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Relatório de Bioquímica
Relatório de Bioquímica
Relatório de Bioquímica
Marabá-PA
2023
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS
Marabá-PA
2023
RELATÓRIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO NO SETOR DE IMUNOLOGIA
Curso: Biomedicina
Professores orientadores: Profª. MsC. Eveline Bezerra Sousa, Profª. Esp. Caroline Mendes
Santos, Profª. Esp. Caroline Albuquerque Nunes.
O laboratório Lacem opera por meio de uma organização segmentada em setores, onde
cada sala é responsável pela elaboração de exames específicos relacionados à sua área.
Rigorosas normas de biossegurança são estritamente seguidas, assegurando não apenas a
segurança dos profissionais, mas também a precisão inquestionável dos resultados obtidos.
Dentro do setor de bioquímica, um meticuloso controle de qualidade interno é executado para
garantir a excelência dos resultados.
Esse controle compreende procedimentos como a troca da água deionizada, mantendo
seus valores próximos a 0,05 na máquina Bioclin 3000, a adição de detergente específico para
a limpeza da máquina, e a rotina de calibração dos testes realizados. Diariamente, há a
imprescindível conferência dos reagentes necessários para a execução da rotina. No setor de
bioquímica, esse processo se estende a uma média de 150 amostras diárias.
Além disso, uma análise minuciosa, apoiada pelas curvas de Westergaard, é empregada
na calibração dos testes, contribuindo para a precisão dos resultados. Dentre os variados
exames realizados neste setor, incluem-se testes para triglicerídeos, ácido úrico, albúmina,
amilase, lipase, bilirrubina total e frações, cálcio, CKmb, CKt, colesterol total e frações, ferro,
fosfatase alcalina, fósforo, glicose, gama GT, proteínas, TGO, TGP, ureia, LDH, creatinina e
PCR. Este minucioso processo garante a confiabilidade e qualidade dos serviços prestados
pelo Lacem, reforçando seu compromisso com a precisão.
PROTEÌNAS
Proteína total:
Recém-nascidos: 4,5 a 8,0 g/dL
Crianças: 6,0 a 8,0 g/dL
Adultos: 6,4 a 8,3 g/dL
AMILASE
A amilase é uma enzima classificada como hidrolase, que atua extracelularmente para
auxiliar na digestão do amido e do glicogênio presentes na dieta. O amido, forma de
armazenamento de glicose em vegetais, é composto por uma mistura de amilose (amido não
ramificado) e amilopectina (amido ramificado). A estrutura do glicogênio é semelhante à da
amilopectina, com um maior número de ramificações. A a-amilase catalisa a hidrólise das
ligações a-1,4 da amilose, amilopectina e glicogênio, liberando maltose e isomaltose, sem, no
entanto, hidrolisar as ligações a-1,6.
A amilase sérica é secretada principalmente pelas glândulas salivares (forma S) e pelas
células acinares do pâncreas (forma P), sendo liberada no trato intestinal através do ducto
pancreático. As glândulas salivares iniciam a ação da amilase na boca e esôfago, porém essa
ação é neutralizada pelo conteúdo ácido do estômago. No intestino, a ação da amilase
pancreática é favorecida pelo meio alcalino presente no duodeno. Além disso, a atividade
amilásica é encontrada em vários tecidos e fluidos corporais, como no semen, testículos,
ovários, tubas uterinas, músculo estriado, pulmões, tireoide, amígdala, leite, colostro, suor,
lágrimas e tecido adiposo. A amilase possui uma massa molecular entre 54 e 62 kDa, sendo
facilmente filtrada pelo glomérulo renal, sendo a única enzima plasmática normalmente
encontrada na urina. Líquidos ascítico e pleural podem conter amilase devido à presença de
tumores ou pancreatite. Alguns tumores de ovário e pulmão também podem apresentar
considerável atividade amilásica. Esses achados podem fornecer informações valiosas sobre a
condição clínica do paciente, especialmente em casos de doença pancreática.
A determinação da amilase no soro é útil no diagnóstico de pancreatites e parotidites.
Aumentos são observados também em casos de infarto ou perfuração intestinal, peritonite,
gravidez ectópica, apendicite, doenças das vias biliares e cetoacidose diabética, assim como
em alguns tumores pulmonares ou ovarianos, traumas e queimaduras. Na insuficiência renal,
também se observa elevação da amilase, mas raramente chegando a níveis três vezes
superiores ao normal. Valores elevados no líquido ascítico ocorrem em pancreatites e
perfurações intestinais e, no líquido pleural, em perfurações do esôfago ou na pancreatite com
formação de fístula. Convém salientar que, nos líquidos cavitários, o valor da dosagem deve
ser pelo menos o triplo do resultado obtido no soro para ter significado diagnóstico.
