa  Dirige-se a um foco específico, determinado pelo sistema
de justiça = tem um direcionamento, um foco, olhar para a
Resolução CFP 008/2010 pergunta
 O sujeito pode não ser colaborativo e apresentar uma
 É vedado ao psicólogo que esteja atuando como resistência consciente ou mesmo tentar distorcer a
psicoterapeuta das partes envolvidas em um litígio: avaliação
 Atuar como perito ou assistente técnico de pessoas  Busca-se informações precisas e exatas, inclusive em
atendidas por ele e/ou de terceiros envolvidos na mesma outras fontes (escola, local de trabalho)
situação litigiosa  Impõem limites à confidencialidade
 Produzir documentos advindos do processo psicoterápico  Há um maior distanciamento emocional entre o
com a finalidade de fornecer informações à instância examinando e o psicólogo, já que este último não é visto
judicial acerca das pessoas atendidas, sem o como alguém que está ali para ajuda-lo
consentimento formal destas últimas, à exceção de  O tempo destinado à avaliação do examinando é menor,
declarações diminuindo a possibilidade de reconsideração das
 Quando a pessoa atendida for criança, adolescente ou formulações feitas
interdito, o consentimento formal referido no caput deve  O contrato inicial é importante
ser dado por pelo menos um dos responsáveis legais
 Sujeito à processo ético no âmbito do CFP
 Não se restringe ao lócus do perito: a avaliação não
acontece só dentro do fórum, pode ir aos contextos em que Críticas à perícia
as pessoas estão inseridas (visita domiciliar institucional)
 Pode envolver pessoas que mantém relação com o  Ignorância ou irrelevância: justificativa para as conclusões
periciado nos mais diversos espaços periciais a partir do critério legal errado, como
 O conteúdo do laudo e o resultado da avaliação pode ser incapacidade para trabalho = necessidade de interdição
distorcido intencionalmente pelas partes  Intromissão na matéria legal: tentativa de impor teorias
 Acaba por justificar a decisão judicial: muitas vezes o psicológicas para reformular construtos jurídicos; críticas
fundamento do juiz é única e exclusivamente o laudo descontextualizadas sobre a pena privativa de prisão, por
 Conclusão tem que ser muito objetiva por ser considerado exemplo; fala sobre outro assunto, não fazendo sentido
a primeira coisa a ser lida, na maioria das vezes naquele contexto
 Insuficiência ou incredibilidade das informações
prestadas: quando o perito deixa de oferecer evidências
suficientes quanto às suas conclusões; afirmar a ocorrência
Relação perito x periciado de fenômeno que não tenha sido analisado anteriormente =
várias certezas e nenhum fundamento; faz afirmações que
 Resolução CFP 017/2012 não se sustentam

 O periciado deve ser informado acerca dos motivos,


técnicas utilizadas, datas e local da avaliação pericial Atuação multidisciplinar

psicológica
 Importância do contrato  Resolução CFP 017/2012
 O psicólogo perito poderá atuar em equipe  Casos de grande repercussão social: não pode compartilhar
multiprofissional desde que preserve sua especificidade e informações que permitam a identificação de pessoas
limite de intervenção, não se subordinando técnica e públicas, já que teve acesso a informações privilegiadas
profissionalmente a outras áreas  Competência técnica: responsabilidade inerente a nossa
 O psicólogo, no relacionamento com profissionais não profissão
psicólogos, compartilhará somente informações relevantes  Princípio da pertinência: isso vai ou não pro laudo?
para qualificar os serviços prestados, resguardando o Quando tiver em dúvida, precisa responder para que e por
caráter confidencial das comunicações, assinalando a que? O que eu espero que aconteça ao compartilhar essa
responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo informação no laudo?
 O relatório multiprofissional é resultante da atuação do
psicólogo em atuação multiprofissional, podendo ser Laudo pericial
produzindo em conjunto com profissionais de outras áreas,
preservando-se a autonomia e a ética profissional dos  Resultado da perícia: comunicação técnico-científica, de
envolvidos natureza oficial; princípio da pertinência
 Estrutura: resolução CFP 006/2019
 A quem será endereçado: solicitante ou periciado?
 Produção deve ser formal, precisa e inteligível
Ética e perícia psicológica

