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BERARD Tradução
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INSTITUTO DE HISTÓRIA
LABORATÓRIO DE HISTÓRIA ANTIGA – NÚCLEO HHAG
ORIENTAÇÃO: PROFA. DRA. MARTA MEGA DE ANDRADE
REFERÊNCIA:
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A. TEORIA
1. A imagética ática.
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2. O repertório
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3. Sintagmático
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Nota minha: aqui e agora.
Voltemos aos sintagmas. A construção de sintagmas mínimos e sua
articulação em grandes unidades sintagmáticas que conduzem à criação da
imagem como tal, obedecem sempre a uma finalidade semântica. Todavia, as
unidades formais mínimas por conta do fato de não serem arbitrárias –
diferentemente dos signos linguístico (nós vimos que o processo era
intrinsicamente direto) – são em número limitado.
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Abaixo do leão, nos ombros do vaso, está figurada uma nova cena: um
jovem portando uma vara (seria uma espécie de clava?), tendo enrolado suas
vestes entorno de seu braço esquerdo, enfrenta um leão que salta. O combate
é emoldurado por duas personagens; o da direita chega correndo para um
resgate. Sob o leão, uma ânfora quebrada.
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B. PRÁTICAS
1. Dossier tridente
“Um emblema perto de uma efígie divina, tem, sobretudo nas épocas
mais antigas, uma significação muito precisa; é o caso onde ele equivale a um
nome...ter aqui o emblema de um deus, é como se tivéssemos o seu nome.” F.
Chapouthier escreveu essas linhas em 1935; elas ainda são o credo da maioria
dos arqueólogos, aqueles que trabalham sobre as altas e baixas épocas.
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Nota minha: Porta monumental na entrada de um templo – minha referência.
ou triodous), arpão de três pontas para a pesca” à relação de significação
“emblema do deus do mar” , se justifica sem dúvidas por razões evientes.
Vejamos uma taça (fig. 3) sobre a qual figura um homem grisalho portando um
tridente: ele cavalga um cavalo marinho.
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Nota minha: Deusa Vitória
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Nota minha: Os gêmeos Castor e Polideuces – filhos de Zeus. Minha nota.
Essas soluções são puramente gratuitas. Da mesma forma, sobre uma
taça de figuras negras, um ancião barbudo tendo um tridente, entre dois
hoplitas, foi identificado com Posseidon e os dois Ajax por causa do texto da
Ilíada, 13, verso 43 e seguintes (enquanto que Homero especifica que o deus
aparece sob a forma de Calchas e segura um cetro, não um tridente, v. 59:
skêpanion!). Novamente a hipótese é engenhosa, erudita sem dúvidas, mas da
maior fragilidade. Além disso, os outros guerreiros que circundam o grupo
central contradizem essa interpretação.Me parece muito mais enriquecedor
trabalhar no plano de organização social arcaico e procurar aprofundar a
dimensão antropológica dessas imagens. Dessa forma colocamos em
evidência a verdadeira função do tridente na aristocracia ática, instrumento de
prestígio e autoridade.
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Se tais encontros ocorrerem mais de uma vez podem acabar mal para a
imprudente! É o que poderia corroborar uma série de imagens heoico-
mitológicas que traduzem uma aventura talvez relativamente banal. Essas
cenas, figuradas com frequência em vasos utilizados por mulheres, nos
inclinanos a crer, se constituem em advertência. Implicitamente, a imagética
condena os comportamentos hybrísticos8 uma vez, sabemos ao menos pela
tradição legendária, os violentos, os violadores, Aquiles, Ajax, Neoptolemo e
outros açougueiros serão punidos e expiarão seus crimes.
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Nota minha: comportamentos plenos de desmedida.
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O tema mais célebre é aquele de Aquiles e Troilos; ele faz parte do ciclo
troiano. Conhecemos a história: Troia não poderia ser tomada se o jovem filho
de Príamo atingisse a idade de vinte anos. Aquiles o espreita e lhe surpreende
em um dia em que ele acompanha sua irmã Polyxena à fonte para lá dar de
beber a seus cavalos. Uma outra versão conta mais simplesmente que Aquiles
se apaixona por ele e, repelido, termina por assassiná-lo em uma crise de
raiva. Qualquer que seja, Troilos é assassinado em condições abobináveis, que
a imagética gosta de remarcar. Pierre Ducrey me chamou a atenção para esse
predileção dos artesãos atenienses pela pintura dos horrores da guerra e
particularmente o massacre de inocentes. Aqui Aquiles decapitou o jovem
homem no altar de Apolo, fixou sua cabeça na ponta de uma lança que ele
brandiu contra Heitor que correu para resgatá-lo; lá ele se apreessa a esmagar
o pequeno corpo infantil sobre o tripé do santuário, suspenso por sua pequena
perna, insensível às súplicas do velho pai de cabelos grisalhos que lá está
limitado a praticar uma “prece de mãos postas” ineficaz.; os troianos que se
precipitam fora das portas chegaram muito tarde. Nas muralhas da cidade, as
mulhres gritam e arrancam os cabelos. Aquiles encarna então o monstro ímpio
por excelência e ainda Atená, no centro da imagem, parece bloquear a saída
dos reforços troianos: ela estaria garantindo essa violência?
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Mas o que diz a semiótica sobre tudo isso? Aqui: sobre uma parte das
imagens do corpus , Troilos desapareceu. De um lado e de outro da fonte
ficaram somente uma jovem mulher e um guerreiro (fig. 16 a-b). Sempre me
pareceu estranho que em uma cena onde o protagonista é Troilos (tradição
literária de apoio), ele poderia ser pretendido e deixar como principal, ouso
dizer, à sua grande irmã, que desempenha, no mito, nessa fase do discurso,
um papel subalterno. Com efeito, a supressão do sintagma “Triolos” modifica
completamente a história tal como resumi. Aquiles se apaixonará por Polyxena:
ele a espreita na fonte? A imagem que reprouzi aqui (fig. 16) não seria mais
que uma versão heroico-mitológica da cena de gênero apresentada
anteriormente (fig. 13).
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Difícil de traduzir. Pôntica = originária do Ponto.
Mais uma vez constatamos que não se deve procurar fabricar um
corpus que não se baseie em supostas aparências. Ao contrário, são as
diferenças que precisam ser exploradas se desejarmos salvaguardar a riquesa
do sistema. Nesse perspectiva, o instrumento semiótico, mesmo se ele não
aparente ser de utiloidade fundamental a cada etapa da pesquisa, tem ao
menos o mérito de nos tornar sensíveis a certos problemas que não podem e
nem devem ser negligenciados.
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3. Imagens e mensagens.
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A imagem seguinte confirma leitura similar (fig. 21). Ela decora um vaso
que por sorte nós temos a conjuntura arqueológica precisa. Ele provém da
tumba de Dexileos, jovem oficial de cavalaria morto em 394 durante um
enfrentamento perto de Corinto contra os espartiatas: ele foi heroisado por sua
família como testemunha seu momumento funerário. A imagem se apresenta
aqui como uma reprodução do monumento dos Tiranicidas na ágora; a base
figurada sob seus pés confirma que se trata de estátuas. O pintor ainda
desenhou a estela que continha os dizeres do túmulo. O exame dessa imagem
mostra que o grupo de Crítios e Nesiostes funciona como um signo e que este
é largamente reconhecido como tal. É certo que, nesse caso em particular, a
família escolheu esse vaso para dizer a seu filho caído combatendo os
Espartiatas, sugeridos como “tiranos”, que ela o considera como um herói
nacional e que ele então viverá para sempre na ordem dos valores da cidade,
como sempre foram os tiranicidas.
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de Trezena, lugar de sua infância, até Atenas, sua pátria. No centro, dentro do
medalhão, figura o episódio do Minotauro que simbolisa, ele também, o fim de
uma tirania, , aquela de Minos e dos Cretenses (estamos no plano dos mito,
bem entendido). Ao redor, como no exterior da bacia, de qualquer maneira, se
sucedem os combates conduzidos contra os bandidos e os monstros que
infestavam a rota e tiranizavam os viajantes. Ou, por duas vezes, a atitrude de
Teseu está calcada esquematicamente sobre aquela dos tiranicidas do nosso
monumento. No alto à esquerda, no confronto com a javalina de Cromion, o
herói está representado em Aristogon e, em baixo, à direita, ele brandiu contra
Sinis (derrubado sobre um rochedo contra o qual se aproxima uma tartaruga)
uma grande bacia em bronze, na mesma postura que Harmodios.
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CONCLUSÃO
Por outro lado, nós vimos que as relações gramaticais e sintáticas entre
as unidades e os sintagmas mínimos são, elas também, relativamente simples.
As combinações se fazem antes de tudo por justaposições, mesmo se estas
não devam nada ao acaso.
O verdadeiro problema talvez ainda não possa ter sido abordado pelos
priviligiados que nós somos. Nós possuímos, nós, a imagética; nós podemos
projetar imagens que foram descobertas um dia e alcançá-las pelo computador.
Nós constatamos as estruturas mas não lhes explicamos a origem.