Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Bioética e BioDireito
Bioética e BioDireito
Bioética e BioDireito
A Biotecnologia pode ser definida como “a ciência tecnológica aplicada no ramo da Biologia,
capaz de produzir, ou modificar organismos vivos ou derivados destes, para usos específicos,
transferir genes de um organismo para outro, sendo esta transferência genética uma de suas
principais ferramentas, proporcionando, desta feita, a melhoria dos métodos de produção e
comercialização de produtos contendo processos biotecnológicos.
No Brasil, a Biotecnologia vem regulamentada pela Lei de Biossegurança – Lei 11.105/2005;
pela Lei de Propriedade Industrial – Lei 9.279/1996.Nos centros mais industrializados, a pesquisa
científica e o desenvolvimento tecnológico avançado já despertaram discussões por força do avanço
do conhecimento e de sua aplicação prática. Questão de grande relevância na atualidade é o
estabelecimento de limites procedimentais éticos em contraposição à pesquisa tecnológica,
principalmente quando se trata de atividade relacionada com a vida.
Desta forma, vemos que a partir do desenvolvimento de novos conhecimentos tecnocientíficos,
amparado pelo domínio da genética e da tecnologia médica, instaurou-se na agenda mundial a
discussão sobre os instrumentos normativos de proteção e de respeito à vida no ambiente
biotecnológico.
Surge, nesse sentido, a importância fundamental do debate público relativo à elaboração de
legislação específica que regule as diversas modalidades de intervenção da ciência sobre a vida, nas
sociedades democráticas e pluralistas. Destaca-se, pois, a importância da Bioética e do Biodireito,
posto que a grande preocupação contemporânea em matéria de ciência e biotecnologia abrange a
questão da saúde e da qualidade de vida do homem.
O avanço da pesquisa científica revelou a ânsia do homem pela descoberta da cura de
determinadas doenças hereditárias; pelo desenvolvimento de medicamentos; de equipamentos
médico-hospitalares, o que leva à existência de novas realidades, e por consequência de novos
debates bioéticos.
Filho nascido por reprodução assistida post mortem, após o inventário ser concluído, com trânsito
em julgado, teria direito à herança? Se sim, qual a ação cabível? Anulatória? Rescisória? E qual o
prazo?
Sim. Nos termos do artigo 1.597 do Código Civil há cobertura no âmbito da filiação para os
seres gerados por concepção artificial homóloga, aquela que usa o material de ambos os genitores.
Segundo o Código Civil, presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
“Havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido” ou “havidos quando se
tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga''.
Na reprodução assistida heteróloga, o filho nascido por reprodução post mortem tem direito à
herança desde que tenha havido autorização prévia do marido.
A grande questão que se coloca é essa. Sempre pensamos no marido anuindo e a mulher
recebendo, mas pode ser que aconteça o contrário: a mulher falece e o marido se vale do material
genético daquela mulher para inseminar outra mulher e, a partir daí, ter sua filiação.
Uma vez nascida a criança, é comprovado o vínculo de filiação. E o que comprova isso é a
carga genética, na homóloga, e a autorização, na heteróloga. E aí se faz o elo familiar e, portanto,
sucessório.
A gente esbarra sempre no prazo. Num primeiro momento, o prazo inicial para que o herdeiro
tenha a seu favor é o prazo da petição de herança, que tem 10 anos para ser intentada. Tendo em
vista, dentro da reprodução assistida homóloga, a falta de autorização, a dignidade da pessoa
humana e o melhor interesse do menor.
“A jurisprudência já se pacificou no entendimento de que, independentemente da forma em que
a partilha foi feita, amigável ou judicial, se houver exclusão do herdeiro que participou do
inventário, está a partilha eivada de nulidade absoluta e, assim, o herdeiro prejudicado que não
fica adstrito à ação de anulação nem à rescisória e seus respectivos prazos de decadência,
podendo se utilizar da querela da ação de nulidade ou da ação de petição de herança”.
Deve-se ainda observar que o prazo máximo da prescrição previsto no Código Civil é de dez
anos. À luz do artigo 205 do Código Civil.
