Introdução • Imagem/palavra que surge

• Carta a Christina Jenssen: 28 de maio de 1933; corrigiu o erro de

Conceitos
que veio da escola de Freud, sendo discípulo de Bleuler
• arquétipos: são padrões de comportamento; o que muda é a
• Não partiu de Freud, mas de Eugen Bleuler e Pierre Janet
imagem arquetípica; forças instintivas que nos movem
• Já tinha uma postura científica, criada mediante investigações
independente da vontade, podendo ser construtivo ou
independente de Freud sobre a associação e a teoria dos
destrutivo
complexos fundamentadas nelas, quando interveio em favor de
• complexo: é um conjunto de sentimentos, pensamentos, ideias,
Freud
envolvendo afeto em torno de algo; rede de experiências
• Psiquiatra suíço, fundando a psicologia profunda (fundador)
ideoafetivas; é tudo que me afeta
• Psicologia profunda, analítica ou complexa?
• persona: é um arquétipo; condicionamento = como eu aprendo a
• Desde criança percebia e intuía de forma intensa
ser, estando relacionada com a nossa capacidade adaptativa;
• Trauma aos 12 anos e aos 13 anos escuta do pai que não sabe o
vamos aprendendo a ser; papel social
que vai acontecer com Jung, achando que não vai ganhar o
• mais que buscar respostas ( por que isso aconteceu? )
próprio sustento
pensando “ para que isso na minha vida ? “ = existe uma
finalidade • Destaque intelectual – lia e desmaiava

•
Escolas e psique - Andrew Samuels é um pós-junguiano que faz a

Jung divisão das escolas

• Traz uma perspectiva nova para aquilo que era reprimido

Clássica
• Teste de associação de palavras (1906)

• se dedica aos estudos do conceito de self
• personalidade se desenvolve até a morte
• consenso de que a ênfase está na análise simbólica do self (sua
dinâmica)
• não enfatiza tanto a questão transferencial
• imagens são muito próprias do paciente
• conversar com o paciente, ajudando a ampliar a sua imagem, a
percepção
• Jung é finalista (para que estou fazendo isso?)
• usar um mito, um sonho para fazer a ampliação
• o que prevalece é o conceito de self que organiza o processo de
individuação
• menor enfoque no desenvolvimento da personalidade como um
todo
• o que muda é a forma de ver algo
• correspondente as prioridades de Jung
• na teoria prioriza a sequência 2,1,3 (o conceito de self – si –
mesmo, definição de arquétipo e o desenvolvimento da
personalidade)
• na prática prioriza a sequência 2,3,1 ou 2,1,3; (ênfase na
experiência simbólica do self em análise, exame de imagens muito
diferenciadas – representações mentais e análise da
transferência-contratransferência ou inverte os dois últimos)
• self enquanto integrador
• método dialético
• método comparativo – amplificação e prospectivo – visão
teleológica
• o que Adler chamava de grupo ortodoxo
• ênfase na elucidação dos padrões arquetípicos
• imaginação ativa
Desenvolvimentista
• prioriza o desenvolvimento da personalidade (ego)
• entender e analisar a análise transferencial
• trabalho com o lúdico, imaginário
• como a criança vivencia a imagem, o sintoma
• olhar a dinâmica familiar
• neojunguianos – proposto por Fordham, Neumann
 • na teoria prioriza a sequência 3,2,1 (desenvolvimento da • foco na imagem em si
personalidade, o conceito de self – si – mesmo e definição de • como esse arquétipo está atravessando o sintoma
arquétipo) • o que muda é a imagem arquetípica
• na prática prioriza a sequência 1,2,3 ou 1,3,2 (análise da • o arquétipo é sempre bipolar (construtivo e destrutivo)
transferência-contratransferência, ênfase na experiência • unilateralidade gera repulsa
simbólica do self em análise e exame de imagens muito • na teoria prioriza a sequência 1,2,3 (definição de arquétipo, o
diferenciadas – representações mentais ou inverte os dois conceito de self – si – mesmo, o desenvolvimento da
últimos) personalidade)
• método interpretativo – amplificação, regressão criativa e • Na prática prioriza a sequência 3,2,1 (exame de imagens muito
análise da transferência diferenciadas – representações mentais, ênfase na experiência
• ênfase no material infantil, na repetição de padrões infantis e na simbólica do self em análise e análise da transferência-
criança histórica do adulto contratransferência
• manejo da transferência – desejos e impulsos infantis, defesas • James Hillman: maior representante arquetípico
primitivas • Método imagético: articula e conjuga imagens, não
interpretativo, intuitivo e transformador
Arquetípica
• Diferentes manejos e interpretações
• James Hellman • Divisão de Andrew Samuels – Jung e os pós-junguianos (1989):
• prioriza a definição de arquétipo definição de arquetípico, o conceito de self – si – mesmo e o
