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1 – INTRODUÇÃO

5000-3000 AC – Primeiras peças metálicas fundidas

600 AC – Aparecimento do ferro fundido na China

século XV – Surgimento do ferro fundido na Europa

século XVIII – Uso do ferro fundido como material estrutural


2 – NUCLEAÇÃO

Super-resfriamento

4 3 ΔT
ΔF = − πr L + 4πr 2 σ SL
3 Tf

L – calor latente de fusão


Tf – temperatura de fusão
ΔT – diferença entre temperatura de fusão e nucleação (Tf – T)
σSL – tensão superficial na interface sólido/líquido
Nucleação homogênea

4 3 ΔT
ΔF = − πr L + 4πr 2 σ SL
3 Tf

2σ SLT f 16πσ3SLT f2
rc = ΔFc =
L ΔT 3L2 ΔT 2
Intensidade de nucleação
⎛ ⎞
D ⎛ 4 πr 2
⎞ ⎛ 16 πσ 3
T 2

I = ⎜ 2 ⎟⎜⎜ 2 ⎟⎟C L exp⎜ − 2 2 ⎟
c SL f

⎝ a ⎠⎝ a ⎠ ⎜ 3L ΔT kT ⎟
⎝ ⎠
I – taxa de nucleação (núcleos/m3s)
a – distância do salto de um átomo do líquido para o sólido (m)
CL – número de átomos/m3 no líquido
D – coeficiente de difusão no líquido (m2/s)
k – constante de Boltzmann = 1,38.10-23 J/K
T – temperatura de nucleação
NUCLEAÇÃO HETEROGÊNEA

σ LT − σ ST = σ SL cos θ

ΔF = S SL σ SL + S ST (σ ST − σ LT ) + VΔFV

σLT – energia superficial líquido/substrato (J/m2)


σST – energia superficial sólido/substrato (J/m2)
σSL – energia superficial sólido/líquido (J/m2)
θ – ângulo de molhamento
SSL – superfície sólido/líquido (m2)
SST – superfície sólido/substrato (m2)
V – volume da calota esférica (m3)
ΔFV – variação de energia livre/unidade de volume (J/m3)

S SL = 2πr (1 − cos θ )
2 1 3
(
V = πr 2 − 3 cos θ + cos 3 θ
3
)
ΔT
(
S ST = πr 2 1 − cos 2 θ ) ΔFV = L
Tf

2σ SLT f 16πσ3SLT f2 ⎡ 1
rc =
L ΔT
ΔFc =
3L2 ΔT 2 ⎢⎣ 4
2(− 3 cos θ + cos 3
θ

⎥⎦)
2σ SLT f 16πσ3SLT f2 ⎡ 1
rc =
L ΔT
ΔFc =
3L2 ΔT 2 ⎢⎣ 4
2 − (
3 cos θ + cos 3
θ)⎤

f (θ ) =
1
4
(
2 − 3 cos θ + cos 3 θ )
Taxa de nucleação

Nucleação homogênea
⎛ D ⎞⎛ 4πrc ⎞
2 ⎛ 16πσ3SLT f2 ⎞
I = ⎜ 2 ⎟⎜⎜ 2 ⎟⎟C L exp⎜ − 2 2 ⎟
⎝ a ⎠⎝ a ⎠ ⎜ 3L ΔT kT ⎟
⎝ ⎠

Nucleação heterogênea
⎛ D ⎞⎛ 2πrc (1 − cos θ ) ⎞ ⎡⎛ 16πσ3SLT f2 ⎞ ⎤
2
I = ⎜ 2 ⎟⎜⎜ ⎟⎟Ca exp ⎢⎜ − 2 2 ⎟ f (θ )⎥
⎜ ⎟
⎝ a ⎠⎝ ⎢⎣⎝ 3L ΔT kT
2
a ⎠ ⎠ ⎥⎦
Ca – número de átomos na superfície do substrato por unidade de
volume de líquido
Agentes nucleantes

Eficiência aumenta:
– com o aumento da afinidade química entre núcleo e substrato;
– elevada energia de superfície substrato/líquido;
– baixa energia de superfície núcleo/substrato (pequena diferença, δ,
entre os parâmetros de rede do núcleo e do substrato);
– com o aumento da rugosidade do substrato;
aT − aS
δ=
aS
CRESCIMENTO NA INTERFACE
SÓLIDO/LÍQUIDO

ΔFS
= αp (1 − p ) + p ln p + (1 − p )ln(1 − p )
NkT f

L ΔS f
α= =
RT f Tf

N – número de posições atômicas na interface;


k – constante de Boltzmann = 1,38.10-23 J/K;
Tf – temperatura de fusão;
p – proporção de átomos ordenados;
α – constante de Jackson;
L – calor latente de fusão;
R – constante dos gases = 8,31 J/molK;
ΔSf – entropia de fusão.
ΔFS
= αp (1 − p ) + p ln p + (1 − p )ln(1 − p )
NkT f