Assistente técnico
 Depor em juízo: tem a obrigação de comparecer, mas não
de compartilhar tudo, apenas o necessário
 Impedimento: tem um vínculo objetivo, como por  Atuação possível em demandas cíveis, criminais,
exemplo, a esposa está envolvida trabalhistas, previdenciárias, etc
 Suspeição: perita não é isenta porque há 10 anos teve uma  Concursados: servidores de carreira da defensoria pública
briga com a periciada e do ministério público; geralmente são vinculados ao
 Não posso ser assistente técnico da minha prima em um ministério público ou defensoria
processo que envolve meu irmão, porque é questão ética  Indicados: profissionais autônomos, livremente escolhidos
 Dá as ferramentas para que a parte consiga questionar o pela parte
que está no processo = é facultativo  O profissional vinculado ao poder judiciário não vai ser
 Profissional de confiança da parte para assessorá-la e assistente técnico
garantir o direito ao contraditório, não sujeito a  Carreira totalmente autônoma
impedimento ou suspeição legais  Resolução CFP 008/2010: é vedado ao psicólogo que
 Prestar assessoramento técnico e científico ao advogado esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas
e/ou defensor da parte que o nomeou em litígio atuar como perito ou assistente técnico de
 Sugerir ao advogado e/ou defensor os quesitos (perguntas pessoas atendidas por ele e/ou de terceiros envolvidos na
formuladas ao perito após a elaboração do laudo) que mesma situação, produzir documentos advindos do
serão formulados, inclusive os suplementares, caso haja processo psicoterápico com a finalidade de fornecer
necessidade informações à instância judicial acerca das pessoas
 Produzir documento escrito, sempre que necessário atendidas, sem o consentimento formal destas últimas e
 Alertar o perito sobre as possíveis distorções contidas no quando a pessoa atendida for criança, adolescente ou
laudo pericial interdito, o consentimento formal referido no caput deve
ser dado por pelo menos um dos responsáveis legais
 Não deve estar presente durante a realização dos  Jamais poderá forjar ou omitir informações para favorecer
procedimentos metodológicos que norteiam o atendimento o contratante
do psicólogo perito e vice-versa, para que não haja  Trazer uma nova perspectiva sobre o problema
interferência na dinâmica e qualidade do serviço realizado apresentado
(CFP)  Nota técnica CRP/PR 001/2023: aborda a questão do
 CPC (código de processo civil): o perito deve assegurar duplo vínculo, ou seja, o terapeuta achar que pode atuar no
aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento processo judicial = sigilo, autonomia profissional (do
das diligências e dos exames que realizar, com prévia quanto o direito tenta se impor ao psicólogo), definir
comunicação, comprovada nos autos, com antecedência próprios procedimentos, qualificação profissional
mínima de 6 dias  Pode se ater aos achados do perito ou se debruçar sobre
 Por lei pode, por questão ética não outras questões técnicas que se mostrem pertinentes
 É possível existir assistente técnico antes do perito = no  O tipo de documento produzido irá depender do contexto
pedido inicial do processo já pode vim instruído da atuação e de seus propósito
 Atuação complementar e não adversarial
 Atuação não está condicionada a nomeação/manifestação Técnicas e instrumentos de avaliação
do perito
 A produção documental não se limita ao parecer Entrevista
psicológico, embora o CPC se referia a parecer técnico
 Ouvir pessoas envolvidas e solicitar documentos, entre  Meio de obtenção de larga variedade de informações
outros meios como recursos disponíveis  Entendimento sobre questões subjetivas
 Se dar de forma livre, com relato não premeditado (pode discutir em detalhes os limites da confidencialidade com o
vir com uma fala organizada, as vezes nem pela própria avaliado
pessoa)  Redação do laudo: transmitidas a um público leigo; tomar
 Foco no não verbal, na conduta e nas emoções associadas nota de tudo que foi obtido por meio da entrevista e que
à verbalização será posteriormente analisado e guardar o registro do
 Limitação dos instrumentos padronizados (questionários) atendimento
 Exige planejamento e organização do ambiente físico  Distorção consciente das informações associadas a