• mito como um todo, aprofundando = linguagem que expressa desenvolvimento da personalidade como as 3 áreas teóricas e
um comportamento humano análise da transferência-contratransferência, ênfase na
 experiência simbólica do self em análise e exame de imagens
muito diferenciadas – representações mentais como os 3
aspectos clínicos
Paradigma Junguiano (Penna, 2004)
• Segundo Denzin e Lincoln (1998), a noção de paradigma envolve
3 elementos fundamentais: ontologia, epistemologia
metodologia, que devem estar entrelaçados de forma consistente
e coerente; o mundo para Jung é concebido em seus aspectos
subjacente e manifesto
• No paradigma junguiano, a perspectiva ontológica refere-se à
natureza da realidade, considerando as concepções de mundo,
ser e psique; a noção de totalidade (unidade e diversidade)
constitui o pilar básico dessa perspectiva; trata-se de uma
totalidade dinâmica que contém elementos diversos
• Base ontológica junguiana: a concepção de uma realidade
subjacente interferindo na realidade manifesta e a noção de uma
totalidade abrangente movida por padrões organizadores –
arquétipos que estão fora do controle da consciência
• Base epistemológica: refere-se às possibilidades e limites do
conhecimento e concentra-se, principalmente, na possibilidade e
nos limites de acesso ao inconsciente; a possibilidade de acessar
o mundo subjacente (inconsciente) repousa na hipótese de que
este se expressa na realidade manifesta (consciente)
• A perspectiva metodológica de um paradigma define-se em
estreita conexão com as perspectivas ontológica e
epistemológica adotadas pelo cientista; o método é um indicador
e do modo pelo qual o conhecimento será construído dentro de um
paradigma
• A noção de unus mundus confere dinamismo ao todo e integra
microcosmo e macrocosmo (noção de totalidade)
• O ser humano é considerado uma totalidade eco-bio-psic-social,
incluindo a esfera consciente e inconsciente
• O homem como microcosmo é parte integrante do macrocosmo, o
qual compreende as esferas do inconsciente coletivo e da
consciência coletiva
• A noção de realidade psíquica confere estatuto empírico ao
psiquismo, dando substância à experiência anterior; o mundo e o
ser humano são definidos por sua qualidade simbólica
Dimensão simbólica
• O ser humano é um ser simbólico, que vive numa dimensão
simbólica
• Cassirer: o homem é um animal que não vive mais num universo
meramente físico
• O universo humano é simbólico, estamos diante de uma nova
dimensão de realidade: a dimensão simbólica
• Abarca os aspectos biológicos, ambientais, culturais (sócio-
históricos) e espirituais, integrando-os num todo único e típico
• A psique constitui uma totalidade que inclui o inconsciente
(fenômenos do mundo subjacente) e o consciente (fenômenos do
mundo manifesto)
• Na psicologia analítica, conhecimento equivale a consciência e o
conhecimento e o autoconhecimento são inseparáveis
• O processo de aquisição e construção de conhecimento é um
processo de ampliação da consciência (processo de individuação)
• Processo gradual e constante de integração de aspectos do
inconsciente e da consciência, visando a integração, num
movimento de crescente complexidade e diversidade
• A individuação é o tornar-se um consigo mesmo, e ao, mesmo
tempo, com a humanidade toda, em que também nos incluímos
• Na visão individual, o conhecimento do ser humano se dá por
intermédio de suas manifestações subjetivas, expressos nos
sonhos, fantasias e sintomas
• Na visão coletiva, o conhecimento do humano se dá por suas
manifestações coletivas, por meio dos aspectos culturais –
mitologia, no folclore, na arte, nos eventos históricos e sociais
Como a psique se expressa (2 formas de pensamento)
• Pensamento dirigido: uso consciente da linguagem e de
conceitos, sendo ligado ao hemisfério cerebral esquerdo =
funcionamento racional e causal do ego
• Pensamento metafórico: fantasia que envolve imagens, símbolos,
emoções, sendo ligado ao hemisfério cerebral direito =
funcionamento imagético e analógico do inconsciente
Estrutura da personalidade
• Mito de eros e psique (borboleta e alma); alegoria à imortalidade
da alma, simbolizando também a alma humana provada por
sofrimentos e aprovada, recebendo como prêmio o verdadeiro
amor que é eterno
Estrutura da psique
• Na mitologia grega, é uma divindade que representa a
personificação da alma
• Psique: totalidade dos processos psíquicos, tanto conscientes,
quanto inconscientes
• Alma: complexo determinado e limitado de funções que
poderíamos caracterizar melhor como “personalidade”
• Cada meio ambiente requer uma atitude especial – um anjo na
rua e um demônio em casa
• Divisão de caráter não é impossível, mesmo no indivíduo normal