A lipase é uma enzima que catalisa a hidrólise dos ésteres de glicerol de ácidos graxos de
cadeia longa (triglicerídeos) na presença de sais biliares e um cofator chamado colipase. As
ligações éster nos átomos de carbono 1 e 3 são preferencialmente rompidas, produzindo 2
moléculas de ácidos graxos de cadeia longa e 1 molécula de 2-acilmonoglicerídeo por mol de
triglicerídeo hidrolisado. A lipase e a colipase são sintetizadas pelas células acinares do
pâncreas e também são encontradas na mucosa intestinal, nos leucócitos, nas células adiposas,
na língua e no fígado. A atividade da lipase é medida no soro, no plasma e nos líquidos
ascítico e pleural para diagnosticar distúrbios pancreáticos, especialmente a pancreatite aguda.
Níveis normais de lipase são observados nos distúrbios das glândulas salivares.
Na pancreatite aguda, a atividade da lipase aumenta entre 4 e 8 horas após o início do
quadro, atingindo o pico máximo em 24 horas, com valores retornando ao normal entre 8 e 14
dias. Os aumentos da lipase geralmente acompanham os da amilase, mas não são
necessariamente proporcionais à intensidade do ataque. Complicações da pancreatite aguda
podem levar ao desenvolvimento de líquido ascítico, líquido pleural ou pseudocisto, sendo
este último suspeitado em casos de ausência de melhora clínica após uma semana do ataque,
com metade dos pacientes apresentando elevações na lipase sérica.
A lipase sérica também é empregada no diagnóstico da pancreatite crônica, embora a
destruição das células acinares resulte em diminuição da enzima na circulação. Em distúrbios
intra-abdominais agudos, como úlceras perfuradas, obstrução intestinal, obstrução vascular
mesentérica e colecistite aguda, o diagnóstico da pancreatite pode ser dificultado pela
semelhança nos achados clínicos.
A obstrução do ducto pancreático por cálculos ou carcinoma de pâncreas pode elevar a
atividade da lipase sérica, dependendo da localização da obstrução e da extensão do tecido
lesado. Redução da filtração glomerular: Nesses pacientes, a atividade da lipase sérica está
aumentada.
A fosfatase alcalina (FA) é uma enzima que faz parte de um grupo relativamente
inespecífico, catalisando a hidrólise de vários fosfomonoésteres em pH alcalino. O pH ótimo
da reação in vitro é em torno de 10, mas varia de acordo com a natureza e concentração do
substrato utilizado. Amplamente distribuída nos tecidos humanos, a fosfatase alcalina está
associada principalmente a membranas e superfícies celulares localizadas na mucosa do
intestino delgado, no fígado (canalículos biliares), nos túbulos renais, no baço, nos ossos
(osteoblastos), nos leucócitos e na placenta. A forma predominante no soro de adultos
normais originam-se principalmente do fígado e do esqueleto. Embora a função metabólica
exata da enzima seja desconhecida, ela parece estar associada ao transporte lipídico no
intestino e aos processos de calcificação óssea.
Na hiperfosfatase alcalina, as elevações na atividade da enzima no soro geralmente têm
origens no fígado e nos ossos. Em doenças hepatobiliares, qualquer obstrução da árvore biliar
leva à síntese de fosfatase alcalina pelos hepatócitos, resultando em aumentos significativos
nos níveis séricos, devido ao impedimento do fluxo biliar. Esses aumentos podem ocorrer em
casos de obstrução extra-hepática das vias biliares, lesões expansivas como carcinoma
hepatocelular, metástases, abscessos, granulomas, hepatite aguda e cirrose, bem como por
efeito de certos medicamentos. Outras causas incluem mononucleose infecciosa, colangite,
cirrose biliar primária, pancreatite aguda e crônica, insuficiência renal crônica, neoplasias,
hipertireoidismo, infarto, septicemia extra-hepática, infecções bacterianas intra-abdominais,
síndrome de Fanconi, tireotoxicose e hiperfosfatemia transitória benigna em crianças.
As isoformas da fosfatase alcalina provenientes do fígado, ossos, intestino e placenta
apresentam heterogeneidade inter e intratecidual, sendo seu estudo indicativo da origem da
elevação. A determinação da fosfatase alcalina é realizada em soro ou plasma heparinizado
após um jejum de 8 horas. Vários métodos foram propostos para avaliar a atividade da
enzima, utilizando diferentes substratos, como β-glicerofosfato.
É essencial considerar interferências que podem resultar em resultados falsamente
elevados, como medicamentos específicos. Portanto, a interpretação dos resultados deve levar
em conta o contexto clínico e as condições do paciente.
DETERMINAÇÃO DA GGT
O paciente deve permanecer em jejum por 8 horas, exceto pela ingestão de água, e evitar
o consumo de álcool por 24 horas antes do teste. A amostra pode ser soro sanguíneo ou
plasma contendo EDTA, sem hemólise.
Menores de 20 anos:
Com ou sem jejum de 12 horas: Desejável: menor que 110 mg/dL.
As lipoproteínas de alta densidade (HDL) são partículas discoides com um papel crucial
no transporte do colesterol dos tecidos periféricos para o fígado, num processo conhecido
como transporte reverso do colesterol. Estudos demonstraram que a prevalência de doenças
vasculares é significativamente maior em indivíduos com níveis reduzidos de HDL em
comparação com aqueles que possuem níveis normais ou elevados. Diversas pesquisas
clínicas e epidemiológicas confirmaram a relação inversa e independente entre doenças
vasculares e a concentração de HDL. Devido às dificuldades na medição direta das partículas
de HDL usando ultra centrifugação, a medida do colesterol ligado à HDL (HDL-C) no plasma
e no soro é frequentemente empregada. A maioria dos métodos para essa avaliação baseia-se
na precipitação das lipoproteínas contendo apo-B (LDL e VLDL) por meio de soluções
polianiônicas, como sulfato de dextrano/cloreto de magnésio, fosfotungstato ou
polietilenoglicol. O teor de colesterol no sobrenadante é então determinado pelos métodos
convencionais. Os níveis de colesterol ligado à HDL são dependentes do sexo e da idade.
Os valores de referência para HDL-C (mg/dL) são geralmente acima de 40 para homens e
acima de 50 para mulheres. Valores elevados podem ser associados a condições como
alcoolismo, cirrose biliar (primária), hepatite crônica, hiperalfalipoproteinemia familiar, entre
outras. Por outro lado, valores reduzidos podem indicar condições como arteriosclerose,
colestase, coronariopatia, diabetes mellitus, doença de Tangier, doença renal, hepatopatia,
entre outras. A avaliação do risco coronariano pode ser aprimorada pelo fracionamento da
HDL através da eletroforese de gel de poliacrilamida. Essa técnica permite a identificação de
subfrações (HDL2 e HDL3), correlacionadas com diferentes riscos de doenças vasculares.
O uso do colesterol não HDL (não HDL-C) visa melhorar a quantificação de lipoproteínas
aterogênicas circulantes em indivíduos com hipertrigliceridemia. Em casos de
hipertrigliceridemias graves (TG > 400 mg/dL), quando não é possível calcular o LDL-C pela
equação de Friedewald, o não HDL-C torna-se especialmente útil.
Quanto ao colesterol ligado à LDL (LDL-C), as lipoproteínas de baixa densidade (LDL)
são consideradas as mais aterogênicas no sangue. A determinação do LDL-C pode ser feita
utilizando antissoro policlonal enzimático em partículas de látex, removendo HDL e VLDL
da amostra. Valores elevados podem estar associados a condições como anorexia nervosa,
diabetes mellitus, hepatopatia, enquanto valores reduzidos podem indicar condições como
arteriosclerose, hipertireoidismo, entre outras. A relação colesterol total/HDL-C é utilizada
como um indicador de risco coronariano combinado, fornecendo um índice direto de risco.
Valores são categorizados em relação à média, duas vezes a média e três vezes a média,
proporcionando uma avaliação abrangente do risco cardiovascular para homens e mulheres.
Os triglicerídeos são um tipo de gordura presente no sangue que é produzido pelo fígado e
também pode ser obtido por meio da alimentação . Eles são importantes para o organismo,
pois fornecem energia para as células e ajudam a manter a temperatura corporal . O exame de
triglicerídeos é realizado para avaliar os níveis de triglicerídeos no sangue, que podem ser
usados no diagnóstico de doenças cardiovasculares e outros distúrbios . O exame é realizado
por meio do método enzimático colorimétrico, que utiliza a enzima lipase lipoprotéica para
hidrolisar os triglicerídeos presentes na amostra de soro . O kit Triglicérides Monoreagente
K117 é utilizado para a determinação dos triglicerídeos e contém dois reagentes: o reagente de
cor e o padrão. O reagente de cor contém 4-aminoantipirina, lipase lipoprotéica, glicerol
quinase, peroxidase, glicerol-fosfato oxidase, surfactante, tamponantes, ativadores,
estabilizante e conservante, enquanto o padrão contém glicerina triglicerídeos e conservante.
