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E A NOVA ALQUIMIA
Tradução
Leandro Woyakoski
Copyright © Fred Alan Wolf, 2002
Copyright © Aleph, 2009
(edição em língua portuguesa para o Brasil)
09-01640 CDD-110
NOTAS 179
BIBLIOGRAFIA 193
ÍNDICE REMISSIVO 201
INTRODUÇÃ O
significado
* Ainda que a origem etimoló gica da palavra – do hebraico Qabbalah – permitisse
grafá -la com a letra “Q” (Qabala), optou-se aqui por seguir a grafia mais aceita na língua
portuguesa, com “C”, tal como está dicionarizada. [N. do E.]
12 A Cabala e a nova alquimia
John Donne
O ego freudiano
tem uma vida mental interior que se expressa por meio de um apare-
lho psíquico. Para Freud, esse aparelho tinha existência material, pos-
suindo tanto extensã o espacial quanto temporal. Freud nunca aludiu
de onde o id provinha ou do que ele era feito. Segundo ele, o id “con-
té m tudo que é herdado, tudo que está presente no nascimento e é
formulado na constituiçã o – mais importante, portanto, do que os
instintos, originá rios de uma organizaçã o somá tica e que encontram
aqui [no id] sua primeira expressã o psíquica num formato desconhe-
cido para nó s”.8
Em termos materialistas, Freud via o id e o ego desse modo: o ego
é proveniente do id porque este precisa fazer a interface com o mundo
“real” de estímulos e sensaçõ es. A parte do id, chamada ego, passa por
uma transformaçã o especial. A partir da superfície do có rtex cerebral
– ou seja, de uma camada cortical –, origina-se uma organizaçã o espe-
cial que atua como zona intermediá ria entre o id e os estímulos do
mundo exterior. O ego, em resultado da conexã o preestabelecida entre
a percepçã o dos sentidos e a açã o muscular, possui movimento volun-
tá rio ao seu comando. O ego possui a tarefa da autopreservaçã o, uma
funçã o que pode ser realizada pela aceitaçã o ou rejeiçã o aos estímu-
los, pela memó ria, pela adaptaçã o e pelo aprendizado. O ego opera
dentro do id exercendo o controle sobre as demandas do id (os instin-
tos), escolhendo quais satisfazer, adiando a satisfaçã o do id e avalian-
do as tensõ es produzidas pelos estímulos. Alé m disso, consegue dife-
renciar as tensõ es em termos do que é sentido como dor (nã o-prazer)
e prazer. O sentimento de prazer existe como um padrã o vibracional
entre dois polos de tensã o, pontos de dor e prazer. Um aumento do
estresse é sentido como dor, e uma reduçã o, como prazer. Em sua teo-
ria dos instintos, Freud defendeu que as tensõ es principais sã o prove-
nientes nã o dos pontos de dor e prazer, mas sim de dois instintos bá -
sicos: amor e morte.
Devemos muito ao gê nio de Freud. Desde sua é poca, ego se
tornou palavra importante no vocabulá rio ocidental e assunto de
muita refle-
22 A Cabala e a nova alquimia
O Ego espiritual
O efeito do observador