Personalidade – psique
• Ênfase no desenvolvimento psíquico na vida adulta – processo de
individuação
• Desenvolvimento do eu no período da infância e adolescência
• Psicologia dos pais e educadores – interferências no
desenvolvimento psíquico da criança
• Homem como um todo que durante sua existência deve
desenvolver esse todo potencial
• Níveis da mente – consciente, inconsciente pessoal e inconsciente
coletivo
Psique
• No latim, espírito, alma
• Consiste em muitas partes e centros de consciência
• Personalidade como expressão da totalidade do homem
• Padrão de totalidade que só pode ser descrita simbolicamente
• Totalidade de todos os processos psíquicos conscientes e
inconscientes
• Sistema dinâmico e energético
• Sistema auto-regulador, em constante relação com o corpo e em
busca do equilíbrio dos opostos
• Psique e corpo – dois sistemas simultâneos
• Eixo ego self

Self
• Arquétipo da totalidade
• Centro da personalidade
• Imagem alquímica (função transcendente do self)
• A quintessência/quinto elemento
• O inconsciente existe antes, é pre-existente ao consciente
• Nise da Silveira: pode-se representar a psique como um vasto
oceano (inconsciente) no qual emerge uma pequena ilha
(consciente)
• Inconsciente coletivo – arquétipos
• Inconsciente pessoal – complexos
Consciência na psicologia analítica
• Única parte da mente conhecida diretamente
• Produto da percepção, orientação e adaptação ao mundo
externo – funções psíquicas
• Visão momentânea e restrita
• A limitação da consciência impede o contato e conhecimento com
a imensidão inconsciente
• A consciência é derivada do inconsciente
• A verdadeira relação dos fatos psíquicos com o ego
• Campo ectopsíquico: sistema de relações entre a consciência e o
meio ambiente – fonte sensorial; sistema de relacionamento dos
conteúdos da consciência com os fatos e dados originários do
meio-ambiente, um sistema de orientação que concerne à minha
manipulação dos fatos exteriores, com os quais entro em contato
através das minhas funções sensoriais
• Campo endopsíquico: relação da consciência com os fatos
inconscientes; sistema de relação entre os conteúdos da
consciência e os processos desenrolados no inconsciente
• A consciência é dotada de um certo número de funções, que a
orienta no campo dos fatos endo e ectopsíquicos
• A consciência é como uma superfície ou película cobrindo a vasta
área inconsciente cuja extensão, é desconhecida
• O mundo da consciência pode apreender poucos dados
simultâneos num dado momento
• A área da inconsciência é imensa e sempre contínua, e a área da
consciência é um campo restrito da visão momentânea
• A consciência é produto da percepção e orientação no mundo
externo, que provavelmente se localiza no cérebro e sua origem
seria ectodérmica
• Inconsciente como elemento inicial, do qual brotaria a condição
consciente
• Consciência: referência dos conteúdos psíquicos ao eu, enquanto
assim for entendida pelo eu
• A consciência é a função ou atividade que mantém a relação dos
conteúdos psíquicos com o eu
• Psique representa o conjunto de todos os conteúdos psíquicos,
não estando necessariamente vinculados ao eu, ou seja,
relacionados de tal forma com o eu que lhes caiba a qualidade
de conscientes
• Existe uma boa qualidade de complexos psíquicos que não estão
necessariamente vinculados ao eu
• Não pode haver elemento consciente que não tenha o ego como
ponto de referência
• Consciência como a relação dos fatos psíquicos com o ego
• Ego: dado complexo formado primeiramente por uma percepção
geral de nosso corpo e existência e a seguir, pelos registros de
nossa memória
• Todos já temos uma certa ideia de já termos existido e todos
acumulamos uma longa série de recordações = principais
componentes do ego = complexo de fatos psíquicos
• A força de atração do complexo do ego é poderosa como a de um
imã = ele que atrai os conteúdos do inconsciente e também
chama a si impressões do exterior que se tornam conscientes ao
seu contato
• Eu: complexo de representações que constitui para mim o centro
de meu campo de consciência e que isso me parece ter grande
continuidade e identidade consigo mesmo = complexo do eu
(tanto um conteúdo quanto uma condição da consciência)
• Um elemento psíquico me é consciente enquanto estiver
relacionado com o complexo do eu
• Enquanto o eu for apenas o centro do meu campo consciente, não
é idêntico ao todo de minha psique, mas apenas um complexo
entre outros complexos
• Eu – sujeito apenas de minha consciência
• Si-mesmo: sujeito do meu todo, também da psique inconsciente
Ego: o eu e a sua constituição
• Eu: sujeito de todos os atos conscientes da pessoa
• O desconhecido é dividido em relação aos fatos externos/sentidos