L ΔS
α= =
RT f T f

α<2 – interface difusa; α>5 – interface facetada


Velocidade de crescimento
Crescimento normal v = μ1ΔTi
Crescimento lateral

⎛ b ⎞
v = μ 2 exp⎜⎜ − ⎟⎟
⎝ ΔTi ⎠

Crescimento por discordâncias em hélice

v = μ 3 ΔTi 2
Técnicas para crescimento de monocristais

Bridgeman

Czochralski Solidificação zonal


REDISTRIBUIÇÃO DE SOLUTO

CS
k=
CL
k – coeficiente de distribuição de soluto
CS – concentração de soluto no sólido
CL – concentração de soluto no líquido
Solidificação em equilíbrio

CS
k=
CL

CS =
kC0
=
(T
liq −T ) 1
[1 − (1 − k ) f S ]
fS
(T f − T ) (1 − k )
Solidificação fora do equilíbrio
Mistura de soluto no líquido apenas por difusão

⎡ ⎛ − kv ⎞⎤
C S = C0 ⎢1 − (1 − k ) exp⎜ x ⎟⎥
⎣ ⎝ D ⎠⎦
⎡ (1 − k ) ⎛ − v ⎞⎤
C L = C0 ⎢1 + exp⎜ x' ⎟⎥
⎣ k ⎝ D ⎠⎦
Solidificação fora do equilíbrio
Mistura completa no líquido sem difusão no sólido

C S = kC0 (1 − f S )
( k −1)
Solidificação fora do equilíbrio
Mistura completa no líquido com difusão no sólido

Solução clássica de Brody e Flemings


( k −1)
⎡ fS ⎤
C S = kC0 ⎢1 − ⎥ para v = constante
⎣ (1 + α k ) ⎦

⎛ k −1 ⎞
C S = kC0 [1 − (1 − 2αk ) f S ]



1− 2 αk ⎠ para v = parabólica

DS t SL
onde α =
L2
Solidificação fora do equilíbrio
Mistura completa no líquido com difusão no sólido
Solução clássica de Brody e Flemings
( k −1)
⎡ fS ⎤
C S = kC0 ⎢1 − ⎥ para v = constante
⎣ (1 + αk ) ⎦

⎛ k −1 ⎞
C S = kC0 [1 − (1 − 2αk ) f S ]



1− 2 αk ⎠ para v = parabólica

DS t SL
onde α =
L2

Equação de Scheil Equilíbrio

DS → 0 ......... α → 0 DS → ∞ ......... α → ∞
kC0
C S = kC0 (1 − f S )
( k −1) CS =
[1 − (1 − k ) f S ]

Solução de Clyne–Kurz

Solução de Ohnaka

Solução de Kobayashi
Solidificação fora do equilíbrio
Mistura parcial de soluto no líquido

C Si k
k ef = =
*
⎛ − vδ ⎞
k + (1 − k ) exp⎜
CL

⎝ D ⎠

A análise pode ser aplicada a todos os casos anteriores, desde


que o comprimento do sistema seja significativamente maior que o
tamanho da camada limite de difusão no líquido. Para isso, basta
substituir k por kef dentro dos seus limites de definição (k5kef 51).
Solidificação fora do equilíbrio
Análise comparativa de soluções
ESTRUTURAS DE SOLIDIFICAÇÃO
Metais Puros
Ligas Monofásicas
Super-resfriamento constitucional

mνC0 (1 − k )
GL ≥ −
Dk
m – inclinação da linha liquidus

• Baixos valores de gradiente térmico no líquido junto à interface;


• altas velocidades de crescimento do sólido;
• linha liquidus bastante inclinada;
• elevado teor de soluto na liga;
• baixa difusividade de soluto no líquido;
• valores muito baixos (k<1) ou altos (k>1) de k.
Ligas Monofásicas
Estabilidade da interface

mνC0 (1 − k )
GL ≥ −
Dk

Interface plana estável: ν < ν Cr ou ν > νa


DΔ T σ L
νa = ; Γ= ; ΔS = .
Γk ΔS Tf
K L G L + K S GS
+ f (Γ ,G , ΔT , k );
GD
ν Cr = G= .
ΔT KL + KS

Exemplo: ν < 6 ⋅10 −6 m/s ou ν > 0 ,75 m/s


Ligas Monofásicas
Estabilidade da interface – crescimento celular

(i) sem super-resfriamento ⌫ interface planar;


(ii) com super-resfriamento ⌫ protuberância na interface;
(iii) aumentando-se o super-resfriamento:
– células alongadas;
– células interrompidas;
– dendritas celulares.
Ligas Monofásicas
Estabilidade da interface – crescimento dendrítico