Para a realização do exame de triglicerídeos, o paciente deveria permanecer em jejum, com
exceção de água, por 12 a 14 horas.
Além disso, era necessário abster-se de álcool nas 72 horas que antecediam a coleta de
sangue. A manutenção da dieta habitual e do peso por pelo menos 2 semanas era essencial,
assim como a ausência de atividade física vigorosa nas 24 horas anteriores ao exame. Quando
possível, e sob orientação médica, a suspensão de fármacos que poderiam afetar os níveis
lipídicos no sangue era recomendada.
A amostra coletada para análise era o soro, sem hemólise, separado dentro de 3 horas após a
coleta.
Diversos fatores interferiam nos resultados, causando elevações falsas, como situações
com elevação de glicerol (exercício recente, estresse emocional, doença hepática, diabetes
mellitus, entre outros), bem como a influência de medicamentos.
Os métodos de avaliação dos triglicerídeos baseavam-se na medição do glicerol liberado a
partir desses compostos. Inicialmente, métodos químicos eram empregados, mas estavam
sendo abandonados. Os métodos enzimáticos eram mais utilizados, utilizando reações
catalisadas pela lipase, geralmente acompanhada por uma protease, para hidrolisar os ácidos
graxos do glicerol.
Total Direta
Adultos e crianças > 1 0,2 a 1,0 0 a 0,2
Recém nascidos 2a6 -
Prematuros 1a8 -
URÉIA
HIPERUREMIA
Enfermidades renais com diferentes tipos de lesões (glomerular, tubular, intersticial ou
vascular) causam o aumento dos teores de ureia plasmática. O uso da ureia como indicador da
função renal é limitado pela variedade nos resultados causada por fatores não renais. Teores
aumentados de ureia são de três tipos: pré-renal, renal e pós-renal. Uremia pré-renal: É um
distúrbio funcional resultante da perfusão inadequada dos rins e, portanto, da filtração
glomerular diminuída em presença de função renal normal. A uremia pré-renal é detectada
pelo aumento da ureia plasmática sem a concomitante elevação da creatinina sanguínea. A
hipoperfusão renal estimula a retenção de sais e água para restabelecer o volume e a pressão
do sangue. Quando o volume ou a pressão sanguínea estão reduzidos, os barorreceptores
localizados no arco aórtico e nos seios carotídeos são ativados. Isso leva à ativação do nervo
simpático e resulta na vasoconstrição arteriolar aferente e na secreção de renina através dos
receptores-1 adrenérgicos. A constrição das arteríolas aferentes provoca a redução na pressão
intraglomerular, diminuindo a taxa de filtração glomerular proporcionalmente. A renina
converte a angiotensina I em angiotensina II, que por sua vez estimula a liberação de
aldosterona. O aumento dos níveis séricos de aldosterona promove a absorção de sais e água
no túbulo coletor distal. Por mecanismos desconhecidos, a ativação do sistema nervoso
simpático promove o aumento da reabsorção de sais e água pelo túbulo renal proximal, assim
como da ureia, da creatinina, do cálcio, do ácido úrico e do bicarbonato. Decréscimo do fluxo
sanguíneo renal: Insuficiência cardíaca, choque, hemorragia, desidratação e volume sanguíneo
marcadamente diminuído.
Alterações no metabolismo proteico: Dieta rica em proteínas, infusão de aminoácidos,
febre e estresse, no último trimestre de gravidez e na infância (aumento da síntese proteica),
elevam ou diminuem o teor de ureia sanguínea. Na azotemia pré-renal, a hemoconcentração
resulta em elevação do hematócrito, da proteína total/albumina, do cálcio, do bicarbonato e do
ácido úrico. São encontrados também oligúria (volume urinário <400 mL/dia), anúria (volume
urinário <100 mL/dia), densidade urinária alta (>1.015), sedimento urinário normal e natriúria
baixa.
Quando predomina a depleção do volume, a reabsorção exagerada no túbulo proximal
resulta em hiperuremia, hipernatremia, hipercalcemia, hiperuricemia e bicarbonato. Em
presença de hipoperfusão por insuficiência cardíaca, os pacientes exibem edema,
hiponatremia e hipoalbuminemia. Os níveis de hematócrito, cálcio, ácido úrico e bicarbonato
variam grandemente nessa categoria. Esses pacientes, muitas vezes, apresentam-se
criticamente mal.