e em relação aos fatos internos/inconscientes
• Centro do campo da consciência – organização da mente
consciente
• Percepção geral do nosso corpo (base somática) e da existência
– ligação com a memória
• Registros de memória – complexo de fatos psíquicos (base
psíquica)
Ego
• Originado pelo arquétipo do self
• Nascemos com o potencial do ego
• Partes do self – uma grandeza que inclui o eu
• Parte obscura do ego – campo endopsíquico – sombrio
• como fator consciente, o eu pode ser perfeitamente descrito, pelo
menos do ponto de vista teórico; mas isto nada mais nos
proporcionaria do que uma imagem da personalidade consciente,
à qual faltariam todos os traços que o sujeito desconhece ou de
que não tem consciência = mas a imagem global da
personalidade deveria incluir também esses traços
• ponto entre os processos conscientes e inconscientes
• funções psíquicas – pensamento, sentimento, sentidos e intuição
• o material a ser consciente ou rejeitado pelo ego, é em parte
determinado pela função dominante
• funções de orientação da consciência = extroversão (orienta a
consciência para o mundo externo) e introversão
• o ego de uma pessoa altamente individuada permitirá que um
maior número de coisas se torne consciente
Erich Neumann
• eixo ego-self “a criança”
• fase urobórica do desenvolvimento psíquico – um estágio
anterior ao ego
• o objetivo da primeira etapa da vida é o desenvolvimento do eixo
ego-self
• unidade mãe-filho: o ego ainda está cindido no self (fase da
nutrição e proteção total) – self corporal
• desenvolvimento de um ego integral positivo assim como o
estabelecimento de um eixo ego-self estável (ego integral
positivo)
• a experiência da totalidade da grande mãe começa a ser
rompida e vivenciada em seus aspectos positivos e negativos
• a distinção ou ruptura da unidade mãe-criança é marcada pela
dinâmica patriarcal – estabelecimento de limites
• a fase patriarcal (2 anos até adolescência) possibilita a
separação entre a consciência e o inconsciente, assim como o
estabelecimento e fortalecimento do ego e do eixo ego-self
• o desenvolvimento perpassa a relação com o outro, pelo
amadurecimento e constelação da anima e animus e
posteriormente, ao processo de individuação
Teoria dos tipos psicológicos
• personalidade: contempla todos os sistemas conscientes e
inconscientes, pensamentos, sentimentos, experiências vividas
pelo indivíduo que representam a psique humana
• psique: todo dinâmico e interligado que engloba a personalidade
total, com seu sistema funcional e processual
• o processo dinâmico da personalidade está atribuído ao sistema
homeostático da energia psíquica
• Jung distingue os tipos psicológicos por seu comportamento
peculiar em relação ao objeto/outro, afirmando que essas
considerações não se tratam de casos isolados e sim de atitudes
típicas genéricas
• Campo ectopsíquico: funções psíquicas do ego; pensamento
sentimento, sensação e intuição
• Jung começou a perceber diferenças individuais típicas e
genéricas nas pessoas e relatou que o indivíduo está
naturalmente inclinado a entender o mundo e seus fenômenos
pela ótica de seu próprio tipo psicológico
• Na descrição dos tipos está implícita a capacidade adaptativa
do homem
• A relação entre sujeito e objeto é sempre uma relação de
adaptação, ou seja, essa relação pressupõem modos psicológicos
de adaptação, que, em situações normais, há uma disposição
individual bem definida, já observada, na infância
• Em situações de extrema dificuldade de adaptação ou de
interferências externas sob o direcionamento desta
disponibilidade natural, o indivíduo pode tornar-se neurótico e
 ser afetado em seu bem-estar, devido o intenso esgotamento
energético
• Introversão e extroversão como duas possíveis orientações da
energia psíquica = opostas e encontradas em um mesmo
indivíduo de forma complementar
• Introversão: energia psíquica flui de fora para dentro da psique
• Extroversão: energia psíquica flui de dentro para fora da psique;
atitudes orientadas por fatores objetivos e externos,
apresentando uma relação positiva com o objeto, aumentando
sua importância na medida em que necessita se orientar e se
relacionar pelos fatos que o mundo exterior fornecer
• Devido ao princípio homeostático da psique, inconscientemente,
haverá uma complementação inversa dessas atitudes
• 4 funções psíquicas básicas, que combinadas e baseadas, em
pares opostos, resultam em 8 possíveis padrões que formam a
personalidade e estão a serviço da adaptação de um indivíduo
• Pensamento e sentimento: funções racionais para avaliar e tomar
decisões sobre as informações recebidas do meio