 Contexto coercitivo: exige a identificação dos fatores coerção, mas também a ganhos secundários; observar para

legais e clínicos específicos de cada entrevista – escolha identificar comportamentos sugestivos, estimular reações

de ambientes neutros, estimular uma experiência física ou confrontar condutas e verbalizações do periciado como

confortável, perguntar as razões da contenção antes de intervenção e obter registros variados sobre o periciado

removê-las e discutir especulações sobre os elementos  Discordância e verificação: o princípio da ampla defesa
coercitivos da entrevista, de forma enfática e direta = faz com que os resultados apresentados pelo perito possam
existe uma determinação legal para que se submeta a esse ser contestados; não permitir presença de advogados
procedimento durante a entrevista, utilizar técnicas aceitas pela

 Partir de um evento central e começar a questionar eventos comunidade científica e reconhecidas pelo CFP e restringir

periféricos sua avaliação a questão jurídica apresentada

 Mudar a ordem dos eventos  Papel de avaliador/investigador: distanciar-se de objetivos

 Falta parcial ou total de sigilo: gera conflito ao próprio terapêuticos; o lugar dado ao psicólogo muitas vezes é o

psicólogo; fundamentar-se na legislação pertinente e em de salvador + cuidado com as questões de impedimento e

seu código de ética e ciente das particularidades do caso, suspeição


 Simulação: produção ou o exagero intencional de sintomas
gerados por incentivos externos, tendo por objetivo causar Favorece a simulação e a dissimulação
boa impressão, organizar esquemas fraudulentos
- pré-simulação: o simulador planeja e executa seus  ignorar a ocorrência de tais fenômenos
sintomas com antecedência, de forma a criar um  associar a doença ou transtorno mental
reconhecimento social de sua doença, para depois buscar  acreditar que não pode ser enganado
os benefícios que deseja  valorizar excessivamente os traços de caráter em
- parassimulação: ocorre quando uma pessoa copia e imita detrimento de uma avaliação contextual
sintomas e condutas de outras pessoas acometidas de  essas falsas crenças representam a negação da função de
alguma condição de saúde mental específica, com o adaptação social inerente à conduta de mentir ou distorcer
objetivo de obter vantagens a realidade
- metassimulação: sujeito que após recuperar-se de
determinada doença mental, continua a fingir os sintomas Fatores de distorção não deliberada
da mesma com o objetivo de auferir vantagens

