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PRÓ-REITORIA ACADÊMICA

CURSO DE GRADUAÇÃO ENFERMAGEM

ANA LUÍZA

BEATRIZ CHRISTO

BIANCA ARAÚJO

CAMILA LOPES

LETÍCIA SIQUEIRA

JOSEILDO MELO

META SEGURANÇA DO PACIENTE: REDUZIR RISCO DE LESÃO POR


PRESSÃO

CABO FRIO
2021
Definição da meta: Promover a prevenção da ocorrência de lesão por
pressão

Finalidade da meta

Reduzir risco de lesão por pressão: Prevenir ocorrência de lesão por pressão;
identificar e classificar pacientes com maiores risco de desenvolver LPP.

Justificativa

A longa permanência em hospitais, combinada com fatores de risco como:


idade avançada e restrição ao leito são fatores que potencializam o aparecimento de
alterações na pele.
Tais alterações, como as lesões por pressão causam danos consideráveis
aos pacientes, dificultam o processo de recuperação funcional, causam dor com
frequência, tendem a culminar no desenvolvimento de infecções graves e até em
sepse e mortalidade, nos casos de internações prolongadas.
As lesões por pressão, majoritariamente, são consideradas evitáveis por meio
de avaliações da pele e medidas preventivas. Diante disso, faz-se necessário a
implementação da meta para manutenção da integridade da pele e a aplicação de
medidas de cuidado.

Definições

Lesão por pressão: A lesão por pressão (LPP) é o dano ocasionado na pele, mais
comumente nas regiões de proeminências ósseas (cotovelos, calcanhar, região
sacra, região occipital, escapular) devido à fricção e cisalhamento. Geralmente
ocorrem mais em pacientes acamados por longos períodos de permanência
hospitalar e vulneráveis como idosos, restritos ao leito e com mobilidade física
prejudicada. As LPP tem sido um tema bastante discutido em âmbito hospitalar na
segurança do paciente, uma vez que essas lesões proporcionam um impacto sobre
a qualidade de vida do paciente e seus familiares, e também no tempo de
permanência hospitalar, aumentando o risco de infecções.
Cisalhamento: Deformação o corpo pode sofre ao receber ação de forças
cortantes.

Abrangência

A meta deve abranger crianças, adultos e idosos vulneráveis, com


dificuldades motoras, problemas cardiovasculares, com necessidade para auxílio na
deambulação, déficit sensitivos, alterações metabólicas, restritos ao leito, e com
alterações no nível de consciência.

Como avaliar o risco relacionado a meta

A avaliação de risco é feita primeiramente no momento da admissão do


paciente. Deve-se avaliar a pele para detectar a presença de lesões na pele ou
verificar se o paciente admitido não possui quaisquer lesões cutâneas. A avaliação
de risco contempla quatro aspectos do paciente: a mobilidade física, incontinência,
déficit sensitivo, e estado nutricional. Para essa avaliação pode ser implementado a
escala de Braden e Braden Q para crianças de 1 a 5 anos. Essa escala pontua de 6
a 23, avaliando seis itens: percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade,
nutrição, e fricção e cisalhamento, sendo que quanto maior o número menor o risco
de desenvolver lesões por pressão. Já na escala de Braden Q contempla todos os
aspectos da escala de Braden e acrescenta o parâmetro de perfusão tecidual e
oxigenação. Existem outras escalas como a de Norton que avalia cinco fatores:
condição física, nível de consciência, atividade, mobilidade e incontinência; de e
Waterlow que avalia onze itens.