• Sensação e intuição: funções irracionais para perceber e receber
informações de fatores internos e externos
Funções ectopsíquicas
• Soma total de minhas percepções de fatos externos, vindas até
mim por meio dos sentidos
• Sensação: me diz que alguma coisa é, não exprimindo o que é;
função do 5 sentidos; irracional
• Pensamento: exprime o que é uma coisa é, dá nome a essa coisa
e junta-lhe um conceito = perceber e julgar; função racional
• Sentimento: nos informa, através de percepções que lhe são
inerentes acerca do valor das coisas; função racional
• Tempo: tudo tem um passado e um futuro, procede de um lugar,
enquanto se caminha para outro
• Intuição: coisa próxima da adivinhação, espécie de faculdade
mágica, miraculosa = tem a impressão de algo; não passa
exatamente pelos sentidos, registra-se ao nível do inconsciente e
é onde abandono toda tentativa de explicação dizendo que não
sabe como isso se processa; função irracional, faro, não passa
pelos sentidos, impressão, outra visão
Corpo e psique
• Campo somático
• Integração corpo-psique – constituição fisiológica e psíquica
• Tipos psicológicos e fluxo de energia psíquica
• Falsificação dos tipos, constelação dos conteúdos e compensação
psíquica
• Complexos
• Símbolos
• Metabolização psíquica
• Um funcionamento inadequado da psique pode causar prejuízos
ao corpo, da mesma forma que inversamente, um sofrimento
corporal pode afetar a psique, pois a psique e o corpo não estão
separados, mas são animados por uma mesma vida
• Uma troca de tipo pode afetar profundamente o bem-estar
fisiológico do organismo porque na maioria das vezes provoca
forte esgotamento
• Pensamento extrovertido: orientação racional do julgamento,
voltado para dados objetivos e ideias gerais = visão de liderança
• Pensamento introvertido: o modo de pensar não está ligado
apenas a experiência objetiva imediata, tão menos as ideias
gerais, mas há um fluxo pensante subjetivo; o pensar inicia-se e
finaliza no sujeito, mas são as introspecções e imagens que
representam as ideias que predominam = sujeito mais objetivo,
voltado a pensamentos subjetivos em detrimento dos outros
• Sentimento extrovertido: a relação com o objeto é tomada pelos
valores objetivos e não mais por influências subjetivas; os
sentimentos se orientam por determinantes objetivos tradicionais
e aceitos universalmente = sujeitos muito voltados a questões
sociais, preocupações com grupos e projetos mais coletivos
• Sentimento introvertido: a forma de julgar e tomar decisões é
determinada sobretudo pelo fator subjetivo e valorativo; objeto
como estímulo para suas aspirações subjetivas
• Sensação extrovertida: predominância realística dos dados
objetivos; suas motivações e percepção do mundo estão voltadas
para o concreto, para as sensações e para os prazeres ao máximo;
geralmente sujeitos voltados as experiências intensas com os
objetos
• Sensação introvertida: o disposição subjetiva do estímulo
percebido; o fator subjetivo da sensação é uma disposição
inconsciente que altera a percepção dos sentidos e o objeto fica
secundário; muito comum em sujeitos com transtornos
alimentares
 • Intuição extrovertida: percepção totalmente para objetos
externos; mais frequente em quem está vinculado a atividades
do campo social e das áreas de negócios
• Intuição introvertida: intuição voltada para elementos
inconscientes;
Energia psíquica
• Libido como sinônimo de energia psíquica (apetite; instinto
permanente de vida que se manifesta na fome, sede,
necessidades e mais interesses possíveis) = se aproxima da ideia
de vontade de Schopenhauer – pela via empírica psiquiátrica
• Perda de todos os interesses que ligam o homem ao mundo
externo
• A relação com o mundo não se dá apenas pela via erótica
• Libido é a intensidade do processo psíquico, do seu valor
psicológico
• Valor no sentido de intensidade
• Não relacionado ao valor moral, estético ou intelectual
• Conceito abstrato de relações em movimento
• Algo inapreensível, comparando à energia física – princípios da
psicodinâmica
• Encontros de Jung e Einstein
Expressões múltiplas da energia psíquica
• Existe em estado potencial
• São possibilidades e aptidões que se manifestam de formas
diferentes (poder, fome, religião, atitudes, desejos, instintos)
• Aparecem nos humores, na vontade, na falta de vontade
• Quanto mais energia disponível ao ego, mais capacidade
adaptativa
• Pode se manifestar de modo consciente, por meio de esforços,
desejo e determinação a algo
• Não pode ser totalmente medida
• Forças reais: fazer, perceber, sentir, desejar
• Forças potenciais: predisposições, tendências latentes e
propensões
• Origina-se das experiências externas
• Energia biológica/corpo x energia psíquica – ação recíproca