 características pessoais do sujeito: nível de estresse


 dissimulação: omissão/atenuação de sintomas vivenciados importante, incapacidades físicas, limitações na
pelo sujeito para atingir determinados objetivos ou busca inteligência, falta de atenção, re-evocação de problemas,
apresentar uma boa imagem ou mostrar-se recuperado, de presença de nível de funcionamento psicótico
modo que o objetivo é evitar pivações de direito nesse  características do evento: tempo de duração (muito rápido)
exemplo; mais comum em casos de internação e interdição e intensidade (muito fraca), barreiras físicas quanto a sua
de direitos
observação, fatores de distração, relação figura-fundo,  inconsistência no próprio relato – sintomas contraditórios
estímulos sem singularidade e disparidade entre sintoma relatado e observação de
 erros de avaliação: medidas pouco seguras ou inválidas, conduta
treinamento inadequado, questões quanto aos  confirmação de sintomas óbvios – principalmente os
procedimentos da obtenção das medidas, contexto positivos e os mais espalhafatosos, em detrimento dos
emocional e a necessidade de avaliação de eventos negativos e mais tênues
ocorridos em um passado remoto
 incentivo à reformulações como estratégia de prevenção Instrumentos não privativos
para a dissimulação/simulação
 recursos que não são de uso exclusivo do psicólogo
Indicativos de simulação/dissimulação  em geral, se voltam à gestão do risco/risco de violência
 devem ser complementares à avaliação
 apresentação dramatizada e exagerada – estilo teatral,  PBEF (protocolo brasileiro de entrevista): estabelece
referência a sintomas extremamente severos e regras básicas e diretrizes para a entrevista de crianças e
indiscriminados adolescentes vítimas ou testemunhas de violência, no
 conduta cautelosa e premeditada – fala lenta, repetição de contexto do depoimento especial, sendo inspirado no
questões, excessiva hesitação protocolo NICHD + entrevista investigativa que se
 inconsistência em relação ao diagnóstico psiquiátrico – desenvolve em 2 estágios
relato de sintomas raros e não usuais, relato de melhoras  Estágio 1: construção do vínculo, estabelecimento de
repentinas regras, verificar capacidade descritiva relacionada às
pessoas com as quais convive
 Estágio 2: assegura a narrativa total e abrangente do  Testes psicológicos: a partir do constructo legal, deve-se
incidente denunciado, por meio de uma abordagem sempre chegar aos constructos psicológicos relevantes para
aberta com memória de livre evocação e memória de avaliação e em seguida, aos instrumentos mais adequados
reconhecimento de verificação/aferição = os mais utilizados são os testes
 Fechamento deve oportunizar à criança fazer perguntas ou de personalidade e cognitivos, sendo que os
relatar outras coisas que considere relevante projetivos/expressivos são mais difíceis de serem burlados
 Formulários/inventários de avaliação de risco: formulário do que os psicométricos
nacional de avaliação de risco (FNAR) para a prevenção  Compreender a orientação teórica: buscar construtos
da violência doméstica e familiar contra a mulher, sendo teóricos do teste e verificar se os itens relacionam-se com
composto por 27 questões fechadas que devem ser esses construtos
respondidas pela vítima e outras 8 questões discursivas  Considerações práticas da aplicação: condições do
que devem ser respondidas pelo profissional responsável periciado e tempo de realização
pelo atendimento = risco de reincidência ou agravamento  Padronização: verificar se a padronização da amostra é
= estratégia de orientação da vítima ou para comunicar as similar ao periciado
autoridades competentes  Fidedignidade: verificar consistência, predição e precisão
 Inventário de frases no diagnóstico de violência doméstica dos resultados
contra crianças e adolescentes (IFVD) composto por 57  Validade: você está medindo o que pensa que está
frases de simples compreensão que exigem que a criança medindo?
responda sim ou não (se tem a ver com a sua vida), sendo  Os testes psicológicos são de uso exclusivo do psicólogo
a pontuação máxima 47 pontos  PCL-R (escala hare): instrumento para aferir o grau de
psicopatia de um indivíduo, sendo utilizado nesse método
um questionário com 20 perguntas e cada item é pontuado - diagnóstica: modo de funcionamento do sujeito e quais
por uma escala numérica de 0 a 2 pontos (0 para não, 1 são as probabilidades desse comportamento se
para talvez e 2 para sim) desenvolver no futuro, não abrindo um CID,
 EATA (escala para avaliação de tendência de necessariamente
agressividade): constituída por 40 itens com uma das - prognóstico: a situação pode evoluir? Sugerindo um
medidas relacionada aos comportamentos mais comuns do acompanhamento terapêutico = se não houver uma medida
sexo masculino, outra do feminino, aos dois sexos e por que amenize a situação de risco, a situação pode evoluir
fim uma medida geral de tendências = escala pode ser para um caso mais grave
aplicada individual ou coletivamente
 Relatório: de natureza descritiva e circunstanciada, serve
Diferença entre documentos para informar sobre a atuação do psicólogo; no caso Nina,
entende-se que não tem elementos suficientes para avaliar,
 Resolução 06/2019 diferenciou pela primeira vez relatório pedindo mais tempo para o juiz = pedido de prazo podia se
de laudo psicológico dar pelo relatório, já que descreve pro juiz tudo que já foi
 Parecer: documento de natureza indicativa informativa que feito, mas ainda faltam algumas intervenções
não decorre de uma avaliação psicológica, fala sobre
fenômenos psíquicos e não necessariamente sobre pessoas;
não apresenta um resultado
 Laudo: de natureza diagnóstica prognóstica, fala
especificamente sobre o sujeito avaliado

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