Uremia renal: A filtração glomerular está diminuída, com retenção de ureia em
consequência da insuficiência renal aguda ou crônica resultante de lesões nos vasos
sanguíneos renais, nos glomérulos, nos túbulos ou no interstício. Essas agressões podem ser
tóxicas, imunológicas, iatrogênicas ou idiopáticas.
A patofisiologia da insuficiência renal aguda oligúrica ou não oligúrica depende da
localização anatômica do dano. Na necrose tubular aguda, a lesão epitelial provoca o declínio
funcional na capacidade dos túbulos de reabsorverem água e eletrólitos. A excreção de ácido
também fica prejudicada.
Glomerulonefrites: São sugeridas pela presença de hematuria, cilindros eritrocitários,
cilindros leucocitários, granulares e celulares, além de um variável grau de proteinúria.
Necrose tubular aguda: Por agentes nefrotóxicos como metais pesados, aminoglicosídeos,
polimixina B e lítio.
Estabilidade da amostra:
Temperatura ambiente: 7 dias;
Refrigerada (2-8ºC): 15 dias;
Valor de referência
10 - 50 mg/dL.
CREATININA
DETERMINAÇÃO DA CREATININA
Preparo do Paciente:
Evitar exercícios excessivos nas 8 horas que antecedem o teste. Abster-se do consumo
excessivo de carne vermelha nas 24 horas prévias ao exame.
Amostra:
Soro livre de hemólise, lipemia ou icterícia. Amostras de urina de 24 horas, sem conservantes.
As amostras, quando refrigeradas, são estáveis por até 1 semana.
Interferências:
Resultados falsamente elevados podem ser causados por metildopa (10 mg/dL de metildopa
no plasma produzem cor equivalente a 1 mg/dL de creatinina), ácido acetilsalicílico, ácido
ascórbico, anfotericina B, barbitúricos, carbutamina, cefalotina sódica, cefoxitina sódica,
cimetidina, clonidina, cloridrato de metildopato, clortalidona, dextrano, fenolsulfonftaleína,
ciclato de doxiciclina, canamicina, levodopa, para-aminopurato, sulfato de caproemizina,
sulfato de colistina e trimetoprima.
O ácido úrico é o produto final do catabolismo das purinas (adenina e guanina) nos seres
humanos, sendo formado principalmente no fígado a partir da xantina, através da ação da
enzima xantina-oxidase. A maior parte do ácido úrico no plasma se encontra na forma de
urato monossódico. As bases purínicas, como adenina e guanina, os nucleosídeos e os
nucleotídeos estão presentes nos ácidos nucleicos e em outros compostos metabolicamente
importantes, como AMP e ATP. O ácido úrico é utilizado como marcador para várias
anormalidades metabólicas e hemodinâmicas. Hiperuricemia, ou aumento dos níveis de ácido
úrico no sangue, pode ocorrer devido a diversos fatores fisiológicos. Alguns desses fatores
incluem sexo, obesidade, classe social, dieta rica em proteínas e ácidos nucleicos, consumo
elevado de álcool, entre outros. A hiperuricemia está associada a condições clínicas
importantes, como a gota, que é caracterizada pela deposição de cristais de uratos nas
articulações, levando a crises de artrite inflamatória aguda.
A gota pode ser primária, resultante de fatores genéticos, ou secundária, relacionada a
distúrbios que aumentam a produção de ácido úrico ou interferem em sua eliminação. A
hiperuricemia também está associada a condições como insuficiência renal crônica, uso de
certos medicamentos, doenças mieloproliferativas, entre outras.
Por outro lado, a hipouricemia, ou redução dos níveis de ácido úrico, é clinicamente
menos relevante e pode estar associada a doenças hepáticas graves ou a defeitos na reabsorção
do ácido úrico, adquiridos ou congênitos. A avaliação da excreção urinária de ácido úrico,
conhecida como uricosúria, pode ser necessária em casos de hiperuricemia persistente. É
importante considerar a relação entre a produção e a excreção de ácido úrico para
compreender as condições clínicas associadas.
Valor de referência
Sexo feminino: 2,4 a 5,7 mg/dL;
Sexo masculino: 3,4 a 7,0 mg/dL.
GLICOSE
Os valores de referência para essas enzimas variam, sendo importante a análise conjunta com
outros marcadores clínicos para uma avaliação clínica adequada.
Motta, Valter T. (Valter Teixeira), 1943- Bioquímica clínica para o laboratório- princípios e
interpretações J Valter T. Motta.- 5.ed.- Rio de Janeiro: MedBook, 2009.
Henry, J. B. (1995). Diagnósticos Clínicos & Tratamento por Métodos Laboratoriais. São
Paulo: Manole. 1678p.