(uma afeta a outra)

A dinâmica da personalidade
• Psique – um sistema relativamente fechado – rio da vida –
interferências dos estímulos
• Sistema unitário: sistema de energia mais ou menos
autocomandado
• a psique recebe energia de fontes externas (ambiente, corpo) que
fica à serviço desse sistema
• a energia externa procede do sistema sensorial – a estimulação
dos sentidos alimenta a psique
• estabilidade relativa – constante modificação
• um pequeno estímulo pode modificar a estabilidade psíquica
• o acréscimo de energia age tanto positivo, como negativamente
• Jung recomenda, por meio da meditação, um abandono periódico
do mundo para o equilíbrio
• Riscos e excessos do abandono – autismo, catatonia, tédio,
depressão, inércia
Interações entre as estruturas da personalidade
União dos opostos
• Os conceitos estruturais da personalidade não são distintos e sim
interligados
• Sistema dinâmico em constante transformação
• 3 espécies de interação: uma atitude pode compensar a fraqueza
da outra, um componente pode-se contrapor a outro e duas ou
mais estruturas podem se unir formando uma síntese
(transferências de complexos)
Princípio da compensação
• O inconsciente sempre irá compensar as fragilidades do sistema
da personalidade
• Proporciona uma espécie de equilíbrio entre os elementos
contrastantes/opostos
• Procura evitar que a psique se torne neuroticamente
unilateral/desiquilibrada
• Tendências polares susceptíveis para o conflito – fato
onipresente na vida
• Sem tensão, não haveria energia – desenvolvimento – força
motriz
• Os conflitos que possam ser tolerados e suportados levam à
realização criativa e conferem ao sujeito grande vitalidade
• Para Jung, há sempre uma tentativa de união
• Função inata que busca a integração da personalidade – função
transcendente
• Compreender um indivíduo é necessário computar a força dos
componentes num dado momento e também as variações de força
que ocorrem ao longo do tempo
Valores psíquicos
• Valor – tonacidade
• Valor relativo e não absoluto – preferências
• Quantidade de energia destinada a um elemento psíquico
• Se o valor não está no consciente, estará no inconsciente – não
há perda de energia no sistema
• Complexos – valores inconscientes constelados
• Métodos de avaliação da energia de um complexo – as
observações diretas somadas às deduções analíticas, indicadores
de complexo, intensidade da expressão emocional – tonacidade
Observações diretas e deduções analíticas
• Analisar o que se oculta atrás de um comportamento
• Um complexo nem sempre revela suas características no
comportamento
• Observar os sonhos, comportamentos disfarçados
Indicadores de complexo e intensidade
• Toda alteração do comportamento pode sinalizar um complexo
• A memória reprimida associada com algum complexo inconsciente
• Uma reação emocional exagerada a uma situação pode estar
ligada a um complexo
• Trocas de nomes, atos falhos, reação exagerada a um estímulo
Princípios na psicodinâmica
• A psicodinâmica junguiana vale-se de 2 princípios – influência da
física
• Princípio de equivalência e princípio de entropia

Princípio de equivalência
• Primeira lei da termodinâmica – conservação da energia
• Se a quantidade de energia de um determinado elemento
psíquico diminuir ou desaparecer, a mesma quantidade irá
aparecer noutro elemento psíquico
• Não há perda de energia na psique
• Ocorrem transferências de uma posição para outra (consciente
para o inconsciente e vice-versa)
• A perda de interesse por uma coisa significa sempre o aumento
de interesse em outra coisa
Princípio de equivalência
• A energia investida ou não durante o dia para pensar, planejar
e agir será transferida a noite para os sonhos se expressarem por
meio de imagem simbólica
• Quando algum conteúdo desaparece da consciência, não quer
dizer que deixou de existir, mas sim que perdeu a sua energia
consciente
• Os aspectos da personalidade não integrados vão para o
inconsciente e podem se expressar de outra forma – uma pessoa
com índole agressiva e sem consciência disso, pode sonhar com
um animal feroz
• Algo pode ser reprimido para o inconsciente e também algo novo
pode ser trazido para a consciência, depende da necessidade
psíquica, ambos os conteúdos serão carregados de energia
psíquica
• Há a possibilidade de sair do ego consciente e ir para o
inconsciente pessoal ou coletivo – repressão
• A energia psíquica só poderá se transferir de uma base para
outra em termos de equivalência, de valor, o que sobra irá para
o inconsciente
• Valores subjetivos e objetivos podem se chocarem – conflitos
• Os sintomas são formas de manifestações dos conteúdos
psíquicos reprimidos se manifestarem – batem na porta dos
fundos
• Uma vez que o inconsciente tem a capacidade de criar coisas
novas, pode espontaneamente ativar certas quantidades de
energia e forçar sua entrada na consciência
• Os sonhos podem compensar e trazer coisas estranhas, novas,
inclusive revelar problemas e também soluções
• Nem toda energia será utilizada no novo valor, e, então a energia
excedente passa para um elemento inconsciente
• Modo de energia de um conjunto de estruturas psíquicas
• Mesmos princípios e influências mais intensas
• Transferir energia do ego para a persona implica em mudanças
visíveis no comportamento – personalidade assume um caráter
de máscara social
• Do ego pode se transferir energia para demais sistemas ao mesmo
tempo
• A função sentimento pode estimar a intensidade de determinadas
ideias e emoções, agindo como um instinto de percepção das mais
sutis flutuações emocionais
• Ao se verificar uma transferência de energia psíquica ou
estrutura da psique para outro elemento ou estrutura, o valor da
energia mantém-se o mesmo
• A energia psíquica não desaparece – pode ser somada à psique
pelas experiências, mas dela não pode ser subtraída
Princípio de entropia
• Relacionada à direção para a qual a energia flui
• 2 lei da termodinâmica
• A energia flui sempre de um corpo mais forte para o mais fraco
• A sua operação tem como resultado um equilíbrio de forças
• A distribuição da energia na psique visa a obtenção de um
equilíbrio em todas as estruturas da psique = esse equilíbrio total
não acontece (ficaria paralisado – morte)
• A psique recebe novas energias vindo do meio externo, as quais
geram mais desequilíbrio
• Quanto maiores as desigualdades de energia entre as estruturas,
maior a tensão e o conflito experimentado
• A equiparação desses valores desiguais – pouco ou muito – pode
levar a uma síntese dos valores – união dos opostos
• Todo estado extremo contém secretamente o seu oposto, havendo
uma conversão no seu contrário
• Mudanças bruscas na personalidade e no comportamento
• A energia acumulada num complexo pode escoar fora do
complexo e ser depositada em seu oposto
Movimentos da energia psíquica

• Progressão da libido resulta da necessidade vital de adaptação
ao meio
• Tensão energética entre os opostos
• Em situações de tensão pode haver o acúmulo, a estagnação e
recuo da energia para o inconsciente
• Tentativa natural da psique – auto regulatória
• Regressão da libido
• Regressão: energia que estava no ego em direção ao inconsciente
– fantasia ativada, novos conteúdos ativados – novas
possibilidades
Teoria dos complexos
Das experiências de associações à descoberta dos complexos
• Eugen Bleuler
• Embasado na teoria do associacionismo: buscou entender as
combinações e re-combinações dos elementos mentais,
conectados a leis específicas
• Toda existência psíquica do passado e do presente com todas as
quais experiências e lutas, reflete-se na atividade associativa –
essa atividade é índice de todos os processos psíquicos que
necessitamos decifrar a fim de conhecer o homem total
• Jung ajudou nos estudos da demência precoce
• Descobriu que esse distúrbio comum é a dissociação psíquica
• Bleuler propõe a substituição por esquizofrenia
• Teste de associação de palavras: emoção inconsciente acionada
pelo estímulo, que inibia a resposta
• Palavras indutoras: lista de palavras isoladas, desprovidas de
qualquer relação significativa entre si
• Palavra induzida: o indivíduo examinado é solicitado a reagir a
cada palavra indutora, pronunciando uma única palavra, a
primeira
• Método galvanômetro
• Tempo de reação visto anteriormente como erros incômodos –
todas essas perturbações indicariam que a palavra indutora
havia atingido um conteúdo emocional, oculto no íntimo do
examinando, no inconsciente = conteúdos seriam complexos de
ideias dotadas de forte carga afetiva
• Para Jung não são os sonhos que representam a via regia para o
inconsciente, mas sim os complexos
• é um conjunto de sentimentos, pensamentos, ideias, envolvendo
afeto em torno de algo; rede de experiências ideoafetivas; é
tudo que me afeta
• Complexo emocionalmente acentuado: grupos de representações
acentuados por sentimentos no inconsciente e mais tarde –
complexos
• Inconsciente pessoal: biografia do indivíduo; fatos esquecidos,
reprimidos ou não reconhecidos pela consciência
• Existem tipos bem caracterizados e facilmente reconhecíveis
• Repousam sobre os arquétipos (alicerces da vida psíquica comuns
a todos os humanos)
• Mostra conexões com os arquétipos = há sempre uma ligação
entre as vivências individuais e as grandes experiências da
humanidade
• Uma pessoa não tem um complexo, o complexo é que a tem