1 2

3 4
Ligas Monofásicas
Estabilidade da interface – crescimento dendrítico

mνC0 (1 − k )
GL ≥ −
Dk
Ligas Monofásicas
Estabilidade da interface – crescimento dendrítico

Tliq − Tsol
LD =
GM
Ligas Monofásicas
Estabilidade da interface – crescimento dendrítico

Ramificações primárias

Ramificações secundárias

Espaçamento entre ramificações primárias


λ1 = KGL− a ν − b

Espaçamento entre ramificações secundárias


λ 2 = K (GL ν L )
−a
Ligas Monofásicas
Estabilidade da interface – crescimento dendrítico
TRANSFERÊNCIA DE CALOR NA
SOLIDIFICAÇÃO

Superaquecimento: ΔT = TV − TT
qk = −
K
S
(TL − Tis ) (
qr = σε Tem4 − T04 )
qc = hc (Tem − T0 ) q N = hN (Tis − Tim )

K – Condutividade térmica
h – Coeficiente de transferência de calor por convecção
σ – Constante de Stefan-Boltzmann
ε – Emissividade da superfície
RT = Ramb + Rm + Ri + RS + RL
Moldes Refrigerados

Rm << Ri + RS + RL
Moldes Refrigerados
Moldes Refratários

Rm >> Ri + RS + RL
Moldes Metálicos ou Coquilhas

Contato Perfeito entre Molde e Metal


Comparações Diversas
Comparações Diversas

Lingotamento Contínuo
Lingotamento Contínuo
MACROESTRUTURAS DE SOLIDIFICAÇÃO
Contração volumétrica na solidificação
Zonas coquilhada, colunar e equiaxial
Zona coquilhada
Favorecida por:
– Bom contato térmico metal/molde
– Baixo superaquecimento
– Baixa difusividade térmica no líquido
– Alta difusividade térmica do molde
– Uso de moldes refrigerados
– Superfície do molde com alta eficiência de nucleação
Zona colunar

Favorecida por:
– Alto superaquecimento
– Baixo teor de soluto da liga
– Baixa difusividade térmica do molde
– Uso de moldes pré-aquecidos
Zona equiaxial
Formação competitiva com a zona colunar
Provenientes de:
– cristais coquilhados
– ruptura de ramificações dendríticas por ação mecânica
– refusão das bases das ramificações dendríticas secundárias
– cristais formados na superfície superior do lingote

Favorecida por:
– Baixo superaquecimento
– Formação de dendritas longas
– Movimento convectivo intenso do líquido
– Vibração mecânica
– Uso de agentes inoculantes
Propriedades mecânicas de estruturas
colunares e equiaxiais
FLUXO DE LÍQUIDO NA SOLIDIFICAÇÃO
Fluidez de metais líquidos
A fluidez de um metal é conceituada, na prática de fundição,
como sendo a habilidade que o metal tem de preencher todas as
cavidades internas do molde (≠ viscosidade).
A fluidez depende de:
– variáveis do metal: temperatura do metal líquido, viscosidade,
calor latente, condutividade térmica, calor específico,
densidade;
– variáveis do molde e metal/molde: condutividade térmica,
calor específico e densidade do molde, coeficiente de
transferência de calor metal/molde;
– variáveis do ensaio: altura do metal líquido e diâmetro do
canal.
– outras variáveis: tensão superficial, formação de películas
superficiais, pressão de gases desenvolvida na solidificação.
Convecção no líquido
Convecção no líquido ocorre:
– por ação mecânica no vazamento;
– induzida termicamente;
– por diferença de densidade (composição e contração).
Efeitos:
– aumenta a região de grãos equiaxiais;
– refina o grão;
– maior homogeneidade microestrutural e química;
– diminui o superaquecimento.

Fluxo de líquido interdendrítico


– A existência de uma rede dendrítica dificulta a alimentação de
líquido para as regiões vazias decorrentes da contração
volumétrica.
– Fluxo de líquido em meios porosos.
– rede dendrítica com muitas ramificações leva à formação de
microporosidades na peça fundida.
SEGREGAÇÃO
Segregação – diferenças de composição na peça fundida.
Microssegregação – diferenças de curto alcance.
Macrossegregação – diferenças de longo alcance.

Microssegregação
Refere-se à modificação de composição em função da rejeição
de soluto entre ramificações celulares, dendríticas ou entre
contornos de grão..
Macrossegregação
Refere-se à segregação de longo alcance causada pelo
movimento de líquido ou sólido. É avaliada normalmente
através da relação:
ΔC = C S − C 0
Segregação positiva: C S > C0
Segregação negativa: C S < C0

Segregação normal
Segregação inversa

Segregação em lingotes industriais


TECNOLOGIA DA FUNDIÇÃO
Processos de fundição
Moldagem em areia
Moldagem por cera perdida
Fundição sob pressão
Fundição centrífuga
Fundição em molde cheio
Fundição contínua

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