Como a meta precisa ser colocada em prática

Além da avaliação dos pacientes com maiores riscos no momento da


admissão, é realizado a reavaliação diária desse risco em todos os pacientes
internados. É necessário identificar esses pacientes com avisos próximos ao leito,
identificar suas fragilidades, fatores de risco e vulnerabilidades aplicando as escalas
preditivas.
A inspeção diária da pele no momento do banho para identificar qualquer
alteração e deterioração cutânea, que podem evoluir rapidamente. A identificação
das lesões por pressão é feita a partir da sua classificação e estágios de
estadiamento. O enfermeiro deve-se atentar as regiões de proeminências ósseas
onde mais ocorrem as lesões (região sacra, calcâneo, cotovelos, joelhos, maléolo,
trocanter, occipital, escapular) e em regiões com dispositivos (cateteres, tubos e
drenos).
Outro ponto é o manejo da umidade. A pele úmida está mais propensa a
lesões. A limpeza da pele deve ser feita de maneira cuidadosa e suave, em
movimentos circulares, usando agentes de limpeza neutros para evitar irritações e
hidratantes para a pele ressecada. As fraldas do paciente internado e acamado
devem ser trocadas sempre que necessário para evitar a umidade.
O estado de nutrição e hidratação do paciente também deve ser avaliado,
visto que pacientes emagrecidos possuem os pontos de proeminências mais
evidentes. Os déficits nutricionais e hídricos aumentam as chances de lesões na
pele. Para pacientes desnutridos o enfermeiro deve notificar o nutricionista para
instituir medidas nutricionais específicas.
Por fim, deve ser realizado a redistribuição da pressão com a mudança de
decúbito a cada duas horas, usar travesseiros ou coxins nas áreas suscetíveis a
lesão, usar colchões com diâmetro maior que 10 cm, e elevar a cabeceira em 30º
para redistribuir o peso.

Indicadores de avaliação da meta

Os indicadores utilizados para avaliar os resultados e os processos de


prevenção de LPP são 3. O primeiro refere-se ao percentual de pacientes
submetidos a avaliação de risco no momento da admissão; o segundo é o
percentual de pacientes de risco que recebem cuidados preventivos para LPP, e o
terceiro é o percentual de pacientes recebendo avaliação diária para o risco de
desenvolver LPP. A incidência de LPP também deve ser medida e usada como
indicador para avaliar esses resultados.
O primeiro indicador é calculado com a quantidade de pacientes avaliados
quanto ao risco de LPP, dividido pela quantidade de pacientes admitidos,
multiplicado por 100. O segundo é calculado pela quantidade de pacientes avaliados
com risco que receberam cuidados preventivos, dividido pelo número de pacientes
avaliados com risco (muito alto, alto, moderado ou leve), multiplicado por cem (100).
O terceiro cálculo é feito com o número de pacientes com registro de avaliação de
risco de LPP nas últimas 24 horas, dividido pelo número de pacientes observados,
multiplicado por 100. A frequência de coleta para esses indicadores são de 15 em 15
dias, e para o cálculo de incidência é realizado mensalmente. Para o cálculo de
incidência de LPP é feito pelo número de casos novos, divididos pelo número de
clientes expostos ao risco de adquirir LPP:

Incidência: nº de casos novos x 100


nº de clientes expostos ao risco de adquirir LPP

Notificação de não cumprimento da meta

As notificações para LPP podem ser ativas ou passivas. No método ativo é


feito pela busco ativa de informações em prontuários para fazer uma revisão de
todos os pacientes e se os cuidados preventivos para LPP estão sendo aplicados
corretamente. No método passivo é feita a notificação voluntária através da
notificação eletrônica no Setor de Vigilância em Saúde Segurança do Paciente
(SVSSP), sistema informatizado de notificações voluntárias. Nele deve descrever
dados do paciente, RG, se o paciente apresentava lesão na admissão, estágio da
LPP, e conduta adotada. A notificação de lesão por pressão permite a investigação
do evento e identificação dos fatores que contribuíram para a falha. Para essa
investigação ocorrer é coletado dados com os pacientes e familiares, profissionais
da saúde e prontuário, aplicando um checklist baseado nas medidas preventivas de
LPP, a fim de identificar a causa principal que desencadeou o evento. Ao identificar
a causa principal a equipe pode elaborar e traçar planos de cuidados para melhoria
da segurança do paciente.

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