• Interfere na vida consciente
• Organizações temáticas na mente inconsciente centradas em
torno de padrões de memória, emoções, percepções e desejos
carregados emocionalmente
• Complexo de acento emocional: revestido de agrupamento de
ideias energizadas por conteúdos emocionais e inconscientes
• Geralmente de caráter traumático ou emocionalmente carregado
– distúrbios que assaltam a consciência estão ligados às reações
fisiológicas
Complexos de acento emocional
• Fatores específicos de perturbação ativa da psique
• Perturbações que provinham de uma esfera situada fora da
vontade objetiva do consciente
• Os complexos compõem-se de um núcleo possuidor de intensa
carga afetiva e secundariamente, estabelecem-se associações
com outros elementos afins, cuja coesão em torno do núcleo é
mantida pelo afeto comum a seus elementos
• Para Jung, cada complexo é composto de um elemento nuclear ou
portador de significado, fora da vontade do ego
• Todos os fenômenos psíquicos são de natureza energética
• Os arquétipos são núcleos de energia em estado virtual
• Os símbolos são máquinas transformadoras de energia
• São condicionadas pelas vivências do indivíduo
• Relação com o inconsciente coletivo
• Há quantos complexos, como situações diferentes na vida
Complexos no processo de individuação
• Pode ser de origem traumática e se tornar patológico
• Relacionado às memórias e experiências centradas a uma
situação arquetípica
• Quando reconhecidos e dialogados com a consciência é passível
de transformação
• Sua carga de energia deve ser transformada de forma criativa e
consciente a serviço do processo de desenvolvimento psíquico
• Expressam o movimento da psique
• Os sonhos expressam os complexos
• A resolução (assimilação) de um complexo e sua conscientização
acarretam sempre uma redistribuição da energia psíquica
Formas personalizadas do complexo
• Cenas e situações nos sonhos
• Visões, alucinações, delírios
• Manifestações espíritas, escritas automáticas
• Sonambulismos, entre outros fenômenos que os conteúdos estão
dissociados do ego
• Duplas personalidades
• Aparece como não pertencentes ao eu, como qualidades de
objetos ou pessoas, na forma projetada
Do ponto de vista do eu – 4 comportamentos do complexo
• Completa inconsciência de sua existência – distância do eu
• Identificação leve ou grave
• Projeção – ideias persecutórias, objetos internos ou externos
• Confrontação
Um complexo tem
• 2 tipos de raízes: baseado em eventos ou conflitos da primeira
infância ou atuais
• 2 tipos de natureza: pode se manifestar como complexo doente
ou saudável
 • 2 modos de expressão: pode ser julgado como algo negativo ou
positivo – bipolar
4 características do funcionamento dinâmico do complexo
• Autonomia: complexo do eu entre diversos complexos, com os
demais em associação com ele, se tornam conscientes e os que
não em associação com o eu podem ser constelados em momentos
inoportunos ou inconscientes
- deve ser emocionalmente digerido, vir a esfera do consciente
para uma transferência da energia
- o potencial do complexo vai depender da quantidade de
energia psíquica depositada neste
- depois de reconhecidos deixam de exercer um efeito
perturbador
- depois não se trata de complexo e sim de conteúdos que a
consciência assimilou
- a energia aprisionada pelo complexo flui e ocupa outros
conteúdos para o equilíbrio psíquico
- não basta reconhecimento intelectual
Dissociabilidade
• O eu fica entregue para o bem ou mal
• Quanto mais inconsciente esse complexo, mais possessão e
inflexibilidade do ego – mais sintomático e passível de
dissociações que colocam em risco a unidade da psique
• Devido seu caráter arcaico-mitológico apresentam uma
numinosidade, vistos nos fracionamentos esquizofrênicos
• Conteúdos arquetípicos
• Do ponto de vista funcional, sua energia não é redistribuída
conscientemente e dificilmente é racionalizada
• O ego não digere essa energia, é tomado pelos conteúdos e perde
sua capacidade de adaptação
• Essas partes da psique por ser independentes e autônomas
podem degenerar suas variantes, até mesmo uma completa
desintegração da psique – estrutura psicótica
• Constelação: a situação exterior desencadeia um processo
psíquico que consiste na aglutinação e na atualização de
determinados conteúdos = está constelado é quando o indivíduo
adotou uma atitude preparatória e de expectativa, com base na
 qual reagirá de forma inteiramente definida = processo
automático
• Pontos de possessão: personalidade fragmentária e complexo tm
em comum características essenciais e em ambos, coloca-se a
questão da consciência fragmentada; personalidades
fragmentárias possuem uma consciência própria