§ 2º Para os fins desta Lei, considera-se atividade de uso comercial de OGM e seus derivados a
que não se enquadra como atividade de pesquisa, e que trata do cultivo, da produção, da
manipulação, do transporte, da transferência, da comercialização, da importação, da exportação, do
armazenamento, do consumo, da liberação e do descarte de OGM e seus derivados para fins
comerciais.
Art. 2º As atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados, relacionados ao ensino
com manipulação de organismos vivos, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à
produção industrial ficam restritos ao âmbito de entidades de direito público ou privado, que serão
responsáveis pela obediência aos preceitos desta Lei e de sua regulamentação, bem como pelas
eventuais conseqüências ou efeitos advindos de seu descumprimento.
§ 2º As atividades e projetos de que trata este artigo são vedados a pessoas físicas em
atuação autônoma e independente, ainda que mantenham vínculo empregatício ou qualquer outro
com pessoas jurídicas.
II – ácido desoxirribonucléico - ADN, ácido ribonucléico - ARN: material genético que contém
informações determinantes dos caracteres hereditários transmissíveis à descendência;
III – moléculas de ADN/ARN recombinante: as moléculas manipuladas fora das células vivas
mediante a modificação de segmentos de ADN/ARN natural ou sintético e que possam multiplicar-se
em uma célula viva, ou ainda as moléculas de ADN/ARN resultantes dessa multiplicação;
consideram-se também os segmentos de ADN/ARN sintéticos equivalentes aos de ADN/ARN natural;
IV – engenharia genética: atividade de produção e manipulação de moléculas de ADN/ARN
recombinante;
VI – derivado de OGM: produto obtido de OGM e que não possua capacidade autônoma de
replicação ou que não contenha forma viável de OGM;
VII – célula germinal humana: célula-mãe responsável pela formação de gametas presentes nas
glândulas sexuais femininas e masculinas e suas descendentes diretas em qualquer grau de ploidia;
Art. 4º Esta Lei não se aplica quando a modificação genética for obtida por meio das seguintes
técnicas, desde que não impliquem a utilização de OGM como receptor ou doador:
I – mutagênese;
III – fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser produzida
mediante métodos tradicionais de cultivo;
III – engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e embrião humano;
IV – clonagem humana;
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, entende-se por tecnologias genéticas de restrição
do uso qualquer processo de intervenção humana para geração ou multiplicação de plantas
geneticamente modificadas para produzir estruturas reprodutivas estéreis, bem como qualquer forma
de manipulação genética que vise à ativação ou desativação de genes relacionados à fertilidade das
plantas por indutores químicos externos.
(...)
CAPÍTULO VII
Art. 20. Sem prejuízo da aplicação das penas previstas nesta Lei, os responsáveis pelos danos
ao meio ambiente e a terceiros responderão, solidariamente, por sua indenização ou reparação
integral, independentemente da existência de culpa.
Art. 21. Considera-se infração administrativa toda ação ou omissão que viole as normas
previstas nesta Lei e demais disposições legais pertinentes.
I – advertência;
II – multa;
V – embargo da atividade;
XI – intervenção no estabelecimento;
XII – proibição de contratar com a administração pública, por período de até 5 (cinco) anos.
Art. 22. Compete aos órgãos e entidades de registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei,
definir critérios, valores e aplicar multas de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 1.500.000,00 (um milhão
e quinhentos mil reais), proporcionalmente à gravidade da infração.
§ 1º As multas poderão ser aplicadas cumulativamente com as demais sanções previstas neste
artigo.
(...)
CAPÍTULO VIII
Art. 24. Utilizar embrião humano em desacordo com o que dispõe o art. 5º desta Lei:
Art. 25. Praticar engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano ou embrião
humano:
Art. 27. Liberar ou descartar OGM no meio ambiente, em desacordo com as normas
estabelecidas pela CTNBio e pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização:
§ 1º (VETADO)
§ 2º Agrava-se a pena:
I – de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se resultar dano à propriedade alheia;
III – da metade até 2/3 (dois terços), se resultar lesão corporal de natureza grave em outrem;
Art. 28. Utilizar, comercializar, registrar, patentear e licenciar tecnologias genéticas de restrição do
uso: